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O Governo de Getúlio Vargas em seus aspectos políticos e socioeconômicos

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Introdução
A história do Brasil, a partir de 1930, identifica a formação de uma ideologia 
industrializante que se fundamenta em alguns elementos. Primeiramente, essa ideologia está baseada na ideia de desenvolvimentismo do país, a qual se concretizava por países industriais – já que se passava a vincular à indústria a ideia de progresso – que possibilitaram a parcial superação do subdesenvolvimento brasileiro. Por conseguinte, essa ideologia também é alicerçada pela necessidade veemente de intervenção do Estado na economia, dada a característica nacionalista exercida pelo Estado neste período para que sejam criadas as bases de desenvolvimentismo.
Ainda dois outros fatores históricos possibilitam que essa ideologia fosse originada e difundida em termos industriais, são eles: primeiro há a utilização da capacidade ociosa da indústria nos anos 20 e a crença no crescimento industrial sucessivo. Em segundo lugar, o Estado cria um arcabouço regulatório capaz de controlar a atividade econômica, o que fornece legitimidade no processo de intervenção e ação estatal.
Para detalhar os reflexos e a criação do arcabouço regulatório do Estado, vale ressaltar que a ideologia industrializante formada no período de 1930-1945 possibilitou a criação de um Estado Nacional e de um Estado Capitalista visando à industrialização (que anteriormente tinha como foco praticamente total o modo de produção agroexportador), na medida em que houve a legitimação da participação social em toda a política desenvolvimentista implantada pelo Estado. É justamente esta aceitação popular, baseada na ideologia industrializante que permite a constituição do Estado no Brasil no período anunciado. Tanto a Revolução de 30 
quanto o Golpe de 37 dão ao Estado a possibilidade de estruturar o Estado Nacionalista concomitante a um Estado Capitalista. O Estado Capitalista é formado a partir do instante em que as bases para acumulação do capital produtivo estão postas através da regulamentação das leis de trabalho, o controle da ação dos sindicatos e os investimentos em infraestrutura através do incentivo e crédito destinados à comunicação, transporte e energia.
No entanto, na mesma via se constituiu a formação de um Estado Nacional que 
possibilita ao governo delinear o espaço de soberania nacional, e por outro lado o Estado passa a controlar todos os mecanismos econômicos através do Banco do Brasil que desempenha um papel de agente fiscal, banco comercial e Banco Central.
Os conselhos, como o Conselho Nacional do Petróleo e o Conselho de Minas e Metalurgia, possibilitaram ao Estado intervir nas relações industriais com o intuito de promover o crescimento econômico do país através de regulações para indicar fundamentos para financiamentos e gastos públicos. Os Institutos, como o Instituto Nacional do Açúcar e do Álcool e do Sal, possibilitaram ao Estado regulamentar a atividade agrária, além do IBGE que com sua criação em 1938 possibilitou ao Estado ter posse de uma base estatística que ajudasse na tomada de decisão. A criação do DASP (Departamento Administrativo de Serviço Público) em 1938 possibilitou ao Estado a capacidade de direcionar o orçamento.
É possível a argumentação que no período de 1930-1945 o Estado se constituiu de forma nacionalista em virtude da criação, regulamentação e controle de todos os mecanismos de acumulação de capital como os salários, o crédito, as taxas de juros e o câmbio, além de formalizar uma máquina burocrático-administrativa capaz de controlar todos os setores da atividade industrial e todas as classes sociais.
Um dos pontos fundamentais para reconhecer a Era Vargas como um período de forte reconhecimento histórico de grande significância para o desenvolvimento da Nação é a Revolução de 30, onde o Estado toma uma conotação intervencionista e nacional incentivando a industrialização e fundamentando as bases para acumulação capitalista via produção industrial, conforme explica Bielschowsky em “Pensamento econômico brasileiro: o ciclo 
ideológico do desenvolvimento”. A Revolução se desencadeia quando Getúlio é levado ao poder, em outubro de 1930, mas esta não significou a mobilização de massas, e sim uma briga de interesses entre elites (elite agro versus elite militar), resultando na existência de uma hegemonia de classes industriais e agroexportadoras que será notada no desenvolvimento econômico de todo período em questão, e irá impor direcionamentos políticos com o objetivo de promover o processo de industrialização.
A Era Vargas foi de cunho populista, e esta é uma das razões para que surjam diversas críticas fundamentadas no modo de direcionamento do governo na época. O nacionalismo e a intervenção do Estado na economia foram algumas das principais razões que priorizaram o setor industrial através de propostas de alteração nas estruturas sócio econômicas. 
A falta de investimentos prévios para a construção de indústrias de base dificultou a expansão industrial que era uma novidade para o momento. O Estado se vê obrigado a adotar uma nova forma política de intervir na economia. Se até então o Estado organizava e centralizava, intensificando os processos econômicos já existentes, a partir daquele momento ele passou, através da instalação de novas indústrias estatais, para o papel de investidor, ampliando as bases produtivas e melhorando a infraestrutura para o desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Além dessas formas de intervenção do Estado, ele pôde se fortalecer assumindo o papel de instrumento de realização de interesses já diferenciados: das oligarquias 
rurais, quer ligadas à exportação, quer ao mercado interno; da burguesia industrial que se ia desenvolvendo sob sua proteção.
Dentro deste contexto é importante perceber em qual cenário econômico o Governo Vargas estava inserido para assim justificar/discordar de suas ações políticas. Aparentemente 13 o Brasil estava sem grande preparação concreta para assumir um desafio industrial, e é neste sentido que cabe a verificação das atuações políticas, econômicas e sociais dentro das condições dadas.
O capitalismo tardio trouxe sérios prejuízos para economia nacional, interferindo diretamente na posição assumida pelo Brasil nos dias de hoje em que estamos bem alocados mundialmente perante nossos pares emergentes ao tratarmos de questões econômicas, porém, poderíamos estar em posição ainda melhor caso os vestígios coloniais não tivessem sido tão marcantes em nosso passado.
Muito se ouve falar do governo de Getúlio Vargas. Críticas positivas e negativas são postas em discussões geralmente direcionadas para a questão do desenvolvimento econômico. Analisando através da ótica industrializante da época, o desenvolvimento está totalmente relacionado à questão industrial, que teve um significativo salto qualitativo e quantitativo no período compreendido entre 1930-1945.
O período estudado, portanto, tem uma imensa importância para o Brasil por ter criado bases econômicas sociais para o início de uma nova fase do modo de produção que tentaria, com eficácia restrita, compor deficiências de cunho capitalista que não foram trabalhadas em períodos anteriores.
A forma com que Vargas dirigiu seu governo deve ser estudada na tentativa de 
compreensão do cenário instalado, pois ela trará os indicadores que levaram a determinada ação e, com eles, a possibilidade de reconhecimento do principal objetivo a ser alcançado.
A justificativa do trabalho se dá pelo forte impulso que a questão industrial trazida 
pela Era Vargas causou na economia, diferentemente do período anterior representado pela República Velha que manteve por um longo período, e sem grandes oscilações, uma economia agroexportadora. Todas as políticas adotadas neste governo interferiram direta ou indiretamente na política industrial da época, e em virtude disso merecem grande atenção por terem sido a base para a política industrial que se desenvolveu ao longo do processo de industrialização brasileiro.
Sendo assim, pergunta-se quais políticas foram adotadas buscando o desenvolvimento econômicode 1930 a 1945 e a relevância do período para a sociedade.
Breve Historico
Getúlio Dornelles Vargas (São Borja, 19 de abril de 1882 — Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1954) foi um advogado e político brasileiro, líder civil da Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha, depondo seu 13º e último presidente Washington Luís e impedindo a posse do presidente eleito em 1 de março de 1930, Júlio Prestes.
Foi presidente do Brasil em dois períodos. O primeiro de 15 anos ininterruptos, de 1930 até 1945, e que dividiu-se em 3 fases: de 1930 a 1934, como chefe do "Governo Provisório"; de 1934 até 1937 como presidente da república do Governo Constitucional, tendo sido eleito presidente da república pela Assembleia Nacional Constituinte de 1934; e de 1937 a 1945, como presidente-ditador, enquanto durou o Estado Novo implantado após um golpe de estado.
Chegada ao poder
Em 1929 e criada a Aliança Liberal, para fazer oposição à candidatura de Júlio Prestes à presidência da república. Formavam a Aliança Liberal: Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba e partidos políticos de oposição de diversos estados, inclusive do Partido Democrático (1930) de São Paulo.
A Aliança Liberal teve o apoio de intelectuais como José Américo de Almeida, João Neves da Fontoura, Lindolfo Collor, Virgílio Alvim de Melo Franco, Afrânio de Melo Franco Júlio de Mesquita Filho, Plínio Barreto e Pedro Ernesto, de membros das camadas médias urbanas, na época chamadas de "classes liberais" que se opunham às "classes conservadoras" formadas pelas associações comerciais e fazendeiros. No Rio Grande do Sul, o grande articulador da Aliança Liberal foi Osvaldo Aranha.
A Aliança Liberal contou com o apoio, também, da corrente político-militar chamada "Tenentismo". Destacavam-se, entre os tenentes: Cordeiro de Farias, Newton de Andrade Cavalcanti, Eduardo Gomes, Antônio de Siqueira Campos, João Alberto Lins de Barros, Juarez Távora, Luís Carlos Prestes, João Cabanas, Newton Estillac Leal, Filinto Müller e os três tenentes conhecidos como os "tenentes de Juarez": Juracy Magalhães, Agildo Barata e Jurandir Bizarria Mamede. E ainda na marinha do Brasil: Ernâni do Amaral Peixoto, Ari Parreiras, Augusto do Amaral Peixoto, Protógenes Pereira Guimarães. E o general reformado Isidoro Dias Lopes, o general honorário do exército brasileiro José Antônio Flores da Cunha e o major da Polícia Militar de São Paulo Miguel Costa. O tenente Cordeiro de Farias, que chegou a marechal, afirmou, em suas memórias, que os tenentes estavam em minoria no exército brasileiro em 1930, mas que mesmo assim fizeram a revolução de 1930.33
Os objetivos e os ideais da Aliança Liberal podem ser sintetizados pela frase do presidente de Minas Gerais, Antônio Carlos, que afirmava, ainda em 1929, em um discurso interpretado como um presságio e uma demonstração do instinto de sobrevivência de um político experiente, ao implantar, em Belo Horizonte, pela primeira vez no Brasil, o voto secreto:
 "Façamos serenamente a revolução, antes que o povo a faça pela violência".
Mesmo tendo perdido para Julio Prestes, Vargas alcançou o poder no mesmo ano, depois de protagonizar um golpe de Estado com apoio do exército. Governou por decretos até 1934, ano em que foi eleito presidente constitucional pelo Congresso. Em 1937, proclamou o estado de exceção, proibiu todas as organizações políticas, dissolveu o Congresso e declarou o Estado Novo.
O Governo Provisório (1930 - 1934)
Em 3 de novembro de 1930, a Junta Militar Provisória passou o poder, no Palácio do Catete, a Getúlio Vargas, (que vestia farda militar pela última vez na vida), encerrando a chamada República Velha. No discurso de posse, Getúlio estabelece 17 metas a serem cumpridas pelo Governo Provisório.
Getúlio tornou-se Chefe do Governo Provisório com amplos poderes. Os revolucionários não aceitavam o título "Presidente da República". Seu governo provisório foi o segundo da república. O primeiro governo provisório fora o de Deodoro da Fonseca. Getúlio governava através de decretos que tinham força de lei. Esses decretos sempre começavam assim: "- O 'Chefe do Governo Provisório' da República dos Estados Unidos do Brasil, considerando que:..." No dia 11 de novembro de 1930 foi baixado o decreto nº 19.39856 que instituiu e regulamentou o funcionamento do Governo Provisório. Este decreto:
Suspendeu as garantias constitucionais da Constituição de 1891, exceto o habeas corpus para crimes comuns.
Confirmava a dissolução do Congresso Nacional do Brasil, dos congressos estaduais e das câmaras municipais. Os deputados, senadores e presidentes de estados, eleitos em 1930, nunca chegaram a tomar posse dos seus mandatos.
Confirmava também todos os atos da Junta Militar Provisória.
Autorizou Getúlio a nomear e exonerar, a seu livre critério, interventores para os governos estaduais, na maioria tenentes que participaram da Revolução de 1930.
Excluía de apreciação judicial os atos do Governo Provisório e os atos dos interventores federais nos estados. Assim, nenhum ato e nenhum decreto do Governo Provisório e dos interventores podia ser contestado na justiça brasileira.
A atuação dos interventores federais nos estados era disciplinada, no Governo Provisório, pelo "Código dos Interventores", nome pelo qual ficou conhecido o decreto nº 20.348, de 29 de agosto de 1931, que instituiu "conselhos consultivos nos Estados, no Distrito Federal e nos municípios e estabelece normas, sobre a administração local"
A realização das promessas da Aliança Liberal e da Revolução de 1930
Getúlio Vargas cumpriu as principais promessas da Revolução de 1930, as quais foram:
Anistiou, através do decreto nº 19.39563 , de 8 de novembro de 1930, "todos os civis e militares envolvidos nos movimentos revolucionários ocorridos no país", o que incluía todos os revolucionários dos anos 1920: Levante do Forte de Copacabana de 1922, Revolução de 1924 e da Coluna Prestes.
Criou, pelo decreto nº 19.433, de 26 de novembro de 193064 , o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, (posteriormente desmembrado em Ministério do Trabalho e Ministério da Indústria e Comércio), e criou o Ministério da Educação e Saúde Pública, pelo decreto nº 19.402, de 14 de novembro de 193065 , e que foi, posteriormente, desmembrado em Ministério da Saúde e Ministério da Educação e Cultura, o Mec.
Criou, em 24 de fevereiro de 1932, (o dia 24 de fevereiro lembra a data da Constituição de 1891) o primeiro Código Eleitoral do Brasil, pelo decreto nº 21.07666 , que estabelecia: o voto obrigatório, o voto secreto, o voto feminino e a Justiça Eleitoral e ordenava novo alistamento eleitoral. Esse Código Eleitoral fez diminuir muito a fraude eleitoral no Brasil. Ficou mantida, porém, a proibição do voto aos mendigos, aos analfabetos, aos menores de 21 anos de idade e aos praças das forças armadas.
Em 14 de maio de 1932, pelo decreto 21.40267 , foram marcadas eleições diretas e secretas para o dia 3 de maio de 1933, com o objetivo de eleger os membros de uma Assembleia Nacional Constituinte.
Ampliou os direitos trabalhistas, consolidando-os pela CLT, instituída mais tarde em 1943.
Houve uma tentativa enérgica de cortes de gastos públicos, que fora promessa da Aliança Liberal, para eliminar o déficit público no orçamento federal. Esta tentativa que foi muito prejudicada pelos grandes gastos que o Governo Provisório foi obrigado a realizar por causa das compras dos estoques de café, ordenadas pelo decreto nº 19.68868 , de 11 de fevereiro de 1931, o qual foi modificado pelo decreto nº 20.00369 , de 16 de maio de 1931, por causa da guerra contra os paulistas em 1932, guerra esta que ocasionou grandes despesas, e, pela "Grande Seca", ocorrida no nordeste do Brasil, também em 1932, e que ocasionou queda da arrecadação de impostos e grandes gastos no socorro às vítimas da "Grande Seca" de 1932.
Revolução Constitucionalista de 1932
A Revolução Constitucionalista de 1932 aconteceu em São Paulo e foi uma insurreição contráriaao novo quadro político que se instaurou no país após a Revolução de 1930.
As elites paulistas, as classes mais favorecidas pelo sistema que vigorou na Primeira República, almejavam, com essa agitação, reaver o domínio político que haviam perdido com a Revolução de 1930. Além deste fato, a demora do governo provisório de Getúlio Vargas em convocar a Assembléia Constituinte suscitava muita insatisfação, especialmente no Estado de São Paulo. No começo do ano de 1932, o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Democrático (PD) lançam uma campanha a favor da Carta. Constitucional do país e do término da interferência federal nos estados.
A repercussão popular é grande, o sentimento de patriotismo brota nos corações paulistas, tornando mais forte o ideal de liberdade e a disposição de se lutar por ele. No dia 23 de maio de 1932, durante a realização de um ato político no centro da cidade de São Paulo, a polícia coíbe os manifestantes, ocasionando a morte de quatro estudantes. Em homenagem a esses quatro jovens, o movimento passa a chamar-se MMDC – iniciais de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, os mortos – e amplia a base de apoio entre a classe média. Em 9 de julho começa a rebelião armada, está deflagrada a Revolução Constitucionalista. Um grande número de civis ingressa espontaneamente no corpo de infantaria e é transferido para as três grandes frentes de batalha, no limite entre Minas Gerais, Paraná e Vale do Paraíba.
O Estado se mobiliza, milhares de pessoas de todas as classes sociais doam pratarias, jóias e alianças para ajudar financeiramente a revolução e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp – incumbiu as empresas brasileiras de fabricar armamento militar. Organizações civis forneciam fardas, auxílio, alimento e ajudavam na inscrição de voluntários. Todo o Estado, unido, trabalhava com garra para a vitória da causa paulista.
Os comandantes militares, Isidoro Dias Lopes, Bertoldo Klinger e Euclydes Figueiredo, no entanto, sabiam que as forças federais eram superiores. Eles contam com a união e a ajuda garantida por outros estados, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Mas o apoio não chega, e São Paulo é cercado pelas tropas legalistas. Após ajustes, envolvendo indulto aos rebeldes e facilidades para o exílio dos líderes civis e militares do movimento, os paulistas anunciam sua rendição em 3 de outubro de 1932.
As realizações do Governo Provisório
Durante o governo provisório, Getúlio Vargas deu início à modernização do Estado brasileiro.
Em 18 de novembro de 1930, criou, através do decreto nº 19.408, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Em 12 de dezembro de 1930, através do decreto nº 19.482 , é fortemente restringida a entrada de imigrantes no Brasil, medida que vigorou até 1933, para evitar o aumento do número de desempregados, na época, chamados de sem-trabalho, e também exigido, por este decreto, que todas as empresas brasileiras tenham, pelo menos, 2/3 de trabalhadores brasileiros em seus quadros
Em 15 de dezembro de 1930, pelo decreto nº 19.488, reduz o número de feriados nacionais de doze para seis. Este decreto nº 19.488 eliminara o feriado de Tiradentes, o qual foi restabelecido pelo decreto nº 22.647, de 17 de abril de 1933.
Em 1931, criou o Correio Aéreo Militar, depois denominado Correio Aéreo Nacional e o Departamento de Aviação Civil
A partir de 1931, se generalizou no brasil, o cargo de prefeito municipal, e, em definitivo, se concretizou a separação dos poderes na esfera municipal de governo. Na República Velha, somente poucos municípios tinham o cargo de prefeito e prefeitura municipal, outros eram governados por intendentes eleitos pela Câmara Municipal, e, a maioria dos municípios era governado pela Câmara Municipal.
Em 19 de março de 1931, pelo decreto nº 19.770, é regulamentada a sindicalização das classes patronais e operárias, tornando-se obrigatória a aprovação dos estatutos dos sindicatos trabalhistas e patronais pelo Ministério do Trabalho.
O decreto nº 19.808, de 28 de março de 1931, suspendia "a execução da lei nº 4.982, de 24 de dezembro de 1925, e do respectivo regulamento (que concedia férias anuais de 15 dias e que foi regulamentada pelo decreto 17.496 de 30 de outubro de 1926), e estabelece nova modalidade para a concessão de férias a operários e empregados"
Em 11 de abril de 1931, o decreto nº 19.851 disciplina o ensino superior no Brasil dando preferência para o ensino superior ministrado em universidades.73
Em 16 de maio de 1931, pelo decreto nº 20.003, é criado o Conselho Nacional do Café, substituído, em 10 de fevereiro de 1933, pelo Departamento Nacional do Café, através do decreto nº 22.452, posteriormente mudado para Instituto Brasileiro do Café (IBC) durante o segundo governo Vargas 74 .
Em 1 de outubro de 1931, pelo decreto nº 20.466, é estabelecido, pela primeira vez, o horário de verão no Brasil75 .
Em 26 de dezembro de 1931, criou, por meio do decreto nº 20.859, o Departamento de Correios e Telégrafos, atual ECT76.
Em 1931, veio ao Brasil, a convite do governo provisório, o especialista em finanças Sir Otto Niemeyer, na chamada "Missão Niemeyer", para reestruturar as finanças do governo brasileiro, oportunidade que foi sugerida por Niemeyer a criação de um banco central. Em agosto de 1931, foi declarada uma moratória e renegociada a dívida externa brasileira, com um funding loan de 3 anos, contado a partir de outubro de 1931, autorizado, em 2 de março de 1932, pelo decreto nº 21.113
Em 11 de janeiro de 1932, o decreto nº 20.931 regulamentou, no Brasil, o exercício da medicina, odontologia, medicina veterinária, da enfermagem e da profissão de farmacêutico.
Em 21 de março de 1932, instituiu, através do decreto nº 21.175, a carteira de trabalho, ou carteira profissional.
Em 22 de março de 1932, através do decreto nº 21.186, foi garantida, aos trabalhadores do comércio, a jornada de trabalho de 8 horas diárias e 48 horas semanais.
Em 4 de maio de 1932, através do decreto nº 21.364, essa duração da jornada de trabalho foi estendida aos trabalhadores da indústria.
Foram abolidos e proibidos, em 17 de maio de 1932, pelo decreto nº 21.418, os antiquados impostos sobre o comércio interestadual e sobre o comércio intermunicipal, extinguindo-se as barreiras nas fronteiras interestaduais. Também, no mesmo dia, o decreto nº 21.417-A, regulamentou as condições do trabalho das mulheres nos estabelecimentos industriais e comerciais, ordenando que se pagasse, a elas, salários iguais aos dos homens e proibindo o trabalho a gestantes, um mês antes e um mês após o parto.
Foi proibido, em 7 de abril de 1933, os juros bancários abusivos, através do decreto nº 22.626, conhecido como lei da usura, não revogado até hoje. 
Em 1 de junho de 1933, através do decreto nº 22.789, criou o Instituto do Açúcar e do Álcool, IAA.
Em 23 de janeiro de 1934, pelo decreto nº 23.793, criou o Código Florestal, vigente até 1965.
Em 6 de julho de 1934, através do decreto nº 24.609, criou o Instituto Nacional de Estatística, atual IBGE.
Em 10 de julho de 1934, pelo decreto nº 24.642, foi criado o Código de Minas que vigorou até 1940, quando foi substituído por outro do mesmo nome85 . Este Código de Minas de 1934 foi muito criticado por Monteiro Lobato, no livro "O Escândalo do Petróleo", e, em cartas, que o considerava restritivo quanto à lavra de petróleo.
Em 10 de julho de 1934, pelo decreto nº 24.643, instituiu o Código das Águas, que com alterações, ainda está em vigor, segundo a Casa Civil da Presidência da República.
O Governo Constitucional (1934 - 1937)
O novo mandato presidencial de Getúlio iniciou no dia 20 de julho de 1934, quando tomou posse no Congresso Nacional, jurando a nova constituição. Getúlio deveria governar até 3 de maio de 1938. Não havia, na constituição de 1934, a figura do vice-presidente. Os estados fizeram, depois, suas constituições, e muitos interventores se tornaram governadores, eleitos pelas assembleias legislativas, o que significou uma ampla vitória, nos estados, dos partidáriosde Getúlio.
Foi sancionada, em 4 de abril de 1935, a lei nº 38 , que definia os crimes contra a ordem política e social, que possibilitou maior rigor no combate à subversão da ordem pública. Ficou conhecida como Lei de Segurança Nacional.
Em 22 de julho de 1935, foi criado um programa oficial de rádio com notícias do governo: a "Hora do Brasil" depois denominada "Voz do Brasil", existente ainda hoje.
Em 31 de agosto de 1935, Getúlio Vargas vai à cidade mineira de João Monlevade lançar a pedra fundamental da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, "filha" da primeira usina siderúrgica do Brasil, também em João Monlevade.
Neste período de governo de Getúlio, cresceu muito a radicalização político-ideológica no Brasil, especialmente entre a Ação Integralista Brasileira (AIB), de inspiração fascista, e a Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento dominado peloPartido Comunista do Brasil (PCB), pró-soviético. O fechamento da ANL, através de decreto nº 229 de 11 de julho de 1935, determinado por Getúlio Vargas, bem como a prisão de alguns dos partidários, precipitaram as conspirações que levaram à Intentona Comunista em 24 de novembro de 1935 no nordeste do Brasil e a 27 de novembro de 1935 na capital federal Rio de Janeiro.
O movimento revolucionário ocorreu em várias cidades brasileiras. No Rio de Janeiro houve um levante militar no 3º Regimento de Infantaria, em que aconteceram várias mortes. Houve luta também em Recife. Em Natal, os comunistas chegaram a tomar o poder, sendo depois derrotados por tropas de sertanejos vindos do interior do Rio Grande do Norte, liderados por Dinarte de Medeiros Mariz.
A partir da Intentona Comunista, foram decretados várias vezes o estado de sítio e o estado de guerra, no país, por Getúlio Vargas, assim como endurecidas as leis que visavam combater a subversão. A Lei de Segurança Nacional foi reforçada, em 14 de dezembro de 1935, pela lei nº 136, que definia novos crimes contra a ordem pública. Em 18 de dezembro de 1935, são promulgadas três emendas à Constituição de 1934, dando mais poderes ao Estado Brasileiro no combate à subversão.
Em 17 de janeiro de 1936, é sancionada a lei nº 192, visando limitar o poderio militar dos estados, subordinando as polícias militares ao Exército Brasileiro, limitando os efetivos e proibindo-as de possuírem artilharia, aviação e carro de combate. Este armamento pesado que as policias estaduais possuíam foi entregue ao Exército Brasileiro.
Foi criado, em 11 de setembro de 1936, pela lei nº 244, um tribunal especial para julgar os revolucionários da Intentona Comunista, chamado de "Tribunal de segurança nacional". Cresceu muito, neste período, a instabilidade política no Brasil. Tudo isto levou Getúlio, com amplo apoio do militares, a implantar o Estado Novo.
Em novembro de 1936, é criada a Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil, a qual, pela lei nº 454, de 9 de julho de 1937, passou a captar recursos no mercado de capitais e nos fundos de pensões, para finaciamento da agricultura e da pecuária.
Em 11 de junho de 1937 é estatizado o Lloyd Brasileiro, pelo decreto nº 1.708, que explorava a navegação de cabotagem de médio e longo curso, dando início a um período longo de estatizações que se prolongou, no Brasil, até à década de 1980. O Lloyd foi encampado com o objetivo de enfrentar o cartel dos fretes marítimos, tendo Getúlio dito, no discurso de lançamento de sua candidatura e da Plataforma da Aliança Liberal, em 2 de janeiro de 1930: "As vantagens da existência de várias empresas de cabotagem, entretanto são anuladas pelo truste oficial dos fretes que torna impossível a livre concorrência". A encampação do Loys tinha sido autorizada pela lei nº 420 de 10 de abril de 1937.
Estado Novo (1937 - 1945).
O golpe de estado de 1937 Ditadura
Em 30 de setembro de 1937, quando se aguardavam as eleições presidenciais marcadas para janeiro de 1938, a serem disputadas por José Américo de Almeida (situacionista) e Armando de Sales Oliveira (oposicionista), foi denunciado, pelo governo de Getúlio, a existência de um suposto plano comunista para tomada do poder. Este plano ficou conhecido como Plano Cohen, e depois se descobriu ter sido forjado por um adepto do integralismo, o capitão Olímpio Mourão Filho, o mesmo que daria início ao Golpe Militar de 1964.
Há várias versões e dúvidas sobre o Plano Cohen: Os integralistas negam ainda hoje participação deles no golpe de estado do Estado Novo, atribuindo ao general Góis Monteiro a transformação de um relatório feito pelo capitão Mourão em um documento oficial: O dito "Plano Cohen".
Com a comoção popular causada pelo Plano Cohen, com a instabilidade política gerada pela Intentona Comunista, com o receio de novas revoluções comunistas e com as seguidas vezes em que foi decretado estado de sítio no Brasil, foi sem resistência que Getúlio Vargas deu um golpe de estado e instaurou uma ditadura na quarta-feira de 10 de novembro de 1937, através de um pronunciamento transmitido por rádio a todo o País.
No preâmbulo da Constituição de 1937, é explicada a razão da implantação do Estado Novo:
Atendendo às legitimas aspirações do povo brasileiro à paz política e social, profundamente perturbada por conhecidos fatores de desordem, resultantes da crescente agravação dos dissídios partidários, que uma notória propaganda demagógica procura desnaturar em luta de classes, e do extremamento de conflitos ideológicos tendentes, pelo seu desenvolvimento natural, resolver-se em termos de violência, colocando a Nação sob a funesta iminência da guerra civil;
Atendendo ao estado de apreensão criado no País pela infiltração comunista, que se torna dia a dia mais extensa e mais profunda, exigindo remédios, de caráter radical e permanente;
Atendendo a que, sob as instituições anteriores, não dispunha, o Estado de meios normais de preservação e de defesa da paz, da segurança e do bem-estar do povo;
Com o apoio das forças armadas e cedendo às inspirações da opinião nacional, umas e outras justificadamente apreensivas diante dos perigos que ameaçam a nossa unidade e da rapidez com que se vem processando a decomposição das nossas instituições civis e políticas;
Resolve assegurar à Nação a sua unidade, o respeito à sua honra e à sua independência, e ao povo brasileiro, sob um regime de paz política e social, as condições necessárias à sua segurança, ao seu bem-estar e à sua prosperidade, decretando a seguinte Constituição, que se cumprirá desde hoje em todo o país.
A consolidação do poder de Getúlio
O único protesto armado contra a instalação do Estado Novo ocorreu em 11 de maio de 1938. Os integralistas, insatisfeitos com o fechamento da AIB (Ação Integralista Brasileira), invadiram o Palácio Guanabara, numa tentativa de deposição de Getúlio Vargas.
Esse episódio ficou conhecido como Levante Integralista e levou Getúlio a criar uma guarda pessoal, apelidada depois de "Guarda Negra".
Várias medidas se fizeram necessárias para Getúlio efetuar com facilidade o golpe de estado e se fortalecer no poder:
Nomeação de interventores de estrita confiança para governarem os estados e que fossem bem relacionados em seus estados, sendo que, aos interventores, foi dada, por Getúlio, ampla autonomia administrativa.
Eliminação dos tenentes de 1930 como força política relevante e acima da hierarquia militar
Disciplina e profissionalização das forças armadas
Censura aos meios de comunicação realizada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), o qual também fazia ampla propaganda a favor do Estado Novo.
Desarmamento das polícias estaduais, que passaram a ter somente armas leves, especialmente a neutralização do bem armado interventor no Rio Grande do Sul Flores da Cunha que se exilou no Uruguai ainda antes de 10 de novembro de 1937.
A renúncia, em 29 de dezembro de 1936, de Armando de Sales Oliveira, para poder se candidatar às eleições presidenciais marcadas para 1938 enfraqueceu muito a oposição a Getúlio Vargas, pois estando no governo de São Paulo, Armando Sales poderiaopor resistência armada a um eventual golpe de estado.
A implantação do Estado Novo e sua política
Esse regime político recebeu o nome de Estado Novo, e durou até 29 de outubro de 1945, quando Getúlio foi deposto pelas Forças Armadas.
Getúlio Vargas determinou o fechamento do Congresso Nacional e extinção dos partidos políticos. Ele outorgou uma nova constituição, que lhe conferia o controle total dopoder executivo e lhe permitia nomear interventores nos estados, aos quais, Getúlio deu ampla autonomia na tomada de decisões, e previa um novo Legislativo, porém nunca se realizaram eleições no Estado Novo.
O Estado Novo promovia grandes manifestações patrióticas, cívicas e nacionalistas e eram incentivados, pelo Departamento de Imprensa e Propaganda, os apelos patrióticos na imprensa e nos livros didáticos.
O Poder Judiciário não sofreu interferências significativas no Estado Novo, exceto nos casos de crimes políticos. Um poder judiciário relativamente independente é raro acontecer em regimes políticos fortes, também chamados de autoritários, como o Estado Novo.
As realizações do Estado Novo
No Estado Novo foram criados o Conselho Nacional do Petróleo, o Departamento Administrativo do Serviço Público pelo decreto-lei nº 579, de 30 de julho de 1938, com o objetivo de racionalizar a administração pública e que foi extinto, pelo decreto nº 93.211, de 3 de setembro de 1986, a Companhia Siderúrgica Nacional. No discurso de inauguração das obras da Companhia Siderúrgica Nacional.
Criou a Companhia Nacional de Álcalis pelo decreto-lei nº 5.684, de 20 de julho de 1943, a Companhia Vale do Rio Doce pelo decreto-lei nº 4.352, de 1 de junho de 1942, o Instituto de Resseguros do Brasil pelo decreto-lei nº 1.186, de 3 de abril de 1939, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, o Conselho Federal do Comércio Exterior, a lei da sociedade anônima e a Estrada de Ferro Central do Brasil, através do decreto-lei nº 3.306, de 24 de maio de 1941, foi reorganizada como autarquia e ampliada sua funções.
Getúlio deu os primeiros passos para a criação da indústria aeronáutica brasileira. Foi criada a Fábrica Nacional de Motores (FNM), inicialmente planejada para ser fábrica de aviões, e que posteriormente produziu tratores e o caminhão FNM. Getúlio se empenhara pessoalmente, também, desde 1933, em criar a Fábrica de Aviões de Lagoa Santa (Minas Gerais), a qual enfrentou dificuldades devido à Segunda Guerra Mundial e de ordem técnica. Produziu algumas unidades dos aviões T-6 e foi fechada em 1951.
Em março de 1942, Brasil, Inglaterra e Estados Unidos assinaram os Acordos de Washington com objetivo de cooperação mútua no esforço de guerra, recebendo, o Brasil, empréstimos e ampliando a exportação de minérios e de borracha.165 Pelo decreto-lei nº 4.523, de 25 de julho de 1942, foi criado a Comissão de Controle dos Acordos de Washington. 
Na obra de modernização das forças armadas, destacam-se a criação do Ministério da Aeronáutica e da FAB, a construção de um novo quartel-general do exército, de novos quarteis e vilas militares, da nova escola militar em Resende (AMAN), criação de fábricas de armamentos para reduzir a dependência externa e novas leis de organização do exército, de promoções, de ensino, montepio e o Código de Justiça Militar.
Foi estimulada, pela Comissão Nacional do Gasogênio, a produção do combustível gasogênio, que abasteceu os automóveis brasileiros durante a Segunda Guerra Mundial, quando ficou restrita a importação de petróleo e derivados. Foi criada a nova moeda, o cruzeiro, que fora planejado quando Getúlio fora ministro da fazenda de Washington Luís. Foi criado, pelo decreto-lei nº 14, de 25 de setembro de 1937, o Conselho Técnico de Economia e Finanças (CTEF), que segundo o jornal Valor Econômico foi o "corolário de um exercício de supervisão das condições financeiras do país, efetuado desde o início do governo de Getúlio Vargas".
Pelo decreto-lei nº 483, de 8 de junho de 1938, foi criado o Código Brasileiro do Ar, para regular o transporte aéreo, que vigorou até 1966, quando foi substituído por outro código homônimo. 
Foi criada a primeira lei abrangente no Brasil sobre entorpecentes, estabelecida no decreto-lei nº 891 de 25 de novembro de 1938. Houve uma reforma ortográfica, em 1943, com a publicação do Formulário Ortográfico de 1943, simplificando a grafia da língua portuguesa, com base no decreto-lei nº 292 de 23 de fevereiro de 1938.
Foi criado o Museu Imperial, em Petrópolis, pelo decreto-lei nº 2096, de 20 de março de 1940. 
O decreto-lei nº 395 de 29 de abril de 1938, declara de utilidade pública o abastecimento nacional de petróleo, torna de competência exclusiva do governo federal a regulamentação da indústria do petróleo e cria o Conselho Nacional do Petróleo. Em 1939, em Lobato (Salvador), na Bahia, pela primeira vez, no Brasil, foi extraído petróleo.
O decreto-lei nº 311, de 2 de março de 1938, estabeleceu normas sobre a divisão territorial do país, e, no seu artigo 3°, estabeleceu que todas as sedes de municípios teriam a categoria de cidades.
Foi promulgado o Código Penal Brasileiro, a Lei das Contravenções Penais, o Código de Processo Penal Brasileiro, e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), todos até hoje em vigor. Foi criado o Código Brasileiro de Trânsito. O Código de Processo Civil, de 1939, ainda vigora parcialmente. Pelo decreto-lei nº 1.985, de 29 de janeiro de 1940, é instituído o Código de Minas, que teve vigência até 1967, quando foi substituído pelo Código de Mineração. O decreto-lei nº 7.661, de 21 de junho de 1945, estabeleceu a Lei de falências, que vigorou até 2005. Pelo decreto-lei nº 2.994, logo substituído pelo decreto-lei nº 3.651, foi criado o primeiro código nacional de trânsito brasileiro.
Getúlio Vargas criou, no Estado Novo, a Justiça do Trabalho, no dia 1 de maio de 1939, pelo decreto-lei nº 1.237. Criou o salário mínimo, e concedeu a estabilidade no emprego do trabalhador, após de dez anos no emprego. Em 28 de novembro de 1940, foi assinado, em Washington, DC, pelo Brasil e por mais 13 países produtores de café e os Estados Unidos, o Acordo Interamericano do Café, visando regular seu o preço e o comércio internacional.
Em 1942 foi criado o território de Fernando de Noronha. Em 1943, foram criados o Território Federal do Guaporé (atual Rondônia), oTerritório Federal do Rio Branco (atual Roraima), e o Território Federal do Amapá. Foram também criados os territórios federais do Iguaçu e de Ponta Porã, que não prosperaram. O fator decisivo para Getúlio criar os territórios foi sua visita, durante o Estado Novo, ao Centro-Oeste do Brasil, quando, segundo diz em seu Diário, ficou impressionado com o vazio populacional do interior do Brasil. Getúlio considerava o Brasil Central, de antigamente, como sendo "uma vasta solidão inaproveitada".
O norte do Paraná, até então despovoado, foi colonizado e povoado através de um grande projeto de colonização feito pela iniciativa privada, especialmente pela Companhia de Terras do Norte do Paraná, a Cianorte. Este esforço de ocupar o interior do Brasil foi chamado, por Getúlio, de "Marcha para o Oeste". Em 1940, Cassiano Ricardo publica um livro com este título. O empresário da mineração Jorge Abdalla Chamma, em seu livro Por um Brasil Melhor, detalha os esforços do Estado Novo para implantar um polo siderúrgico em Corumbá.
Foi implantada pelo decreto-lei nº 5.941, de 28 de outubro de 1943, a Colônia Agrícola Nacional Dourados, que possibilitou a colonização e expansão da agricultura no sul do atual Mato Grosso do Sul. Foi feito o saneamento da Baixada Fluminense. Foi criada, pelo decreto-lei nº 6.882, de 19 de fevereiro de 1941, a Colônia Nacional Agrícola de Goiás. 
O decreto-lei nº 3.855, de 21 de fevereiro de 1941, estabeleceu o Estatuto da Lavoura Canavieira.
Foi incentivada a ocupação da Amazônia por brasileiros oriundos de outras regiões, especialmente do Nordeste, para a extração de borracha, para ser exportada para os Estados Unidos,pois este país perdera o fornecimento de borracha vindo do sudeste asiático, em virtude da Segunda Guerra Mundial.
O decreto-lei nº 6.378, de 28 de março de 1944, transforma a Polícia Civil do Rio de Janeiro em Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP) , que, em 1964, passa a ter atuação em âmbito nacional, e que, passou a se chamar, em 1967, Polícia Federal.
Pelo decreto-lei nº 7.293, de 2 de fevereiro de 1945, foi criada a SUMOC, Superintendência da Moeda e do Crédito, dizendo o seu artigo 1º: "É criada, diretamente subordinada ao Ministro da Fazenda, a Superintendência da Moeda e do Crédito, com o objetivo imediato de exercer o controle do mercado monetário e preparar a organização do Banco Central". A SUMOC exerceu esta função de controle da moeda até a criação do Banco Central do Brasil, em 1964.
O declínio e o fim do Estado Novo
Entre os pracinhas da FEB, havia oito estudantes de Direito da Universidade de São Paulo, participantes de manifestações pacíficas de oposição a Getúlio, como a Passeata do Silêncio, em que desfilaram com mordaças negras para simbolizar a falta de liberdade de expressão.
Em 1943 ocorre o primeiro protesto organizado contra o Estado Novo, em Minas Gerais, chamado Manifesto dos Mineiros, redigido e assinado por advogados mineiros, muitos dos quais se tornariam influentes juristas e importantes próceres políticos da UDN, como José de Magalhães Pinto.
Um ferrenho opositor do Estado Novo, foi o escritor Monteiro Lobato que chegou a ser preso e acusava Getúlio de não deixar os brasileiros procurarem petróleo livremente.
Com a aproximação do término da Segunda Guerra Mundial, em 1945, as pressões em prol da redemocratização ficam mais fortes.
A entrevista, em 22 de fevereiro de 1945, de José Américo de Almeida a Carlos Lacerda, publicada no Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, marca o fim da censura à imprensa no Estado Novo e simbolizou o enfraquecimento e queda do Estado Novo.
Apesar de algumas medidas tomadas como a definição, em 28 de maio de 1945, de uma data para as eleições presidenciais (2 de dezembro), a anistia a Luís Carlos Prestes e outros presos políticos, a liberdade de organização partidária, e o compromisso de fazer eleger uma nova Assembleia Constituinte, a pressão para que Getúlio renunciasse continuava forte. 
Surge, então, liderado pelo empresário Hugo Borghi, um movimento de apoio a Getúlio, que recebeu a alcunha de "Queremismo" com os lemas: "Queremos Getúlio" e "Constituinte com Getúlio", que visava a que Getúlio continuasse no poder até a promulgação de uma nova constituição, mas isto não ocorreu.
Getúlio Vargas foi deposto em 29 de outubro de 1945, por um movimento militar liderado por generais que compunham seu próprio ministério e que pôs fim ao Estado Novo. Renunciou formalmente ao cargo de presidente da república, no qual se mantivera desde 1930, quando assumiu o governo do Brasil como chefe do Governo Provisório da Revolução de 1930, o qual durou até 1934, de 1934 a 1937 como presidente eleito pelo Congresso Nacional, e de 1937 até 1945, como chefe do Estado Novo, o qual foi implantado após o período de instabilidade política gerada pela Intentona Comunista e pelo Plano Cohen. 
O estopim para a ação militar foi a nomeação de um irmão de Getúlio, Benjamim Vargas para chefe da polícia do Rio de Janeiro.
Getúlio foi substituído pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, porque na Constituição de 1937 não existia a figura do vice-presidente. E este presidente interino, José Linhares, ficou três meses no cargo até passar o poder ao presidente eleito em 2 de dezembro de 1945, Eurico Gaspar Dutra.
		
A Economia de 1930 a 1945
Os objetivos do governo Vargas (tendo como principal deles a consolidação do poder) sempre estiveram ligados à politica econômica desde 1930. O Estado se reorientou-se a favor da  novos mecânismos de financiamento resultando em uma redefinição do eixo dinâmico da economia e findando com a hegemonia do poder da Republica Velha. Em paralelo a isso o governo teve de fazer medidas de manutenção do nível de renda, que estava em risco com a Crise Mundial estabelecida no período e pela mudança de foco econômico foi utilizada a política de defesa do café onde o governo comprava o excedente da produção dos cafeicultores a um preço mínimo e estocava para a posterior queima, mantendo o emprego e renda de muitas pessoas, além de efetuar o efeito multiplicador do café sobre o restante da economia.
No início do processo de industrialização brasileiro, o país cria grande vínculo com os Estados Unidos, substituindo a influência inglesa herdada de Portugal e de certa forma permitindo que fosse influenciado pelos interesses norte-americanos em diversos setores (o nacionalismo do Governo Vargas não será suficientemente forte para impedir esta influência). 
O processo de substituição de importações brasileiro criou forma graças ao capital externo com suas filiais (comandadas pelo exterior) que antes vendiam ao Brasil seus produtos industrializados, à tecnologia importada e aos empréstimos internacionais para investimento em infraestrutura e aquisição de bens de capital.
Tirando a idealização industrial com um tom ilusório dos primeiros anos do Estado Novo, foi a primeira vez na história do Brasil que um governo se preocupa com a industrialização, vide países desenvolvidos. Além da força política na atuação para criação de uma base industrial, toda a crise internacional da época também influenciou (e muito) para que tal caminho fosse trilhado. No período seguinte à Revolução de 1930 (1933-1955), os incentivos à industrialização foram mais fortes: mesmo tendo o Brasil cerca de 150 anos deatraso com relação às nações industriais pioneiras, a crise de 29 permitiu que os mercados se voltassem para dentro, estimulando a indústria inicialmente de bens de consumo não duráveise posteriormente de bens de consumo duráveis, evoluindo para bens de capital e insumos através da própria intervenção do Estado na economia, possibilitando investimentos no setor industrial.
 A indústria de bens de consumo não duráveis atende a população em suas necessidades mais imediatas (artesanatos, pequenas fábricas e médias indústrias), geralmente localizadas nos grandes centros com a ajuda de conhecimento da atividade econômica dos imigrantes. Somente a partir da década de 50 que se inicia a segunda fase, com bens de consumo duráveis e a partir de 1974 surgem as indústrias de bens de capital e insumos.
A consolidação do capitalismo industrial brasileiro ocorre quando a indústria começa a se manter autonomamente, sem depender da capital cafeeiro. O termo industrialização restringida significa dizer que não foram criados estímulos para o núcleo duro da economia (indústria pesada – bens de capital e bens de consumo duráveis), pois sua implantação dependia de grandes volumes de capital, além de suporte estatal para criação de infraestrutura e do problema de incapacidade de importação de máquinas e equipamentos graças à política restritiva adotada pelo Estado a fim de sanar o déficit no balanço de pagamentos e incentivar a produção de bens de consumo não duráveis e insumos. 
No cenário em questão é claramente visto o capitalismo tardio brasileiro, a considerar principalmente o atraso industrial do país em comparação aos países mais desenvolvidos atualmente, sendo de certa valia recorrer às tecnologias já utilizadas em outros lugares (o que foi possível, mas com grande restrição no período em questão em virtude, dentre outras, da dificuldade de financiamento) para inovar internamente, seguindo à sombra de seus concorrentes mais adiantados.
Getúlio com seu foco nacionalista atendeu interesses de diversos setores, abrindo precedentes para o Estado incentivar a atividade industrial e desenvolver uma ideologia desenvolvimentista industrializante. Com a intervenção do Estado na economia, a acumulação de capital começa a ser instaurada e controlada pelo governo, e é a partir de 1930 que o Estado Nacional adota uma políticaeconômica restritiva, controlando importações e câmbio a fim de estimular a indústria, fazendo com que o Estado tomasse uma conotação intervencionista e nacional com incentivo industrial e fundamentado na acumulação de capital via industrialização.
Desde 1930 Vargas organizou mudanças institucionais de longo prazo vislumbrando um plano nacional que rompesse com a agroexportação via industrialização por substituição de importações. Medidas trabalhistas e educacionais foram lançadas para alcançar o projeto traçado, assim como a reforma tributária e os Códigos de Minas e de Águas, todos em 1934. 
Vargas também criou órgãos para incentivar e regular a produção, por exemplo, do café e do açúcar, além da Assessoria Econômica para planejamento de longo prazo, e criou a carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil em 1937 para racionalizar o crédito. A intervenção direta do governo na produção industrial criou a Companhia Siderúrgica Nacional(indústria pesada), a Usina de Volta Redonda (iniciada em 1941), a Companhia Vale do Rio Doce (no início da década de 40), o monopólio estatal do petróleo e a criação da Petrobrás (já em 1953). Estas criações e estabelecimentos foram possíveis graças à posição nacionalista do governo nos setores fundamentais para a segurança do país, os setores de siderurgia e petróleo.
O foco de todo governo não deveria estar em ser o Estado máximo ou mínimo, mas sim em ser o Estado dinâmico, em razão das inúmeras variáveis que influenciam a pressão do ambiente internacional contra o Estado do desenvolvimento econômico, às garantias sociais versus a demanda das liberdades individuais. Devido à intemperança da economia e da política (além das pressões civis nacionais e/ou internacionais), o nível do Estado em termos de intervenção e regulação na economia e no bem-estar social é ocasional, daí a necessidade de flexibilidade governamental, assim como uma visão de longo prazo tanto para o mercado quanto para o Estado.
Historicamente é possível perceber que há momentos, como em meados da década de 20, em que se faz necessário medidas protecionistas (como a reserva de mercado) tendo como objetivo o desenvolvimento econômico. Essa medida é adotada para criar condições ideais para a indústria desenvolver-se em preparação para o mercado externo. Já em outras situações, diferentes medidas devem ser adotadas para atrair o capital estrangeiro e investimentos internacionais, como exemplo pode ser dado à flexibilização de tarifas. Uma das características do Estado brasileiro na Era Vargas diz respeito ao momento de reflexão, debate e proposições acadêmicas objetivando encontrar proposições para elevar o Brasil a uma nova posição e, resumidamente, o resultado encontrado para alcançar essa nova realidade diz respeito ao desenvolvimentismo.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) juntamente com a PETROBRAS e a ELETROBRAS (estatais na esfera produtiva) tornaram-se os órgãos 33 símbolos do nacional desenvolvimentismo brasileiro, bem como a ação governamental de postergar a desvalorização cambial para não romper com o acordo internacional mantendo a transferência de renda ao setor industrial em linha com o projeto de substituição de importações, o financiamento da economia e a legislação trabalhista.
Bresser Pereira defendia que a política econômica do governo de Getúlio não tinha relação com o populismo econômico (opinião oposta a grande parte da literatura sobre o assunto), mesmo assumindo deveres relacionados ao desenvolvimentismo e projetos de longo prazo que tiveram seu início embrionário em 1930, onde a política varguista assume um caráter nacionalista e percebe-se a necessidade de um incentivo à industrialização, de modificação da sociedade brasileira visando suprimir a pobreza com total apoio governamental, tendo este o objetivo de planejamento e de investimento direto. 
O populismo econômico se expressa, de forma genérica, através de ciclos econômicos, onde os governos tem a intenção de crescer aceleradamente sem levar em consideração políticas de estabilização. Quando situações inesperadas acontecem, ocasionando recessão econômica e, como resultado direto o desemprego, o governo reforça a ideia de que não é o culpado pelo acontecimento com consequências negativas e direciona a responsabilidade para seus antecessores, adotando medidas drásticas a fim de fomentar um ciclo de crescimento, ao invés de adotar medidas restritivas.
Revendo os seus dez anos no poder, em 1941 Vargas comemorou o fato de que ele havia coletado duas vezes mais imposto em 1939 do que em 1930. Realmente a coleta de impostos duplicou em moeda brasileira, mas a conta estava errada ao ser considerada a inflação do período e considerando o número de pessoas que queria promover através de sua política social neste novo contexto. Assim, este foi um aumento real de quase 30% de 1939 em relação a 1930, mas longe dos 100% afirmados. Em contrapartida ao aumento da cobrança de impostos em dez anos, houve altas taxas de crescimento da população, anulando alguns efeitos da capacidade do Estado em contribuir com melhores condições para as necessidades da população.
Governo (1951 - 1954)
Getúlio tomou posse na presidência da república, em 31 de janeiro de 1951, no Palácio do Catete, sucedendo o presidente Eurico Gaspar Dutra. O seu mandato presidencial deveria estender-se até 31 de janeiro de 1956. O ministério foi modificado duas vezes. Getúlio trouxe para o ministério antigos aliados do tempo da Revolução de 1930, com os quais se reconciliou: Góis Monteiro (Estado Maior das Forças Armadas), Osvaldo Aranha, na Fazenda, João Neves da Fontoura e Vicente Rao, ambos nas Relações Exteriores, e ainda, Juracy Magalhães como o primeiro presidente da PETROBRAS e Batista Luzardo como embaixador na Argentina. O ex-tenente de 1930, Newton Estillac Leal, foi ministro da Guerra até 1953. Reconciliou-se também com José Américo de Almeida, que, na época, governava a Paraíba e que se licenciou do cargo de governador para ser ministro da Viação e Obras Públicas a partir de junho de 1953.
Getúlio teve um governo tumultuado devido a medidas administrativas que tomou e devido as acusações de corrupção que atingiram seu governo. Um polêmico reajuste do salário mínimo, em 100%, ocasionou, em fevereiro de 1954, um protesto público, em forma de manifesto à nação, dos militares, (um dos quais foi Golbery do Couto e Silva), contra o governo, seguido da demissão do ministro do trabalho João Goulart.
Este Manifesto dos Coronéis, também dito Memorial dos Coronéis, foi assinado por 79 militares que, na sua grande maioria, eram ex-tenentes de 1930. Este Manifesto dos Coronéis significou uma redução do apoio ao governo Getúlio, na área militar, e, também, na área trabalhista, por conta da demissão de João Goulart.
As realizações do governo (1951 - 1954)
Neste período, foram criados:
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Em 20 de junho de 1952, pela lei nº 1.628, o BNDE, atual BNDES.
Em 19 de julho de 1952, pela lei nº 1.649, o Banco do Nordeste.
Pela lei nº 1.779, de 22 de dezembro de 1952, o IBC (Instituto Brasileiro do Café), o qual foi extinto em 1990.
Em 1953, a PETROBRAS, no aniversário da Revolução de 1930, 3 de outubro, pela citada lei nº 2.004.
Em 29 de dezembro de 1953, a lei nº 2.145, criou a CACEX, Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil.
Em 11 de janeiro de 1954, foi criado o seguro agrário, pela lei nº 2.168, não revogada até hoje.
Getúlio sancionou a lei nº 2.252, de 1 de julho de 1954, que dispunha sobre a corrupção de menores, esta lei vigorou até 2.009, revogada pela lei nº 12.015
A lei nº 1.521, de 26 de dezembro de 1951, sobre crimes contra a economia popular, ainda em vigor.
A lei nº 1.522, de 26 de dezembro de 1951, que autoriza o governo federal a intervir no domínio econômico para assegurar a livre distribuição de produtos necessários ao consumo do povo. Esta lei foi substituída pela lei delegada nº 4 , em 26 de setembro de 1962.
O decreto nº 30.363, de 3 de janeiro de 1952, que dispôs sobreo retorno de capital estrangeiro, limitando-o a 8% do total dos lucros de empresas estrangeiras para o país de origem, revogado em 1991.
O decreto nº 31.546, de 6 de outubro de 1952, regulamentou o trabalho do menor aprendiz e vigorou até 2005.
A lei nº 1.802, de 5 de janeiro de 1953, que definia os crimes contra o Estado e a Ordem Política e Social, e que revogava a Lei de Segurança Nacional de 1935. A lei 1.802 vigorou até 1967 quando foi substituída por outra Lei de Segurança Nacional.
A lei n° 2.004 , de 3 de outubro de 1953, sobre o monopólio estatal da exploração e produção de petróleo, revogada em 1997.
A lei nº 2.083 , de 12 de novembro de 1953, sobre a liberdade de imprensa que vigorou até 1967.
A Instrução Sumoc (Superintendência da Moeda e do Crédito) nº 70, de 1953, que criou o câmbio múltiplo e os leilões cambiais.
Em 1951, Getúlio enfrenta, pela segunda vez, uma grande seca no Nordeste do Brasil (a primeira fora em 1932). Getúlio diz na Mensagem ao Congresso Nacional, referente a 1951, que, nesse ano, dobrou o número de migrantes do Nordeste do Brasil e do norte de Minas Gerais para São Paulo. Em 1950 foram 100.123, e, em 1951, 208.515 migrantes para São Paulo.
Houve uma grande mobilização nacional conhecida como a campanha "O petróleo é nosso" em torno da criação da PETROBRAS. Getúlio tentou, mas não conseguiu, criar a Eletrobrás, que só seria criada em 1961. Em 1954, entrou em operação a Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso I. Foi iniciada a construção da Rodovia Fernão Dias ligando São Paulo a Belo Horizonte, e que seria concluída por Juscelino Kubitschek.
Referências
Getúlio Vargas Rev. http://pt.wikipedia.org/wiki/Get%C3%BAlio_Vargas
Revolução de 1930 Rev. http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_de_1930
Revolução Constitucionalista de 1932 Rev. http://acervo.estadao.com.br/noticias/topicos,revolucao-de-1932,892,0.htm
ABREU, Marcelo de Paiva. A ordem do progresso: cem anos de política econômica republicana 1889-1989. 13. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
BRUM, Argemiro J. O desenvolvimento econômico brasileiro. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1983.BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Burocracia pública e classes dirigentes no Brasil. Rev. Sociol. Polit, Curitiba, n. 28, June 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782007000100003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: nov. 2012.
GIEREMEK OLIVEIRA JULIANA DE. O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NO PERÍODO DE 1930 A 1945:CONTRIBUIÇÕES E DEFICIÊNCIAS DO GOVERNO VARGAS. 2013
Universidade Estadual do Mato Grosso – UNEMAT 
Campus - Sinop
O Governo de Getúlio Vargas em seus aspectos políticos e socioeconômicos
 Acadêmicos:	Leandro Araujo
	 		 	Roberto Castaldelli
	 		 	Tiago Veroneze
Sinop Mato Grosso Outubro 2014
O Governo de Getúlio Vargas em seus aspectos políticos e socioeconômicos
Sinop Mato Grosso Outubro 2014
SUMÁRIO
Introdução.....................................................................................5
Breve Histórico.............................................................................8
Chegada ao poder.........................................................................9
O Governo Provisório (1930 - 1934).........................................10
A realização das promessas da Aliança Liberal e da Revolução de 1930......................................................................11
Revolução Constitucionalista de 1932......................................12
As realizações do Governo Provisório.....................................13
O Governo Constitucional (1934 - 1937).................................15
Estado Novo (1937 - 1945). O golpe de estado de 1937 Ditadura......................................................................................17
A consolidação do poder de Getúlio.........................................18
A implantação do Estado Novo e sua política..........................19
As realizações do Estado Novo..................................................20
O declínio e o fim do Estado Novo............................................23
A Economia de 1930 a 1945.......................................................24	
Governo (1951 - 1954)................................................................27
As realizações do governo (1951 - 1954)...................................28
Referências..................................................................................30

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