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Capítulo 1 1. Estudo sobre Instalação Predial de Água Fria 1.1 Projeto 1.1.1 Elaboração e responsabilidade técnica Todo e qualquer projeto, de instalação hidráulica predial, deve ser feito por um profissional projetista de nível superior, legalmente habilitado e com conhecimento na área afim, portanto este profissional deve ser qualificado para a elaboração do projeto hidráulico predial. 1.1.2 Exigências a serem observadas em um projeto de instalação hidráulica predial As instalações prediais de água fria devem ser construídas de modo que atenda aos seguintes requisitos citados na NBR5626, que são: a) Preserve a potabilidade da água; b) Garanta o fornecimento contínuo de água, em quantidade adequada e com pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários, peças de utilização e demais componentes; c) Promova economia de água e energia; d) Possibilite manutenção de maneira fácil e econômica; e) Evite ruídos inadequados à ocupação do ambiente; f) Proporcione conforto aos usuários, prevendo peças de utilização adequadamente localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo as demais exigências dos usuários. 1.2 Tratamento de água O tratamento da água para o consumo é feito em Estações de Tratamento de Água, conhecida como ETA. Este tratamento é a retida das impurezas da água bruta, tornando-a assim uma água purificada. A captação da água bruta é feita em rios ou represas que possam suprir a demanda por água da população e das indústrias abastecidas levando em conta o ritmo de crescimento. Antes que vá para o sistema de distribuição de água através de adutoras, passa por um processo de tratamento com várias etapas. O processo de tratamento utiliza processos físicos e químicos para que a água adquira as propriedades desejadas que a torne própria para o consumo. As etapas do tratamento de água são: a) Oxidação - O primeiro passo é oxidar os metais presentes na água, principalmente o ferro e o manganês, que normalmente se apresentam dissolvidos na água bruta. Para isso, injeta-se cloro ou produto similar, pois tornam os metais insolúveis na água, permitindo, assim, a sua remoção nas outras etapas de tratamento. b) Coagulação - A remoção das partículas de sujeira se inicia no tanque de mistura rápida com a dosagem de sulfato de alumínio ou cloreto férrico. Estes coagulantes, têm o poder de aglomerar a sujeira, formando flocos. Para otimizar o processo adiciona-se cal, o que mantém o pH da água no nível adequado. c) Floculação - Na floculação, a água já coagulada movimenta-se de tal forma dentro dos tanques que os flocos misturam-se, ganhando peso, volume e consistência. d) Decantação - Na decantação, os flocos formados anteriormente separam-se da água, sedimentando-se, no fundo dos tanques. e) Filtração - A água ainda contém impurezas que não foram sedimentadas no processo de decantação. Por isso, ela precisa passar por filtros constituídos por camadas de areia ou areia e antracito suportadas por cascalho de diversos tamanhos que retêm a sujeira ainda restante. f) Desinfecção - A água já está limpa quando chega a esta etapa. Mas ela recebe ainda mais uma substância: o cloro. Este elimina os germes nocivos à saúde, garantindo também a qualidade da água nas redes de distribuição e nos reservatórios. g) Correção do pH - Para proteger as canalizações das redes e das casas contra corrosão ou incrustação, a água recebe uma dosagem de cal, que corrige seu pH. h) Fluoretação - Finalmente a água é fluoretada, em atendimento à Portaria do Ministério da Saúde. Consiste na aplicação de uma dosagem de composto de flúor (ácido fluossilícico). Reduz a incidência da cárie dentária, especialmente no período de formação dos dentes, que vai da gestação até a idade de 15 anos. 1.3 Hidrômetro Os hidrômetros instalados pelas concessionárias de água são conhecidos como Unidades Medidoras de Consumo (UMC), este aparelho contabiliza o consumo mensal de água de uma determinada edificação. O padrão deve ter um afastamento de, no máximo, 1,50m (um metro e meio) em relação à testada do lote (muro de frente). No caso em que as posturas municipais exigirem um afastamento da fachada superior a 1,50m em relação à divisa do passeio, o padrão poderá ser deslocado, a critério da COPASA. Se você for instalar o padrão próximo ou paralelo ao padrão da CEMIG, observe que deverá existir uma distância mínima de 30 cm entre eles e os seus respectivos ramais internos. O local de instalação deve ser de fácil acesso, facilitando a leitura mensal do hidrômetro. 1.3.1 Conheça o novo padrão para Hidrômetros 1.1.1 Como fazer a leitura no Hidrômetro da COPASA? Os números em preto no hidrômetro indicam o volume em m³. Os números em vermelho indicam o volume em litros. 1.2 Distribuição de água A distribuição de água potável em uma instalação hidráulica predial pode acontecer de três maneiras diferentes, que são: - Distribuição direta; - Distribuição indireta; - Distribuição mista. 1.2.1 Distribuição Direta A distribuição direta da água potável em uma edificação acontece quando os pontos de utilização são alimentados diretamente sem que esta água passe por um reservatório de água, ou seja, não há armazenamento de água para o sistema. Este tipo de distribuição só será possível quando houver pressão suficiente e garantia do fornecimento contínuo de água. Neste caso a distribuição de água no interior da edificação se dá de forma ascendente. 1.2.2 Distribuição Indireta A distribuição indireta da água potável em uma edificação exige o uso de um reservatório de água para o armazenamento da mesma. Neste caso, antes que a água chegue aos pontos de utilização ela passa por um reservatório. Neste tipo de distribuição quando a pressão da água não for suficiente para alcançar o reservatório superior da edificação, faz-se necessário o uso de um sistema de bombeamento de água para que a mesma chegue ao reservatório superior. Distribuição indireta sem bombeamento Distribuição indireta com bombeamento 1.2.3 Distribuição Mista Na maioria dos casos existentes em nossas edificações, a distribuição mista da água potável é que predomina. Neste tipo de distribuição temos pontos de utilização que são alimentados pela água que vêm do reservatório e temos pontos de utilização que são alimentados diretamente, sem que a água passe primeiro por um reservatório. 1.3 Prescrições para reservatórios Segundo a norma NBR 5626 reservatórios devem ser projetados e construídos de maneira que: - Sejam perfeitamente estanques; - Possua paredes lisas, executadas com materiais que não alterem a qualidade da água e que resistam ao ataque da mesma; - Impossibilite o acesso de elementos que poluam ou contaminam a água; - Possua abertura para inspeção, limpeza e eventuais reparos e que sejam dotados de extravasor; - Tenha canalização para esgotamento e, quando a área do fundo for superior a 2m2, este deverá ser inclinado a fim de permitir o seu perfeito esvaziamento. OBS.: Alguns Códigos Municipais estabelecem que os reservatórios com capacidade superior a 4.000 litros devem ser divididos em dois compartimentos iguais, sendo estes interligados através de um barrilete. 1.4 Dimensionamento de Reservatório e Alimentador Predial Segundo a NBR 5626 o volume de água reservado para uso doméstico deve ser no mínimo, o necessário para 24 h deconsumo normal no edifício, sem considerar o volume de água para combate a incêndio. No caso de residência de pequeno tamanho, recomenda-se que a reserva mínima seja de 500L. Para realizar este cálculo, é necessário saber quantos litros de água cada pessoa consome em média por dia, dependendo do tipo de edificação conforme a tabela abaixo. Também é necessário saber o número de pessoas que se têm ou que se terá no local para onde estamos realizando o cálculo. Se não se sabe ao certo o número de pessoas, consideremos a seguinte tabela. OBS: O volume de água reservado para combate a incêndios é determinado de acordo com a área da edificação e finalidade da edificação. Normalmente esta reserva é estimada entre 15% a 20% do consumo diário. Em caso de edifícios com mais de três pavimentos ou em casos especiais, onde o volume de água para o consumo diário for muito elevado, faz-se necessário a divisão deste volume total em dois reservatórios que são reservatório superior e inferior, reservando um percentual de 40% e 60% respectivamente. 1.5 Sistema Elevatório de Água Para a elevação da água do reservatório inferior até o reservatório superior utiliza-se a bomba, que uma máquina geratriz hidráulica. A operação realizada pela bomba, em virtude da energia transmitida pela mesma ao liquido, deslocando de um reservatório a outro, denomina-se bombeamento. O bombeamento será realizado através do sistema elevatório, mostrado na figura ao lado, que se constitui de: - Reservatório inferior; - Válvula de pé e crivo; - Tubulação de sucção; - Conjunto motor bomba; - Tubulação de recalque; - Válvula de retenção vertical; - Registro de gaveta ou esfera; - Tubulação de recalque; - Reservatório superior. Além dos itens listados acima, o sistema elevatório de água ainda deve ser provido de regulador para o nível de água tanto no reservatório superior quanto no reservatório inferior. Tubulação de Sucção: As linhas de sucção deverão ser projetadas e construídas obedecendo aos requisitos técnicos mínimos, conforme abaixo: - A sucção deve ser a mais curta possível, nunca ultrapassando a 7,50 m, que e o limite prático. Sempre que possível deve ser inferior a 5,00 m; - A altura de sucção somada às perdas de carga e a pressão do vapor d'água não deverão ultrapassar os limites práticos de capacidade de sucção das bombas, indicados pelos fabricantes; - Deverá ser estanque, evitando assim a entrada e formação de bolas de ar; - A redução entre a bomba e a tubulação de sucção deverá ser excêntrica, evitando assim a formação de bolhas de ar; - O registro de gaveta deverá ser colocado na horizontal (haste na horizontal), para evitar também a formação de bolhas de ar; - A válvula de pé deverá ser bem dimensionada e especificada e deve ficar a 30 cm do fundo; - Para impedir que objetos estranhos danifiquem a bomba, um crivo deverá ser instalado no início da sucção, tendo 3 a 4 vezes a área da tubulação. Tubulação de Recalque: As linhas de recalque deverão ser projetadas e construídas obedecendo aos requisitos técnicos mínimos, conforme abaixo: - Colocar na saída da bomba, em primeiro lugar, uma válvula de retenção e depois um registro de gaveta ou esfera. A válvula de retenção irá proteger a bomba contra: - Pressão excessiva. - Efeito do golpe de aríete, quando da parada da bomba e também a possibilidade da mesma girar em sentido contrário. - O registro de gaveta tem por finalidade possibilitar a manutenção. 1.6 Partes Integrantes de Uma Instalação hidráulica Instalação predial é o conjunto de canalizações, aparelhos e dispositivos hidráulicos de controle, empregados no abastecimento e distribuição de água em uma residência. Para facilitar a compreensão e estudo, este conjunto foi dividido em partes que são: - Água Fria: Água à temperatura dada pelas condições do ambiente. - Água Potável: Água que atende ao padrão de potabilidade determinado pela Portaria nº 36 do Ministério da Saúde. - Hidrômetro: Unidade Medidora Consumo (UMC). - Alimentador Predial: Tubulação que liga a fonte de abastecimento a um reservatório de água de uso doméstico. - Reservatório Inferior: É próprio dos edifícios com vários andares. A água que fica depositada neste reservatório é recalcada para o reservatório superior, através de moto – bombas. Este reservatório compreende em media 60% do volume total de água reservado para o abastecimento do edifício. - Conjunto Motor Bomba: Conjunto formado por um motor elétrico e uma bomba, que pode ser de vários tipos, dentre eles estão, as bombas centrífugas, bomba de pistão, de diafragma, etc. Os conjuntos de moto - bombas, ficam instaladas próximo aos reservatórios inferiores, tendo em geral, duas motos - bombas, uma destina-se à reserva em caso de defeito da outra. - Instalação Elevatória: Sistema destinado a elevar a pressão da água em uma instalação predial de água fria, quando a pressão disponível na fonte de abastecimento for insuficiente, para abastecimento do tipo direto, ou para suprimento do reservatório elevado no caso de abastecimento do tipo indireto. Inclui também o caso onde um equipamento é usado para elevar a pressão em pontos de utilização localizados. - Reservatório Superior: São caixas que ficam na laje ou forro das edificações, e destina-se ao suprimento de água por gravidade. É sabido que, quanto mais alto estiver o reservatório, maior será a pressão hidráulica exercida nas tubulações. Destas caixas nascem os barriletes, as colunas de distribuição e as colunas destinadas ao combate de incêndios. - Barrilete: Tubulação que se origina no reservatório e da qual derivam as colunas de distribuição ou prumadas, quando o tipo de abastecimento é indireto. No caso de tipo de abastecimento direto, pode ser considerado como a tubulação diretamente ligada ao ramal predial ou diretamente ligada à fonte de abastecimento particular. - Prumada: São tubulações verticais que em prédios derivam dos barriletes e alimentam todas as colunas de distribuição dos apartamentos. - Coluna de Distribuição: Tubulação vertical que pode derivar de barriletes, diretamente do fundo das caixas d’água ou das prumadas. Estas colunas, no interior das residências são dotadas também de registro geral e se destinam ao abastecimento dos ramais de alimentação. - Ramal: Tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-ramais. - Sub-ramal: Tubulação que liga o ramal ao ponto de utilização. - Ponto de utilização (da água): Extremidade a jusante do sub-ramal a partir de onde a água fria passa a ser considerada água servida. Qualquer parte da instalação predial de água fria, a montante desta extremidade, deve preservar as características da água para o uso a que se destina. 1.7 Princípios Básicos Os princípios básicos de uma instalação hidráulica predial são: - Força; - Pressão; - Vazão; - Velocidade; - Perda de Carga; - Golpe de aríete. 1.7.1 Força e Pressão (hidrostática) Hidrostática é a parte da física que estuda as forças exercidas por e sobre fluidos que estão em repouso. Conceito de pressão: A grandeza dada pela relação entre a intensidade da força que atua perpendicularmente e a área em que ela se distribui é denominada pressão (p). Assim se uma força de intensidade 1Kgf estiver aplicada perpendicularmente à área de 1cm², a pressão sobre ela será p=1kgf/1cm², ou p=1kgf/cm². Sendo F a intensidade da resultante das forças distribuídas perpendicularmente em uma superfície de área A, a pressão p é dada pela relação: p = F / A A pressão que a água exerce sobre uma superfíciequalquer, só depende da altura do nível da água até essa superfície. Podemos então dizer que: A pressão não depende do volume do recipiente e sim da altura, ou melhor, da gravidade. Exemplo: Princípio dos vasos comunicantes. Níveis iguais originam pressões iguais. A pressão não depende da forma do recipiente. Nos edifícios, o que ocorre com a pressão exercida pela água nos diversos pontos das canalizações é o mesmo que nos exemplos anteriores, isto é, a pressão só depende da altura do nível da água, desde um ponto qualquer da tubulação até o nível da água no reservatório. Exemplo: Em qual das situações há maior pressão manométrica na extremidade da tubulação? 1.7.1.1 Pressões Mínimas e Máximas Segundo a NBR 5626/98, em condições dinâmicas (com escoamento), a pressão da água nos pontos de utilização deve ser estabelecida de modo a garantir a vazão de projeto indicada na tabela (pág. anterior) e o bom funcionamento da peça de utilização e de aparelho sanitário. Em qualquer caso, a pressão não deve ser inferior a 10kPa, com exceção do ponto da caixa de descarga onde a pressão pode ser menor do que este valor, até um mínimo de 5kPa, e do ponto da válvula de descarga para bacia sanitária onde a pressão não deve ser inferior a 15kPa. Em qualquer ponto da rede predial de distribuição, a pressão da água em condições dinâmicas (com escoamento) não deve ser inferior a 5kPa. Em condições estáticas (sem escoamento), a pressão da água em qualquer ponto de utilização da rede predial de distribuição não deve ser superior a 400kPa. A ocorrência de sobrepressões (Pressão de Serviço) devidas a transientes hidráulicos deve ser considerada no dimensionamento das tubulações. Tais sobrepressões são admitidas, desde que não superem o valor de 200kPa. No caso de edifícios de grande altura devem ser tomadas precauções especiais para limitação da pressão e a velocidade da água em função de: ruído, sobrepressões provenientes de golpe de aríete, manutenção e limite de pressão nas tubulações e nos aparelhos de consumo, limitada pela NBR 5626/98 em 40 mca. Portanto, não se pode ter mais de 13 pavimentos convencionais (pé-direito de 3,00 m × 13 = 39,0 m), abastecidos diretamente pelo reservatório superior, sem a necessária proteção da instalação. Nos esquemas a seguir podem ser vistas soluções para este caso, com a utilização de válvulas redutoras de pressão ou de reservatórios intermediários. Devido às dificuldades executivas, à necessidade de manutenção e às concepções arquitetônicas e econômicas, não é desejável se utilizar áreas no interior da edificação para colocação de válvulas de quebra-pressão e, geralmente, opta-se pela utilização destas válvulas no subsolo do edifício. 1.7.2 Vazão A instalação predial de água fria deve ser dimensionada de modo que a vazão de projeto estabelecida na tabela seja disponível no respectivo ponto de utilização, se apenas tal ponto estiver em uso. A rede predial de distribuição deve ser dimensionada de tal forma que, no uso simultâneo provável de dois ou mais pontos de utilização, a vazão de projeto, estabelecida na tabela, seja plenamente disponível. No caso de funcionamento simultâneo não previsto pelo cálculo de dimensionamento da tubulação, a redução temporária da vazão, em qualquer um dos pontos de utilização, não deve comprometer significativamente a satisfação do usuário. Especial atenção deve ser dada na redução da vazão em pontos de utilização de água quente provocada por vazão simultânea acentuada em ramal de água fria do mesmo sistema, afetando a temperatura da água na peça de utilização de água quente ou de mistura de água quente com água fria. Para tanto, recomenda-se projetar e executar sistemas independentes de distribuição para instalações prediais que utilizam componentes de alta vazão, como, por exemplo, a válvula de descarga para bacia sanitária. A mesma recomendação se aplica a tubulações que alimentam aquecedores. 1.7.2.1 Vazões no Abastecimento de Reservatório Nos pontos de suprimento de reservatórios, a vazão de projeto pode ser determinada dividindo-se a capacidade do reservatório pelo tempo de enchimento. No caso de edifícios com pequenos reservatórios individualizados, como é o caso de residências unifamiliares, o tempo de enchimento deve ser menor do que 1 h. No caso de grandes reservatórios, o tempo de enchimento pode ser de até 6 h, dependendo do tipo de edifício. 1.7.3 Velocidade As tubulações devem ser dimensionadas de modo que a velocidade da água, em qualquer trecho de tubulação, não atinja valores superiores a 3m/s. 1.7.4 Perda de Carga 1.7.4.1 Distribuída Até agora falamos e, inclusive demonstramos, que a pressão só varia se variarmos a altura da coluna de água. Como se explica, então, o fato de que podemos aumentar a pressão, em um chuveiro, por exemplo, simplesmente aumentando o diâmetro da tubulação que abastece esse chuveiro? Vamos imaginar que a água que escoa em um tubo seja composta de minúsculas bolinhas. Verificações práticas mostram que o escoamento dos líquidos nas tubulações pode ser turbulento. Isto é, com o aumento da velocidade, o líquido passa a se comportar de forma agitada, causando grandes choques entre as suas partículas. Além desses choques, verifica-se que ocorrem também atritos entre cada uma dessas partículas e suas vizinhas, durante o escoamento. Esses atritos, assim como os choques, causam uma resistência ao movimento, fazendo com que o líquido perca parte da sua energia. É o mesmo que dizer: “O líquido perde pressão”. Isto ocorre, em grande parte, devido à rugosidade das paredes da tubulação, ou seja: “Quanto mais rugoso for o material do tubo, maior será o atrito interno, assim como maiores serão os choques das partículas entre si. Conseqüentemente, a perda de energia do líquido será maior”. Esta perda de energia e que se traduz em forma de perda de pressão é o que nós denominamos de “perda de carga”. 1.7.4.2 Localizada A perda de carga localizada ocorre nos casos em que a água sofre mudanças de direção. Como por exemplo: Na passagem por joelhos, tês, reduções, registros, etc. 1.7.4.3 Cálculo de Perda de Carga Segundo a NBR 5626/98, a perda de carga distribuída depende do seu comprimento e diâmetro interno, da rugosidade da sua superfície interna e da vazão. Para calcular o valor da perda de carga nos tubos, recomenda-se utilizar a equação universal, obtendo-se os valores das rugosidades junto aos fabricantes dos tubos. Na falta dessa informação, podem ser utilizadas as expressões de Fair-Whipple-Hsiao indicadas a seguir. Para tubos rugosos (tubos de aço-carbono, galvanizado ou não): J = 20,2 x 106 x Q1,88 x d- 4,88 Para tubos lisos (tubos de plástico, cobre ou liga de cobre): J = 8,69 x 106 x Q1,75 x d- 4,75 onde: “J” é a perda de carga unitária, em quilopascals por metro; “Q” é a vazão estimada na seção considerada, em litros por segundo; “d” é o diâmetro interno do tubo, em milímetros. Segundo a NBR 5626/98, a perda de carga localizada, deve ser expressa em termos de comprimentos equivalentes desses tubos. A tabela a seguir apresenta esses comprimentos para os casos de equivalência com tubos lisos. Quando for impraticável prever os tipos e números de conexões a serem utilizadas, um procedimento alternativo consiste em estimar uma porcentagem do comprimento real da tubulação como o comprimento equivalente necessário para cobrir as perdas de carga em todas as conexões; essa porcentagem pode variar de 10% a 40% do comprimento real, dependendo da complexidade de desenho da tubulação, sendo que o valor efetivamente usado depende muitoda experiência do projetista. 1.7.5 Golpe de Aríete O Golpe de aríete é um fenômeno comum em situações onde há escoamento transitório no interior de um conduto forçado, que é caracterizado pela dependência de suas variáveis (pressão e velocidade, ou carga e vazão) em relação ao tempo. Em hidráulica, um transitório hidráulico em conduto forçado caracteriza- se pela ocorrência de ondas de pressão que são propagadas ao longo da tubulação sempre que, por algum motivo, o escoamento sofra (i) aceleração ou (ii) desaceleração. Tomando a segunda lei de Newton uma variação da aceleração da massa de fluido provocará o surgimento de variação de pressão. As ondas de pressão então propagam-se ao longo da tubulação, sofrendo reflexões nas extremidades, sofrendo mudanças de amplitudes (de positivas para negativas), perdendo a intensidade na medida em que a energia é dissipada. Portanto, define-se como golpe de aríete a variação brusca de pressão, acima ou abaixo do valor normal de funcionamento, devido a mudanças "bruscas"1 da velocidade da água. As causas principais deste fenômeno são as manobras instantâneas das válvulas. Este fenômeno, além de provocar ruídos altos, semelhantes a marteladas em metal, pode também provocar o rompimento de tubulações e danificar instalações. Capítulo 2 2. Tipos de Tubos - PVC roscável - PVC soldável - Ferro galvanizado - Cobre - CPVC - Polipropileno - Pex - Gerpex 2.1 PVC Roscável Os tubos roscáveis possuem maior espessura de paredes que seus equivalentes da linha soldável. Isto ocorre para compensar uma parte desta espessura de parede que é perdida quando da abertura da rosca. Por esse motivo os tubos roscáveis apresentam vantagens em instalações aparentes, contra eventuais choques ou impactos que possam ocorrer. Além disso, o sistema roscável, facilita a desmontagem e remanejamento da instalação nos casos de redes provisórias. Execução de juntas: Para tubos de ferro galvanizado, seguir o mesmo esquema usando porem tarraxa própria para ferro galvanizado e óleo lubrificante para abertura das roscas. Os tubos de PVC roscável e os tubos de ferro galvanizado são fabricados com suas bitolas cotadas (medidas) em polegadas (medida anglo-saxônica de comprimento equivalente a 25,4 mm nos EUA e 25 mm no Reino Unido. Um acordo industrial atribuiu-lhe o valor comum de exatamente 25,4 mm) e as mais usadas são: ½” Lê-se: Meia polegada. ¾” Lê-se: Três quartos de polegada. 1” Lê-se: Uma polegada. 1 ¼” Lê-se: Uma polegada e um quarto de polegada. 1 ½” Lê-se: Umas polegada e meia. 2” Lê-se: Duas polegadas. Obs.: A polegada que usamos para tubos é ¼ maior do que a polegada usada para ferragens. 2.2 PVC Soldável Os tubos e conexões soldáveis têm como principal vantagem, a sua facilidade de instalação, já que dispensa equipamentos ou ferramentas mais sofisticadas, o que se traduz por uma maior economia de mão de obra e do preço por metro instalado. Os tubos devem ser cortados perpendicularmente ao eixo longitudinal dos mesmos. Depois desta operação, chanfrar com lima as suas extremidades. Execução de juntas: 2.3 Ferro Galvanizado Os tubos e conexões de ferro galvanizados, são utilizados em instalações prediais de água fria, água quente e instalações para auxílio ao combate a 30 incêndios, instalações de gás, dentre outras. Devem ser fabricados de acordo com a especificação NBR 5580 da ABNT que prevê classes diferentes de pressões. Os tubos e conexões utilizados em instalações prediais são de classe média, com as seguintes características: têm baixo teor de carbono; são submetidos a pressões de teste de 5000 Kpa (500 m.c.a); são fabricados em varas de 6 metros, com roscas nas duas extremidades. Para dar resistência à corrosão, os tubos e conexões são galvanizados pelo processo de imersão a quente, em zinco fundido. Neste processo de galvanização o zinco com a superfície do ferro formando uma camada muito aderente e de difícil remoção. Os tubos são fabricados a partir de chapas de aço ou lingotes de aço. Sendo de chapas, são dobrados e soldados, constituem os chamados "tubos com costura"; os "tubos sem costura" são fabricados por laminação ou por extrusão. A norma brasileira de roscas para tubos, NBR 5580 (DIN 2440), cônicas e paralelas, é denominada NBR 6414 (DIN 2999) e baseada nas recomendações ISSO 7/1 (rosca cônica) e ISSO R-228 (rosca paralela). Estas roscas são conhecidas como roscas BSP (British Standards Pipe). A rosca conhecida como rosca NPT (National Pipe Taper) é baseada na norma ANSI/ASME B 1.20.1. A forma das roscas são distintas. As principais diferenças das roscas são a altura do filete, o ângulo do filete e o formato da crista e raiz e o comprimento do passo. A altura do filete de uma rosca NPT é maior que da rosca BSP, portanto a espessura da parede de uma rosca NPT terá que ser também maior. - CONEXÕES BSP-BAIXA PRESSÃO classe 10 - (conforme ABNT NBR 6414) para condução de água, gás, vapor, óleo, etc., em instalações domiciliares e hidráulicas. Segundo as recomendações da ABNT 6414 e ISSO 7/1 ou DIN 2999, as roscas internas (fêmea) são usinadas na forma cilíndrica e as externas (machos) na forma cônica. - CONEXÕES NPT-MÉDIA PRESSÃO classe 300 - (conforme ANSI B2.1) próprias para instalações industriais em linhas sujeitas a elevadas pressões e altas temperaturas. Definições importantes: 2.4 Cobre Os tubos e conexões de cobre, são fabricados com 99,9% de cobre e 0,1% de fósforo, nos diâmetros de 15mm (1/2”) a 104mm (4”). São empregados em instalações de água quente, fria, canalização de gás, incêndio, energia solar e coluna de incêndio. Podem ser encontrados em três classes de acordo com as espessuras de parede: Classe “E”, Classe “A”e Classe “I”. Classe E (edificações): Tubo de parede fina, projetado para emprego em instalações hidráulicas prediais de água quente e fria. Classe A (Aerozóis): Tubo de parede intermediária que possui as mesmas características do tubo classe “E” sendo mais utilizado para instalações de gás. Classe I (industrial): Tubo de parede mais grossa sendo mais utilizado para instalações de alta pressão. Por ser o cobre, ótimo condutor de calor, as instalações de água quente feitas com tubos desse material devem ser providas de isolamento térmico. A montagem de uma rede em tubos e conexões de cobre é feita através de solda branca (liga de estanho). Execução das juntas: Obs.: Em conexões com diâmetros entre 15mm e 28mm, que são as medidas mais comuns em instalações residenciais, a quantidade correta de solda é aproximadamente igual ao diâmetro da conexão. Por exemplo, 28mm de solda para uma conexão de 28mm. 2.5 CPVC A matéria prima para fabricação de tubos e conexões é o CPVC (policloreto de vinila clorado), que proporciona resistência a condução de líquidos sob pressões e altas temperaturas. Os tubos de CPVC, são fabricados nos diâmetros externos (DE) 15mm, 22mm e 28mm, 35mm, 42mm, 54mm, 73mm, 89mm, 114mm(diâmetros de referência ½”, ¾”e 1”) em barras de 3m com pontas lisas, e são dimensionados para trabalharem com as seguintes pressões de serviços: - 6 KgF/cm2 ou 60 m.c.a conduzindo água a 800 C. - 24 KgF/cm2 ou 240 m.c.a conduzindo água a 200 C. OBS: Os tubos e conexões de CPVC não são indicados para condução de “vapor”. Características: - Junta soldável a frio através de processo químico. - Facilidade de instalação devido à rapidez e facilidade na execução das juntas. - Isolamento: devido a sua baixa condutividade térmica, não exige a aplicação de isolantes térmicos. 2.6 PPR (Polipropileno CopolímeroRandom – Tipo 3) O PPR (Polipropileno Copolímero Random - Tipo 3) é fabricado de acordo com a NBR 15813 - Sistemas de tubulações plásticas para instalações prediais de água quente e fria. O PPR é fabricado com matérias-primas de estruturas homogêneas e compactas, que resultam em um produto de baixa rugosidade. Com paredes internas extremamente lisas, o atrito entre o fluido e o tubo e baixo. Execução das juntas: O processo de soldagem por termofusão é prático e muito simples em relação a outros processos de soldagem tradicionais. Com o auxilio do Termofusor, ferramenta especialmente desenvolvida para esta atividade, o tubo e a conexão são unidos molecularmente a uma temperatura de 260° C, formando um sistema contínuo entre tubos e conexões. 2.7 Diâmetros Equivalentes das Tubulações Capítulo 3 3. Dimensionamento Devemos dimensionar a instalação hidráulica para que o uso de um aparelho ou peça sanitária seja satisfatório e não prejudique o funcionamento de outras partes da instalação. Os métodos mais utilizados pelos projetistas para dimensionamento de instalações hidráulicas são os "Sistema Máximo Provável" e “Sistema Máximo Possível”. Sistema máximo provável: Admite-se que, nem todas as peças sejam usadas ao mesmo tempo. Mas existe a possibilidade de algumas funcionarem ao mesmo tempo. Cada peça terá um diâmetro mínimo e será atribuído a ela um "peso" que representa a influência da mesma no funcionamento da instalação. Sistema máximo possível: Admite-se que todas as peças sejam usadas ao mesmo tempo. Tabela para sistema máximo provável e máximo possível Nomograma para sistema máximo provável e máximo possível Capítulo 4 4. Instalação Predial de Água Quente As instalações de água quente destinam-se a banhos, higiene, utilização em cozinhas (na lavagem e na confecção de refeições), lavagem de roupas e a finalidades médicas ou industriais. Segundo a norma NBR 7198/82 as instalações de água quente devem proporcionar: - Garantia do funcionamento de água suficiente, sem ruído, com temperatura adequada e pressão necessária ao perfeito funcionamento das peças de utilização; - Preservação rigorosa da qualidade da água. As temperaturas mais usuais são: - Uso pessoal em banhos ou para higiene - 35 a 500C - Em cozinhas (dissolução de gorduras) - 60 a 700C - Em lavanderias - 75 a 850C - Em finalidades médicas (esterilização) - 1000C ou mais. O abastecimento de água quente é feito em encanamentos separados dos de água fria e pode ser de três sistemas: 1- Aquecimento individual ou local; 2- Aquecimento central privado (domiciliar); 3- Aquecimento central do edifício; Aquecimento individual ou local: A água fria é retirada das colunas normais de abastecimento; o contato com uma fonte de produção de calor (gás, óleo, eletricidade, etc.) aumenta sua temperatura, ficando em condições de utilização. Localizam-se em geral nos banheiros ou cozinhas e atendem a poucos aparelhos. Os aquecedores são instantâneos (ou de passagem). Aquecimento central privado: Há uma instalação central para a unidade residencial, de onde partem as tubulações para diversos pontos de utilização (banheiros, toalete, etc.). Os aquecedores são de acumulação. Aquecimento central do edifício: Há uma instalação geral, normalmente no térreo ou subsolo, de onde partem as ligações de água quente para as diversas unidades do edifício. Os meios usados para aquecer a água podem ser classificados em: - Energia elétrica: resistência; - Combustíveis sólidos: madeira, carvão, etc.; - Combustíveis líquidos: álcool, querosene, gasolina, óleo, etc.; - Combustíveis gasosos: gás de rua, gás engarrafado, etc.; - Energia solar; Tabela 3.4 DIÂMETRO MÍNIMO DOS SUB-RAMAIS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO DIÂMETRO (mm) Banheira Bidê Chuveiro Lavatório Pia de cozinha Pia de despejo Lavadora de roupas 15 15 15 15 15 22 22 Dimensionamento de instalação hidráulica de água quente: O dimensionamento para a distribuição da água quente segue o mesmo raciocínio empregado para a água fria, porém fazendo as devidas alterações quanto ao consumo, conforme a NBR 7198. Sub-ramais: A NBR 7198 recomenda os diâmetros mínimos para os sub- ramais conforme a tabela 3.4. Ramais de alimentação: A NBR 7198 recomenda o sistema de funcionamento máximo provável das peças de utilização. Em casos especiais poderá ser usado o sistema máximo possível. O dimensionamento dos ramais de alimentação de água quente, pelo sistema máximo provável é feito pelo mesmo método da água fria. Colunas de distribuição: Quando o sistema de aquecimento utilizado for do tipo central coletivo a distribuição da água quente se faz pelas colunas e pode ser ascendente; descendente ou mista. O sistema pode ser projetado com sentido unidirecional de fluxo da água ou com o retorno da mesma (anel de recirculação). O retorno pode ser feito com ou sem bombeamento independente do tipo de sistema de distribuição de água quente adotado, a alimentação com água fria do sistema de aquecimento deve ser totalmente separada da tubulação que distribui água fria para a edificação. Deve se colocar uma válvula de retenção ou um sifão junto à saída do reservatório de água fria para evitar o acesso de água quente neste. O diâmetro da coluna deve ser calculado pelo sistema máximo provável. Sempre que a tubulação ultrapassar 10 metros de extensão, deve-se fazer o uso de liras de dilatação ou a instalação de juntas de expansão, evitando que o tubo se rompa pelo efeito da dilatação térmica. Produção de água quente: A produção de água quente se dá pela transferência de calorias de uma fonte de calor para que a água alcance a temperatura desejada. Estas calorias poderão ser obtidas através de diversas fontes de energia térmica, dentre as quais temos: - Combustíveis sólidos, líquidos e gasosos. - Energia elétrica - Energia solar - Vapor Eletricidade e gás: Os aquecedores de água residenciais normalmente utilizam eletricidade ou gás como fonte de energia térmica. Podem ser de dois tipos: a) De passagem contínua da água: que são os aquecedores individuais ou centrais privados. b) De acumulação: onde a água é armazenada em um reservatório protegido termicamente, que tem em seu interior uma resistência elétrica que aquece a água até determinada temperatura controlada por um termostato. Tubos utilizados: - Ferro galvanizado - Polipropileno - Cobre - CPVC (policloreto de vinila clorado) - Pex (polietileno reticulado) OBS: os tubos da Série Normal (SN) não estão preparados para suportar temperaturas acima de 40ºC, porém existe o tubo Série Reforçada (SR) que resiste a temperaturas de até 60ºC, além de poder se usado em casos especiais manilhas e tubos de ferro fundido. Isolamentos térmicos: Usamos isolamentos térmicos por dois motivos: 1º) Para diminuir a perda de calor, economizando energia. 2º) Permitir a movimentação da tubulação. Para atender estas características os isolantes devem ser: flexíveis, incombustíveis e de fácil aplicação. Abaixo informamos alguns tipos de isolantes, como segue: Para tubulações embutidas: amianto em pó (traço 3:1), silicato de cálcio, vermiculite e cal (traço 3:1). Eluma Flex, calhas de isopor e cortiça moída. Esses isolantes devem ser aplicados com espessura de aproximadamente 2 cm ao redor do tubo. Para tubulações aéreas: calha de lã de vidro. Eluma Flex, calhas de isopor, envolvidas em alumínio corrugado, com espessura 2,5 cm. Aplicação de isolante térmico nas conexões: 1. Conjunto de tubo e conexão, preferencialmente, necessita estar soldadas. 2. Após o isolante na tubulaçãoser cortado no sentido longitudinal, deve-se cortar em chanfro, de acordo com o encaixe necessário utilizando instrumento de corte (faca, estilete, etc.) 3. Encaixe o isolante na tubulação. Quando a tubulação for aparente, recomenda-se a utilização de cola para garantir o fechamento do isolante. 4. Tubo e conexão isolados. OBS.: Quando a tubulação não estiver instalada, o tubo de cobre poderá ser revestido sem necessidade do corte longitudinal no isolante térmico. Em tubulação aparente e exposta aos raios solares, proteger o isolante para que estes não incidam sobre o isolamento. APLICAÇÃO DE ISOLANTE NA TUBULAÇÃO DE COBRE SEM DERIVAÇÃO Corte o isolante no sentido longitudinal, utilizando instrumento de corte (faca, estilete, etc.) Encaixe o isolante na tubulação de cobre após a montagem da instalação. Feche o isolante utilizando cintas plásticas, fitas, etc. Se houver necessidade de soldar o tubo na conexão quando este já estiver com o isolamento, afaste o isolante aproximadamente 30 cm do ponto de soldagem. Capítulo 5 5. Instalações mínimas As instalações prediais de água e esgotos têm como finalidades fazer a distribuição da água, em quantidade suficiente, e promover o afastamento adequado das águas servidas, criando, desta forma, condições favoráveis ao conforto e segurança dos usuários. Toda habitação, por mais simples que seja, deve possuir sistema de abastecimento de água e condições satisfatórias de esgotamento dos resíduos. Atendendo às exigências sanitárias mínimas, consegue-se atenuar o perigo das contaminações; mas este perigo não é eliminado completamente, razão pela qual é necessário que as populações e os governos adotem critérios nos quais as atividades sanitárias sobrepõem às de ordem econômica. As instalações podem ser classificadas em internas, quando estiverem no interior das edificações; e externas, que são as obras públicas de saneamento. As instalações residenciais mínimas compreendem as seguintes peças de utilização: uma bacia sanitária, um lavatório, um chuveiro, uma pia de cozinha, um ralo sifonado e um tanque. Em projetos especiais podem ser suprimidas e/ou acrescentadas algumas peças, obedecendo, porém, as recomendações da tabela. A distribuição da água quente em instalações prediais tem por finalidade atender aos usos domésticos como banho, lavagem de roupas e utensílios de cozinha, tornando-se indispensável em ambiente de maior conforto. O seu emprego é muito difundido em indústrias, lavanderias, laboratórios e hospitais. É utilizada também para a calefação (aquecimento, neste caso do ambiente), mas este fim não é de corrente uso no Brasil e sim em países de clima frio. As águas pluviais deverão ser conduzidas, por instalações especiais, aos cursos de água disponíveis na região. A ligação do esgotamento das águas pluviais das edificações à rede pública é feita através de uma caixa de areia ou de um poço de visita. As instalações de proteção e auxílio ao combate a incêndios São independentes das instalações de distribuição da água, porém utilizando o mesmo reservatório. Ocupam lugar de destaque especial num projeto, pois é sabido que sua ausência ou má execução causam prejuízos irreparáveis às populações. O valor de uma vida humana justifica todas as despesas por mais elevadas que sejam com o objetivo de resguardá-la das conseqüências de um incêndio. Capítulo 6 6. Instalação de Esgoto Sanitário Predial Instalação de esgoto sanitário predial Como já vimos anteriormente, a saúde da população está diretamente relacionada com a qualidade da água que consome. A mesma importância deve ser dada ao saneamento das águas servidas ou esgotos. Além de melhores condições de saúde, o saneamento ainda proporciona conforto na qualidade de vida das pessoas nas cidades. Devemos salientar que o bom funcionamento de uma instalação hidráulica predial depende de um bom dimensionamento da instalação sanitária. Tipos de esgotamento: Direto: O esgoto é lançado diretamente do coletor predial ao coletor público, quando a profundidade do mesmo não exceder à do coletor público. Indireto: O esgoto é recolhido em uma elevatória, quando a profundidade do coletor predial exceder à do coletor público e, em seguida, é recalcado para o mesmo. Esgoto residencial (definições e terminologias): São despejos líquidos provenientes do uso da água para fins higiênicos (águas servidas), esgoto residencial se divide em duas partes: Esgoto primário: É a parte da instalação sanitária que contém os gases provenientes do coletor público. Estes gases são formados pela fermentação e decomposição de matérias orgânicas (Fezes e Resíduos) contidas nas canalizações sanitárias. Esgoto secundário: É a parte da instalação sanitária que não contém os gases do coletor público, pois está protegido por fechos, aparelhos desconectados ou sifões. Demais componentes (definições e terminologias): Sifões: São dispositivos providos de fecho hídrico, destinados a vedar a passagem dos gases provenientes do esgoto primário para o esgoto secundário. Ex: Caixa sifonada, Vaso sanitário, Sifão para lavatório, etc. Fecho hídrico: Coluna líquida que, em um sifão sanitário veda a passagem de gases. Segundo norma da ABNT, esta camada deve ter uma altura mínima de 5cm. Aparelho sanitário: Aparelho ligado à instalação predial e destinado ao uso da água para fins higiênicos, ou a receber dejetos e águas servidas. Coluna de ventilação: Canalização vertical destinada à ventilação e saída de gases de sifões sanitários situados em pavimento superpostos. Ramal de descarga: Canalização que recebe diretamente efluentes de aparelho sanitário. Ramal de esgoto: Canalização que recebe efluentes de ramais de descarga. Tubo de queda: Canalização vertical que recebe efluentes de ramais de esgoto e ramais de descarga predial. Sub-coletor: Canalização que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda ou ramais de esgoto. Tubo ventilador individual: Tubo ventilador secundário ligado ao sifão, ou ao tubo de descarga de um aparelho sanitário. Caixa de passagem ou inspeção: É destinada a inspeção, limpeza e desobstrução das tubulações. Podem ser feitas em concreto, ou alvenaria. Circular (Diâmetro 60cm) ou quadrada de 60cm por 60cm. Sua profundidade máxima deve ser de 1 metro. Deve-se garantir uma distancia máxima entre elas de 25 metros e/ou colocá-la a cada mudança de direção ou nível. Caixa de gordura: Caixa sifonada, destinada, a separar gorduras e detritos da água servida. Pode ser em PVC, ferro fundido, alvenaria e/ou concreto. Suas dimensões dependem do volume de esgoto que irá receber, (pia, tanque, etc.). OBS.: Veja abaixo as orientações da COPASA. É obrigatória a instalação de caixa de gordura sifonada para águas servidas das pias e pisos de copas e cozinhas. Essa caixa retém a gordura, evitando os entupimentos da tubulação que vai para a rede coletora da rua e também evita o mau cheiro e a entrada de baratas e ratos para dentro de casa. A caixa de gordura pode ser construída por você, (vide exemplo) ou adquirida, pré-fabricada no comércio. Neste último caso, você deve tomar cuidado e verificar se a caixa atende às normas da COPASA MG ou se teve seu projeto de fabricação aprovado pela mesma. Dimensionamento: Para dimensionar instalações em residências de pequeno e médio porte, usaremos um método prático. CAIXA DE GORDURA PRISMÁTICA (BASE RETANGULAR) DIMENSÕES INTERNAS MÍNIMAS (cm) NÚMERO DE COZINHAS NÚMERO DE REFEIÇÕES(N) CAPACIDADE DA CAIXA (LITROS)(A x C x L) COMPRIMENTO(C) Largura (L) Altura (H) Altura da Saída (A) 1 e 2 - 31 44 22 47 32 3 - 44 50 25 50 35 4 - 50 52 26 52 37 5 - 56 54 27 53,5 38,5 6 - 63 56 28 55 40 7 - 71 58 29 57,5 42,5 8 - 77 59 29,5 59 44 9 - 83 60 30 61 46 10 - 90 62 31 62 47 11 - 97 64 32 62,5 47,5 12 - 105 66 33 63 48 13 - 111 68 34 63 48 14 - 118 70 35 63 48 15 - 124 72 36 63 48 16 a 28 100 216 90 40 75 60 29 a 36 125 288 120 40 75 60 37 a 43 150 360 120 50 75 60 44 a 57 200 432 120 60 75 60 58 a 73 250 504 120 70 75 60 74 a 86 300 588 140 70 75 60 87 a 100 350 756 140 90 75 60 101 a 115 400 810 150 90 75 60 116 a 129 450 918 170 90 75 60 - Até 15 cozinhas, a abertura da parede do septo é de 10 cm. A partir de 16 cozinhas, ou 100 refeições, a abertura da parede do septo é de 20 cm. - Lanchonetes pequenas: as caixas de gordura desses estabelecimentos, com pouco espaço físico e utilização de descartáveis, deverão ter as seguintes dimensões (C x L x A) = 60 x 30 x 46 cm. Demais lanchonetes deverão utilizar caixa de gordura para volume a partir de 216 litros. Informações a respeito de caixas de gordura menores e/ou de formato cilíndrico constam da norma ABNT NBR 8160, Sistemas prediais de esgoto sanitário – Projeto e execução. Manutenção de caixa sifonada e caixa de gordura: O mau cheiro em uma residência incomoda muito, e na maioria das vezes, acontece por falta de manutenção (limpeza) nas instalações sanitárias. A caixa sifonada ou ralo pode ser localizado (a) em vários pontos de uma residência, mas, o local onde é mais utilizado, é o banheiro. Esta caixa com o tempo de uso pode vir a entupir e transbordar. O entupimento normalmente ocorre por cabelos, grampos, fios de vassoura, etc. Por este motivo há a necessidade de efetuar a limpeza pelo menos 3 vezes por ano. Para fazer a limpeza, basta calçar uma luva na mão, retirar a grelha da caixa, retirar a sujeira colocando num saco plástico. Caso a sadia da caixa esteja entupida, retirar o bujão existente no sifão da caixa, (vide desenho abaixo) e passar uma sonda para tirar a sujeira. Não se esquecer de recolocar o bujão na caixa, pois sem ele o mau cheiro que vem da rua entrará em sua residência. (obs.: a sonda não pode ser pontiaguda porque poderá furar a tubulação). Ramais de descarga: A tabela que se segue fornece o diâmetro mínimo para os ramais de descarga. Ramais de descarga: Terão o diâmetro mínimo da tabela. Sub-coletor e coletor predial: Serão do mesmo diâmetro do maior ramal de descarga - vaso sanitário (VS). Ramais de esgoto: Saída caixa sifonada 50mm. Banheiro: Até quatro aparelhos menos o vaso sanitário o diâmetro nominal (DN) é igual a 50mm. Cozinha: Pia com dois bojos o diâmetro nominal (DN) é de 50mm. Pia mais lavadora de louças o diâmetro nominal (DN) é de 75mm. Área de serviço: Tanque com dois bojos diâmetro nominal 50 mm. Tanque e lavadora de roupa diâmetro nominal 75 mm. Tubo ventilador: Será no mínimo a metade do diâmetro do ramal a ser ventilado. OBS: a) Distância máxima da saída do tubo ventilador à saída do vaso sanitário será igual 2,40 metros. b) A extremidade de um tubo ventilador deverá estar no mínimo 30 centímetros acima da laje ou telhado. Em caso de terraço deverá estar a 2 metros acima deste. Declividade: Tubos 40mm, 50mm e 75mm terão declividade de 2% Tubos de 100mm ou mais terão declividade de 1% Linha sanitária: Os tipos de tubos e conexões existentes para uma rede de esgoto são as seguintes: - Tubo PVC rígido. - Manilha de barro. - A instalação da rede predial de esgoto em PVC tem as seguintes vantagens: Instalação contra agentes químicos Paredes lisas que evitam incrustações de dejetos e corrosão que causam o entupimento. Rapidez nas instalações As conexões são encontradas para atender os diversos diâmetros. Obs.: Existe também a Série Reforçada (SR) de tubos de esgoto que tem uma resistência mecânica e térmica maior do que a Série Normal. Outra linha de tubos para esgoto disponível no mercado é a linha Silentium, que resiste a maiores temperatura e um melhor isolamento acústico. Aparelho sanitário São aparelhos destinados a fornecer água para fins higiênicos e a receber dejetos e águas servidas. Os aparelhos sanitários são normalmente confeccionados em material cerâmico vitrificado, aço inox, fibra de vidro, etc, e deverão cumprir às especificações das normas da ABNT, para cada tipo de aparelho. As dimensões dos aparelhos sanitários fornecidas pelos fabricantes obedecem às especificações das normas. Deverá o projetista consultar os catálogos técnicos para elaborar as listagens de materiais. Os aparelhos sanitários são: banheira, bidê, chuveiro ou ducha, ducha higiênica manual, lavatório, mictório, pia de cozinha, tanque, vaso ou bacia sanitária, máquina de lavar roupas e de lavar pratos. Capítulo 8 Instalações prediais de prevenção e auxílio ao combate a incêndios A distribuição da água para combate a incêndios poderá ser feita através de reservatório elevado, preferivelmente, ou por reservatório subterrâneo. No caso do reservatório ser elevado, a adução será por gravidade e quando o reservatório for subterrâneo, por recalque de acionamento automático. As instalações de prevenção e auxílio ao combate a incêndios serão regidas por Norma da ABNT, por Decreto Municipal e/ou por critérios do Grupamento de Incêndio de cada localidade. Capítulo 9 Cavalete Copasa Para obter as ligações de água e esgoto, há necessidade de seguir as seguintes instruções: Local de instalação: o padrão de água dever ser instalado dentro do próprio imóvel. Placa como numero do imóvel: colocar a placa em local visível, não usar numeração provisória. Em caso de mais de uma moradia com padrões separados, colocar placas indicando cada residência. Exemplo: 161; 161A; 161B, etc. Caixa de correio: recomenda-se a instalação de uma caixa para entrega de correspondências (contas). Instalação próxima ao padrão Cemig: deixar uma distância mínima de 30 cm entre os respectivos ramais internos. Vistoria: antes da ligação da água, a Copasa faz uma vistoria. Caso o padrão não esteja em conformidade, a Copasa fará nova vistoria que será cobrada. O tê de concreto deve ser fixado no chão por compactação, o lado que a Copasa irá fazer a ligação deve descoberto até a ligação executada. O cavalete deve ficar afastado da testada do lote no máximo 1,50m, facilitando para o leiturista. O acesso deve ser livre, resguardando a entrada e passagem do funcionário. Não poderá ser instalada torneira no cavalete. Instalação em Nicho Neste caso o padrão fica embutido no muro ou na mureta, por isso tem uma proteção. É muito usado em casos onde o padrão não pode ficar dentro do imóvel; As dimensões depois de acabada da caixa são: 60cm de largura, 50cm de altura e 12cm de profundidade; Pode-se ainda colocar uma tampa para proteger o conjunto, deixando uma ventilação. A - Para a instalação predial, utilize o material adequado de maneira a evitar vazamentos. Não recomendamos o uso de mangueiras; B - O tubo de ferro galvanizado deve ter 60cm, sendo 40cm acima do piso e o restante enterrado e fixado na base de concreto; C - O tubo (gabarito) deve ficar perfeitamente nivelado. Este tubo será posteriormente substituído pelo hidrômetro; D - O tubo de ferro galvanizado deve ter 75cm, sendo 40cm acima do piso e o restante enterrado e fixado na base de concreto; E - O padrão deve ter um afastamento de, no máximo, 1,50m (um metro e meio) em relação à testada do lote (muro de frente);F- A tubulação que vai até o passeio deve ser de PEAD (Polietileno de alta densidade), flexível, cor azul, DN 20; G - Deixe a ponta do tubo PEAD no passeio (tubo de espera), com uma distância de 25cm para fora da testada do lote (muro de frente) e a 38cm de profundidade, para receber a ligação. Você deve arrolhar a ponta com bucha de papel e cobrir com terra, até que seja executada a ligação. H - Deve ser utilizada uma das divisas laterais do lote para a instalação do padrão. Caso não seja possível, consulte a COPASA. Capítulo 10 Simbologias Capítulo 11 Alturas e distâncias padrões Tabela de terminais de água Base de medidas dos dispositivos hidráulicos de centro e terminais em relação ao piso acabado Registro geral interno (gaveta) 1,80 a 1,90m Registro de pressão ou misturador p/chuveiro 1,20 a 1,30m Registro de pressão p/máquina de lavar 1,20 a 1,30m Registro de pressão p/mictório 1,20 a 1,25m Registro de pressão p/caixa externa de descarga 2,11 a 2,20m Registro de pressão p/vazo com caixa acoplada 0,20 a 0,25m Registro de pressão p/filtro 1,20 a 1,25m Torneira de lavagem (limpeza) 0,60m Válvula de descarga automática 1,00 a 1,10m Válvula de descarga p/mictório 1,20 a 1,25m Terminais ou sub-ramis em relação ao piso acabado Lavatório (com ou sem coluna) 0,55 a 0,60m Bidê 0,15 a 0,18m Chuveiro 2,10 a 2,15m Pia de cozinha 1,05 a 1,10m Tanque 1,10 a 1,15m Caixa de descarga externa 2,00 a 2,10m Mictório com válvula de descarga 1,05 a 1,10m Mictório com registro de pressão 1,00 a 1,05m Vaso sanitário c/caixa acoplada 0,15 a 0,20m Vaso sanitário c/V. descarga 0,33 a 0,34m Máquina de lavar roupa 1,20 a 1,25m Filtro (bico) 2,05 a 2,10m Ducha 0,55m Banheira 0,35m Base de medidas da distância das peças sanitárias em relação à parede acabada ao centro da peça Vaso sanitário 0,28 a 0,30m Vaso sanitário ideal c/caixa acoplada 0,32m Bidê 0,22m Lavatório c/coluna 0,12 a 0,15m Tanque 0,20m Base das medidas das distâncias de saída das peças sanitárias em relação ao piso acabado (centro da conexão) Lavatório sem coluna 0,50m Mictório sifonado 0,51m Mictório louça s/sifão 0,33m Máquina de lavar 0,80m Tanque 0,50m
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