Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Curitiba, 12 de junho de 2018. Aluna: Danelise H. Araújo. Loyola Matrícula: 2017020287201 Matéria: Direito Civil - Obrigações Orientação: Rodrigo Caxambu Mora Considera-se mora o cumprimento da obrigação fora do lugar e de forma diversa da ajustada, podendo ser proveitosa para o credor. É, portanto, o cumprimento defeituoso da obrigação quanto ao tempo, lugar ou forma previamente convencionado. Quando a mora for do devedor o Código Civil exige culpa para sua configuração, sem culpa, sem “mora solvendi” (Art. 396, CC). É possível atrasar sem mora, bastando que não haja culpa do devedor. Assim, atraso é questão temporal e mora é questão jurídica. Após o vencimento, o devedor passa a responder até por caso fortuito, salvo se provar que o dano teria ocorrido ainda que a obrigação tivesse sido cumprida no momento combinado. Se a mora for do credor, acarretara em consignação em pagamento e despesas de conservação e isenta o devedor culpado pela perda da coisa. Percebe-se por essa definição que tanto o devedor como o credor poderão incorrer em mora, desde que não tenha ocorrido fato inimputável, ou seja, caso fortuito ou força maior, independente do adimplemento da relação obrigacional. O descumprimento da obrigação ma gora, lugar e forma induz a mora de um ou de outro. Aquele que tiver de suportar as consequências deverá provar a ocorrência do evento hábil a criar a escusativa, das quais versam o Art. 399 do Código Civil. Conceito Perdas e Danos O Código Civil, ao se referir a perdas e danos, abrange tanto os danos patrimoniais ou matérias quanto os danos extrapatrimoniais. Os danos patrimoniais podem ser de duas espécies: - Danos emergentes: aquilo que o credor efetivamente perdeu; - Lucros cessantes: que correspondem àquilo que o credor deixou de lucrar. Tais danos para serem indenizáveis, devem ter nexo de casualidade com a conduta do devedor, conforme dispõe o Art. 403, CC: “Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual”. Por exemplo: um trabalhador autônomo que é atropelado e fica sem poder trabalhar por duas semanas; as despesas com o tratamento médico, medicamentos, internação integram os danos emergentes, enquanto o prejuízo decorrente dos dias que ficou sem trabalhar corresponde aos lucros cessantes, calculados a partir do rendimento médio do trabalhador. Quanto aos danos extrapatrimoniais, entendidos como aqueles que atingem a esfera existencial da pessoa humana, entende-se que compreende “a dor ou o sofrimento físicos e psicológicos padecidos pela vítima direta em consequência do evento danoso” e o dano estético, que diz respeito a alterações significativas e duradouras na aparência harmoniosa de uma pessoa. Deve-se destacar que nem sempre o inadimplemento de uma obrigação resulta em prejuízo patrimonial ou extrapatrimonial ao credor. Em não havendo dano, não há o que ser indenizado (Princípio do enriquecimento sem causa). Nas obrigações pecuniárias, as perdas e danos serão pagos com atualização monetária, segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional (Art. 404, CC). Se não houver sido pactuada multa e os juros de mora forem insuficientes para cobrir o prejuízo do credor, o juiz poderá arbitrar indenização suplementar (Art. 404, § único, CC). Segundo Art. 405, CC: os juros de mora são contados desde a citação inicial. Isto porque, de acordo com o Art.398, CC: nas obrigações decorrentes de ato ilícito o devedor é considerado em mora desde o momento da pratica do ato, o que levou a doutrina a concluir que o Art. 405, CC: tem incidência restrita à responsabilidade contratual. Ainda assim há de se considerar que se a mora for “ex re”, os juros devem fluir desde o vencimento da obrigação, de maneira que a contagem dos juros apenas a partir da citação.
Compartilhar