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APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO E NO ESPAÇO
 A lei é a principal fonte do direito brasileiro. Disso decorrem diversas consequências, direitos e princípios como o elencado no inciso II do Art. 5º da Constituição Federal de 1988 (princípio da legalidade):
II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei
 Além disso, sabemos que os responsáveis por elaborar as leis são humanos e é humanamente impossível elencar todas as nuances da vida humana no bojo legislativo, seja do código civil, penal etc. 
 Por isso ao que ensina o renomado Doutrinador civilista Flávio Tartuce: A lei não é a chegada, mas o ponto de partida do Direito. Por isso existem as chamadas fontes integradoras do Direito, que são o complemento necessário em casos cuja lei é omissa.
 Tendo em vista tamanha importância da lei no ordenamento jurídico brasileiro, a própria legislação regulamentou as hipóteses de eficácia da lei no tempo e no espaço.
 A norma vale para qualquer espaço ou para qualquer período de tempo. Essa norma tem vida própria, pois nasce, existe e morre. Esses momentos dizem respeito à determinação do início de sua vigência, à continuidade de sua vigência e a cessação de sua vigência.
 As normas nascem com a promulgação que é o ato pelo qual o Executivo autentica a lei, atestando a sua existência ordenando-lhe a aplicação.  Mas só começam a vigorar com a sua publicação (no diário oficial, gera presunção de conhecimento geral do texto). Ninguém pode deixar de cumprir a lei, alegando desconhecimento. Assim, a publicação é a condição para a lei entrar em vigor e tornar-se eficaz. Ela é obrigatória para todos, mesmo para os que a ignoram.
 A obrigatoriedade da norma não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim determinar. Pois sua força obrigatória está condicionada à sua vigência, ou seja, ao dia em que começar a vigorar.   
 Assim, enquanto a lei nova não adquire a sua força obrigatória efetiva, não possui autoridade imperativa, ainda que promulgada e publicada, de onde resulta que até aquele momento está em vigor a lei antiga, que a lei nova se propõe modificar, derrogar ou revogar.
 Portanto, para que uma norma entre em vigor, ou seja, possa gerar efeitos, ela deve aguardar um certo período de tempo. A esse período entre a data da publicação e o termo inicial de aplicação da norma denomina-se “vacatio legis”. Este período representa o tempo necessário para que todos dela tomem conhecimento.
 A vacatio legis tem a finalidade de permitir que a lei seja melhor conhecida pelos seus destinatários, bem como permitir aos aplicadores da lei que se preparem para poder aplicá-las devidamente.
O vigor das leis no tempo encontra seu fundamento genérico no art. 1.º da Lei de Introdução ao Código Civil, onde diz: o legislador estabelece o período da vacatio legis para as leis de maior complexidade, que por isso demandam estudos mais complexos para seu pleno conhecimento, como por exemplo, o CDC, pela sua complexidade devido à substancial alteração no que se refere ao princípio da igualdade das partes, ao princípio de liberdade de contratar e tantas outras alterações trazidas ao Direito Civil, estabeleceu no seu artigo 118 que “este Código entrará em vigor dentro de 180 dias a contar de sua publicação”.
 Igualmente, temos o Estatuto da Criança e do Adolescente, tal a sua complexidade, estabeleceu no art. 266 que “esta lei entra em vigor 90 dias após a sua publicação”.
 Se a lei não esclarece a data em que entrará em vigor, o princípio geral adotado é o do art. 1° da LICC. Portanto, somente passado o período de vacatio legis, é que a lei adquire sua perfeita obrigatoriedade.
 O princípio da obrigatoriedade das leis dispõe que, uma vez em vigor, a lei é obrigatória para todos os seus destinatários. Embora se dirija a todos os ramos do Direito, por ser uma lei geral que norteia a aplicação do Direito como um todo, não incide naquilo que for regulado de forma diferente na legislação específica, como por exemplo o artigo 3° da LICC onde,
 Não somos obrigados a conhecer toda a legislação vigente, isso seria impossível. Mas, não podemos alegar esse desconhecimento para justificar o fato de descumprir uma determinada norma. Senão seria o caos para a sociedade. Esse princípio serve para colocar ordem nas relações sociais, ou seja, para dar uma segurança jurídica.
 Assim, esta regra está se referindo à lei em geral, aplicando-se, portanto, a todo ordenamento jurídico. Então é muito importante para os sistemas jurídicos modernos, garante, por meio de uma presunção, a eficácia global do ordenamento.
Em relação aos planos de validade, existência ou vigência e de eficácia.
 Uma norma, para ser válida, deve primeiramente estar integrada no ordenamento jurídico, onde devem cumprir seus processos de formação e produção, em conformidade com as diretrizes e requisitos do próprio ordenamento.
 A validade diz respeito à existência da norma. Uma norma é válida quando tenham sido atendidos os pressupostos formais exigidos para a sua aprovação, independentemente de qualquer juízo de valor relativo ao seu conteúdo material. Elas existem, e existindo, são válidas.
 Vigência corresponde ao tempo em que a norma se mantém em vigor, tempo em que a norma pode ser aplicada.
 Viger é ter força para disciplinar, para reger. A norma jurídica se diz vigente quando está apta para incidir sobre os fatos e determinar o surgimento de certos efeitos como por exemplo: “Não fumar em locais proibidos por lei” o efeito seria a atitude de não fumar ou, ao fumar, a cobrança da multa.
 Uma norma pode ter vigência mas não ser dotada de eficácia, posto que vigência e eficácia também constituem características diferentes da norma jurídica.
 A norma pode ter vigência temporária, pelo simples fato de que o seu elaborador já fixou o tempo de sua duração e também pode ter vigência para o futuro sem prazo determinado, até que seja modificada ou revogada por outra, conforme o art. 2° que determina sobre o tempo de obrigatoriedade da lei.
A regra geral é da vigência indeterminada. Quando, no entanto, surge outra lei que disciplina o mesmo fato jurídico, a lei anterior é revogada.
Eficácia da lei no tempo: Vacância da lei (vacatio legis)
 Antes de entrar em vigor, a lei passa por todo um procedimento específico. Além disso, depois de devidamente elaborada, publicada e promulgada, a lei pode passar um tempo de espera para começar a produzir efeitos – juridicamente esse tempo de espera é conhecido por vacatio legis. O tempo de vacatio varia de lei para lei, quanto mais complexa, maior é a possibilidade do tempo devacatio ser mais longo.
 Esse tempo em que a lei fica em “stand-by” é fixado pela mesma lei civil. A vacatio é importante para que as pessoas se acostumem com a nova lei (a eficácia dessa lei no tempo será exigida após esse tempo de reconhecimento), em que pese não ser obrigatória. Existem leis que produzem efeitos de imediato, assim que são publicadas – geralmente por serem de pouco impacto. São as famosas leis cujos artigos finais deixam expresso os termos “esta lei entra em vigor na data de sua publicação”.
 Os responsáveis por elaborar as leis são humanos e é humanamente impossível elencar todas as nuances da vida humana no bojo legislativo, seja do código civil, penal etc. Por isso é bom fazer coro ao que ensina o renomado Doutrinador civilista Flávio Tartuce: A lei não é a chegada, mas o ponto de partida do Direito. Por isso existem as chamadas fontes integradoras do Direito, que são o complemento necessário em casos cuja lei é omissa.
 Tendo em vista tamanha importância da lei no ordenamento jurídico brasileiro,a própria legislação regulamentou as hipóteses de eficácia da lei no tempo e no espaço.
  Nos casos nos quais o legislador decida por um prazo de vacatio legis (vacância da lei), pode ser que ele esqueça de deixar de forma expressa esse prazo. Para se precaver desse pequeno problema, o legislador brasileiro estabeleceu que quando a lei for omissa quanto ao período de vacância da lei, este prazo será de 45 dias dentro do território nacional – começando a contagem do dia da publicação e incluindo o dia do prazo final do vencimento. É o que determina o §1º do Art. 8º da LC 95/88:
 Já no caso dos Estados estrangeiros, quando eles admitirem a lei brasileira, o prazo para ela começar a ser de cumprimento obrigatório – refletindo seus efeitos – é de 03 (três) meses a contar da data da publicação.
 Tudo isso pode ser refletido muito bem no Art. 8º da LC 95/88
 Esses prazos estão descritos no Art. 1º e seu §1º da LINDB – Lei de introdução às normas do direito brasileiro
 No caso de haver norma corretiva – para reparar algum equívoco da lei que ainda não entrou em vigor (lei no tempo de vacância) -, o prazo começa a ser contado da data da nova publicação da lei nova já com os reparos e não da publicação da primeira lei. É isso que conta no §3º do art. 1º da LINDB. 
 Veja que o artigo se refere à correção de lei no tempo em que ainda não surtiu efeitos, ou seja, que ainda está “ganhando terreno” em seu prazo de vacância. Mas é perfeitamente possível a publicação de uma lei para corrigir outra que já esteja em vigor (lei no tempo com vacância concluída), neste caso a lei corretiva será considerada lei nova (Art. 1º, § 4º da LINDB).
 A reparação pode ser total ou parcial, se for total a lei antiga será ab-rogada (não surtirá mais efeitos), se for parcial será derrogada (não surtirá efeitos apenas na parte que foi corrigida). É por isso que o Art. 2º da LINDB nos informa o seguinte:
 Aqui estamos diante de duas leis, a primeira com erro e a segunda reparando eventual erro, o que é não é o caso do Art. 1º, §3º da LINDB, uma vez que nesse caso será uma lei só, com todos os erros reparados e com prazo de vacância iniciado a partir da nova publicação.
EFICÁCIA DA LEI NO TEMPO E NO ESPAÇO: REVOGAÇÃO EXPRESSA, REVOGAÇÃO TÁCITA E EFEITO REPRISTINÁTÓRIO.
 Estaremos diante do fenômeno da revogação expressa quando a lei nova de forma expressa declara revogada a lei anterior ou aponta os dispositivos que devem ser retirados. É o que determina o Art. 9º da LC95/88.
 Por outro lado, estaremos diante da chamada revogação tácita (ou por via oblíqua) no caso em que apesar da lei nova não possuir cláusula de revogação, enumerando quais dispositivos da lei anterior devem ser excluídos do ordenamento jurídico, haverá incompatibilidade entre a lei que acabou de surgir e a que já existia.
 Nesse caso, obviamente não sendo inconstitucional, a lei nova será aplicada e terá preferência. Mas há uma importantíssima observação:
EFICÁCIA DA LEI NO TEMPO E NO ESPAÇO: EFEITO REPRISTINATÓRIO.
 Analisados os conceitos de revogação expressa e revogação tácita, vamos ao fenômeno do efeito repristinatório.
 Existem algumas premissas importantes; A primeira é que em nosso ordenamento jurídico não se admite repristinação automática, isto é, para que haja efeito repristinatório a lei nova deve declarar expressamente isso. Mas o que é o efeito repristinatório? O efeito repristinatório é aquele pelo qual uma norma revogada volta a valer no caso de revogação da sua revogadora.
 Exemplo: A lei A vigorava toda feliz da vida quando surgiu a lei B que revogou a lei A totalmente (ab-rogação...). Só que a lei B não sabia que o mundo gira e o vacilão roda, tudo que vai volta e que nada melhor do que um dia após o outro. E tempos depois surgiu a lei C que revogou a lei B totalmente também. Pergunta-se: A lei A volta à vida pelo fato da lei B (lei revogadora da lei A) ter sido revogada? Resposta: DEPENDE.
 Automaticamente a lei A não volta a vigorar não (não volta a ter eficácia de forma automática), mas se a lei C – que revogou a Lei B – deixar expresso que a Lei A deve voltar a vigorar ai sim a lei A voltará a surtir efeitos.
 Com base nos estudos da lei no tempo, admite-se efeito repristinatório no ordenamento jurídico brasileiro? SIM, desde que haja lei nova que deixe expresso que a lei revogada anteriormente volte a surtir efeitos. Além disso, é possível haver efeito repristinatório – de forma excepcional – quando a lei revogadora é declarada inconstitucional.
 Além disso, há também a chamada ultratividade da lei que nada mais é do que a aplicação da lei, mesmo revogada, para fatos ocorridos na época em que ela surtia efeitos.
EFICÁCIA DA LEI NO TEMPO E NO ESPAÇO: SISTEMA ESPACIAL ADOTADO
 Inicialmente, somos levados à imaginar que no Brasil aplicam-se apenas as leis de origem brasileiro – o que é perfeitamente plausível. Ocorre que as relações internacionais, em consequência da globalização e da ampliação dos tratados entre Países, vem sendo ampliadas e por conta disso é admitida a aplicação de lei estrangeira em território nacional. 
 Logo, nota-se que o princípio da territorialidade não é absoluto, mas que na verdade adotamos o princípio da territorialidade temperada ou moderada.
 Sendo assim, é possível, por exemplo, que uma sentença estrangeira possa ter aplicação em território nacional, desde que seja homologada pelo Tribunal brasileiro que detém competência para essa homologação (no caso, o STJ).
 Quanto ao espaço, a lei processual é regulada pelo princípio da territorialidade. Assim, a lei processual tem eficácia em território nacional. Isto, porque a norma processual tem por objeto disciplinar a atividade estatal (jurisdição), e essa atividade é manifestação do poder soberano do Estado, desse modo, não poderia ser regulada por leis estrangeiras.
 
 No tempo, as leis processuais estão reguladas na Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB (Decreto-Lei no 4.657/1942). Assim, em regra, começam a viger após o período de vacatio legis (quarenta e cinco dias depois de publicada).
 A lei processual terá validade imediata e geral “respeitando o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido” (LINDB Art. 6º).
 
 Ainda com relação ao tempo, o Brasil adota o sistema do isolamento dos atos processuais. Assim, a lei processual tem validade geral e posterior, não retroagindo. Dessa forma os atos processuais praticados na vigência da lei antiga não serão afetados pela lei nova, salvo no processo penal para beneficiar o réu.
BIBLIOGRAFIA
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/a-vigencia-da-norma-juridica-no-tempo-e-no-espaco/19900
https://www.diariojurista.com/2015/08/direito-civil-eficacia-da-lei-no-tempo-e-no-espaco.html
https://www.megajuridico.com/eficacia-da-lei-processual-no-tempo-e-no-espaco-regra-geral/
CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrino; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 28ª Edição. São Paulo: Malheiros, 2012.

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