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1 QUESTÃO: Com os dados constantes da Tabela abaixo, solicita-se o seguinte: TABELA – BRASIL – Índices da quantidade demandada de energia elétrica ( Q ), da tarifa real média ( T ) e do produto real ( Y), 1981 – 1990. Ano 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 Q 69 76 81 90 94 100 103 108 113 115 T 143 134 117 111 109 100 137 122 85 90 Y 84 85 82 86 93 100 104 104 107 102 Aluno(a):__________________________________________________ Data: 21 / 10 / 2016 Disciplina: 614P – Est. Econ. Intro. à Econometria Prof. Rubens T. Arakaki Curso: Economia Turma: CE4P12 /CE5P12 SIMULADO >>> Nota: [ ] 2 a) Estimar a equação de demanda por energia elétrica, usando a forma linear; b) Calcular a elasticidade-tarifa e a elasticidade-renda (ou produto) para os valores médios das variáveis; c) Completar o quadro de Análise de Variância (ANOVA); d) Calcular e interpretar a variância residual; e) Calcular e interpretar o coeficiente de determinação (R2) e (R2ajustado ); f) Calcular a estatística F (Fisher) e testar o efeito conjunto das variáveis explicativas, ao nível de significância de 5%; g) Calcular a estatística t (Student) e testar a significância dos parâmetros estimados, ao nível de significância de 5%; h) Calcular os intervalos de confiança (IC) fechados dos parâmetros estimados, ao nível de 95%; i) Analisar os resultados; j) Estimar a equação demanda com variáveis padronizadas e comparar com a estimativa obtida com os dados originais. 3 RESPOSTAS a) Estimação da equação Demanda, em termos de notação original é, portanto, a seguinte (com três casas decimais): YTQ .238,1.263,0889,7ˆ ( 23,99 ) ( 0,09 ) ( 0,18 ) b) Cálculo da elasticidade-tarifa e da elasticidade-renda Uma vez obtida a equação da demanda, é possível agora calcular os coeficientes de elasticidade, como segue: 1. Elasticidade-tarifa Relembrando a definição de elasticidade, tem-se, no caso de tarifa, que Q T Td Qd Et . )( )( Assim, utilizando-se a equação estimada (item a.) e os valores médios de Q (94,9) e T(114,8), obtêm-se: 318,0 9,94 8,114 .263,0.. )( )( 1 Q T b Q T Td Qd Et Isso significa que, para cada aumento (ou redução) de 1% na tarifa real, corresponderá um decréscimo (ou elevação) de 0,318% na quantidade consumida, mantidos constantes os demais fatores. Nota-se que o coeficiente de elasticidade-tarifa foi agora menor, em termos absolutos, ( 318,0tE ) do que no caso do modelo linear simples ( 557,0tE ). Isso ocorreu em face da incorporação da variável produto real (Y). Dessa forma, 318,0tE é mais realístico porque é o resultado líquido do efeito de duas variáveis explicativas teoricamente relevantes para a explicação do comportamento da demanda de energia elétrica. 2. Elasticidade-renda Nesse caso, o coeficiente de elasticidade pode ser definido por Q Y Yd Qd Ey . )( )( . Portanto, usando-se a equação estimada (item a.) e os valores médios de Q (94,9) e Y(94,7), obtêm-se o seguinte coeficiente: 4 235,1 9,94 7,94 .238,1.. )( )( 2 Q Y b Q Y Yd Qd Ey Observa-se que o consumo de energia elétrica é altamente sensível às variações do nível de atividade econômica, medido pelo PIB real (Y). Com efeito, para cada aumento (ou redução) de 1% no PIB real, o consumo de energia elétrica sofre um acréscimo (ou decréscimo) da ordem de 1,235%. Isso significa que a energia elétrica é um insumo com demanda elástica no que se refere ao nível da atividade econômica. c) Elaboração do quadro de Análise de Variância (ANOVA) Fonte de variação de Y (FV) Soma de Quadrados (SQ) Graus de liberdade (GL) Soma média de quadrados (MQ = SQ/GL) F T e Y SSR = 2.088,57 2 (k) 1.044,284 47,987 Resíduos SSE = 152,33 7 (n-k-1) S2 = 21,762 Total SST = 2.240,90 9 (n-1) d) Cálculo e interpretação da variância residual. A variância residual é dada pela seguinte fórmula 762,21 1210 33,152 11 2 2 kn SQ kn e S resíduo 5 A variância residual mede a dispersão entre os valores observados e os estimados de Q, a variável dependente. e) Cálculo e interpretação do coeficiente de determinação (R2) Aplicando-se a fórmula YdeTotalVariação ExplicadanãoVariação YdeTotalVariação XpelosExplicadaVariação SST SSR R ...... .... 1 ...... ...... .2 O coeficiente de determinação ou explicação, R2, mede a parcela da variação de Y explicada pela variação dos X. Portanto, 0 < R2 < 1. O valor de R2 depende do número de variáveis explicativas k e do tamanho da amostra n. Portanto, os coeficientes de determinação não são adequadamente comparáveis, se k e n diferem entre equações. A fim de tornar os R2 comparáveis, utiliza-se R2 corrigido/ajustado R2ajustado .Trata- se de expressar R2 em termos de variância e não de variação. Portanto, R2ajustado = 1 – ( 1 - R 2 ). ( n – 1 ) / ( n – k – 1 ) Então R2 > R2ajustado. Portanto, R 2 ajustado poderá ser negativo. 932,0 90,240.2 58,088.2 ...... ...... .2 YdeTotalVariação XpelosExplicadaVariação SST SSR R O coeficiente de determinação ou de explicação (R2 = 0,932) indica que as duas variáveis explicativas tarifa real (T) e Produto real (Y) são responsáveis por 93,2% da variação total da quantidade demandada (Q). O R2ajustado. É dado pela fórmula R 2 ajustado = 1 – ( 1 - R 2 ). ( n – 1 ) / ( n – k – 1 ) R2ajustado = 1 - (1 – 0,932). (10-1) / (10-2-1) = 0,913 f) Cálculo da estatística F e teste do efeito conjunto dos X. Utilizando-se a fórmula 6 987,47 762,21 284,044.1 1210 33,152 2 57,088.2 1 kn SSE k SSR F Os graus de liberdade do numerador e do denominador são 2 e 7, respectivamente. O nível de significância foi de 5%, isto é, NS = 0,05. Portanto, o valor crítico, fornecido pela tabela de distribuição F, é Fc = 4,74. A hipótese que se deseja testar é verificar se as variáveis explicativas T e Y exercem conjuntamente efeito significativo sobre a variável dependente Q. Tal hipótese pode ser feita da seguinte forma: H0: b1 = b2 = 0 (ausência de efeito) HA: b1 ≠ b2 ≠ 0 (presença de efeito) Observa-se que Fc = 4,74 < F = 47,987. Portanto, rejeita-se a hipótese de efeito nulo H0 e aceita-se a hipótese alternativa HA , ao nível de significância de 5%. Isso significa que, pelo menos, uma das variáveis explicativas T e Y exerce influência significativa sobre a variável dependente Q, com uma probabilidade de erro de apenas 5%. g) Cálculo da estatística t e teste do efeito de cada variável explicativa. A estatística t é dada pela seguinte fórmula: ii ii i aS bb t . ˆ 2 A aplicação da fórmula conduz aos valores da estatística t para cada um dos parâmetros associados aos X Estatística t para b1 = 0 92,2 0900,0 2633,0 000372,0.7618,21 2633,0 . ˆ 11 2 11 1 aS bb t O teste de significância do efeito da variável X1 pode ser feito da seguinte maneira: H0: b1 = 0 (ausência de efeito) HA: b1 ≠ 0 (presença de efeito) 7 Com grau de liberdadeigual a 7 e nível de significância de 5%, o valor crítico de t (ver tabela) é tc = 2,365. Como | t1| = 2,92 > tc = 2,365 rejeita-se a hipótese nula nulo H0 em favor da hipótese alternativa HA , ao nível de significância de 5%. Isso significa que a influência da tarifa real (T) sobre a quantidade demandada (Q) é estatisticamente significativa (diferente de zero), com uma probabilidade de erro de 5%. Estatística t para b2 = 0 81,6 1818,0 2378,1 001519,0.7618,21 2378,1 . ˆ 22 2 22 2 aS bb t O teste de significância do efeito da variável produto real (Y) pode ser feito da seguinte maneira: H0: b2 = 0 (ausência de efeito) HA: b2 ≠ 0 (presença de efeito) Com grau de liberdade igual a 7 e nível de significância de 5%, o valor crítico de t (ver tabela) é tc = 2,365. Como o valor crítico é o mesmo do teste anterior, pode-se portanto, concluir que, sendo | t2| = 6,81 > tc = 2,365 rejeita-se a hipótese nula H0 em favor da hipótese alternativa HA, ao nível de significância de 5%. Isso significa que a influência do produto real (Y) sobre a quantidade demandada (Q) é estatisticamente significativa (diferente de zero), com uma probabilidade de erro de 5%. h) Cálculo dos intervalos de confiança A fórmula para o cálculo do intervalo de confiança para bi é dada pela definição: icii stbb . Trata-se de intervalos fechados. Desse modo, o valor crítico será tc = 2,365. Por conseguinte, os intervalos de confiança com 95% de probabilidade são calculados a seguir: 8 2129,02633,00900,0.365,22633,01 b Ou seja, 0504,04762,0 1 b Ou ainda, 95,0)0504,04762,0( 1 bP (onde P = probabilidade) 4300,02380,11818,0.365,22380,12 b Ou seja, 6680,18080,0 2 b Ou ainda, 95,0)6680,18080,0( 2 bP (onde P = probabilidade) i) Análise dos Resultados Na análise dos resultados obtidos com a estimação do modelo, são normalmente considerados o sinal e a magnitude dos parâmetros (critérios derivados da teoria econômica), assim como as estatísticas de avaliação do grau de confiabilidade (coeficiente de determinação e as estatísticas F e t ), que são critérios de natureza estatística. Deverá ser considerado também o tamanho da amostra. No caso da função demanda de energia elétrica, a análise poderá ser desenvolvida como segue: Os resultados obtidos com a estimação da função de demanda de energia elétrica, obtida a partir de uma amostra de 10 observações referentes ao período 1981/1990, são apresentados a seguir: YTQ .238,1.263,0889,7ˆ ( 23,99 ) ( 0,09 ) ( 0,18 ) 9 932,02 R e 987,47F 10n Tais resultados são satisfatórios, pois o coeficiente de determinação 932,0 2 R calculado indica que as variáveis tarifa real (T) e produto real (Y) explicam 93,2% da variação da quantidade demandada, o que significa elevado poder explicativo. Por outro lado, a hipótese de efeito conjunto nulo é rejeitada, ao nível de significância de 5%, conforme se constata através do teste F. Ademais, verifica-se que os coeficientes estimados das variáveis tarifa e produto real apresentaram sinais corretos, isto é, de acordo com a expectativa teórica, e são estatisticamente significativos, ao nível de 5%. Registre-se, em especial, o forte impacto do nível da atividade econômica, medido pelo produto real, sobre o consumo de energia elétrica no Brasil no período analisado. Por fim, com a ressalva quanto ao pequeno tamanho da amostra (n=10), os coeficientes de elasticidade-tarifa (0,318) e de elasticidade-renda (1,236) mostram a importância dessas duas variáveis na determinação do comportamento do consumo de energia elétrica no Brasil no período 1981/1990, sobretudo do PIB real. Com efeito, a análise realizada revela que, mantidos os demais fatores, trata-se de um insumo com demanda inelástica com relação à tarifa real, mas altamente sensível às variações do nível de atividade da economia. j) Estimativa com dados padronizados e coeficientes Beta ( βi ) A padronização de uma variável consiste em dividi-la por seu desvio-padrão (S). Desse modo, o modelo estimado é o seguinte: 10 ytq S Y S T S Q .764,0.328,0 527,0 ˆ ( 0,33 ) ( - 2,92 ) ( 6,81 ) 932,02 R e 987,47F 10n Registre-se que a padronização tem por objetivo tornar os coeficientes comparáveis, não se alterando a natureza da equação estimada no que se refere às estatísticas de avaliação, o que pode ser observado pela comparação destas com as que foram obtidas com dados sem transformações. Alguma diferença verificada é devido a arredondamentos. À medida que todas as variáveis estão expressas na mesma unidade (desvio- padrão), é possível mensurar a contribuição relativa de cada coeficiente na explicação da variável dependente (Q). Nesse sentido, o termo constante representa 53,4% do total, enquanto as parcelas tarifas ( - 35,0% ) e do produto real ( 81,6% ) somam 46,6%.
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