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04.1 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL – MPE AM 2007/2008 – V_RG_S 
 
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NOÇÕES DE DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
 
Dr. Jorge Alberto Péres Ribeiro 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL. 
CONCEITO. CLASSIFICAÇÃO 
 
A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA 
 
I - INTRODUÇÃO. CONCEITO. 
CLASSIFICAÇÃO 
 
Antes da apresentação dos artigos ou 
dispositivos que compõem a parte da Constituição 
Federal exigida pelo Programa, cuja leitura 
recomendamos repetidas vezes, faz-se necessário 
a assimilação de alguns conceitos básicos, 
indispensáveis à sua compreensão. 
O estudo do Direito Constitucional é o mais 
elevado e fundamental entre os estudos de Direito 
Público por envolver princípios jurídicos que servem 
de base à organização do Estado e a formação de 
seu Governo e Poderes Públicos, além de declarar 
os direitos individuais e coletivos que compõem as 
estruturas econômicas e sociais da Nação. Direito 
Constitucional é, portanto, a ciência positiva do da 
Constituição de um Estado. 
A Constituição, também denominada Carta 
Magna, Lei Maior, Lei Fundamental, Lei das Leis, 
Estatuto Básico, entre outros qualificativos, pode ser 
conceituada, no sentido de Direito Público, como o 
conjunto de regras e preceitos fundamentais, 
estabelecidos pela vontade ou soberania de um 
povo, através de seus representantes, para servir 
de base à sua organização política e à fonte de 
direito do Estado, bem como para declarar os 
direitos e deveres fundamentais das pessoas físicas 
e jurídicas que o compõem. Corresponde ao ponto 
mais alto na hierarquia das leis ou normas jurídicas 
de um País politicamente organizado. 
Pode-se dizer também, em linguagem comum, 
que constituição significa estrutura ou formação, 
que dá idéia de um todo constituído, formado, 
estruturado (como a estrutura física de uma pessoa, 
ou a de um prédio, etc.), significando também as 
bases para um ordenamento jurídico: para o direito 
civil, para o direito penal, processual, tributário, etc. 
Para fins didáticos, costuma-se classificar as 
espécies de constituições em: 
 
I) Quanto à forma: 
a) ESCRITAS = as que têm um texto elaborado; 
documento dividido em artigos, também chamados 
dispositivos, formalizando as relações entre o 
cidadão e o Estado. É a mais comum na maioria 
dos países; 
b) NÃO-ESCRITAS = também chamadas 
consuetudinárias, e que representam aquelas 
formadas por regras ou práticas jurídicas que não 
estão propriamente num texto, mas se 
fundamentam no hábito ou costumes da nação, 
bem como na tradição de seus povos. 
Exemplo: a Grã-Bretanha, cuja forma de governo 
é uma monarquia-constitucional, com Carta Magna 
não codificada, embora iniciada em 1215, com base 
em lei comum e por práticas políticas e judiciárias 
que formam a jurisprudência adotada naquele País. 
 
II) Quanto à Consistência ou Estabilidade 
a) RÍGIDAS = quando não podem ser alteradas 
com facilidade, i.é, precisam de um procedimento 
legislativo especial para serem reformadas. É o que 
acontece com a Constituição Brasileira que só pode 
ser modificada por Emenda Constitucional - 
mediante proposta de um terço (33%), no mínimo, 
dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal; ou do Presidente da República; ou 
de mais da metade das Assembléias Legislativas 
dos Estados; e discutida e votada em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-
se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos 
(60%) dos votos dos respectivos membros, nos 
termos do art. 60 da CF/88, não podendo ser objeto 
de emenda as propostas tendentes a abolir as 
denominadas cláusulas pétreas, que são: a forma 
federativa de Estado; o voto direito, secreto, 
universal e periódico; a separação dos Poderes; e 
os direitos e garantias individuais. Neste caso, as 
modificações só podem se dar mediante outra 
Constituição ou de modificação através de 
Assembléia Nacional constituinte. 
b) FLEXÍVEIS = quando podem ser facilmente 
alteradas ou modificadas pelo mesmo processo 
legislativo adotado para aprovação de leis ordinárias 
(maioria simples, respeitado o quorum 
constitucional). 
Pode-se distinguir também as semi-rígidas, 
como meio-termo entre as duas anteriores. 
 
III) Quanto à Origem 
a) PROMULGADAS = ou votadas, aprovadas e 
promulgadas por órgão representativo: Assembléia 
Nacional Constituinte; Congresso Nacional; 
Assembléia Constituinte, etc. São as populares ou 
democráticas. 
b) OUTORGADAS = quando decretada 
diretamente pelo Chefe de Governo, ou seja, 
imposta pelo Governante, sem qualquer consulta ao 
povo. 
 
IV) Quanto ao Modo de Elaboração 
a) HISTÓRICAS = as que têm origem, 
basicamente, nos costumes do país, sem forma 
definida. : Constituição inglesa. 
b) DOGMÁTICAS = as que surgem da vontade 
política da nação, através do seu legítimo titular, o 
povo, em respeito aos seus próprios princípios. 
 
V) Quanto ao Conteúdo 
a) MATERIAIS = as que dispõem sobre a 
organização do estado, forma de governo, regime 
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político, etc., contendo a matéria que compõe a 
Constituição. 
b) FORMAIS = as que têm um documento, 
instituído pelo Poder Constituinte, e modificável 
através emendas ou outro processo por ele 
estabelecido. 
Nas constituições escritas e codificadas, todas 
as normas são materiais e formalmente 
constitucionais. 
 O Brasil já teve oito (8) Constituições, sendo 
quatro outorgadas: as de 1824, 1937, 1967 e a de 
1967; e quatro promulgadas em processo 
democrático: as de 1891, 1934, 1946 e a atual, de 
1988. 
 
ALGUNS CONCEITOS EMPREGADOS EM 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
São indispensáveis à compreensão do estudo de 
Direito Constitucional, ao menos, os seguintes 
conceitos básicos: 
NAÇÃO = Palavra latina (natio, natus = nascido) 
que significa a reunião de pessoas nascidas em um 
determinado território e procedente de mesma raça, 
mesma língua ou idioma, mesmo culto ou religião, 
mesmos costumes, etc. Daí a expressão nacional, 
aquele que nasceu naquele território ou naquela 
nação, em oposição a estrangeiro (estranho), o que 
vem de fora, nasceu ou pertence a outra nação. 
ESTADO = É uma nação politicamente 
organizada. Juridicamente, é uma sociedade 
subme-tida à autoridade de um poder público 
soberano, proveniente do povo que o organizou. Um 
Estado, pode ser simples ou uno, composto, 
federado ou confederado. E, segundo sua forma de 
governo, monárquico, republicano, etc. 
GOVERNO = Conjunto de órgãos que realizam a 
administração pública, exercendo poderes que lhe 
foram delegados pela soberania do povo. Toma a 
forma de ditadura, presidencialismo, 
parlamentarismo, etc. 
SOBERANIA = Propriedade que tem o Estado 
de exercer seu poder supremo, sobrepondo-se a 
todos, sem limitações. É o poder supremo de um 
Estado ou a ele atribuído pelo povo (a quem o poder 
pertence) constituído em nação. Assim, a soberania 
nacional provém da soberania do povo [v. art. 14 
adiante] e se manifesta inclusive para fora de seu 
território, mediante sua capacidade jurídica de se 
impor perante a comunidade internacional, 
contraindo obrigações externas, ou evitando 
interferência estrangeira interna, dentro de suas 
fronteiras. 
DEMOCRACIA = É o governo do povo, pelo 
povo e para o povo, que é quem tem o poder e se 
manifesta através do voto popular ao eleger seus 
representantes que governarão ou representarão 
seus interesses. 
MONARQUIA = Que vem do grego monarkia 
gerando a expressão latina monarchia, significa 
‘governo de um só’. É o poder político concentrado 
nas mãos de uma só pessoa, o monarca, tornando 
o Estado, “o próprio rei”. É, pois um governo único e 
soberano. 
REPÚBLICA = [Do latim res publica = coisa 
pública] compreende o sistema de governo criado 
em oposição à monarquia, para designar o regimepolítico em que chefe do poder é escolhido ou 
eleito pelo povo de uma nação, ou seja, pela 
vontade popular, visando bem comum. 
FEDERAÇÃO = Consiste na união indissolúvel 
de Estados-Membros autônomos e independentes, 
de mesma nacionalidade, para formarem uma só 
entidade soberana, unidos, porém, por um governo 
comum. Ao adotar a forma FEDERATIVA o País 
pretende distribuir o poder entre seus Estados-
Membros, preservando, porém, a autonomia de 
seus próprios entes públicos, permitindo que 
aquelas unidades administrem livremente naquilo 
que não contrariem a Lei Maior. Em Federação, 
tudo o que se refere ao Estado soberano, ao País, 
diz-se federal e o que se refere aos Estados-
Membros, ou unidades da Federação, federados. 
No regime federativo há divisão de poderes, 
descentralizando-os ou repartindo certas 
competências para legislar e administrar, entre as 
unidades. 
Resumindo, constitui FORMA de Governo, a 
República, a Monarquia, etc.; e, por outro lado, 
SISTEMA de Governo, o Presidencialismo, o 
Parlamentarismo, etc. 
O Brasil escolheu como forma de Governo, a 
República e, como sistema, o Presidencialismo. 
Além disso, adotou, segundo a Nova Carta, o 
Estado Democrático de Direito, no qual impera a 
Lei, o Princípio da Legalidade, Lei legislada, em 
defesa da Democracia, consagrando o princípio de 
que “ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa, senão em virtude de lei” [art. 5.º, inc. 
II]. Estado Democrático, em oposição ao Estado 
Demagógico, no qual um falso líder conquista o 
Governo com promessas infundadas. 
Estado Democrático de Direito também significa 
aquele em que a sociedade organiza seu governo 
segundo os princípios da democracia, garantido por 
leis superiores, entre os quais aquele que diz que 
“todo o poder emana do povo e em seu nome será 
exercido”! 
 
TEORIA DA RECEPÇÃO 
 
A Teoria da Recepção, também chamada 
Fenômeno da Recepção, é a que assegura a 
aplicação da legislação anterior no que não for 
incompatível com a nova Constituição. Ou seja, 
possibilita a integração das leis e ordenamentos 
jurídicos já vigentes, originários da antiga ordem 
jurídico-constitucional, ao novo ordenamento 
jurídico decorrente da Carta atual, desde que haja 
compatibilidade com o disposto na Lei Maior. 
Quando é instituída uma nova ordem 
constitucional, isto é, quando surge uma nova 
Constituição, coloca-se o problema de saber o que 
irá acontecer com a legislação infraconstitucional 
que existia antes. Naturalmente que o princípio da 
continuidade das leis, aliado à necessidade de se 
garantir a segurança das relações jurídicas, não irá 
permitir que se considere superada (ou revogada) 
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toda a legislação vigente, ao entrar em vigor uma 
nova Constituição. É preciso, no entanto, verificar-
se, em cada caso, qual a norma que deverá 
subsistir após o novo ordenamento constitucional. E 
foi precisamente para resolver esse problema que 
se desenvolveu a teoria da recepção. 
Assim, diante do surgimento de uma nova 
Constituição, são consideradas revogadas todas 
aquelas normas (leis) que colidam ou conflitem com 
a nova ordem, da mesma forma que são tidas como 
recepcionadas todas aquelas que se compatibilizem 
com a nova Carta Magna. 
A atual Constituição Federal de 1988 recepciona 
inúmeros ordenamentos jurídicos anteriores à sua 
promulgação, relativamente a leis administrativas, 
financeiras, tributárias, penais, etc., como 
demonstradas ao longo de seu texto, principalmente 
em seu Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias, onde se vê, por exemplo, em seu § 5.º, 
do art. 34, do referido ADCT que diz: 
"Vigente o novo sistema tributário nacional, fica 
assegurada a aplicação da legislação anterior, no 
que não seja incompatível com ele e com a 
legislação referida nos §§ 3.º e 4.º." 
Tais parágrafos dispõem que, promulgada a 
Constituição, quaisquer dos órgãos tributantes (U-E-
DF-M) poderão editar as leis necessárias à 
aplicação do sistema tributário nacional (STN) nela 
previsto, as quais produzirão efeitos a partir da 
entrada em vigor do STN previsto na CF/88. 
 
DIREITOS E DEVERES 
FUNDAMENTAIS: DIREITOS E 
DEVERES INDIVIDUAIS E 
COLETIVOS; DIREITO À VIDA, 
À LIBERDADE, À 
IGUALDADE, À SEGURANÇA 
E À PROPRIEDADE; 
DIREITOS SOCIAIS; 
NACIONALIDADE; 
CIDADANIA E DIREITOS 
POLÍTICOS; GARANTIAS 
CONSTITUCIONAIS 
INDIVIDUAIS; GARANTIAS 
DOS DIREITOS COLETIVOS, 
SOCIAIS E POLÍTICOS. 
 
CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA FEDERATIVA 
DO BRASIL 1988 
 
PREÂMBULO 
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos 
em Assembléia Nacional Constituinte para instituir 
um Estado Democrático, destinado a assegurar o 
exercício dos direitos sociais e individuais, a 
liberdade, a segurança, o bem-estar, o 
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como 
valores supremos de uma sociedade fraterna, 
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia 
social e comprometida, na ordem interna e 
internacional, com a solução pacífica das 
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de 
Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL. 
 
TÍTULO I 
Dos Princípios Fundamentais 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada 
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, 
que o exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e 
reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos 
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se 
nas suas relações internacionais pelos seguintes 
princípios: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso 
da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do 
Brasil buscará a integração econômica, política, 
social e cultural dos povos da América Latina, 
visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações. 
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TÍTULO II 
Dos Direitos e Garantias Fundamentais 
 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E 
COLETIVOS 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e 
obrigações, nos termos desta Constituição; 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
III - ninguém será submetido a tortura nem a 
tratamento desumano ou degradante; 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo 
vedado o anonimato; 
V -é assegurado o direito de resposta, 
proporcional ao agravo, além da indenização por 
dano material, moral ou à imagem; 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de 
crença, sendo assegurado o livre exercício dos 
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a 
proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação 
de assistência religiosa nas entidades civis e 
militares de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo 
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou 
política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a 
cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, 
artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença; 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito 
a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação; 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, 
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento 
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou 
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, 
por determinação judicial; 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e 
das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por 
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investigação criminal ou 
instrução processual penal; 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer; 
XIV - é assegurado a todos o acesso à 
informação e resguardado o sigilo da fonte, quando 
necessário ao exercício profissional; 
XV - é livre a locomoção no território nacional em 
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos 
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair 
com seus bens; 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem 
armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que não 
frustrem outra reunião anteriormente convocada 
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio 
aviso à autoridade competente; 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins 
lícitos, vedada a de caráter paramilitar; 
XVIII - a criação de associações e, na forma da 
lei, a de cooperativas independem de autorização, 
sendo vedada a interferência estatal em seu 
funcionamento; 
XIX - as associações só poderão ser 
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades 
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no 
primeiro caso, o trânsito em julgado; 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-
se ou a permanecer associado; 
XXI - as entidades associativas, quando 
expressamente autorizadas, têm legitimidade para 
representar seus filiados judicial ou 
extrajudicialmente; 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função 
social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para 
desapropriação por necessidade ou utilidade 
pública, ou por interesse social, mediante justa e 
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os 
casos previstos nesta Constituição; 
XXV - no caso de iminente perigo público, a 
autoridade competente poderá usar de propriedade 
particular, assegurada ao proprietário indenização 
ulterior, se houver dano; 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim 
definida em lei, desde que trabalhada pela família, 
não será objeto de penhora para pagamento de 
débitos decorrentes de sua atividade produtiva, 
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu 
desenvolvimento; 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo 
de utilização, publicação ou reprodução de suas 
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a 
lei fixar; 
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: 
a) a proteção às participações individuais em 
obras coletivas e à reprodução da imagem e voz 
humanas, inclusive nas atividades desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento 
econômico das obras que criarem ou de que 
participarem aos criadores, aos intérpretes e às 
respectivas representações sindicais e associativas; 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos 
industriais privilégio temporário para sua utilização, 
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bem como proteção às criações industriais, à 
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e 
a outros signos distintivos, tendo em vista o 
interesse social e o desenvolvimento tecnológico e 
econômico do País; 
XXX - é garantido o direito de herança; 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros 
situados no País será regulada pela lei brasileira em 
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, 
sempre que não lhes seja mais favorável a lei 
pessoal do "de cujus"; 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a 
defesa do consumidor; 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular, ou 
de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas 
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, 
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado; 
XXXIV - são a todos assegurados, 
independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em 
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de 
poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições 
públicas, para defesa de direitos e esclarecimento 
de situações de interesse pessoal; 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, 
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com 
a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes 
dolosos contra a vida; 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o 
defina, nem pena sem prévia cominação legal; 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para 
beneficiar o réu; 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação 
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; 
XLII - a prática do racismo constitui crime 
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de 
reclusão, nos termos da lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e 
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura 
, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
terrorismo e os definidos como crimes hediondos, 
por eles respondendo os mandantes, os executores 
e os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível 
a ação de grupos armados, civis ou militares, contra 
a ordem constitucional e o Estado Democrático; 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do 
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano 
e a decretação do perdimento de bens ser, nos 
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra 
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio 
transferido; 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e 
adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, 
nos termos do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
XLVIII - a pena será cumprida em 
estabelecimentos distintos, de acordo com a 
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeitoà 
integridade física e moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições 
para que possam permanecer com seus filhos 
durante o período de amamentação; 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o 
naturalizado, em caso de crime comum, praticado 
antes da naturalização, ou de comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, na forma da lei; 
LII - não será concedida extradição de 
estrangeiro por crime político ou de opinião; 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado 
senão pela autoridade competente; 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de 
seus bens sem o devido processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os 
meios e recursos a ela inerentes; 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas 
obtidas por meios ilícitos; 
LVII - ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 
LVIII - o civilmente identificado não será 
submetido a identificação criminal, salvo nas 
hipóteses previstas em lei; 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de 
ação pública, se esta não for intentada no prazo 
legal; 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos 
atos processuais quando a defesa da intimidade ou 
o interesse social o exigirem; 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante 
delito ou por ordem escrita e fundamentada de 
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, 
definidos em lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde 
se encontre serão comunicados imediatamente ao 
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por 
ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, 
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de advogado; 
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LXIV - o preso tem direito à identificação dos 
responsáveis por sua prisão ou por seu 
interrogatório policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada 
pela autoridade judiciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela 
mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, 
com ou sem fiança; 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a 
do responsável pelo inadimplemento voluntário e 
inescusável de obrigação alimentícia e a do 
depositário infiel; 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre 
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, 
por ilegalidade ou abuso de poder; 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança 
para proteger direito líquido e certo, não amparado 
por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o 
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no 
exercício de atribuições do Poder Público; 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser 
impetrado por: 
a) partido político com representação no 
Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou 
associação legalmente constituída e em 
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa 
dos interesses de seus membros ou associados; 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção 
sempre que a falta de norma regulamentadora torne 
inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
LXXII - conceder-se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de 
informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se 
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo; 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para 
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao 
patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando 
o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência; 
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica 
integral e gratuita aos que comprovarem 
insuficiência de recursos; 
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro 
judiciário, assim como o que ficar preso além do 
tempo fixado na sentença; 
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente 
pobres, na forma da lei: 
a) o registro civil de nascimento; 
b) a certidão de óbito; 
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-
corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos 
necessários ao exercício da cidadania. 
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e 
garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros decorrentes do 
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte. 
 
CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS SOCIAIS 
(*) 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, 
o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à infância, a 
assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição. 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 26, de 14/02/2000: 
"Art. 6o São direitos sociais a educação, a 
saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a 
previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados, na forma 
desta Constituição." 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e 
rurais, além de outros que visem à melhoria de sua 
condição social: 
I - relação de emprego protegida contra 
despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos 
de lei complementar, que preverá indenização 
compensatória, dentre outros direitos; 
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego 
involuntário; 
III - fundo de garantia do tempo de serviço; 
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente 
unificado, capaz de atender a suas necessidades 
vitais básicas e às de sua família com moradia, 
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, 
higiene, transporte e previdência social, com 
reajustes periódicos que lhe preservem o poder 
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para 
qualquer fim; 
V - piso salarial proporcional à extensão e à 
complexidade do trabalho; 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto 
em convenção ou acordo coletivo; 
VII - garantia de salário, nunca inferior ao 
mínimo, para os que percebem remuneração 
variável; 
VIII - décimo terceiro salário com base na 
remuneração integral ou no valor da aposentadoria; 
IX – remuneração do trabalho noturno superior à 
do diurno; 
X - proteção do salário na forma da lei, 
constituindo crime sua retenção dolosa; 
XI – participação nos lucros, ou resultados, 
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, 
participação na gestão da empresa, conforme 
definido em lei; 
(*) XII - salário-família para os seus 
dependentes; 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 15/12/98: 
"XII - salário-família pago em razão do 
dependente do trabalhador de baixa renda nos 
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL – MPE AM 2007/2008 – V_RG_S 
 
 9
termos da lei;"XIII - duração do trabalho normal não 
superior a oito horas diárias e quarenta e quatro 
semanais, facultada a compensação de horários e a 
redução da jornada, mediante acordo ou convenção 
coletiva de trabalho; 
XIV - jornada de seis horas para o trabalho 
realizado em turnos ininterruptos de revezamento, 
salvo negociação coletiva; 
XV - repouso semanal remunerado, 
preferencialmente aos domingos; 
XVI - remuneração do serviço extraordináriosuperior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do 
normal; 
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, 
pelo menos, um terço a mais do que o salário 
normal; 
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do 
emprego e do salário, com a duração de cento e 
vinte dias; 
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em 
lei; 
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, 
mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de 
serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos 
da lei; 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, 
por meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
XXIII - adicional de remuneração para as 
atividades penosas, insalubres ou perigosas, na 
forma da lei; 
XXIV - aposentadoria; 
XXV - assistência gratuita aos filhos e 
dependentes desde o nascimento até seis anos de 
idade em creches e pré-escolas; 
XXVI - reconhecimento das convenções e 
acordos coletivos de trabalho; 
XXVII - proteção em face da automação, na 
forma da lei; 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a 
cargo do empregador, sem excluir a indenização a 
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou 
culpa; 
(*) XXIX - ação, quanto a créditos resultantes das 
relações de trabalho, com prazo prescricional de: 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 28, de 25/05/2000: 
"XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das 
relações de trabalho, com prazo prescricional de 
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, 
até o limite de dois anos após a extinção do contrato 
de trabalho;" 
a) cinco anos para o trabalhador urbano, até o 
limite de dois anos após a extinção do contrato; 
Revogado pela Emenda Constitucional nº 28, de 
25/05/2000 
b) até dois anos após a extinção do contrato, 
para o trabalhador rural; Revogado pela Emenda 
Constitucional nº 28, de 25/05/2000 
XXX - proibição de diferença de salários, de 
exercício de funções e de critério de admissão por 
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
XXXI - proibição de qualquer discriminação no 
tocante a salário e critérios de admissão do 
trabalhador portador de deficiência; 
XXXII - proibição de distinção entre trabalho 
manual, técnico e intelectual ou entre os 
profissionais respectivos; 
(*) XXXIII - proibição de trabalho noturno, 
perigoso ou insalubre aos menores de dezoito e de 
qualquer trabalho a menores de quatorze anos, 
salvo na condição de aprendiz; 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 15/12/98: 
"XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso 
ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer 
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na 
condição de aprendiz, a partir de quatorze 
anos;"XXXIV - igualdade de direitos entre o 
trabalhador com vínculo empregatício permanente e 
o trabalhador avulso. 
Parágrafo único. São assegurados à categoria 
dos trabalhadores domésticos os direitos previstos 
nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e 
XXIV, bem como a sua integração à previdência 
social. 
 
Art. 8º É livre a associação profissional ou 
sindical, observado o seguinte: 
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado 
para a fundação de sindicato, ressalvado o registro 
no órgão competente, vedadas ao Poder Público a 
interferência e a intervenção na organização 
sindical; 
II - é vedada a criação de mais de uma 
organização sindical, em qualquer grau, 
representativa de categoria profissional ou 
econômica, na mesma base territorial, que será 
definida pelos trabalhadores ou empregadores 
interessados, não podendo ser inferior à área de um 
Município; 
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e 
interesses coletivos ou individuais da categoria, 
inclusive em questões judiciais ou administrativas; 
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, 
em se tratando de categoria profissional, será 
descontada em folha, para custeio do sistema 
confederativo da representação sindical respectiva, 
independentemente da contribuição prevista em lei; 
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-
se filiado a sindicato; 
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos 
nas negociações coletivas de trabalho; 
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser 
votado nas organizações sindicais; 
VIII - é vedada a dispensa do empregado 
sindicalizado a partir do registro da candidatura a 
cargo de direção ou representação sindical e, se 
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final 
do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos 
da lei. 
Parágrafo único. As disposições deste artigo 
aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de 
colônias de pescadores, atendidas as condições que 
a lei estabelecer. 
 
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL – MPE AM 2007/2008 – V_RG_S 
 
 10
Art. 9º É assegurado o direito de greve, 
competindo aos trabalhadores decidir sobre a 
oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que 
devam por meio dele defender. 
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades 
essenciais e disporá sobre o atendimento das 
necessidades inadiáveis da comunidade. 
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os 
responsáveis às penas da lei. 
 
Art. 10. É assegurada a participação dos 
trabalhadores e empregadores nos colegiados dos 
órgãos públicos em que seus interesses 
profissionais ou previdenciários sejam objeto de 
discussão e deliberação. 
 
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos 
empregados, é assegurada a eleição de um 
representante destes com a finalidade exclusiva de 
promover-lhes o entendimento direto com os 
empregadores. 
 
CAPÍTULO III 
DA NACIONALIDADE 
 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, 
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não 
estejam a serviço de seu país; 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou 
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a 
serviço da República Federativa do Brasil; 
(*) c) os nascidos no estrangeiro, de pai 
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente, ou 
venham a residir na República Federativa do Brasil 
antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em 
qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira; 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
de Revisão nº 3, de 07/06/94: 
"c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro 
ou mãe brasileira, desde que venham a residir na 
República Federativa do Brasil e optem, em 
qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;" 
II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a 
nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de 
países de língua portuguesa apenas residência por 
um ano ininterrupto e idoneidade moral; 
(*) b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, 
residentes na República Federativa do Brasil há 
mais de trinta anos ininterruptos e sem condenação 
penal, desde que requeiram a nacionalidade 
brasileira. 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
de Revisão nº 3, de 07/06/94: 
"b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, 
residentes na República Federativa do Brasil há 
mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a 
nacionalidade brasileira."(*) § 1º - Aos portugueses 
com residência permanente no País, se houver 
reciprocidade em favor de brasileiros, serão 
atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, 
salvo os casos previstos nesta Constituição. 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
de Revisão nº 3, de 07/06/94: 
"§ 1º Aos portugueses com residência 
permanente no País, se houver reciprocidade em 
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos 
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos 
nesta Constituição." 
§ 2º - A lei não poderá estabelecerdistinção entre 
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos 
previstos nesta Constituição. 
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas. 
Inciso incluído pela Emenda Constitucional nº 
23, de 02/09/99: 
" VII - de Ministro de Estado da Defesa"§ 4º - 
Será declarada a perda da nacionalidade do 
brasileiro que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por 
sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao 
interesse nacional; 
(*) II - adquirir outra nacionalidade por 
naturalização voluntária. 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
de Revisão nº 3, de 07/06/94: 
"II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária 
pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma 
estrangeira, ao brasileiro residente em estado 
estrangeiro, como condição para permanência em 
seu território ou para o exercício de direitos civis;" 
 
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da 
República Federativa do Brasil. 
§ 1º - São símbolos da República Federativa do 
Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo 
nacionais. 
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios poderão ter símbolos próprios. 
 
CAPÍTULO IV 
DOS DIREITOS POLÍTICOS 
 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo 
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com 
valor igual para todos, e, nos termos da lei, 
mediante: 
I - plebiscito; 
II - referendo; 
III - iniciativa popular. 
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II - facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos. 
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL – MPE AM 2007/2008 – V_RG_S 
 
 11
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os 
estrangeiros e, durante o período do serviço militar 
obrigatório, os conscritos. 
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma 
da lei: 
I - a nacionalidade brasileira; 
II - o pleno exercício dos direitos políticos; 
III - o alistamento eleitoral; 
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; 
V - a filiação partidária; 
VI - a idade mínima de: 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-
Presidente da República e Senador; 
b) trinta anos para Governador e Vice-
Governador de Estado e do Distrito Federal; 
c) vinte e um anos para Deputado Federal, 
Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz; 
d) dezoito anos para Vereador. 
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os 
analfabetos. 
(*) § 5º - São inelegíveis para os mesmos 
cargos, no período subseqüente, o Presidente da 
República, os Governadores de Estado e do Distrito 
Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou 
substituído nos seis meses anteriores ao pleito. 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 16, de 04/06/97: 
"§ 5º O Presidente da República, os 
Governadores de Estado e do Distrito Federal, os 
Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído 
no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para 
um único período subseqüente."§ 6º - Para 
concorrerem a outros cargos, o Presidente da 
República, os Governadores de Estado e do Distrito 
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos 
respectivos mandatos até seis meses antes do 
pleito. 
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição 
do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou 
afins, até o segundo grau ou por adoção, do 
Presidente da República, de Governador de Estado 
ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de 
quem os haja substituído dentro dos seis meses 
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato 
eletivo e candidato à reeleição. 
§ 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as 
seguintes condições: 
I - se contar menos de dez anos de serviço, 
deverá afastar-se da atividade; 
II - se contar mais de dez anos de serviço, será 
agregado pela autoridade superior e, se eleito, 
passará automaticamente, no ato da diplomação, 
para a inatividade. 
(*) § 9º - Lei complementar estabelecerá outros 
casos de inelegibilidade e os prazos de sua 
cessação, a fim de proteger a normalidade e 
legitimidade das eleições contra a influência do 
poder econômico ou o abuso do exercício de função, 
cargo ou emprego na administração direta ou 
indireta. 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
de Revisão nº 4, de 07/06/94: 
"§ 9º Lei complementar estabelecerá outros 
casos de inelegibilidade e os prazos de sua 
cessação, a fim de proteger a probidade 
administrativa, a moralidade para exercício de 
mandato considerada vida pregressa do candidato, e 
a normalidade e legitimidade das eleições contra a 
influência do poder econômico ou o abuso do 
exercício de função, cargo ou emprego na 
administração direta ou indireta."§ 10 - O mandato 
eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral 
no prazo de quinze dias contados da diplomação, 
instruída a ação com provas de abuso do poder 
econômico, corrupção ou fraude. 
§ 11 - A ação de impugnação de mandato 
tramitará em segredo de justiça, respondendo o 
autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta 
má-fé. 
 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos 
políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos 
casos de: 
I - cancelamento da naturalização por sentença 
transitada em julgado; 
II - incapacidade civil absoluta; 
III - condenação criminal transitada em julgado, 
enquanto durarem seus efeitos; 
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta 
ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; 
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 
37, § 4º. 
(*) 
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral só 
entrará em vigor um ano após sua promulgação. 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 4, de 14/09/93: 
"Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral 
entrará em vigor na data de sua publicação, não se 
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data 
de sua vigência." 
 
CAPÍTULO V 
DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
 
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e 
extinção de partidos políticos, resguardados a 
soberania nacional, o regime democrático, o 
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da 
pessoa humana e observados os seguintes 
preceitos: 
I - caráter nacional; 
II - proibição de recebimento de recursos 
financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou 
de subordinação a estes; 
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; 
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a 
lei. 
§ 1º - É assegurada aos partidos políticos 
autonomia para definir sua estrutura interna, 
organização e funcionamento, devendo seus 
estatutos estabelecer normas de fidelidade e 
disciplina partidárias. 
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem 
personalidade jurídica, na forma da lei civil, 
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL – MPE AM 2007/2008 – V_RG_S 
 
 12
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior 
Eleitoral. 
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos 
do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à 
televisão, na forma da lei. 
§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos 
políticos de organização paramilitar. 
 
PODER EXECUTIVO: 
FORMA E SISTEMA DE 
GOVERNO; CHEFIA DE 
ESTADO E CHEFIA DE 
GOVERNO 
 
CONCEITOS 
 
NAÇÃO = Palavra latina (natio, natus = nascido) 
que significa a reunião de pessoas nascidas em um 
determinado território e procedente de mesma raça, 
mesma língua ou idioma, mesmo culto ou religião, 
mesmoscostumes, etc. Daí a expressão nacional, 
aquele que nasceu naquele território ou naquela 
nação, em oposição a estrangeiro (estranho), o que 
vem de fora, nasceu ou pertence a outra nação. 
ESTADO = É uma nação politicamente 
organizada. Juridicamente, é uma sociedade 
submetida à autoridade de um poder público 
soberano, proveniente do povo que o organizou. Um 
Estado, pode ser simples ou uno, composto, 
federado ou confederado. E, segundo sua FORMA 
DE GOVERNO, monárquico, republicano, etc. 
GOVERNO = Conjunto de órgãos que realizam a 
administração pública, exercendo poderes que lhe 
foram delegados pela soberania do povo. Toma a 
forma de ditadura, presidencialismo, 
parlamentarismo, etc. 
SOBERANIA = Propriedade que tem o Estado 
de exercer seu poder supremo, sobrepondo-se a 
todos, sem limitações. É o poder supremo de um 
Estado ou a ele atribuído pelo povo (a quem o poder 
pertence) constituído em nação. Assim, a soberania 
nacional provém da soberania do povo [v. art. 14 
adiante] e se manifesta inclusive para fora de seu 
território, mediante sua capacidade jurídica de se 
impor perante a comunidade internacional, 
contraindo obrigações externas, ou evitando 
interferência estrangeira interna, dentro de suas 
fronteiras. 
DEMOCRACIA = É o governo do povo, pelo 
povo e para o povo, que é quem tem o poder e se 
manifesta através do voto popular ao eleger seus 
representantes que governarão ou representarão 
seus interesses. 
MONARQUIA = Que vem do grego monarkia 
gerando a expressão latina monarchia, significa 
‘governo de um só’. É o poder político concentrado 
nas mãos de uma só pessoa, o monarca, tornando 
o Estado, “o próprio rei”. É, pois um governo único e 
soberano. 
REPÚBLICA = [Do latim res publica = coisa 
pública] compreende o sistema de governo criado 
em oposição à monarquia, para designar o regime 
político em que CHEFE DO PODER é escolhido 
ou eleito pelo povo de uma nação, ou seja, pela 
vontade popular, visando bem comum. FEDERAÇÃO = Consiste na união indissolúvel 
de Estados-Membros autônomos e independentes, 
de mesma nacionalidade, para formarem uma só 
entidade soberana, unidos, porém, por um governo 
comum. Ao adotar a forma FEDERATIVA o País 
pretende distribuir o poder entre seus Estados-
Membros, preservando, porém, a autonomia de 
seus próprios entes públicos, permitindo que 
aquelas unidades administrem livremente naquilo 
que não contrariem a Lei Maior. Em Federação, 
tudo o que se refere ao Estado soberano, ao País, 
diz-se federal e o que se refere aos Estados-
Membros, ou unidades da Federação, federados. 
No regime federativo há divisão de poderes, 
descentralizando-os ou repartindo certas 
competências para legislar e administrar, entre as 
unidades. 
Resumindo, constitui FORMA DE 
GOVERNO, a República, a Monarquia, etc.; e, por 
outro lado, SISTEMA DE GOVERNO, o 
Presidencialismo, o Parlamentarismo, etc. 
CHEFE DE ESTADO pode ser o Presidente 
ou o Monarca e CHEFE DE GOVERNO no 
Presidencialismo é o Presidente e no 
Parlamentarismo é o 1º Ministro. 
O Brasil escolheu como forma de Governo, a 
República e, como sistema, o Presidencialismo. 
Além disso, adotou, segundo a Nova Carta, o 
Estado Democrático de Direito, no qual impera a 
Lei, o Princípio da Legalidade, Lei legislada, em 
defesa da Democracia, consagrando o princípio de 
que “ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa, senão em virtude de lei” [art. 5.º, inc. 
II]. Estado Democrático, em oposição ao Estado 
Demagógico, no qual um falso líder conquista o 
Governo com promessas infundadas. 
Estado Democrático de Direito também significa 
aquele em que a sociedade organiza seu governo 
segundo os princípios da democracia, garantido por 
leis superiores, entre os quais aquele que diz que 
“todo o poder emana do povo e em seu nome será 
exercido”! 
 
TÍTULO IV 
Da Organização dos Poderes 
 
CAPÍTULO II 
DO PODER EXECUTIVO 
 
Seção I 
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA 
 
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo 
Presidente da República, auxiliado pelos Ministros 
de Estado. 
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL – MPE AM 2007/2008 – V_RG_S 
 
 13
(*) Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-
Presidente da República realizar-se-á, 
simultaneamente, noventa dias antes do término do 
mandato presidencial vigente. 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 16, de 04/06/97: 
"Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-
Presidente da República realizar-se-á, 
simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, 
em primeiro turno, e no último domingo de outubro, 
em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do 
término do mandato presidencial vigente."§ 1º - A 
eleição do Presidente da República importará a do 
Vice-Presidente com ele registrado. 
§ 2º - Será considerado eleito Presidente o 
candidato que, registrado por partido político, obtiver 
a maioria absoluta de votos, não computados os em 
branco e os nulos. 
§ 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria 
absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição 
em até vinte dias após a proclamação do resultado, 
concorrendo os dois candidatos mais votados e 
considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria 
dos votos válidos. 
§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, 
ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de 
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, 
o de maior votação. 
§ 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, 
remanescer, em segundo lugar, mais de um 
candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o 
mais idoso. 
 
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da 
República tomarão posse em sessão do Congresso 
Nacional, prestando o compromisso de manter, 
defender e cumprir a Constituição, observar as leis, 
promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a 
união, a integridade e a independência do Brasil. 
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data 
fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver 
assumido o cargo, este será declarado vago. 
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de 
impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-
Presidente. 
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, 
além de outras atribuições que lhe forem conferidas 
por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre 
que por ele convocado para missões especiais. 
 
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente 
e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos 
cargos, serão sucessivamente chamados ao 
exercício da Presidência o Presidente da Câmara 
dos Deputados, o do Senado Federal e o do 
Supremo Tribunal Federal. 
 
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-
Presidente da República, far-se-á eleição noventa 
dias depois de aberta a última vaga. 
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois 
anos do período presidencial, a eleição para ambos 
os cargos será feita trinta dias depois da última 
vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. 
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão 
completar o período de seus antecessores. 
(*) Art. 82. O mandato do Presidente da 
República é de cinco anos, vedada a reeleição para 
o período subseqüente, e terá início em 1º de janeiro 
do ano seguinte ao da sua eleição 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
de Revisão nº 5, de 07/06/94: 
"Art. 82. O mandato do Presidente da República 
é de quatro anos, vedada a reeleição para o período 
subseqüente, e terá início em 1º de janeiro do ano 
seguinte ao da sua eleição." 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 16, de 04/06/97: 
"Art. 82. O mandato do Presidente da República 
é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro 
do ano seguinte ao da sua eleição." 
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da 
República não poderão, sem licençado Congresso 
Nacional, ausentar-se do País por período superior a 
quinze dias, sob pena de perda do cargo. 
 
Seção II 
Das Atribuições do Presidente da República 
 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente 
da República: 
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; 
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de 
Estado, a direção superior da administração federal; 
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos 
casos previstos nesta Constituição; 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, 
bem como expedir decretos e regulamentos para 
sua fiel execução; 
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; 
VI - dispor sobre a organização e o 
funcionamento da administração federal, na forma 
da lei; 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 32, de 11/9/2001: 
VI – dispor, mediante decreto, sobre: 
Alínea incluída pela Emenda Constitucional nº 
32, de 11/9/2001: 
a) organização e funcionamento da 
administração federal, quando não implicar aumento 
de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos; 
Alínea incluída pela Emenda Constitucional nº 
32, de 11/9/2001: 
b) extinção de funções ou cargos públicos, 
quando vagos; 
VII - manter relações com Estados estrangeiros e 
acreditar seus representantes diplomáticos; 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos 
internacionais, sujeitos a referendo do Congresso 
Nacional; 
IX - decretar o estado de defesa e o estado de 
sítio; 
X - decretar e executar a intervenção federal; 
XI - remeter mensagem e plano de governo ao 
Congresso Nacional por ocasião da abertura da 
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL – MPE AM 2007/2008 – V_RG_S 
 
 14
sessão legislativa, expondo a situação do País e 
solicitando as providências que julgar necessárias; 
XII - conceder indulto e comutar penas, com 
audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em 
lei; 
(*) XIII - exercer o comando supremo das Forças 
Armadas, promover seus oficiais-generais e nomeá-
los para os cargos que lhes são privativos; 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 23, de 02/09/99: 
" XIII - exercer o comando supremo das Forças 
Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do 
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-
generais e nomeá-los para os cargos que lhes são 
privativos;"XIV - nomear, após aprovação pelo 
Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal 
Federal e dos Tribunais Superiores, os 
Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da 
República, o presidente e os diretores do Banco 
Central e outros servidores, quando determinado em 
lei; 
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os 
Ministros do Tribunal de Contas da União; 
XVI - nomear os magistrados, nos casos 
previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da 
União; 
XVII - nomear membros do Conselho da 
República, nos termos do art. 89, VII; 
XVIII - convocar e presidir o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa Nacional; 
XIX - declarar guerra, no caso de agressão 
estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou 
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo 
das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, 
decretar, total ou parcialmente, a mobilização 
nacional; 
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o 
referendo do Congresso Nacional; 
XXI - conferir condecorações e distinções 
honoríficas; 
XXII - permitir, nos casos previstos em lei 
complementar, que forças estrangeiras transitem 
pelo território nacional ou nele permaneçam 
temporariamente; 
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano 
plurianual, o projeto de lei de diretrizes 
orçamentárias e as propostas de orçamento 
previstos nesta Constituição; 
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso 
Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura 
da sessão legislativa, as contas referentes ao 
exercício anterior; 
XXV - prover e extinguir os cargos públicos 
federais, na forma da lei; 
XXVI - editar medidas provisórias com força de 
lei, nos termos do art. 62; 
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta 
Constituição. 
Parágrafo único. O Presidente da República 
poderá delegar as atribuições mencionadas nos 
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros 
de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao 
Advogado-Geral da União, que observarão os limites 
traçados nas respectivas delegações. 
 
Seção III 
Da Responsabilidade do Presidente da 
República 
 
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos 
do Presidente da República que atentem contra a 
Constituição Federal e, especialmente, contra: 
I - a existência da União; 
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do 
Poder Judiciário, do Ministério Público e dos 
Poderes constitucionais das unidades da Federação; 
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e 
sociais; 
IV - a segurança interna do País; 
V - a probidade na administração; 
VI - a lei orçamentária; 
VII - o cumprimento das leis e das decisões 
judiciais. 
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos 
em lei especial, que estabelecerá as normas de 
processo e julgamento. 
 
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente 
da República, por dois terços da Câmara dos 
Deputados, será ele submetido a julgamento perante 
o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais 
comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes 
de responsabilidade. 
§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas 
funções: 
I - nas infrações penais comuns, se recebida a 
denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal 
Federal; 
II - nos crimes de responsabilidade, após a 
instauração do processo pelo Senado Federal. 
§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta 
dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o 
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular 
prosseguimento do processo. 
§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença 
condenatória, nas infrações comuns, o Presidente 
da República não estará sujeito a prisão. 
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de 
seu mandato, não pode ser responsabilizado por 
atos estranhos ao exercício de suas funções. 
 
Seção IV 
DOS MINISTROS DE ESTADO 
 
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos 
dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no 
exercício dos direitos políticos. 
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, 
além de outras atribuições estabelecidas nesta 
Constituição e na lei: 
I - exercer a orientação, coordenação e 
supervisão dos órgãos e entidades da administração 
federal na área de sua competência e referendar os 
atos e decretos assinados pelo Presidente da 
República; 
II - expedir instruções para a execução das leis, 
decretos e regulamentos; 
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL – MPE AM 2007/2008 – V_RG_S 
 
 15
III - apresentar ao Presidente da República 
relatório anual de sua gestão no Ministério; 
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições 
que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo 
Presidente da República. 
 
Art. 88. A lei disporá sobre a criação, 
estruturação e atribuições dos Ministérios. 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 32, de 11/9/2001: 
 
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção 
de Ministérios e órgãos da administração 
pública."(NR) 
 
Seção V 
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO 
CONSELHO DE DEFESA NACIONAL 
 
Subseção I 
Do Conselho da República 
 
Art. 89. O Conselho da República é órgão 
superior de consulta do Presidente da República, e 
dele participam: 
I - o Vice-Presidente da República; 
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - o Presidente do Senado Federal; 
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara 
dos Deputados; 
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado 
Federal; 
VI - o Ministro da Justiça; 
VII - seis cidadãos brasileiros natos,com mais de 
trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados 
pelo Presidente da República, dois eleitos pelo 
Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos 
Deputados, todos com mandato de três anos, 
vedada a recondução. 
 
Art. 90. Compete ao Conselho da República 
pronunciar-se sobre: 
I - intervenção federal, estado de defesa e estado 
de sítio; 
II - as questões relevantes para a estabilidade 
das instituições democráticas. 
§ 1º - O Presidente da República poderá 
convocar Ministro de Estado para participar da 
reunião do Conselho, quando constar da pauta 
questão relacionada com o respectivo Ministério. 
§ 2º - A lei regulará a organização e o 
funcionamento do Conselho da República. 
 
Subseção II 
Do Conselho de Defesa Nacional 
 
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão 
de consulta do Presidente da República nos 
assuntos relacionados com a soberania nacional e a 
defesa do Estado democrático, e dele participam 
como membros natos: 
I - o Vice-Presidente da República; 
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - o Presidente do Senado Federal; 
IV - o Ministro da Justiça; 
(*) V - os Ministros militares; 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 23, de 02/09/99: 
" V - o Ministro de Estado da Defesa;"VI - o 
Ministro das Relações Exteriores; 
VII - o Ministro do Planejamento. 
Inciso incluído pela Emenda Constitucional nº 
23, de 02/09/99: 
" VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército 
e da Aeronáutica."§ 1º - Compete ao Conselho de 
Defesa Nacional: 
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra 
e de celebração da paz, nos termos desta 
Constituição; 
II - opinar sobre a decretação do estado de 
defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; 
III - propor os critérios e condições de utilização 
de áreas indispensáveis à segurança do território 
nacional e opinar sobre seu efetivo uso, 
especialmente na faixa de fronteira e nas 
relacionadas com a preservação e a exploração dos 
recursos naturais de qualquer tipo; 
IV - estudar, propor e acompanhar o 
desenvolvimento de iniciativas necessárias a 
garantir a independência nacional e a defesa do 
Estado democrático. 
§ 2º - A lei regulará a organização e o 
funcionamento do Conselho de Defesa Nacional. 
 
 
 
 
DEFESA DO ESTADO E DAS 
INSTITUIÇÕES 
DEMOCRÁTICAS: 
SEGURANÇA PÚBLICA; 
ORGANIZAÇÃO DA 
SEGURANÇA PÚBLICA 
 
TÍTULO V 
Da Defesa do Estado e Das Instituições 
Democráticas 
 
CAPÍTULO I 
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE 
SÍTIO 
 
Seção I 
DO ESTADO DE DEFESA 
 
Art. 136. O Presidente da República pode, 
ouvidos o Conselho da República e o Conselho de 
Defesa Nacional, decretar estado de defesa para 
preservar ou prontamente restabelecer, em locais 
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz 
social ameaçadas por grave e iminente instabilidade 
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL – MPE AM 2007/2008 – V_RG_S 
 
 16
institucional ou atingidas por calamidades de 
grandes proporções na natureza. 
§ 1º - O decreto que instituir o estado de defesa 
determinará o tempo de sua duração, especificará 
as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos 
e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, 
dentre as seguintes: 
I - restrições aos direitos de: 
a) reunião, ainda que exercida no seio das 
associações; 
b) sigilo de correspondência; 
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; 
II - ocupação e uso temporário de bens e 
serviços públicos, na hipótese de calamidade 
pública, respondendo a União pelos danos e custos 
decorrentes. 
§ 2º - O tempo de duração do estado de defesa 
não será superior a trinta dias, podendo ser 
prorrogado uma vez, por igual período, se 
persistirem as razões que justificaram a sua 
decretação. 
§ 3º - Na vigência do estado de defesa: 
I - a prisão por crime contra o Estado, 
determinada pelo executor da medida, será por este 
comunicada imediatamente ao juiz competente, que 
a relaxará, se não for legal, facultado ao preso 
requerer exame de corpo de delito à autoridade 
policial; 
II - a comunicação será acompanhada de 
declaração, pela autoridade, do estado físico e 
mental do detido no momento de sua autuação; 
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não 
poderá ser superior a dez dias, salvo quando 
autorizada pelo Poder Judiciário; 
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. 
§ 4º - Decretado o estado de defesa ou sua 
prorrogação, o Presidente da República, dentro de 
vinte e quatro horas, submeterá o ato com a 
respectiva justificação ao Congresso Nacional, que 
decidirá por maioria absoluta. 
§ 5º - Se o Congresso Nacional estiver em 
recesso, será convocado, extraordinariamente, no 
prazo de cinco dias. 
§ 6º - O Congresso Nacional apreciará o decreto 
dentro de dez dias contados de seu recebimento, 
devendo continuar funcionando enquanto vigorar o 
estado de defesa. 
§ 7º - Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o 
estado de defesa. 
 
CAPÍTULO III 
DA SEGURANÇA PÚBLICA 
 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, 
direito e responsabilidade de todos, é exercida para 
a preservação da ordem pública e da incolumidade 
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes 
órgãos: 
I - polícia federal; 
II - polícia rodoviária federal; 
III - polícia ferroviária federal; 
IV - polícias civis; 
V - polícias militares e corpos de bombeiros 
militares. 
(*) § 1º - A polícia federal, instituída por lei como 
órgão permanente, estruturado em carreira, destina-
se a: 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 04/06/98: 
"§ 1º A polícia federal, instituída por lei como 
órgão permanente, organizado e mantido pela União 
e estruturado em carreira, destina-se a:"I - apurar 
infrações penais contra a ordem política e social ou 
em detrimento de bens, serviços e interesses da 
União ou de suas entidades autárquicas e empresas 
públicas, assim como outras infrações cuja prática 
tenha repercussão interestadual ou internacional e 
exija repressão uniforme, segundo se dispuser em 
lei; 
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o 
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de 
outros órgãos públicos nas respectivas áreas de 
competência; 
(*) III - exercer as funções de polícia marítima, 
aérea e de fronteiras; 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 04/06/98: 
"III - exercer as funções de polícia marítima, 
aeroportuária e de fronteiras;"IV - exercer, com 
exclusividade, as funções de polícia judiciária da 
União. 
(*) § 2º - A polícia rodoviária federal, órgão 
permanente, estruturado em carreira, destina-se, na 
forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das 
rodovias federais. 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 04/06/98: 
"§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão 
permanente, organizado e mantido pela União e 
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, 
ao patrulhamento ostensivo das rodovias 
federais."(*) § 3º - A polícia ferroviária federal, órgão 
permanente, estruturado em carreira, destina-se, na 
forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das 
ferrovias federais. 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 04/06/98: 
"§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão 
permanente, organizado e mantido pela União e 
estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, 
ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais."§ 
4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de 
polícia de carreira, incumbem, ressalvada a 
competência da União, as funções de polícia 
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto 
as militares. 
§ 5º - às polícias militares cabem a polícia 
ostensiva e a preservação da ordem pública; aos 
corpos de bombeiros militares,além das atribuições 
definidas em lei, incumbe a execução de atividades 
de defesa civil. 
§ 6º - As polícias militares e corpos de bombeiros 
militares, forças auxiliares e reserva do Exército, 
subordinam-se, juntamente com as polícias civis, 
aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Territórios. 
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL – MPE AM 2007/2008 – V_RG_S 
 
 17
§ 7º - A lei disciplinará a organização e o 
funcionamento dos órgãos responsáveis pela 
segurança pública, de maneira a garantir a eficiência 
de suas atividades. 
§ 8º - Os Municípios poderão constituir guardas 
municipais destinadas à proteção de seus bens, 
serviços e instalações, conforme dispuser a lei. 
Parágrafo incluído pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 04/06/98: 
"§ 9º A remuneração dos servidores policiais 
integrantes dos órgãos relacionados neste artigo 
será fixada na forma do § 4º do art. 39." 
 
ORDEM SOCIAL: BASE E 
OBJETIVOS DA ORDEM 
SOCIAL; SEGURIDADE 
SOCIAL; EDUCAÇÃO, 
CULTURA E DESPORTO; 
CIÊNCIA E TECNOLOGIA; 
COMUNICAÇÃO SOCIAL; 
MEIO AMBIENTE; FAMÍLIA, 
CRIANÇA, ADOLESCENTE E 
IDOSO 
 
TÍTULO VIII 
Da Ordem Social 
 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÃO GERAL 
 
Art. 193. A ordem social tem como base o 
primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e 
a justiça sociais. 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO II 
DA SEGURIDADE SOCIAL 
 
Seção I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 194. A seguridade social compreende um 
conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a 
assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos 
termos da lei, organizar a seguridade social, com 
base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e 
serviços às populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação 
dos benefícios e serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - eqüidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
(*) VII - caráter democrático e descentralizado da 
gestão administrativa, com a participação da 
comunidade, em especial de trabalhadores, 
empresários e aposentados. 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 15/12/98: 
"VII - caráter democrático e descentralizado da 
administração, mediante gestão quadripartite, com 
participação dos trabalhadores, dos empregadores, 
dos aposentados e do Governo nos órgãos 
colegiados." 
 
Art. 195. A seguridade social será financiada por 
toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos 
termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, e das seguintes 
contribuições sociais: 
(*) I - dos empregadores, incidente sobre a folha 
de salários, o faturamento e o lucro; 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 15/12/98: 
"I - do empregador, da empresa e da entidade a 
ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do 
trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à 
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem 
vínculo empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro;"(*) II - dos trabalhadores; 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 15/12/98: 
"II - do trabalhador e dos demais segurados da 
previdência social, não incidindo contribuição sobre 
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime 
geral de previdência social de que trata o art. 201;"III 
- sobre a receita de concursos de prognósticos. 
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios destinadas à seguridade social 
constarão dos respectivos orçamentos, não 
integrando o orçamento da União. 
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade 
social será elaborada de forma integrada pelos 
órgãos responsáveis pela saúde, previdência social 
e assistência social, tendo em vista as metas e 
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes 
orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de 
seus recursos. 
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema 
da seguridade social, como estabelecido em lei, não 
poderá contratar com o Poder Público nem dele 
receber benefícios ou incentivos fiscais ou 
creditícios. 
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes 
destinadas a garantir a manutenção ou expansão da 
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, 
I. 
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da 
seguridade social poderá ser criado, majorado ou 
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL – MPE AM 2007/2008 – V_RG_S 
 
 18
estendido sem a correspondente fonte de custeio 
total. 
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este 
artigo só poderão ser exigidas após decorridos 
noventa dias da data da publicação da lei que as 
houver instituído ou modificado, não se lhes 
aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
§ 7º - São isentas de contribuição para a 
seguridade social as entidades beneficentes de 
assistência social que atendam às exigências 
estabelecidas em lei. 
(*) § 8º - O produtor, o parceiro, o meeiro e o 
arrendatário rurais, o garimpeiro e o pescador 
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que 
exerçam suas atividades em regime de economia 
familiar, sem empregados permanentes, contribuirão 
para a seguridade social mediante a aplicação de 
uma alíquota sobre o resultado da comercialização 
da produção e farão jus aos benefícios nos termos 
da lei. 
(*) Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 15/12/98: 
"§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o 
arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem 
como os respectivos cônjuges, que exerçam suas 
atividades em regime de economia familiar, sem 
empregados permanentes, contribuirão para a 
seguridade social mediante a aplicação de uma 
alíquota sobre o resultado da comercialização da 
produção e farão jus aos benefícios nos termos da 
lei."Parágrafo incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98: 
"§ 9° As contribuições sociais previstas no inciso I 
deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de 
cálculo diferenciadas, em razão da atividade 
econômica ou da utilização intensiva de mão-de-
obra."Parágrafo incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98: 
"§ 10. A lei definirá os critérios de transferência 
de recursos para o sistema único de saúde e ações 
de assistência social da União para os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para 
os Municípios, observada a respectiva contrapartida 
de recursos."Parágrafo incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98: 
"§ 11. É vedada a concessão de remissão ou 
anistia das contribuições sociais de que tratam os 
incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em 
montante superior ao fixado em lei complementar." 
Seção II 
DA SAÚDE 
 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do 
Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de 
doença e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação. 
 
Art. 197. São de relevância pública as ações e 
serviços de saúde, cabendo ao Poder Público 
dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, 
fiscalização e controle, devendo sua execução ser 
feita diretamente ou através de terceiros e, também, 
por pessoa física ou jurídica de direito privado. 
 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde 
integram uma rede regionalizada e hierarquizada e 
constituem um sistema único, organizado de acordo 
com as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada 
esfera de governo;

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