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Apostila de Economia geral (2)

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Prof.ª Shirley Sabba Coelho E-mail: shirleysabba@yahoo.com.br 
 
1 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Prof.ª Shirley Sabba Coelho E-mail: shirleysabba@yahoo.com.br 
 
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CURSO DE DIREITO 
 
1. CONCEITOS BÁSICOS EM ECONOMIA 
Origem da Economia: a palavra economia deriva do grego OIKONOMUS (OIKO significa casa 
e NOMUS leis) que significa administração de uma casa ou estado. 
Conceito: É uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar 
recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as 
pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. 
Objeto de Estudo da Economia: Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção 
são escassos; contudo as necessidades humanas são ilimitadas, e sempre se renovam. Isso 
obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da 
atividade produtiva aos vários grupos da sociedade. 
 
Necessidades humanas: São diversificadas e insaciáveis. Sensação da falta de alguma coisa 
unida ao desejo de satisfazê-la. 
 
Recursos escassos: São aqueles que não existem em abundância e que pagamos pela sua 
utilização. 
 
Escassez: significa que os recursos disponíveis são insuficientes para satisfazer todas as 
necessidades e desejos. Estando ausentes a escassez dos recursos e a possibilidade de fazer 
usos alternativos desses recursos, não haverá problema econômico. 
 
PIRÂMIDE DE MASLOW 
 
O COMPORTAMENTO COMO PADRÃO DE 
CONSUMO DA SOCIEDADE 
Recursos: é o que utilizamos para produzir. Podem ser limitados em quantidade, combináveis 
ou não. Classificam-se em: 
• Recursos Livres: são os recursos abundantes. Ex: ar, sol, chuva. 
• Recursos Econômicos: são os recursos escassos. Ex: água, terra agrícola. 
 
 
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3 
CURSO DE DIREITO 
• Recursos Produtivos: são aqueles utilizados como fatores de produção. Ex: Terra, trabalho, 
capital, capacidade empresarial, tecnologia. Eles se dividem em humanos e não-humanos. 
 
Fatores de Produção: Chamados também de recursos de produção da economia, são 
constituídas pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e 
tecnologia. 
 
Cada fator de produção corresponde uma remuneração, a saber: 
Fator de Produção Tipo de Remuneração 
Trabalho Salário 
Capital Juro 
Terra Aluguel 
Tecnologia Royalties 
Capacidade empresarial Lucro 
 
 
Bens e serviços: 
Bens 
Os agentes se comportam de diferentes formas em suas escolhas de acordo com o tipo do bem 
que desejam. Suas decisões de escolha devem ser livres para desejar e comprar aquilo que 
podem e têm vontade. 
 
Os bens e serviços, porém, possuem suas peculiaridades que podem ser classificadas por 
diferentes tipos. Dessa forma, em relação à renda e aos preços, um bem pode ser: 
 
Os bens materiais se dividem em: 
 
1. Bens de consumo: são os bens materiais duráveis e não-duráveis. 
 
2. Bens de capital: são o que utilizamos para produzir outros bens ou serviços. 
 
Outras Classificações para Bens em Economia 
 
Normal ou Inferior 
• Normal: quando aumenta a renda do indivíduo, aumenta a demanda pelo bem (e vice-
versa); 
• Inferior: quando aumenta a renda do indivíduo diminui a demanda pelo bem (e vice-versa). 
 
Substitutos ou Complementares 
• Substitutos – quando o preço de um bem aumenta, sua demanda cai e a demanda do outro 
bem aumenta; 
• Complementares – quando o preço de um bem diminui, aumenta não apenas sua demanda 
como também do outro bem. 
 
Intermediários ou Finais. 
• Intermediários: não estão pronto para o consumo, vão sofrer um processo de transformação; 
• Finais: já se encontram pronto para o consumo. 
 
Serviços 
 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
Não se destina a produzir um bem, mas a satisfação da sociedade, através de uma atividade. 
Podemos diferenciar bem como algo tangível e serviço como algo não tangível. 
 
Setores econômicos 
 
• Primário: Onde o produto se encontra da forma natural e não sofreu nenhum processo de 
transformação. Pesca, agricultura. 
 
• Secundário: Onde o produto extraído do setor primário vai passar por um processo de 
transformação. Indústria, construção. 
 
• Terciário: Setor onde ocorre a prestação de serviços. Bancos, comércio. 
 
• Quaternário: Informação 
 
Os Problemas Econômicos Fundamentais 
Da escassez dos recursos ou dos fatores de produção, associa-se às necessidades ilimitadas 
do homem, originando problemas econômicos fundamentais: 
a) O quê e quanto produzir: Dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de 
escolher, quais produtos serão produzidos e em que quantidades. 
b) Como produzir: A sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão 
utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. 
c) Para quem produzir: A sociedade terá também que decidir como seus membros participarão 
da distribuição dos resultados de sua produção (demanda, oferta, determinação de salários, 
das rendas das terras, dos juros etc). 
Em economias de mercado, esses problemas são resolvidos pelos mecanismos de preços 
atuando por meio da oferta e da demanda. Nas economias centralizadas, essas questões são 
decididas por um órgão central de planejamento, a partir de um levantamento dos recursos de 
produção disponíveis e das necessidades do país, e não pela oferta e demanda no mercado. 
 
Divisão do Estudo Econômico: A análise econômica, para fins metodológicos e didáticos, é 
normalmente dividida em quatro áreas de estudo: 
I. Microeconomia: Estuda a formação de preços em mercados específicos, ou seja, como 
consumirdes e empresas interagem no mercado por meio da ação conjunta da demanda e 
da oferta. 
II. Macroeconomia. Estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados 
nacionais, como o PIB (Produto Interno Bruto), investimento e poupança agregada e o nível 
geral dos preços. 
III. Economia Internacional: estuda as condições de equilíbrio do comercio externo (exportação 
e Importação) taxa de cambio, balanço de pagamento e outros. 
IV. Desenvolvimento e Crescimento Econômico: preocupa-se com a melhoria do padrão de 
vida da coletividade ao longo do tempo 
 
Inter-relação da Economia com outras áreas do conhecimento 
Economia: Apesar de ser uma ciência social, a Economia é limitado pelo meio físico, dado que 
os recursos são escassos, e se ocupa de quantidades físicas e das relações entre as 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
quantidades, como a que se estabelece entre a produção de bens e serviços e os fatores de 
produção utilizados no processo produtivos. 
 
Economia e a Política: São áreas muito interligadas, tornando-se difícil estabelecer uma relação 
de casualidade entre elas. A estrutura política se encontra muitas vezes subordinadas ao poder 
econômico. Citemos alguns exemplos: 
Poder Econômico dos latifundiários, poder dos oligopólios e monopólios, poder das corporações 
estatais. 
a. Economia e a História: A pesquisa histórica é extremamente útil e necessária para 
Economia, pois ela facilita a compreensão do presente e ajuda nas previsões para o futuro 
com base nos fatos do passado. As guerras e revoluções, por exemplo, alteraram o 
comportamento e a evolução da Economia. 
b. Economia e a Geografia: A Geografia não é o simples registro de acidentes Geográficos 
e climáticos. Ela nos permite avaliar fatores muito úteis à análise econômica, como as 
condições geoeconômicas dos mercados, a concentração espacial dos fatores produtivos,a localização de empresas e a composição setorial da atividade econômica. 
c. Economia, Moral, Justiça e Filosofia: Na pré-economia, antes da Revolução Industrial 
do século XVIII, que corresponde ao período da Idade Média, a atividade econômica era 
vista como parte integrante da Filosofia, Moral e Ética. A Economia era orientada por 
princípios morais e de justiça. 
 
Sistemas Econômicos 
Pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada 
uma sociedade. 
Os elementos básicos de um sistema econômico são: 
a) Estoques de Recursos Produtivos ou Fatores de Produção: recursos humanos (trabalho e 
capacidade empresarial), o capital, terra, reservas naturais e a tecnologia. 
b) Complexo de unidades de produção: constituído pelas empresas. 
c) Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são à base da 
organização da sociedade. 
 
Os sistemas econômicos podem ser classificados em: 
 Sistema capitalista, ou economia de mercado, é aquele regido pelas forças de mercado, 
predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção. 
 Sistema socialista ou economia centralizada, ou ainda economia planificada, é aquele em 
que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de 
planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores de produção. 
 
 
2. NOÇÕES DE MICROECONOMIA 
 
Objetivos da Microeconomia 
A Teoria Microeconômica (ou Teoria dos Preços, como também é conhecida) preocupa-se em 
estudar o comportamento econômico das unidades econômicas individuais, tais como 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
consumidores, empresas e proprietários de recursos. Ela trata, basicamente, dos fluxos de bens 
e serviços das empresas para os consumidores, dos fluxos dos recursos produtivos (ou seus 
serviços) dos seus proprietários para as empresas, da composição desses fluxos e da formação 
dos preços dos componentes desses fluxos. Nesse sentido, um dos objetivos básicos da Teoria 
Microeconômica é responder questões do tipo: 
- O que determina o preço dos diversos tipos de bens e serviços? 
- O que determina a remuneração de um trabalhador? 
- O que determina o quanto de cada mercadoria será produzida? 
- O que determina a maneira pela qual um indivíduo gasta sua renda entre os mais diversos 
tipos de bens e serviços? 
 
2.1 O MODELO DE DEMANDA E OFERTA 
 
Em economia, a Lei da Oferta e Procura, também chamada de Lei da Oferta e da Demanda é 
a lei que estabelece a relação entre a demanda de um produto - isto é, a procura - e a quantidade 
que é oferecida, a oferta. 
 
A partir dela, é possível descrever o comportamento preponderante dos consumidores na 
aquisição de bens e serviços em determinados períodos, em função de quantidades e preços. 
Nos períodos em que a oferta de um determinado produto excede muito à procura, seu preço 
tende a cair. Já em períodos nos quais a demanda passa a superar a oferta, a tendência é o 
aumento do preço. 
A estabilização da relação entre a oferta e a procura leva, em primeira análise, a uma 
estabilização do preço. Uma possível concorrência, por exemplo, pode desequilibrar essas 
relações, provocando alterações de preço. 
Ao contrário do que pode parecer a princípio, o comportamento da sociedade não é influenciado 
apenas pelos preços. O valor de um produto pode ser um estímulo positivo ou negativo para que 
os consumidores adquiram os serviços que necessitam, mas não é o único. 
 
2.2 DEMANDA 
 
 
 
Quando se fala em demanda de um mercado está se falando em compradores. 
A quantidade demandada é a quantidade de um bem ou serviço que os compradores desejam. 
Em geral, a quantidade demandada está negativamente relacionada com o preço do bem. Tal 
relação é conhecida como a Lei da Demanda. 
 
Lei da Demanda: tudo o mais mantido constante, a quantidade demanda de um bem ou 
serviço diminui a medida que seu preço aumenta. 
 
Fatores que influenciam a demanda. 
• Preço do bem. 
• Renda. 
• Gosto. 
Quantidades que os consumidores estariam dispostos a comprar de um determinado 
produto (bens ou serviços) em função do nível de preços, em determinado período de 
tempo. Todas as demais condições constantes. 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
• Preferência do consumidor. 
• Preço de outros bens relacionados (substitutos / complementares). 
• Propaganda. 
• Número de consumidores. 
• Qualidade 
• Expectativa do Consumidor 
 
Se o preço permanece constante e varia uma das condições ceteris paribus, teremos um 
deslocamento positivo ou negativo da curva de demanda. Se o preço de um bem e a 
quantidade desse mesmo bem varia, teremos um deslocamento na curva de demanda. 
 
Curva de Demanda 
 
Quando a Lei da Demanda é representada graficamente, ela passa a ser chamada de curva 
de demanda. A curva de demanda pode ser individual e representa a relação entre a 
quantidade demanda individualmente e o preço do bem. É chamado preço de reserva a 
quantia máxima que uma pessoa estaria disposta a pagar pelo bem. 
 
Deslocamentos da Curva de Demanda 
Uma curva de demanda pode se deslocar quando algumas variáveis que exercem influência 
sobre a decisão de comprar dos agentes sofrem alterações. 
 
Exemplos de fatores ou variáveis que influenciam a decisão e portanto, a curva de demanda 
são: renda, preços dos bens relacionados, gostos e preferências, expectativas e número de 
compradores. 
 
 
Demanda individual: Representa as quantidades que cada indivíduo está disposto a consumir 
de um produto num dado período de tempo em função do nível de preços. 
 
Demanda de mercado: Será determinada pela demanda individual. Representa o 
comportamento de um grupo de consumidores diante dos movimentos de preços. 
 
2.3 OFERTA 
 
 
Analogamente à demanda, quando se fala em oferta de mercado está se falando em 
vendedores. A quantidade ofertada é a quantidade de um bem ou serviço que os vendedores 
Quantidades que os produtores estariam dispostos a oferecer ao mercado de um 
determinado produto (bens ou serviços) em função do nível de preços, em determinado 
período de tempo. Todas as demais condições constantes. 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
querem e podem vender. Em geral, a quantidade ofertada está positivamente relacionada com 
o preço do bem. Tal relação é conhecida como a Lei da Oferta. 
 
Lei da Oferta: com tudo o mais mantido constante, a quantidade ofertada de um bem aumenta 
quando seu preço aumenta. 
 
Fatores que influenciam a oferta. 
• Preço do bem. 
• Preço dos fatores de produção (insumos). 
• Tecnologia. 
• Preço de outros bens relacionados (substitutos/complementares). 
• Importação/exportação. 
• Clima (no caso de produtos agrícolas). 
• Subsídios/impostos. 
 
Se o preço permanece constante e varia uma das condições ceteris paribus, teremos um 
deslocamento positivo ou negativo da curva de oferta. Se o preço de um bem e a quantidade 
desse mesmo bem varia, teremos um deslocamento na curva de oferta. 
 
Curva de Oferta 
 
Quando a Lei da Oferta é representa da graficamente, ela passa a ser chamada de curva de 
oferta. A curva de oferta pode ser individual e representa a relação entre a quantidade ofertada 
individualmente e o preço do bem. 
 
Deslocamentos da Curva de Oferta 
 
Analogicamente à curva de demanda, a curva de oferta pode se deslocar quando algumas 
variáveis que exercem influência sobre a decisão de vender dos agentes sofrem alterações. 
Exemplos de fatores ou variáveis que influenciam a decisão na curva de oferta são: preços dos 
insumos, tecnologia, expectativas e número de vendedores. 
 
 
 
Oferta individual:Representa as quantidades que um produtor esta disposto a oferecer ao 
mercado. Será alterada por fatores como inovação tecnológica. Investimento em tecnologia vai 
afetar a oferta de um produtor. 
 
Oferta de mercado: Será determinada pelas curvas de oferta individuais. Representa o 
comportamento dos produtores. A alteração nos preços levará a entrada ou saída de produtores 
no mercado deslocando a curva de oferta de mercado. 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
 
2.4 O EQUILÍBRIO 
 
Ao reunir a Curva de Demanda e a Curva de Oferta na mesma representação gráfica, é possível 
achar o equilíbrio do mercado, tanto em termos de quantidade como em termos de preço. 
 
O ponto em que as curvas se cruzam é chamado de Ponto de Equilíbrio, onde o preço igual à 
quantidade demandada com a quantidade ofertada. Essa quantidade é chamada de 
Quantidade de Equilíbrio e o preço que a igual é o Preço de Equilíbrio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. ESTRUTURAS BÁSICAS DE MERCADO 
3.1 CONCORRÊNCIA PERFEITA 
Características: 
• Um número elevado de empresas produtoras e de compradores agindo independentemente de 
tal forma que pela pequena importância de cada um, nenhum possa reunir condições efetivas ou 
poder suficiente para modificar os padrões e os níveis da oferta e da procura. 
• A inexistência de quaisquer diferenças entre os produtos ofertados pelas empresas produtoras, 
o produto da empresa A, deve ser substituto perfeito dos produtos da empresa B, C, D e etc. 
• Devido a padronização dos produtos e ainda um grande número de vendedores e compradores, 
não qualquer possibilidade de que atitudes ou manobras isoladas possam alterar as condições 
vigentes. 
• Perfeita permeabilidade de tal forma que não existam quaisquer barreiras para o ingresso de 
novas empresas, sendo igualmente fácil e socialmente inconsequente o abandono de mercado 
por parte de qualquer uma das empresas que dele já faça parte. 
• Devido um número elevado de empresas concorrentes entre si, as empresas de concorrência 
perfeita precisam recorrer a publicidade como incentivadora da procura. 
 
Gráfico da Concorrência Perfeita: 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
 
 
 
Análise Gráfica: A curva da procura da empresa perfeitamente competitiva é deda por uma reta 
ao nível do preço de mercado, estabelecidos pelos livres mecanismos da oferta e da procura. A 
esse preço toda a produção da empresa será absorvida pelo mercado, não há interesse em 
praticar preços superiores a Po e nem abaixo pois haveria acatamento no lucro da empresa. 
3.2 MONOPÓLIO 
Características: 
• Existência de apenas uma empresa dominando inteiramente a oferta do setor considerado, dessa 
forma o regime de monopólio, ramo industrial e a firma são expressões sinônimas, pois a indústria 
monopolista é necessariamente constituída por uma única firma ou empresa. 
• A inexistência no mercado de produtos capazes de substituir aquele que é produzido pela empresa 
monopolista, assim não há alternativas para compradores, ou estes compram de um único 
produtor existente ou então deixarão de consumir o produto. 
• Controla o preço e o abastecimento de mercado. 
• O ingresso de novas empresas é impossível o surgimento de mais uma implicar no 
desaparecimento do monopólio. 
• A empresa geralmente recorre a campanhas institucionais para salvaguardar sua imagem. 
Gráfico do Monopólio. 
 
P3 
 
P2 
 
P1 
 Q3 Q2 Q1 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
Análise Gráfica: A curva da procura do ponto de vista da empresa monopolista, e a própria 
curva do mercado como um todo. Até p2 sua receita total vai está aumentando, acima de p2 sua 
receita total passar a diminuir então a melhor área de venda é até p2 
 
3.3 CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA 
Características: 
• Existência de um grande número de empresas relativamente iguais em poder concorrencial, esse 
número geralmente se situa numa posição intermediária entre a atomização da concorrência 
perfeita e a estrutura molecular do monopólio. 
• Acentuada diferenciação do produto como uma de suas mais significativas peculiaridades, o bem 
ou serviço de cada empresa apresenta particularidades capazes de distinguirmos dos demais e 
de criar um mercado próprio para ele. 
• Apreciável, porém não muito ampla capacidade de controle sobre os preços, essa capacidade 
dependerá do grau de diferenciação do produto, da proximidade das empresas concorrentes, do 
seu número e do seu esforço mercadológico. 
• Relativa facilidade para o ingresso de novas empresas no mercado, essa facilidade é bem maior 
do que as estruturas dominadas por monopólio, porém algumas barreiras são colocadas em 
relação à concorrência perfeita, pois existem dificuldades para conquistar novas fatias de 
mercado, e obviamente para diferenciar um novo produto à ser lançado. 
 
Gráfico da Concorrência Monopolista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise Gráfica: A curva da procura do ponto de vista da empresa de concorrência monopolista, 
fica numa posição intermediária entre à concorrência perfeita e o monopólio. Devido a 
diferenciação do produto, a diferenciação do produto, a procura pode ser elástica para mais ou 
para menos. 
 
 
 
Pr
eç
os
 
P’ 
0 
Quantidades 
P’ 
P 
P” 
P” 
P 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
3.4 OLIGOPÓLIO 
Características: 
• Um número pequeno de empresas dominado o mercado de tal forma que digamos que 70% da 
oferta seja realizada por um grupo relativamente reduzido de produtores. 
• As indústrias de estrutura oligopolista podem estar produzindo bens e serviços padronizados ou 
diferenciados. 
• Devido o pequeno número de empresas dominantes, o controle sobre os preços pode ser amplo, 
dando lugar inclusive a acordos ou conluios e as práticas conspirativas. Em certos casos porem 
as manobras são dificultadas pela impraticabilidade da ação conjunta pelo preço que as empresas 
possam oferecer. 
• A concorrência extra – preço é considerado como vital, com a “guerra dos preços”, o que pode vir 
a prejudicar todas as grandes empresas do setor. E aquelas que se sentirem prejudicadas podem 
recorrer a outros expedientes concorrenciais, sobre tudo nos casos em que é possível a 
diferenciação do produto. 
O ingresso de novas empresas geralmente é difícil, há consideráveis obstáculos, devido em 
grande parte a dominação exercidas pelas gigantescas empresas que detém parcelas 
substanciais de mercado. 
Gráfico do Oligopólio. 
 
 
 
 
 
 
 
Análise Gráfica: A procura de ponto de vista da empresa oligopolista, na hipótese de não haver 
acordos e sim conluios ou práticas conspirativas, é geralmente indicada por uma “curva 
quebrada”. Nos oligopólios as empresas detêm fatias significativas de mercado e as manobras 
de preço geralmente são dificultadas pelas reações da empresa rivais. Aumentando os preços 
acima de Po, uma empresa oligopolista poderá perder vendas e reduzir suas receitas e reduzindo 
para níveis inferiores a Po, poderá não obter acréscimo significativo nas quantidades caso as 
rivais acompanhem a redução praticada, assim ao nível de Po localiza-se o ponto de ruptura ou 
de quebra de curva típica da procura da empresa oligopolista. 
 
4 NOÇÕES DE MACROECONOMIA 
4.1 CONCEITO DE MACROECONOMIA 
0 
Po 
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P 
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Q 
P 
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Pr
eç
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Quantidades 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
A macroeconomia estuda o funcionamento da economia como umtodo. Seu objetivo é identificar 
e medir as variáveis que determinam o volume de produção total de bens e serviços, o nível de 
emprego e o nível geral de preços do sistema econômico. 
O que consideramos é o somatório das transações que são realizadas pelas entidades que 
intervêm no processo produtivo da economia. O somatório é denominado agregado. As 
entidades intervenientes são chamadas agentes econômicos. 
Na categoria de agentes econômicos são inseridas, as famílias, as empresas, o governo e o 
setor externo. Esta última categoria compreende todas as entidades que pratiquem atos 
econômicos com o país cuja “residência” seja situada fora de suas fronteiras. 
4.2 AGREGADOS MACROECONÔMICOS 
No momento, interessa-nos entender, principalmente, o PNB, o PIB e o Fluxo Circular da Renda. 
A mensuração da atividade econômica por meio dos agregados macroeconômicos é 
denominada “contabilidade nacional ou social” e sua efetivação dão-se por meio das 
transformações dos bens e serviços produzidos em equivalentes em moeda, pois é a moeda que 
permite a sistematização e a contabilidade. Iniciemos nosso estudo analisando uma estrutura 
econômica simples na qual o público consome todos os bens e serviços que estão sendo 
produzidos. Para o entendimento dessa estrutura utiliza-se o conceito de Fluxo Circular da 
Renda. Podemos analisar o fluxo circular da renda sob o ponto de vista do fluxo real – entendido 
como o fluxo físico de fatores de produção e fluxo de bens e serviços finais – ou de sua expressão 
em moeda, o fluxo monetário, que é medido pelo dispêndio das famílias em bens e serviços finais 
produzidos pelas empresas ou pela remuneração percebida pelas famílias em trocas dos fatores 
de produção. 
Consideremos, inicialmente, uma economia que não tenha governo, nem realize transações com 
outros países, como mostrado na figura a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.3 PRINCIPAIS AGREGADOS MACROECONÔMICOS 
4.3.1 O Produto Nacional Bruto (PNB) é a contabilização ou a soma em valores monetários de 
todos os bens e serviços finais produzidos por fatores de produção nacionais, 
independentemente do território econômico, ou seja, são contabilizadas as rendas geradas 
dentro ou fora do país. Pode ser entendido como o valor de mercado de todos os bens e serviços 
finais produzidos pelos residentes permanentes de uma nação em um dado período de tempo. 
4.3.2 O Produto Interno Bruto (PIB) é a contabilização ou a soma em valores monetários ou 
valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos por nacionais ou estrangeiros 
dentro do território econômico de um país em um dado período de tempo. O PIB é um dos 
indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade 
econômica de uma região. 
Na contagem do PNB e no PIB, consideram-se apenas bens e serviços finais, excluindo da conta 
todos os bens de consumo de intermediário (insumos). Isso é feito com o intuito de evitar o 
problema da dupla contagem, quando valores gerados na cadeia de produção aparecem 
contados duas vezes na soma do PIB. 
 
Bens de consumo intermediário são bens que são consumidos na produção de outros bens, 
como os bens de consumo duráveis. Exemplo: placa de televisão é usada para fabricar uma TV. 
O açúcar destinado a uma fábrica de balas. 
 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
Insumo (em inglês: input) em Economia designa um bem ou serviço utilizado na produção de 
um outro bem ou serviço. Inclui cada um dos elementos (matérias-primas, uso de equipamentos, 
capital, horas de trabalho etc.) necessários para produzir mercadorias ou serviços. 
 
O Produto Interno Bruto (PIB) difere do Produto Nacional Bruto (PNB) basicamente pela Renda 
Líquida Enviada ao (ou Recebida do) Exterior (RLEE ou RLRE): seus efeitos são 
desconsiderados nos cálculos do PIB, e considerados nos cálculos do PNB. Em geral, os países 
desenvolvidos possuem um PNB maior que o PIB, ao contrário que acontece com países em 
desenvolvimento. Esta renda (RLEE/RLRE) representa a diferença entre recursos enviados ao 
exterior (pagamento de fatores de produção internacionais alocados no país) e os recursos 
recebidos do exterior a partir de fatores de produção que, sendo do país considerado, encontram-
se em atividade em outros países. 
 
Estrutura da análise macroeconômica: Produto = Renda e pode ser a custo de fatores e a preço de 
mercado. 
Produto a custo de fatores: é quando o governo precisa saber quanto custa o produto de 
fabrica, ou seja, é o preço pago pela indústria. 
Produto a preço de mercado: é o custo de fábrica acrescido de impostos, encargos, fretes e o 
lucro da empresa, ou seja, é o preço pago pelo consumidor final. 
Unidades Produtoras: são todas as empresas que estão alocadas no mercado produtivo de bens e 
serviços. 
 
Tipos de Empresas: quanto á formação jurídica do capital 
Empresa Privada: é aquela cujo capital pertence a terceiros, com a obrigatoriedade de LTDA, 
no final. 
Empresa Pública: é aquela cujo capital pertence ao governo federal, estadual ou municipal. 
Empresa Sociedade de Economia Mista: é aquela cujo capital pertence a terceiros e a 
governos, com a obrigatoriedade de S/A no final. 
Empresa Internacional: é aquela que transcede fronteiras, porém o capital pertence apenas ao 
país sede. 
Empresa Transnacional: é formada pelo capital de governo de países diferentes. 
Empresa Multinacional: é aquela que é formada de tantas quantas forem ás moedas dos países 
envolvidos. 
Principais Agregados: 
- PIB: produto interno bruto – renda devida à produção dentro dos limites territoriais do pais, 
gerados pelas unidades produtoras. 
- PNB: produto nacional bruto – renda que pertence efetivamente aos nacionais. É o PIB mais a 
renda enviada ao exterior (dada pela diferença entre a renda recebida e a renda enviada). 
 
 
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- PNL: produto nacional líquido – é o produto nacional bruto menos a depreciação 
- PIL: produto interno líquido – é o produto que só atende mercado interno ou seja não tem 
competitividade para atendimento do mercado externo. 
- DEP: depreciação – é o desgaste automático do bem e cada bem possui uma vida útil 
determinada. 
- IIB: Imposto indireto Público – é toda arrecadação bruta 
- SUB: subsídios – é uma ajuda governamental dada a algumas empresas para que elas 
mantenham a regularidades dos seus produtos ou serviços. 
- IIL: imposto indireto líquido - é o imposto indireto bruto menos o percentual subsidiado. 
- SBC : saldo da balança comercial – são as exportações (X) menos as importações(M) 
- RLEXT : renda liquida externa – é a renda recebida do exterior menos a renda enviada ao 
exterior. 
 
Fórmulas dos principais Agregados Macroeconômicos: 
PNB cf = PIBpm + RLEXT – IlL 
PNBpm = PIBpm + RLEXT 
PNLcf = PIBpm + RLEXT – DEP – IIL 
PNL pm = PIBpm + RLET – DEP 
PILcf = PIBpm – DEP – IIL 
PIL pm= PIBpm – DEP 
PIB cf = PIBpm – IIL 
PIBpm = PIBcf + IIL 
IIL = IIB – SUB 
RLEXT = RREXT - REEXT 
 
4.4 EVOLUÇÃO DA MOEDA 
4.4.1 O ESCAMBO 
A necessidade das trocas, nas economias, é decorrência da evolução dos costumes sociais, 
onde o indivíduo deixa de ser autossuficiente na produção dos bens de que necessita para sua 
sobrevivência. O pecuarista, por exemplo, necessita trocar a carne que produz por alimentos, 
roupas, móveis e outros bens e serviços que atendam a suas necessidades ou a seus desejos 
de consumo. 
Como nos primórdios da civilização não existia o dinheiro como conhecemos atualmente, a 
maneirade se obter um bem ou serviço de que se necessitava era por meio da troca direta, 
também conhecida por escambo. Acontecia mais ou menos assim: necessitando de um bem 
que não produzia, o indivíduo A procurava trocar seus excedentes com o indivíduo B, produtor 
do bem de que necessitava. 
Essas trocas diretas apresentavam inconvenientes: nem sempre a mercadoria disponível para 
troca pelo indivíduo A era necessária ao indivíduo B. Este necessitava da mercadoria produzida 
 
 
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pelo indivíduo C, e assim por diante. Assim, as trocas esbarravam na dificuldade de se encontrar 
uma contraparte que tivesse exatamente a necessidade oposta, ou seja, a troca só se efetivaria 
se houvesse coincidência de desejos. 
 
4.4.2 MOEDA-MERCADORIA 
Dadas as dificuldades para realizar trocas diretas, a sociedade encontrou uma forma que 
contornasse o problema: a utilização de uma mercadoria como moeda. Surgiu, assim, a 
mercadoria com a função de dinheiro, reconhecida como moeda-mercadoria. Em uma 
economia que comercializa bens num sistema de mercado, a definição de uma mercadoria para 
servir de intermediária nas trocas facilita, sobremaneira, o desenvolvimento das transações. 
Dependendo da região e do momento histórica, várias mercadorias desempenharam o papel de 
moeda: arroz, tecidos, trigo, peixe-seco, gado, sal etc. A propósito, a palavra pecuniário, relativo 
a pecúnia (dinheiro), em português, deriva de pecus que, em latim, quer dizer gado. Outra palavra 
que teve origem em uma moeda-mercadoria é a palavra salário, derivada de sal. A moeda-
mercadoria resolveu o problema da dificuldade de se realizarem trocas diretas. Os bens 
passaram a ser referenciados nesse tipo de moeda e assim as trocas podiam ser efetuadas de 
forma mais fácil. No entanto, tendo resolvido um problema, três outros estavam para serem 
resolvidos: as mercadorias que serviam de moeda eram em geral perecíveis, apresentavam 
problemas de divisibilidade, como no escambo, e traziam, ainda, problemas com a estocagem. 
A criatividade e a experimentação humanas deveriam superar esses problemas. 
4.4.3 MOEDA METÁLICA 
As necessidades e a criatividade humanas fizeram com que surgisse uma solução que 
resolvesse a questão da coincidência de desejos, verificada nas trocas diretas, além do problema 
da perecibilidade e da divisibilidade. É introduzida, então a moeda metálica como intermediária 
das trocas. Retomando o exemplo do pecuarista: ele vende os 50 quilos de carne, recebe como 
pagamento moeda e entrega ao lojista recebendo, em troca, a bicicleta desejada. O lojista, por 
sua vez, entregará parte dessa moeda em pagamento de seu fornecedor, utilizando o restante 
na troca por bens que satisfaçam suas necessidades. O ciclo continua por toda a economia. 
4.4.4 MOEDA-PAPEL 
A moeda de ouro, utilizada em grande escala como intermediação de trocas, trazia dois grandes 
problemas para os indivíduos: o custo de transporte, dado seu volume, e o risco de assaltos. O 
risco de assalto foi determinante na decisão de se manterem as moedas em casas de custódia 
(os ourives), em troca de certificados de depósito. Progressivamente, esses certificados 
passaram a serem usados como moeda. O endosso dava a seus titulares o direito de retirar o 
ouro junto às casas de custódia. Dessa forma, surgia a moeda-papel, cuja característica é ser 
integralmente lastreada em metal precioso. Em outras palavras, o detentor do certificado podia, 
a qualquer momento, dirigir-se à casa de custódia e sacar o equivalente no metal que lhe servia 
de lastro. Essa ação de resgatar o papel em metal é conhecida como conversibilidade. 
4.4.5 PAPEL-MOEDA OU MOEDA FIDUCIÁRIA 
A experiência da custódia e da conversibilidade levou à percepção de que a reconversão dos 
recibos de custódia (moeda-papel) em metais preciosos não era solicitada por todos os seus 
 
 
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detentores ao mesmo tempo. Além disso, novos depósitos eram sempre realizados. Assim, os 
custodiantes começaram, paulatinamente, a emitir certificados não lastreados. A confiança dos 
comerciantes e da comunidade nos fiéis e honrados custodiantes dos metais preciosos ensejou 
a criação do papel-moeda (ou moeda fiduciária). Junto com o papel-moeda nascia, também, a 
atividade bancária. 
A emissão de certificados em montantes superiores ao estoque de metal precioso permitia que 
seus emissores realizassem operações lucrativas, como a aquisição de títulos e ações ou, ainda, 
a concessão de empréstimos que rendiam juros. Quando se adotou essa prática, os recibos 
passaram a ser fracionariamente conversíveis, situação que evoluiu com o tempo, chegando aos 
dias atuais, em que a moeda é de emissão privativa do Estado, onde não há conversibilidade. 
 
4.4.6 MOEDA ESCRITURAL 
À medida que a sociedade evoluiu, a forma de convivência e os relacionamentos comerciais vão-
se modificando. Além do papel-moeda de emissão privativa do Estado, por meio dos bancos 
centrais, há o que chamamos de “moeda bancária” ou “moeda escritural”. Os bancos comerciais 
podem criar moeda, assim como os ourives faziam quando emitiam mais certificados do que o 
ouro que mantinham em depósito. Nos bancos, somente uma parte do total de depósitos é 
utilizada ao mesmo tempo. Em qualquer momento existem pessoas depositando e outras 
retirando, de tal forma que, balanceando essas operações, somente uma parcela do todo é 
movimentado. Ao contrário do que muitas vezes se pensa, o depósito é que é moeda, pois é 
uma promessa de pagar quando lhe for requerida. O cheque, por sua vez, é apenas o mecanismo 
de conversão do depósito em moeda manual, ou seja, nada mais é do que uma ordem de 
transferência de fundos. Como só uma parcela dos depósitos é requerida em espécie, pois 
grande parte retorna aos bancos em forma de novos depósitos, o banco pode fazer a promessa 
de pagar acima do que dispõe e, dessa forma, criar moeda ou meio de pagamento, apesar de 
não poder emitir a moeda que esteja em curso no país (função privativa do Banco Central). 
 
4.4.7 MOEDA VIRTUAL 
A evolução das formas de moeda está vinculada ao aspecto intrínseco de que novas formas são 
adotadas por tornarem mais fáceis as transações entre os agentes econômicos. 
Desde seu surgimento até as modalidades hoje existentes, as transformações da moeda 
estiveram vinculadas ao aspecto da redução dos custos de transação. A moeda na forma digital 
(mecanismo de pagamento por via eletrônica) implica redução significativa nos custos de 
transação. 
Essas novas formas de dinheiro eletrônico ganharam impulso com a criação da Internet, que 
permite a realização de compras via computador, debitando-se os respectivos custos em cartões 
de crédito ou diretamente na conta bancária dos usuários. Além disso, praticamente todos os 
serviços bancários já estão disponíveis na Internet, além da possibilidade de podermos participar 
de leilões, de aquisição de ações etc. 
4.4.8 FUNÇÕES DA MOEDA 
A moeda surgiu da necessidade de os indivíduos trocarem seus excedentes por outros bens de 
que necessitavam, principalmente na medida em que as economias foram se especializando. 
Seu uso generalizado gerou consenso a respeito das funções que deve exercer. São elas: 
 
 
 
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4.4.8.1 Intermediária de trocas 
É a função por excelência da moeda. Qualquer sociedade com grande nível de especialização 
do trabalho e volume significativo de trocas seria inviável sem a existência da moeda. 
Relembremos, mais uma vez, o exemplo do pecuarista. Imagine a dificuldade que ele teria em 
comprar a bicicleta, sem a existência da moeda. 
 
4.4.8.2 Unidade de conta ou medida de valor 
A moeda serve paracomparar o valor de mercadorias diversas (os diversos bens e serviços são 
expressos em quantidade de moeda, por meio dos preços). Além disso, a moeda resolve o 
problema de se somar coisas distintas. Como somaríamos um aparelho de TV e um aparelho de 
som? Com o sistema de preços (que embute a idéia de moeda), basta tomar os valores 
monetários do aparelho de som e da TV e somá-los. Teremos uma referência única, um valor 
que representa ambos os bens. 
4.4.8.3 Reserva de valor 
Um indivíduo que recebe moeda por alguma transação que tenha realizado ou, até mesmo, como 
prêmio, não precisa gastá-la imediatamente. Pode guardá-la para uso posterior. Isto significa que 
ela serve como reserva de valor. Para que bem cumpra esse papel, é necessário que tenha valor 
estável, de forma que quem possua tenha ideia precisa do quanto pode obter em troca. Se a 
economia estiver num processo inflacionário, o valor da moeda vai-se deteriorando, fazendo com 
que esta função não se cumpra. A ideia de reserva de valor, entretanto, só vale para o indivíduo, 
pois, para nação, a riqueza é medida não pela quantidade de moeda, mas, sim, pelos bens e 
serviços produzidos. 
4.4.8.4 Padrão de pagamento diferido 
Quando as operações de compra e venda de bens e serviços se fazem a crédito, à moeda 
intervém como de pagamento, ou seja, o produto é entregue ao comprador sem pagamento 
imediato, deixando expresso o valor do pagamento futuro. 
 
4.5 SISTEMA MONETÁRIO E FINANCEIRO 
 
Conceito de Sistema Financeiro: Conjunto de instituições financeiras e instrumentos 
financeiros que visam transferir recursos dos agentes econômicos (pessoas, empresas, 
governo) superavitários para os deficitários. 
 
 Lei de Reforma Bancária de 1964 
 Lei do Mercado de Capitais de 1965 
 
4.5.1 Estrutura do SFN 
 
 
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4.5.2 Subsistema de Supervisão 
 
 
 
Conselho Monetário Nacional 
FINALIDADE PRINCIPAL: formulação de toda a política de moeda e do crédito, objetivando 
atender aos interesses econômicos e sociais do país. 
 Fixar diretrizes e as normas da política cambial 
 Regulamentar as operações de câmbio 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN)
SUBSISTEMA DE SUPERVISÃO
SUBSISTEMA OPERATIVO
CONSELHO 
MONETÁRIO 
NACIONAL (CMN)
BANCO CENTRAL 
(BACEN)
(CVM) COMISSÃO 
VALORES 
MOBILIÁRIOS
CRSFN CRSFN
Comoc
 
 
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 Controlar a paridade da moeda e o equilíbrio do Balanço de Pagamentos 
 Regulamentar as taxas de juros 
 Regular a constituição e o funcionamento das instituições financeiras 
 Fixar índices de encaixe, capital mínimo e normas de contabilização 
 Acionar medidas de prevenção ou correção de desequilíbrios 
 Disciplinar o crédito e orientar na aplicação dos recursos 
 Regular as operações de redesconto e as operações no mercado aberto 
 
Banco Central do Brasil 
• Executor da Política Monetária. 
• Autoridade Supervisora. 
• Banco Emissor. 
• Banco dos Bancos. 
• Banco do Governo. 
 
Comissão de Valores Mobiliários 
 Incentivar a poupança no mercado acionário. 
 Estimular o funcionamento das bolsas de valores e das instituições operadoras do 
mercado acionário. 
 Assegurar a lisura nas operações de compra/venda de valores mobiliários. 
 Promover a expansão dos negócios do mercado acionário. 
 Proteger aos investidores do mercado acionário. 
 
5 DÉFICIT PÚBLICO 
O déficit público é um dos principais fatores que influencia a economia e, consequentemente, 
a inflação de um país. Ele nada mais é do que quando um governo gasta mais do que arrecada, 
afetando o orçamento governamental, sua política fiscal e investimentos e até a imagem do país 
perante o mercado internacional. 
O valor do déficit público é expresso em percentagem sobre o PIB do país, permitindo a 
comparação entre países e a avaliação do excesso de despesa de cada país em relação ao valor 
da produção. 
 
5.1 Fatores que influenciam no cálculo do déficit público 
De modo simples, o déficit público representa um desequilíbrio entre as despesas e a 
arrecadação com tributos, apontando falhas no processo orçamentário de um governo. Mas esse 
cálculo é influenciado por uma série de fatores econômicos e políticos. 
Entre algumas questões determinantes para que um governo chegue ao déficit estão: os 
métodos de financiamentos utilizados; histórico de déficits anteriores; impacto das dívidas interna 
 
 
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e externa; necessidade de emissão de moeda; e o efeito da inflação sobre a receita e os gastos 
do governo e ainda sobre as variações nas taxas de juros. 
5.2 Tipos de déficit público 
Existem três conceitos diferentes derivados do déficit público: o déficit primário, o déficit 
operacional e o déficit nominal. 
- O déficit primário considera a apuração entre despesas e receitas, não levando em conta o 
cálculo dos juros e da correção monetária. 
- O déficit operacional leva em consideração a apuração entre as despesas e as receitas do 
governo além dos juros, desconsiderando a correção monetária. 
- O déficit nominal leva em consideração todos os fatores e é o que melhor reflete a 
necessidade de captação de recursos pelo governo junto ao setor financeiro. 
 
6 DÍVIDA PÚBLICA 
O que é dívida pública? A dívida pública abrange empréstimos contraídos pelo Estado junto a 
instituições financeiras públicas ou privadas, no mercado financeiro interno ou externo, bem 
como junto a empresas, organismos nacionais e internacionais, pessoas ou outros governos. A 
dívida pública federal pode ser formalizada por meio de contratos celebrados entre as partes, ou 
por meio da oferta de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. Teoricamente, a dívida 
pública é classificada como dívida interna ou dívida externa, de acordo com a localização dos 
seus credores e com a moeda envolvida nas operações. Historicamente, é muito importante 
estudar a evolução dessas duas dívidas de forma separada. Porém, atualmente, diante da 
ausência de restrições ao ingresso e saída de moedas internacionais no Brasil por meio do 
sistema bancário – o que convencionalmente se chama de liberdade de movimentação de 
capitais – esses conceitos precisam ser revistos, pois bancos e instituições estrangeiras são 
credores da dívida “interna”, da mesma forma que bancos e instituições brasileiros podem ser 
credores da dívida “externa”. Além disso, o Brasil tem emitido títulos da dívida externa em reais. 
Tais exemplos demonstram que, atualmente, a natureza de ambas as dívidas – interna e externa 
– se confunde. Somando a chamada dívida “interna” com a “externa”, temos o total da dívida 
pública brasileira. 
6.1 Para quem o governo deve? 
A dívida do governo pode ser interna (quando o credor está dentro do país), ou externa (fora do 
país) para bancos públicos ou privados, investidores privados, instituições financeiras 
internacionais e governos de outros países. 
6.2 Existe limite aceitável para a dívida pública? 
Os credores da dívida, que compram os títulos, se preocupam com a capacidade estimada do 
governo em pagar os seus compromissos. Quanto maior for a capacidade do governo de pagar 
a dívida, menor serão os juros pagos pelo governo. Uma das formas de avaliar o risco da dívida 
é compará-la ao PIB (Produto Interno Bruto). No ano de implantação do Plano Real, 1994, a 
relação dívida líquida/PIB era de 32,5%. A previsão do BC para 2009, de janeiro de 2009, é de 
35%. 
6.3 Quem são os credores da dívida brasileira? 
 
 
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Os maiores credores da dívida pública são osbancos brasileiros, que têm suas carteiras 
compostas por títulos da dívida. Investidores individuais, que têm o dinheiro em fundos de 
investimentos, também são credores do governo. Além disso, organismos internacionais como o 
FMI (Fundo Monetário Internacioal) o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e Banco 
Mundial, além de fundos de pensão. 
 
 
 
 
7. POLÍTICA ECONÔMICA 
É o conjunto de medidas tomadas pelo governo de um país com o objetivo de atuar e influir sobre 
os mecanismos de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Em outras palavras, é 
o conjunto de intervenções do governo de um país em sua economia, procurando alcançar certos 
objetivos. São objetivos primários: 
a) Um nível de produção de bens e serviços que se mantenha próximo da capacidade total 
de produção da economia. Uma situação onde o desemprego estaria perto de zero (o 
mínimo possível); 
b) Nível de preços estabilizado, com inflação muito baixa ou até mesmo sem inflação; 
c) crescimento contínuo da produção de bens e serviços. 
Esses três objetivos podem ser resumidos pela frase “pleno emprego com crescimento adequado 
e sem inflação”. Além desses objetivos primários, a política econômica procura também 
satisfazer objetivos secundários: 
a) produção de um conjunto ótimo de bens e serviços (que atenda as principais necessidades 
da sociedade no momento com eficiência – sem desperdício e no menor custo de produção 
possível); 
b) distribuição desejada e aceitável de renda – a mais justa possível; 
c) equilíbrio nas contas internacionais, ou seja, no balanço de pagamentos. Inserida no campo 
da economia normativa, a política econômica é reflexo de escolhas derivadas de posições 
ideológicas. 
 
7.1 POLÍTICA MONETÁRIA 
 
 A política monetária intervém na sociedade para controlar as variáveis monetárias: moeda, 
crédito e taxa de juros. Essas variáveis são controladas pelo governo, por meio dos instrumentos 
monetários que afetam diretamente o multiplicador bancário: 
Depósito compulsório: parcela dos depósitos à vista, caderneta de popança, depósitos a prazo 
e outras formas de captação dos bancos, que seve ser recolhida ao banco Central. Sua variação 
 
 
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afeta a oferta monetária da economia, ao determinar o restante dos depósitos que poderá ser 
emprestado. Quanto maior o valor do depósito compulsório, menor será a disponibilidade de 
moeda para empréstimos, assim, existe uma relação inversa entre o depósito compulsório e a 
oferta de moeda. 
 
Taxa de redesconto: consiste na taxa de juros cobrada nos empréstimos do Banco Central aos 
bancos. Esses empréstimos têm a finalidade de cobrir a deficiência de caixa dos bancos diante 
da procura de recursos financeiros pelos correntistas. Quando a taxa de redesconto cobrada 
pelo Banco Central estiver baixa, os bancos recebem fortes incentivos para emprestar. Qualquer 
problema de liquidez (falta de recursos financeiros para saldar os compromissos) pode ser 
solucionado pela obtenção de empréstimos junto ao Banco Central. 
Operação de open market (mercado aberto): constituem operações de venda e compra de 
títulos realizadas pelo governo. Consistem no instrumento mais dinâmico da política monetária, 
por permitir o controle diário da oferta de moeda. 
Por meio dessas operações, o governo regula o nível de liquidez da economia. Quando o 
governo compra de títulos da sociedade, aumenta os depósitos nos bancos, o que permite o 
crescimento dos empréstimos bancários, fato que expande a oferta monetária. Na situação 
oposta, quando o governo entra no mercado vendendo títulos, ele retira a moeda que circula na 
sociedade, promovendo “enxugamento” do mercado. 
7.2 POLÍTICA FISCAL 
Na política fiscal, o governo utiliza os instrumentos que controlam a arrecadação de impostos 
(receita) e seus próprios gastos (despesas). Pelo lado da receita, os impostos têm consequência 
direta sobre o nível de demanda agregada da sociedade, pois influem na renda disponível que 
as pessoas destinarão para o consumo. Quanto maior a carga tributária, menor a renda 
disponível para o consumo, e menor a demanda agregada. Pelo lado das despesas, os gastos 
governamentais fazem parte da demanda agregada. Assim, quanto maiores os gastos, maior a 
demanda agregada. De acordo com a teoria Keynesiana (John M. Keynes, 1883-1946), o 
governo de um país, em vez de procurar o equilíbrio no orçamento, deveria praticar uma política 
fiscal de elevação dos gastos públicos e/ou redução de impostos, mesmo que incorrendo em 
déficits orçamentários. Essa política aumentaria a demanda agregada (as empresas e os 
consumidores comprariam mais bens e serviços). Para atender a esse aumento da demanda 
agregada, as empresas necessitariam aumentar a produção de bens e serviços (oferta), 
contratando mais trabalhadores, comprando mãos matérias-primas e máquinas etc. Essa política 
fiscal, inspirada na teoria de Keynes, é denominada política expansionista da demanda de 
produção. Por meio dela, o governo pode expandir a produção e diminuir o desemprego e os 
recursos ociosos (aqueles que não estão produzindo) na economia. Essa política expansionista, 
por estar centrada em contínuos déficits públicos, pode aumentar a dependência do governo aos 
financiamentos internos (o governo necessita vender títulos para a sociedade, para conseguir 
recursos financeiros) e esternos (recorre aos empréstimos estrangeiros). Esse fato pode agravar 
mais ainda os déficits públicos e as contas externas. 
 
7.3 TRIBUTAÇÃO 
 
 
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É a principal e a maior forma de receita do governo. Os impostos são uma imposição do Estado 
a indivíduos, unidades familiares e empresas, para que paguem uma certa quantidade de 
dinheiro em relação a determinados atos econômicos tais como consumo, salários, lucros etc. 
Os impostos podem ser de diferentes tipos: 
Diretos: incidem sobre os indivíduos (contribuintes), e não sobre os bens. Exemplo: Imposto de 
Renda; 
Indiretos: incidem sobre bens e serviços adquiridos pelas pessoas. Exemplos: Imposto sobre 
Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), e Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI); 
Progressivos: é o caso do imposto direto, ou seja, quanto maior a renda, mais se paga de 
imposto; 
Regressivos: é o caso do imposto indireto, ou seja, independentemente da renda, todos pagam 
o mesmo imposto para adquirir os bens e serviços. Dessa forma, há uma incidência maior do 
imposto sobre as pessoas que têm menor renda; e 
Proporcionais: seu percentual permanece constante em relação à renda. 
 
7.3 POLÍTICA CAMBIAL 
Consiste na atuação do governo sobre a taxa de câmbio o que afeta as exportações, as 
importações e o movimento internacional de capital financeiro. 
O governo intervém na taxa de câmbio por meio de mecanismos que podem valorizá-la ou 
desvalorizá-la. 
A valorização ou apreciação da moeda nacional consiste no aumento do seu poder de compra. 
Vamos supor que, pela cotação de hoje, um dólar equivalesse a R$ 4,20. Se a taxa cambial 
diminuísse para R$ 4,00 por dólar, o real ficaria valorizado com o aumento do seu poder de 
compra. 
A desvalorização ou depreciação é o movimento oposto: a moeda nacional perderia o valor de 
compra, por exemplo, o aumento da taxa de câmbio, de R$ 4,00 para R$ 4,20. 
Os movimentos da taxa de câmbio podem afetar o nível de produção de bens e serviços e a 
inflação de uma economia. 
O governo também dispõe de mecanismos de intervenção direta na economia, como 
tabelamento de preços, controle de salários etc. Esses mecanismos são utilizados para 
complementar as políticas econômicas. 
7.4 POLÍTICA INTERNACIONAL 
A política internacional é aquela política feitapor um país para um determinado país, ou para o 
mundo como um todo. Como na política interna, a política internacional tratará temas como 
segurança, economia e relações diplomáticas. 
As Relações Internacionais ou ainda chamado de Relações Exteriores visam ao estudo 
sistemático das relações políticas, econômicas e sociais entre diferentes países cujos reflexos 
transcendam as fronteiras de um Estado. 
 
 
 
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7.4.1 Comércio Internacional: é quando um país comercializa com outros países do mundo, 
envolvendo as exportações, as importações, os fretes, os impostos e o pagamento de royalties e 
etc. 
 
7.4.2 Taxa de Câmbio: é o preço da moeda (divisa) estrangeira pela moeda nacional. Ex: Hoje 
precisamos de R$ 4,00 para comprar 1 U$. 
 
-Taxa de Câmbio Fixa: Ocorre quando o Banco Central mantém a taxa fixada por certo 
período, independente da oferta e da demanda de divisas. 
- Taxa de Câmbio Flutuante: é a taxa de câmbio que varia, conforme variam a oferta e 
a demanda de divisas. É a taxa de equilíbrio do mercado de 
divisas. 
- Tarifa Alfandegária: são tributos cobrados pelos governos de todos os países sobre os 
produtos importados e exportados. A Alfândega é uma 
repartição pública que registra todas as exportações e as 
importações. 
Vantagem Absoluta: é quando cada país se concentra naquilo que é mais eficiente o qual já foi 
beneficiado pelo seu clima, solo ou acidentes geográficos, e com isso torna seus produtos 
mais competitivos no mercado lá fora. 
Vantagem Comparativa: é quando dois ou mais países se beneficiam do comércio entre eles. 
Ex: Temos o caso do Brasil e Argentina que trocam entre si trigo e açúcar, cujo os produtos 
são oriundos da vantagem absoluta de cada um. 
Tipos de Incentivos concedidos pelo Governo as Exportações: 
- Crédito Fiscal: é quando o governo reduz a alíquota do imposto ou isenta na totalidade. 
- Crédito Subsidiado: é quando o governo empresta dinheiro á taxas de juros inferiores ás 
praticadas no mercado. 
- Draw-back: é um regime aduaneiro que consiste na suspensão ou eliminação de tributos 
incidentes sobre os insumos importados para utilização de produtos exportados. 
Protecionismo: é um conjunto de medidas econômicas criadas pelo governo para proteger a 
sua economia interna. Ex: Tarifa, Cota e Embargo. 
Prática de Dumping: é a prática comercial que consiste em uma empresa de um País vender 
seus produtos por preços mais baixos de seu valor de mercado, visando prejudicar os fabricantes 
de produtos similares. 
Trade Company: é um tipo de organização que se especializa em tudo sobre exportação e 
importação. 
 Balança Internacional de Pagamento: é o registro contábil de todas as transações que um 
país faz com outros países do mundo. Se subdivide em: 
 
 
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- Balança de Transações Correntes: parte da balança de pagamento relativa à soma da 
balança comercial e a balança de serviços. 
- Balança Comercial: são todas as exportações menos as importações 
- Balança de Serviços: são todos os fretes pagos menos os fretes recebidos 
- Balança de Capital: são todos empréstimos contraídos em moeda estrangeira. 
 
7.5 POLÍTICA DE RENDAS 
Conjunto de medidas visando a redistribuição de renda e justiça social. É um dos instrumentos 
da política econômica governamental, juntamente com a política fiscal, política externa e a 
política monetária. 
O termo também é usado em economia para designar uma política governamental na qual estão 
previstos controles sobre a remuneração dos fatores diretos de produção, como salários, 
depreciações, lucros, preços dos produtos intermediários, etc. 
 
8. INFLAÇÃO 
Conceito de Inflação – é um fenômeno macroeconômico, dinâmico e de natureza monetária o 
qual irá se caracterizar pela alta permanente e persistente no nível geral dos preços, ocasionando 
com isso, perdas no valor real da moeda, o que afeta diretamente os assalariados e o capital das 
empresas. Em síntese, podemos dizer que é a perda no poder de compra da moeda causada 
por esse fenômeno. 
 
Interpretação analítica do conceito: 
– Natureza do fenômeno – é um fenômeno estritamente monetário, ou seja, sua causa gira em 
torno da emissão do papel moeda sem o devido lastro. 
– A magnitude da taxa de elevação dos preços varia de conformidade com a situação econômica, 
política e social da nação, o que significa dizer que teremos os níveis inflacionários 
correlacionados com um determinado momento histórico. Para que fique caracterizado o 
processo inflacionário se faz necessário que essa alteração nos níveis dos preços seja 
ampla; não somente sobre um determinado grupo de produto, mas, sim, em toda a 
economia. 
– A dimensão do Fator Tempo – para se caracterizar o processo inflacionário a elevação geral 
dos níveis de preço deve ser permanente e ampla durante um período significativo. 
– Caráter Dinâmico do Processo – a inflação (processo inflacionário) uma vez iniciada na volta 
atrás, ou seja, ela adquire uma característica de assimilação, dinâmica em decorrência da 
própria conjuntura econômica (procura maior que a oferta, diminuição da produção, 
desemprego). 
 
 
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– Abrangência do fenômeno – o fenômeno inflacionário é de abrangência macroeconômica, ou 
seja, ele afeta todo um contexto, não sendo, portanto, localizado. 
 
– Graus de inflação: historicamente os graus de inflação classificam-se em 3: 
– Inflação Rastejante – é o processo inflacionário onde as taxa anuais na ultrapassam a 10% ao 
ano. Via de regra, para a maioria dos economistas o limite aceitável para esse grau de 
inflação seria de até 5% ao ano, haja vista que um percentual dessa magnitude influenciará 
no poder de compra da população durante um ano. 
– Inflação galopante – nesse tipo de inflação as taxas já serão mais elevadas, variando em 
média de 10 a 20 ou 30 % ao mês. Constatamos então, que a mesma já passa a ser contado 
ao mês e não ao ano, como se verifica na inflação rastejante. 
– Hiper inflação – é o grau mais elevado do processo inflacionário. Aqui a inflação passa ser 
mensurada por semana, por dia ou até hora. É nesse processo que verificamos o abandono 
à moeda (papel moeda), o qual passa a ser substituído por ativos de maior liquidez ou por 
moedas alternativas (dólar, ouro, prata). 
– Indicadores da Inflação: os indicadores do processo inflacionário variam de nação para 
nação, ou até mesmo dentro da própria nação, onde existem indicadores específicos para 
determinadas categorias ou grupos econômicos. No brasil os indicadores oficiais e de maior 
conhecimento da população: 
a) ICV – Índice do custo de vida – é o levantamento do nível geral dos preços relacionados 
com as necessidades básicas do homem (alimentação, vestuário, saúde, transporte, 
educação, moradia, etc...). Consiste na média geral de cerca de 5.000 itens. 
b) ICC – Índice da construção civil – é obtido através do levantamento dos preços dos produtos 
empregados na construção civil (cimento, tijolo, ferro, fios elétricos, tintas, etc...). 
c) IPA – Índice de preço por atacado – é o levantamento efetuado diretamente sobre os 
produtos vendidos no atacado, ou seja, aqueles produtos que têm o seu valor pago pelas 
indústrias. 
 
– Causas da Inflação: 
a) Expansão dos Meios de Pagamento – o aumento desenfreado na missão de moeda 
ocasiona um aumento no nível de preços, quando sua emissão não guardar um lastro 
proporcional à nova moeda. 
b) Déficit Orçamentário do Governo – o déficit governamental é uma das principais causas da 
inflação, uma vez que o governo gasta mais do que arrecada (receita menor do quea 
despesa) e deve cumprir suas obrigações, emitindo títulos governamentais com taxa de juros 
superior as praticadas no mercado o que, por seu turno, eleva as taxas normais e encarece 
a sua dívida. 
– Tipos de Inflação: 
a) Inflação Demanda – é aquela provoca por um aumento da procura levando com isso a um 
aumento do nível geral dos preços, em decorrência das indústrias não terem condição de 
atender no mercado consumidor. 
 
 
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b) Inflação de Custo – é oriundo do aumento dos custos empresariais ou industriais (salários, 
energia elétrica, insumo, matéria – prima, taxas, juros, impostos). 
– Correntes que tentam explicar a inflação: 
a) Estruturalista – segundo esta corrente a origem do processo inflacionário é de caráter 
estruturalista, ou seja, são as deficientes na estrutura econômico do país, as quais atingem 
um ou vários setores da economia (primário, secundário, terciário). 
b) Monetarista – a origem do processo inflacionário seria de caráter monetário, girando em 
função do excesso de moeda em circulação na economia. 
 
– Principais consequências da inflação: 
1. Sobre o poder aquisitivo – o processo inflacionário ocorre o poder aquisitivo de maneira 
que os salários reais perdem seu valor de compra, proporcionando reflexos de consumo 
de bens e serviços os quais se reduzem tão somente ao mínimo necessário. Outro reflexo 
verificado é a desvalorização nominal da moeda face a moeda estrangeira. 
2. Sobre mercado de crédito – a inflação promove uma elevação geral nos nível gerais das 
taxas de juros encarecendo, dessa forma, a moeda que seria colocada à disposição dos 
consumidores (investidores), redundando na redução do crédito, seja ele direito ou não. 
3. Sobre investimentos produtivos – os recursos financeiros disponíveis no mercado sejam 
particulares (empresas) ou de instituições financeiro são canalizados para atividades 
puramente especulativas, e detrimento das atividades produtivas, o que por outro lado irá 
reduzir a quantidade de bens e serviços a serem colocados a disposição dos 
consumidores no mercado econômico. Em síntese, podemos dizer que se deixa de 
investir na produção para aplicar no mercado financeiro. 
4. Sobre balança internacional de pagamento – o principal reflexo na balança internacional 
de pagamento decorrente de um processo inflacionário consiste na elevação dos preços, 
dos produtos, internamente, o que diminuirá a competividade dos produtos nacionais no 
comércio internacional. Tal situação promove uma perspectiva de maiores exportações. 
5. Sobre consumo – como já vimos anteriormente, durante os processos inflacionários há 
tendência a uma queda acentuada no consumo de bens e serviços, principalmente nos 
bens conspícuos levando o consumidor a adquirir aqueles produtos essenciais para sua 
sobrevivência. 
6. Sobre mercado de trabalho – durante os períodos inflacionários prolongados 
verificaremos que o desaquecimento da economia interna, leva à redução drástica do 
consuma o que por seu turno encarece o processo produtivo aumentando os custos 
empresariais, os quais a priori serão diminuídos com a demissão. 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
7. Sobre os meios de pagamento – a principal consequência é que ocorre uma expansão 
nos meios de pagamento (moeda) o que ocasiona uma elevada quantia desses recursos 
no mercado econômico, redundando um excesso de papel moeda. 
 
- Principais causas do Déficit Público: 
a) Gastos excessivos em obras públicas; 
b) Empreguismo; 
c) Sonegação fiscal; 
d) Corrupção 
e) Subsídios 
f) Tarifas defasadas 
g) Empresas deficitárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ECONOMIA E O DIREITO 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
Como a economia apresenta uma multiplicidade de problemas e uma diversidade de 
causas e efeitos, existe uma inter-relação entre o estudo econômico e os diversos ramos de 
conhecimento humano (sociologia, geografia, história, política, direito e etc.). A interdependência 
entre o Direito e a Economia é grande uma vez que as leis jurídicas definem os direitos, as 
obrigações e fixam a liberdade de ação dos diversos agentes econômicos (os indivíduos, 
empresas e o setor governamental), que devem ser ajustadas de acordo com as mudanças 
sociais que vão ocorrendo de forma a conciliar os interesses divergentes desses grupos. 
 
 
 
Atualmente a relação entre o Direito e a Economia é muito grande. Isto porque com o 
desenvolvimento do capitalismo as relações entre os agentes econômicos tornaram-se muito 
mais complexas. A grande concorrência que existia entre as empresas começa a dar lugar às 
grandes corporações. O poder dessas empresas em impor os seus preços aos consumidores 
criou a necessidade do governo colocar determinadas barreiras ao abuso de poder econômico 
por parte destas companhias. Este é o caso, por exemplo, do Conselho Administrativo de 
Defesa Econômica (CADE). Cabe a este órgão analisar e punir quando as empresas praticam 
formas de concorrência desleal como: formação de cartel, abuso no aumento de preços, dumping 
etc. Além disso, o CADE é responsável pela avaliação de fusões, incorporações e aquisições de 
grandes empresas. Caso, na sua avaliação, ocorra uma concentração no mercado que possa 
causar injustiças ou abusos, o CADE poderá vetar a operação. 
Nas relações entre os trabalhadores e os empregados também surgiram diversas 
injustiças e abusos. Dessa forma, houve a necessidade de criar uma legislação específica que 
protegesse, principalmente, os trabalhadores. Daí o surgimento do Direito do Trabalho. 
Não é diferente se pensarmos no caso das relações entre empresas e consumidores. 
Estes últimos eram de uma maneira generalizada, os mais prejudicados. Para equilibrar esta 
força o governo criou o Código de Defesa do Consumidor. 
O Estado para fazer frente às suas diversas funções necessita de recursos. Como é 
sabido a principal fonte de receita do governo é o imposto. Toda a regulamentação referente aos 
impostos, como alíquotas, fato gerador e outras questões podem ser encontradas no Código de 
Direito Tributário. 
No âmbito externo, os países também se relacionam, principalmente, nas áreas 
comerciais e financeiras. Para regular estas relações se faz necessário o Direito Internacional. 
 
 
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Além disso, temos diversos organismos internacionais, como: OMC, FMI, BIRD, OIT, e outras 
que procuram promover uma maior integração entre as nações. 
Desse modo é de suma importância o conhecimento pelos profissionais de ciências 
jurídicas dos principais conceitos dessa nova ordem econômica mundial, pois deverá trazer 
alterações significativas na regulamentação, proteção e legitimação das leis, modificando os 
impulsos de acumulação, proteção da integridade individual e preservação da comunidade. 
A forma de organização da atividade econômica adotada pelo Brasil é a Mista, uma vez 
que a ordem econômica está embasada na livre iniciativa, nos princípios da propriedade privada 
e na livre concorrência, entretanto, existe uma série de regulamentações e intervenções feitas 
pelo Estado, no intuito de preservar as questões sociais. 
A Constituição (CF/1988) declara no art. 170 que a ordem econômica baseia-se na 
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa. Entende-se por livre iniciativa uma 
econômica baseada no livre jogo do mercado, logo de natureza capitalista. Entretanto, a ordem 
econômica privilegia a valorização do trabalho humano, que tem o sentido de orientara 
intervenção do Estado na economia de forma a preservar as questões sociais. Isto deve-se ao 
fato de que a forma de organização econômica capitalista tem uma grande propensão de 
concentrar renda em mãos de poucos. 
Desse modo, apesar da ordem econômica ter por fim “assegurar existência digna, 
conforme os ditames da justiça social...”, isso não significa que o estado tenha o dever de cumprir 
essa determinação, visto que este é apenas um princípio. Cabe ao Estado, entretanto, prover-se 
de mecanismos no intuito de regulamentar as questões sociais (direito do consumidor, defesa 
do meio ambiente, redução das desigualdades regionais e pessoais e a busca do pleno emprego) 
no intuito de promover a justiça social. 
Os principais princípios do artigo 170 são: 
 
- Soberania nacional - A intenção desse princípio é de criar um capitalismo autônomo, uma vez 
que ainda existe, principalmente nas economias subdesenvolvidas, como é o caso da brasileira, 
uma estreita relação de dependência com as economias desenvolvidas. 
 
- Propriedade privada e função social da propriedade - A propriedade dos meios de produção 
é privada, entretanto ela só se legitima quando voltada aos fins e valores da ordem econômica, 
isto é, a vivência digna. Além disso, entendendo-se por função social da propriedade, qualquer 
bem genérico, dando, dessa forma, ao Estado poderes de intervir na distribuição dos bens de 
consumo para propiciar a satisfação de necessidades básicas (manutenção da sobrevivência 
humana) que se constituem um modo de fazer cumprir a função social da propriedade. 
 
- Liberdade de iniciativa- A liberdade de iniciativa é o princípio básico do liberalismo econômico. 
Inclusive no parágrafo único do art. 170, “assegura a todos o livre exercício de qualquer atividade 
econômica, independente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.” 
 
Isto quer dizer que apesar das empresas terem liberdade de iniciativa para o seu 
desenvolvimento, esta deve estar pautada dentro das limitações e regulamentos que a lei 
estabelece (permissão para exercer algumas atividades; relações de trabalho; fixação de preços, 
intervenção direta do estado na produção e comercialização de determinados bens) 
 
- Livre concorrência - este princípio procura manter a livre concorrência no mercado contra a 
concentração capitalista. Analisando o processo evolutivo do capitalismo verificamos que houve 
uma tendência de concentração de capital, e por conseguinte a formação de grandes oligopólios. 
Apesar dessa constatação, a Constituição institui no art. 174 parágrafo 4 que “a lei reprimirá o 
abuso do poder econômico que vise a dominação dos mercados, à eliminação da concorrência 
e ao aumento arbitrário dos lucros”, isto é, o estado irá intervir na economia para evitar os abusos 
do poder econômico e preservar a liberdade de iniciativa (formação de Leis Antitruste. 
 
 
 
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CURSO DE DIREITO 
- Defesa do consumidor; defesa do meio ambiente; redução das desigualdades regionais 
e sociais; e busca do pleno emprego. Estes princípios estão dirigidos para resolver as 
questões de ordem social e regional, dando possibilidades ao Poder Público de intervir na ordem 
econômica no intuito de proporcionar uma maior justiça social, diminuir as desigualdades 
regionais e buscar o pleno emprego (oposição à políticas recessivas). 
 
- Tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis 
brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. Houve uma mudança no que se 
refere a definição de empresa brasileira, pois não importa mais a origem do seu capital, e sim 
estar sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país para caracterizar-se 
como brasileira. Além disso, trata que deverá haver um favorecimento das empresas de pequeno 
porte, micro e pequenas empresas. Esse assunto, também é tratado no art. 179, onde consta 
que a “A União, os Estados, o Distrito Federal, e os Municípios dispensarão às microempresas 
e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, 
visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, 
previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por lei”. 
Outra forma de intervenção do estado na economia está no artigo 173, onde admite-se a 
sua exploração direta de atividade econômica - “Ressalvados os casos previstos nesta 
Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando 
necessária aos imperativos de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme 
definidos em lei”. 
Além disso, no art. 174 cabe ao “Estado, como agente normativo e regulador da atividade 
econômica, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para 
o setor público e indicativo para o setor privado”. 
Deste modo, o Estado pode ser um agente econômico, um agente regulador (arts 22, 24 
e 178 ordenação do transporte aéreo, aquático e terrestre) da atividade econômica e um 
promotor do desenvolvimento econômico, estabelecendo as diretrizes e bases do 
desenvolvimento nacional equilibrado. 
Outra importante forma de intervenção governamental é expresso no art. 177 que 
estabelece os monopólios da União no caso do petróleo, gás natural e minério ou minerais 
nucleares. Entretanto, como houve uma flexibilização nessa questão, a União poderá contratar 
empresas estatais ou privadas para a realização das atividades previstas nos incisos I a IV. 
 
	PIRÂMIDE DE MASLOW
	Bens e serviços:
	Bens
	Outras Classificações para Bens em Economia
	Serviços
	Setores econômicos
	Os Problemas Econômicos Fundamentais
	Inter-relação da Economia com outras áreas do conhecimento
	Sistemas Econômicos
	Os elementos básicos de um sistema econômico são:
	2.1 O MODELO DE DEMANDA E OFERTA
	2.2 DEMANDA
	Deslocamentos da Curva de Demanda
	2.3 OFERTA
	Curva de Oferta
	Deslocamentos da Curva de Oferta
	2.4 O EQUILÍBRIO
	4.5 SISTEMA MONETÁRIO E FINANCEIRO

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