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DIREITO DO CONSUMIDOR ± TRF 1ª PÓS-EDITAL
Teoria e Questões
Aula 04 ± Profa Aline Baptista Santiago
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Introdução.
Como você já pôde perceber o principal objetivo do CDC é proteger o
consumidor na chamada relação de consumo, por este motivo é que ele dedica
uma atenção especial a proteção contratual do consumidor. O intuito disto é
promover a lealdade, transparência e equilíbrio nas relações contratuais
entre o fornecedor e o consumidor.
Os princípios e regras relativos a proteção contratual possuem alguns
objetivos: ¹que a lealdade e a transparência sejam os parâmetros das relações
contratuais; ²observância da legítima expectativa do negócio (boa-fé objetiva)
³que o contrato não seja utilizado para a simples obtenção de vantagem
exagerada para o fornecedor.
¾ Nova Teoria Contratual.
A teoria contratual clássica era estruturada em três princípios básicos:
Autonomia da vontade ou liberdade contratual ± onde os contratantes são
livres para escolher ¹com quem, ²o que e ³de que forma contratar.
Força vinculante ou força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda) ±
uma vez feito o contrato as partes estão a ele obrigadas.
Relatividade dos efeitos contratuais - os contratos só possuem efeitos em
relação às partes contratantes, não alcançando a terceiros.
Desta forma o Estado era demandado a intervir o mínimo possível nas
relações privadas. Uma vez demonstrada a capacidade das partes, e inexistindo
vícios, tais como: erro, dolo, coação, restaria ao Estado fazer cumprir o acordo
de vontades. O contrato era lei entre as partes.
Acontece que este sistema, baseado nas liberdades individuais, sofreu
significativas transformações (novas teorias contratuais), cedendo espaço à
cláusula geral da boa-fé objetiva, ao princípio do equilíbrio econômico e à função
social do contrato.
Nas palavras de Leonardo Roscoe Bessa1: ³1R� %rasil, tal revisão ganha
especial relevo em 1988, com a promulgação de uma nova Constituição Federal,
a qual, como se sabe, deixa de ser considerada como mero texto programático,
de sugestões e conselhos. A lei fundamental assume explicitamente que tem
como fundamento a dignidade da pessoa humana e os valores sociais da livre
1 Manual de Direito do Consumidor. Ed. Revista dos Tribunais; 4ª edição; 2012. Pág. 341.
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A interpretação do contrato (art. 47 do CDC).
O CDC não se esqueceu de dispor sobre regras de hermenêutica3. Em seu
art. 47 traz o seguinte:
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao
consumidor.
Assim, se da leitura de um contrato houver dois ou mais sentidos possíveis,
deverá ser adotada a interpretação mais favorável ao consumidor ± que é
considerado a parte mais frágil da relação.
Este artigo será aplicado tanto para as cláusulas claras, mas que possam
ser interpretadas de mais de uma maneira, quanto para aquelas consideradas
obscuras e de difícil compreensão.
Declarações de vontade (art. 48 do CDC).
O art. 48 do CC dispõe sobre as declarações de vontade:
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-
contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive
execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
De acordo com o artigo 48, a boa-fé objetiva tem a função de integração
de todas as fases contratuais (pré-contratual, contratual e pós-contratual). O que
foi acordado em qualquer destas fases vinculará o fornecedor, que se não
respeitar as declarações de vontade poderá sofrer execução específica do art. 84
do CDC.
Assim, não sendo respeitado o que se espera do contrato celebrado,
caberão as medidas específicas previstas no art. 84 e em seus parágrafos:
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer,
o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas
optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático
correspondente.
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código
de Processo Civil).
3 A hermenêutica é uma forma de interpretação da lei quando da sua aplicação nos casos
concretos.
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§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após
justificação prévia, citado o réu.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,
fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá
o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de
coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de
requisição de força policial.
O direito de arrependimento nos contratos de
consumo (art. 49 do CDC).
O Código de Defesa do Consumidor garante ao consumidor o direito de
arrependimento e desistência. Atente para o art. 49:
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias ¹a contar de sua
assinatura ou ²do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação
de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio.
Assim, nas vendas por telefone, internet, ou naquelas em que o vendedor
vai até a casa ou local de trabalho do consumidor, este terá a alternativa de, no
prazo de 7 dias, desistir da compra.
E perceba que este direito não está condicionado a qualquer vício ou
defeito no produto, basta a vontade do consumidor, que poderá ser manifestada
através de qualquer meio hábil para tal transmissão.
O objetivo deste direito é evitar prejuízos ao consumidor decorrentes de
compras por impulso, uma vez que não foi sua iniciativa procurar pelo produto.
No caso de compras pela internet a razão para este direito é a impossibilidade de
contato físico direto com o produto.
O prazo determinado pelo dispositivo legal é de 7 dias a contar da
assinatura ou do recebimento do produto ou serviço (no caso de compras pela
internet).
Além disso, se o consumidor optar por exercer seu direito de
arrependimento, de acordo com o parágrafo único do art. 49, todas as despesas
e gastos que teve deverão ser devolvidos.
Art. 49. Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto
neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de
reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.
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A garantia contratual (art. 50 do CDC).
O Art. 50 do CC dispõe sobre a garantia contratual:
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante
termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer,
de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e
o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargodo consumidor, devendo ser-
lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento,
acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem
didática, com ilustrações.
De acordo com este artigo a garantia contratual ± que é aquela oferecida
pela loja ou pelo fabricante quando o consumidor fecha o contrato, será
complementar a legal ± que é a estipulada pelo CDC.
Isso quer dizer que os prazos das duas garantias serão somados, primeiro
correrá o prazo de garantia contratual e quando este acabar correrá o prazo legal
que está no art. 26 do CDC (prazo decadencial que vimos aula passada).
Você lembra que uma determinada marca de televisão oferecia uma
garantia até a copa? Pois então, se um consumidor comprasse uma televisão que
tivesse uma garantia de 4 anos, e ela apresentasse um vício qualquer, o
consumidor teria até 90 dias (tendo em vista ser a televisão um bem durável)
após o término da garantia contratual para fazer a reclamação.
Contudo, se esta garantia contratual não é oferecida, o consumidor tem 30
ou 90 dias (dependendo de ser o bem durável ou não) contados a partir da
aquisição do produto ou do término do serviço para fazer sua reclamação. Outra
situação que não deve ser esquecida é a do chamado vício oculto, neste caso o
prazo será contado a partir do momento em que este aparecer.
O caput do art. 50 dispõe que a garantia contratual será concebida por
escrito (termo de garantia) e as informações constantes em tal termo deverão
ser precisas e completas para que o consumidor vulnerável possa entendê-las e
delas fazer uso.
As cláusulas abusivas ± Art. 51 do CDC.
O art. 51 inaugura a Seção II ± Das Cláusulas Abusivas, do Capítulo VI ±
Da Proteção Contratual.
Tal artigo traz um rol exemplificativo de cláusulas consideradas abusivas
e que, se presentes nos contratos de consumo, serão consideradas nulas de
pleno direito.
Estas cláusulas são consideradas abusivas e ilícitas pela presença de um
abuso de direito contratual, e assim, além de causar sua nulidade poderão ainda,
gerar a responsabilidade civil - o dever de reparar um dano.
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Nos termos da sistemática adotada pelo CDC, a caracterização de qualquer
cláusula abusiva independe da análise subjetiva da conduta do fornecedor.
Ou seja, não será questionado se o fornecedor agiu de má-fé ou teve a intenção
de prejudicar o consumidor.
Embora estas cláusulas sejam consideradas nulas, o contrato pode
subsistir. Atente para o § 2º do art. 51.
Art. 51. § 2°. A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato,
exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus
excessivo a qualquer das partes.
A sanção, portanto, é negar efeito unicamente para a cláusula abusiva,
preservando-se, em princípio, o contrato, salvo se a ausência da cláusula
desestruturar a relação contratual, gerando ônus excessivo a qualquer das
partes.
Outra característica da nulidade das cláusulas abusivas é que esta nulidade
será declarada independentemente de pedido, ou seja, será declarada de ofício
pelo juiz.
Deste modo, o reconhecimento da abusividade e a consequente declaração
de nulidade das cláusulas inseridas em contrato de consumo são reconhecidas de
ofício pelo juiz na ação ajuizada pelo consumidor ou até mesmo quando o
consumidor for o réu.
A seguir vamos examinar cada uma das cláusulas do art. 51 do CDC,
apenas alertando que a cláusula V (que equivale ao inciso V) foi alvo de veto
presidencial.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas
ao fornecimento de produtos e serviços que:
¾ Proibição da cláusula de não indenizar (art. 51, I do CDC).
Dispõe o inciso I do Art. 51 do CDC:
I - ¹impossibilitem, ²exonerem ou ³atenuem a responsabilidade do fornecedor por
vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição
de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica,
a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
A primeira causa de nulidade de uma cláusula contratual de consumo ocorre
quando esta afasta a responsabilidade do fornecedor ou prestador.
Quanto a este ponto, podemos lembrar dos avisos que encontramos nos
HVWDFLRQDPHQWRV�� RQGH� VH� Or�� ³2� HVWDFLRQDPHQWR� QmR� VH� UHVSRQVDELOL]D� SRU�
REMHWRV�GHL[DGRV�QR�LQWHULRU�GRV�YHtFXORV´��e�FODUR�TXH�GLDQWH�GR�TXH�DFDEDPRV�
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de ver, e levando em consideração esta primeira cláusula, tal observação não
tem valor. O estacionamento será responsabilizado pelos objetos furtados, pois
a segurança é algo inerente, é o próprio motivo do contrato com o
estacionamento.
Sobre este tema temos a Súmula 130 do STJ:
³D empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de
YHtFXOR�RFRUULGRV�HP�VHX�HVWDFLRQDPHQWR´�
A última parte deste inciso, trata das pessoas jurídicas: ³Nas relações de
consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá
VHU�OLPLWDGD��HP�VLWXDo}HV�MXVWLILFiYHLV´� É pacífico que a pessoa jurídica poderá
ser considerada consumidora, no entanto, entende-se que sua vulnerabilidade
não será tão acentuada quanto aquela da pessoa física. Assim, em situações
justificáveis, poderá haver uma limitação da indenização.
Usando as palavras de Leonardo Roscoe Bessa4: ³1mR� EDVWD� VHU�
consumidor-pessoa jurídica para se limitar a indenização. É necessário
caracterizar-VH� XPD� ³VLWXDomR� MXVWLILFiYHO´�� FRPR� H[SOLFLWDPHQWH� LQGLFDdo pelo
inciso I do art. 51. A doutrina tem exigido a presença de vários requisitos, entre
eles que exista alguma vantagem patrimonial em favor do consumidor e que a
FOiXVXOD�OLPLWDGRUD�VHMD�UHVXOWDGR�GH�HIHWLYD�QHJRFLDomR�HQWUH�DV�SDUWHV´�
¾ Subtração da opção de reembolso (art. 51, II do CDC).
Dispõe o inciso II do Art. 51 do CDC:
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos
casos previstos neste código;
O CDC garante em vários artigos o direito de reembolso pela quantia paga.
Como vimos anteriormente (art. 49) o consumidor que se arrepender de uma
FRPSUD�IHLWD�IRUD�GR�HVWDEHOHFLPHQWR�FRPHUFLDO�WHUi�RV�YDORUHV�SDJRV�³D�TXDOTXHU�
título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato,
PRQHWDULDPHQWH�DWXDOL]DGRV´�
Além do exemplo citado acima, ao longo do CDC temos vários outros, como
art. 18, § 1º, II; art. 19, IV; art. 20, II (todos já vistos em nossas aulas
passadas).
Por fim, o fundamento para este inciso está na máxima que veda o
enriquecimento ilícito.
4Manual de Direito do Consumidor. Ed. Revista dos Tribunais; 4ª edição; 2012. Pág. 361.
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¾ Transferência da responsabilidade a terceiro (art. 51, III
do CDC).
Dispõe o inciso III do Art. 51 do CDC:
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
Será nula a cláusula que transfira a responsabilidade assumida por um
fornecedor ou prestador para outro, porque a escolha de determinado fornecedor
está baseada na confiança e na qualidade de seus serviços. Assim, eventual
cláusula que conste no contrato consumerista e que autorize a terceiro assumir
a obrigação será considerada nula.
¾ Boa-fé objetiva e equilíbrio econômico do contrato (art.
51, IV do CDC).
Dispõe o inciso IV do Art. 51 do CDC:
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé
ou a equidade;
Em complemento a este inciso temos o § 1º, também do art. 51:
§ 1º. Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do
contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a
natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias
peculiares ao caso.
Um exemplo dessa cláusula abusiva aparece no Enunciado 432 da V
Jornada de Direito Civil: ³(P� FRQWUDWRV� GH� ILQDQFLDPHQWR� EDQFiULR�� VmR�
abusivas cláusulas contratuais de repasse de custos administrativos (como
análise de crédito, abertura de cadastro, emissão de fichas de compensação
bancária etc.), seja por estarem intrinsicamente vinculadas ao exercício da
atividade econômica, seja por violarem o princípio da boa-fé objetiva´�
Deste modo, serão consideradas nulas as cláusulas que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada ou que sejam incompatíveis com a
boa-fé e a equidade (esta última parte é muito importante, porque ambos são
princípios basilares do sistema de proteção consumerista).
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¾ Proibição de inversão do ônus da prova em prejuízo do
consumidor (Art. 51, VI do CDC).
Dispõe o inciso VI do Art. 51 do CDC:
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
Como vimos na aula passada a responsabilidade objetiva é a regra para a
relação de consumo, sendo assim, a necessidade de o consumidor provar a culpa
do fornecedor ou prestador é afastada. Não teria sentido uma cláusula que
autorizasse o contrário, além do mais a inversão do ônus da prova em favor do
consumidor constitui uma das armas de defesa dos consumidores.
AssLP��VHUi�QXOD�D�FOiXVXOD�TXH�DXWRUL]H�TXH�HVWD�³DUPD´�VHMD�YLUDGD�FRQWUD�
o consumidor.
¾ Utilização compulsória de arbitragem (Art. 51, VII do
CDC).
Dispõe o inciso VII do Art. 51 do CDC:
VII ± determinem a utilização compulsória de arbitragem;
A arbitragem é um meio não processual de resolver possíveis conflitos
decorrentes da relação contratual. Este acordo para que se utilize a arbitragem é
chamado de compromisso.
De acordo com o art. 852 do Código Civil a arbitragem poderá ser utilizada
para direitos patrimoniais disponíveis, mas não pode atingir os direitos da
personalidade ou inerentes a dignidade da pessoa humana. Observe que a
proteção dos direitos do consumidor está mais próxima destes direitos
existenciais relativos à proteção da pessoa.
Portanto, nos contratos de consumo, uma cláusula que autorize a
arbitragem compulsória como forma de resolução dos conflitos será considerada
nula.
¾ Imposição de representante (Art. 51, VIII do CDC).
Dispõe o inciso VIII do Art. 51 do CDC:
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo
consumidor;
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Esta cláusula é chamada pela doutrina de cláusula-mandato5. Através de
sua inclusão autoriza-se que o consumidor seja representado por terceiro.
Existem várias jurisprudências a respeito do assunto, vamos colocar uma
para que sirva de exemplo: TRF da 1ª Região ± Apelação Civil 199833000193031
± Quinta Turma ± Juiz Federal Marcelo Albernaz (convocado) ± j. 17.04.2009��³e�
ilegal e abusiva a cláusula por meio da qual, em contratos do sistema financeiro
da habitação, os mutuários conferem mandato à CEF para: assinar cédulas
hipotecárias; assinar escritura de retificação e aditamento do contrato de mútuo;
receber indenização da seguradora; representa-los com poderes amplos em caso
GH�GHVDSURSULDomR�GR�LPyYHO´�
¾ Opção exclusiva do fornecedor em concluir o contrato
(Art. 51, IX do CDC).
Dispõe o inciso IX do Art. 51 do CDC:
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando
o consumidor;
Esta cláusula determinaria que apenas o fornecedor ou prestador
decidiriam sobre o contrato, impedindo a equivalência contratual com direitos e
deveres para ambos os contratantes.
Nas palavras de Leonardo Roscoe Bessa6: ³2�GLVSRVWR�QR�LQFLVR�,;�GR�DUW�
51 reforça a ideia de que o momento pré-contratual é vinculativo ao fornecedor,
não havendo, após concordância do consumidor, a menor possibilidade ou opção
GH� ³QmR� FRQFOXLU´� R� FRQWUDWR�� DWp� SRUTXH� D� FRQFOXVmR� RFRUUH�� HP� UHJUD��
justamente no momento que o FRQVXPLGRU�DFHLWD�RV�WHUPRV�GD�RIHUWD´�
¾ Variação unilateral do preço (Art. 51, X do CDC).
Dispõe o inciso X do Art. 51 do CDC:
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira
unilateral;
Aqui temos outra cláusula que está relacionada a vedação do
enriquecimento sem causa. Assim, será nula a cláusula que permita que o
fornecedor aumente seu preço após o contrato já ter sido acertado.
5 Mandato é uma espécie de contrato através do qual, uma pessoa, denominada mandatário,
recebe poderes de outra, designada mandante, para, em nome e por conta desta última, praticar
atos jurídicos ou administrar interesses
6 Manual de Direito do Consumidor. Ed. Revista dos Tribunais; 4ª edição; 2012.Pág. 372.
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¾ Cancelamento unilateral do contrato pelo fornecedor (Art.
51, XI do CDC).
Dispõe o inciso XI do Art. 51 do CDC:
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual
direito seja conferido ao consumidor;
De acordo com este inciso a cláusula que autorize a resilição7 do contrato
por parte do fornecedor só será considerada válida se conceder mesmo poder ao
consumidor. Mas entenda que a mera previsão do direito para ambas as partes
não bastará para o cancelamento unilateral por parte do fornecedor, será preciso
também que se verifique se existe abuso de direito ou, então, ofensa ao princípio
da boa-fé objetiva.
¾ Ressarcimento unilateral dos custos da cobrança pelo
consumidor (Art. 51, XII do CDC).
Dispõe o inciso XII do Art. 51 do CDC:
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem
que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
Esta norma, como muitas outras, tem por objetivo que sejam mantidos o
equilíbrio contratual, a equivalência material e a boa-fé objetiva. Assim, mesmo
que estas despesas sejam previstas para ambas as partes, a cláusula de
imposição não poderá trazer uma onerosidade excessiva, sob pena de adentrar
em outra cláusula abusiva (art. 51, IV) e ser considerada igualmente nula.
¾ Alteração unilateral do contrato (Art. 51, XIII do CDC).
Dispõe o inciso XIII do Art. 51 do CDC:
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do
contrato, após sua celebração;
Da leitura deste inciso (e levando em consideração os outros já vistos) é
certo que qualquer aspecto, patrimonial ou não, decorrente da relação contratual
NÃO pode ser alterado unilateralmente pelo fornecedor.
7 Resilição é o termo jurídico correto para designar a extinção do vínculo contratual que resulta
da manifestação de vontade de uma das partes (unilateral) ou de ambas as partes (bilateral)
independentemente de descumprimento contratual.
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¾ Violação das normas ambientais (Art. 51, XIV do CDC).
Dispõe o inciso XIV do Art. 51 do CDC:
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
Um contrato envolve, a princípio, os interesses das partes contratantes,
entretanto não pode deixar de respeitar direitos de terceiros, principalmente os
que digam respeito à coletividade.
Assim, pode-se afirmar que o contrato que viola valores ambientais é nulo
por desrespeito à função social do contrato, prevista no art. 421 do Código Civil.
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social
do contrato.
Vamos usar o exemplo de Flávio Tartuce8: ³3DUD� LOXVWUDU�� VH�� HP�
determinado contrato de fornecimento de um produto, o consumidor aceita
contratualmente que o seu uso cause danos ao meio ambiente, a previsão é nula,
por contrariar os citados valores de proteção. Além dessa decretação de nulidade,
é possível retirar o produto do mercado, diante de seu índice de periculosidade
DR�PHLR�DPELHQWH´�
¾ Cláusula em desacordo com o sistema de proteção do
consumidor (Art. 51, XV do CDC).
Dispõe o inciso XV do Art. 51 do CDC:
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
Aqui temos mais um inciso que trata da nulidade de cláusula que entre em
conflito com o sistema de proteção consumerista.
Trata-se ± ao lado do inciso IV, de disposição aberta que reforça a ideia de
indisponibilidade dos direitos garantidos pelo Código de Defesa do Consumidor.
Assim, será nula qualquer cláusula que tente afastar direito garantido ao
consumidor.
8 Flávio Tartuce. Daniel Amorim Assumpção Neves. Manual de Direito do Consumidor. Vol. Único,
2013. Págs. 298 e 299.
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¾ Cláusula que possibilite a renúncia do direito de
indenização por benfeitorias necessárias (Art. 51, XVI do
CDC).
Dispõe o inciso II do Art. 51 do CDC:
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.
Benfeitoria é toda obra realizada pelo homem na estrutura de uma coisa
com o objetivo de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. No art. 96 do Código
Civil temos a classificação das benfeitorias.
Art. 96. As benfeitorias podem ser ¹voluptuárias, ²úteis ou ³necessárias.
1º. São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual
do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
2º. São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
3º. São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Tendo em vista a relação de essencialidade com o bem principal, o CDC
deduz como abusiva a cláusula de renúncia ao direito de indenização pelas
benfeitorias necessárias.
Regras para crédito e financiamento no CDC (art. 52
do CDC).
O caput do Art. 52 do CDC estabelece informações mínimas que devem
ser apresentadas ao consumidor, para que este tenha plena noção do custo do
empréstimo ± pois somente conhecendo o quanto lhe custará o contrato é que
poderá tomar uma decisão madura.
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou
concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros
requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III - acréscimos legalmente previstos;
IV - número e periodicidade das prestações;
V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
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É sabido que o Brasil possui uma taxa de juros remuneratórios9 alta, e após
debates o STJ manifestou-se no sentido da possibilidade de rever,
excepcionalmente, contratos com taxas abusivas de juros.
O art. 52 tem, ainda, dois parágrafos:
§ 1°. As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo
não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.(Redação dada
pela Lei nº 9.298, de 1º.8.1996)
§ 2º. É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou
parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
A cláusula de decaimento ou de perdimento (art. 53
do CDC).
Prescreve o art. 53 do CDC:
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante
pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia,
consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda total
das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadimplemento,
pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a
compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá
descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o
desistente ou inadimplente causar ao grupo.
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente
nacional.
Vamos utilizar como exemplo uma jurisprudência do STJ ± REsp.
241.636/SP ± Quarta Turma ± Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira ± j.
17.02.2000 ± DJ 03.04.2000, p. 157�� ³&RPSURPLVVR� GH� FRPSUD� H� YHQGD� GH�
imóvel. Perda das prestações pagas. Distrato pactuado na vigência do Código de
Defesa do Consumidor. Nulidade da cláusula. Recurso desacolhido. Nula é a
cláusula que prevê a perda das prestações pagas, em distrato de compromisso
de compra-e-venda celebrado na vigência do Código de Defesa do Consumidor,
podendo a parte inadimplente requer a restituição do quantum pago, com
correção monetária desde que cada desembolso, autorizada a retenção de
importância fixada pelas instâncias ordinárias em razão do descumprimento do
FRQWUDWR´�
Assim, será nula a cláusula que determine a perda de todas as parcelas já
pagas, mas uma determinada parte poderá ser retida a título de multa pelo
9 Juros remuneratórios são aqueles ditos contratuais, na vigência do mútuo financeiro ou contrato
equivalente, remuneram o capital.
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inadimplemento absoluto da outra parte, visando a ressarcir o promitente-
vendedor dos prejuízos suportados.
Os contratos de Adesão (art. 54 do CDC).
O contrato de adesão é aquele em que apenas uma das partes estipula as
cláusulas e o modo como será o contrato, cabendo à outra parte ± que é chamada
de aderente (você -), apenas aderir a este contrato, ou seja, aceitar as ³UHJUDV´�
pré-estabelecidas.
O contrato de adesão contrapõe-se, deste modo, ao chamado contrato
paritário10, pois neste as partes discutem livremente as condições.
Como exemplos de contratos de adesão, temos aqueles contratos que
assinamos (quando assinamos) para receber um cartão de crédito e para
formalizar determinados seguros.
Acreditamos que você nunca presenciou alguém, no momento de assinar um
contrato deste tipo, discutindo as cláusulas com o gerente do banco ou com o
corretor, não é mesmo? O contrato já chega pronto, fazemos apenas a adesão.
O CDC, em seu art. 54, traz uma definição do que é o contrato de adesão:
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela
autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtosou
serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu
conteúdo.
Tendo em vista o caput do art. 54, seu parágrafo 1º estipula que a inserção
de algumas cláusulas manuscritas e o preenchimento de campos em branco com
dados do consumidor e outras informações não desvirtuam o contrato (que
continuará sendo de adesão).
§ 1°. A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do
contrato.
O CDC não proibiu a utilização do contrato de adesão, mas estipulou várias
regras para que ele tenha validade. Duas destas regras estão nos parágrafos 3º
e 4º:
§ 3º. Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com
caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo
doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. (Redação dada pela nº
11.785, de 2008)
10 O contrato paritário é do tipo tradicional. Nele as partes estão em situação de igualdade, pois
discutem as condições do contrato.
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§ 4°. As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão
ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
Da leitura conjunta dos parágrafos se observa que o fornecedor deverá
cuidar para que o consumidor compreenda adequadamente os direitos e
obrigações resultantes da assinatura do contrato de adesão.
O contrato de adesão, desta forma, deverá ser claro e objetivo, sem
SDODYUDV� ³PL~GDV´� RX� WHUPRV� WpFQLFRV�TXH�GLILFXOWHP�D�FRPSUHHQVmR��(�R�QmR�
cumprimento de tais regras acarretará a invalidade do contrato.
Por fim, é admitido no contrato de adesão a cláusula resolutória ± que é
uma disposição contratual que prevê o término do contrato em decorrência da
inexecução, por parte de um dos contratantes, das obrigações que nele se
contraíram. A parte prejudicada pelo inadimplemento do contrato pode pedir sua
resolução ou exigir-lhe o cumprimento. Em qualquer caso, porém, haverá
indenização por perdas e danos.
§ 2°. Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa,
cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo
anterior.
Assim, será admitida a cláusula resolutória nos contratos de adesão desde
que a escolha caiba ao consumidor.
As sanções administrativas.
Estão previstas no art. 56 do CDC:
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme
o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal
e das definidas em normas específicas:
I - multa;
II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto;
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII - suspensão temporária de atividade;
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI - intervenção administrativa;
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XII - imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade
administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente,
inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
Destacamos que não só a ofensa a normas de defesa do consumidor, mas
também a ofensa a qualquer norma que objetiva a tutela dos interesses materiais
e morais do consumidor, ensejará a aplicação das sanções administrativas.
Para que o procedimento administrativo tenha validade é fundamental que
seja oportunizado ao fornecedor o conhecimento do conteúdo da representação
que lhe é dirigida, para que ele possa fazer sua defesa demonstrando a eventual
improcedência da reclamação.
Nos artigos 57 a 60 do CDC são estabelecidos alguns critérios para a
aplicação da pena de multa.
A penalidade mais aplicada pelo Procon é a de multa, e os valores mínimo
e máximo estão previstos no parágrafo único do art. 57:
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem
auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento
administrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de
1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais ou municipais de proteção
ao consumidor nos demais casos.
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior
a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice
equivalente que venha a substituí-lo.
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação
de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do
registro do produto e revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela
administração, mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa,
quando forem constatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação
ou insegurança do produto ou serviço.
Apesar de o art. 58 falar tanto em vícios como em fatos dos produtos e
serviços, tem-se procurado limitá-los a situações que coloquem em risco a saúde
e a segurança do consumidor.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão
temporária da atividade, bem como a de intervenção administrativa, serão aplicadas
mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando o
fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste
código e na legislação de consumo.
§ 1°. A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de serviço público,
quando violar obrigação legal ou contratual.
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Considerações Finais
E assim findamos mais uma aula.
Não esqueça de resolver as questões propostas. -
Bons estudos!
Aline Baptista Santiago. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CESPE 2013/TRF 2ª Região/Juiz. Com relação às cláusulas abusivas e nulas,
de que trata o CDC, assinale a opção correta.
4. O fornecimento de serviços por determinada empresa pode ser regido por
regra contratual que estipule a utilização obrigatória da arbitragem com o
objetivo de resolver, de forma mais célere, conflitos com consumidores.
5. Um fornecedor do ramo de bens importados pode estipular, contratualmente,
a alteração unilateral nos preços de seus produtos, como instrumento de garantia
para as hipóteses de mudanças bruscas no cenário econômico internacional.
6. Um contrato de prestação de serviços de limpeza predial poderá estabelecer a
utilização de substância química vedada por legislação ambiental, sem que isso
implique a nulidade da respectiva cláu ula.
7. Um contrato poderá prever o ressarcimento, a cargo dos consumidores, dos
custos de cobrança relativa às suas obrigações, em situações de comprovado
risco de inadimplência, sem que esse direito possa ser invertido contra o
fornecedor.
8.Na relação de consumo, uma pessoa jurídica X poderá celebrar com seu
fornecedor Y contrato com cláusula que limite o pagamento de indenizações a
situações justificáveis.
CESPE 2012/TJ-AC/Juiz. Com o advento do CDC, passou-se a aceitar, no
Brasil, a existência de valores jurídicos superiores ao dogma da vontade, como o
equilíbrio e a boa-fé nas relações de consumo. Acerca das cláusulas abusivas nos
contratos de consumo, julgue os itens.
9. A sentença que reconhece a nulidade da cláusula abusiva é declaratória e tem
efeito ex nunc.
10. Nos termos do CDC, prescrevem em cinco anos os prazos referentes à
pretensão do consumidor à reparação pelos danos causados por fato do produto
ou serviço e os referentes à alegação de nulidade da cláusula abusiva.
11. Com o objetivo de promover lealdade, transparência e equilíbrio nas relações
de consumo, o CDC dedica especial atenção à proteção contratual do consumidor
e, reconhecendo que a supremacia do fornecedor sobre o consumidor caracteriza-
se, sobretudo, nas contratações em massa, restringe as cláusulas abusivas ao
contrato de adesão.
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12. A abusividade e a consequente declaração de nulidade das cláusulas
abusivas, conforme entendimento pacificado na doutrina, podem ser conhecidas
por ato de ofício do juiz, independentemente de requerimento da parte ou do
interessado.
13. Nos termos da sistemática adotada pelo CDC, para a caracterização da
abusividade da cláusula, é necessário que o fornecedor tenha agido de má-fé e
que o consumidor não a tenha aceitado conscientemente.
14. CESPE 2012/DPE-ES/Defensor. Considere que Ana tenha celebrado
contrato com a Alfa Máquinas Ltda. para a aquisição de uma máquina de bordar,
visando utilizar o bem para trabalhar e auferir renda para a sua sobrevivência e
a de sua família, e que, nesse contrato, haja cláusula de eleição de foro que
dificulte o livre acesso de Ana ao Poder Judiciário. Nessa situação hipotética, deve
ser declarada a nulidade da referida cláusula, diante da hipossuficiência e
vulnerabilidade econômica da consumidora.
CESPE 2011/TRF 3ª Região/Juiz. A respeito de cláusulas abusivas, julgue os
itens.
15. A nulidade de uma cláusula contratual abusiva invalida o contrato quando,
apesar dos esforços de integração, a sua ausência acarreta ônus excessivos para
qualquer das partes.
16. O rol de cláusulas abusivas estabelecido no art. 51 do CDC é exaustivo.
17. É necessária a má-fé do fornecedor para a caracterização da abusividade de
cláusula, de acordo com o que dispõe o CDC.
18. Da nulidade das cláusulas abusivas ou da desproporcionalidade das
prestações decorre somente sua invalidação, não sendo possível o juiz modificar
o conteúdo das disposições contratuais.
19. Conforme dispõe o CDC, são válidas as cláusulas que determinem a utilização
compulsória da arbitragem.
20. CESPE 2010/DPE-BA/Defensor. A nulidade de uma cláusula contratual
abusiva não invalida o contrato como um todo, exceto quando de sua ausência,
apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das
partes.
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21. CESPE 2010/DPU/Defensor. O direito nega qualquer efeito à cláusula de
contrato tida por abusiva, visto que é considerada eivada de nulidade absoluta.
CESPE 2009/OAB/Exame de Ordem. Joana adquiriu um aparelho de telefone
em loja de eletrodomésticos e, juntamente com o manual de instruções, foi-lhe
entregue o termo de garantia do produto, que assegurava ao consumidor um ano
de garantia, a contar da efetiva entrega do produto. Cerca de um ano e um mês
após a data da compra, o aparelho de telefone apresentou comprovadamente um
defeito de fabricação.
Em face dessa situação hipotética, julgue os itens acerca dos direitos do
consumidor.
22. Após o prazo de um ano de garantia conferida pelo fornecedor, Joana não
poderá alegar a existência de qualquer defeito de fabricação.
23. Joana poderá reclamar eventuais defeitos de fabricação até o prazo de
noventa dias após o final da garantia contratual conferida pelo fornecedor.
24. O prazo para Joana reclamar dos vícios do produto é de apenas noventa dias,
a partir da entrega efetiva do produto, independentemente de prazo de garantia.
25. A lei garante a Joana a possibilidade de reclamar de eventuais defeitos de
fabricação a qualquer tempo, desde que devidamente comprovados.
26. CESPE 2011/TJ-ES/Juiz. Consumidor que adquira produto por meio da
Internet tem direito ao arrependimento, ainda que tenha acesso prévio ao
detalhamento do produto.
CESPE 2011/DPE-MA/Defensor. A respeito da proteção contratual garantida
nas relações jurídicas de consumo, julgue os itens subsequentes.
27. Tratando-se do direito de arrependimento em relação aos produtos
adquiridos fora do estabelecimento comercial, fica o consumidor obrigado apenas
a comprovar as razões alegadas para o desfazimento do negócio, sendo nula
cláusula que vede ou imponha multa decorrente do exercício desse direito.
28. Desde que haja previsão expressa e destacada no contrato, é possível a
substituição da garantia legal pela contratual.
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29. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-
contratos vinculam o fornecedor e dão ao consumidor a oportunidade de pedir a
execução forçada da obrigação de fazer ou não fazer, cabendo ao juiz, como
regra, a providência de converter a obrigação em perdas e danos.
CESPE 2010/OAB/Exame de Ordem. Acerca da disciplina jurídica da proteção
contratual do consumidor, assinale a opção correta.
30. A lei confere ao consumidor a possibilidade de desistir do contrato, no prazo
máximo de quinze dias a contar do recebimento do produto, no caso de
contratação de fornecimento de produtos ocorrida fora do estabelecimento
empresarial.
31. Reputam-se nulas de pleno direito as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que infrinjam normas ambientais ou
possibilitem a violação dessas normas.
32. A garantia contratual exclui a garantia legal, desde que conferida mediante
termo escrito que discipline, de maneira adequada, a constituição daquela
garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar para o seu exercício.
33. A lei limita a 10% do valor da prestação as multas de mora decorrentes do
inadimplemento de obrigações no seu termo, no caso de fornecimento de
produtos que envolva concessão de financiamento ao consumidor.
34. CESPE 2008/STJ/Analista Judiciário. O CDC veda expressamente
cláusulas que impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do
fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos ou serviços. No entanto,
essa disposição é mitigada na relação de consumo entre fornecedor e consumidor
pessoa jurídica, haja vista que, em determinadas situações, a indenização poderá
ser limitada.
35. CESPE 2008/STJ/Analista Judiciário Em matéria de cláusulas abusivas,
o CDC enumera hipóteses em que o caráter abusivo estaria configurado,
adotando, no entanto, um sistema aberto ao admitir outras situações.
CESPE 2009/BACEN/Procurador. Com base nas regras atinentes à proteção
contratual do consumidor, julgue os itens.
36. Em termos de nulidade, o CDC utilizou o sistema fechado das cláusulas
abusivas.
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Questões Comentadas
1. CESPE 2015/TJ-DFT/AJAJ. Tratando-se de contrato de fornecimento de
produto ou serviço com concessão de financiamento, o consumidor possui direito
à liquidação antecipada do valor financiado mediante redução proporcional dos
juros e demais acréscimos, ainda que essa possibilidade não esteja
expressamente prevista no contrato.
Comentário:
Art. 52. § 2º. É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total
ou parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
Item correto.
CESPE 2014/TJ-DF/Juiz de Direito. Carlos ajuizou ação revisional contra o
banco do qual é cliente, alegando a incidência das normas consumeristas e
requerendo a declaração de nulidade das seguintes cláusulas presentes no
contrato de empréstimo bancário firmado neste ano com a instituição financeira:
juros remuneratórios acima de 12% ao ano; capitalização mensal dos juros;
cumulação de comissão de permanência e de correção monetária no período de
normalidade e de inadimplência; multa de 10% sobre o valor total da dívida, por
atraso do pagamento. Também requereu a revisão de ofício, pelo magistrado, de
outras cláusulas que considerava abusivas e a nulidade de cobrança de tarifa de
abertura de crédito e de tarifa de emissão de carnê.
Em relação a essa situação hipotética, julgue os itens conforme o CDC e o
entendimento pacificado do STJ.
2. O banco está autorizado por lei a cobrar multa moratória de 10% sobre o valor
total da dívida, dada a aplicação ao caso de norma do Código Civil, haja vista a
ausência de norma específica no CDC.
Comentário:
Súmula 285 STJ- Nos contratos bancários posteriores ao Código de Defesa do
Consumidor incide a multa moratória nele prevista.
Art. 52. § 1°. As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu
termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.
Item errado.
3. Em regra, é lícita a cláusula que estipula juros remuneratórios acima de 12%
ao ano, pois os bancos não se sujeitam à limitação prevista na lei que trata da
usura. Entretanto, o juiz poderá rever a taxa, desde que Carlos prove cabalmente
que os juros cobrados o tenham colocado em desvantagem exagerada, como,
por exemplo, pela aplicação de taxa muito acima da média de mercado.
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Comentário:
Súmula 283 STJ - As empresas administradoras de cartão de crédito são
instituições financeiras e, por isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não
sofrem as limitações da Lei de Usura.
E ainda, Súmula 382 do STJ11: A estipulação de juros remuneratórios
superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade.
Item correto.
CESPE 2013/TRF 2ª Região/Juiz. Com relação às cláusulas abusivas e nulas,
de que trata o CDC, assinale a opção correta.
4. O fornecimento de serviços por determinada empresa pode ser regido por
regra contratual que estipule a utilização obrigatória da arbitragem com o
objetivo de resolver, de forma mais célere, conflitos com consumidores.
Comentário:
Como vimos esta cláusula está expressamente vedada pelo art. 51, VII do CDC.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que: VII - determinem a utilização compulsória de
arbitragem;
Item errado.
5. Um fornecedor do ramo de bens importados pode estipular, contratualmente,
a alteração unilateral nos preços de seus produtos, como instrumento de garantia
para as hipóteses de mudanças bruscas no cenário econômico internacional.
Comentário:
Outra questão literal do art. 51.
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que: X - permitam ao fornecedor, direta ou
indiretamente, variação do preço de maneira unilateral;
Item errado.
11 Recomendo a leitura: http://stj.jusbrasil.com.br/noticias/1136964/stj-aprova-sumula-que-
permite-juros-superiores-a-12-ao-ano
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6. Um contrato de prestação de serviços de limpeza predial poderá estabelecer a
utilização de substância química vedada por legislação ambiental, sem que isso
implique a nulidade da respectiva cláusula.
Comentário:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que: XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de
normas ambientais;
Item errado.
7. Um contrato poderá prever o ressarcimento, a cargo dos consumidores, dos
custos de cobrança relativa às suas obrigações, em situações de comprovado
risco de inadimplência, sem que esse direito possa ser invertido contra o
fornecedor.
Comentário:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que: XII - obriguem o consumidor a ressarcir os
custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o
fornecedor;
Item errado.
8. Na relação de consumo, uma pessoa jurídica X poderá celebrar com seu
fornecedor Y contrato com cláusula que limite o pagamento de indenizações a
situações justificáveis.
Comentário:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a
responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços
ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o
fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
situações justificáveis;
Item correto.
CESPE 2012/TJ-AC/Juiz. Com o advento do CDC, passou-se a aceitar, no
Brasil, a existência de valores jurídicos superiores ao dogma da vontade, como o
equilíbrio e a boa-fé nas relações de consumo. Acerca das cláusulas abusivas nos
contratos de consumo, julgue os itens.
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9. A sentença que reconhece a nulidade da cláusula abusiva é declaratória e tem
efeito ex nunc.
Comentário:
Uma cláusula abusiva será considerada nula e a sentença que a declarar terá
efeitos ex tunc, ou seja, retroagirá a data de conclusão do negócio, pois desde
aquele momento já preexistia essa situação de invalidade.
Item errado.
10. Nos termos do CDC, prescrevem em cinco anos os prazos referentes à
pretensão do consumidor à reparação pelos danos causados por fato do produto
ou serviço e os referentes à alegação de nulidade da cláusula abusiva.
Comentário:
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato
do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem
do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
Perceba que no artigo referente a prescrição não fala da nulidade da cláusulas
abusiva.
Item errado.
11. Com o objetivo de promover lealdade, transparência e equilíbrio nas relações
de consumo, o CDC dedica especial atenção à proteção contratual do consumidor
e, reconhecendo que a supremacia do fornecedor sobre o consumidor caracteriza-
se, sobretudo, nas contratações em massa, restringe as cláusulas abusivas ao
contrato de adesão.
Comentário:
Esta afirmação está errada, uma vez que as cláusulas abusivas não estão restritasaos contratos de adesão, mas sim, abrange todos os contratos de consumo.
Item errado.
12. A abusividade e a consequente declaração de nulidade das cláusulas
abusivas, conforme entendimento pacificado na doutrina, podem ser conhecidas
por ato de ofício do juiz, independentemente de requerimento da parte ou do
interessado.
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Comentário:
Como vimos na aula uma das consequências da nulidade das cláusulas abusivas
é que esta nulidade será declarada independentemente de pedido, ou seja, de
ofício pelo juiz.
Deste modo, o reconhecimento da abusividade e a consequente declaração de
nulidade das cláusulas inseridas em contrato de consumo podem ser
reconhecidas de ofício pelo juiz, na própria ação ajuizada pelo consumidor ou até
mesmo quando o consumidor for o réu.
Item correto.
13. Nos termos da sistemática adotada pelo CDC, para a caracterização da
abusividade da cláusula, é necessário que o fornecedor tenha agido de má-fé e
que o consumidor não a tenha aceitado conscientemente.
Comentário:
Esta afirmação está errada uma vez que para a caracterização da cláusula
abusiva não será analisada a conduta subjetiva do fornecedor.
Item errado.
14. CESPE 2012/DPE-ES/Defensor. Considere que Ana tenha celebrado
contrato com a Alfa Máquinas Ltda. para a aquisição de uma máquina de bordar,
visando utilizar o bem para trabalhar e auferir renda para a sua sobrevivência e
a de sua família, e que, nesse contrato, haja cláusula de eleição de foro que
dificulte o livre acesso de Ana ao Poder Judiciário. Nessa situação hipotética, deve
ser declarada a nulidade da referida cláusula, diante da hipossuficiência e
vulnerabilidade econômica da consumidora.
Comentário:
Embora não conste de forma expressa esta cláusula ± de eleição de foro,
entende-se que esta será nula. Vimos que o rol do art. 51 é exemplificativo, isso
quer dizer que outras cláusulas poderão ser consideradas abusivas. E
especificamente quanto a esta questão temos um julgado do STJ (REsp.
1.010.834 ±GO, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 5.12.2005), vejamos a
ementa:
³352&(662�&,9,/�(�&21680,'25��&2175$72�'(�&2MPRA E VENDA DE MÁQUINA DE
BORDAR. FABRICANTE. ADQUIRENTE. VULNERABILIDADE. RELAÇÃO DE CONSUMO.
NULIDADE DE CLÁUSULA ELETIVA DE FORO.
1. A Segunda Seção do STJ, ao julgar o REsp 541.867/BA, Rel. Min. Pádua Ribeiro, Rel.
p/ Acórdão o Min. Barros Monteiro, DJ de 16/05/2005, optou pela concepção subjetiva
ou finalista de consumidor.
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2. Todavia, deve-se abrandar a teoria finalista, admitindo a aplicação das normas do
CDC a determinados consumidores profissionais, desde que seja demonstrada a
vulnerabilidade técnica, jurídica ou econômica.
3. Nos presentes autos, o que se verifica é o conflito entre uma empresa fabricante de
máquinas e fornecedora de softwares, suprimentos, peças e acessórios para a atividade
confeccionista e uma pessoa física que adquire uma máquina de bordar em prol da sua
sobrevivência e de sua família, ficando evidenciada a sua vulnerabilidade econômica.
4. Nesta hipótese, está justificada a aplicação das regras de proteção ao consumidor,
notadamente a nulidade da cláusula eletiva de foro.
���1HJDGR�SURYLPHQWR�DR�UHFXUVR�HVSHFLDO´�
Item correto.
CESPE 2011/TRF 3ª Região/Juiz. A respeito de cláusulas abusivas, julgue os
itens.
15. A nulidade de uma cláusula contratual abusiva invalida o contrato quando,
apesar dos esforços de integração, a sua ausência acarreta ônus excessivos para
qualquer das partes.
Comentário:
Art. 51. § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato,
exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus
excessivo a qualquer das partes.
Item correto.
16. O rol de cláusulas abusivas estabelecido no art. 51 do CDC é exaustivo.
Comentário:
Vimos que o rol do art. 51 não é exaustivo mas sim exemplificativo.
Item errado.
17. É necessária a má-fé do fornecedor para a caracterização da abusividade de
cláusula, de acordo com o que dispõe o CDC.
Comentário:
Para a caracterização da cláusula abusiva não será analisada a conduta subjetiva
do fornecedor.
Item errado.
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18. Da nulidade das cláusulas abusivas ou da desproporcionalidade das
prestações decorre somente sua invalidação, não sendo possível o juiz modificar
o conteúdo das disposições contratuais.
Comentário:
Art. 51. § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato,
exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus
excessivo a qualquer das partes.
O juiz poderá modificar o conteúdo das disposições contratuais.
Item errado.
19. Conforme dispõe o CDC, são válidas as cláusulas que determinem a utilização
compulsória da arbitragem.
Comentário:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que: VII - determinem a utilização compulsória de
arbitragem;
Item errado.
20. CESPE 2010/DPE-BA/Defensor. A nulidade de uma cláusula contratual
abusiva não invalida o contrato como um todo, exceto quando de sua ausência,
apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das
partes.
Comentário:
Art. 51. § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato,
exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus
excessivo a qualquer das partes.
Item correto.
21. CESPE 2010/DPU/Defensor. O direito nega qualquer efeito à cláusula de
contrato tida por abusiva, visto que é considerada eivada de nulidade absoluta.
Comentário:
As cláusulas abusivas são consideradas nulas de modo absoluto.
Item correto.
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CESPE 2009/OAB/Exame de Ordem. Joana adquiriu um aparelho de telefone
em loja de eletrodomésticos e, juntamente com o manual de instruções, foi- lhe
entregue o termo de garantia do produto, que assegurava ao consumidor um ano
de garantia, a contar da efetiva entrega do produto. Cerca de um ano e um mês
após a data da compra, o aparelho de telefone apresentou comprovadamente um
defeito de fabricação.
Em face dessa situação hipotética, julgue os itens acerca dos direitos do
consumidor.
22. Após o prazo de um ano de garantia conferida pelo fornecedor, Joana não
poderá alegar a existência de qualquer defeito de fabricação.
Comentário:
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante
termo escrito.
Item errado.
23. Joana poderá reclamar eventuais defeitos de fabricação até o prazo de
noventa dias após o final da garantia contratual conferida pelo fornecedor.
Comentário:
Está correta a afirmação, pois uma vez que o prazo de garantia contratual acabou
começará a correr a garantia legal, que no caso será de 90 dias tendo em vista
ser um bem durável.
Item correto.
24. O prazo para Joana reclamar dos vícios do produto é de apenas noventa dias,
a partir da entrega efetiva do produto, independentemente de prazo de garantia.
Comentário:
O prazo para Joana reclamar de vício seria de um ano - da garantia contratual e
de mais 90 dias da garantialegal, contado do momento em que o vício oculto
apareceu.
Item errado.
25. A lei garante a Joana a possibilidade de reclamar de eventuais defeitos de
fabricação a qualquer tempo, desde que devidamente comprovados.
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Comentário:
O direito de reclamar será de 30 (produtos não duráveis) ou 90 (produtos
duráveis) dias a contar da data de entrega ou a contar da data em que o vício
apareceu, levando em consideração a vida útil do produto.
Item errado.
26. CESPE 2011/TJ-ES/Juiz. Consumidor que adquira produto por meio da
Internet tem direito ao arrependimento, ainda que tenha acesso prévio ao
detalhamento do produto.
Comentário:
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação
de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste
artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão,
serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.
Item correto.
CESPE 2011/DPE-MA/Defensor. A respeito da proteção contratual garantida
nas relações jurídicas de consumo, julgue os itens subsequentes.
27. Tratando-se do direito de arrependimento em relação aos produtos
adquiridos fora do estabelecimento comercial, fica o consumidor obrigado apenas
a comprovar as razões alegadas para o desfazimento do negócio, sendo nula
cláusula que vede ou imponha multa decorrente do exercício desse direito.
Comentário:
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação
de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio.
Não existe a necessidade de se justificar as razões de querer o desfazimento do
negócio.
Item errado.
28. Desde que haja previsão expressa e destacada no contrato, é possível a
substituição da garantia legal pela contratual.
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Comentário:
Como vimos a garantia contratual será somada a garantia legal.
Item errado.
29. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-
contratos vinculam o fornecedor e dão ao consumidor a oportunidade de pedir a
execução forçada da obrigação de fazer ou não fazer, cabendo ao juiz, como
regra, a providência de converter a obrigação em perdas e danos.
Comentário:
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-
contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive
execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
De acordo com o artigo, a boa-fé objetiva tem uma função de integração de todas
as fases contratuais ± pré-contratual, contratual e pós-contratual.
Assim, não sendo respeitado o que se espera do contrato celebrado caberão as
medidas específicas previstas no art. 84 e em seus parágrafos.
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer,
o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas
optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático
correspondente.
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código
de Processo Civil).
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após
justificação prévia, citado o réu.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,
fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá
o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de
coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de
requisição de força policial.
Item errado.
CESPE 2010/OAB/Exame de Ordem. Acerca da disciplina jurídica da proteção
contratual do consumidor, assinale a opção correta.
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30. A lei confere ao consumidor a possibilidade de desistir do contrato, no prazo
máximo de quinze dias a contar do recebimento do produto, no caso de
contratação de fornecimento de produtos ocorrida fora do estabelecimento
empresarial.
Comentário:
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação
de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio.
Item errado.
31. Reputam-se nulas de pleno direito as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que infrinjam normas ambientais ou
possibilitem a violação dessas normas.
Comentário:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que: XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de
normas ambientais;
Item correto.
32. A garantia contratual exclui a garantia legal, desde que conferida mediante
termo escrito que discipline, de maneira adequada, a constituição daquela
garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar para o seu exercício.
Comentário:
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo
escrito.
Item errado.
33. A lei limita a 10% do valor da prestação as multas de mora decorrentes do
inadimplemento de obrigações no seu termo, no caso de fornecimento de
produtos que envolva concessão de financiamento ao consumidor.
Comentário:
Art. 52. § 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu
termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.
Item errado.
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34. CESPE 2008/STJ/Analista Judiciário. O CDC veda expressamente
cláusulas que impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do
fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos ou serviços. No entanto,
essa disposição é mitigada na relação de consumo entre fornecedor e consumidor
pessoa jurídica, haja vista que, em determinadas situações, a indenização poderá
ser limitada.
Comentário:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a
responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços
ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o
fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
situações justificáveis;Item correto.
35. CESPE 2008/STJ/Analista Judiciário Em matéria de cláusulas abusivas,
o CDC enumera hipóteses em que o caráter abusivo estaria configurado,
adotando, no entanto, um sistema aberto ao admitir outras situações.
Comentário:
Como vimos em aula o rol do art. 51 é exemplificativo - poderão haver outras
cláusulas além das previstas no CDC.
Item correto.
CESPE 2009/BACEN/Procurador. Com base nas regras atinentes à proteção
contratual do consumidor, julgue os itens.
36. Em termos de nulidade, o CDC utilizou o sistema fechado das cláusulas
abusivas.
Comentário:
O rol do art. 51 é exemplificativo - poderão haver outras cláusulas além das
previstas no CDC.
Item errado.
37. Mesmo que o consumidor seja pessoa jurídica, não poderá ser considerada
válida cláusula que estabeleça limitação da indenização.
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Comentário:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao
fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a
responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços
ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o
fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
situações justificáveis;
Item errado.
38. Quando o fornecedor for instituição financeira, ao contrato não serão
aplicadas as regras do CDC.
Comentário:
Atente para a súmula 297 do STJ: ³2�&yGLJR�GH�'HIHVD�GR�&RQVXPLGRU�p�DSOLFiYHO�
jV�LQVWLWXLo}HV�ILQDQFHLUDV´�
Item errado.
39. CESPE 2010/MPE-SE/Promotor de Justiça. Considerando que um
indivíduo tenha contratado, por telefone, determinado serviço, ele poderá desistir
da assinatura em até sete dias.
Comentário:
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua
assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação
de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio.
Item correto.
40. CESPE 2010/EMBASA/Analista de Saneamento. A invalidade de uma
cláusula abusiva, em princípio, não invalida todo o contrato.
Comentário:
Art. 51. § 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato,
exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus
excessivo a qualquer das partes.
Item correto.
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Anexo - Lei nº 8.078/1990
Leitura pertinente a esta aula!
CAPÍTULO VI
Da Proteção Contratual
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os
consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio
de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a
dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável
ao consumidor.
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e
pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor, ensejando
inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de
sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a
contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto
neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo
de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante
termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e
esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como
a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do
consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor,
no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e
uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
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SEÇÃO II
Das Cláusulas Abusivas
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas
ao fornecimento de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por
vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou
disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o
consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações
justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos
previstos neste código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé
ou a equidade;
V - (Vetado);
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico
pelo consumidor;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora
obrigando o consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de
maneira unilateral;
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DIREITO DO CONSUMIDOR ± TRF 1ª PÓS-EDITAL
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XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual
direito seja conferido ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação,
sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a
qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias
necessárias.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do
contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a
natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias
peculiares ao caso.
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato,
exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus
excessivo a qualquer das partes.
§ 3° (Vetado).
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer
ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade
de cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma
não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações

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