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Relatório Parcial da Etapa 1 PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS Secretaria Municipal de Infraestrutura Plano Diretor de Drenagem Urbana do Município de Manaus Outubro/2011 Tomo 01 PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS SECRETARIA MUNICIPAL DE INFRAESTRUTURA - SEMINF PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA DE MANAUS MINUTA Volume 09 – Tomo 01 Relatório Parcial da Etapa 01 608008-70-PC-710-RT-0002_REV00 Outubro/2011 PREFEITURA MUNICIPAL DE MANAUS SECRETARIA MUNICIPAL DE INFRAESTRUTURA - SEMINF PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA DE MANAUS MINUTA Volume 09 – Tomo 01 Relatório Parcial da Etapa 01 608008-70-PC-710-RT-0002_REV00 Outubro/2011 Ficha Catalográfica Município de Manaus, Secretaria Municipal de Infraestrutura, Plano Diretor de Drenagem Urbana de Manaus – 2011. Manaus: Concremat Engenharia, 2011 V.09, T.01/02 Conteúdo: 27 V. Relatório Parcial da Etapa 01. 1. Planejamento. 2. Plano Diretor de Drenagem Urbana. 3. Manaus. I. Concremat Engenharia, II. Secretaria Municipal de Infraestrutura, III. Prefeitura de Manaus CDU 556:711.4 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 I SUMÁRIO TOMO 01 APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. IV LISTA DE FIGURAS............................................................................................................. V LISTA DE QUADROS ........................................................................................................ VII LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... VIII LISTA DE ANEXOS ............................................................................................................. IX LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ..................................................................................... X 1 ASPECTOS GERAIS ...................................................................................................... 1 1.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO .................................................................................. 3 1.2 IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO TRABALHO ................................................................ 4 1.3 RESUMO DESTE RELATÓRIO .......................................................................................................... 4 2 CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS BÁSICOS ...................................................... 5 2.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................................ 5 2.1.1 Uso do solo ...................................................................................................................... 16 2.1.2 Tipo de solo ...................................................................................................................... 28 2.1.3 Relevo da área em estudo ............................................................................................... 36 2.1.4 Delimitação das sub-bacias de drenagem ....................................................................... 38 2.1.5 Declividades na área de estudo ....................................................................................... 39 2.2 CARACTERÍSTICAS DAS CONDIÇÕES HIDROLÓGICAS ......................................................................... 39 2.2.1 Disponibilidade de dados hidrológicos ............................................................................ 39 2.2.2 Disponibilidade de dados fluviométricos na área urbana ............................................... 40 2.2.3 Regime fluvial e análise de frequência dos níveis d’água do rio Negro em Manaus ...... 41 3 DESCRIÇÃO DA INFRAESTRUTURA URBANA INSTALADA EM MANAUS ...................... 47 3.1 INFRAESTRUTURA RELACIONADA A ÁGUAS PLUVIAIS ........................................................................ 47 3.1.1 Bacia Hidrográfica do Igarapé do Educandos ................................................................. 50 3.1.2 Bacia Hidrográfica do Igarapé do São Raimundo............................................................ 60 3.2 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL DAS REDES DE DRENAGEM ......................................................... 65 3.3 SANEAMENTO BÁSICO NO MUNICÍPIO DE MANAUS ........................................................................ 67 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 II 3.3.1 Abastecimento de Água .................................................................................................. 67 3.3.2 Esgotamento Sanitário .................................................................................................... 69 3.3.3 Resíduos Sólidos Urbanos ................................................................................................ 70 4 PLANO DE LEVANTAMENTO CADASTRAL COMPLEMENTAR ...................................... 71 4.1 DISCRETIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO EM BACIAS HIDROGRÁFICAS DE DRENAGEM ................................ 71 4.2 CADASTROS EXISTENTES E PRIORIZAÇÃO DO LEVANTAMENTO ........................................................... 73 4.3 DIRETRIZES PARA A REALIZAÇÃO DOS LEVANTAMENTOS ................................................................... 74 4.4 PRODUTOS DO LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO ............................................................................. 76 4.5 CRONOGRAMA DE TRABALHO ..................................................................................................... 77 5 CARACTERIZAÇÃO INSTITUCIONAL ........................................................................... 78 5.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 78 5.2 LEGISLAÇÃO ............................................................................................................................. 78 5.2.1 Legislação Federal relacionada ....................................................................................... 78 5.2.2 Lei Estadual 2.212/01 ...................................................................................................... 85 5.2.3 Legislação Municipal de Manaus .................................................................................... 90 5.2.4 Leis de urbanismo em nível federal ................................................................................. 92 5.2.5 Estatuto da Cidade e as normas municipais urbanísticas ............................................... 94 5.3 SOBRE A ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL DE MANAUS ................................................................... 105 5.3.1 Secretaria Municipal de Infraestrutura ......................................................................... 113 5.3.2 Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) ........................ 130 5.3.3 Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA .. 136 5.4 INSTITUIÇÕES RELACIONADAS AOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO ... ........................................................................................................................................... 138 5.4.1 Águas do Amazonas ......................................................................................................139 5.4.2 Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas - ARSAM ....................................................................................................................................... 143 5.5 INSTITUIÇÕES RELACIONADAS AOS SERVIÇOS DE COLETA, RECICLAGEM E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................................................................................................................... 147 6 EQUIPE TÉCNICA .................................................................................................... 158 6.1 EQUIPE CHAVE ....................................................................................................................... 158 6.2 EQUIPE DE APOIO ................................................................................................................... 158 7 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 159 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 III TOMO 02 8 ANEXOS ................................................................................................................. 163 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 IV APRESENTAÇÃO O Plano Diretor de Drenagem Urbana de Manaus, objeto do Contrato nº 015/2011, firmado entre o Município de Manaus, por intermédio da Secretaria Municipal de Infraestrutura – SEMINF, e a Concremat Engenharia e Tecnologia S. A., tem como finalidades principais, entre outras: 1) a definição de diretrizes institucionais visando estabelecer condições de sustentabilidade para as políticas de drenagem urbana; 2) a caracterização das condições de funcionamento hidráulico das tubulações, galerias, canais a céu aberto, canais naturais, dispositivos de captação e conexão entre redes e de dissipação de energia, bueiros e pontes; e 3) as proposições, em nível de gestão, de obras de curto, médio e longo prazos necessárias ao equacionamento dos problemas encontrados na drenagem urbana de Manaus. Este Relatório corresponde ao Volume 09, que apresenta o Relatório Parcial da Etapa 1, contemplando a consolidação da etapa inicial dos estudos que, ao final, irão compor o Plano Diretor de Drenagem Urbana de Manaus. O Relatório Parcial da Etapa 1 apresenta a descrição das atividades técnicas desenvolvidas na fase de levantamento e tratamento das informações, visando à caracterização da área de estudo. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 V LISTA DE FIGURAS Figura 2.1. Mapa de Manaus – Final do Século XIX. ................................................................. 10 Figura 2.2. “Invasões” em área urbana de Manaus. ................................................................ 13 Figura 2.3. Recorte da imagem de satélite do centro de Manaus (Fonte: Google Earth). ...... 20 Figura 2.4. Recorte da imagem de satélite da Av. André Araújo (Fonte: Google Earth). ........ 21 Figura 2.5. Recorte da imagem de satélite da Av. Tefé (Fonte: Google Earth). ....................... 21 Figura 2.6. Recorte da imagem de satélite do Igarapé do Educandos (Fonte: Google Earth). 22 Figura 2.7. Construções do tipo palafita em áreas de inexistência de saneamento básico. (Fonte: SOS Rios do Brasil) ....................................................................................................... 23 Figura 2.8. Crescimento Populacional de Manaus (Fonte: Dados do IBGE - Censos 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010). .................................................................................................................. 25 Figura 2.9. Pseudo Curva Hipsométrica da área urbana de Manaus. ...................................... 38 Figura 2.10. Histórico das cheias do sistema Negro/Solimões em Manaus (FONTE: CPRM, 2010). ........................................................................................................................................ 42 Figura 2.11.Períodos de cheia (em percentagem) no rio Negro em Manaus. ......................... 44 Figura 2.12 Histórico das chuvas em Manaus (FONTE: CPRM, 2010). ..................................... 44 Figura 2.13 Curva de monitoramento das cheias (FONTE: CPRM, 2010). ............................... 46 Figura 3.1. Principais bacias hidrográficas de Manaus. ............................................................ 49 Figura 3.2. Bacia hidrográfica do Educandos. .......................................................................... 50 Figura 3.3. Igarapé do Quarenta em obras de ampliação da capacidade. ............................... 52 Figura 3.4. Nascente do Igarapé Manaus e o uso que se faz nela. .......................................... 53 Figura 3.5. Igarapé Manaus: a) trecho final e b) em estado natural. ....................................... 53 Figura 3.6. Igarapé do Cachoeirinha: trecho final em fase de conclusão das obras. ............... 55 Figura 3.7. Igarapé da Freira: a) trecho de montante da av. Tefé e b) trecho a jusante, em obras. ........................................................................................................................................ 56 Figura 3.8. Igarapé da Freira: a) trecho de montante da av. Tefé e b) trecho a jusante, em obras. ........................................................................................................................................ 57 Figura 3.9. Igarapé do Cajual: a) situação natural e b) trecho de jusante, em obras. ............. 57 Figura 3.10. Igarapé da Liberdade: a) rip-rap e b) leito natural e palafitas. ............................ 58 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 VI Figura 3.11. Igarapé Magalhães Barata: desmoronamento da sacaria. ................................... 59 Figura 3.12. Galerias no centro de Manaus construída pelos ingleses. ................................... 59 Figura 3.13. Bacia hidrográfica do Igarapé São Raimundo. ...................................................... 61 Figura 3.14. Igarapé do Mindú, trecho entre a rua Coronel Teixeira e Bairro Novo Aleixo. ... 62 Figura 3.15. Bacia do Igarapé Bindá (parcial). .......................................................................... 63 Figura 3.16. Igarapé Sapolândia: vista geral. ............................................................................ 64 Figura 3.17. Igarapé São Raimundo: a) estuário e b) alagação. ............................................... 65 Figura 5.1. Organograma da Prefeitura de Manaus (FONTE: site da SEADM). ...................... 108 Figura 5.2. Organograma da SEMINF. .................................................................................... 116 Figura 5.3. Organograma da SEMMAS. .................................................................................. 134 Figura 5.4. Organograma do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Fonte: www.ibama.gov.br). ............................................................................... 137 Figura 5.5. Fluxograma dos órgãos envolvidos nos serviços concedidos. ............................. 139 Figura 5.6. Organograma da Semulsp (FONTE: site PMM). ................................................... 151 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 VII LISTA DE QUADROS Quadro 2.1. Relação de IDHM de bairros e comunidades de Manaus. ...................................14 Quadro 2.2. Conversão entre os tipos de solos da Classificação Brasileira e os tipos de Solos definidos pelos grupos do SCS (Adaptado de Sartori et al., 2006)........................................... 34 Quadro 5.1. Legislação Federal relacionada aos recursos hídricos e drenagem urbana. ........ 79 Quadro 5.2. Finalidades e áreas de atuação dos órgãos da Administração Direta do Poder Executivo Municipal................................................................................................................ 109 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 VIII LISTA DE TABELAS Tabela 2.1. Evolução da população de Manaus de 1991-2000 por zona do município. .......... 25 Tabela 2.2. Domicílios com acesso aos bens e serviços básicos. ............................................. 27 Tabela 2.3. Histórico das cheias do sistema Negro/Solimões em Manaus. ............................. 41 Tabela 2.4. Estação fluviométrica do Porto de Manaus - características históricas. ............... 43 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 IX LISTA DE ANEXOS Anexo 1. Banco de dados digital (CD-ROM). .......................................................................... 164 Anexo 2. Mapa de localização de Manaus. ............................................................................ 165 Anexo 3. Mapa de bairros de Manaus. .................................................................................. 167 Anexo 4. Imagens de satélite da área urbana de Manaus. .................................................... 169 Anexo 5. Mapas de uso do solo na área urbana de Manaus. ................................................ 173 Anexo 6. Mapa da população residente em Manaus, segundo Censo 2010 (IBGE). ............. 175 Anexo 7. Zonas administrativas de Manaus. .......................................................................... 177 Anexo 8. Mapas de densidade populacional e habitacional de Manaus, segundo Censo 2010 (IBGE). ..................................................................................................................................... 179 Anexo 9. Mapa de solos ocorrentes em Manaus. .................................................................. 182 Anexo 10. Mapa de textura dos solos ocorrentes em Manaus.............................................. 184 Anexo 11. Modelo Numérico do Terreno (MNT) de Manaus. ............................................... 186 Anexo 12. Relevo de Manaus. ................................................................................................ 188 Anexo 13. Delimitação das bacias hidrográficas de Manaus e hidrografia principal. ............ 190 Anexo 14. Mapa de declividades de Manaus. ........................................................................ 192 Anexo 15. Dados horários da estação automática de Manaus. ............................................. 194 Anexo 16. Mapa de prioridades para o levantamento cadastral. .......................................... 207 Anexo 17. Modelo de ficha para levantamento de seções transversais. ............................... 209 Anexo 18. Distritos de obras de Manaus................................................................................ 211 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 X LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ANA Agência Nacional de Águas ARSAM Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas CN Curve Number DTO Departamento Técnico Operacional IDF Intensidade – Duração – Frequência INMET Instituto Nacional de Meteorologia Implurb Instituto Municipal de Planejamento Urbano NSF National Sanitation Foundation PDDU Plano Diretor de Drenagem Urbana PMM Prefeitura Municipal de Manaus RA Relatório de Andamento SCS Soil Conservation Service SEINF Secretaria Estadual de Infraestrutura SEMEF Secretaria Municipal de Finanças e Controle Interno SEMINF Secretaria Municipal de Infraestrutura SEMMAS Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade SEMSA Secretaria Municipal de Saúde SEMULSP Secretaria Municipal de Limpeza Pública SIVAM Sistema de Vigilância da Amazônia SIG Sistema de Informações Geográficas UGPI Unidade de Gerenciamento do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 1 1 ASPECTOS GERAIS A rápida expansão das áreas urbanizadas devido ao crescimento da população nas cidades brasileiras trouxe significativos impactos na drenagem, consequência da precariedade da infraestrutura de controle e gerenciamento das águas urbanas. Com a urbanização, há o incremento da impermeabilização e uma parcela de água que infiltrava no solo passa a compor o escoamento superficial. Isso se reflete no aumento dos volumes escoados e das vazões de pico, ao mesmo tempo em que o tempo de concentração é reduzido, o que faz com que os hidrogramas de cheias se tornem mais críticos. Estas alterações provocam um incremento na frequência e gravidade das inundações, ao mesmo tempo em que ocorre a deterioração da qualidade da água. A prática tradicional em projetos de drenagem urbana para evitar alagamentos na cidade tem sido a de soluções localizadas, buscando a rápida evacuação das águas para longe dos centros de geração do escoamento. Essa prática mostra-se insuficiente, além de apresentar altos custos. O projeto de drenagem é realizado, na maioria das vezes, procurando resolver um problema pontual, não identificando os impactos que essa solução pode gerar nas regiões a jusante. Muitas vezes, uma alternativa pode ser aparentemente razoável quando pensada e planejada isoladamente, mas inviável ou ineficiente quando o conjunto da bacia é considerado. As soluções localizadas resolvem o problema da cheia em uma área, mas o transferem para jusante, exigindo, assim, o redimensionamento da rede de drenagem de jusante e resultando em custos cada vez mais elevados devido às dimensões das novas estruturas. Para resolver este problema, novas soluções têm sido pensadas e estudadas, procurando favorecer o controle na fonte, através de uma abordagem compensatória, ou ambientalista. As soluções compensatórias de drenagem, agindo em conjunto com as estruturas convencionais, buscam compensar os efeitos da urbanização. Dessa forma, os princípios de controle passam a priorizar o planejamento do conjunto da bacia, evitando a PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 2 transferência dos impactos para jusante, através da utilização de dispositivos de infiltração, detenção e retenção. A adoção de medidas de controle ou técnicas compensatórias vem sendo proposta de forma significativa nos Planos Diretores de Drenagem Urbana. Estes são instrumentos de planejamento que visam regulamentar a ocupação do solo em uma área urbana, indicando medidas estruturais e não estruturais relacionadas ao sistema de drenagem. Têm como finalidade mitigar os problemas causados pelas inundações, buscando equilibrar o desenvolvimento com as condições ambientais das cidades, e integrando-se aos planos de esgotamento sanitário, resíduos sólidos e, principalmente, ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município. Apresentam medidas para remediar os problemas na drenagem já existentes em decorrência da urbanização, bem como para prevenção da ocorrência de enchentese inundações em áreas que futuramente venham a ser urbanizadas. O Plano Diretor de Drenagem Urbana faz isso através da criação de mecanismos de gestão da infraestrutura urbana relacionada com o escoamento das águas pluviais e dos rios na área urbana. Busca planejar a distribuição da água no tempo e no espaço, com base na tendência de ocupação urbana, compatibilizando esse desenvolvimento e a infraestrutura para evitar prejuízos econômicos e ambientais. Também procura controlar a ocupação de áreas de risco de inundação através de restrições nas áreas de alto risco, além de propiciar as condições para convivência com as enchentes nas áreas de baixo risco. Este Relatório apresenta a consolidação da Etapa 1, que envolve as atividades de levantamento e tratamento de dados e informações físicas, hidrológicas e hidráulicas com vistas à caracterização das bacias elementares (sub-bacias) que consistem nas unidades básicas de planejamento do Plano Diretor de Drenagem Urbana de Manaus (PDDU de Manaus). Inicialmente, são descritas as características principais do contrato, a área de abrangência dos trabalhos, os objetivos e o escopo dos estudos, bem como o conteúdo do presente Relatório. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 3 1.1 Principais Características do Contrato O Relatório que segue está de acordo com os ditames da Proposta Técnica apresentada pela CONCREMAT ENGENHARIA E TECNOLOGIA S.A., em atendimento ao Edital de Concorrência Nº 038/2010-CL-SEMINF/PM promovido pela Secretaria Municipal de Infraestrutura – SEMINF para execução dos serviços de Elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana de Manaus, e do Plano de Trabalho Consolidado. O contrato do serviço que rege a referida concorrência foi protocolado como Contrato Nº 015/2011 entre as partes mencionadas. As atividades básicas para a elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana de Manaus serão desenvolvidas ao longo de três etapas específicas, assim designadas: Etapa 1: na qual serão realizados os serviços de campo, levantamento de dados, análise de estudos e projetos existentes; Etapa 2: onde serão realizados os estudos hidrológicos e hidráulicos básicos, incluindo diagnóstico da situação atual das redes de drenagem diante da atual urbanização, e o prognóstico das condições das redes de drenagem para as condições futuras de urbanização; Etapa 3: durante a qual serão realizados paralelamente: Detalhamento das medidas estruturais, ou seja, os estudos de concepção em nível de gestão dos sistemas de drenagem para as condições futuras de urbanização e; Análise das medidas não estruturais e de melhorias da gestão da infraestrutura urbana relacionada com as águas pluviais. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 4 1.2 Identificação da Área de Abrangência do Trabalho A área do presente estudo corresponde às bacias de drenagem urbana de Manaus, estabelecida com base na observação do material cartográfico disponível para a região de interesse do estudo, referenciada às informações obtidas com a coleta e sistematização de dados existentes. Assim, a área de abrangência foi definida a partir do cruzamento da mancha urbana e bairros, fornecidos pela SEMINF, com as bacias hidrográficas elementares da cidade de Manaus, delimitadas neste trabalho. 1.3 Resumo deste Relatório O presente Relatório Parcial da Etapa 1, RP-1, tem por finalidade apresentar à Secretaria Municipal Infraestrutura – SEMINF resultados consolidados das atividades relativas ao Plano Diretor de Drenagem Urbana de Manaus, face à programação constante no cronograma atualizado dos trabalhos. Contempla a caracterização regional da área urbana de Manaus, área de trabalho do presente estudo, consolidada através de mapas de uso do solo e de tipo de solo, dentre outros, e da identificação de características hidráulica-hidrológicas das bacias e seus principais corpos hídricos. Contém ainda os estudos de caracterização hidrológica dos principais cursos d’água no contexto da área urbana de Manaus, que subsidiarão etapas posteriores do presente Plano Diretor de Drenagem. Apresenta também uma descrição da infraestrutura existente na cidade de Teresina com interface ou interferência no sistema de drenagem, bem como uma caracterização institucional dos órgãos correlatos. O presente Relatório RP-1 consiste no segundo dos Relatórios de Produto previstos no escopo dos serviços para elaboração do PDDU de Manaus e, tal como seu nome indica, apresenta resultados consolidados das atividades técnicas desenvolvidas durante a primeira etapa de execução do Plano. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 5 2 CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS BÁSICOS Este item apresenta os dados básicos necessários à elaboração do PDDU que dizem respeito às características físicas, institucionais e hidráulicas das bacias hidrográficas. As informações foram coletadas, qualificadas, tratadas, consolidadas, georreferenciadas (quando necessário) e incorporadas a uma base de dados. Quando possível, e de acordo com a relevância das informações, foram incorporadas a um Sistema de Informações Geográficas (SIG) em formato compatível com ArcGIS 10.0, possibilitando, adicionalmente, a elaboração de mapas temáticos. O banco de dados contendo todas as informações levantadas na Etapa 1 do PDDU e que serão utilizadas ao longo de todo o desenvolvimento do Plano constam no Anexo 1, em formato digital (CD-ROM). As características levantadas envolvem dados e informações acerca de: i) uso do solo, ii) tipo de solo, iii) topografia, iv) condições de drenagem, v) infraestrutura, vi) instituições. A seguir são apresentadas as características físicas relativas à área de estudo. Os aspectos relativos à infraestrutura e informações institucionais são apresentados em capítulos específicos na sequência deste relatório. 2.1 Características físicas da área de estudo O município de Manaus, capital do Estado do Amazonas, localiza-se na região norte do país, a 3.950 quilômetros da Capital Federal. Pertence à mesorregião do Centro Amazonense e à microrregião homônima. É a 7ª maior cidade do Brasil, com aproximadamente 1.800.000 habitantes. Manaus destaca-se como metrópole da Região Norte do Brasil. É considerada a maior cidade da Amazônia, o que garante à Capital do Amazonas, a representatividade de 10,89% PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 6 de toda a população da região Norte e 49,9% de toda a população do Estado. Manaus, ainda é responsável por 98% da economia do Estado do Amazonas, enquanto este responde por 55% da economia da Região Norte (PREFEITURA DE MANAUS, s/d). Manaus tem parte de sua porção urbana localizada entre as coordenadas de latitude Sul 3°6’ e Longitude Oeste 60°1’. Ocupa uma área aproximada de 11.401 km², dos quais 412,2 km² ( 3,6% do total) são considerados área urbana, e o restante, área rural (ver mapa de localização de Manaus no Anexo 2). A cidade concentra-se assentada sobre um baixo planalto que se desenvolve na barranca da margem esquerda do rio Negro, na confluência deste com o rio Solimões, havendo a formação do rio Amazonas. A área urbana de Manaus tem seus limites Sul, Oeste e Leste definidos pela hidrografia regional do rio Negro, do igarapé Tarumã-Açú e do rio Puraquequara respectivamente, abrangendo cinco bacias hidrográficas integrantes da bacia do rio Negro, a saber: Educandos,São Raimundo, Tarumã, Puraquequara e Rio Negro, totalizando aproximadamente 412,2 km² de superfície e 70 km de igarapés. Seu clima é equatorial úmido, com temperatura média anual de 26,7ºC, com variações médias de 23,3ºC a 31,4ºC. A umidade relativa do ar fica em torno de 80% e a média de precipitação anual é de 2.286mm. O clima da região possui duas épocas distintas: chuvosa (inverno) de dezembro a maio, período em que a temperatura é mais amena e chove quase diariamente, e seca ou menos chuvosa (verão) de junho a novembro, com períodos de sol intenso e temperatura elevada, em torno de 38ºC, chegando a atingir, no mês de setembro, cerca de 40ºC. O fuso horário de Manaus é de uma hora a menos em relação a Brasília e quatro horas a menos em relação ao meridiano de Greenwich. A origem da cidade de Manaus data do século XVII, quando os portugueses passaram a explorar a região amazônica em busca de escravos indígenas. Na segunda metade daquele PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 7 século fundaram, na enseada do Tarumã, a primeira povoação do rio Negro, onde se agrupavam índios das mais diversas nações amazônicas. Posteriormente se estabeleceram à margem esquerda do rio Negro, próximo à confluência como rio Amazonas e ali instalaram um destacamento de soldados que protegiam e promoviam o tráfico de escravos indígenas na região, chamado de destacamento de Resgate. Em torno de 1669, ergueram no local um forte batizado com o nome de fortaleza da Barra de São José do Rio Negro, com a finalidade de afirmar o domínio da coroa portuguesa contra os holandeses e espanhóis. Com estes grupos indígenas e alguns brancos, iniciou-se o povoamento do lugar, que recebeu diferentes denominações, sendo comuns os termos Fortaleza do Rio Negro, Fortaleza da Barra, Lugar da Barra, Barra do Rio Negro, Barra e Vila da Barra. Vale mencionar que barra é a designação que na época os portugueses denominavam a foz de um rio. Até o final do século XVIII, o Lugar da Barra não passava de um obscuro povoado da capitania de São José do Rio Negro, cuja capital funcionava, desde 1758, na vila de Barcelos. Ao se iniciar o século XIX, a região do Amazonas estava mergulhada no marasmo e decadência. Em 1808 a capital da capitania foi transferida para o Lugar da Barra. Na época a população local estava calculada em 3.000 habitantes. Em 1833 o território do governo paraense foi dividido em três comarcas, denominado-as de Grão Pará, Baixo Amazonas e Alto Amazonas. Extinguia-se a capitania do Rio Negro, sendo substituída pela comarca do Alto Amazonas, enquanto que o Lugar da Barra foi promovido à condição de vila, assumindo a denominação de Vila de Manáos e mantendo a posição de capital da nova comarca. Em 1848, a Vila de Manáos foi promovida a cidade, passando a denominar-se cidade da Barra do Rio Negro, e, em 5 de setembro de 1850, a comarca do Alto Amazonas foi elevada à categoria de província, contando com uma população estimada de 5.000 a 6.000 habitantes. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 8 Sob estas novas condições, iniciava-se a segunda metade do século XIX, com algumas mudanças significativas na cidade, e a região passou a despertar um crescente interesse internacional, atraindo grande número de viajantes: pesquisadores, cronistas, cientistas e aventureiros. Em 1856 o nome da cidade de Barra do Rio Negro foi mudado para cidade de Manáos, que significa “mãe dos deuses”, homenagem à tribo indígena que predominava na região. Cronistas da época já relatavam que Manaus era um pequeno aglomerado de casas, metade das quais prestes a cair em ruínas. Contudo ressaltavam que a localização da cidade, na junção dos rios Negro e Amazonas, fora uma das mais felizes escolhas, pois apesar de insignificante naquela época, mais tarde, sem dúvida, seria um grande centro de comércio e navegação. Ao iniciar o período republicano no Brasil, Manaus era a capital provincial localizada na região mais distante do Governo e para chegar a ela era necessário empreender longas e nem sempre cômodas viagens fluviais, contando na época com população entre 8.000 e 9.000 habitantes. O ciclo da borracha iniciou-se nos idos de 1840, após a descoberta do processo de vulcanização da borracha por Charles Goodyear em 1839, e perdurou até seu ocaso em 1920, sendo o auge do desenvolvimento econômico entre os anos de 1880 a 1920. A borracha é uma goma elástica de origem vegetal, produzida pela seringueira, uma árvore de clima tropical que foi cientificamente denominada de Hevea brasiliensis. Os seringais nativos da Amazônia eram praticamente os únicos produtores de borracha e, à medida que este material se valorizava no mercado internacional, o Brasil tornava-se o detentor do monopólio do produto. O látex proveniente da Amazônia era o de melhor qualidade na época e propiciou um curto, porém significativo, período de crescimento e prosperidade. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 9 Em 1827 a produção de borracha era de aproximadamente 31 toneladas por ano e em 1860 já alcançava a 2.673 toneladas por ano. Sem dúvida, a comercialização da goma elástica foi a principal fonte de riqueza, possibilitando mudanças radicais em muitos segmentos da sociedade amazônica a partir da última década do século XIX, tendo sido o grande atrativo para o imenso contingente de trabalhadores que se dirigiu para a região, em especial os nordestinos, quando violenta seca atingiu o Nordeste em 1877. O número de cearenses que se dirigiu para a região foi considerável e, em 1883, era calculado em 60.000 pessoas. A partir da administração do engenheiro Eduardo Ribeiro, em 1892, iniciava-se uma das mais transformadoras fases da história de Amazonas e de Manaus em particular. Em poucos anos, conseguiu realizar grande parte dos planos traçados, transformando radicalmente a visualidade da pequena vila, tornando-a uma moderna e graciosa cidade. Enquanto a maioria das cidades brasileiras vivia de uma maneira quase rural, Manaus foi a primeira cidade brasileira a ser urbanizada, a segunda a possuir energia elétrica, e foi uma das poucas cidades brasileiras a ter vivenciado a “belle époque”, sendo conhecida como Paris das Selvas ou Paris Tropical. O movimento comercial era intenso e a vida cultural tornava-se diversificada à medida que se equipavam os novos espaços. Na época a exportação da borracha representava 28% do total da exportação brasileira. Em 1910 o valor da borracha atingiu seu preço máximo e a exportação do produto representou 40% do total da exportação do país. A cidade passou a contar com serviços públicos de bondes elétricos, telefonia, água, esgotamento sanitário, drenagem pluvial e um porto flutuante, cada vez mais ativo. Geralmente os serviços urbanos eram entregues a empresas estrangeiras, em sua maioria de origem inglesa, como a Manáos Electric Lighting, a Amazon Telegraph, a Manáos Railway Company e Manáos Improvements Limited, que dispunham de material e técnicos especializados para dirigir os serviços e utilizar mão de obra local. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 10 A malha urbana estendeu-se, principalmente nos sentidos norte e leste, ultrapassando os limites naturais dos igarapés de Manáos e do Bittencourt, avançando até o igarapé da Cachoeirinha, sendo ao norte delimitado pelo Boulevard Amazonas. A planta da cidade de 1893, apresentada na Figura 2.1, mostra que omodelo urbanístico adotado foi baseado no traçado do tabuleiro de xadrez, composto por largas ruas e avenida que se entrecortam em ângulo reto; várias praças estavam demarcadas enquanto os igarapés da parte primitiva da cidade praticamente desapareceram, tendo sido canalizados e sobre os mesmos foram construídas grandes avenidas. Figura 2.1. Mapa de Manaus – Final do Século XIX. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 11 Dentre as grandes obras da época destacam-se o Teatro Amazonas, o Palácio da Justiça, o Instituto Benjamim Constant, o Palácio do Palácio Rio Negro, o edifício da Alfândega, a Biblioteca Pública, o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, o reservatório do Mocó, além da Avenida Eduardo Ribeiro, Ponte Romana e Ponte Benjamim Constant, todos construídos com material vindo do exterior. O império da borracha teve uma duração muito efêmera. No Amazonas as rendas dependiam única e exclusivamente da rústica e artesanal indústria extrativa da borracha. A origem da crise data da década de setenta do século XIX, quando milhares de sementes de seringueiras foram levadas para Londres por Henry Wickham, que depois de germinadas no Jardim Botânico de Kew, foram transportadas e plantadas no Ceilão e em Singapura, onde planejavam seringais de maneira racional, favorecendo o crescimento das plantas e facilitando a coleta do látex. Em 1909 a produção de borracha na Malásia era de 3.685 toneladas por ano e apenas 10 anos mais tarde atingia a marca de 381.860 toneladas, enquanto a produção brasileira na ocasião era 35.000 toneladas por ano. A decadência do Império da Borracha trouxe como consequência o retorno a Manaus dos “soldados da borracha”, legiões enormes de homens miseráveis, famintos, desnutridos e doentes que viviam nos grandes seringais falidos. Manaus não possuía infraestrutura e o planejamento urbano necessários para receber os novos habitantes, os quais, na falta de opção de habitação, procuraram as margens do rio Negro, principalmente no bairro de São Raimundo. A falência do interior do Estado continuou alimentando, de forma lenta e gradual, o aumento populacional da cidade de Manaus que não tinha como oferecer grandes oportunidades aos imigrantes, e começaram a se localizar em uma nova ocupação, dessa vez sobre o rio Negro, em forma de casas flutuantes, localizadas na foz do igarapé do Educandos e se espalhando até as imediações do Mercado Municipal. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 12 Diferentemente do período áureo da borracha, a urbanização da cidade passou a ser caótica e descontrolada. A ocupação dos flutuantes penetrou o igarapé do Educandos e ganhou as margens do mesmo, na forma de novas palafitas, transformando-se em um verdadeiro filão habitacional sem nenhum controle das autoridades. Após 50 anos de obscurantismo econômico, foi criada em 1957, pela Lei 3.173, a Zona Franca de Manaus, com o objetivo de desenvolver a região com uma área de livre comércio de importação. Contudo, apenas 10 anos mais tarde iria ser realidade após ser reformulado pelo Governo Federal pelo Decreto lei nº 288, quando foram criados incentivos fiscais que propiciaram o desenvolvimento do denominado Pólo Industrial de Manaus. No início os produtos eram importados pela Zona Franca e as lojas se encarregavam da comercialização e a cidade se beneficiava da economia de mercado fechado no restante do país, ocorrendo um grande surto de desenvolvimento. O setor hoteleiro se ampliou e em 1972 as primeiras fábricas instaladas no Pólo Industrial iniciaram a operação montando televisores, rádios, relógios, bicicletas, motos, dentre outros produtos. Em 1973 iniciou-se a construção do Aeroporto Internacional Eduardo Ribeiro, inaugurado em 1976, que veio viabilizar e apressar o desenvolvimento econômico. Com a chegada da Zona Franca, a população de Manaus cresceu exponencialmente passando de 173.703 habitantes, em 1960, para 1.405.835 habitantes em 2000 e 1.802.525 habitantes em 2010 de acordo com o censo demográfico do IBGE, sendo a oitava cidade mais populosa do Brasil, tornando-se Manaus praticamente uma cidade-estado visto que abarca 54% da população do Estado do Amazonas e respondendo por mais de 80% da economia. Conforme bem assinalado no texto dos Termos de Referência do presente concurso, “embora desde 02/05/1975 existisse o Plano Diretor Integrado da Cidade de Manaus (Lei Municipal n.º 1.213), legislação satisfatória tanto do ponto de vista técnico como e PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 13 principalmente sócio econômico, esta ocupação do sítio urbano da cidade realizou-se de uma maneira caótica e até mesmo desordenada, já que a execução de obras de infraestrutura que suportassem um nível tão elevado de crescimento urbano, para atender a magnitude da demanda, não era implementada em razão da escassez de recursos ou da existência de outras prioridades. Dessa maneira, centenas de invasões se sucederam tanto em terrenos do patrimônio público como de particulares e principalmente às margens e sobre os igarapés, em um adensamento prejudicial para todos os que habitam na cidade, tornando-a, consequentemente, cada vez mais poluída e mais deteriorada”. O processo de ocupação do solo mediante “invasões” provoca uma horizontalização da cidade, dificultando ainda mais ao administrador público prover a necessária infraestrutura à população, conforme se visualiza na Figura 2.2. Figura 2.2. “Invasões” em área urbana de Manaus. Disto resulta, em parte, os baixos índices de IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal em grande parte dos bairros da cidade, conforme se apresenta no Quadro 2.1 a seguir. Este índice sintetiza o nível de sucesso atingido pela sociedade no atendimento a três necessidades básicas e universais do ser humano: acesso ao conhecimento – dimensão educação; direito a uma vida longa e saudável – dimensão longevidade e, direito a um padrão de vida digno – dimensão renda. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 14 Quadro 2.1. Relação de IDHM de bairros e comunidades de Manaus. BAIRROS E COMUNIDADES DE MANAUS CÓDIGO IDHM, 2000 IDHM- RENDA 2000 IDHM- LONGEVIDADE 2000 IDHM- EDUCAÇÃ O 2000 SÃO JOSÉ - Grande Vitória 3.10 0,66 0,53 0,651 0,798 ZONA RURAL 7.1 B 0,666 0,546 0,709 0,742 JORGE TEIXEIRA - Santa Inês, Brasileirinho 3.6 0,667 0,524 0,651 0,827 COLÔNIA ANTÔNIO ALEIXO / PURAQUEQUARA 3.2 0,67 0,526 0,651 0,833 JORGE TEIXEIRA - Val Paraíso, Chico Mendes 3.8 0,676 0,516 0,651 0,862 CIDADE NOVA - Alfredo Nascimento 6.2 0,68 0,553 0,671 0,818 TARUMÃ 4.11 B 0,687 0,546 0,709 0,806 TANCREDO NEVES - Parte Baixa 3.14 0,689 0,542 0,671 0,855 DISTRITO INDUSTRIAL / MAUAZINHO - CEASA 3.5 0,69 0,558 0,651 0,863 SANTA ETELVINA 6.11 0,692 0,556 0,671 0,849 JORGE TEIXEIRA - João Paulo 3.7 0,695 0,555 0,653 0,878 CIDADE NOVA - Nossa Senhora de Fátima, Cidade de Deus 6.6 0,696 0,551 0,684 0,855 MONTE DAS OLIVEIRAS 6.9 0,7 0,554 0,689 0,858 COLÔNIA TERRA NOVA 6.8 0,708 0,559 0,688 0,878 JORGE TEIXEIRA - Jorge Teixeira I e III 3.9 0,711 0,56 0,698 0,875 ZUMBI 3.16 0,714 0,573 0,685 0,884 COMPENSA - Vila Marinho 4.3 0,715 0,566 0,694 0,886 COMPENSA - Compensa II 4.2 0,719 0,587 0,692 0,879 TANCREDO NEVES - Parte Alta 3.15 0,719 0,562 0,698 0,896 IGARAPÉ DO QUARENTA 1.8 0,721 0,61 0,672 0,881 CIDADE NOVA - Novo Aleixo, Amazonino Mendes6.3 0,725 0,584 0,699 0,893 NOVO ISRAEL / COLÔNIA SANTO ANTÔNIO 6.10 0,725 0,604 0,689 0,882 SÃO JOSÉ - São José II 3.13 0,726 0,583 0,7 0,897 EDUCANDOS / COLÔNIA OLIVEIRA MACHADO 1.5 0,727 0,627 0,675 0,877 ARMANDO MENDES 3.1 0,73 0,599 0,698 0,894 REDENÇÃO - Ig. dos Franceses / DA PAZ - Ig. dos Franceses 5.6 0,733 0,616 0,695 0,888 CIDADE NOVA - Monte Sinai, Mundo Novo 6.1.1 0,735 0,614 0,692 0,9 CIDADE NOVA - Riacho Doce, Campo Dourado 6.1.2 0,738 0,614 0,692 0,909 COMPENSA - Compensa I 4.1 0,738 0,626 0,692 0,895 FLORES - Parque das Nações 2.4.2 0,74 0,651 0,688 0,879 PARQUE 10 - Bairro União 2.4.1 0,741 0,651 0,688 0,884 SÃO JOSÉ - São José I 3.12 0,741 0,635 0,685 0,902 SÃO JOSÉ - São José III e IV 3.18 0,742 0,626 0,688 0,913 PETRÓPOLIS - Ig. da Cachoeirinha 1.12 0,744 0,625 0,702 0,904 SÃO JOSÉ - Zezão, Conjunto João Bosco 3.11 0,745 0,627 0,685 0,921 REDENÇÃO 5.7 0,748 0,64 0,687 0,916 COROADO - Coroado I e II 3.4 0,75 0,666 0,695 0,89 LÍRIO DO VALE / SANTO AGOSTINHO 4.4 0,753 0,65 0,691 0,917 CACHOEIRINHA - Ig. Cachoeirinha / SÃO FCO. - Ig. Cachoeirinha 1.6 0,756 0,665 0,687 0,916 SANTA LUZIA / MORRO DA LIBERDADE 1.13 0,757 0,654 0,688 0,929 JAPIIM - Ig. da Freira, Japiinlândia, Ig. D 1.10 0,764 0,664 0,725 0,903 NOVA ESPERANÇA 4.5 0,765 0,679 0,704 0,911 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 15 BAIRROS E COMUNIDADES DE MANAUS CÓDIGO IDHM, 2000 IDHM- RENDA 2000 IDHM- LONGEVIDADE 2000 IDHM- EDUCAÇÃ O 2000 PETRÓPOLIS - Vale do Amanhecer / JAPIIM - Morrinho 1.14 0,765 0,654 0,709 0,932 ALVORADA - Alvorada I 5.2 0,766 0,672 0,726 0,901 SÃO RAIMUNDO / GLÓRIA 4.9 0,767 0,685 0,704 0,912 ALVORADA - Alvorada II e III 5.3 0,768 0,672 0,726 0,907 IGARAPÉ MESTRE CHICO, Viaduto Josué Claúdio de Souza 1.7 0,774 0,692 0,706 0,925 VILA DA PRATA / SÃO JORGE - Jardim dos Barés 4.10 0,778 0,689 0,711 0,935 SANTO ANTÔNIO 4.7 0,783 0,708 0,719 0,924 COROADO - Ouro Verde, UFAM 3.3 0,786 0,701 0,725 0,934 CIDADE NOVA - Colônia Japonesa, Núcleo 15-16 6.4 0,79 0,699 0,725 0,946 BETÂNIA / SÃO LÁZARO / CRESPO / VILA BURITI 1.1 0,792 0,713 0,755 0,907 CHAPADA – HEMOAM 2.1.2 0,795 0,714 0,744 0,927 ALEIXO - Garajão e Cidade Alta 2.1.1 0,796 0,714 0,744 0,932 NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS - Vila Amazonas 2.1.4 0,796 0,714 0,744 0,931 SÃO JORGE - Ig. Cachoeira Grande 4.8 0,798 0,738 0,727 0,931 SÃO GERALDO / NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS - Pq. Amazonense 2.1.3 0,799 0,714 0,744 0,938 CIDADE NOVA - Conjunto Mundo Novo 6.5.1 0,804 0,743 0,705 0,963 CIDADE NOVA – Manoa 6.5.2 0,805 0,743 0,705 0,967 CIDADE NOVA - Conjunto Canaranas, Renato I e II 6.5.3 0,806 0,743 0,705 0,971 CIDADE NOVA – Núcleos 6.7 0,806 0,717 0,758 0,943 PRESIDENTE VARGAS 1.4.2 0,809 0,742 0,758 0,927 CENTRO - Ig. Manaus, Ig. Bitencourt, Ig. Castelhana 1.4.1 0,814 0,742 0,758 0,943 PETRÓPOLIS - Entorno do Batalhão da PM / RAIZ 1.11 0,823 0,751 0,769 0,948 CACHOEIRINHA - Terminal 2 / SÃO FRANCISCO - Av. Paraíba 1.2 0,83 0,778 0,769 0,944 ALVORADA - Franceses / DA PAZ - Ajuricaba 5.1 0,844 0,811 0,769 0,953 FLORES - Torquato Tapajós 2.3.1 0,868 0,84 0,786 0,979 FLORES - São Judas Tadeu 2.3.2 0,871 0,84 0,786 0,987 JAPIIM - Japiim I e II 1.9.1 0,875 0,829 0,812 0,985 PETRÓPOLIS - Jardim Petrópolis 1.9.2 0,878 0,829 0,812 0,994 DA PAZ - Santos Dumont / REDENÇÃO - Hiléia 5.5.2 0,885 0,853 0,812 0,989 PLANALTO 5.5.1 0,885 0,853 0,812 0,99 DOM PEDRO 5.4 0,887 0,866 0,814 0,98 CENTRO - Centro Antigo / NOSSA SENHORA APARECIDA 1.3.1 0,888 0,877 0,817 0,971 PRAÇA 14 - Av. Major Gabriel / CENTRO - Boulevard 1.3.2 0,888 0,877 0,817 0,972 SÃO JORGE - Av. São Jorge / PONTA NEGRA - Av. Ponta Negra 4.6 0,888 0,87 0,821 0,972 PARQUE 10 - Castelo Branco / CHAPADA - Conjuntos 2.6 0,907 0,911 0,821 0,989 SÃO JOSÉ - Área do SESI / COROADO - Acariquara 3.17 A 0,912 0,917 0,841 0,979 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 16 BAIRROS E COMUNIDADES DE MANAUS CÓDIGO IDHM, 2000 IDHM- RENDA 2000 IDHM- LONGEVIDADE 2000 IDHM- EDUCAÇÃ O 2000 ALEIXO - Efigênio Sales / PARQUE 10 - Pq. Mindu, Shangrilá 2.2 A 0,915 0,917 0,841 0,988 NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS - Vieiralves / ADRIANÓPOLIS 2.5.1 0,941 0,977 0,857 0,987 FLORES - Parque das Laranjeiras 2.5.2 0,943 0,977 0,857 0,994 MANAUS 0,774 0,703 0,711 0,909 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano em Manaus, 2006. A localização e abrangência espacial dos bairros da cidade de Manaus são observados no mapa de bairros apresentado no Anexo 3. 2.1.1 Uso do solo A impermeabilização do solo tem profundo impacto no volume de escoamento superficial gerado durante os eventos de chuva. Dessa forma, foram coletadas informações sobre o tipo de ocupação e o grau de urbanização das bacias. Para a determinação das características de ocupação do solo foram analisados dados sobre a densidade habitacional atualizada, de acordo com o banco de dados do IBGE, as imagens de satélite de alta resolução, planos diretores, estado atual e projeções sobre uso e ocupação do solo, plano de transportes urbano, projeções demográficas, etc., além de visitas à área de estudo. Dentre as opções de imagens de satélite existentes, optou-se por, inicialmente, fazer uma análise dos satélites CBERS CCD, CBERS HRC, LANDSAT 5, LANDSAT 7 e IRS P6, além daquelas imagens existentes nos banco de dados do Google Earth e Microsoft Bings Maps. Os critérios de escolha das imagens para caracterização da área foram: serem atuais (antiguidade menor que 5 anos) para caracterizar o uso atual do solo, ter boa visibilidade da localidade especificada e não apresentar nuvens em quantidade que possa prejudicar a execução do trabalho proposto. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 17 Ainda foram procuradas imagens referentes à seca de Outubro de 2005 e à cheia de Maio/Junho de 2009, eventos bastante interessantes para análises de solo. Entretanto, as imagens disponíveis não apresentavam boa visibilidade pela presença de nuvens sobre a cidade. As imagens dos satélites escolhidos apresentam as características descritas a seguir. O satélite CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) surgiu em 1988 de uma parceria inédita entre Brasil e China no setor técnico-científico espacial, ingressando o Brasil no seleto grupo de países detentores da tecnologia de sensoriamento remoto. O sensor CCD (Câmera Imageadora de Alta Resolução) Demora 26 dias para passar novamente pelo mesmo ponto de observação, fornecendo imagens em uma faixa de 120 km de largura, com uma resolução de 20 m a partir de cinco bandas, sendo elas: • Banda 1: 0,51 – 0,73 µm (pancromática); • Banda 2: 0,45 – 0,52 µm (azul); • Banda 3: 0,52 – 0,59 µm (verde); • Banda 4: 0,63 – 0,69 µm (vermelho); • Banda 5: 0,77 – 0,89 µm (infravermelho próximo). Já o satélite CBERS com sensor HRC (Câmera Pancromática de Alta Resolução) produz imagens de uma faixa de 27 km de largura com uma resolução de 2,7 m, o que permite a observação com grande detalhamento dos objetos da superfície. Possui uma única banda: 0,50 - 0,80 µm (pancromática), com resolução temporal de 130 dias. Outro satélite é o LANDSAT 5 (Land Remote Sensing Satellite), lançado em 1984 pela NASA (National Aeronautics and Space Administration) e funciona em órbita equatorial a 705 km de altitude produz imagens da superfície terrestre com 185 Km de largura noterreno, resolução espacial de 30 metros, resolução temporal de 16 dias e 7 bandas espectrais, sendo elas: • Banda 1: 0,450 – 0,520 m (azul); PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 18 • Banda 2: 0,520 – 0,600 m (verde); • Banda 3: 0,630 – 0,690 m (vermelho); • Banda 4: 0,760 – 0,900 m (infravermelho próximo); • Banda 5: 1,550 – 1,750 m (infravermelho médio); • Banda 6: 10,400 – 12,500 m (infravermelho termal); • Banda 7: 2,080 – 2,350 m (infravermelho médio). O LANDSAT 7, lançado em 1999, é o mais recente satélite do programa Landsat e, comparado ao LANDSAT 5, destaca-se pela adição de uma banda espectral (banda pancromática) com resolução de 15 m perfeitamente registrada com as demais bandas, melhorias nas características geométricas e radiométricas e o aumento da resolução espacial da banda termal, sendo a cobertura do planeta completa em 16 dias Totalizam-se 8 bandas: • Banda 1: 0.450 - 0.515 m (azul); • Banda 2: 0.525 - 0.605 m (verde); • Banda 3: 0.630 - 0.690 m (vermelho); • Banda 4: 0.750 - 0.900 m (infravermelho próximo); • Banda 5: 1.550 - 1.750 m (infravermelho médio); • Banda 6: 10.400 - 12.500 m (infravermelho termal); • Banda 7: 2.090 - • Banda 8: 0.520 - 0.900 m (pancromática). Por sua vez, o satélite IRS (Indian Remote Sensing Satellite) P6 (ResourceSat), LISS 3, é um satélite indiano que se caracteriza por resolução de 23,5 m, recobrindo até 141 por 141 km, com tempo de retorno ao mesmo ponto a cada 24 dias. Possui quatro bandas: PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 19 • Banda 2: 0,52 – 0,59 m (verde); • Banda 3: 0,62 – 0,68 m (vermelho); • Banda 4: 0,77 – 0,86 m (NIR - Near Infrared); • Banda 5: 1,55 – 1,70 m (SWIR – Shortwave Infrared). A partir da análise das imagens disponíveis, e após uma primeira observação, selecionaram-se os dados oriundos dos satélites CBERS 2B sensor HRC de 26 de agosto de 2008, CBERS 2B sensor CCD imagens de 7 e 23 de setembro de 2009, Imagem do satélite LANDSAT 5 de 27 de outubro de 2010, LANDSAT 5 de 24 de março de 2011 e IRS_P6 de 9 de dezembro de 2010, por disponibilizarem as melhores representações diante das necessidades deste trabalho. Estas imagens se entravam em uma versão preliminar, portanto com o auxílio do Google Earth, procedeu-se ao georreferenciamento das imagens de satélite com o arruamento da cidade de Manaus. Após, realizou-se a composição colorida das bandas para melhor visualização dos resultados. No Anexo 4 podem ser encontradas as imagens finalmente escolhidas, em função da sua qualidade. A etapa seguinte foi a classificação das imagens obtidas, em que se realizou o mapeamento das áreas a partir de seus comportamentos espectrais, ou seja, pixel a pixel, o programa verificou a probabilidade de pertencimento à uma certa classe através da classificação por máxima verossimilhança. O resultado da classificação, que consiste em mapas de uso do solo, é apresentado no Anexo 5. Na análise das imagens se observa uma grande heterogeneidade na ocupação do território, embora a cidade se caracterize por apresentar uma grande densidade de vegetação ao longo de toda a sua extensão. Na área do Centro de Manaus (Figura 2.3), em semelhança ao que ocorre em outras cidades, percebe-se a existência de construções dos mais diversos tipos. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 20 Foram identificadas quadras inteiras e pequenas glebas desocupadas em regiões do tecido urbano. Ainda em regiões tais como ao longo da Av. André Araújo (Figura 2.4), há construções com jardins e pátios, possuindo, portanto, uma impermeabilização relativamente baixa. No entanto, em áreas como em torno da Av. Tefé (Figura 2.5), as construções estão praticamente coladas umas às outras, indicando uma taxa de ocupação da área bastante elevada e, consequentemente, alta impermeabilização. Figura 2.3. Recorte da imagem de satélite do centro de Manaus (Fonte: Google Earth). PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 21 Figura 2.4. Recorte da imagem de satélite da Av. André Araújo (Fonte: Google Earth). Figura 2.5. Recorte da imagem de satélite da Av. Tefé (Fonte: Google Earth). PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 22 Também se observa que há uma ocupação e invasão de áreas ribeirinhas protegidas por legislação federal e sob fiscalização do IBAMA. Conforme o Código Florestal, a exploração econômica de áreas de preservação depende de prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária a execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse social, além de inexistência de alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto. Verifica-se uma intensa ocupação de áreas ribeirinhas principalmente no Igarapé do Educandos, como pode ser observado na imagem da Figura 2.6, embora, através do PROSAMIM, a situação esteja sendo revertida e a ocupação tenda a ser mais organizada, e com menores taxas de impermeabilização. Figura 2.6. Recorte da imagem de satélite do Igarapé do Educandos (Fonte: Google Earth). Uma das características marcantes da cidade de Manaus é a elevada incidência de construções tipo ‘palafitas’. Moradia característica da população de baixo poder aquisitivo, concentrando-se geralmente em áreas de baixo valor imobiliário, e pelas suas condições, PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 23 traduzem um decadente saneamento básico (Figura 2.7). Como resultado dessa intensa urbanização, muitos bairros em Manaus têm se destacado por diversos problemas devido à alta concentração de lixo, proliferação de vírus e parasitas, agentes transmissores patológicos, entre outros. Figura 2.7. Construções do tipo palafita em áreas de inexistência de saneamento básico. (Fonte: SOS Rios do Brasil) As causas da decadente situação é resultado do elevado crescimento populacional urbano, causando uma elevada pressão sobre o ambiente físico e acarretando consequências como a poluição do solo, águas, atmosfera, aglomerações com altos índices de ocupação informal, carentes de infra-estrutura e serviços, caracterizando assim precariedade na salubridade populacional. Em Manaus, cerca de 300 mil pessoas ocupam áreas próximas aos Igarapés, construindo suas moradias nas faixas marginais dos cursos d’água protegidas por preservação ambiental permanente. Fato que torna-se um dos principais vetores de pressão sobre o meio ambiente (MESQUITA RODRIGUES et al., 2009). Um estudo realizado por Mesquita Rodrigues et al (2009), avaliando a ocupação do solo urbano na cidade de Manaus ao longo do Igarapé do Bindá, revelou que às margens da nascente ocorre uma contínua pressão antrópica devido ao intenso processo de urbanização local. Já nas regiões que compreendem o segmento no limite da área verde com a PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 24 comunidade Mundo Novo, constata-se que o solo está sendo ocupado por assentamentos urbanos precários: favelas, ocupação de margens de igarapés, palafitas e assemelhados. Essa ocupação irregular de áreas de preservação ambiental, justamente com um déficit crescente da infraestrutura de recolhimento e destinação de esgotos sanitários e a insuficiênciano sistema de coleta dos resíduos sólidos nas áreas de ocupação irregular, são apenas alguns dos avanços que vem comprometendo a qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente. Para entender melhor a ocupação da região será analisada na continuação a evolução da urbanização. O crescimento populacional de Manaus fez com que a cidade saltasse da nona para a sétima posição no ranking das grandes cidades brasileiras, explicado pelas oportunidades de emprego e novos negócios na zona urbana em desenvolvimento. A população passou de 1.405.835, em 2000, para 1.802.525, em 2010 caracterizando um crescimento de aproximadamente 22% (Figura 2.8). Foi a cidade grande que mais cresceu, de acordo com o Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O mapa do Anexo 6 apresenta a distribuição da população residente em Manaus, por setor censitário. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 25 Figura 2.8. Crescimento Populacional de Manaus (Fonte: Dados do IBGE - Censos 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010). Os dados constantes no Atlas do Desenvolvimento Humano de Manaus possibilitam conhecer os números relacionados a essa expansão urbana (Tabela 2.1) e identificar as áreas que apresentam deficiências de equipamentos públicos Tabela 2.1. Evolução da população de Manaus de 1991-2000 por zona do município. Zona População residente na área rural, 1991 População residente na área rural, 2000 População residente na área urbana, 1991 População residente na área urbana, 2000 Taxa de crescimento anual da população total Zona Centro Oeste 0 0 125.910 141.022 1,28 Zona Centro Sul 0 0 91.957 123.987 3,41 Zona Leste 0 0 175.495 340.453 7,71 Zona Norte 0 0 113.675 282.083 10,73 Zona Oeste 0 0 194.918 214.075 1,06 PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 26 Zona Rural 4.916 9.067 1.103 2.275 7,36 Zona Sul 0 0 303.434 292.873 -0,40 MANAUS 4.916 9.067 1.006.585 1.396.768 3,76 (Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano em Manaus) Assim, segundo SOUZA AGUINAGA (2007), da análise dos dados se infere que o crescimento da população, na década de 90, ocorreu tanto na área rural quanto na área urbana, sendo que nesta última os maiores índices de crescimento são os das zonas Norte e Leste da cidade. O crescimento concomitante da zona urbana e rural nos remete, por outro lado, a constatação de que ainda é significativo o fluxo de pessoas, de outros municípios do estado e/ou de outros estados para Manaus, cuja taxa de crescimento anual chega a 3,76, muitas vezes maior do que a taxa de crescimento nacional, que de 1991 a 1996 foi de 0,64, e de 1996 a 2000 ficou em 0,50%. O crescimento da população urbana resulta na ocupação de novas áreas. A questão do uso e ocupação do solo, por sua vez, notadamente uma ocupação desordenada, repercute diretamente sobre o ciclo hidrológico. Segundo Tucci (1993), a impermeabilização dos solos gera as seguintes alterações: 1) redução da infiltração do solo; 2) o volume que deixa de infiltrar fica na superfície, “aumentando o escoamento superficial”, ocorrendo, ainda, a redução do tempo de deslocamento por conta da construção dos condutos pluviais para o escoamento superficial; 3) com a redução da infiltração o aquífero tende a diminuir o nível do lençol freático por falta de alimentação, reduzindo o escoamento subterrâneo; 4) por conta da supressão da cobertura florestal, ocorre uma redução da evapotranspiração, uma vez que a superfície urbana não retém água como a cobertura vegetal e não permite a evapotranspiração das folhagens e do solo. Um estudo divulgado pelo Sistema de Proteção da Amazônia – SIPAM (apud SOUZA AGUINAGA, 2007), informa que já foram desmatados 22% da área urbana de Manaus; equivalente a 28 mil, de um total de 44 mil hectares. Para uma das coordenadoras da PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 27 Pesquisa, as imagens demonstram claramente a rapidez com que cresce a cidade, com um aumento dos desmatamentos de áreas verdes. O crescimento desordenado das cidades traz, ainda, outros problemas graves para a proteção das águas superficiais e subterrâneas, uma vez que, dificilmente, a expansão urbana se faz acompanhar da infraestrutura básica de saneamento, que inclui abastecimento e sistema de esgotamento sanitário, o que pode vir a constituir fontes de poluição para as águas. Os números referentes ao acesso da população à água encanada e instalação sanitária são apresentados a seguir (Tabela 2.2). Tabela 2.2. Domicílios com acesso aos bens e serviços básicos. Zona Percentual de domicílios sem água encanada, 1991 Percentual de domicílios sem água encanada, 2000 Percentual de domicílios sem instalação sanitária, 1991 Percentual de domicílios sem instalação sanitária, 2000 Zona Centro Oeste 7,64 6,70 4,22 1,22 Zona Centro Sul 3,87 12,35 1,88 2,80 Zona Leste 42,55 44,50 11,71 8,59 Zona Norte 50,49 41,78 11,37 8,51 Zona Oeste 4,15 7,18 4,46 2,25 Zona Rural 66,82 78,79 19,85 10,87 Zona Sul 7,82 7,06 4,57 1,58 MANAUS 17,81 24,00 6,33 4,89 (Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano em Manaus) Para compreensão espacial das informações apresentadas na Tabela 2.2, encontra-se no Anexo 7 um mapa contendo a delimitação das zonas administrativas de Manaus. Os dados demonstram que as zonas Norte e Leste da cidade são aquelas que apresentam as maiores deficiências no acesso aos serviços públicos de abastecimento e esgotamento sanitário. A falta de água encanada nessas duas zonas urbanas, que são as mais populosas da cidade, faz com que seus habitantes busquem nas águas subterrâneas a alternativa para o problema do abastecimento. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 28 O Anexo 8 apresenta os mapas de densidade populacional e habitacional por setor censitário de Manaus, de acordo com o censo de 2010. Essas informações são importantes para a determinação do grau de impermeabilidade do atual cenário de urbanização, cujos resultados serão analisados em relatórios posteriores. 2.1.2 Tipo de solo A caracterização dos solos da região foi realizada primeiramente de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, uma vez que, pela ampla divulgação, é mais facilmente compreensível. Posteriormente, os solos serão apresentados de acordo com o grupo hidrológico da metodologia do SCS que será, finalmente, a classificação utilizada para a incorporação do tipo de solo às simulações. 2.1.2.1 Solos de acordo com a classificação brasileira A classificação brasileira de solos, em constante atualização, é chamada de SiBCS (Sistema Brasileiro de Classificação de Solos) e foi desenvolvida pela Embrapa, sendo a mais recente publicada em 1999, com importante atualização em 2005. No caso de Manaus, apoiado na Folha SA.20 Manaus (Brasil, 1978) e em informações repassadas pela SEMINF, são apresentados os tipos de solos de acordo com as associações mais comuns encontradas. Entre as unidades de solo na região predominam o Latossolo Amarelo, o Podzólico Vermelho-Amarelo e o Gleissolo, todos de textura média. Já na área de estudo, o Latossolo Amarelo ocorre em toda a extensão urbana do município (conforme pode ser observado no mapa do Anexo 9), notadamente numa faixa paralela ao rio Solimões e na confluência com o rio Negro. Esse tipo de solo é caracterizadopor possuir baixos teores de Fe+3 e é tipicamente caolinítico e goethítico. A cor predominantemente amarelada é decorrente da alta concentração do mineral goethita. Possui alta saturação em alumínio. Apresenta textura muito argilosa (RODRIGUES et al., 1971) e é atualmente classificado segundo EMBRAPA (1999), como distrófico, álico, caulinítico e ácido. PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 29 O solo na região é bem desenvolvido, com nível muito baixo de fertilidade natural e acidez muito forte associada a percentuais representativos de alumínio. Apresenta elevado grau de floculação (RODRIGUES et al., 1971), que se deve ao alto conteúdo de argila desse solo, originado a partir do argilito, bem como uma avançada intemperização. O cultivo intensivo do solo e o seu preparo em condições inadequadas alteraram suas características físicas em graus variáveis, devido a um preparo mecanizado realizado muitas vezes de forma indiscriminada. Tal prática, associada às precipitações intensas que ocorrem nessa região, na época de preparo do solo e no crescimento inicial das plantas, constituem fatores responsáveis pela degradação da estrutura e formação de camadas compactadas. O Podzólico Vermelho-Amarelo está associado a situações de relevo mais movimentado, no qual os processos erosivos são mais acentuados. Os solos são mais rasos, com fertilidade natural muito baixa, fortemente ácidos e com altos teores de ferro e alumínio. São predominantes na região noroeste, ocupando uma pequena área do município. Os gleissolos são representativos na porção oeste, nas ilhas que se formam ao longo do rio Solimões. São solos minerais, hidromórficos, apresentando horizontes A (mineral) ou H (orgânico), seguido de um horizonte chamado horizonte glei. Outros solos também se fazem presentes ao longo da extensão do município, porém em menores proporções, como os Plintossolos, Podzol Hidromórficos e os Solos Aluviais. Podzólico Vermelho-Amarelo (Alissolos) Esta classe compreende solos com horizonte B textural, não hidromórficos, com argila de atividade baixa, devido ao material do solo ser constituído por sesquióxidos, argilas do grupo 1:1 (caulinitas), quartzo e outros materiais resistentes ao intemperismo e saturação de bases (V%) baixa, isto é, inferior a 50%. São solos, em geral, fortemente ácidos e de baixa fertilidade natural. Apresentam perfis bem diferenciados, com sequência de horizontes A, Bt e C, e com horizonte Bt, frequentemente, mostrando, nas superfícies dos elementos estruturais, película de materiais coloidais (cerosidade) quando o solo é de textura argilosa. São, comumente, PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 30 profundos a muito profundos, com a espessura do A + Bt oscilando entre 115 e 250 cm, exceto nos solos rasos, em áreas reduzidas. Possuem textura arenosa média ou, mais raramente, argilosa no horizonte A, e média ou argilosa, no horizonte Bt, com relação textural em torno de 1,5 (textura argilosa) e de 3,0 a 10,0 nos de caráter abrúptico ou abrúptico plinthico, os quais possuem características morfológicas bem distintas (coloração variegada ou com mosqueado abundante) e drenagem moderada e/ou imperfeita. A estrutura é de moderada a forte, pequena a grande, granular, de consistência ligeiramente duro a muito duro, quando seco, e friável, quando úmido, nos solos com horizonte A moderado, enquanto nos solos com A fraco, a estrutura apresenta-se maciça, pouco ou muito coesa, ou em grãos simples, ou, ainda, fraca a muito fraca, pequena, granular ou blocos subangulares, cuja consistência varia de solto a ligeiramente duro, quando seco, e solto a muito friável, quando úmido. O horizonte B apresenta coloração (úmido), mais frequente, vermelho-amarelado, vermelho, bruno-forte e bruno-amarelado. A estrutura é fraca ou moderada, pequena ou muito pequena, blocos subangulares, ocorrendo maciça em alguns solos com plinthite. É frequente a presença de cerosidade (pouca a abundante; fraca a forte) e a consistência macio a muito duro (seco) e muito friável a firme (úmido). Ocorrem sob relevo plano e suave ondulado e vegetação de caatingas hipo e hiperxerófila e transição floresta/caatinga. O relevo varia de plano a montanhoso. A vegetação é bastante diversificada, encontrando-se as caatingas hipo e hiperxerófilas, as florestas subperenifólia, subcaducifólia e a transição floresta/caatinga, com um certo predomínio das caatingas hipo e hiperxerófilas. A maior limitação ao uso agrícola destes solos decorre de sua baixa fertilidade natural e forte acidez, necessitando, desse modo, do uso de fertilizantes, com a correção prévia da acidez. Em grande parte são favorecidos pelo relevo (predominantemente, plano e suave ondulado) que proporciona totais condições ao uso de máquinas agrícolas. Latossolos Amarelos PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 31 No antigo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, os Latossolos Amarelos e os Vermelho-Amarelos do Cerrado estavam agrupados sob um único nome: Latossolo Vermelho-Amarelo. O novo Sistema dividiu-os em duas classes. O nome Latossolo Vermelho- Amarelo (LVA) ficou reservado para os latossolos que possuem cor laranjada, com matiz Munsell entre 2,5YR e 5YR. Os Latossolos Amarelos (LA) ficaram sendo os solos que possuem cor nitidamente amarela, mais que 5YR. O matiz amarelado é causado por um mineral chamado goethita, um óxido de ferro. LA ocupa praticamente toda a região do município, ocupando a totalidade da área urbana. O teor de óxidos de ferro extraídos pelo ataque sulfúrico é geralmente menor que em outros latossolos. Isso acontece porque o material de origem era pobre em ferro ou porque o ferro foi removido do solo pela água de percolação. Os LA e LVA podem apresentar todo o tipo de textura, desde média até muito argilosa. Graças à cor amarela, é relativamente fácil separar os horizontes. Embora os LA e LVA geralmente tenham vários metros de profundidade, eles não são tão profundos quantos os Latossolos Vermelhos. Outra característica interessante é a presença, em alguns LA, de nódulos e concreções avermelhadas. Alguns pedólogos dizem que isso indica que os LA já foram mais vermelhos, ou seja, no passado eles tinham características semelhantes aos Latossolos Vermelhos. Solos Aluviais (Neossolo Flúvico) Localizam-se no extremo Sul da cidade de Manaus. Solos minerais não hidromórficos, pouco evoluídos, formados em depósitos aluviais recentes, nas margens de cursos d’água. Devido a sua origem das mais diversas fontes, esses solos são muito heterogêneos quanto à textura e demais propriedades físicas e químicas, que podem variar em um mesmo perfil entre as diferentes camadas. Os maiores problemas ao desenvolvimento de atividade agrícola nesses solos decorrem dos riscos de inundação por cheias periódicas ou por acumulação de água de chuvas na época de intensa pluviosidade. De uma maneira geral, os solos aluviais são PDDU DE MANAUS – RELATÓRIO PARCIAL DA ETAPA 1 32 considerados de grande potencialidade agrícola, por ocorrerem em locais de relevo plano, favorecendo a prática de mecanização agrícola intensiva. Gleissolo São solos minerais, hidromórficos, apresentando horizontes A (mineral) ou H (orgânico), seguido de um horizonte de cor cinzento-olivácea, esverdeado ou azulado, chamado horizonte glei, resultado de modificações sofridas pelos óxidos de ferro existentes no solo (redução) em condições
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