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TEORIA GERAL DO CRIME Aspecto Formal: Infração penal é o que está rotulado em uma norma penal incriminadora, sob ameaça de pena. Aspecto Material: Comportamento humano causador de relevante e intolerável lesão, ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado, passível de sanção penal. Aspecto Analítico: Conceito Analítico de Infração Penal: Fato Típico + Ilícito + Culpabilidade O fato típico é composto dos seguintes elementos: > conduta dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva; > resultado; > nexo de causalidade entre a conduta e o resultado; > tipicidade (formal ou conglobante). A ilicitude (ou antijuricidade) é aquela relação de contrariedade que se estabelece entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico. Culpabilidade é o juízo de reprovação pessoal que se faz sobre a conduta ilícita do agente. Elementos da culpabilidade: > imputabilidade; > potencial consciência sobre a ilicitude do fato; > exigibilidade de conduta diversa. espécies O CP adotou o sistema dualista, ou seja, adota como infração penal o crime ou delito (estes como sinônimos) e a contravenção penal. Crime ou delito Contravenção penal INFRAÇÃO PENALgênero Infração Penal, portanto, como gênero, refere-se de forma abrangente aos crimes/delitos e às contravenções penais como espécies. CRIME X CONTRAVENÇÃO Diferenças: > Quanto à pena privativa de liberdade imposta: Art. 1º Lei de Introdução ao CP. CRIME: reclusão, detenção, multa.[1: Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.§ 1º - Considera-se:a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.] CONTRAVENÇÃO: prisão simples, multa.[2: A prisão simples é prevista na lei de contravenções penais como pena para condutas descritas como contravenções, que são infrações penais de menor lesividade. O cumprimento ocorre sem rigor penitenciário em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime aberto ou semi-aberto. Somente são admitidos os regimes aberto e semi-aberto, para a prisão simples.] > Quanto à ação penal: Condicionada representação do ofendido ou requisição do MJ. Incondicionada titularidade do MP. APPública APPrivada CRIMEExclusiva a vítima deve prestar a queixa-crime. Subsidiária da pública Pública Privada INFRAÇÃO PENAL INQUÉRITO JUSTIÇA (fase processual) AÇÃO DENÚNCIA quando o MP não propõe a denúncia, a vítima pode fazer a queixa- crime. CONTRAVENÇÃO PENAL Art. 17 Lei de Introdução ao CP Todas as contravenções são de APPública Incondicionada Quanto à tentativa: > Crime:art. 14 CP > Contravenção:art. 4º Decreto Lei 3.688/41 (pág. 557- Vade Mecum) TENTATIVA: crime não se consuma por circunstância alheia a vontade do agente. CRIME (Rogério Greco) FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL Dolosa/culposa Comissiva/omissiva Conduta Resultado Nexo de causalidade Formal Conglobante Tipicidade Obs: quando o agente não atua em: Estado de necessidade Legítima defesa Estrito cumprimento do dever legal Exercício regular de direito Quando não houver o consentimento do ofendido como causa supralegal de exclusão da ilicitude Imputabilidade Potencial consequência sobre a ilicitude do fato Exigibilidade da conduta diversa Fonte: Aula de Penal I, em 04/10/2013 e GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal Parte Geral SUJEITO DO CRIME/ CONTRAVENÇÃO ATIVO: Pessoa que pratica a infração; Pessoa física capaz e com 18 anos completos; Pessoa jurídica pode figurar como sujeito ativo de crime? Art. 225, § 3º CF Art. 3º Lei nº 9605/98 Correntes doutrinárias: A pessoa jurídica é ficção jurídica, logo não pode praticar crime. A pessoa jurídica e seus representantes devem ser responsabilizados penalmente. Pessoas jurídica é ente autônomo de seus membros dotada de vontade própria. Crimes quanto ao sujeito ativo pode ser: Próprio: praticado por determinada categoria de sujeito e admite co-autoria. Ex.: Peculato (art. 312 CP), Infanticídio (art. 123 CP) Mão-própria: praticado por determinada pessoa e não admite co-autoria. Ex.: Falso testemunho (art. 342 CP) Simples ou comum: qualquer pessoas pode praticar. PASSIVO: Pessoa que sofre as consequências da infração penal. Pode ser: Pessoa física; Pessoa jurídica; Ente indeterminado (arts. 286, 338, 359-A CP) Crimes de dupla subjetividade passiva: tem pluralidade de vítimas Ex.: arts. 151, 209-212 CP. Pode ser: Comum: Próprio: condição especial CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DE CRIMES: Quanto ao momento consumativo: Permanente: o momento consumativo se protrai no tempo e o bem jurídico é continuamente agredido. Ex.: art. 148 CP Instantâneo: consuma-se em um dado instante, sem continuidade no tempo (ex.: desacato). De efeitos permanentes: consuma-se em um dado momento, mas seus efeitos perpetuam-se no tempo (ex.: bigamia, dano, homicídio). Quanto ao meio de execução: Comissivo: são os crimes praticados mediante ação. Omissivos próprios: podem ser imputados a qualquer pessoa. São crimes ligados à conduta omitida. Omissivos impróprios/comissivos por omissão: somente podem ser praticados pelas pessoas referidas no §2º do art. 13 do CP. É preciso que o agente se encontre na posição de garante ou garantidor. Quanto ao resultado: Material: a lei descreva a conduta, o resultado e exige a produção do resultado para consumar o delito. Formal: a lei descreve a conduta, o resultado, mas não exige a produção do resultado para a consumação do delito. Ex.: art. 140 CP. Mera conduta: a lei descreve apenas a conduta. Ex.: art. 150 CP. Quanto à lesão ou risco ao bem jurídico: Crime de dano: lesão ao bem jurídico. Crime de perigo: se consumam com a mera possibilidade de lesão ao bem. Crime de perigo abstrato ou presumido: mera exposição do bem à risco. Ex.: art.137 CP. Crime de perigo concreto: o perigo precisa ser demonstrado, não aceitando-se presunção. Ex.: arts. 130,131. Crime de perigo coletivo: exposição de risco à um grupo, ou número indeterminado de pessoas. Crime de perigo individual: exposição de risco à um grupo determinado de pessoas, ou a uma só pessoa. Ex.: arts. 132 a 135 CP. Quanto ao bem jurídico tutelado: Simples: apenas um bem jurídico. Ex.: homicídio. Complexo: dois ou mais bens jurídicos. Ex.: latrocínio. Quanto à intenção: Culposos (art. 18,II CP) : consiste numa conduta voluntária que realiza um fato ilícito não querido pelo agente, mas que foi por ele previsto ou lhe era previsível e que podia ser evitado se o agente atuasse com o devido cuidado. Dolosos (art. 18,I CP): é aquele em que o agente prevê o resultado lesivo de sua conduta e, mesmo assim, leva-a adiante, produzindo o resultado. Preterdolosos (art. 19 CP): o agente pratica um crime distinto do que havia projetado cometer, advindo resultado mais grave, decorrência de negligência, imprudência ou imperícia. Quanto a pluralidade de ações: Unissubsitente: é o que se perfaz com um único ato (ex.: injúria verbal). Não admite a tentativa. Plurissubistente: é o que exige mais de um ato para a sua realização (ex.: estelionato). Quanto à pluralidade de agentes: Monosubjetivo: cometido por um único agente. Plurisubjetivo: exige que mais de um agente pratique o crime. Outras classificações: Crimes multitudinários: é o cometido por influência de uma multidão em tumulto (ex.: linchamento). Crime falho: é o nome que se dá à tentativa perfeita ou acabada, em que se esgota a atividade executória sem que se tenha produzido o resultado (ex.: agente desfere contra a vítima todas as balas existentes no tambor de seu revólver mas não consegue matá-lacomo pretendia). Crime vago: é aquele que tem por sujeito passivo entidade sem personalidade jurídica (ex.: art. 233 – crime de ato obsceno – o sujeito passivo é a coletividade em seu pudor). Crime de atentado: ocorre nos tipos legais que preveem a punição da tentativa com a mesma pena do crime consumado (ex.: art. 309 do Código Eleitoral – votar ou tentar votar duas vezes). Crime transeunte: é o que não deixa vestígios. Crime não transeunte: é o que deixa vestígios. ESTRUTURA DA INFRAÇÃO PENAL CONCEPÇÕES: Tripartite: Crime= fato típico + antijuricidade + culpabilidade. Bipartite: (adotada pelo nosso CP)Neste caso a culpabilidade é mero pressuposto para aplicação da pena. Crime= fato típico + antijuricidade FATO TÍPICO: Conceito de Rogério Sanches: Elementos: Conduta; Nexo causal; Resultado; Tipicidade. CONDUTA: ação ou omissão voluntária, dolosa ou culposa, direcionada a um resultado típico. Formas: Dolosa; Culposa; Comissiva; Omissiva. DOLO (art. 18, I CP): componente subjetivo implícito da conduta, composto de dois elementos: volitivo (vontade) e intelectivo (consciência da conduta e do resultado). Portanto é a vontade e consciência dirigidas a realizar a conduta prevista no tipo penal incriminador. Espécies: Dolo direto: vontade consciente de praticar a conduta delituosa. Dolo indireto: está presente a vontade parcial do agente, o qual assume o risco do resultado, sem direcionar sua vontade para um objeto específico. O dolo Indireto pode ser dividido em alternativo ou eventual. Dolo Alternativo – A ação praticada pode fornecer mais de um resultado (lesionar ou matar). Dolo Eventual: mesmo que o agente não queira, por sua vontade, a efetividade do resultado, assume o risco eventual de sua ação. Preterdolo – Existência de dolo e culpa; encontrando-se o dolo na prática delituosa antecedente, e a culpa, na prática consequente. Exemplo: latrocínio (roubo seguido de morte). DOLO EVENTUAL ≠ CULPA CONSCIENTEAssumir o risco de produzir o resultado. O agente acredita que com sua habilidade não irá provocar evento danoso. Teorias: Vontade: dolo é a vontade consciente de querer praticar a infração penal. Representação: dolo é a previsão do resultado como possível. Consentimento ou assentimento: o agente assume o risco de produzir o resultado. O CP adotou em seu art. 18 as teorias da vontade e de consentimento. CULPA (art. 18, II CP): Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. É correto afirmar, aqui, que a conduta do autor foi voluntária, mas o resultado alcançado não era pretendido, tendo ocorrido por sua negligência, imprudência ou imperícia, porque deixou de tomar um cuidado objetivo, que lhe era exigível em face das circunstâncias. A imprudência reside na conduta afoita, açodada, apressada e sem os devidos cuidados. A negligência é a displicência, o desleixo em face de uma cautela que não foi adotada. A imperícia é a falta de habilidade, de aptidão ou de conhecimento técnico para a realização de determinado ato, advindo dele o resultado lesivo.
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