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ANÁLISE TEXTUAL. AULA 02. - TEXTO - É um entrelaçamento de enunciados oracionais e não oracionais organizados de acordo com a lógica do autor. - ENUNCIADO - É a expressão de uma ideia, um sentimento, uma informação ou qualquer outro tipo de manifestação feita por meio de palavras. O ato de expressar-se é chamado de enunciação. Ao expressarmos nossas ideias, podemos organizá-las em torno de um verbo, criando um enunciado oracional. Já o enunciado não oracional é a expressão que se realiza sem o auxílio do verbo. Suponhamos que alguém esteja em uma situação de grande aflição, necessitando de auxílio imediato. Essa pessoa pode manifestar seu pedido de duas formas: • com um enunciado oracional (“Eu preciso de socorro!”); ou • com um enunciado não oracional (“Socorro!”) Ambos comunicam com bastante eficiência a intenção do emissor, certo? Observe, porém, que, no primeiro exemplo, o pedido se organizou em torno do verbo “precisar”; enquanto, no segundo, não há verbo. - COESÃO – 1) Coesão referencial: a informação é retomada. Nela temos: a) Lexical - Permite o entrelaçamento do texto pela substituição/omissão de palavras (podemos destacar o uso de sinônimos e hiperônimos). b) Gramatical - Permite o entrelaçamento do texto pelo emprego de pronome, conjunções e numerais, dentre outros. 2) Coesão sequencial: a informação progride a) Temporal - Permite a progressão da informação pela ordenação linear dos elementos, pela utilização de partículas temporais e pela correlação dos tempos verbais. b) Por conexão - Auxilia na compreensão do texto como um todo. Pode ser vista por meio dos operadores do tipo lógico e operadores discursivos, dentre outros. - COERÊNCIA – - HIPERTEXTO - O hipertexto, portanto, se constrói a partir da associação de uma imagem ou informações relacionadas a um texto considerado pelo receptor da mensagem. Deste modo, mais do que um texto tradicional, construído a partir de palavras impressas, o hipertexto exige a participação do leitor. É possível dizer que o hipertexto é um dispositivo cognitivo, no sentido de que no instante da leitura podemos fazer associações, passando a outras fontes de informação (como os gráficos, caixas de destaque e outros elementos cada vez mais comuns nos textos e bastante presente como forma de hiperlink). AULA 03. Quando falamos que um texto se caracteriza por apresentar uma ideia completa, queremos dizer que as informações estão conectadas umas às outras coerentemente, ou seja, estabelece-se relações lógicas entre as ideias contidas no texto. A coesão sequencial que garante a textualidade é facilitada pela utilização de conectivos, como preposições e conjunções. Veja agora novos exemplos de coesão sequencial abaixo: a) Adição - Também, e, ainda, não só, mas também, além disso. b) Proporção - À medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que. c) Conformidade - Como, segundo, conforme, consoante. d) Condição - Se, caso, desde que, contanto que. e) Finalidade - Para que, a fim de que, com o objetivo de, com o intuito de. Não existe uma forma única de fazer a conexão das ideias. Entretanto, dentre as várias possibilidades, é provável que haja junções inadequadas. Assim, deduzimos que nem todas as conexões são possíveis para formar uma ideia completa, coerente. Isso nos leva a perceber que essas junções, que podemos chamar de articulações sintáticas, devem ser utilizadas para encontrar o sentido adequado. Chegamos, então, a uma importante informação: são as articulações sintáticas que estabelecem as relações semânticas. - SEMÂNTICA – Estudo dos significados das palavras. - RELAÇÕES SEMÂNTICAS – Relações que se estabelecem entre as palavras e formam o sentido de um texto. AULA 04. - COERÊNCIA - A coerência, como você já sabe, é a ligação de cada uma das partes do texto com o seu todo, de forma que não haja contradições ou erros que gerem incompreensão, mal- entendido ou até mesmo falha na comunicação. A coerência diz respeito à intenção comunicativa do emissor, interagindo, de maneira cooperativa, com o seu interlocutor. Podemos organizar, de acordo com Ingedore Koch, a coerência em quatro tipos: 1) Coerência semântica - Refere-se à relação entre os significados dos elementos das frases em sequência. A incoerência aparece quando esses sentidos não combinam ou quando são contraditórios. É estabelecida entre os significados dos elementos do texto através de uma relação logicamente possível. Incoerência semântica: “A casa que desejo comprar é bastante jovem.” Essa frase é incoerente quando levamos em consideração o significado da palavra jovem. Embora tenha o sentido de coisa nova, o vocábulo jovem só é empregado para caracterizar seres humanos; e não seres inanimados, como é o caso de casa. Para essa caracterização, a palavra nova seria mais apropriada, concorda? 2) Coerência sintática - Refere-se aos meios sintáticos usados para expressar a coerência semântica: conectivos, pronomes etc. Trata da adequação entre os elementos que compõem a frase, o que inclui também atenção às regras de concordância e de regência. Incoerência sintática: “As pessoas que têm condições procuram o ensino particular, onde há métodos, equipamentos e até professores melhores.” Apesar de haver comunicabilidade, já que possível compreender a informação, a coerência desse período está inadequada. Ela poderia ser restabelecida se fosse feita uma alteração: a troca do pronome relativo onde, específico de lugar, para no qual ou em que (ensino particular, no qual/em que há métodos). 3) Coerência estilística - Vem da utilização de linguagem adequada às possíveis variações do contexto. Na maioria das vezes, esse tipo de coerência não chega a perturbar a interpretabilidade de um texto. É uma noção relacionada à mistura de registros linguísticos (formal x informal, por exemplo). É desejável que quem escreve ou lê se mantenha em um estilo relativamente uniforme. Incoerência estilística: “O ilustre advogado observou que sua petição não prosperaria, haja vista seu cliente ter enfiado o pé na jaca.” Imagine iniciar uma fala, em um contexto formal, com palavras mais “sofisticadas” e depois misturar com uma forma de linguagem bem popular, usando gírias. Esta incoerência poderia parecer inclusive uma brincadeira, modificando o sentido que o autor da frase desejava. 4) Coerência pragmática - Podemos dizer que esse tipo de coerência é verificado através do conhecimento que possuímos da realidade sociocultural, que inclui também um comportamento adequado às conversações. Refere-se ao texto visto como uma sequência de atos de fala. Para haver coerência nesta sequência, é preciso que os atos de fala se realizem de forma apropriada, isto é, cada interlocutor, na sua vez de falar, deve conjugar o seu discurso ao do seu ouvinte, de forma a manter a expectativa de conteúdo de acordo com a situação em que o texto é usado. Incoerência pragmática - Veja esta conversa entre amigos: ― Maria, sabe dizer se o ônibus para o Centro passa aqui? ― Eu entendo João. Hoje faz um ano que minha avó faleceu. Note que Maria, na verdade, não responde a pergunta feita por João, pois não estabeleceu uma sequência na conversa. Ela propôs outro assunto, irrelevante para a pergunta feita. Assim, percebemos que na sequência de falas deste exemplo não há coerência. Como vimos na última aula, pode-se concluir, por esse motivo, que um texto coerente é aquele que é capaz de estabelecer sentido. Por isso, a coerência é entendida como um princípio de interpretabilidade. Para resumirmos a questão do que é estabelecido como texto, e que caracteriza a textualidade, vamos recorrer a uma explicação de Koch e Travaglia, especialistas no assunto: “Ter textualidade ou textura é o que fazde uma sequência linguística um texto e não uma sequência ou um amontoado aleatório de frases ou palavras. A sequência é percebida como texto quando aquele que a recebe é capaz de percebê-la como uma unidade significativa global. Portanto, tendo em vista o conceito que se tem de coerência, podemos dizer que é ela que dá origem à textualidade.” Segundo Melo, o “texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de televisão também são formas textuais.” (MELO - 2003) Então, vamos analisar a seguir os fatores que impedem que “as linhas do texto embaracem ou se rompam”: 1) Conhecimento linguístico - Consiste no domínio das regras que norteiam a língua, isso vai possibilitar as várias combinações dos elementos linguísticos. 2) Conhecimento do mundo - É o conhecimento proveniente de nossas experiências com o mundo, resultante da interação sociocultural. Através dessa interação, armazenamos conhecimento, constituindo os modelos cognitivos. 3) Conhecimento partilhado – É aquele compartilhado entre as pessoas, entre quem estabelece uma interação. Essa interação se torna possível graças à experiência comum dos envolvidos. 4) Inferência - São as reflexões que fazemos a partir de alguma ideia, a partir de determinado texto. Incluem as deduções, conclusões que construímos juntamente com quem conta ou escreve uma história, um fato etc. 5) Contextualização - São os elementos que “ancoram” o texto em uma situação comunicativa determinada, como a data, o local, a assinatura, elementos gráficos, timbre, título, autor. 6) Situacionalidade - Conhecimento de onde a história se situa, com todos os elementos necessários. Fator que atua nas duas direções, tanto da situação para o texto quanto do texto para a situação. Um texto coerente em uma situação pode não ser em outra, como nos casos dos textos literários que analisamos. A situacionalidade se aplica, por exemplo, nos e-mails que apresentam siglas referentes a jargões empresariais (como PSC – “para seu conhecimento”), em que o destinatário do e- mail que não conhecer essa sigla não conseguirá compreender a mensagem. 7) Informatividade - É o nível de informação contida no texto, que dependerá da intenção do produtor de construir um texto mais ou menos hermético (obscuro, enigmático, etc). Diz respeito ao grau de previsibilidade da informação que vem no texto, que será menos informativo, se contiver apenas informação previsível ou redundante. Já se contiver informação inesperada ou imprevisível, o texto terá um grau máximo de informatividade, podendo, à primeira vista, parecer até incoerente por exigir do receptor um grande esforço de decodificação. 8) Focalização - Constitui-se no próprio foco do texto, no assunto a ser tratado. Isso evita que um texto com tema da globalização passe a falar mal dos países globalizados. O titulo do texto é, em grande parte dos casos, responsável pela focalização. Também pode ser analisado como a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma parte de seu conhecimento. 9) Intertextualidade - É uma interação entre textos, sendo um mecanismo importante para o entendimento de determinadas mensagens. Ocorre quando um texto faz alusão a outros textos, exigindo do leitor uma busca de informações fora do universo do texto em questão. Isso é comum tanto para a fala coloquial, em que se retomam conversas anteriores, quanto para os noticiários dos jornais, por exemplo, que exigem o conhecimento de notícias já divulgadas como ponto de partida. 10) Intencionalidade e aceitabilidade - O primeiro fator diz respeito à intenção do emissor e o segundo refere-se à atitude do receptor de aceitar a manifestação linguística como um texto coeso e coerente. Aula 05. - CONCEITUANDO GÊNEROS TEXTUAIS E TIPOLOGIA TEXTUAL: UM PINGO DE TEORIA. Os gêneros textuais podem ser encarados como as diversas formas que um texto assume para cumprir determinados objetivos, ou seja, para informar. Sendo assim, podemos admitir que diferentes formas de textos façam parte de nosso cotidiano, levando em conta que a comunicação atende a vários propósitos. Os gêneros textuais são praticamente infinitos, visto que são textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento, em um determinado contexto. O tipo de texto, por sua vez, é limitado, pois se refere à estrutura composicional da língua. De forma geral, temos cinco tipos textuais (narração, argumentação, exposição, descrição e injunção), que aprofundaremos ainda nesta aula. Não esqueça que em um tipo textual pode aparecer em qualquer gênero textual, da mesma forma que um único gênero pode conter mais de um tipo textual. Uma carta, por exemplo, pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por diante. 1) NARRAÇÃO - A narração conta um fato, que pode ser ou não inventado. Esse tipo de texto compõe-se de personagens, tempo e lugar. Normalmente, os verbos utilizados estão no tempo passado. 2) ARGUMENTAÇÃO - A argumentação é um tipo de texto através do qual o emissor da mensagem tenta convencer o ouvinte/leitor. O texto argumentativo defende uma ideia específica. 3) EXPOSIÇÃO - A exposição é um tipo de texto que apresenta uma ideia, uma reflexão, um conhecimento, uma explicação sobre um objeto (pessoa, fato, circunstância). Como traz informações específicas sobre um tema, também é chamada de texto informativo. 4) DESCRIÇÃO - A descrição apresenta um objeto do discurso (pessoa, coisa, circunstância, fato etc.), realçando suas características e pode ser objetiva ou subjetiva. 5) INJUNÇÃO - A injunção é uma tipologia textual que se caracteriza por determinar, indicar, orientar como se realiza uma ação. - GÊNEROS TEXTUAIS – 1) POESIA – Linguagem com fins estéticos. 2) NOTÍCIA – Linguagem com fins informativos. 3) E-MAIL – Linguagem com fins informativos. 4) PUBLICIDADE – Linguagem com fins de convencimento. 5) CARTA – Mensagem individualizada. 6) CHARGE – Associação entre texto e imagem. Aula 06. CONTO - No conto podemos contextualizar a situação apresentada, pois o autor apresenta elementos que possibilitam que o leitor constitua a cena: os personagens (como se posicionam, os objetivos de cada um, os gestos etc.), o local e o tempo. Reconhecemos o conteúdo como um conto, uma narrativa, porque localizamos personagens, fatos, local e tempo. Esses elementos nos remetem a um contexto tal que podemos refazer mentalmente o cenário da história e construirmos o entendimento ou não do que estamos lendo. O entendimento não será bom se não pudermos refazer mentalmente essa história, Outro aspecto, até curioso, é o fato de podermos contar esta história em qualquer época. O tempo de ocorrência já estará inscrito na narrativa, não é preciso se recorrer a um tempo real. Você deve estar se perguntando se não é possível construir contos com fatos reais. Sim, claro que isso é possível! Porém o conto, como tem a função fundamental de contar uma história que poderá ser situada num tempo específico, vai criar uma realidade. Por isso é possível o leitor poder contar a história em qualquer época, porque ela tem contexto próprio. CRÔNICA - A crônica, conta fatos do cotidiano, fatos reais: necessita que o tempo, as personagens e o local sejam esclarecidos, porque não traz um contexto pronto. Logo, precisa do contexto da situação, exatamente por lidar com fatos do cotidiano. As crônicas também apresentam outro aspecto, como o de analisar, comentar, argumentar, criticar determinadas situações. Assim, um grande propósito do texto da crônica é aproveitar o fato para fazer comentários e até apresentar aspectosdivertidos da situação. Os elementos do texto são apresentados de forma clara, a fim de que o leitor não tenha dificuldades em contextualizar a situação apresentada. O texto apresenta uma situação cotidiana. A narrativa é informal e a linguagem utilizada é coloquial. Na aula anterior, tratamos de alguns textos argumentativos. Textos desse tipo têm um objetivo principal: convencer o outro de que seu ponto de vista está correto. Isto pode ser feito de várias maneiras. Porém, existe um ambiente de extrema formalidade em que o autor do texto precisa convencer, persuadir o outro a pensar como ele, pois, assim, ele ganhará a causa. Esse é o ambiente jurídico. Apresentaremos, a seguir, um texto típico do mundo jurídico: a petição, uma forma de pedir, de reivindicar através da fundamentação na lei – VER SLIDE 05 DA AULA 06. Como vimos, os gêneros textuais surgem em decorrência da necessidade que o homem tem de se comunicar de acordo com as circunstâncias em que se encontra. Assim, ele não pode levar apenas em consideração a modalidade linguística, deve adequar o seu texto ao receptor, ao conteúdo de sua mensagem, ao objetivo que pretende alcançar e mesmo ao veículo que servirá de canal de comunicação. Se o meio é a música, ao elaborar a mensagem, o autor empregará recursos como ritmo, rima, refrão, entre outros, para transmitir suas idéias ou sentimentos. PROPAGANDA - A propaganda tem por objetivo influenciar o receptor da mensagem a adquirir um produto ou um serviço, mas também pode procurar mudar uma atitude. São bons exemplos as campanhas de antitabagismo, consumo consciente de recursos naturais, direção responsável, controle de poluição do meio ambiente, entre outras. Na propaganda do Ministério da Saúde contra o hábito de fumar, podemos perceber a intenção de convencer o receptor a parar de fumar. Para atingir o seu objetivo, o emissor empregou a ambiguidade, ou duplo sentido, da palavra “droga”, pois estamos acostumados a associar o seu significado às drogas ilícitas, e não às substâncias químicas. Ao enfatizar o significado com o qual não estamos habituados, o emissor pretendeu provocar uma sensação de estranhamento diante da mensagem e, consequentemente, captou a atenção do receptor. CORREIO ELETRÔNICO - A rapidez na transmissão de conteúdos propiciada pela internet deu origem a gêneros adaptados à especificidade do espaço cibernético. O e-mail é um bom exemplo de um novo gênero e de suporte, pois podemos enviar uma mensagem via e-mail ou enviar um e-mail. Qual é a diferença? É simples: o correio eletrônico é o meio pelo qual enviamos mensagens e também dá nome ao tipo de mensagem que se envia por correio eletrônico. O e-mail é semelhante á carta mas pode levar, em anexo ou em seu corpo, outros textos de gêneros variados como notícias, currículos, ofícios, receitas, etc. Como vimos os gêneros textuais são dinâmicos porque a realidade e os meios de comunicação também são, pois são constantemente aperfeiçoados devidos aos avanços tecnológicos. Hoje, conviver em sociedade exige atualização, assimilação e uso dos novos meios para uma participação efetiva. HABILIDADES DE FALA - Tão importante quanto escrever com facilidade em diversas situações, é falar com facilidade, ter boa articulação discursiva, até porque, quando nos apresentamos, em qualquer situação, fazemos isso através da fala. Logo, ter um bom vocabulário é fundamental, pois as palavras não podem nos faltar, não é mesmo? Uma boa dica para aumentar cada vez mais o vocabulário é ler, pois assim estaremos em intimidade com as palavras. Outra dica é praticar as habilidades de fala, depois da uma leitura, principalmente de texto pequeno, tentar reproduzir com a fala o que foi lido e entendido, inclusive com gestos. Este é um ótimo exercício para a memória e para a articulação da fala. Você sabe que quem fala com boa articulação e facilidade é bem visto socialmente, não é? Pois então, é bom praticar. EXERCÍCIOS: 1. Leia atentamente o texto que se segue e, logo após, assinale o tipo de texto predominante: "O jagunço é o homem que, sem abandonar o seu roçado ou o seu curral de bois de cria, participa de lutas armadas ao lado de amigos ricos ou pobres. Observadores apressados costumam ver o jagunço como um tipo à parte, na sociedade do vale, trajando-se diferente dos outros, vivendo uma vida à margem das outras vidas. Mas não há engano maior, pois o jagunço é um homem como os outros. O seu chapéu de couro é o mesmo que o vaqueiro usa. O mesmo homem que campeia, perseguindo os bois nas vaquejadas, quando necessário, despe o gibão e o jaleco, tira as perneiras e solta o gado, troca a vara-de-ferrão por um fuzil, quebra o chapéu de couro na frente e vai brigar como um guerreiro antigo. Não é preciso tirar carta de valente para ser jagunço. Jagunço todo mundo é, no sertão os covardes nascem mortos." a) dissertativo b) argumentativo c) narrativo d) descritivo 2. Numere os parágrafos a seguir, identificando o tipo de redação apresentado, conforme esquema abaixo, e aponte a sequência correta: (A) dissertação (B) descrição (C) narração ( ) O rapaz, depois de estacionar seu automóvel em um pequeno posto de gasolina daquela rodovia, perguntou a um funcionário onde ficava a cidade mais próxima. Ele respondeu que havia um vilarejo a dez quilômetros dali. ( ) Nas proximidades deste pequeno vilarejo, existe uma chácara de beleza incalculável. Ao centro avista-se um lago de águas cristalinas. Através delas, vemos dança rodopiante dos pequenos peixes. Em volta desse lago pairam, imponentes, árvores seculares que parecem testemunhas vivas de tantas histórias que se sucederam pelas gerações. A relva, brilhando ao sol, estende-se por todo aquele local, imprimindo à paisagem um clima de tranquilidade e aconchego. ( ) Acreditamos firmemente que só o esforço conjunto de toda a nação brasileira conseguirá vencer os gravíssimos problemas econômicos, por todos há muito conhecidos. Quaisquer medidas econômicas, por si só, não são capazes de alterar a realidade, se as autoridades que as elaboram não contarem com o apoio da opinião pública, em meio a uma comunidade de cidadãos conscientes. a) A, B, C b) C, B, A c) B, A, C d) C, A, B Aula 07. Às vezes, na hora de escrever, você fica com dúvidas, não é mesmo? Isso é mais comum do que você imagina. Pior é quando a dúvida nem nos alerta sobre a possibilidade de estarmos escrevendo algo errado e só nos damos conta quando alguém nos corrige. Essa aula, vai te auxiliar nessa questão, pois fará uma revisão sobre crase, regência, pronomes de tratamento, colocação pronominal e pontuação. Assuntos que sempre geram dúvidas e nos confundem na hora da escrita. Você pode pensar que terá apenas mais uma aula de gramática, mas o conteúdo será voltado para a adequação desses tópicos aos contextos empresariais que serão muito úteis na sua vida profissional ― a partir de práticas de leitura e produção textual. PARÁGRAFO - Do grego paragraphos, que quer dizer “escrever ao lado” ou “escrito ao lado”. Othon Garcia, famoso linguista brasileiro, afirma que “o parágrafo é uma unidade de texto composta por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela”. (GARCIA, Othon. Comunicação em prosa moderna: aprendendo a escrever, aprendendo a pensar. 20. ed. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, 2001.) Parágrafos são as estruturas formadas por unidades autossuficientes de um discurso que compõem um texto, apresentando basicamente uma ideia, pensamento ou ponto principal que o unifica. Essas unidades são chamadas de tópico frasal, que é acompanhado por detalhes queo complementam. A organização do texto em parágrafos permite que o leitor detecte as ideias principais do texto e acompanhe como foram desenvolvidas em seus diferentes estágios. Para Othon Garcia, tópico frasal designa um ou dois períodos curtos iniciais que contêm a ideia-núcleo do parágrafo em texto dissertativo, descritivo ou narrativo. O tópico frasal é uma maneira prática e eficiente de estruturar o parágrafo, pois já de início expõe a ideia que se quer passar, a qual é comprovada e reforçada pelos períodos subsequentes. PARÁGRAFOS LONGOS E CURTOS. A extensão do parágrafo é variada. Existem parágrafos de duas linhas e também aqueles que ocupam uma página inteira. Já que há essa variação, o que nos faz escrever um parágrafo curto ou estendê-lo um pouco mais? A ideia central que o parágrafo apresenta pode ser um critério para determinar se este será curto ou mais extenso. Geralmente, parágrafos longos são utilizados para manter uma continuidade do raciocínio. Em geral, obras científicas e acadêmicas possuem parágrafos mais longos por duas razões: 1.As explicações são complexas e exigem várias ideias e especificações; 2.Os leitores possuem capacidade e fôlego para acompanhá-los. Já os parágrafos curtos, seguindo esta lógica, são adequados para pequenos textos, e, geralmente, são escritos por quem tem pouca prática na escrita ou pensando-se nos leitores que possuem pouca prática de leitura. Você já deve ter reparado que as notícias de jornal, por exemplo, possuem parágrafos curtos, distribuídos em colunas estreitas. Ou que os textos escritos para serem lidos por meio da internet seguem esse padrão. Esses textos possuem essa característica por causa do perfil dos leitores. O que vai determinar a extensão do parágrafo, portanto, é a unidade temática, quanto o autor quer desenvolvê-la e o perfil dos leitores. Tipos de tópicos mais comuns. Veja os tipos mais comuns de tópicos frasais que auxiliam na hora de iniciar um parágrafo: Declaração inicial - O autor declara uma opinião por meio de uma frase afirmativa ou negativa. Serve para vários tipos de texto, mas é usualmente encontrada em textos argumentativos. Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Definição - Trata-se de um bom recurso didático. Define-se algo quando se delimita o seu significado dentro de um campo semântico. Serve para vários tipos de texto, mas é usualmente encontrada em textos dissertativo-informativos. Exemplo: O jornal é um meio de comunicação periódico constituído por notícias, reportagens, crônicas, entrevistas, anúncios e outro tipo de informação de interesse público. Divisão - O parágrafo pode se iniciar dividindo o assunto, indicando como será tratado em seu desenvolvimento. Serve para vários tipos de texto. Exemplo: As informações tomam dois caminhos para atingir o receptor: o jornal impresso e a televisão. Interrogação - O autor quer aguçar a curiosidade do leitor acerca do tratamento dado a um determinado tema, mediante uma pergunta. Serve para vários tipos de texto, mas é usualmente encontrada em textos argumentativos. Exemplo: O crescente uso da internet provocará o fim do jornal impresso? Alusão/Citação - O autor faz referência a um fato histórico, às palavras de outra pessoa, usa um exemplo, uma lenda ou, até mesmo, uma piada, com o objetivo de prender a atenção do leitor. Serve para vários tipos de texto. Exemplo: Conta a tradição, que comer manga e, em seguida, tomar leite tem como resultado morte certa. Coesão sequencial e a relação com o sentido - O parágrafo não se limita ao tópico, não é mesmo? E o texto que se segue ao tópico no espaço do parágrafo chama-se desenvolvimento. Que, de fato, é o desenvolvimento da ideia introduzida no tópico. A seguir, apresentamos alguns deles para que você se inspire na elaboração de seus textos e para que fique mais atento, sendo capaz de produzir inferências, deduções, quando estiver lendo e produzindo sentidos com suas leituras. Explanação da declaração inicial - O autor esclarece a afirmação ou negação que fez no tópico. Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Somos bombardeados todo o tempo por relatos de agressões, via televisão, rádio e jornais. Parece até que o objetivo é tornar normal a barbaridade, repetindo os feitos dos bandidos vezes sem conta, até a exaustão. Enumeração de detalhes - Trata-se de um tipo de desenvolvimento muito específico, pois é bastante comum em parágrafos descritivos. Nesse sentido, há uma preocupação em apresentar detalhes da afirmação que foi feita, de maneira mais genérica, no tópico. Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Sendo assim, os jornais só falam de sangue e tragédia. A televisão, por sua vez, prioriza as mazelas como forma de manter a audiência. Até a internet, embora seja um meio jovem, não se diferencia dos seus antecessores, pois é ela também meio de prática de crimes de pedofilia, por exemplo. Comparação - Há quem faça distinção entre ANALOGIA e CONTRASTE, distinguindo as formas de comparação. Assim, a analogia seria uma comparação entre semelhantes, enquanto o contraste se configuraria pela aproximação de termos acentuando suas diferenças. Para facilitar, trataremos apenas de Analogia. Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Nos primórdios, as marcações nas rochas feitas pelos povos primitivos indicavam caminhos, perigos, símbolos de sentido restrito etc. Atualmente, a mídia ultrapassou esses limites físicos e permite uma pluralidade de significados que, sem controle ou censura, podem ferir a sociedade. Causa e consequência - Esse desenvolvimento apresenta uma relação de causas para a declaração feita no tópico ou dela decorrentes. Em outros casos, pode apresentar as consequências ou até mesmo as causas e consequências juntas. Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Tal uso resulta em uma série de distorções, como a apresentação de cenas chocantes em horários inadequados na televisão, por exemplo. Isso gera nos telespectadores uma espécie de senso comum que aceita a violência como algo natural. Agora que já estudamos bastante sobre parágrafo, vamos saber quando realizar uma paráfrase para poder rechear os seus parágrafos de informações. Mas primeiro responda: será que você já fez uma paráfrase? Analise as duas opções abaixo e escolha a que mais de adequa ao seu perfil: • Eu nunca precisei passar uma informação de outra pessoa adiante. Vivo numa ilha deserta e por aqui eu sou o único que cria e escuta os discursos. • Vivo em sociedade e regularmente preciso comunicar algo que li ou escutei a outras pessoas. Agora você já tem ideia do que estamos falando, certo? Você pode nem mesmo saber exatamente o que é uma paráfrase, mas com certeza já fez uma. Ainda duvida? Fazemos uma paráfrase quando transmitimos uma informação ouvida ou lida para outras pessoas com as nossas palavras. Simples, não é? Com certeza você já fez paráfrases inúmera vezes. A não ser que realmente more numa ilha deserta. E você não acha que dizer com suas palavras o que já foi dito por outra pessoa vai ser uma situação muito comum na sua vida acadêmica e profissional? Não precisava nem perguntar, não é mesmo? Essa técnica de reescrita é um ótimo exercício para ampliarmos nosso vocabulário, aperfeiçoando nossa precisão vocabular, e para treinarmos a apresentação da mesma ideia de formas diferentes. A paráfrase é muito útil quando temos necessidade de reproduzir um conteúdo para um público específico. Além disso, é um recurso muito utilizado nos textos acadêmicos, já que, por meio dela, conseguimos apresentar as ideias dos autores estudados sem recorrer à citação direta ou mesmo quando a intenção é apresentar o pensamentode um autor de forma mais objetiva. Precisão vocabular - Quando conseguimos empregar o termo certo no lugar certo. Quando escolhemos a melhor palavra para descrever o que queremos dizer estamos exercendo a precisão vocabular. Por exemplo, é mais preciso dizer que “vamos consultar o dicionário” do que “vamos usar o dicionário”, pois podemos usar o dicionário para aumentar a altura do monitor de nosso computador. Não é a sua utilidade, mas é possível, certo? A ambiguidade é um problema que devemos considerar e exige que apresentemos sempre uma mensagem clara, um raciocínio linear, e a precisão vocabular nos auxilia muito nesta questão. ATENÇÃO - Paráfrase não é resumo e nem é plágio. É importante destacar que a paráfrase não é um sinônimo de resumo. Resumo como veremos no decorrer da aula, privilegia a síntese, isto é, uma redução. Já a paráfrase se propõe a fazer uma espécie de tradução do texto original, podendo, inclusive, ser maior do que este. Outra questão muito importante é que devemos sempre informar a fonte ou o autor que estamos parafraseando, mesmo que com a paráfrase não estejamos mais utilizando as palavras de outra pessoa. Paráfrase não é plágio, mas se um texto for parafraseado e não informar a devida fonte se tornará um plágio, ainda que seja um ato involuntário. Para evitar esse problema, devemos sempre dar crédito ao verdadeiro autor, ao dono da ideia que estamos parafraseando. Como fazer uma paráfrase? Como vimos, para produzir uma paráfrase é preciso seguir as ideias do texto original, reproduzindo-as de outra maneira, de forma resumida ou mesmo ampliando o texto. Vamos ver agora algumas dicas que o ajudarão na hora de elaborar uma paráfrase: Definir o objetivo - Primeiramente, você deve definir o objetivo da paráfrase. Por que você precisa reescrever o texto? Para adequá-lo a novos leitores ou meio de comunicação? Para modernizá-lo? Para utilizá-lo em um trabalho acadêmico? Essa análise vai ajudá-lo a decidir qual será a linguagem utilizada na paráfrase. Fazer uma leitura cuidadosa - Você deverá fazer uma leitura cuidadosa e atenta, destacando e fazendo anotações, e, a partir daí, decidir se vai apenas reafirmar a ideia apresentada com suas palavras ou se será necessário esclarecer o tema central do texto apresentado, acrescentando aspectos relevantes. Não distorcer a mensagem - Embora você vá redigir a paráfrase com suas palavras e estilo próprio, deve seguir passos do texto original sem omitir informações que permitam aos seus leitores uma interpretação fiel do texto estudado. Tomando sempre muito cuidado para não distorcer a mensagem. Unir ideias afins - Você pode unir ideias afins, de acordo com a identidade e evolução do texto-base, reorganizando o texto em blocos de assunto, por exemplo, mas respeitando a evolução dos argumentos do autor. Substituir as palavras rebuscadas - Consulte o dicionário e substitua as palavras menos usadas, ou muito rebuscadas, por palavras que sejam de conhecimento do público geral, tentando, obviamente, se preocupar com a precisão vocabular. Reler o seu texto final - Redija o texto buscando a síntese das ideias e a clareza. Preocupe-se com a pontuação, a coesão e coerência. Não faça comentários ou dê sua opinião. Depois, releia a paráfrase para encontrar possíveis erros e corrija-os. RESUMO - Resumo, diferente da paráfrase que estudamos agora, é uma condensação fiel das ideias ou dos fatos contidos no texto. Significa reduzi-lo ao que é essencial, mas sem perder de vista três elementos: • Cada uma das partes essenciais do texto; • A progressão em que elas acontecem; • A correlação que o texto estabelece entre cada uma dessas partes. Quem resume deve exprimir somente o que é essencial no texto, por isso, assim como a paráfrase, não se pode fazer comentários ou julgamentos. Muitas pessoas julgam que resumir é produzir frases ou partes do texto original, construindo uma espécie de “colagem”. Porém, isso não é um resumo. Resumir é apresentar, com suas próprias palavras, apenas os pontos que julgamos relevantes no texto, sendo obrigatoriamente menor do que o original. Lembrando que um resumo deriva da capacidade de leitura daquele que vai realizá-lo. A compreensão de um texto depende da competência do receptor. Essa competência envolve recursos culturais, experiência anterior e conhecimento prévio armazenado na memória. Resumo é, portanto, uma apresentação sintética e seletiva das ideias de um texto, ressaltando a progressão e a articulação delas. Nele devem aparecer as principais ideias do autor do texto e devem ser omitidas as nossas impressões e interpretações. Como elaborar um resumo - A elaboração de um resumo exige mais habilidade de leitura do que de escrita. Para fazer um resumo é essencial compreender o contexto geral do texto. Interpretá-lo. E aqui vai uma dica importante: Não é possível ir resumindo à medida que se vai fazendo a primeira leitura, pois assim não sabemos se o que está sendo lido naquele momento realmente compõe a parte mais relevante do todo. É necessário fazer uma leitura prévia de todo o texto e destacar as partes que julgamos mais importantes para depois iniciar o resumo. É imprescindível responder a duas perguntas quando estiver elaborando o resumo: O que o autor pretende demonstrar? De que trata o texto? Não tenha dúvida que essas respostas te ajudarão a refletir sobre o texto e guiarão o seu resumo. Leve também em consideração: Os aspectos metodológicos • Devemos seguir as ideias principais do autor, na ordem em que aparecem no texto (a primeira frase explica o assunto do texto); • Devemos ser capazes de, desprezando ideias particulares, registrar informações de ordem geral (este conceito aproxima-se do de tematização); • Indica-se a categoria do tratamento (Do que se trata? De estudo de caso, de análise da situação?); • O resumo deve apresentar o objetivo, o método e as técnicas de abordagem, os assuntos, os resultados e as conclusões do trabalho. O estilo e extensão do texto • Quanto ao estilo, deve ser composto por frases concisas, evitando-se enumerar tópicos; • É comum o uso da 3º pessoa do singular, com verbos na voz ativa (“O autor afirma que...”); • Devemos excluir a maior parte dos detalhes, exemplos, fatos secundários, realizando a supressão de adjetivos e advérbios; • Devemos reescrevê-lo usando as nossas palavras, isto é, não se deve utilizar trechos do texto original; • Não há limite de páginas, desde que seja menor do que o texto-base, mas existem algumas recomendações. Classificação dos Resumos - Os dois principais tipos de resumo são: Resumo indicativo ou fichamento - O resumo indicativo ou fichamento caracteriza-se como sumário narrativo que elimina dados qualitativos e quantitativos, mas não dispensa a leitura do original. É conhecido também como descritivo. Refere-se às partes mais importantes do texto. Pode ser usado, por exemplo, para adiantar o assunto de um anexo de e-mail. Indica as principais ideias em torno das quais o texto foi elaborado. Normalmente é utilizado em propagandas, catálogos de editoras, livrarias e distribuidoras ou ainda em breves exposições de determinadas obras. Resumo informativo - O resumo informativo, também conhecido como analítico, pode dispensar a leitura do texto original. Apresenta o objetivo da obra, métodos e técnicas empregados, resultados e conclusões. Nele evitam-se comentários pessoais e juízos de valor. Apresenta todas as informações, de forma sintética, que o autor usou para criar o texto. Indispensavelmente deve conter: • Assunto; • Problema e/ou o objetivo; • Metodologia; • Ideias principais em forma sintética; • Conclusões. Para a ABNT - Segundo a ABNT, há outros dois tipos de resumo:Resumo informativo/indicativo - O resumo informativo/indicativo combina os dois tipos anteriores que acabamos de ver (Resumo indicativo ou fichamento e Resumo informativo). Este tipo também pode dispensar a leitura do texto original quanto às conclusões, mas não quanto aos demais aspectos tratados. Resumo crítico - O resumo crítico, também denominado recensão ou resenha, é redigido por especialistas e compreende análise e interpretação de um texto. Trata-se de uma espécie de julgamento. É uma das atividades que pode ser solicitada como exercício no meio acadêmico. Podemos concluir que resumo é uma apresentação concisa dos elementos mais importantes de um texto sem perder a sua essência. Portanto, trata-se um procedimento de reduzir um texto sem alterar seu conteúdo. Constitui-se, assim, uma forma prática de estudo que participa ativamente da aprendizagem, uma vez que favorece a retenção de informações básicas. Anote aí para não esquecer as características de um bom resumo e, sempre que fizer um, procure aplicá-las. • Brevidade, pois só deve apresentar as ideias principais; • Respeito pela sequência de ideias do texto; • Clareza, já que os fatos apresentados devem ser objetivos; • Rigor, pois as ideias principais devem ser reproduzidas sem erros. EXERCÍCIOS: 1. A frase “A velha geração está caminhando para uma ruptura institucional com relação à nova geração, que quer ter o direito de escolher quem vai cuidar de sua poupança, e não quer ver seus salários usados para as aposentadorias dos outros” pode assim ser resumida: 1) A velha geração é egoísta quanto à aposentadoria. 2) A nova geração é altruísta quanto ao financiamento das aposentadorias. 3) A nova geração quer permanecer financiando as aposentadorias dos outros. 4) A nova geração não quer financiar as aposentadorias dos outros. 5) A velha geração não encontrará problemas de aposentadoria. 2. “Se você quer convencer alguém de alguma coisa, o melhor é deixá-lo chegar à conclusão sozinho, em vez de você impor a sua. Se ele chegar à mesma conclusão, você terá um aliado. Se você apresentar a sua conclusão, terá um desconfiado.” (Stephen Kanitz). A alternativa que melhor traduz o que foi citado é: 1) Aliado é aquele a quem foi apresentada uma conclusão alheia. 2) Para convencer alguém, é necessário impor conclusões. 3) Desconfiado é aquele que chega à mesma conclusão alheia. 4) Para termos um desconfiado, devemos deixar que ele chegue à conclusão sozinho. 5) Devemos fornecer dados para que as pessoas que nos escutam pensem como nós. 3. “Escrever de véspera é escrever lixo na certa. Por isto, nossa imprensa vem piorando cada vez mais, e com a internet nem de véspera se escreve mais. Internet de conteúdo é uma ficção.” (Stephen Kanitz). A partir da citação, pode-se inferir que na esfera empresarial: 1) Deve-se fazer rascunho de qualquer documento a ser emitido. 2) Não se deve fazer rascunho de nenhum documento a ser emitido. 3) Nossa imprensa piora cada vez mais porque só escreve lixo. 4) Nossa imprensa pioraria cada vez mais se escrevesse de véspera. 5) Os rascunhos devem ser ignorados pelo bom redator. 4. “A regra básica daqui para frente é a competência. Competência profissional, experiência prática e não teórica, habilidades de todos os tipos. De agora em diante, seu sucesso será garantido não por quem o conhece, mas por quem confia em você. Estamos entrando numa nova era no Brasil, a era da meritocracia. Aqueles bônus milionários que um famoso banco de São Paulo vive distribuindo não são para os filhos do dono, mas para os funcionários que demonstraram mérito.” (Stephen Kanitz). A citação diz que: 1) Meritocracia é a regra da competência desde sempre. 2) Meritocracia não é sinônimo de competência na nova era. 3) Meritocracia gira em torno da competência profissional na nova era. 4) Meritocracia é sinônimo de experiência prática na nova era. 5) Meritocracia é o que ainda ocorre num famoso banco de São Paulo na nova era. 5. “Quantas vezes não participamos de uma reunião e alguém diz ‘vamos parar de discutir’, no sentido de pensar e tentar ‘ver’ o problema de outro ângulo? Quantas vezes a gente simplesmente não ‘enxerga’ a questão? Se você realmente quiser ter ideias novas, ser criativo, ser inovador e ter uma opinião independente, aprimore primeiro os seus sentidos. Você estará no caminho certo para começar a pensar.” (Stephen Kanitz). O autor, por meio da citação, conclui que: 1) “Ver” o problema de outro ângulo não é um caminho certo para começar a pensar. 2) O aprimoramento dos sentidos não é um passo em direção à solução de problemas. 3) Aquele que diz “vamos parar de discutir” não começa a pensar na solução de problemas. 4) O aprimoramento dos sentidos é um passo em direção à solução de problemas. 5) Aquele que diz “vamos parar de discutir” não quer ser criativo. Aula 08. Em aulas anteriores, já tratamos do discurso argumentativo e do discurso dissertativo. Mas ainda precisamos mergulhar na estrutura da construção de tais textos, para que possamos exercitar a capacidade de leitura e entendimento. Logo, esta aula vai tratar da organização do raciocínio argumentativo, ou seja, o que torna um texto, com uma organização específica, ser reconhecido como um texto que defende uma ideia, que apresenta argumentos, tenta persuadir, etc. Um pingo de filosofia: raciocínio indutivo Muitas vezes, para formularmos um ponto de vista, uma opinião, precisamos analisar diversas situações que nos levam a uma conclusão (tese). Nesse caso, estamos tratando de um raciocínio indutivo. A Indução é o princípio lógico segundo o qual se deve partir das partes para o todo. Ou seja, ao fazer uma pesquisa, deve-se ir coletando casos particulares e, depois de certo número de casos, pode-se generalizar, afirmando que sempre que a situação se repetir o resultado será o mesmo. A base desse princípio, portanto, é a experimentação. Um pingo de filosofia: raciocínio dedutivo Por outro lado, também podemos ter uma ideia geral, uma visão geral sob um determinado tema, que será comprovada a partir da verificação de alguns casos particulares. Nesse caso, estamos tratando de um raciocínio dedutivo. A dedução é o princípio lógico segundo o qual devemos partir do geral para o particular. Assim, devemos primeiro criar uma lei geral e depois observar casos particulares e verificar se essa lei não se contradiz. Para os adeptos da dedução, o cientista não precisa de mil provas indutivas. Basta uma única prova dedutiva para que a lei possa ser considerada válida. A base desse princípio, portanto, é a observação. Mas o que isso tem a ver com Argumentação? Um argumento é um conjunto de afirmações encadeadas de tal forma que se pretende que uma delas, a que chamamos a conclusão (ou tese), seja apoiada por outras afirmações (os argumentos propriamente ditos). A diferença mais importante entre um argumento e um raciocínio é que em um argumento pretendemos persuadir alguém de que a conclusão é verdadeira, ao passo que em um raciocínio queremos apenas saber se uma determinada conclusão pode ser justificada ou não por um determinado conjunto de afirmações. Sempre que argumentamos, temos o intuito de convencer alguém a pensar como nós. No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que apresentaremos, com o propósito de defender nossa ideia e convencer o leitor de que essa é a correta. Para tal, muitas vezes precisamos usar a lógica indutiva e/ou dedutiva para formularmos nossos argumentos, bem como usar outras estratégias. Tipos de argumento mais comuns: Argumento de autoridade – A conclusão se sustenta pela citação de umafonte confiável, que pode ser um especialista no assunto, dados de uma instituição de pesquisa ou uma frase dita por uma autoridade. Argumento por causa e consequência – A tese é comprovada por relações de causa e efeito. Argumento da exemplificação / ilustração – A tese é defendida com o relato de um exemplo real. Esse recurso é usado quando a tese carece de maiores esclarecimentos por ser muito teórica. Argumento de provas concretas ou senso comum – A tese é defendida por meio de informações extraídas da realidade, tais como dados estatísticos ou fatos de domínio público. A contra-argumentação. A contra-argumentação nada mais é que uma nova argumentação em que se procura desmontar um raciocínio anteriormente apresentado. Uma forma bastante eficaz de se contra argumentar é utilizar o senso comum (aquilo que as pessoas usam no seu cotidiano; o que é natural e fácil de entender, o que elas pensam que sejam verdades, geralmente porque ouviram de alguém, que também ouviu de alguém). EXERCÍCIOS: 1. Leia o texto a seguir: Há mais uma questão em que se deve pensar na consideração das especificidades da modalidade escrita – a argumentação. É através dela que o locutor defende seu ponto de vista. A argumentação contribui na criação de um jogo entre quem escreve o texto e um possível leitor, já que aquele discute com este, procurando mostrar-lhe que tipo de ideias o levaram a determinado posicionamento. Dito de outra maneira, ao escrever um texto o locutor estabelece relações a partir do tema que se propôs a discutir e tira conclusões, procurando convencer o receptor ou conseguir sua adesão ao texto. Não se pode traçar uma distinção absoluta entre coesão e argumentação: a coesão garante a existência de uma relação entre as partes do texto que tomadas como um todo devem constituir um ato de argumentação. As duas noções contribuem para a constituição de um conjunto significativo capaz de estabelecer uma relação entre sujeito que escreve e seu virtual interlocutor. É próprio da linguagem seu caráter de interlocução. A escrita não foge a esse princípio, ela também busca estabelecer uma relação entre sujeitos. O texto deve ser suficiente para caracterizar seu produtor enquanto um agente, um sujeito daquela produção, ao mesmo tempo em que confere identidade ao seu interlocutor. O texto, enquanto uma totalidade revestida de significados, acaba sendo um jogo entre sujeitos, entre locutor e interlocutor. Com base nos seus conhecimentos sobre o argumento e sua presença em um determinado parágrafo, indique qual é o argumento constante no terceiro parágrafo: 1) A escrita não foge a esse princípio, ela também busca estabelecer uma relação entre sujeitos. 2) É próprio da linguagem seu caráter de interlocução. 3) O texto, enquanto uma totalidade revestida de significados, acaba sendo um jogo entre sujeitos, entre locutor e interlocutor. 4) O texto deve ser suficiente para caracterizar seu produtor enquanto agente, sujeito, daquela produção, ao mesmo tempo em que confere identidade ao seu interlocutor. 2. Ainda sobre o texto acima, escolha a opção correta: 1) No segundo parágrafo, o argumento está compreendido no primeiro período, já que o segundo período desse mesmo parágrafo corresponde a uma explicação do primeiro. 2) O argumento do terceiro parágrafo é o período "O texto, enquanto uma totalidade revestida de significados, acaba sendo um jogo entre sujeitos, entre locutor e interlocutor", já que ele é responsável por desencadear as ideias contidas nos outros períodos. 3) No primeiro parágrafo, quando o autor inicia um período com "Dito de outra maneira", ele está indicando ao leitor qual é o tópico frasal, qual o argumento presente no parágrafo em questão. 4) O texto acima é dissertativo, já que expõe um conhecimento sem interesse em convencer o leitor de uma determinada posição tomada pelo autor. Aula 09. Um pingo de teoria... Alguns textos necessitam mais de nossos conhecimentos, porque as palavras não se bastam sozinhas. Então, para entendermos a mensagem, necessitamos combinar às palavras mais informações, e essas informações vêm de nosso conhecimento de mundo. Recursos para atribuir efeitos de sentido: metáfora e metonímia As interpretações que acabamos de fazer no exemplo passado foram possíveis porque acionamos vários mecanismos mentais para dar conta do entendimento. Tudo isso serve para mostrar que nem sempre as mensagens estão evidentes e compreendidas somente nos elementos lexicais (nas palavras presentes no texto). Vamos começar a explorar outras possibilidades de produção de sentido falando de dois processos essenciais na linguagem: Metáfora e Metonímia, responsáveis por uma grande quantidade de efeitos de sentido na língua. Conceituando metáfora... José Carlos de Azeredo, em sua Gramática (2008, p. 484) assim conceitua: “Metáfora é um princípio onipresente da linguagem, pois é um meio de nomear um conceito de um dado domínio de conhecimento pelo emprego de uma palavra usual em outro domínio. Essa versatilidade faz da metáfora um recurso de economia lexical, mas com um potencial expressivo muitas vezes surpreendente”. Exemplificando o conceito... A metáfora é o emprego da palavra fora do seu sentido normal. Esta cria uma associação de sentidos de forma figurada, sendo classificada como uma figura de linguagem. Ela baseia-se na transferência (o grego metaphorá significa transporte) de um termo para um contexto que não lhe é próprio. Quando isso ocorre, temos um processo metafórico de produção de sentido. Conceituando metonímia... José Carlos de Azeredo, em sua Gramática (2008, p. 485) assim conceitua: “Metonímia consiste na transferência de um termo para o âmbito de um significado que não é o seu, processado por uma relação cuja lógica se dá, não na semelhança, mas na contiguidade das ideias”. Na metonímia, a relação entre os elementos que os termos designam não depende exclusivamente do indivíduo, mas da ligação objetiva que esses elementos mantêm na realidade. ATENÇÃO: Na metáfora a substituição de um termo por outro se dá por um processo interno, intuitivo, estritamente dependente do sujeito que realiza a substituição. Na metonímia, o processo é externo, pois a relação entre aquilo que os termos significam é verificável na realidade externa ao sujeito que estabelece tal relação. A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Para estabelecermos uma comparação, vamos usar como base o texto de Afrânio da Silva Garcia, publicado no site do Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos. Metáfora Relação de adesão semântica entre duas palavras ou expressões, como uma comparação implícita (sem a presença do elemento comparativo). Metonímia Relação de aproximação, em que parte do conteúdo semântico de uma palavra ou expressão é relacionado a outra palavra ou expressão, também numa comparação implícita. Quando nos comunicamos, através da língua, produzimos mensagens que possam ser entendidas por quem nos ouve. Se não fosse assim, a comunicação não seria efetivada, pois nossos pares não entenderiam nosso discurso. E temos de concordar que todos nós queremos ser entendidos, ou melhor, queremos que nossas mensagens tenham SENTIDO. Daí a importância de percebermos o que, na verdade, buscamos quando fazemos parte de uma conversa ou quando lemos informações em livros, cartazes etc: procuramos entender o SENTIDO. Em outras palavras, desejamos saber o que o Fulano está dizendo com os enunciados que está produzindo ou o que está escrito no livro, no cartaz, no anúncio, e assim por diante. Já percebeu que até mesmo quando estamos diantede um quadro, de uma charge, diante de algo que não contenha palavras precisamos entender a mensagem através das figuras? É importante perceber que necessitamos de uma sequência de figuras, gestos, sinais ou palavras que sejam coerentes, que comuniquem uma mensagem. Logo, o sentido está presente nas diferentes mensagens que existem à nossa volta, é assim que entendemos o mundo, não é mesmo? Desvendando os sentidos daquilo que o compõe, porém nosso interesse está ligado a mensagens compostas com a linguagem verbal. Evidentemente será mais difícil entendermos a mensagem quando o sentido não está colocado claramente. Entretanto, há sentidos que, apesar de não serem ditos diretamente, estão “escondidos”, “sugeridos”. Esses sentidos são chamados de IMPLÍCITOS. Uma informação IMPLÍCITA é uma informação que precisa ser desvendada pelo leitor ou pelo ouvinte através das pistas que o interlocutor deixou. “Este texto está direcionado a jovens que estão em busca do amor, que estão em busca de uma paixão ardente, que desarrume suas vidinhas arrumadinhas... Contradição? Claro, jovem gosta de contradizer, de se ver dentro de uma ‘saia justa’, vez por outra. Gosta de surtar diante do improvável e, às vezes, diante do provável também.” Você percebe que, neste texto, a descrição do comportamento do jovem não é muito clara? O leitor precisa fazer algumas conexões com aquilo que já sabe sobre os jovens, sobre a paixão, sobre a vida, para entender o SENTIDO das informações. O sentido está, portanto, IMPLÍCITO. SENTIDOS IMPLÍCITOS - O sentido é essencial para o entendimento da mensagem, concorda? Já falamos sobre isso, vimos, também, que esse sentido precisa ser COMPARTILHADO entre o locutor/escritor e o ouvinte/leitor, pois para entender a mensagem o ouvinte/leitor precisa reconstruir o sentido que lhe foi passado. Portanto, pensemos sobre o seguinte: quando o sentido está ESCONDIDO, IMPLÍCITO, ele precisa ser desvendado pelo ouvinte/leitor, que o transformará em uma informação EXPLÍCITA, assim como os sentidos que estão presentes, claramente, nos elementos do enunciado. Os sentidos IMPLÍCITOS também podem vir através de ironias. Podem vir através de construção com ausência, com mensagens aparentemente desconectadas, mas que fazem sentido. Veja: “Quando deus criou os maridos, ele prometeu às mulheres que os maridos bons e ideais seriam encontrados em todos os CANTOS do mundo. E, depois... ele fez a Terra REDONDA!” - Autor desconhecido. Os elementos em maiúscula nos deixam pistas para entender que quando Deus arredondou a Terra, eliminou os cantos. Logo, não é possível encontrar maridos ideias, pois não há cantos para procurá-los. Claro que para se chegar a essa conclusão, precisamos refletir sobre como o conteúdo está construído. O sentido está implícito. Enfim, há diversas estratégias para os sentidos estarem implícitos, e percebemos isso pelo esforço que é necessário para interpretar determinadas mensagens. Sendo assim, podemos concluir que interpretar é desvendar sentidos, não o que queremos, mas o que está posto na mensagem. EXERCÍCIOS: 1. A cozinheira preparou um pé de moleque. Analise a frase acima e indique a classificação e justificativa corretas: a) Metáfora, pois pé de moleque estabelece uma comparação entre a comida e o público que consome tal comida. b) Metonímia, pois pé de moleque estabelece uma relação entre a aparência (visto que a sola do pé de um moleque é normalmente escura, suja, e cheia de calombos) e a comida. c) Metáfora, pois pé de moleque estabelece uma relação entre a comida e o cheiro que tal alimento produz. d) Metonímia, pois pé de moleque estabelece uma comparação entre a comida e o cheiro que tal alimento produz. 2. Leia o trecho a seguir: Essa mão que tocou a minha mão, que hipnotiza meus olhos intimidados, mão tão branca, porcelana dúctil, com seus dedos longos de pianista, não tocou apenas a minha mão. Com base na estrofe do poema, leia as afirmativas abaixo e indique a resposta correta: I. Há presença de metonímia na passagem "mão que hipnotiza meus olhos intimidados". II. Há presença de metáfora na comparação entre "mão" e "porcelana". III. Há presença de metáfora em "dedos longos de pianista". a) As afirmativas I e III estão corretas. b) As afirmativas II e III estão corretas. c) As afirmativas I e II estão corretas. d) Somente a afirmativa II está correta. Aula 09. Como você deve saber, as palavras de uma língua podem possuir mais de um sentido em diferentes contextos de uso. Chamamos esse fenômeno de polissemia, e são raras as palavras que não o apresentam. Em outros termos, todas as palavras "tendem" a ser polissêmicas, justamente pela possibilidade de se tomar um determinado termo em sentido figurado (como na metáfora e na metonímia), entre outras causas. Homonímia é outro fenômeno: temos palavras que possuem “raízes” distintas, mas que são idênticas na maneira de escrever e de falar. Nesses casos, forma-se um homônimo: dois vocábulos que possuem a mesma configuração fonológica e ortográfica. Uma das ferramentas discursivas para se explorar o caráter polissêmico das palavras é o duplo sentido. Por esse princípio, podemos definir duplo sentido como a propriedade que têm certas palavras e expressões da língua de serem interpretadas de duas maneiras diferentes em diferentes contextos de utilização da língua. O duplo sentido é um esforço intencional de se explorar dois sentidos distintos da mesma palavra ou expressão. Em outros termos, o autor do texto intencionalmente apela para a dupla possibilidade de interpretação do leitor e usa tal possibilidade como forma de enriquecer seu texto. Diferentemente do duplo sentido, a ambiguidade é a indeterminação de sentido que certas palavras ou expressões apresentam, dificultando a compreensão de uma determinada passagem do texto, ou até dele como um todo. Embora muitas pessoas considerem duplo sentido e ambiguidade sinônimos, eles não são. A ambiguidade não é intencional, já que sua ocorrência é resultado de alguma construção linguística problemática. Ambiguidade lexical – Uso de palavras ou expressões cujos sentidos podem gerar interpretação indevida. Ambiguidade lexical – Falha na disposição de palavras ou expressões em um período ou uso indevido de referente.
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