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102908 608008 70 PC 710 RT 0002 REV00 TOMO01 [COMPLETO]

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Relatório Parcial da Etapa 1
PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS
Secretaria Municipal de Infraestrutura
Plano Diretor de Drenagem Urbana do Município de Manaus
Outubro/2011
Tomo 01
 
 
PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS 
SECRETARIA MUNICIPAL DE INFRAESTRUTURA - SEMINF 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA DE MANAUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINUTA 
Volume 09 – Tomo 01 
Relatório Parcial da Etapa 01 
608008-70-PC-710-RT-0002_REV00 
 
Outubro/2011 
 
 
PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS 
SECRETARIA MUNICIPAL DE INFRAESTRUTURA - SEMINF 
 
 
 
 
 
 
PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA DE MANAUS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINUTA 
Volume 09 – Tomo 01 
Relatório Parcial da Etapa 01 
608008-70-PC-710-RT-0002_REV00 
 
Outubro/2011 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica 
Município de Manaus, Secretaria Municipal de Infraestrutura, Plano Diretor de 
Drenagem Urbana de Manaus – 2011. 
 
Manaus: Concremat Engenharia, 2011 
 
V.09, T.01/02 
 
Conteúdo: 27 V. 
 
Relatório Parcial da Etapa 01. 
 
1. Planejamento. 2. Plano Diretor de Drenagem Urbana. 3. Manaus. 
 
I. Concremat Engenharia, II. Secretaria Municipal de Infraestrutura, III. Prefeitura de Manaus 
CDU 556:711.4 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 I 
 
 
 
SUMÁRIO 
TOMO 01 
APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. IV 
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................. V 
LISTA DE QUADROS ........................................................................................................ VII 
LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... VIII 
LISTA DE ANEXOS ............................................................................................................. IX 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ..................................................................................... X 
1 ASPECTOS GERAIS ...................................................................................................... 1 
1.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO .................................................................................. 3 
1.2 IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO TRABALHO ................................................................ 4 
1.3 RESUMO DESTE RELATÓRIO .......................................................................................................... 4 
2 CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS BÁSICOS ...................................................... 5 
2.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................................ 5 
2.1.1 Uso do solo ...................................................................................................................... 16 
2.1.2 Tipo de solo ...................................................................................................................... 28 
2.1.3 Relevo da área em estudo ............................................................................................... 36 
2.1.4 Delimitação das sub-bacias de drenagem ....................................................................... 38 
2.1.5 Declividades na área de estudo ....................................................................................... 39 
2.2 CARACTERÍSTICAS DAS CONDIÇÕES HIDROLÓGICAS ......................................................................... 39 
2.2.1 Disponibilidade de dados hidrológicos ............................................................................ 39 
2.2.2 Disponibilidade de dados fluviométricos na área urbana ............................................... 40 
2.2.3 Regime fluvial e análise de frequência dos níveis d’água do rio Negro em Manaus ...... 41 
3 DESCRIÇÃO DA INFRAESTRUTURA URBANA INSTALADA EM MANAUS ...................... 47 
3.1 INFRAESTRUTURA RELACIONADA A ÁGUAS PLUVIAIS ........................................................................ 47 
3.1.1 Bacia Hidrográfica do Igarapé do Educandos ................................................................. 50 
3.1.2 Bacia Hidrográfica do Igarapé do São Raimundo............................................................ 60 
3.2 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL DAS REDES DE DRENAGEM ......................................................... 65 
3.3 SANEAMENTO BÁSICO NO MUNICÍPIO DE MANAUS ........................................................................ 67 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 II 
 
 
3.3.1 Abastecimento de Água .................................................................................................. 67 
3.3.2 Esgotamento Sanitário .................................................................................................... 69 
3.3.3 Resíduos Sólidos Urbanos ................................................................................................ 70 
4 PLANO DE LEVANTAMENTO CADASTRAL COMPLEMENTAR ...................................... 71 
4.1 DISCRETIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO EM BACIAS HIDROGRÁFICAS DE DRENAGEM ................................ 71 
4.2 CADASTROS EXISTENTES E PRIORIZAÇÃO DO LEVANTAMENTO ........................................................... 73 
4.3 DIRETRIZES PARA A REALIZAÇÃO DOS LEVANTAMENTOS ................................................................... 74 
4.4 PRODUTOS DO LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO ............................................................................. 76 
4.5 CRONOGRAMA DE TRABALHO ..................................................................................................... 77 
5 CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL ........................................................................... 78 
5.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 78 
5.2 LEGISLAÇÃO ............................................................................................................................. 78 
5.2.1 Legislação Federal relacionada ....................................................................................... 78 
5.2.2 Lei Estadual 2.212/01 ...................................................................................................... 85 
5.2.3 Legislação Municipal de Manaus .................................................................................... 90 
5.2.4 Leis de urbanismo em nível federal ................................................................................. 92 
5.2.5 Estatuto da Cidade e as normas municipais urbanísticas ............................................... 94 
5.3 SOBRE A ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL DE MANAUS ................................................................... 105 
5.3.1 Secretaria Municipal de Infraestrutura ......................................................................... 113 
5.3.2 Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) ........................ 130 
5.3.3 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA .. 136 
5.4 INSTITUIÇÕES RELACIONADAS AOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO ... 
 ........................................................................................................................................... 138 
5.4.1 Águas do Amazonas ......................................................................................................139 
5.4.2 Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas - ARSAM 
 ....................................................................................................................................... 143 
5.5 INSTITUIÇÕES RELACIONADAS AOS SERVIÇOS DE COLETA, RECICLAGEM E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS 
SÓLIDOS ........................................................................................................................................... 147 
6 EQUIPE TÉCNICA .................................................................................................... 158 
6.1 EQUIPE CHAVE ....................................................................................................................... 158 
6.2 EQUIPE DE APOIO ................................................................................................................... 158 
7 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 159 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 III 
 
 
TOMO 02 
8 ANEXOS ................................................................................................................. 163 
 
 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 IV 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
O Plano Diretor de Drenagem Urbana de Manaus, objeto do Contrato nº 015/2011, 
firmado entre o Município de Manaus, por intermédio da Secretaria Municipal de 
Infraestrutura – SEMINF, e a Concremat Engenharia e Tecnologia S. A., tem como finalidades 
principais, entre outras: 1) a definição de diretrizes institucionais visando estabelecer 
condições de sustentabilidade para as políticas de drenagem urbana; 2) a caracterização das 
condições de funcionamento hidráulico das tubulações, galerias, canais a céu aberto, canais 
naturais, dispositivos de captação e conexão entre redes e de dissipação de energia, bueiros 
e pontes; e 3) as proposições, em nível de gestão, de obras de curto, médio e longo prazos 
necessárias ao equacionamento dos problemas encontrados na drenagem urbana de 
Manaus. 
Este Relatório corresponde ao Volume 09, que apresenta o Relatório Parcial da Etapa 
1, contemplando a consolidação da etapa inicial dos estudos que, ao final, irão compor o 
Plano Diretor de Drenagem Urbana de Manaus. 
O Relatório Parcial da Etapa 1 apresenta a descrição das atividades técnicas 
desenvolvidas na fase de levantamento e tratamento das informações, visando à 
caracterização da área de estudo. 
 
 
 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 V 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 2.1. Mapa de Manaus – Final do Século XIX. ................................................................. 10 
Figura 2.2. “Invasões” em área urbana de Manaus. ................................................................ 13 
Figura 2.3. Recorte da imagem de satélite do centro de Manaus (Fonte: Google Earth). ...... 20 
Figura 2.4. Recorte da imagem de satélite da Av. André Araújo (Fonte: Google Earth). ........ 21 
Figura 2.5. Recorte da imagem de satélite da Av. Tefé (Fonte: Google Earth). ....................... 21 
Figura 2.6. Recorte da imagem de satélite do Igarapé do Educandos (Fonte: Google Earth). 22 
Figura 2.7. Construções do tipo palafita em áreas de inexistência de saneamento básico. 
(Fonte: SOS Rios do Brasil) ....................................................................................................... 23 
Figura 2.8. Crescimento Populacional de Manaus (Fonte: Dados do IBGE - Censos 1970, 1980, 
1991, 2000 e 2010). .................................................................................................................. 25 
Figura 2.9. Pseudo Curva Hipsométrica da área urbana de Manaus. ...................................... 38 
Figura 2.10. Histórico das cheias do sistema Negro/Solimões em Manaus (FONTE: CPRM, 
2010). ........................................................................................................................................ 42 
Figura 2.11.Períodos de cheia (em percentagem) no rio Negro em Manaus. ......................... 44 
Figura 2.12 Histórico das chuvas em Manaus (FONTE: CPRM, 2010). ..................................... 44 
Figura 2.13 Curva de monitoramento das cheias (FONTE: CPRM, 2010). ............................... 46 
Figura 3.1. Principais bacias hidrográficas de Manaus. ............................................................ 49 
Figura 3.2. Bacia hidrográfica do Educandos. .......................................................................... 50 
Figura 3.3. Igarapé do Quarenta em obras de ampliação da capacidade. ............................... 52 
Figura 3.4. Nascente do Igarapé Manaus e o uso que se faz nela. .......................................... 53 
Figura 3.5. Igarapé Manaus: a) trecho final e b) em estado natural. ....................................... 53 
Figura 3.6. Igarapé do Cachoeirinha: trecho final em fase de conclusão das obras. ............... 55 
Figura 3.7. Igarapé da Freira: a) trecho de montante da av. Tefé e b) trecho a jusante, em 
obras. ........................................................................................................................................ 56 
Figura 3.8. Igarapé da Freira: a) trecho de montante da av. Tefé e b) trecho a jusante, em 
obras. ........................................................................................................................................ 57 
Figura 3.9. Igarapé do Cajual: a) situação natural e b) trecho de jusante, em obras. ............. 57 
Figura 3.10. Igarapé da Liberdade: a) rip-rap e b) leito natural e palafitas. ............................ 58 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 VI 
 
 
Figura 3.11. Igarapé Magalhães Barata: desmoronamento da sacaria. ................................... 59 
Figura 3.12. Galerias no centro de Manaus construída pelos ingleses. ................................... 59 
Figura 3.13. Bacia hidrográfica do Igarapé São Raimundo. ...................................................... 61 
Figura 3.14. Igarapé do Mindú, trecho entre a rua Coronel Teixeira e Bairro Novo Aleixo. ... 62 
Figura 3.15. Bacia do Igarapé Bindá (parcial). .......................................................................... 63 
Figura 3.16. Igarapé Sapolândia: vista geral. ............................................................................ 64 
Figura 3.17. Igarapé São Raimundo: a) estuário e b) alagação. ............................................... 65 
Figura 5.1. Organograma da Prefeitura de Manaus (FONTE: site da SEADM). ...................... 108 
Figura 5.2. Organograma da SEMINF. .................................................................................... 116 
Figura 5.3. Organograma da SEMMAS. .................................................................................. 134 
Figura 5.4. Organograma do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis (Fonte: www.ibama.gov.br). ............................................................................... 137 
Figura 5.5. Fluxograma dos órgãos envolvidos nos serviços concedidos. ............................. 139 
Figura 5.6. Organograma da Semulsp (FONTE: site PMM). ................................................... 151 
 
 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 VII 
 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 2.1. Relação de IDHM de bairros e comunidades de Manaus. ...................................14 
Quadro 2.2. Conversão entre os tipos de solos da Classificação Brasileira e os tipos de Solos 
definidos pelos grupos do SCS (Adaptado de Sartori et al., 2006)........................................... 34 
Quadro 5.1. Legislação Federal relacionada aos recursos hídricos e drenagem urbana. ........ 79 
Quadro 5.2. Finalidades e áreas de atuação dos órgãos da Administração Direta do Poder 
Executivo Municipal................................................................................................................ 109 
 
 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 VIII 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 2.1. Evolução da população de Manaus de 1991-2000 por zona do município. .......... 25 
Tabela 2.2. Domicílios com acesso aos bens e serviços básicos. ............................................. 27 
Tabela 2.3. Histórico das cheias do sistema Negro/Solimões em Manaus. ............................. 41 
Tabela 2.4. Estação fluviométrica do Porto de Manaus - características históricas. ............... 43 
 
 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 IX 
 
 
LISTA DE ANEXOS 
Anexo 1. Banco de dados digital (CD-ROM). .......................................................................... 164 
Anexo 2. Mapa de localização de Manaus. ............................................................................ 165 
Anexo 3. Mapa de bairros de Manaus. .................................................................................. 167 
Anexo 4. Imagens de satélite da área urbana de Manaus. .................................................... 169 
Anexo 5. Mapas de uso do solo na área urbana de Manaus. ................................................ 173 
Anexo 6. Mapa da população residente em Manaus, segundo Censo 2010 (IBGE). ............. 175 
Anexo 7. Zonas administrativas de Manaus. .......................................................................... 177 
Anexo 8. Mapas de densidade populacional e habitacional de Manaus, segundo Censo 2010 
(IBGE). ..................................................................................................................................... 179 
Anexo 9. Mapa de solos ocorrentes em Manaus. .................................................................. 182 
Anexo 10. Mapa de textura dos solos ocorrentes em Manaus.............................................. 184 
Anexo 11. Modelo Numérico do Terreno (MNT) de Manaus. ............................................... 186 
Anexo 12. Relevo de Manaus. ................................................................................................ 188 
Anexo 13. Delimitação das bacias hidrográficas de Manaus e hidrografia principal. ............ 190 
Anexo 14. Mapa de declividades de Manaus. ........................................................................ 192 
Anexo 15. Dados horários da estação automática de Manaus. ............................................. 194 
Anexo 16. Mapa de prioridades para o levantamento cadastral. .......................................... 207 
Anexo 17. Modelo de ficha para levantamento de seções transversais. ............................... 209 
Anexo 18. Distritos de obras de Manaus................................................................................ 211 
 
 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 X 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
ANA Agência Nacional de Águas 
ARSAM Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas 
CN Curve Number 
DTO Departamento Técnico Operacional 
IDF Intensidade – Duração – Frequência 
INMET Instituto Nacional de Meteorologia 
Implurb Instituto Municipal de Planejamento Urbano 
NSF National Sanitation Foundation 
PDDU Plano Diretor de Drenagem Urbana 
PMM Prefeitura Municipal de Manaus 
RA Relatório de Andamento 
SCS Soil Conservation Service 
SEINF Secretaria Estadual de Infraestrutura 
SEMEF Secretaria Municipal de Finanças e Controle Interno 
SEMINF Secretaria Municipal de Infraestrutura 
SEMMAS Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade 
SEMSA Secretaria Municipal de Saúde 
SEMULSP Secretaria Municipal de Limpeza Pública 
SIVAM Sistema de Vigilância da Amazônia 
SIG Sistema de Informações Geográficas 
UGPI Unidade de Gerenciamento do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de 
Manaus 
 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 1 
 
 
1 ASPECTOS GERAIS 
 
A rápida expansão das áreas urbanizadas devido ao crescimento da população nas 
cidades brasileiras trouxe significativos impactos na drenagem, consequência da 
precariedade da infraestrutura de controle e gerenciamento das águas urbanas. Com a 
urbanização, há o incremento da impermeabilização e uma parcela de água que infiltrava no 
solo passa a compor o escoamento superficial. Isso se reflete no aumento dos volumes 
escoados e das vazões de pico, ao mesmo tempo em que o tempo de concentração é 
reduzido, o que faz com que os hidrogramas de cheias se tornem mais críticos. Estas 
alterações provocam um incremento na frequência e gravidade das inundações, ao mesmo 
tempo em que ocorre a deterioração da qualidade da água. 
A prática tradicional em projetos de drenagem urbana para evitar alagamentos na 
cidade tem sido a de soluções localizadas, buscando a rápida evacuação das águas para 
longe dos centros de geração do escoamento. Essa prática mostra-se insuficiente, além de 
apresentar altos custos. O projeto de drenagem é realizado, na maioria das vezes, 
procurando resolver um problema pontual, não identificando os impactos que essa solução 
pode gerar nas regiões a jusante. Muitas vezes, uma alternativa pode ser aparentemente 
razoável quando pensada e planejada isoladamente, mas inviável ou ineficiente quando o 
conjunto da bacia é considerado. As soluções localizadas resolvem o problema da cheia em 
uma área, mas o transferem para jusante, exigindo, assim, o redimensionamento da rede de 
drenagem de jusante e resultando em custos cada vez mais elevados devido às dimensões 
das novas estruturas. 
Para resolver este problema, novas soluções têm sido pensadas e estudadas, 
procurando favorecer o controle na fonte, através de uma abordagem compensatória, ou 
ambientalista. As soluções compensatórias de drenagem, agindo em conjunto com as 
estruturas convencionais, buscam compensar os efeitos da urbanização. Dessa forma, os 
princípios de controle passam a priorizar o planejamento do conjunto da bacia, evitando a 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 2 
 
 
transferência dos impactos para jusante, através da utilização de dispositivos de infiltração, 
detenção e retenção. 
A adoção de medidas de controle ou técnicas compensatórias vem sendo proposta 
de forma significativa nos Planos Diretores de Drenagem Urbana. Estes são instrumentos de 
planejamento que visam regulamentar a ocupação do solo em uma área urbana, indicando 
medidas estruturais e não estruturais relacionadas ao sistema de drenagem. Têm como 
finalidade mitigar os problemas causados pelas inundações, buscando equilibrar o 
desenvolvimento com as condições ambientais das cidades, e integrando-se aos planos de 
esgotamento sanitário, resíduos sólidos e, principalmente, ao Plano Diretor de 
Desenvolvimento Urbano do Município. Apresentam medidas para remediar os problemas 
na drenagem já existentes em decorrência da urbanização, bem como para prevenção da 
ocorrência de enchentese inundações em áreas que futuramente venham a ser urbanizadas. 
O Plano Diretor de Drenagem Urbana faz isso através da criação de mecanismos de 
gestão da infraestrutura urbana relacionada com o escoamento das águas pluviais e dos rios 
na área urbana. Busca planejar a distribuição da água no tempo e no espaço, com base na 
tendência de ocupação urbana, compatibilizando esse desenvolvimento e a infraestrutura 
para evitar prejuízos econômicos e ambientais. Também procura controlar a ocupação de 
áreas de risco de inundação através de restrições nas áreas de alto risco, além de propiciar 
as condições para convivência com as enchentes nas áreas de baixo risco. 
Este Relatório apresenta a consolidação da Etapa 1, que envolve as atividades de 
levantamento e tratamento de dados e informações físicas, hidrológicas e hidráulicas com 
vistas à caracterização das bacias elementares (sub-bacias) que consistem nas unidades 
básicas de planejamento do Plano Diretor de Drenagem Urbana de Manaus (PDDU de 
Manaus). 
Inicialmente, são descritas as características principais do contrato, a área de 
abrangência dos trabalhos, os objetivos e o escopo dos estudos, bem como o conteúdo do 
presente Relatório. 
 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 3 
 
 
1.1 Principais Características do Contrato 
O Relatório que segue está de acordo com os ditames da Proposta Técnica 
apresentada pela CONCREMAT ENGENHARIA E TECNOLOGIA S.A., em atendimento ao Edital 
de Concorrência Nº 038/2010-CL-SEMINF/PM promovido pela Secretaria Municipal de 
Infraestrutura – SEMINF para execução dos serviços de Elaboração do Plano Diretor de 
Drenagem Urbana de Manaus, e do Plano de Trabalho Consolidado. O contrato do serviço 
que rege a referida concorrência foi protocolado como Contrato Nº 015/2011 entre as 
partes mencionadas. 
As atividades básicas para a elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana de 
Manaus serão desenvolvidas ao longo de três etapas específicas, assim designadas: 
Etapa 1: na qual serão realizados os serviços de campo, levantamento de dados, 
análise de estudos e projetos existentes; 
Etapa 2: onde serão realizados os estudos hidrológicos e hidráulicos básicos, 
incluindo diagnóstico da situação atual das redes de drenagem diante da atual urbanização, 
e o prognóstico das condições das redes de drenagem para as condições futuras de 
urbanização; 
Etapa 3: durante a qual serão realizados paralelamente: 
 Detalhamento das medidas estruturais, ou seja, os estudos de concepção em 
nível de gestão dos sistemas de drenagem para as condições futuras de 
urbanização e; 
 Análise das medidas não estruturais e de melhorias da gestão da 
infraestrutura urbana relacionada com as águas pluviais. 
 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 4 
 
 
1.2 Identificação da Área de Abrangência do Trabalho 
A área do presente estudo corresponde às bacias de drenagem urbana de Manaus, 
estabelecida com base na observação do material cartográfico disponível para a região de 
interesse do estudo, referenciada às informações obtidas com a coleta e sistematização de 
dados existentes. Assim, a área de abrangência foi definida a partir do cruzamento da 
mancha urbana e bairros, fornecidos pela SEMINF, com as bacias hidrográficas elementares 
da cidade de Manaus, delimitadas neste trabalho. 
 
1.3 Resumo deste Relatório 
O presente Relatório Parcial da Etapa 1, RP-1, tem por finalidade apresentar à 
Secretaria Municipal Infraestrutura – SEMINF resultados consolidados das atividades 
relativas ao Plano Diretor de Drenagem Urbana de Manaus, face à programação constante 
no cronograma atualizado dos trabalhos. 
Contempla a caracterização regional da área urbana de Manaus, área de trabalho do 
presente estudo, consolidada através de mapas de uso do solo e de tipo de solo, dentre 
outros, e da identificação de características hidráulica-hidrológicas das bacias e seus 
principais corpos hídricos. Contém ainda os estudos de caracterização hidrológica dos 
principais cursos d’água no contexto da área urbana de Manaus, que subsidiarão etapas 
posteriores do presente Plano Diretor de Drenagem. Apresenta também uma descrição da 
infraestrutura existente na cidade de Teresina com interface ou interferência no sistema de 
drenagem, bem como uma caracterização institucional dos órgãos correlatos. 
O presente Relatório RP-1 consiste no segundo dos Relatórios de Produto previstos 
no escopo dos serviços para elaboração do PDDU de Manaus e, tal como seu nome indica, 
apresenta resultados consolidados das atividades técnicas desenvolvidas durante a primeira 
etapa de execução do Plano. 
 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 5 
 
 
2 CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS BÁSICOS 
 
Este item apresenta os dados básicos necessários à elaboração do PDDU que dizem 
respeito às características físicas, institucionais e hidráulicas das bacias hidrográficas. 
As informações foram coletadas, qualificadas, tratadas, consolidadas, 
georreferenciadas (quando necessário) e incorporadas a uma base de dados. Quando 
possível, e de acordo com a relevância das informações, foram incorporadas a um Sistema 
de Informações Geográficas (SIG) em formato compatível com ArcGIS 10.0, possibilitando, 
adicionalmente, a elaboração de mapas temáticos. 
O banco de dados contendo todas as informações levantadas na Etapa 1 do PDDU e 
que serão utilizadas ao longo de todo o desenvolvimento do Plano constam no Anexo 1, em 
formato digital (CD-ROM). 
As características levantadas envolvem dados e informações acerca de: i) uso do solo, 
ii) tipo de solo, iii) topografia, iv) condições de drenagem, v) infraestrutura, vi) instituições. 
A seguir são apresentadas as características físicas relativas à área de estudo. Os 
aspectos relativos à infraestrutura e informações institucionais são apresentados em 
capítulos específicos na sequência deste relatório. 
 
2.1 Características físicas da área de estudo 
O município de Manaus, capital do Estado do Amazonas, localiza-se na região norte 
do país, a 3.950 quilômetros da Capital Federal. Pertence à mesorregião do Centro 
Amazonense e à microrregião homônima. É a 7ª maior cidade do Brasil, com 
aproximadamente 1.800.000 habitantes. 
Manaus destaca-se como metrópole da Região Norte do Brasil. É considerada a maior 
cidade da Amazônia, o que garante à Capital do Amazonas, a representatividade de 10,89% 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 6 
 
 
de toda a população da região Norte e 49,9% de toda a população do Estado. Manaus, ainda 
é responsável por 98% da economia do Estado do Amazonas, enquanto este responde por 
55% da economia da Região Norte (PREFEITURA DE MANAUS, s/d). 
Manaus tem parte de sua porção urbana localizada entre as coordenadas de latitude 
Sul 3°6’ e Longitude Oeste 60°1’. Ocupa uma área aproximada de 11.401 km², dos quais 
412,2 km² ( 3,6% do total) são considerados área urbana, e o restante, área rural (ver mapa 
de localização de Manaus no Anexo 2). 
A cidade concentra-se assentada sobre um baixo planalto que se desenvolve na 
barranca da margem esquerda do rio Negro, na confluência deste com o rio Solimões, 
havendo a formação do rio Amazonas. 
A área urbana de Manaus tem seus limites Sul, Oeste e Leste definidos pela 
hidrografia regional do rio Negro, do igarapé Tarumã-Açú e do rio Puraquequara 
respectivamente, abrangendo cinco bacias hidrográficas integrantes da bacia do rio Negro, a 
saber: Educandos,São Raimundo, Tarumã, Puraquequara e Rio Negro, totalizando 
aproximadamente 412,2 km² de superfície e 70 km de igarapés. 
Seu clima é equatorial úmido, com temperatura média anual de 26,7ºC, com 
variações médias de 23,3ºC a 31,4ºC. A umidade relativa do ar fica em torno de 80% e a 
média de precipitação anual é de 2.286mm. O clima da região possui duas épocas distintas: 
chuvosa (inverno) de dezembro a maio, período em que a temperatura é mais amena e 
chove quase diariamente, e seca ou menos chuvosa (verão) de junho a novembro, com 
períodos de sol intenso e temperatura elevada, em torno de 38ºC, chegando a atingir, no 
mês de setembro, cerca de 40ºC. 
O fuso horário de Manaus é de uma hora a menos em relação a Brasília e quatro 
horas a menos em relação ao meridiano de Greenwich. 
A origem da cidade de Manaus data do século XVII, quando os portugueses passaram 
a explorar a região amazônica em busca de escravos indígenas. Na segunda metade daquele 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 7 
 
 
século fundaram, na enseada do Tarumã, a primeira povoação do rio Negro, onde se 
agrupavam índios das mais diversas nações amazônicas. 
Posteriormente se estabeleceram à margem esquerda do rio Negro, próximo à 
confluência como rio Amazonas e ali instalaram um destacamento de soldados que 
protegiam e promoviam o tráfico de escravos indígenas na região, chamado de 
destacamento de Resgate. 
Em torno de 1669, ergueram no local um forte batizado com o nome de fortaleza da 
Barra de São José do Rio Negro, com a finalidade de afirmar o domínio da coroa portuguesa 
contra os holandeses e espanhóis. 
Com estes grupos indígenas e alguns brancos, iniciou-se o povoamento do lugar, que 
recebeu diferentes denominações, sendo comuns os termos Fortaleza do Rio Negro, 
Fortaleza da Barra, Lugar da Barra, Barra do Rio Negro, Barra e Vila da Barra. Vale mencionar 
que barra é a designação que na época os portugueses denominavam a foz de um rio. 
Até o final do século XVIII, o Lugar da Barra não passava de um obscuro povoado da 
capitania de São José do Rio Negro, cuja capital funcionava, desde 1758, na vila de Barcelos. 
Ao se iniciar o século XIX, a região do Amazonas estava mergulhada no marasmo e 
decadência. Em 1808 a capital da capitania foi transferida para o Lugar da Barra. Na época a 
população local estava calculada em 3.000 habitantes. 
Em 1833 o território do governo paraense foi dividido em três comarcas, 
denominado-as de Grão Pará, Baixo Amazonas e Alto Amazonas. Extinguia-se a capitania do 
Rio Negro, sendo substituída pela comarca do Alto Amazonas, enquanto que o Lugar da 
Barra foi promovido à condição de vila, assumindo a denominação de Vila de Manáos e 
mantendo a posição de capital da nova comarca. 
Em 1848, a Vila de Manáos foi promovida a cidade, passando a denominar-se cidade 
da Barra do Rio Negro, e, em 5 de setembro de 1850, a comarca do Alto Amazonas foi 
elevada à categoria de província, contando com uma população estimada de 5.000 a 6.000 
habitantes. 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 8 
 
 
Sob estas novas condições, iniciava-se a segunda metade do século XIX, com algumas 
mudanças significativas na cidade, e a região passou a despertar um crescente interesse 
internacional, atraindo grande número de viajantes: pesquisadores, cronistas, cientistas e 
aventureiros. 
Em 1856 o nome da cidade de Barra do Rio Negro foi mudado para cidade de 
Manáos, que significa “mãe dos deuses”, homenagem à tribo indígena que predominava na 
região. 
Cronistas da época já relatavam que Manaus era um pequeno aglomerado de casas, 
metade das quais prestes a cair em ruínas. Contudo ressaltavam que a localização da cidade, 
na junção dos rios Negro e Amazonas, fora uma das mais felizes escolhas, pois apesar de 
insignificante naquela época, mais tarde, sem dúvida, seria um grande centro de comércio e 
navegação. 
Ao iniciar o período republicano no Brasil, Manaus era a capital provincial localizada 
na região mais distante do Governo e para chegar a ela era necessário empreender longas e 
nem sempre cômodas viagens fluviais, contando na época com população entre 8.000 e 
9.000 habitantes. 
O ciclo da borracha iniciou-se nos idos de 1840, após a descoberta do processo de 
vulcanização da borracha por Charles Goodyear em 1839, e perdurou até seu ocaso em 
1920, sendo o auge do desenvolvimento econômico entre os anos de 1880 a 1920. 
A borracha é uma goma elástica de origem vegetal, produzida pela seringueira, uma 
árvore de clima tropical que foi cientificamente denominada de Hevea brasiliensis. Os 
seringais nativos da Amazônia eram praticamente os únicos produtores de borracha e, à 
medida que este material se valorizava no mercado internacional, o Brasil tornava-se o 
detentor do monopólio do produto. O látex proveniente da Amazônia era o de melhor 
qualidade na época e propiciou um curto, porém significativo, período de crescimento e 
prosperidade. 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 9 
 
 
Em 1827 a produção de borracha era de aproximadamente 31 toneladas por ano e 
em 1860 já alcançava a 2.673 toneladas por ano. 
Sem dúvida, a comercialização da goma elástica foi a principal fonte de riqueza, 
possibilitando mudanças radicais em muitos segmentos da sociedade amazônica a partir da 
última década do século XIX, tendo sido o grande atrativo para o imenso contingente de 
trabalhadores que se dirigiu para a região, em especial os nordestinos, quando violenta seca 
atingiu o Nordeste em 1877. 
O número de cearenses que se dirigiu para a região foi considerável e, em 1883, era 
calculado em 60.000 pessoas. 
A partir da administração do engenheiro Eduardo Ribeiro, em 1892, iniciava-se uma 
das mais transformadoras fases da história de Amazonas e de Manaus em particular. Em 
poucos anos, conseguiu realizar grande parte dos planos traçados, transformando 
radicalmente a visualidade da pequena vila, tornando-a uma moderna e graciosa cidade. 
Enquanto a maioria das cidades brasileiras vivia de uma maneira quase rural, Manaus 
foi a primeira cidade brasileira a ser urbanizada, a segunda a possuir energia elétrica, e foi 
uma das poucas cidades brasileiras a ter vivenciado a “belle époque”, sendo conhecida como 
Paris das Selvas ou Paris Tropical. 
O movimento comercial era intenso e a vida cultural tornava-se diversificada à 
medida que se equipavam os novos espaços. Na época a exportação da borracha 
representava 28% do total da exportação brasileira. Em 1910 o valor da borracha atingiu seu 
preço máximo e a exportação do produto representou 40% do total da exportação do país. 
A cidade passou a contar com serviços públicos de bondes elétricos, telefonia, água, 
esgotamento sanitário, drenagem pluvial e um porto flutuante, cada vez mais ativo. 
Geralmente os serviços urbanos eram entregues a empresas estrangeiras, em sua 
maioria de origem inglesa, como a Manáos Electric Lighting, a Amazon Telegraph, a Manáos 
Railway Company e Manáos Improvements Limited, que dispunham de material e técnicos 
especializados para dirigir os serviços e utilizar mão de obra local. 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 10 
 
 
A malha urbana estendeu-se, principalmente nos sentidos norte e leste, 
ultrapassando os limites naturais dos igarapés de Manáos e do Bittencourt, avançando até o 
igarapé da Cachoeirinha, sendo ao norte delimitado pelo Boulevard Amazonas. 
A planta da cidade de 1893, apresentada na Figura 2.1, mostra que omodelo 
urbanístico adotado foi baseado no traçado do tabuleiro de xadrez, composto por largas 
ruas e avenida que se entrecortam em ângulo reto; várias praças estavam demarcadas 
enquanto os igarapés da parte primitiva da cidade praticamente desapareceram, tendo sido 
canalizados e sobre os mesmos foram construídas grandes avenidas. 
 
 
Figura 2.1. Mapa de Manaus – Final do Século XIX. 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 11 
 
 
Dentre as grandes obras da época destacam-se o Teatro Amazonas, o Palácio da 
Justiça, o Instituto Benjamim Constant, o Palácio do Palácio Rio Negro, o edifício da 
Alfândega, a Biblioteca Pública, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, o reservatório do 
Mocó, além da Avenida Eduardo Ribeiro, Ponte Romana e Ponte Benjamim Constant, todos 
construídos com material vindo do exterior. 
O império da borracha teve uma duração muito efêmera. No Amazonas as rendas 
dependiam única e exclusivamente da rústica e artesanal indústria extrativa da borracha. 
A origem da crise data da década de setenta do século XIX, quando milhares de 
sementes de seringueiras foram levadas para Londres por Henry Wickham, que depois de 
germinadas no Jardim Botânico de Kew, foram transportadas e plantadas no Ceilão e em 
Singapura, onde planejavam seringais de maneira racional, favorecendo o crescimento das 
plantas e facilitando a coleta do látex. 
Em 1909 a produção de borracha na Malásia era de 3.685 toneladas por ano e apenas 
10 anos mais tarde atingia a marca de 381.860 toneladas, enquanto a produção brasileira na 
ocasião era 35.000 toneladas por ano. 
A decadência do Império da Borracha trouxe como consequência o retorno a Manaus 
dos “soldados da borracha”, legiões enormes de homens miseráveis, famintos, desnutridos e 
doentes que viviam nos grandes seringais falidos. Manaus não possuía infraestrutura e o 
planejamento urbano necessários para receber os novos habitantes, os quais, na falta de 
opção de habitação, procuraram as margens do rio Negro, principalmente no bairro de São 
Raimundo. 
A falência do interior do Estado continuou alimentando, de forma lenta e gradual, o 
aumento populacional da cidade de Manaus que não tinha como oferecer grandes 
oportunidades aos imigrantes, e começaram a se localizar em uma nova ocupação, dessa vez 
sobre o rio Negro, em forma de casas flutuantes, localizadas na foz do igarapé do Educandos 
e se espalhando até as imediações do Mercado Municipal. 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 12 
 
 
Diferentemente do período áureo da borracha, a urbanização da cidade passou a ser 
caótica e descontrolada. 
A ocupação dos flutuantes penetrou o igarapé do Educandos e ganhou as margens do 
mesmo, na forma de novas palafitas, transformando-se em um verdadeiro filão habitacional 
sem nenhum controle das autoridades. 
Após 50 anos de obscurantismo econômico, foi criada em 1957, pela Lei 3.173, a 
Zona Franca de Manaus, com o objetivo de desenvolver a região com uma área de livre 
comércio de importação. Contudo, apenas 10 anos mais tarde iria ser realidade após ser 
reformulado pelo Governo Federal pelo Decreto lei nº 288, quando foram criados incentivos 
fiscais que propiciaram o desenvolvimento do denominado Pólo Industrial de Manaus. 
No início os produtos eram importados pela Zona Franca e as lojas se encarregavam 
da comercialização e a cidade se beneficiava da economia de mercado fechado no restante 
do país, ocorrendo um grande surto de desenvolvimento. 
O setor hoteleiro se ampliou e em 1972 as primeiras fábricas instaladas no Pólo 
Industrial iniciaram a operação montando televisores, rádios, relógios, bicicletas, motos, 
dentre outros produtos. 
Em 1973 iniciou-se a construção do Aeroporto Internacional Eduardo Ribeiro, 
inaugurado em 1976, que veio viabilizar e apressar o desenvolvimento econômico. 
Com a chegada da Zona Franca, a população de Manaus cresceu exponencialmente 
passando de 173.703 habitantes, em 1960, para 1.405.835 habitantes em 2000 e 1.802.525 
habitantes em 2010 de acordo com o censo demográfico do IBGE, sendo a oitava cidade 
mais populosa do Brasil, tornando-se Manaus praticamente uma cidade-estado visto que 
abarca 54% da população do Estado do Amazonas e respondendo por mais de 80% da 
economia. 
Conforme bem assinalado no texto dos Termos de Referência do presente concurso, 
“embora desde 02/05/1975 existisse o Plano Diretor Integrado da Cidade de Manaus (Lei 
Municipal n.º 1.213), legislação satisfatória tanto do ponto de vista técnico como e 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 13 
 
 
principalmente sócio econômico, esta ocupação do sítio urbano da cidade realizou-se de 
uma maneira caótica e até mesmo desordenada, já que a execução de obras de 
infraestrutura que suportassem um nível tão elevado de crescimento urbano, para atender a 
magnitude da demanda, não era implementada em razão da escassez de recursos ou da 
existência de outras prioridades. Dessa maneira, centenas de invasões se sucederam tanto 
em terrenos do patrimônio público como de particulares e principalmente às margens e 
sobre os igarapés, em um adensamento prejudicial para todos os que habitam na cidade, 
tornando-a, consequentemente, cada vez mais poluída e mais deteriorada”. 
O processo de ocupação do solo mediante “invasões” provoca uma horizontalização 
da cidade, dificultando ainda mais ao administrador público prover a necessária 
infraestrutura à população, conforme se visualiza na Figura 2.2. 
 
 
Figura 2.2. “Invasões” em área urbana de Manaus. 
 
Disto resulta, em parte, os baixos índices de IDHM – Índice de Desenvolvimento 
Humano Municipal em grande parte dos bairros da cidade, conforme se apresenta no 
Quadro 2.1 a seguir. Este índice sintetiza o nível de sucesso atingido pela sociedade no 
atendimento a três necessidades básicas e universais do ser humano: acesso ao 
conhecimento – dimensão educação; direito a uma vida longa e saudável – dimensão 
longevidade e, direito a um padrão de vida digno – dimensão renda. 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 14 
 
 
Quadro 2.1. Relação de IDHM de bairros e comunidades de Manaus. 
BAIRROS E COMUNIDADES DE MANAUS CÓDIGO 
IDHM, 
2000 
IDHM-
RENDA 
2000 
IDHM- 
LONGEVIDADE 
2000 
IDHM-
EDUCAÇÃ
O 2000 
SÃO JOSÉ - Grande Vitória 3.10 0,66 0,53 0,651 0,798 
ZONA RURAL 7.1 B 0,666 0,546 0,709 0,742 
JORGE TEIXEIRA - Santa Inês, Brasileirinho 3.6 0,667 0,524 0,651 0,827 
COLÔNIA ANTÔNIO ALEIXO / PURAQUEQUARA 3.2 0,67 0,526 0,651 0,833 
JORGE TEIXEIRA - Val Paraíso, Chico Mendes 3.8 0,676 0,516 0,651 0,862 
CIDADE NOVA - Alfredo Nascimento 6.2 0,68 0,553 0,671 0,818 
TARUMÃ 4.11 B 0,687 0,546 0,709 0,806 
TANCREDO NEVES - Parte Baixa 3.14 0,689 0,542 0,671 0,855 
DISTRITO INDUSTRIAL / MAUAZINHO - CEASA 3.5 0,69 0,558 0,651 0,863 
SANTA ETELVINA 6.11 0,692 0,556 0,671 0,849 
JORGE TEIXEIRA - João Paulo 3.7 0,695 0,555 0,653 0,878 
CIDADE NOVA - Nossa Senhora de Fátima, 
Cidade de Deus 
6.6 0,696 0,551 0,684 0,855 
MONTE DAS OLIVEIRAS 6.9 0,7 0,554 0,689 0,858 
COLÔNIA TERRA NOVA 6.8 0,708 0,559 0,688 0,878 
JORGE TEIXEIRA - Jorge Teixeira I e III 3.9 0,711 0,56 0,698 0,875 
ZUMBI 3.16 0,714 0,573 0,685 0,884 
COMPENSA - Vila Marinho 4.3 0,715 0,566 0,694 0,886 
COMPENSA - Compensa II 4.2 0,719 0,587 0,692 0,879 
TANCREDO NEVES - Parte Alta 3.15 0,719 0,562 0,698 0,896 
IGARAPÉ DO QUARENTA 1.8 0,721 0,61 0,672 0,881 
CIDADE NOVA - Novo Aleixo, Amazonino 
Mendes6.3 0,725 0,584 0,699 0,893 
NOVO ISRAEL / COLÔNIA SANTO ANTÔNIO 6.10 0,725 0,604 0,689 0,882 
SÃO JOSÉ - São José II 3.13 0,726 0,583 0,7 0,897 
EDUCANDOS / COLÔNIA OLIVEIRA MACHADO 1.5 0,727 0,627 0,675 0,877 
ARMANDO MENDES 3.1 0,73 0,599 0,698 0,894 
REDENÇÃO - Ig. dos Franceses / DA PAZ - Ig. dos 
Franceses 
5.6 0,733 0,616 0,695 0,888 
CIDADE NOVA - Monte Sinai, Mundo Novo 6.1.1 0,735 0,614 0,692 0,9 
CIDADE NOVA - Riacho Doce, Campo Dourado 6.1.2 0,738 0,614 0,692 0,909 
COMPENSA - Compensa I 4.1 0,738 0,626 0,692 0,895 
FLORES - Parque das Nações 2.4.2 0,74 0,651 0,688 0,879 
PARQUE 10 - Bairro União 2.4.1 0,741 0,651 0,688 0,884 
SÃO JOSÉ - São José I 3.12 0,741 0,635 0,685 0,902 
SÃO JOSÉ - São José III e IV 3.18 0,742 0,626 0,688 0,913 
PETRÓPOLIS - Ig. da Cachoeirinha 1.12 0,744 0,625 0,702 0,904 
SÃO JOSÉ - Zezão, Conjunto João Bosco 3.11 0,745 0,627 0,685 0,921 
REDENÇÃO 5.7 0,748 0,64 0,687 0,916 
COROADO - Coroado I e II 3.4 0,75 0,666 0,695 0,89 
LÍRIO DO VALE / SANTO AGOSTINHO 4.4 0,753 0,65 0,691 0,917 
CACHOEIRINHA - Ig. Cachoeirinha / SÃO FCO. - 
Ig. Cachoeirinha 
1.6 0,756 0,665 0,687 0,916 
SANTA LUZIA / MORRO DA LIBERDADE 1.13 0,757 0,654 0,688 0,929 
JAPIIM - Ig. da Freira, Japiinlândia, Ig. D 1.10 0,764 0,664 0,725 0,903 
NOVA ESPERANÇA 4.5 0,765 0,679 0,704 0,911 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 15 
 
 
BAIRROS E COMUNIDADES DE MANAUS CÓDIGO 
IDHM, 
2000 
IDHM-
RENDA 
2000 
IDHM- 
LONGEVIDADE 
2000 
IDHM-
EDUCAÇÃ
O 2000 
PETRÓPOLIS - Vale do Amanhecer / JAPIIM - 
Morrinho 
1.14 0,765 0,654 0,709 0,932 
ALVORADA - Alvorada I 5.2 0,766 0,672 0,726 0,901 
SÃO RAIMUNDO / GLÓRIA 4.9 0,767 0,685 0,704 0,912 
ALVORADA - Alvorada II e III 5.3 0,768 0,672 0,726 0,907 
IGARAPÉ MESTRE CHICO, Viaduto Josué Claúdio 
de Souza 
1.7 0,774 0,692 0,706 0,925 
VILA DA PRATA / SÃO JORGE - Jardim dos Barés 4.10 0,778 0,689 0,711 0,935 
SANTO ANTÔNIO 4.7 0,783 0,708 0,719 0,924 
COROADO - Ouro Verde, UFAM 3.3 0,786 0,701 0,725 0,934 
CIDADE NOVA - Colônia Japonesa, Núcleo 15-16 6.4 0,79 0,699 0,725 0,946 
BETÂNIA / SÃO LÁZARO / CRESPO / VILA BURITI 1.1 0,792 0,713 0,755 0,907 
CHAPADA – HEMOAM 2.1.2 0,795 0,714 0,744 0,927 
ALEIXO - Garajão e Cidade Alta 2.1.1 0,796 0,714 0,744 0,932 
NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS - Vila Amazonas 2.1.4 0,796 0,714 0,744 0,931 
SÃO JORGE - Ig. Cachoeira Grande 4.8 0,798 0,738 0,727 0,931 
SÃO GERALDO / NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS 
- Pq. Amazonense 
2.1.3 0,799 0,714 0,744 0,938 
CIDADE NOVA - Conjunto Mundo Novo 6.5.1 0,804 0,743 0,705 0,963 
CIDADE NOVA – Manoa 6.5.2 0,805 0,743 0,705 0,967 
CIDADE NOVA - Conjunto Canaranas, Renato I e 
II 
6.5.3 0,806 0,743 0,705 0,971 
CIDADE NOVA – Núcleos 6.7 0,806 0,717 0,758 0,943 
PRESIDENTE VARGAS 1.4.2 0,809 0,742 0,758 0,927 
CENTRO - Ig. Manaus, Ig. Bitencourt, Ig. 
Castelhana 
1.4.1 0,814 0,742 0,758 0,943 
PETRÓPOLIS - Entorno do Batalhão da PM / 
RAIZ 
1.11 0,823 0,751 0,769 0,948 
CACHOEIRINHA - Terminal 2 / SÃO FRANCISCO - 
Av. Paraíba 
1.2 0,83 0,778 0,769 0,944 
ALVORADA - Franceses / DA PAZ - Ajuricaba 5.1 0,844 0,811 0,769 0,953 
FLORES - Torquato Tapajós 2.3.1 0,868 0,84 0,786 0,979 
FLORES - São Judas Tadeu 2.3.2 0,871 0,84 0,786 0,987 
JAPIIM - Japiim I e II 1.9.1 0,875 0,829 0,812 0,985 
PETRÓPOLIS - Jardim Petrópolis 1.9.2 0,878 0,829 0,812 0,994 
DA PAZ - Santos Dumont / REDENÇÃO - Hiléia 5.5.2 0,885 0,853 0,812 0,989 
PLANALTO 5.5.1 0,885 0,853 0,812 0,99 
DOM PEDRO 5.4 0,887 0,866 0,814 0,98 
CENTRO - Centro Antigo / NOSSA SENHORA 
APARECIDA 
1.3.1 0,888 0,877 0,817 0,971 
PRAÇA 14 - Av. Major Gabriel / CENTRO - 
Boulevard 
1.3.2 0,888 0,877 0,817 0,972 
SÃO JORGE - Av. São Jorge / PONTA NEGRA - Av. 
Ponta Negra 
4.6 0,888 0,87 0,821 0,972 
PARQUE 10 - Castelo Branco / CHAPADA - 
Conjuntos 
2.6 0,907 0,911 0,821 0,989 
SÃO JOSÉ - Área do SESI / COROADO - 
Acariquara 
3.17 A 0,912 0,917 0,841 0,979 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 16 
 
 
BAIRROS E COMUNIDADES DE MANAUS CÓDIGO 
IDHM, 
2000 
IDHM-
RENDA 
2000 
IDHM- 
LONGEVIDADE 
2000 
IDHM-
EDUCAÇÃ
O 2000 
ALEIXO - Efigênio Sales / PARQUE 10 - Pq. 
Mindu, Shangrilá 
2.2 A 0,915 0,917 0,841 0,988 
NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS - Vieiralves / 
ADRIANÓPOLIS 
2.5.1 0,941 0,977 0,857 0,987 
FLORES - Parque das Laranjeiras 2.5.2 0,943 0,977 0,857 0,994 
MANAUS 
 
0,774 0,703 0,711 0,909 
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano em Manaus, 2006. 
 
A localização e abrangência espacial dos bairros da cidade de Manaus são observados 
no mapa de bairros apresentado no Anexo 3. 
 
2.1.1 Uso do solo 
A impermeabilização do solo tem profundo impacto no volume de escoamento 
superficial gerado durante os eventos de chuva. Dessa forma, foram coletadas informações 
sobre o tipo de ocupação e o grau de urbanização das bacias. 
Para a determinação das características de ocupação do solo foram analisados dados 
sobre a densidade habitacional atualizada, de acordo com o banco de dados do IBGE, as 
imagens de satélite de alta resolução, planos diretores, estado atual e projeções sobre uso e 
ocupação do solo, plano de transportes urbano, projeções demográficas, etc., além de visitas 
à área de estudo. 
Dentre as opções de imagens de satélite existentes, optou-se por, inicialmente, fazer 
uma análise dos satélites CBERS CCD, CBERS HRC, LANDSAT 5, LANDSAT 7 e IRS P6, além 
daquelas imagens existentes nos banco de dados do Google Earth e Microsoft Bings Maps. 
Os critérios de escolha das imagens para caracterização da área foram: serem atuais 
(antiguidade menor que 5 anos) para caracterizar o uso atual do solo, ter boa visibilidade da 
localidade especificada e não apresentar nuvens em quantidade que possa prejudicar a 
execução do trabalho proposto. 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 17 
 
 
Ainda foram procuradas imagens referentes à seca de Outubro de 2005 e à cheia de 
Maio/Junho de 2009, eventos bastante interessantes para análises de solo. Entretanto, as 
imagens disponíveis não apresentavam boa visibilidade pela presença de nuvens sobre a 
cidade. As imagens dos satélites escolhidos apresentam as características descritas a seguir. 
O satélite CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) surgiu em 1988 de 
uma parceria inédita entre Brasil e China no setor técnico-científico espacial, ingressando o 
Brasil no seleto grupo de países detentores da tecnologia de sensoriamento remoto. O 
sensor CCD (Câmera Imageadora de Alta Resolução) Demora 26 dias para passar novamente 
pelo mesmo ponto de observação, fornecendo imagens em uma faixa de 120 km de largura, 
com uma resolução de 20 m a partir de cinco bandas, sendo elas: 
• Banda 1: 0,51 – 0,73 µm (pancromática); 
• Banda 2: 0,45 – 0,52 µm (azul); 
• Banda 3: 0,52 – 0,59 µm (verde); 
• Banda 4: 0,63 – 0,69 µm (vermelho); 
• Banda 5: 0,77 – 0,89 µm (infravermelho próximo). 
Já o satélite CBERS com sensor HRC (Câmera Pancromática de Alta Resolução) produz 
imagens de uma faixa de 27 km de largura com uma resolução de 2,7 m, o que permite a 
observação com grande detalhamento dos objetos da superfície. Possui uma única banda: 
0,50 - 0,80 µm (pancromática), com resolução temporal de 130 dias. 
Outro satélite é o LANDSAT 5 (Land Remote Sensing Satellite), lançado em 1984 pela 
NASA (National Aeronautics and Space Administration) e funciona em órbita equatorial a 
705 km de altitude produz imagens da superfície terrestre com 185 Km de largura noterreno, resolução espacial de 30 metros, resolução temporal de 16 dias e 7 bandas 
espectrais, sendo elas: 
• Banda 1: 0,450 – 0,520 m (azul); 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 18 
 
 
• Banda 2: 0,520 – 0,600 m (verde); 
• Banda 3: 0,630 – 0,690 m (vermelho); 
• Banda 4: 0,760 – 0,900 m (infravermelho próximo); 
• Banda 5: 1,550 – 1,750 m (infravermelho médio); 
• Banda 6: 10,400 – 12,500 m (infravermelho termal); 
• Banda 7: 2,080 – 2,350 m (infravermelho médio). 
O LANDSAT 7, lançado em 1999, é o mais recente satélite do programa Landsat e, 
comparado ao LANDSAT 5, destaca-se pela adição de uma banda espectral (banda 
pancromática) com resolução de 15 m perfeitamente registrada com as demais bandas, 
melhorias nas características geométricas e radiométricas e o aumento da resolução espacial 
da banda termal, sendo a cobertura do planeta completa em 16 dias Totalizam-se 8 bandas: 
• Banda 1: 0.450 - 0.515 m (azul); 
• Banda 2: 0.525 - 0.605 m (verde); 
• Banda 3: 0.630 - 0.690 m (vermelho); 
• Banda 4: 0.750 - 0.900 m (infravermelho próximo); 
• Banda 5: 1.550 - 1.750 m (infravermelho médio); 
• Banda 6: 10.400 - 12.500 m (infravermelho termal); 
• Banda 7: 2.090 - 
• Banda 8: 0.520 - 0.900 m (pancromática). 
Por sua vez, o satélite IRS (Indian Remote Sensing Satellite) P6 (ResourceSat), LISS 3, é 
um satélite indiano que se caracteriza por resolução de 23,5 m, recobrindo até 141 por 141 
km, com tempo de retorno ao mesmo ponto a cada 24 dias. Possui quatro bandas: 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 19 
 
 
• Banda 2: 0,52 – 0,59 m (verde); 
• Banda 3: 0,62 – 0,68 m (vermelho); 
• Banda 4: 0,77 – 0,86 m (NIR - Near Infrared); 
• Banda 5: 1,55 – 1,70 m (SWIR – Shortwave Infrared). 
A partir da análise das imagens disponíveis, e após uma primeira observação, 
selecionaram-se os dados oriundos dos satélites CBERS 2B sensor HRC de 26 de agosto de 
2008, CBERS 2B sensor CCD imagens de 7 e 23 de setembro de 2009, Imagem do satélite 
LANDSAT 5 de 27 de outubro de 2010, LANDSAT 5 de 24 de março de 2011 e IRS_P6 de 9 de 
dezembro de 2010, por disponibilizarem as melhores representações diante das 
necessidades deste trabalho. 
Estas imagens se entravam em uma versão preliminar, portanto com o auxílio do 
Google Earth, procedeu-se ao georreferenciamento das imagens de satélite com o 
arruamento da cidade de Manaus. Após, realizou-se a composição colorida das bandas para 
melhor visualização dos resultados. No Anexo 4 podem ser encontradas as imagens 
finalmente escolhidas, em função da sua qualidade. 
A etapa seguinte foi a classificação das imagens obtidas, em que se realizou o 
mapeamento das áreas a partir de seus comportamentos espectrais, ou seja, pixel a pixel, o 
programa verificou a probabilidade de pertencimento à uma certa classe através da 
classificação por máxima verossimilhança. O resultado da classificação, que consiste em 
mapas de uso do solo, é apresentado no Anexo 5. 
Na análise das imagens se observa uma grande heterogeneidade na ocupação do 
território, embora a cidade se caracterize por apresentar uma grande densidade de 
vegetação ao longo de toda a sua extensão. Na área do Centro de Manaus (Figura 2.3), em 
semelhança ao que ocorre em outras cidades, percebe-se a existência de construções dos 
mais diversos tipos. 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 20 
 
 
Foram identificadas quadras inteiras e pequenas glebas desocupadas em regiões do 
tecido urbano. Ainda em regiões tais como ao longo da Av. André Araújo (Figura 2.4), há 
construções com jardins e pátios, possuindo, portanto, uma impermeabilização 
relativamente baixa. No entanto, em áreas como em torno da Av. Tefé (Figura 2.5), as 
construções estão praticamente coladas umas às outras, indicando uma taxa de ocupação da 
área bastante elevada e, consequentemente, alta impermeabilização. 
 
 
Figura 2.3. Recorte da imagem de satélite do centro de Manaus (Fonte: Google Earth). 
 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 21 
 
 
 
Figura 2.4. Recorte da imagem de satélite da Av. André Araújo (Fonte: Google Earth). 
 
 
Figura 2.5. Recorte da imagem de satélite da Av. Tefé (Fonte: Google Earth). 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 22 
 
 
 
Também se observa que há uma ocupação e invasão de áreas ribeirinhas protegidas 
por legislação federal e sob fiscalização do IBAMA. Conforme o Código Florestal, a 
exploração econômica de áreas de preservação depende de prévia autorização do Poder 
Executivo Federal, quando for necessária a execução de obras, planos, atividades ou 
projetos de utilidade pública ou interesse social, além de inexistência de alternativa técnica 
e locacional ao empreendimento proposto. Verifica-se uma intensa ocupação de áreas 
ribeirinhas principalmente no Igarapé do Educandos, como pode ser observado na imagem 
da Figura 2.6, embora, através do PROSAMIM, a situação esteja sendo revertida e a 
ocupação tenda a ser mais organizada, e com menores taxas de impermeabilização. 
 
Figura 2.6. Recorte da imagem de satélite do Igarapé do Educandos (Fonte: Google Earth). 
 
Uma das características marcantes da cidade de Manaus é a elevada incidência de 
construções tipo ‘palafitas’. Moradia característica da população de baixo poder aquisitivo, 
concentrando-se geralmente em áreas de baixo valor imobiliário, e pelas suas condições, 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 23 
 
 
traduzem um decadente saneamento básico (Figura 2.7). Como resultado dessa intensa 
urbanização, muitos bairros em Manaus têm se destacado por diversos problemas devido à 
alta concentração de lixo, proliferação de vírus e parasitas, agentes transmissores 
patológicos, entre outros. 
 
 
Figura 2.7. Construções do tipo palafita em áreas de inexistência de saneamento básico. 
(Fonte: SOS Rios do Brasil) 
 
As causas da decadente situação é resultado do elevado crescimento populacional 
urbano, causando uma elevada pressão sobre o ambiente físico e acarretando 
consequências como a poluição do solo, águas, atmosfera, aglomerações com altos índices 
de ocupação informal, carentes de infra-estrutura e serviços, caracterizando assim 
precariedade na salubridade populacional. 
Em Manaus, cerca de 300 mil pessoas ocupam áreas próximas aos Igarapés, 
construindo suas moradias nas faixas marginais dos cursos d’água protegidas por 
preservação ambiental permanente. Fato que torna-se um dos principais vetores de pressão 
sobre o meio ambiente (MESQUITA RODRIGUES et al., 2009). 
Um estudo realizado por Mesquita Rodrigues et al (2009), avaliando a ocupação do 
solo urbano na cidade de Manaus ao longo do Igarapé do Bindá, revelou que às margens da 
nascente ocorre uma contínua pressão antrópica devido ao intenso processo de urbanização 
local. Já nas regiões que compreendem o segmento no limite da área verde com a 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 24 
 
 
comunidade Mundo Novo, constata-se que o solo está sendo ocupado por assentamentos 
urbanos precários: favelas, ocupação de margens de igarapés, palafitas e assemelhados. Essa 
ocupação irregular de áreas de preservação ambiental, justamente com um déficit crescente 
da infraestrutura de recolhimento e destinação de esgotos sanitários e a insuficiênciano 
sistema de coleta dos resíduos sólidos nas áreas de ocupação irregular, são apenas alguns 
dos avanços que vem comprometendo a qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente. 
Para entender melhor a ocupação da região será analisada na continuação a evolução 
da urbanização. 
O crescimento populacional de Manaus fez com que a cidade saltasse da nona para a 
sétima posição no ranking das grandes cidades brasileiras, explicado pelas oportunidades de 
emprego e novos negócios na zona urbana em desenvolvimento. 
A população passou de 1.405.835, em 2000, para 1.802.525, em 2010 caracterizando 
um crescimento de aproximadamente 22% (Figura 2.8). Foi a cidade grande que mais 
cresceu, de acordo com o Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE). O mapa do Anexo 6 apresenta a distribuição da população residente em 
Manaus, por setor censitário. 
 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 25 
 
 
 
Figura 2.8. Crescimento Populacional de Manaus (Fonte: Dados do IBGE - Censos 1970, 
1980, 1991, 2000 e 2010). 
 
Os dados constantes no Atlas do Desenvolvimento Humano de Manaus possibilitam 
conhecer os números relacionados a essa expansão urbana (Tabela 2.1) e identificar as áreas 
que apresentam deficiências de equipamentos públicos 
 
Tabela 2.1. Evolução da população de Manaus de 1991-2000 por zona do município. 
Zona 
População 
residente na 
área rural, 
1991 
População 
residente na 
área rural, 2000 
População 
residente na 
área urbana, 
1991 
População 
residente na 
área urbana, 
2000 
Taxa de 
crescimento 
anual da 
população 
total 
Zona Centro 
Oeste 
0 0 125.910 141.022 1,28 
Zona Centro 
Sul 
0 0 91.957 123.987 3,41 
Zona Leste 0 0 175.495 340.453 7,71 
Zona Norte 0 0 113.675 282.083 10,73 
Zona Oeste 0 0 194.918 214.075 1,06 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 26 
 
 
Zona Rural 4.916 9.067 1.103 2.275 7,36 
Zona Sul 0 0 303.434 292.873 -0,40 
MANAUS 4.916 9.067 1.006.585 1.396.768 3,76 
(Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano em Manaus) 
 
Assim, segundo SOUZA AGUINAGA (2007), da análise dos dados se infere que o 
crescimento da população, na década de 90, ocorreu tanto na área rural quanto na área 
urbana, sendo que nesta última os maiores índices de crescimento são os das zonas Norte e 
Leste da cidade. O crescimento concomitante da zona urbana e rural nos remete, por outro 
lado, a constatação de que ainda é significativo o fluxo de pessoas, de outros municípios do 
estado e/ou de outros estados para Manaus, cuja taxa de crescimento anual chega a 3,76, 
muitas vezes maior do que a taxa de crescimento nacional, que de 1991 a 1996 foi de 0,64, e 
de 1996 a 2000 ficou em 0,50%. 
O crescimento da população urbana resulta na ocupação de novas áreas. A questão 
do uso e ocupação do solo, por sua vez, notadamente uma ocupação desordenada, 
repercute diretamente sobre o ciclo hidrológico. 
Segundo Tucci (1993), a impermeabilização dos solos gera as seguintes alterações: 1) 
redução da infiltração do solo; 2) o volume que deixa de infiltrar fica na superfície, 
“aumentando o escoamento superficial”, ocorrendo, ainda, a redução do tempo de 
deslocamento por conta da construção dos condutos pluviais para o escoamento superficial; 
3) com a redução da infiltração o aquífero tende a diminuir o nível do lençol freático por 
falta de alimentação, reduzindo o escoamento subterrâneo; 4) por conta da supressão da 
cobertura florestal, ocorre uma redução da evapotranspiração, uma vez que a superfície 
urbana não retém água como a cobertura vegetal e não permite a evapotranspiração das 
folhagens e do solo. 
Um estudo divulgado pelo Sistema de Proteção da Amazônia – SIPAM (apud SOUZA 
AGUINAGA, 2007), informa que já foram desmatados 22% da área urbana de Manaus; 
equivalente a 28 mil, de um total de 44 mil hectares. Para uma das coordenadoras da 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 27 
 
 
Pesquisa, as imagens demonstram claramente a rapidez com que cresce a cidade, com um 
aumento dos desmatamentos de áreas verdes. 
O crescimento desordenado das cidades traz, ainda, outros problemas graves para a 
proteção das águas superficiais e subterrâneas, uma vez que, dificilmente, a expansão 
urbana se faz acompanhar da infraestrutura básica de saneamento, que inclui 
abastecimento e sistema de esgotamento sanitário, o que pode vir a constituir fontes de 
poluição para as águas. Os números referentes ao acesso da população à água encanada e 
instalação sanitária são apresentados a seguir (Tabela 2.2). 
 
Tabela 2.2. Domicílios com acesso aos bens e serviços básicos. 
Zona 
Percentual de 
domicílios 
sem água 
encanada, 
1991 
Percentual de 
domicílios sem 
água encanada, 
2000 
Percentual de 
domicílios sem 
instalação 
sanitária, 1991 
Percentual de 
domicílios sem 
instalação 
sanitária, 2000 
Zona Centro Oeste 7,64 6,70 4,22 1,22 
Zona Centro Sul 3,87 12,35 1,88 2,80 
Zona Leste 42,55 44,50 11,71 8,59 
Zona Norte 50,49 41,78 11,37 8,51 
Zona Oeste 4,15 7,18 4,46 2,25 
Zona Rural 66,82 78,79 19,85 10,87 
Zona Sul 7,82 7,06 4,57 1,58 
MANAUS 17,81 24,00 6,33 4,89 
(Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano em Manaus) 
 
Para compreensão espacial das informações apresentadas na Tabela 2.2, encontra-se 
no Anexo 7 um mapa contendo a delimitação das zonas administrativas de Manaus. Os 
dados demonstram que as zonas Norte e Leste da cidade são aquelas que apresentam as 
maiores deficiências no acesso aos serviços públicos de abastecimento e esgotamento 
sanitário. A falta de água encanada nessas duas zonas urbanas, que são as mais populosas da 
cidade, faz com que seus habitantes busquem nas águas subterrâneas a alternativa para o 
problema do abastecimento. 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 28 
 
 
O Anexo 8 apresenta os mapas de densidade populacional e habitacional por setor 
censitário de Manaus, de acordo com o censo de 2010. Essas informações são importantes 
para a determinação do grau de impermeabilidade do atual cenário de urbanização, cujos 
resultados serão analisados em relatórios posteriores. 
 
2.1.2 Tipo de solo 
A caracterização dos solos da região foi realizada primeiramente de acordo com o 
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, uma vez que, pela ampla divulgação, é mais 
facilmente compreensível. Posteriormente, os solos serão apresentados de acordo com o 
grupo hidrológico da metodologia do SCS que será, finalmente, a classificação utilizada para 
a incorporação do tipo de solo às simulações. 
2.1.2.1 Solos de acordo com a classificação brasileira 
A classificação brasileira de solos, em constante atualização, é chamada de SiBCS 
(Sistema Brasileiro de Classificação de Solos) e foi desenvolvida pela Embrapa, sendo a mais 
recente publicada em 1999, com importante atualização em 2005. 
No caso de Manaus, apoiado na Folha SA.20 Manaus (Brasil, 1978) e em informações 
repassadas pela SEMINF, são apresentados os tipos de solos de acordo com as associações 
mais comuns encontradas. 
Entre as unidades de solo na região predominam o Latossolo Amarelo, o Podzólico 
Vermelho-Amarelo e o Gleissolo, todos de textura média. Já na área de estudo, o Latossolo 
Amarelo ocorre em toda a extensão urbana do município (conforme pode ser observado no 
mapa do Anexo 9), notadamente numa faixa paralela ao rio Solimões e na confluência com o 
rio Negro. Esse tipo de solo é caracterizadopor possuir baixos teores de Fe+3 e é tipicamente 
caolinítico e goethítico. A cor predominantemente amarelada é decorrente da alta 
concentração do mineral goethita. Possui alta saturação em alumínio. Apresenta textura 
muito argilosa (RODRIGUES et al., 1971) e é atualmente classificado segundo EMBRAPA 
(1999), como distrófico, álico, caulinítico e ácido. 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 29 
 
 
O solo na região é bem desenvolvido, com nível muito baixo de fertilidade natural e 
acidez muito forte associada a percentuais representativos de alumínio. Apresenta elevado 
grau de floculação (RODRIGUES et al., 1971), que se deve ao alto conteúdo de argila desse 
solo, originado a partir do argilito, bem como uma avançada intemperização. 
O cultivo intensivo do solo e o seu preparo em condições inadequadas alteraram suas 
características físicas em graus variáveis, devido a um preparo mecanizado realizado muitas 
vezes de forma indiscriminada. Tal prática, associada às precipitações intensas que ocorrem 
nessa região, na época de preparo do solo e no crescimento inicial das plantas, constituem 
fatores responsáveis pela degradação da estrutura e formação de camadas compactadas. 
O Podzólico Vermelho-Amarelo está associado a situações de relevo mais 
movimentado, no qual os processos erosivos são mais acentuados. Os solos são mais rasos, 
com fertilidade natural muito baixa, fortemente ácidos e com altos teores de ferro e 
alumínio. São predominantes na região noroeste, ocupando uma pequena área do 
município. Os gleissolos são representativos na porção oeste, nas ilhas que se formam ao 
longo do rio Solimões. São solos minerais, hidromórficos, apresentando horizontes A 
(mineral) ou H (orgânico), seguido de um horizonte chamado horizonte glei. 
Outros solos também se fazem presentes ao longo da extensão do município, porém 
em menores proporções, como os Plintossolos, Podzol Hidromórficos e os Solos Aluviais. 
Podzólico Vermelho-Amarelo (Alissolos) 
Esta classe compreende solos com horizonte B textural, não hidromórficos, com 
argila de atividade baixa, devido ao material do solo ser constituído por sesquióxidos, argilas 
do grupo 1:1 (caulinitas), quartzo e outros materiais resistentes ao intemperismo e 
saturação de bases (V%) baixa, isto é, inferior a 50%. 
São solos, em geral, fortemente ácidos e de baixa fertilidade natural. Apresentam 
perfis bem diferenciados, com sequência de horizontes A, Bt e C, e com horizonte Bt, 
frequentemente, mostrando, nas superfícies dos elementos estruturais, película de 
materiais coloidais (cerosidade) quando o solo é de textura argilosa. São, comumente, 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 30 
 
 
profundos a muito profundos, com a espessura do A + Bt oscilando entre 115 e 250 cm, 
exceto nos solos rasos, em áreas reduzidas. Possuem textura arenosa média ou, mais 
raramente, argilosa no horizonte A, e média ou argilosa, no horizonte Bt, com relação 
textural em torno de 1,5 (textura argilosa) e de 3,0 a 10,0 nos de caráter abrúptico ou 
abrúptico plinthico, os quais possuem características morfológicas bem distintas (coloração 
variegada ou com mosqueado abundante) e drenagem moderada e/ou imperfeita. 
A estrutura é de moderada a forte, pequena a grande, granular, de consistência 
ligeiramente duro a muito duro, quando seco, e friável, quando úmido, nos solos com 
horizonte A moderado, enquanto nos solos com A fraco, a estrutura apresenta-se maciça, 
pouco ou muito coesa, ou em grãos simples, ou, ainda, fraca a muito fraca, pequena, 
granular ou blocos subangulares, cuja consistência varia de solto a ligeiramente duro, 
quando seco, e solto a muito friável, quando úmido. 
O horizonte B apresenta coloração (úmido), mais frequente, vermelho-amarelado, 
vermelho, bruno-forte e bruno-amarelado. A estrutura é fraca ou moderada, pequena ou 
muito pequena, blocos subangulares, ocorrendo maciça em alguns solos com plinthite. 
É frequente a presença de cerosidade (pouca a abundante; fraca a forte) e a 
consistência macio a muito duro (seco) e muito friável a firme (úmido). Ocorrem sob relevo 
plano e suave ondulado e vegetação de caatingas hipo e hiperxerófila e transição 
floresta/caatinga. O relevo varia de plano a montanhoso. 
A vegetação é bastante diversificada, encontrando-se as caatingas hipo e 
hiperxerófilas, as florestas subperenifólia, subcaducifólia e a transição floresta/caatinga, com 
um certo predomínio das caatingas hipo e hiperxerófilas. A maior limitação ao uso agrícola 
destes solos decorre de sua baixa fertilidade natural e forte acidez, necessitando, desse 
modo, do uso de fertilizantes, com a correção prévia da acidez. Em grande parte são 
favorecidos pelo relevo (predominantemente, plano e suave ondulado) que proporciona 
totais condições ao uso de máquinas agrícolas. 
Latossolos Amarelos 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 31 
 
 
No antigo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, os Latossolos Amarelos e os 
Vermelho-Amarelos do Cerrado estavam agrupados sob um único nome: Latossolo 
Vermelho-Amarelo. O novo Sistema dividiu-os em duas classes. O nome Latossolo Vermelho-
Amarelo (LVA) ficou reservado para os latossolos que possuem cor laranjada, com matiz 
Munsell entre 2,5YR e 5YR. Os Latossolos Amarelos (LA) ficaram sendo os solos que possuem 
cor nitidamente amarela, mais que 5YR. O matiz amarelado é causado por um mineral 
chamado goethita, um óxido de ferro. LA ocupa praticamente toda a região do município, 
ocupando a totalidade da área urbana. 
O teor de óxidos de ferro extraídos pelo ataque sulfúrico é geralmente menor que 
em outros latossolos. Isso acontece porque o material de origem era pobre em ferro ou 
porque o ferro foi removido do solo pela água de percolação. Os LA e LVA podem apresentar 
todo o tipo de textura, desde média até muito argilosa. Graças à cor amarela, é 
relativamente fácil separar os horizontes. Embora os LA e LVA geralmente tenham vários 
metros de profundidade, eles não são tão profundos quantos os Latossolos Vermelhos. 
Outra característica interessante é a presença, em alguns LA, de nódulos e concreções 
avermelhadas. Alguns pedólogos dizem que isso indica que os LA já foram mais vermelhos, 
ou seja, no passado eles tinham características semelhantes aos Latossolos Vermelhos. 
 
Solos Aluviais (Neossolo Flúvico) 
Localizam-se no extremo Sul da cidade de Manaus. Solos minerais não hidromórficos, 
pouco evoluídos, formados em depósitos aluviais recentes, nas margens de cursos d’água. 
Devido a sua origem das mais diversas fontes, esses solos são muito heterogêneos 
quanto à textura e demais propriedades físicas e químicas, que podem variar em um mesmo 
perfil entre as diferentes camadas. 
Os maiores problemas ao desenvolvimento de atividade agrícola nesses solos 
decorrem dos riscos de inundação por cheias periódicas ou por acumulação de água de 
chuvas na época de intensa pluviosidade. De uma maneira geral, os solos aluviais são 
 
 
 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 32 
 
 
considerados de grande potencialidade agrícola, por ocorrerem em locais de relevo plano, 
favorecendo a prática de mecanização agrícola intensiva. 
Gleissolo 
São solos minerais, hidromórficos, apresentando horizontes A (mineral) ou H 
(orgânico), seguido de um horizonte de cor cinzento-olivácea, esverdeado ou azulado, 
chamado horizonte glei, resultado de modificações sofridas pelos óxidos de ferro existentes 
no solo (redução) em condições

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