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CASOS CONCRETOS DE ADMINISTRATIVO 2 CORRIGIDOS PELO PROFESSOR

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DIREITO ADMINISTRATIVO II – CASOS CONCRETOS 
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AULA 1 (ESTE CASO SERÁ COBRADO, EU ACHO) 
Questão: Maria, jovem integrante da alta sociedade paulistana, apesar de não trabalhar, 
reside há dois anos em um dos bairros nobres da capital paulista, visto que recebe do 
Estado de São Paulo pensionamento mensal decorrente da morte de seu pai, ex-servidor 
público. Ocorre que, após voltar de viagem ao exterior, foi surpreendida com a 
suspensão do pagamento da referida pensão, em razão de determinação judicial. Em 
razão disso, deixou de pagar a conta de luz de sua casa por dois meses consecutivos o 
que acarretou, após a prévia notificação pela concessionária prestadora do serviço 
público, o corte do fornecimento de luz em sua residência. Considerando a narrativa 
fática acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos 
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
a) À luz dos princípios da continuidade e do equilíbrio econômico-financeiro do 
contrato de concessão de serviço público, é lícito o corte de luz realizado pela 
concessionária? 
 
Resposta: Sim, o corte é lícito, pois se trata de débito recente (constituído há menos de 
3 meses) e a concessionária efetuou o corte após prévia notificação que enviou para 
Maria (art. 6º, §3º da Lei 8.987/95). 
 
b) O Código de Defesa do Consumidor pode ser aplicado irrestritamente à relação entre 
usuários e prestadores de serviços públicos? 
 
Resposta: Não, o Código de Defesa do Consumidor não pode ser aplicado 
irrestritamente ao caso, pois a Lei 8.987/95 regula a relação da prestação de serviços 
públicos. Assim, deve ser primeiramente aplicada a referida lei, devido ao seu caráter 
especial, devendo o CDC ser utilizado apenas nas hipóteses em que ela for omissa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA 2 (ESTE CASO SERÁ COBRADO) 
Questão: O Estado W resolve criar um hospital de referência no tratamento de doenças 
de pele. Sem dispor dos recursos necessários para a construção e a manutenção do 
Hospital da Pele, pretende adotar o modelo de parceria público-privada. O edital de 
licitação prevê que haverá a seleção dos particulares mediante licitação na modalidade 
de pregão presencial, em que será vencedor aquele que oferecer o menor valor da 
contraprestação a ser paga pela Administração estadual. Está previsto também, no 
instrumento convocatório, que a Administração deverá, obrigatoriamente, deter 51% das 
ações ordinárias da sociedade de propósito específico a ser criada para implantar e gerir 
o objeto da parceria. Esta cláusula do edital foi impugnada pela sociedade empresária 
XYZ, que pretende participar do certame. Diante disso, responda, justificadamente, aos 
itens a seguir. 
 
a) A modalidade e o tipo de licitação escolhidos pelo Estado W são juridicamente 
adequados? 
 
Resposta: A modalidade de licitação está equivocada, pois deve ser adotada a 
concorrência (art. 10, caput, da Lei 11.079). 
b) A impugnação ao edital feita pela sociedade empresária XYZ procede? 
 
Resposta: A impugnação procede, uma vez que nas sociedades de propósito específico 
o poder concedente não pode deter mais de 50% do capital de controle da referida 
sociedade, sob pena de descaracterização da concessão (art. 9º, §4º da Lei 11.079). 
 
 
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AULA 3 (ESTE CASO NÃO SERÁ COBRADO) 
Questão: Recentemente, 3 (três) entidades privadas sem fins lucrativos do Município 
ABCD, que atuam na defesa, preservação e conservação do meio-ambiente foram 
qualificadas pelo Ministério da Justiça como Organização da Sociedade Civil de 
Interesse Público. Buscando obter ajuda financeira do Poder Público para financiar parte 
de seus projetos, as 3 (três) entidades apresentaram requerimento à autoridade 
competente, expressando seu desejo de firmar um termo de parceria. Com base na 
narrativa fática, responda às indagações abaixo, empregando os argumentos jurídicos 
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
a) O poder público deverá realizar procedimento licitatório (Lei n. 8666/93) para definir 
com qual entidade privada irá formalizar termo de parceria? 
Resposta: Não é necessária a realização de licitação. Porém, se quiser, a Administração 
Pública poderá promover um procedimento licitatório simplificado para definir com 
qual delas irá contratar, pois as três entidades pertencem ao mesmo Município, para 
assim reduzir o grau de subjetividade da escolha. 
 
b) Após a celebração do termo de parceria, caso a entidade privada necessite contratar 
pessoal para a execução de seus projetos, faz-se necessária a realização de concurso 
público? 
Resposta: Não pode ser realizado concurso público, pois o princípio concursal de aplica 
somente à Administração Pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA 4 (ESTE CASO SERÁ COBRADO) 
 
Questão: Uma determinada microempresa de gêneros alimentícios explora seu 
estabelecimento comercial, por meio de contrato de locação não residencial, fixado pelo 
prazo de 10 (dez) anos, com término em abril de 2011. Entretanto, em maio do ano de 
2009, a referida empresa recebe uma notificação do Poder Público municipal com a 
ordem de que deveria desocupar o imóvel no prazo de 3 (três) meses a partir do 
recebimento da citada notificação, sob pena de imissão na posse a ser realizada pelo 
Poder Público do município. Após o término do prazo concedido, agentes públicos 
municipais compareceram ao imóvel e avisaram que a imissão na posse pelo Poder 
Público iria ocorrer em uma semana. Desesperado com a situação, o presidente da 
sociedade empresária resolve entrar em contato imediato com o proprietário do imóvel, 
um fazendeiro da região, que lhe informa que já recebeu o valor da indenização por 
parte do Município, por meio de acordo administrativo celebrado um mês após o 
decreto expropriatório editado pelo Senhor Prefeito. Indignado, o presidente da 
sociedade resolve ajuizar uma ação judicial em face do Município, com o objetivo de 
manter a vigência do contrato até o prazo de seu término, estipulado no respectivo 
contrato de locação comercial, ou seja, abril de 2011; e, de forma subsidiária, uma 
indenização pelos danos que lhe foram causados. A partir da narrativa fática descrita 
acima, responda aos itens a seguir, utilizando os argumentos jurídicos apropriados e a 
fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
a) É juridicamente correta a pretensão do locatário (microempresa) de impor ao Poder 
Público a manutenção da vigência do contrato de locação até o seu termo final? 
 
Resposta: Não procede o pedido consistente em compelir o Município a cumprir o 
contrato, pois a desapropriação é uma modalidade originária de aquisição da 
propriedade, razão pela qual o recebe livre de qualquer ônus, real ou pessoal, ou seja, 
livre e desimpedido. 
 
b) Levando-se em consideração o acordo administrativo realizado com o proprietário do 
imóvel, é juridicamente correta a pretensão do locatário (microempresa) em requerer ao 
Poder Público municipal indenização pelos danos causados?Resposta: Se a indenização pela perda da posse não for incluída na indenização que foi 
paga ao proprietário, o locatário poderá pleitear indenização pela perda da posse e 
interrupção da atividade empresarial (perda do fundo de comércio). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA 5 (ESTE CASO SERÁ COBRADO) 
 
Questão: O Prefeito do Município XYZ desapropriou um sítio particular para 
instalação de um novo centro de atendimento médico de emergência. Entretanto, antes 
do início das obras, o Estado ABC anunciou que o Município XYZ receberá um novo 
Hospital Estadual de Atendimento Médico Emergencial. Responda, 
fundamentadamente, aos itens a seguir. 
 
a) O Município pode desistir da construção do centro de atendimento médico e destinar 
a área desapropriada à construção de uma escola? 
 
Resposta: Sim, por motivo de caracterização de tredestinação lícita, a qual consiste na 
destinação diversa do bem àquela prevista na declaração expropriatória, desde que com 
a manutenção do interesse público. 
 
b) Com o anúncio feito pelo Estado, o antigo proprietário do sítio desapropriado pode 
requerer o retorno da área à sua propriedade, mediante devolução do valor da 
indenização? 
 
Resposta: Não, pois a retrocessão é possível apenas em caso de tredestinação ilícita, o 
que não figura como sendo a hipótese do presente caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AULA 6 (ESTE CASO SERÁ COBRADO) 
 
Questão: O Estado “Y”, mediante decreto, declarou como de utilidade pública, para 
fins de instituição de servidão administrativa, em favor da concessionária de serviço 
público “W”, imóveis rurais necessários à construção de dutos subterrâneos para 
passagem de fios de transmissão de energia. A concessionária “W”, de forma 
extrajudicial, conseguiu fazer acordo com diversos proprietários das áreas declaradas de 
utilidade pública, dentre eles, Caio, pagando o valor da indenização pela instituição da 
servidão por meio de contrato privado. Entretanto, após o pagamento da indenização a 
Caio, este não permitiu a entrada da concessionária “W” no imóvel para construção do 
duto subterrâneo, descumprindo o contrato firmado, o que levou a concessionária “W” a 
ingressar judicialmente com ação de instituição de servidão administrativa em face de 
Caio. Levando em consideração a hipótese apresentada, responda, de forma justificada, 
aos itens a seguir. 
 
a) É possível a instituição de servidão administrativa pela via judicial? 
 
Resposta: Sim, uma vez que a servidão está prevista no art. 40 do Decreto-lei 3365/41, 
ou seja, no mesmo diploma legal que versa sobre desapropriação por utilidade pública. 
Aplicam-se à servidão as mesmas regras sobre a desapropriação, no que couber, 
podendo, portanto, ser instituída pela via judicial. 
 
b) Um concessionário de serviço público pode declarar um bem como de utilidade 
pública e executar os atos materiais necessários à instituição da servidão? 
 
Resposta: Os concessionários de serviços públicos não possuem competência para 
declarar, pois tal atribuição pertence apenas aos entes políticos. Por outro lado, as 
concessionárias podem deter competência executória, desde que mediante previsão de 
autorização em lei ou em contrato.

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