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Saneamento Basico final

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1 INTRODUÇÃO
Técnicas de saneamento básico existem desde os tempos antigos, onde os povos antigos desenvolviam formas para captar e estocar água, distanciar as fezes humanas, entre outros. 
O saneamento básico é um instrumento importante para a sociedade no geral, visto que o mesmo se divide em atividades como:
- Sistema de abastecimento de água
- Sistema de esgotamento sanitário
- Sistema de drenagem 
- Gerenciamento de resíduos sólidos
Todas essas atividades do saneamento são importantes para o desenvolvimento econômico, sustentável, para a estrutura das cidades, além de impactar positivamente a saúde da população.
Os instrumentos do saneamento básico visam o abastecimento de água potável para a sociedade, diminuindo o índice de consumo de águas contaminadas; o tratamento do esgoto sanitário, diminuindo o contato humano com águas contaminadas após o uso humano, como a presença de fezes; a drenagem de águas pluviais, diminuindo as inundações que trazem riscos à saúde, causa patologias nos pavimentos, além de outros impactos negativos para as cidades; e outro instrumento é o gerenciamento do lixo, para que este seja disposto em local correto, de modo que não contamine o meio ambiente e não cause danos à saúde pública. 
Diante da importância do saneamento básico, contendo características essenciais para o desenvolvimento das cidades, seja econômico, social, ambiental, de infraestrutura, ou outros, ele está aliado ao planejamento urbano, pois este visa uma adequada “organização” urbana, e esta organização seria impossível sem o saneamento básico.
O presente trabalho visa caracterizar o saneamento básico, e demonstrar sua importância para o planejamento urbano, um papel do Arquiteto e Urbanista, através do Plano Diretor de municípios, estabelecido por estatutos e pela Constituição de 1988.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 HISTÓRICO DO SANEAMENTO BÁSICO
De acordo com Cavinatto (1992 apud Ribeiro e Rooke, 2010), alguns povos antigos desenvolveram técnicas sofisticadas para a época, de captação, condução, armazenamento e utilização da água. Os egípcios dominavam técnicas de irrigação do solo na agricultura e métodos de armazenamento de água, pois dependia das cheias do Rio Nilo. No Egito, costumava-se armazenar água por um ano para que a sujeira se depositasse no fundo do recipiente. Embora ainda não se imaginasse que muitas doenças eram transmitidas por microrganismos patogênicos, os processos de filtragem e armazenamento removiam a maior parte desses patógenos. Assim a pessoa que tomasse a água “suja” ou não processada ficaria mais vulnerável a doenças. Os autores afirmam ainda que tais processos de purificação da água foram descobertos por expedições arqueológicas através de inscrições e gravuras nos túmulos. Com base no processo da capilaridade, utilizado por egípcios, japoneses e também chineses, a água passava de uma vasilha para a outra por meio de tiras de tecido, que removiam as impurezas.
De acordo com o Conselho de Regulação e Fiscalização da AR-ITU (2016), há registros de redes de esgoto na Antiga Babilônia (Mesopotâmia), 3.750 a.C e redes de água na Assíria em 690 a.C.
Já no Brasil, ainda de acordo com a Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado Federal, o Rio de Janeiro foi a quinta cidade do mundo a adotar um sistema de esgoto moderno, na 1ª República, concluído em 1864, e já na década de 1970 houve a criação do PLANASA e das Companhias Estaduais de Saneamento Básico (CESBs).
2.2 SANEAMENTO BÁSICO
De acordo com o Instituto Trata Brasil (2012), saneamento é o conjunto de medidas que visa preserva ou modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e à produtividade do indivíduo e facilitar a atividade econômica.
Segundo Guimarães, Carvalho e Silva (2007), sanear significa tornar são, sadio, saudável, e, portanto, saneamento equivale à saúde, sendo que esta saúde é diferente da oferecida em hospitais, é promovido uma saúde preventiva, de modo que reduza a procura de hospital, já que o saneamento elimina ou diminui as chances de contágio por diversas moléstias. 
Segundo AEGEA (2018), o saneamento básico consiste na atividade de coleta e tratamento de esgoto, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e controle de pragas, assim como qualquer tipo de agente patogênico, visando à saúde das comunidades. O abastecimento de água potável e o manejo de água pluvial também fazem parte das atividades nas quais se enquadram o saneamento básico.
2.2.1 Abastecimento de água
A água é um elemento essencial à vida. A água potável é aquela própria para o consumo humano, e deve atender aos padrões mínimos de potabilidade. O homem necessita de água de água potável, de qualidade, para que suas necessidades sejam atendidas, sua saúde protegia e, além disso, para propiciar o desenvolvimento econômico. 
De acordo com Barros et al. (1995 apud Ribeiro e Rooke (2010), o Sistema de Abastecimento de Água representa o"conjunto de obras, equipamentos e serviços destinados ao abastecimento de água potável de uma comunidade para fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros usos".
Segundo o Instituto Trata Brasil (2012), para o abastecimento de água, a melhor saída é a solução coletiva, exceto comunidades muito afastadas, e as parte que constituem um sistema de abastecimento de água são:
Manancial: local/fonte de onde se retira a água para o sistema;
Captação: equipamentos e instalações necessárias para fazer a tomada de água no manancial;
Adução: transporte de água do manancial para a estação de tratamento de água ou da água tratada para a reservação;
Tratamento: melhoria das características da água, promovendo qualidade do ponto de vista físico, químico, bacteriológico e organoléptico, com o objetivo de transformar a água em própria para o consumo. Esse tratamento é feito nas Estações de Tratamento de Água, ou ETA;
Reservação: armazenamento da água tratada, para que atenda propósito como a variação de consumo e a manutenção da pressão mínima na rede de distribuição;
Distribuição: condução da água para edifícios e pontos de consumo no geral, através de tubulações instaladas nas vias públicas.
A implantação correta do sistema de abastecimento de água, dentro do saneamento básico, segundo Ribeiro e Rooke (2010), proporciona melhoria da saúde e das condições de vida da população; diminuição da mortalidade em geral, visto que um sistema de abastecimento correto, aliado a outros sistemas do saneamento básico, proporciona uma queda das doenças hídricas; conforto e bem estar; incentivo ao desenvolvimento econômico; diminuição de gastos com saúde.
O abastecimento de água é importante para a sociedade no geral, já que este tem impacto direto no social, na economia, no desenvolvimento, entre outros.
2.2.2 Sistema de esgoto sanitário
De acordo com o Instituto Trata Brasil (2012), esgoto é um termo utilizado para definir as águas que apresentam suas características naturais alteradas após a utilização humana, essa alteração inclui a presença de fezes, gordura, sabão, entre outros. 
Para Duarte et al. (2013) o sistema de esgotamento sanitário consiste na remoção das águas servidas para uma estação de tratamento: modo adequado; ou o seu lançamento direto ao ambiente: modo inadequado. O objetivo da implantação desse sistema se deve a não poluição da água, visto que ao lançarem o esgoto sanitário em estações de tratamento, este só é encaminhado ao meio ambiente, geralmente em águas, após o tratamento adequado. 
Segundo Ribeiro e Rooke (2010), o sistema de esgotos sanitários é o conjunto de obras e instalações que propicia coleta, transporte e afastamento, tratamento, e disposição final das águas residuárias, de uma forma adequada do ponto de vista sanitário e ambiental. O sistema de esgotos existe para afastar a possibilidade de contato de dejetos humanos com a população, com as águas de abastecimento, com vetores de doenças e alimentos.
Um sistema de esgoto sanitárioconserva os recursos naturais, contribui para a diminuição de doenças já que evita o contato humano com dejetos, por consequência contribui para a economia, diminuindo os gastos com a saúde, além disso, proporciona um aspecto visual e um odor agradável ao saneamento básico.
2.2.3 Drenagem urbana
O sistema de drenagem urbana está ligado a prevenção de inundações, empoçamento de águas, e por consequência evita erosões, ravinamento e assoreamentos, principalmente em locais mais baixos, sujeitos a alagamentos. É fundamental ao saneamento básico, já que a acumulação de águas nas ruas propicia o aumento de doenças, já que as águas podem carregar lixos, animais mortos, entre outros. 
FEAM (2006) define o sistema de drenagem urbana como o conjunto de infraestrutura que realiza a coleta e o lançamento final das águas superficiais de uma cidade, visando minimizar os riscos que as populações ficam expostas, e a diminuição dos prejuízos causados pelas inundações, ao mesmo tempo em que possibilita o desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e de modo sustentável ao meio ambiente. 
Segundo Ribeiro e Rooke (2010), um sistema de drenagem urbana adequado proporciona benefícios como: desenvolvimento do sistema viário; redução de gastos com manutenção das vidas públicas, visto que a drenagem diminui as patologias do asfalto causadas pela presença de água em excesso; valorização das propriedades existentes na área beneficiada; escoamento rápido das águas superficiais, reduzindo problemas no trânsito e da mobilidade urbana causada pelas precipitações; eliminação de águas com aspecto ruim; rebaixamento do lençol freático; recuperação de áreas passíveis de alagamentos; segurança e conforto para a população; além de facilidade de locomoção.
2.2.4 Disposição dos Resíduos Sólidos
Segundo a ABNT, NBR 10.004 (2004), resíduos sólidos são resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividade de origem industrial, doméstica, hospitalar, agrícola e de serviços de varrição.
Também chamado de lixo, quando este é disposto em locais inadequados, há uma iminência de problema sanitários e ambientais, que afetam a saúde da população e o meio ambiente. É muito visto que o lixo seja disposto em lixões a céu aberto, onde atrai animais que se tornam vetores de muitas doenças. 
Uma disposição dos resíduos são os aterros controlados, porém nestes locais, de acordo com Fragmaq (2015), não há uma proteçãodo solo local, apesar de haver um cobrimento dos resíduos, minimizando a atração de vetores, porém não é a disposição ideal, já que não protege o solo e por conseqüência os lençóis freáticos. 
Uma opção adequada para a disposição dos resíduos são os aterros sanitários, que segundo Elk (2007) é uma oba projetada para dispor os resíduos sólidos sem causar danos ao meio ambiente e à saúde pública. 
Já a ABNT NBR 8419/1992, conceitua os aterros sanitários como: 
Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário (1992).
No geral, os aterros sanitários possuem características para a adequada disposição do lixo, protegendo o meio ambiente e a saúde pública, contribuindo para o saneamento básico.
2.3 SANEAMENTO BÁSICO E SANEAMENTO AMBIENTAL
O saneamento básico está intimamente ligado ao saneamento ambiental, onde não existe um se não houver o outro.
Saneamento ambiental é “o conjunto de medidas que visam modificar as condições do meio ambiente, com a finalidade de prevenir doenças a saúde” (MENEZES, 1984, p. 26 apud BORJA e MORAES, s.d., p.5). Ainda segundo os autores, há uma diferença entre saneamento ambiental e saneamento básico, onde o básico está relacionado a ações direcionadas ao controle de patogênicos e seus vetores, enquanto o ambiental está direcionado ao alcance do equilíbrio ecológico. 
Segundo a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades (s.d. apud Borja e Moraes, s.d. p. 6), o saneamento ambiental é definido como: 
”[...] o conjunto de ações técnicas e socioeconômicas, entendidas fundamentalmente como de saúde pública, tendo por objetivo alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental, compreendendo o abastecimento de água em quantidade e dentro dos padrões de potabilidade vigentes, o manejo de esgotos sanitários, resíduos sólidos e emissões atmosféricas, a drenagem de águas pluviais, o controle ambiental de vetores e reservatórios de doenças, a promoção sanitária e o controle ambiental do uso e ocupação do solo e prevenção e controle do excesso de ruídos, tendo como finalidade promover e melhorar as condições de vida urbana e rural.”
O saneamento ambiental é, portanto, de suma importância para o desenvolvimento das cidades, e em grande parte para a diminuição de doenças. Segundo Ribeiro (1992, apud Duarte et al., 2013), 70% de internações em hospital públicos são devido doenças como a cólera, causadas pela carência dos sistemas adequados, como o saneamento ambiental e saneamento básico, onde a ausência dos mesmos ou a presença inadequada contamina as águas utilizadas pela população. 
Benjamin (2003, apud Borja e Moraes, 2013), observa que, segundo a Constituição de 1988, o saneamento ambiental é visto como um direito à saúde, sendo, portanto, parte constituinte do SUS.
2.4 PLANEJAMENTO URBANO E SANEAMENTO
Segundo Cantuária, Forte e Simaan (2013), o saneamento básico é uma das peças fundamentais para o desenvolvimento urbano sustentável, visto que a estimativa é que em 2035, 60% da população viverá em bairros e assentamentos desfavorecidos. Diante desse alto número, é importante a aplicação de soluções sustentáveis, para contribuir com a redução do número de pessoas sem acesso ao saneamento básico, que segundo dados do IBGE, 32% dos brasileiros não possuem esse acesso. 
O desenvolvimento urbano sustentável só pode haver diante de um planejamento urbano. Para a Arquitetura e Urbanismo, o planejamento urbano possui um papel de destaque, segundo o CAU/BR (2015), o arquiteto é o protagonista do planejamento urbano. 
Segundo Cassilha e Cassilha (2009), o planejamento urbano pode ser conceituado como o estudo para a modificação de um ambiente urbano, suas especificidades e o conhecimento da situação em que a cidade se encontra.
Dentro do planejamento urbano, os saneamentos básico e ambiental são aliados. O saneamento básico, assim como o ambiental, por se tratar de um sistema benéfico para as cidades é um instrumento importante do planejamento urbano. É impossível ter um planejamento urbano adequado sem a correta drenagem de águas pluviais, que visa à diminuição de inundações, ou sem a correta disposição de esgotos sanitários, caso estes sejam jogados em quaisquer lugares significará falta de planejamento. Além disso, há o fato do abastecimento de água, que sua ausência gera transtornos, gera inadequadas captações de água por parte de cada pessoa. De um modo geral, o saneamento afeta o desenvolvimento econômico social, ambiental, e a estrutura das cidades, dessa forma é essencial estar incluído no planejamento urbano.
Segundo Bovolato (2015), entre os problemas que podem afetar o meio ambiente, pode ser destacados: a deficiência em investimento ao saneamento básico; a crescente poluição dos recursos hídricos, inclusive os mananciais utilizados para captação de água; a carência de bons sistemas de drenagem; as condições precárias de disposição do lixo; diminuição de áreas verdes; a poluição do ar; onde todos esses problemas existem não só pela falta do planejamento, mas juntamente com a descontinuidade da atuação administrativa, quando o processo de priorização das atividades locais de interesse público é fragmentado, gerando distanciamento entre governo e cidadãos.
Ainda segundo Bovolato(2015), o município dispõe de muitos instrumentos legais de planejamento, amparados pela Constituição Federal, sendo eles: Plano Diretor como instrumento básico da ação urbanística, Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Anual.
O Planejamento Urbano está prescrito na Lei nº 11.445/2007, onde um dos princípios dessa lei é a universalização dos serviços de saneamento básico, para que todos tenham acesso ao abastecimento de água de qualidade e em quantidade suficientes às suas necessidades, à coleta e tratamento adequado do esgoto e do lixo, e ao manejo correto das águas das chuvas.
Além disso, a lei nº 11.445/2007 estabelece a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico como instrumento de planejamento para a prestação dos serviços públicos de saneamento básico, e ainda determina os princípios dessa prestação de serviços; as obrigações do titular, as condições para delegação dos serviços, as regras para as relações entre o titular e os prestadores de serviços,e as condições para a retomada dos serviços.
A Lei 11.445/2007 ainda trata da prestação regionalizada; institui a obrigatoriedade de planejar e regular os serviços; abrange os aspectos econômicos, sociais e técnicos da prestação dos serviços, assim como institui a participação e o controle social. Também estabelece diretrizes para a Política Federal de Saneamento, determinando que a União elabore o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) e a partir disso, oriente as ações e investimentos do Governo Federal.
Como um todo, a lei obriga que os municípios, os estados e o país tenham um planejamento urbano voltado para o saneamento básico e ambiental, isso devido a importância do saneamento para a sociedade.
 
2.5 PLANO DIRETOR COMO FERRAMENTA DE PLANEJAMENTO URBANO
Segundo Politize (2017), há vários instrumentos que remetem ao planejamento de uma cidade, entretanto o plano diretor é o instrumento de maior relevância para o planejamento urbano, e o principal da política urbana brasileira.
Para Villaça (1999), o plano diretor é um plano que, a partir de um diagnóstico científico da realidade física, social, econômica, política e administrativa da cidade, do município e de sua região, apresentaria um conjunto de propostas para o futuro desenvolvimento socioeconômico e futura organização espacial dos usos do solo urbano, das redes de infraestrutura e de elementos fundamentais da estrutura urbana, para a cidade e para o município, propostas estas definidas para curto, médio e longo prazos, e aprovadas por lei municipal.
O Plano diretor está prescrito no Estatuto das Cidades, que em seus artigos 39º e 40º define “o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana”. É o plano diretor que promove uma interação entre os aspectos físicos ou territoriais de uma cidade e os objetivos sociais, ambientais e econômicos. 
De acordo com Politize (2017), o plano deve ter como objetivo distribuir os riscos e benefícios da urbanização, induzindo um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável.
Ainda segundo Politize (2017), a importância do plano diretor pode ser considerada a partir de três fatores:
a) Legalidade: o plano diretor é um instrumento estabelecido na Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelo Estatuto da Cidade. Os outros instrumentos como o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual, devem incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas.
b) Abrangência: o plano diretor deve abranger o território do município como um todo. Não está restrito a bairros ou partes específicas da cidade.
c) Obrigatoriedade: sua realização é obrigatória para municípios com mais de 20 mil habitantes, o que significa afirmar que para boa parte de municípios brasileiros ele é uma obrigação. 
O plano diretor por estabelecer diretrizes ambientais, estabelece que haja saneamento ambiental, visto que esse é essencial ao desenvolvimento das cidades, seja no âmbito econômico, social, ambiental e até para a saúde.
2.6 APLICAÇÃO DO SANEAMENTO EM UM PLANEJAMENTO URBANO
No Brasil poucas são as cidades planejadas. O Tocantins, o estado brasileiro mais novo, possui uma capital planejada. Palmas, como capital do Tocantins, dispõe de elementos de planejamento urbano, podendo-se destacar a Lei do Plano Diretor. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Regularização Fundiária e Serviços Regionais de Palmas – TO (2018), o plano diretor estabelece diretrizes necessárias para promover um desenvolvimento socioeconômico do município. 
Para a cidade, o plano diretor estabelece diretrizes para o zoneamento, meio ambiente, mudanças climáticas, paisagem urbana, infraestrutura, mobilidade urbana, política habitacional, regularização fundiária, desenvolvimento econômico, desenvolvimento fundiário.
Dentro dessas diretrizes, está incluso a aplicação do saneamento ambiental, visto que este é de suma importância para um planejamento urbano. 
No artigo 5° da lei do plano diretor de Palmas atualizada, chamada Lei Complementar nº 400, de 2 de abril de 2018, é estabelecido o seguinte princípio: “a garantia do direito a uma cidade sustentável, entendida como aquela que proporciona o acesso à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações”
Já o artigo 147, estabelece que a política de saneamento básico deverá estar em estrita consonância com a de Conservação e Preservação Ambiental e deverá instituir a gestão integrada, com vistas à prevenção e o controle da poluição, a proteção e a recuperação da qualidade do meio ambiente, a inclusão social e a promoção da saúde pública, assegurando o uso adequado dos recursos naturais. Além disso, no artigo 151 são estabelecidas diretrizes para o saneamento básico. 
De um modo geral, o plano diretor estabelece serviços, ações, projetos, políticas públicas e medidas importantes para o desenvolvimento do município de Palmas, em especial o saneamento ambiental e básico, como um instrumento urbanístico que assegura o abastecimento de água, tratamento de esgoto, manejo de águas pluviais (sistema de drenagem) e da gestão de resíduos sólidos para a sociedade, além de promover saúde, bem estar e conforto.
O Plano Diretor de 2018 especifica todas as medidas necessárias ao saneamento de um modo detalhado, contendo diversos artigos destinados a tal, estabelecendo objetivos, metas, diretrizes, planos, normas e todos os parâmetros necessários para que o saneamento funcione corretamente como um dos instrumentos essenciais para o desenvolvimento do município. Diferente de planos anteriores como o de 2006, onde havia poucos detalhes sobre o assunto, poucos artigos destinados, o saneamento ambiental era descrito apenas de um modo geral, sem aprofundamentos.
A existência de um plano diretor em um município é essencial para a garantia de serviços de saneamento ambiental e básico à população. 
3 CONCLUSÃO
O planejamento urbano é importante para uma cidade, e o Arquiteto e Urbanista possui um papel de destaque nessa área. Para o planejamento ser completo, é imprescindível a inserção do saneamento básico.
O saneamento básico é um instrumento essencial para o desenvolvimento de uma cidade, visto que proporciona benefícios para a estrutura, para a saúde, para a economia, além de benefícios sociais. 
Apesar do Arquiteto e Urbanista não ser tão responsável para a execução e projeto de um sistema de saneamento básico, a presença de um profissional urbanista é essencial para implantação desse sistema, visto que este está inserido no planejamento urbano, onde o arquiteto é protagonista.
Sendo o arquiteto um dos responsáveis pela elaboração de um Plano Diretor de um município, torna-se papel do arquiteto incluir no plano que haja saneamento básico e ambiental adequado. Através do plano diretor é que o arquiteto consegue planejar uma cidade corretamente, e sem o saneamento é impossível a existência de um planejamento correto.
Aliado a outros profissionais,arquitetos e urbanista podem contribuir para a construção de cidades melhores, basta que haja incentivos públicos que visem à construção de cidade planejadas, juntamente com a proteção ao meio ambiente, a melhoria na saúde e contribuindo para a economia. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BOVOLATO, Luís Eduardo. Saneamento Básico e Saúde. Escritas: Revista do Curso de História de Araguaína, [S.I.], v.2, abr. 2015. ISSN 2238-7188. Disponível em <https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/escritas/article/view/1145>. Acesso em: 25 maio 2018.
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