Buscar

Processo Penal I – 1° Bimestre

Prévia do material em texto

Processo Penal I – 1° Bimestre
Introdução ao Processo Penal 
"O direito processual penal é um conjunto de normas e princípios que regulam a aplicação jurisdicional do direito penal objetivo, a sistematização dos órgãos de jurisdição, bem como a persecução penal ." Frederico Marx
Era o instrumento de aplicação da lei penal, hoje o conceito é maior, porque ele também regula a estrutura orgânica do poder judiciário, isso quer dizer que agora regula-se quem vai aplicar a lei.
Finalidade:

Intrínseca: estruturação orgânica dos órgãos de jurisdição.
Extrínseca: aplicar a lei em quem descumpri-la.
* O processo é um instrumento, por isso tudo no processo deve ter uma finalidade.
O processo penal é um instrumento de legitimação e concretização da pretensão política, ou seja, é o instrumento pelo qual legitima-se.
Aplicação da lei processual penal: há duas variáveis.
Espaço (art. 1o CPP)
Critério de territorialidade. Todos os atos processuais no território brasileiro são regidos pela lei processual brasileira (princípio da territorialidade).
próprio art. 1o excepciona alguns casos em si, mas excepciona o CPP não o princípio em si, por exemplo: crime eleitoral, nesse caso há uma lei específica, há também exceção para crime militar, tratados internacionais, mas se o tribunal internacional determinar a prisão perpétua de uma pessoa essa ordem não poderá ser cumprida no Brasil, por conta do princípio da territorialidade. 
Tempo: 
 Princípio da aplicabilidade imediata: usa-se a lei processual penal 
vigente, ou seja, a nova lei é aplicada imediatamente. 
Princípio do aproveitamento dos atos já praticados: se o ato já foi praticado e a lei muda colocando-o no processo em um momento 
posterior não é necessário praticá-lo novamente. 

Fontes do direito processual penal: 

Há duas classificações doutrinárias: 
Material: é um órgão capaz de produzir direito processual penal = Congresso Nacional que tem a competência privativa.

Obs.: competência privativa e exclusiva NÃO são sinônimos. 
Privativa: NORMALMENTE eu, por meio de lei. 
 Exclusiva: SÓ eu.
Excepcionalmente o congresso pode determinar por meio de lei que um estado legisle sobre pontos específicos. 
Formal: subdividem-se em duas.
	 Imediata: cria a lei processual sem a intervenção de outra fonte . 
Mediata: complementam a formação de normas de direito processual penal, 
dependem de outra fonte que é a lei. 

Interpretação da lei processual penal 
Quanto à origem: pode ser interpretada de forma autêntica (o próprio legislador interpreta a lei), doutrinária (o doutrinador através de trabalhos científicos interpreta a lei) ou jurisprudencial (pelo juiz através da aplicação da lei ao caso concreto). 
Quanto ao modo: gramatical (literalidade da lei), teleológica (interpreta-se a lei de acordo com o que o legislador queria), histórica ( é a análise das circunstâncias que levam à interpretação da lei), sistemática (não se olha só o artigo específico, mas todo o ordenamento), analógica (no processo penal pode-se usar a analogia porque ele é um instrumento, sendo assim não vai beneficiar nem prejudicar).
 Quanto ao resultado: declarativa (só confirma os limites que a própria lei estabelece), ampliativa (aumenta os limites da lei), restritiva (aquela parte do artigo que foi revogada não pode ser utilizada apenas a parte que ainda estiver em vigor).
Princípios Gerais do Processo Penal
Princípio da Territorialidade, aplicação da lei penal no espaço, teoria da Ubiquidade (adotado pelo CP no Brasil). 
Princípio da aplicabilidade imediata, aplicação da lei penal no tempo. 
Princípio do aproveitamento dos atos praticados. 
Princípio do Devido Processo Legal, não é exclusivo, pertence a todo 
processo, interpretação legalista. Doutrina Penal reduziu, em duas partes, princípio da ampla defesa e do contraditório. 

Princípio da Ampla Defesa, a ideia de que não se pode obstaculizar o direito de defesa do réu, ele tem que ter garantido seu direito de defesa, negativo.

Princípio do Contraditório, direito de conhecer e contrariar uma imputação, positivo dar ciência e dar direito de contrariar. 
Na prática não falo dos dois, mas, sim de violação do Princípio do Devido Legal. Princípio da Plenitude de Defesa, nos processos do Tribunal do Júri, nesses processos falamos de plenitude de defesa.
Exemplo: 
No processo comum o advogado é o responsável único pela sua defesa técnica
No júri, o juiz também é responsável técnico pela defesa do réu, ele não defende, apenas auxilia na defesa do réu, o juiz diante de uma defesa ruim pode se manifestar, como fiscal de defesa do réu. Crime provado, na justiça comum, sem nenhuma excludente, putável, estando os requisitos, o juiz deve condenar. No júri nem sempre, os jurados podem decidir contra a lei, em favor do réu apenas.
Princípio do Juiz Natural: é a exigência de que o órgão jurisdicional esteja pré-constituído quanto aos fatos que irá julgar. A CF proíbe o Tribunal de Exceção, o órgão jurisdicional deve estar constituído antes do crime. A criação da Vara é possível, o que não posso é criar um novo Tribunal.
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: previsto no Pacto de São José da Costa Rica em seu art. 8° item 2H, em que diz que todas as decisões devem estar sujeita a um recurso. E se o processo já é julgado na instancia superior? Ela estará sujeita a recurso? A doutrina entende que existe um erro quanto ao nome do princípio e que existe a possibilidade de haver dois julgamentos no mesmo tribunal.
Princípio da Identidade Física do Juiz, ele vincula a pessoa do juiz ao caso que ele vai julgar. O juiz que presidir a instrução deverá decidir. Audiência de Instrução (produção de provas na ação penal), sempre existiu no processo civil. Trazido em 2008 para o processo penal art.399, § 2o do CPP. 

Art.399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente.
§2o. O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. 
Princípio da Presunção de Inocência, previsto no art. 5o, LVII da CF. É parecido com todos serão inocentes até que se prove do contrário. Por exemplo: gritos de rua, pega ladrão, surpreende em situação de flagrante o ladrão vai ser preso em flagrante. Não foi condenado, posso prender inocente? Presunção de inocência nos faz refletir sobre algo que não é verdade. Não dizemos quem é inocente, mas, os efeitos da culpa na condenação. Má interpretação, há algum tempo usamos princípio da presunção de não culpabilidade. Parte doutrina ainda usa esse nome. Ninguém será culpado até o trânsito em julgado da ação condenatória, ou seja, ninguém sofre os efeitos da culpa até o trânsito, da sentença condenatória. 
Art.5o, LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Princípio da Publicidade, todos os atos processuais devem preferencialmente serem públicos e necessariamente publicados. Qual a diferença: a diferença do público, devem estar aberto ao público de conhecimento público.
Princípio da Verdade Real/Princípio da busca da verdade: não se admite presunções, tudo que se lega deve ser provado
Princípio da proibição das provas ilegais: provas produzidas em desconformidade com a lei não podem ser apresentadas, mesmo que elas mostrem a verdade.
Princípio da punição em duplicidade: não posso ser processado duas vezes pelo mesmo crime, não posso, p.ex. pedir duas medidas cautelares no mesmo fundamento. Quando o delegado pede uma escuta telefônica, após o fim do prazo, para que ele ainda use a escuta como prova legal deve alargar o pedido sobre uma nova justificativa. (ne bis in idem)
 
Sistemas Processuais Penais (lógica do processo/quem atua no processo penal)
Sistema Inquisitivo: uma única pessoa concentra todas as funções judiciais. Essa pessoa é chamada de juiz inquisitivo. Tem o poder de julgar, acusar e defender.
Sistema Acusatório: uma pessoa para cada função judicial. A doutrina defende queo delegado é investido de todos os poderes judiciais, o que é incorreto afirmar, uma vez que o delegado não acusa, não julga e muito menos defende. 
Contagem de Prazo:
Prazo peticional: prazo que a parte tem para se manifestar no processo. Começa a contar no dia seguinte da acusação e se encerra no primeiro dia útil findo o prazo. O prazo se encerra no próximo dia útil. No recesso forense os prazos peticionais não contam. O Ministério Público também é parte, e, portanto, também participa do prazo peticional.
Prazos procedimentais: são os prazos que a lei outorga aos órgãos para fazer publicações, são atos que servem para que o processo tenha andamento. Nesse caso conta-se a partir do primeiro dia da publicação. Não se prorroga e se ultrapassar o prazo será considerado abuso de poder.
Órgãos da Segurança Pública
Trata-se da polícia judiciaria e é divido dentro da Segurança Pública em três órgãos: Polícia Federal, Polícia Civil e Polícia Militar. São todos órgãos do Poder Executivo. A polícia judiciaria é composta por Policia Civil e Federal.
Polícia Civil: tem como responsabilidade investigar infrações penais e executa atos da polícia judiciaria. P.ex. quando há necessidade de condução coercitiva, a ordem feita pelo juiz é feita diretamente a polícia judiciária que tem a obrigação de cumprir a autoridade judiciaria. O policial civil não usa farda.
Polícia Federal: tem a mesma função da polícia civil, mas cumpre ordem da Justiça Federal.
Polícia Militar: tem como função o trabalho preventivo, ou seja, deve evitar que o crime se consume, salvo para crimes militares. A polícia militar é fardada.
Instrumentos de Apuração de Infrações Penais
Inquérito Policial: regulada pela Lei 12.830/13. É o instrumento extrajudicial de persecução penal exclusivo da polícia judiciaria, através do qual são materializadas (criada, produzida ou encontrada) e preservas as provas produzidas antes da ação penal.
Finalidade do IP: indica, através de indícios, a materialidade delitiva de autoria; indica as circunstancias do crime. É o IP que prova que houve ou que não houve crime.
Utilidade do IP:
Formar o convencimento do titular da ação penal.
Subsidiar o pedido de medidas cautelares.
Auxiliar o juiz na formação do seu convencimento.
O IP é da Policia Judiciária;
Pode apurar todos os crimes (inclusive crimes eleitorais e militares).
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) também é instituto de apuração de infrações penais; a CPI é competência das Casas Legislativas e pode apurar apenas aqueles crimes que coincidirem com quebra de decoro parlamentar, e o autor deve ser participante do Parlamento. Se, p.ex., houver um roubo ou furto de um parlamentar ele responde por quebra de decoro + crime previsto. A CPI tem poderes típicos de jurisdição, que é um poder característico do Poder Judiciário. Tem poderes, p.ex., de quebra de sigilo bancário e telefônico, pode determinar condução coercitiva e expedir mandato de prisão. Entretanto, a CPI não pode decretar interceptação telefônica, decretar busca e apreensão e decretar prisão temporária ou preventiva. Esses poderes se reservam a polícia judiciaria.
PAD (Processo Administrativo Disciplinar): o poder é exclusivo do MP e tem a mesma lógica da CPI. Investiga infrações administrativas.
PIC (Procedimento Investigativo Criminal) – conduzido pelo MP – investiga todos os crimes e não tem regulamentação. Mas, o MP, pode investigar? Existe um grande debate político sobre isso. Quem defende, fundamenta através da Teoria dos Poderes Implícitos – se o MP recebe o poder de investigar infrações civis e pode processar, implicitamente, é investido do poder de investigar. Quem é contra, acredita que o poder de investigação cria uma superposição, tendo em vista que o MP também parte, tanto quanto o réu. O grande problema do PIC é a sua falta de regulamentação!
Termo Circunstanciado: criado pela lei dos Juizados especiais (Lei 9099/95), instrumenta apenas os crimes do JEC. São crimes de menor potencial ofensivo, caracterizado por contravenções penais. São crimes onde a pena máxima não é superior a dois anos. Termo Circunstanciado x Inquérito Policial: o IP são vários atos, já o Termo Circunstanciado não. Todos os procedimentos são feitos de uma única vez. Só pode ser feito pela Polícia Judiciária. 
Características do IP
O inquéritos devem ser escritos e ter suas diligencias reduzidas a termo.
O inquérito é sigiloso? Sim, o IP funciona como um filtro. O sigilo não alcança somente o acusado e o advogado do investigado.
O inquérito policial é instrumento oficial por ser de uso exclusivo do Estado.
O inquérito policial é oficioso, ou seja, movido por ofícios, sem que haja uma provocação.
O inquérito policial tem caráter autoritário, uma vez que é presidido por uma autoridade (delegado).
O inquérito policial é indisponível (mas dispensável). Indisponível é aquilo que uma vez existente não pode ser descartado. Para colocar fim no inquérito é necessário que ser encerrado como a lei determina. Ele pode ser dispensável quando antes mesmo da propositura, verifica-se que o IP é dispensável. Exemplos:
PAD: já tem provas suficientes no processo administrativo e finda-se a necessidade do IP. Se por caso, o IP já tiver tido seu inicio, encerra-se ele de acordo com a lei.
O IP é inquisitivo, tendo em vista que ele é conduzido de forma unilateral. Uma parte da doutrina, entende que não há defesa no IP. Na verdade, se o réu é preso em flagrante, p.ex., existe seu direito de defesa.
O investigado não é parte no IP.
Tem valor probatório relativo, uma vez que o IP não tem o mesmo valor da prova produzida em Juízo.
É inexistente a figura do chefe de polícia. O que existe é a figura do delegado.
Instauração do Inquérito Policial
Portaria, ato administrativo privativo do delegado de polícia, por meio do qual são instaurados os inquéritos de notitia criminis de cognição imediata. Notitia criminis aquilo que "chamamos de denúncia / queixa" (são outras coisas do processo). Nós levamos a notícia do crime ao delegado competente. Não vamos a delegacia fazer queixa, denúncia. Cognição imediata: aquela que chega primeiro ao conhecimento da autoridade policial, tomo conhecimento, seja presencial, seja por boletim de ocorrência. Requisito: crime e autor ser maior de idade. Quanto ao menor: pratica ato infracional. Tanto na ação pública condicionada como privada, não preciso de representação até que eu conheça a autoria. Em regra, posso instaurar sem representação, e descobrindo eu comunico a vítima para representar. Se eu tenho os dados, eu tenho que ter representação.(Boletim de ocorrência é para crime!).
Auto de prisão em flagrante, indicação do crime, vítima tem que manifestar representação. Há indiciamento. Primeiro papel que fazemos, quando ocorre a prisão em flagrante 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
V - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
. É registrado por meio do auto, instauro o inquérito por meio do auto de infração. Requisitos: tipificação da conduta - indicação do crime - tenho prova de que o crime já aconteceu. Manifestação da vítima quando necessária. 
Art.5o, §§ 4o e 5o do CPP. Da data em que se conhece o autor abre o prazo decadencial de 6 meses. Manifestação é necessária. 
P. ex.: estupro depende de manifestação da vítima.
Qualificação do autor (está sendo preso), qualquer forma, dados de identificação. Detido em situação flagrancial (art.302 do CPP).
Art.5o. Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
§4o. O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

§5o. Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder o inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.SE NÃO TENHO um desses 4 requisitos, PORTARIA para INSTAURAÇÃO do inquérito policial de COGNIÇÃO COERCITIVA.
Requisição Judicial (juiz) / Ministerial (MP) - quando o juiz ou promotor tem primeiro reconhecimento do crime ocorrido, cognição mediata, divergência dos doutrinadores não é ordem ao delegado instaurar o inquérito, o inquérito já está instaurado com a noticia criminis.
Artigo 5o do CPP, requisição judicial - juiz descobre, toma ciência de uma infração penal, daí faz uma requisição para inquérito policial (juiz ou promotor). Cognição mediata;
Ministerial (MP) - cognição mediata (diferente do delegado de polícia). O delegado não pode se recusar, o inquérito é instaurado de três formas, ou seja, quando o juiz requisita instaura o inquérito, não cabe ao delegado instaurar, não tem que o delegado se recusar, já está instaurado. Pode se recusar a investigar? Por que o inquérito tem a característica de ser INDISPONÍVEL, pois tenho que seguir até o final. Não pode instaurar inquérito contra menor de idade, será realizado um relato e enviado de volta ao fórum.
Requisição é ordem, mas o inquérito já está instaurado.
Formas de Instauração
Requerimento da Vítima, pedido da vítima, por escrito (advogado), delegado despacha, se ele entender que é caso de instauração de inquérito, ele irá abrir por meio de portaria, cognição imediata, "delatio criminis" como é chamado esse crime. Geralmente para crimes mais complexos, dificilmente para serem relatados no BO. Art.5o, 2o do CPP, se o delegado não instaurar inquérito, abrir processo administrativo (delegado geral da Polícia Civil, em SP).
Denuncia Anônima (delatio criminis desqualificada) - a denúncia anônima é desqualificada porque não tem a qualificação da pessoa a qual levou a notícia crime a conhecimento. A doutrina defende que não é possível instaurar um IP baseado em denuncia anônima. 
Apuração Policial Preliminar: a polícia civil deve instaurar IP para qualquer tipo de investigação. Ex.: denuncia através de 190, indicando que um estabelecimento está sendo saqueado. Essa apuração obrigaria o delegado a instaurar IP por crimes que talvez não aconteceram. 
Portanto....
Quando existe uma denuncia anônima ou ainda uma apuração policial preliminar deverá ser feito uma apuração preliminar (os agentes policias vão até o local do suposto acontecimento verificar a veracidade dos fatos) e só após de contestado a veracidade instauro um IP (Art. 5°, parágrafo 3° - CPP) 
Desenvolvimento do IP
Não é regrado como a ação penal. 
Características:
Não existe uma forma ou ordem dos fatos. Os únicos atos que devem seguir uma ordem é a portaria e o relatório final.
Produz prova ordinária/prova comum (pode ser representado pelo próprio delegado, quando p.ex., ele intima uma vítima). A prova cautelar depende de autorização do Juiz, como p.ex., interceptação telefônica. 
Tramitação: o IP fica durante um prazo dentro das dependências do DP e depois deve ir ao Fórum para pedir um novo prazo. A ida ao Fórum existe para que haja controle do IP. Prova feita fora do prazo pode padecer de vício.
Indiciamento: Art.2° §6° da Lei 12.830/06. A lei não determina o conceito. Indiciamento é um ato administrativo privativo do delegado de polícia através do qual é formalizado a suspeita de autoria do crime. Indiciamento não é acusação. A acusação formal é a do promotor. Quando acontece prisão em flagrante o réu é automaticamente indiciado, e quando há indiciamento surge o direito do indiciado ser interrogado.
Prazos do IP
Os prazos para réu preso e réu solto são diferentes!
Réu Solto: 30 dias prorrogáveis até o limite da prescrição do crime
Réu Preso: 10 dias improrrogáveis. Se não houver encerramento do processo em 10 dias o investigado deverá ser solto e o IP passa a correr no prazo do réu solto (30 dias)
Justiça Comum
(Art. 10 – CPP)
Réu Solto: 30 dias prorrogáveis
Réu Preso: 15 dias prorrogáveis por uma única vez.
Justiça Federal – 
 Art. 66 do Decreto 5010/66
Réu Solto: 90 dias prorrogáveis por uma única vez.
Réu preso: 30 dias prorrogáveis uma única vez.
Lei de Drogas (11.343/06)
Art. 51
Encerramento do Inquérito Policial
Feito pelo relatório final que é: um resumo das diligencias e a conclusão da autoridade policial; é uma andamento administrativo. O relatório deve ser sóbrio, não deve conter opiniões próprias, mas pode concluir a autoria do crime.
Motivos pelos quais o IP pode ser encerrado:
Quando não haver mais possibilidade jurídica de investigar o crime. P.ex. quando o investigado morre
Quando já estiver sido identificado a autoria, as provas do crime e as circunstancia do acontecimento. Uma vez que o delegado concluiu uma investigação, ele conseguiu atingir a finalidade do IP, dando-se então, seu encerramento.
Quando o IP não alcança suas finalidades, ou seja, todas as diligencias foram esgotadas. 
Se o delegado se convence que uma das três opções ocorreram, ele encerra administrativamente o IP.
O IP é mandado para o Fórum e inicia-se o andamento judicial. Abre a vista para o promotor, que poderá dar andamento de três diferentes formas:
Pedir novas diligencias, se convencer-se que o IP foi encerrado prematuramente. O MP encaminha o IP para delegacia, solicitando que o Delegado cumpra novas diligencias, desde que estas sejam imprescindível (o resultado da diligencia formará a convicção do promotor. P.ex. Houve um roubo e o promotor não sabe se a vítima reconheceu o autor) e específicas (deve dizer exatamente o que precisa ser feito, se forma que o delegado saiba qual a diligencia faltante. P.ex. interrogar novamente as testemunhas e questioná-las sobre tal assunto)
Oferecer a denúncia quando ele se convence que há justa causa (prova da materialidade (ou seja, a certeza absoluta e incontestável que o crime aconteceu) delitiva (existência do crime) e indícios de autoria. Se oferecer a denuncia, o juiz precisa acatar antes de encerrar o IP. O Juiz, por sua vez, não pode pedir diligencia. O Juiz apenas entra em critérios de legalidade da denuncia. Se entender que é legal o juiz recebe a denuncia e o IP é encerrado. Caso o juiz não receba a denúncia, ele encaminhará o IP e a denuncia para arquivamento. Cabe recurso em sentido estrito quando o juiz rejeita a denuncia. Entretanto, não existe recurso contra o recebimento da denúncia. 
Arquivamento: o promotor não irá arquivar, ele pedirá o arquivamento (quando não estão presentes requisitos da ação penal e nem o final do Inquérito), o juiz pode concordar ou discordar do arquivamento, se o juiz concordar ele será arquivado - o inquérito pode ficar arquivado até a prescrição do crime, mas poderá ser desarquivado se descobertas novas provas, se o juiz discordar do pedido de arquivamento ("ele fará um 28, do CPP, remeter aos autos do chefe do MP, para o chefe do MP reavaliar o inquérito" – expressão utilizada no fórum, não é técnica), não existe palavra técnica, o juiz manda os autos para analisar, o chefe pode insistir no arquivamento (juiz é obrigado a arquivar), ou ele irá oferecer a denúncia ou determinar alguém para oferecê-la, nesse caso o promotor que pediu arquivamento não será obrigado a oferecer a denúncia. Só existe arquivamento assim. Doutrina trás duas espécies (que não são espécies, não existe):
Arquivamento implícito, o arquivamento da investigação pela omissão do MP, quanto a situação de um dos investigados.
Arquivamento Indireto: acontece quando o promotor se diz incompetente, mas o juiz se diz competente. Nesse caso o arquivamento fica em aberto.
Trancamento
Forma atípica de encerramento do IP decorrente do reconhecimento judicial de ilegalidade. Quem determina é o juiz. O delegado só encerra a parte administrativa
Vício de instauração
Por falta de pressupostos (p.ex. representação)
Por falta de justa causa do IP, ou seja, um fato investigado que nem mesmo é um crime
Ação Penal
Processo é tudo, ação é parte judicial.
Conceito: a ação penal é único instrumento capaz de determinar (aferir) responsabilidade penale aplicar sanção. Toda ação é um direito (direito de ação, direito do estado ou da vítima). A ação penal enquanto direito tem cinco características.
A autoria do crime não é auferida no inquérito, mas sim na ação penal.
Características
Direito Autônomo - não se confunde com o direito tutelado. 
Direito Abstrato - porque quando uso o direito de ação não tenho 
necessariamente um único resultado.
Ex.: Quando sou condenado tenho que indenizar a vítima, quando processado não quer dizer que serei condenado. 
Direito Subjetivo - só pode ser exercido pelo titular. 
Direito Público - porque regulamenta uma relação envolvendo o 
Estado. Mesmo em caso de ação penal privada é um direito público. 
Sempre será de direito público. 
Direito Genérico - porque tem previsão de regras universais. 
Condições da Ação Penal
Interesse de agir - binômio (necessidade e utilidade), será necessária quando houver infração penal, e será útil quando tiver a punibilidade (inútil pela extinção da punibilidade). 
Legitimidade das partes - MP no polo ativo, quem pode figurar no polo passivo, em regra qualquer pessoa, menos o menor de idade, a pessoa jurídica pode figurar em crime ambiental, mas não nos patrimoniais. 
Possibilidade Jurídica do Pedido: toda ação penal por excelência é condenatória, qualquer pedido não relacionado com ação condenatório figura impossibilidade jurídica do pedido.
Justa Causa: prova da materialidade delitiva do crime e indícios de autoria.
Condições de procedibilidade da Ação Penal: presença de algo que condiciona a ação penal.
Representação da Vítima, quando necessário
Requisição do Ministro da Justiça.
Condições objetivas de punibilidade: são crimes como a falência e crimes tributários – não tem como sonegar impostos sem comprovar que houve efetiva inscrição da dívida tributária.
Requisitos da Petição Inicial
Descrição do fato
Descrição das circunstancias do fato
Qualificação do Autor
Capitulação do Crime
QUALQUER TIPO DE AÇÃO DEVE CONTER ESSES REQUISITOS!
Princípios Especiais.
Ação Penal Pública:
Princípio da Obrigatoriedade: preenchido os requisitos o MP deve promover ação penal.
Princípio da Indisponibilidade: uma vez iniciada a ação penal pública, ela não poderá ser abandonada.
Princípio da Divisibilidade: o MP pode optar por processar os réus separadamente.
Ação Penal Privada:
Princípio da Oportunidade: a vítima tem a faculdade de processar o autor, só perderá a oportunidade de ingressar com a ação pela decadência (não oferecimento da queixa no prazo legal) ou se houver renúncia (a vitima manifesta seu desejo de não processar o autor).
Princípio da Disponibilidade: mesmo após iniciada a ação penal a vítima pode desistir dela. A vítima pode alegar o perdão (que deve ter o aceite do autor) ou a perempção (art. 60 CPP).
Princípio da Indivisibilidade: a vítima não pode optar por processar os réus separadamente ou parte deles. Se deixar um réu de fora, oferece-se a renúncia ou o perdão a todos os outros réus.
A ação penal privada está relacionada com a exposição ou não da intimidade da vítima, não está relacionada com a gravidade do crime.
Ação Civil Ex Delito.
	Trata-se de uma ação civil com interesse penal; são títulos executivos penais na esfera civil. A partir de 2008, o art. 387,II do CPP, esclarece que o juiz deve estabelecer uma quantia mínima para indenizar.
	Coisa Julgada na esfera cível.
A vítima está vinculada a esta quantia? Posso processar por um valor maior, (p.ex. o juiz der o valor da causa apenas do objeto roubado, sem contar outros danos morais que a vitima tem tido)? Sim, eu posso processar, mas apenas por uma ação de conhecimento, para ajuizar o valor que eu quero, não apenas executar a sentença.
	A instancia civil não faz coisa julgada em outras esferas. Mas, no direito penal, algumas decisões fazem coisa julgada, como a decisão sobre a certeza de autoria ou existência de um fato (art. 935 CC). Não há possibilidade de cobrar uma indenização sobre acontecimento de um crime, se não possuir a decisão na área penal.
	Decisão que reconhece excludentes
	Se a sentença reconhecer a existência de alguma excludente não posso pedir indenização. P.ex. no caso de legítima defesa, o agressor que levou tiros da vítima, não pode pedir indenização. Se os tiros acertaram pessoas diferentes do agressor, essas pessoas podem pedir indenização.
	Decisões que não fazem coisa julgada na esfera cível. 
Decisão Absolutória: só fara coisa julgada quando houver incerteza da autoria do crime ou quando for comprovada que não houve autoria por sua parte. 
Arquivamento de IP ou sentença de extinção da punibilidade NUNCA fazem coisa julgada.
Sujeitos Processuais
Juiz:
Conceito: membro do poder judiciário investido das funções jurisdicionais.
O juiz no processo é integrante da relação processual angular , mas é estranho as partes.
Poderes do Juiz:
Poder de Polícia: para garantir a ordem e a segurança dos atos judiciais.
Poder Jurisdicional: divide-se em dois, o poder-meio (presidir ato jurisdicional) e poder-fim (decidir o processo).
Funções anômalas: nessas funções, o juiz não exerce nem poder de polícia, nem poder jurisdicional. Acontece quando o Juiz pede para instaurar IP ou rejeita o pedido de arquivamento do IP.
Prerrogativas da Magistratura: referência a um relativo cargo, privilégio é algo prerrogativa a uma pessoa, juiz não tem privilégios, mas sim prerrogativas, cinco delas:
Investidura, só pode ser juiz quem for aprovado em concurso público; 
Imparcialidade, o juiz precisa se manter equidistante entre as partes;

Vitaliciedade, depois de adquirida, o juiz não pode ser demitido, com exceção ao procedimento judicial, depois de exercício de 2 anos do cargo
Inamovibilidade, juiz só pode ser retirado da vara em que judica/atua com seu consentimento;

Irredutibilidade de vencimentos.
Suspeição: previsto no art.254 do CPP, hipóteses em que há risco de comprometimento da imparcialidade - amigos íntimos ou inimigos capital. Gera anulabilidade.
Art.254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;

II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
Impedimento: mais grave, são as hipóteses em que há presunção de parcialidade, quando o juiz for parte. Gera nulidade e responsabilidade civil e penal.
Carreira: Justiça Comum: juiz de 1o grau - juiz de direito; juiz de 2o grau - desembargador; Justiça Federal: 1o grau - juiz federal; 2o grau - desembargador federal; Tribunais Superiores: ministros.
Partes Processuais
Ministério Público: principal parte, titular da ação penal
Natureza: não tem vinculação com nenhum Poder do Estado, órgão autônomo (como a defensoria pública).
Prerrogativas: as mesmas da magistratura, com exceção a imparcialidade, existe de forma diferente.
Atribuições: titular da ação penal pública, fiscal da lei (ação penal privada). IV. Princípios Institucionais: dois princípios, só o MP tem,
 princípio da unidade, cada promotor se manifesta em nome do órgão, 
princípio da indivisibilidade: juiz fica vinculado ao processo o promotor não.
.Carreira: Justiça Comum: 1° grau-promotor de justiça; 2°grau-procuradorde justiça; Justiça Federal: 1° grau - procurador da República; 2° grau – procurador regional da República.
Assistente de Acusação
Está disposto no art. 268 e seguintes. 
Apenas uma pessoa pode figurar no polo ativo de uma ação, que é o MP representado pela vítima (ou seja, vítima com seu representante legal). 
Finalidade:garantir a ação penal e ter garantida sua aceitação a título executivo na esfera cível. 
A vítima não se habilita sozinha, precisa de um advogado que é seu representante legal, ou ainda, de um descendente (caso de falecimento) ou ascendente (incapaz).
A vítima deverá passar pelo seguinte procedimento de habilitação:
Requerer habilitação para o juiz;
Só deverá ocorrer o processo de habilitação após o aceite do oferecimento da denuncia pelo juiz, pois antes disso, não há formação angular. Após a formação angular, a habilitação pode ser pedida até o transito em julgado (vide art. 269).
Abre-se vista para o MP, para verificar sua legitimidade. 
Volta para despacho do Juiz, para que defira ou indefira. 
Não cabe recurso para a habilitação, caberá apenas para Habeas Corpus e Mandado de Segurança. 
O art. 70, determina que não posso habilitar o co-réu como assistente de acusação, pelo fundamento que ele não é vitima. P.ex. se há tentativa de homicídio x tentativa de homicídio, ambos são co-réus e não podem ser assistentes.
Querelante x Querelado
Querelante é o titular da ação penal privada
Querelado é o integrante do polo passivo
Réu
Requisitos para ser réu: 
Requisito Formal: estipulado no art. 41 do CPP, “qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo...”. 
Menores e adolescentes respondem por ato infracional e não podem figurar no polo ativo de ações, nem mesmo de medidas socioeducativas. 
Imunidades: 
Diplomatas: respondem por crimes em seus respectivos países.
Pessoas Jurídicas, exceto se o crime versar sobre a ordem econômica (art. 175 CF), ou ainda, crimes ambientais (art. 225 CF). O STJ entende pacificamente que a pessoa jurídica não pode figurar sozinha por um crime (ou seja, se há um acidente com petróleo, a empresa responde junto com engenheiro). O STF em 2013 decidiu que a pessoa jurídica pode responder sozinho.
Direitos do Réu:
Devido processo legal
Autodefesa (interrogatório) e defesa técnica (garantida pelo advogado)
Comparecer em juízo: o réu preso é conduzido até o fórum. Ele tem a faculdade de comparecer em juízo, e não a obrigação, exceto se gozar de liberdade provisória.
Direito ao silencio (art. 5° LXII, CF) – o entendimento doutrinário entende que ele não precisa falar, quando na verdade a CF determina que ele não precisa produzir prova contra si mesmo. O preso não responde por falso testemunho, mas pode responder por calúnia.
O acusado que nega a autoria do crime, pode negar o reconhecimento visual, mas não pode negar o reconhecimento fotográfico.
Representante Legal (advogado/defensor público)
Deve possuir capacidade postulatória e representar os interesses da parte em juízo.
Funções do representante legal:
Defensor do réu
Assistente de Acusação
Impetrante de Habeas Corpus
Representante em ações penais especiais (como Mandato de Segurança)
Representante de terceiros.
Prerrogativa do Advogado (Estatuto da OAB – art. 7°):
Entrevista pessoal e reservado com o cliente
Ingressar livremente em repartições e dirigir-se diretamente com as autoridades
Examinar e tirar cópias dos autos, salvo os sigilosos, que exigem procuração.
Se o advogado é preso em flagrante com crime relacionado a sua atividade profissional, é necessário o acompanhamento da OAB).
Órgãos auxiliares da Justiça.
Perito: especialista em determinada matéria estranha ao direito. Auxilia o juiz na compreensão de circunstancias relevantes. Divide-se em:
Perito Oficial: concursado
Perito Juramentado: nomeado pelo Juiz ou Advogado. O juiz juramentado deve ter ensino superior. Na nomeação esse perito deverá jurar ser imparcial em todas as ações que tiver, diferente do perito oficial que só jura no momento da posse do cargo público.
Interprete: especialista em dialetos e idiomas estrangeiros.
Assistente técnico: nomeado pelas partes para acompanhar um trabalho pericial.
O juiz não pode ser perito, nem assistente técnico ou intérprete. 
Jurisdição e Competência
Jurisdição é uma forma de resolução de conflitos pelo Estado e está relacionado com a capacidade do juiz resolver conflitos. 
Forma de resolução de conflitos:
Autotutela: a parte resolve pessoalmente o conflito. Alguns doutrinadores entendem que a autotutela está ligada a legítima defesa, o que é errado. A legítima defesa é apenas a defesa. A prisão em flagrante caracteriza autodefesa.
Autocomposição: as duas partes juntas resolvem o conflito, através da composição civil de danos e no perdão do réu (vontade bilateral)
Características: 
Substitutividade: o Estado substitui as partes na hora de resolver o conflito em nome delas (Juiz)
Efetivação da lei: na resolução de conflitos se socorre ao aparato legal.
Inércia: a jurisdição só exercida quando provocada
Definitividade: a decisão final é irreversível.
Imparcialidade: o Estado (representado pelo juiz) não é e nem pode ser a parte interessada na lide.
Princípios:
Princípio do Juiz Natural: o órgão jurisdicional já deve estra organizado antes dos fatos que pretendem julgar.
Princípio da Investidura: o juiz deve ter aprovação no concurso público
Indelegabilidade: o juiz não pode delegar sua função jurisdicional. 
Inevitabilidade: alguns conflitos só podem ser resolvidos pelo Poder Judiciário.
Indeclinabilidade: o juiz não pode deixar de resolver um conflito
Inafastabilidade: não posso criar obstáculos para que a vítima se socorra do Poder Judiciário.
Competência
O que é competência?
Limite no exercício da jurisdição, regras que limitam. Temos sete critérios, localizados no artigo 69 do CPP.
a. Critério "Ratione Personae" (art.69, VII) - também chamado de foro por prerrogativa de função, critério exclusivo para alguns cargos públicos (não privilégio). Exemplo: Ação Penal 470 (mensalão).
Verifico através do réu (quem ele é). Determinados na Constituição Federal. Prerrogativa, relacionado ao cargo.
Consequências: o ocupante do cargo não pode se recusar a prerrogativa, quando eu perco o cargo perco a prerrogativas, Súmula 394 do Supremo foi revogada (a súmula dizia que quem perdia o cargo mantinha a prerrogativa), quando houver má-fé o tribunal originário pode manter sua competência.
Exemplo: Ação Penal 396.
Foro é entendido aos demais corréus, Súmula 704 do STF.
Havendo concurso de agentes, entre uma pessoa com prerrogativa de foro e a outra não, aquela responde ao tribunal originário e a outra no tribunal do Júri (nos crimes contra a vida), Súmula 721 do STF.
Art.69. Determinará a competência jurisdicional: VII - a prerrogativa de função.
Súmula 721 do STF.
Cargos com prerrogativas: STF - art.102, I, b, da CF.
Art.102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República.
Critério “Ratione Personare”(Art. 69 III): critério em razão da matéria, critério em razão da natureza do crime, de acordo com o crime eu determino o juiz. Justiça Federal localizados no art.109 da CF.
Quando se tratar de crime a competência NUNCA é da Justiça.
Especial (Trabalhista, Militar e Eleitoral)
Justiça
Comum
	Comum
Júri
JEC
Vara
Federal
Estadual
Critério Ratio Loci (Art. 69 I)
Onde ocorre a consumação do crime. (Teoria do Resultado)
Exceção (Teoria da Atividade0:
Quando o crime for tentado
Crimes de menos potencial ofensivo
Homicídio, quando todos os atos ocorreram fora do lugar de homicídio. Pela sua própria conveniência o processo, em regra, deve ocorrer onde tem mais provas.
Crimes a distância: são atos que ocorrem um país e o resultado acontece em outro. Os atos que ocorrem fora do país e se consumam no Brasil, são julgados pelo Brasil.
Quando adoto a teoria da atividade o ultimo ato de execução determina a competência.
Critérios Subsidiários
Domicílio do réu: a fixação de competência subsidiaria quando eu não souber ao certo o local do crime éo domicílio do réu. Nas ações privadas a vítima pode escolher entre o local do crime e onde o réu mora.
Distribuição: comarcas com amis de uma vara de atribuições. Em comarcas únicas não há distribuição.
Prevenção: quando houver dúvida quanto a competência do juiz. Considera-se o juiz prevento, aquele que se manifestar primeiro.
Conexão
Toda vez que tivermos um crime com uma pessoa, os critérios irão trazer um único juiz competente. O problema é que as vezes preciso reunir vários crimes e pessoas, exemplo: crime continuado, regras que auxiliem para encontrar um juiz competente para vários fatos. Temos duas formas: conexão e continência.
Art.69. Determinará a competência jurisdicional: 
V - a conexão ou continência;
Conexão: é o critério auxiliar de fixação de competência para a reunião de dois ou mais crimes em uma única ação penal, são dois ou mais crimes, um único crime NUNCA é conexão.
Cumulação Subjetiva: Acontece quando há mais de um crime, seja por simultaneidade (situações paralelas. P.ex. saque em caminhão tombado), por concurso (quaisquer crimes em que os agentes estejam em conjunto) ou por reciprocidade (quando as ações são conjuntas, um contra o outro. P.ex. um tenta matar o outro).
Cumulação Objetiva: quando há mais de um crime e um único agente onde há sempre um crime principal. Se dá de duas formas:
Teológica: o crime principal é o segundo.
Consequencial: o crime principal é o primeiro, o segundo é subsidiário 
Instrumento Probatório: é a reunião de crimes por questão de conveniência processual (extorsão mediante sequestro + estupro, quando as provas, as testemunhas e o depoimento servir para os dois crimes) ou esclarecimento fáticos (fatos que reúno processos diferentes, exemplo: tráfico ou extermínio).
Continência
São dois fatos contido um no outro.
Cumulação Subjetiva: mais de um autor. P.ex. duas pessoas se juntam para roubar uma única pessoa. Houve apenas um crime, pois houve um roubo. Trata-se de concurso de pessoas.
Cumulação Objetiva: mais de um fato. Trata-se de concurso formal de crimes; trata-se de uma única conduta e mais de um resultado. P.ex. um tiro que acerta duas vítimas.
Regras de Prorrogação de Competência.
Quando houver conexão entre crime de competência do Júri e da Vara Comum, é julgado pelo Tribuna do Júri (art. 78 I CPP). P.ex. homicídio com ocultação de cadáver. 
Se houver um réu com foro de prerrogativa de função e outro sem: julga-se no Tribunal Originário (art. 38, III, CPP) – P.ex. Mensalão.
Crime de competência do Tribunal do Júri praticado por autor que tenha foro de prerrogativa de função: o que tiver foro é julgado pelo tribunal do seu foro e o que não tiver é julgado pelo Tribunal do Júri.
Conexão entre crime comum e crime de menor potencial ofensivo: normalmente julgado em vara comum e reunidos por conexão. Uma parte da doutrina entende que o Tribunal do Júri é competência constitucional, assim como o JEC e que desse forma, eles não devem ser unidos.
Justiça Federal + Justiça Eleitoral + Justiça Comum (art. 68 II): reuni na justiça mais especializada. Justiça Eleitoral x Comum = Eleitoral. Justiça Militar x Comum: separa-se os processos.
Conexão entre crimes de gravidades diferentes: a competência fica no local onde houve o crime mais grave. P.ex. Roubo em SBC x Ameaça em SCS = SBC é competente. 
Se houver conexão entre crimes da mesma gravidade é competente o primeiro que instaurar.
Crime (esfera criminal) x Ato Infracional (esfera cível): separa-se o processo, cada um tem sua ação competente 
Crime x Inimputável: separa-se os processos
 Um réu citado e outro revel (não citado): separa-se os processos.
Art.80: hipóteses em que o juiz pode separar o processo:
Uma parte é réu preso e outra réu solto
Motivo relevante, desde que tenha sua decisão fundamentada. 
20
1

Continue navegando