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Segunda Atividade HISTÓRIA DA INFÂNCIA NO BRASIL Gisleine Cristiane Zampolo Pasqualetto Em que contexto no Brasil e no Paraná a educação infantil passa a ser implementada? O contexto histórico da Criança e da Educação Infantil está diretamente interligado ao conhecimento e consequentemente aos interesses envolvendo a criança e sua educação. Segundo um dos pensadores de Erasmo, a boa educação consiste em dar às crianças, desde que a idade permita regras comportamentais de polidez que as tornem suportáveis aos outros, particularmente àqueles que não têm razões familiares de amá-las. (apud JOLIBERT, 1995-1996, p.41). Essa afirmação mostra a necessidade de aceitação que criança tem ao ser educado conforme a participação da sociedade na qual está inserida. Se a educação fosse familiar teria suas vantagens, pois as pessoas se comprometeriam a dar a educação por motivos afetivos onde “amá-las e suportá-las” seria indispensável. A história mostra que a origem da educação formal das crianças está voltada mais para a necessidade de acolhimento enquanto as mães trabalham e menos preocupação com as necessidades da criança – haja vista que até a atualidade ainda não foi resolvido o problema da demanda do número de crianças por vaga em face da oferta pública na Educação Infantil. No Brasil, a origem das creches e pré-escolas está na separação das ações, que acarretará, por sua vez, diferentes tipos de atendimentos e práticas pedagógicas. Em relação ao Paraná, nos tempos antigos havia a preocupação do poder público investir nas escolas primárias públicas e na abertura de novos estabelecimentos para a faixa etária acima de sete anos de idade, embora as ações não contribuíssem para o atendimento das crianças existentes em idade escolar. Foi aí que uma ação pioneira e de iniciativa particular da professora Emilia Ericksen, que no ano de 1862 criou o primeiro Jardim de Infância não oficializado, intitulado “Jardim-Escola”, inaugurado na cidade de castro, na então Província do Paraná. Por ser o primeiro, esse Jardim de Infância é um marco para a educação da primeira infância no Estado do Paraná e no Brasil, haja vista que naquele momento histórico não havia instituições nessa modalidade para atender a criança pequena, já que se iniciavam as primeiras preocupações e ações relacionadas à sua educação. As instituições de educação infantil eram propostas como meio agregador da família para apaziguar os conflitos sociais e também como meio de educação para uma sociedade igualitária, servindo como instrumento para a libertação da mulher do julgo das obrigações domésticas e como superação dos limites da estrutura familiar. (KUHLMANN, 2000) Comente sobre as diferentes nomenclaturas existentes para as instituições destinadas a educação infantil. Fale da dualidade existente entre as instituições de cunho assistencial e as de cunho pedagógico e educacional. A educação infantil brasileira viveu intensas transformações durante a quarta última parte dos anos 1900, foi então que o regime militar trouxe prejuízos para a sociedade e para a educação brasileira. A incorporação das creches aos sistemas educacionais não necessariamente tem proporcionado a superação da concepção educacional assistencialista. As creches, escolas maternais e jardins-de-infância fizeram parte do conjunto de instituições modelares de uma sociedade civilizada, propagadas a partir dos países europeus centrais, durante a Era dos Impérios, na passagem do século XIX ao XX. Embora as creches e pré-escolas para os pobres tenham ficado alocadas à parte dos órgãos educacionais, as suas inter-relações se impuseram, pela própria natureza das instituições. Poucas empresas ofereciam atendimento para os filhos de suas trabalhadoras, mas as que davam essa assistência faziam isso desde o berçário, ocupando-se também da instalação de creches. Um dos aspectos que ganham mais relevância neste período é que a expressão educação pré-escolar, ao significar o atendimento anterior à escolarização obrigatória, inclui também a educação das crianças de 0 a 3 anos. A defesa de caráter educacional das creches foi uma das principais bandeiras do movimento de luta por creches e dos profissionais dessas instituições. O vínculo das creches aos órgãos de serviço social fazia reviver a polêmica entre educação e assistência, que percorre a história das instituições de educação infantil. Nesta polaridade, educacional ou pedagógica, são vistos como intrinsecamente positivos, por oposição ao assistencial, negativo e incompatível com os primeiros. A discussão sobre o papel da educação infantil encontrava fortes argumentos para se entender a orientação assistencialista como não-pedagógica, tanto em aspectos administrativos – como a vinculação de creches e pré-escolas a órgãos de assistência social -, quanto em aspectos políticos – como a diminuição das verbas da educação e o seu esvaziamento pela inclusão das despesas com merenda e atendimento de saúde nas escolas. Os embates entre concepções educacionais presentes na educação infantil ao longo de sua história foi bastante comum. Escolha duas dessas concepções e escreva sobre as mesmas. Os embates entre concepções educacionais, desenvolvimento, cognição e recreação: o principio educacional a se adotar nos berçários, para crianças de 0 a 18 meses, era o da estimulação. Dos 18 meses em diante, era de caráter compensatório e visava superar as “deficiências da clientela”, devendo ser previstas atividades de expressão oral, desenvolvimento motor, música, matemática, ciências, integração social e vida prática, respeitando-se as necessidades das diferentes faixas etárias. A recreação, marca da trajetória dos parques infantis no município paulistano, foi utilizada para nomear a proposta dos centros de Recreação, difundida a partir do Plano de Assistência ao Pré-Escolar, do Departamento Nacional da Criança, em 1967. O plano lançava o modelo das instituições de educação infantil de baixo custo, que irão se difundir a partir da década de 1970. A revista Escola Municipal, 1985, fez a crítica desse modelo, as propostas de uma educação que atendesse aos interesses das classes populares acabavam por criticar os objetivos da recreação, fundamentais para a saúde de uma pré-escola. Não era exatamente uma rejeição, mas eles deixavam isso para segundo plano, ou seja, era uma hierarquia subordinada ao pedagógico. A crítica sobre recreação também tinha um sentido oposto a este, quando se referia à proposta dos jardins-de-infância. Agora, aquele modelo era considerado uma proposta pedagógica elitista, distante da nossa realidade. Os embates entre concepções educacionais – Jogos e Brincadeiras: na Conferência Nacional de Proteção à Infância, realizada no Rio de Janeiro em 1933, Anísio Teixeira enfatizou a importância de a criança pré-escolar ser vista não apenas sob ângulo da saúde física, pois seu crescimento, seu desenvolvimento e a formação de seus hábitos envolveriam “facetas pedagógicas como habilidades mantais, socialização e importância dos brinquedos”. Mas os parques infantis também incorporam a ênfase na Educação Física, já anunciada nos discursos de Alfredo Ferreira de Magalhães. O jardim-de-infância estadual também passa a adotar uma orientação esportiva, voltada para a cultura física. No livro Vida e educação no jardim de infância de Heloísa Marinho contém a seguinte afirmação: No começo do século, a jardineira ministrava educação sensorial com materiais destinado à comparação sistemática de formas, tamanhos, coloridos. A atividade da criança se restringia a obedecer às instruções da mestra. Hoje, a mestra incentiva a evolução natural e a criança é quem toma a iniciativa de organizar a sua própria atividade criadora [...] 4) A atividade quatro será uma pesquisa de campo. Você deve escolher uma entre as duas pesquisas abaixo. Analise e veja com qual das duas você se identifica. Escolha apenas uma para realizar. Pesquisa 2: b) Visite a Secretaria Municipal de Educação (ou equivalente) de sua cidade e converse com um dos responsáveisda educação infantil municipal. Faça as seguintes perguntas: 1. Como funciona a educação infantil no município atualmente (Quantas instituições, quantas crianças estão matriculadas, qual a formação profissional das professoras, etc)2. Até recentemente predominava a existência de creches e pré-escolas nos municípios, como eram (ou ainda são) estas instituições aqui? Qual a diferença entre elas? A qual Secretaria ou órgão se vinculava (ou vincula) 3. Atualmente, na maioria dos municípios, as creches passaram a se chamar centro de educação infantil. No município a denominação foi alterada? Além do nome o que mais muda com esta alteração? A educação infantil no município funciona da seguinte forma, contendo duas instituições creche e pré-escola. Onde estavam matriculados referentes aos dados de 2015 na creche média de 80 alunos, contendo 14 educadoras, 13 pós-graduadas e somente 01 contém o magistério. Já na pré-escola média de 150 alunos matriculados com base no ano 2015, e todas as professoras contém a formação de licenciatura plena e são graduadas, que é exigido pela LDB. Ainda existe a creche e a pré-escola, só que não existe dentro da creche a pré-escola o que anteriormente existia. Anteriormente a creche era gerenciada pela secretaria socioassistencial, eram considerados cuidadores das crianças sem a finalidade de dar a formação para a criança. Na creche atende as crianças em tempo integral e a pré-escola parcial sendo este (matutino e vespertino), sendo que a creche atende de 0 a 3 anos e a pré-escola de 04 a 05 anos, e estas estão vinculadas diretamente com a Secretaria da Educação, sendo esta vinculada às normas educacionais do ensino. No nosso município também foram alteradas as denominações da creche e pré-escola. A creche passou a ser denominada por CMEI: (Centro Municipal de Educação Infantil Anjo da Guarda), e a pré-escola (CMEI) : ( Centro Municipal de Educação Infantil João Trizzi). Além da alteração do nome, foram organizadas as ideias para esta escola, devendo seguir carga horária e grade curricular, pois esta passou a ser unidade educacional, devendo seguir essa mesma linha pedagógica, com a atribuição de começar a ensinar, deixando a creche de atender os alunos de 04 a 05 anos, somente a pré-escola atende os alunos com as respectivas idades. Referências KUHLMANN, Jr. Moysés, Histórias da Educação Infantil brasileira, Revista Brasileira de Educação, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, núm. 14, Rio de Janeiro, 2000. RODRIGUES, Elaine, História da Infância no Brasil, Editora da Universidade Estadual de Maringá, 2010.
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