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Modalidades de Pesquisa: Bibliográfica, de Campo e Documental

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As modalidades de pesquisa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução 
Para fazer uma pesquisa, é preciso definir um tema para a investigação, determinar uma 
problemática, escolher um método. Além disso, toda pesquisa se enquadra em uma modalidade, 
a depender do objeto de análise, da área de investigação, do método a ser aplicado. Por isso, vere-
mos algumas modalidades de pesquisa e suas características principais, que poderão lhe orientar 
na construção do conhecimento!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de: 
 • compreender as diferentes modalidades de pesquisa e suas características principais.
1 A pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é fonte inesgotável de informação, ocupando um lugar de destaque na 
vida do pesquisador, por constituir os primeiros passos para a busca de conhecimento. Ela auxilia 
na atividade intelectual e contribui para o conhecimento em todas as suas formas (FACHIN, 2006).
É um estudo sistematizado, desenvolvido a partir de tudo aquilo que foi escrito, gravado ou 
filmado sobre determinado tema, assunto ou área do conhecimento. O material bibliográfico é 
reunido em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, ou seja, material de acesso ao público em 
geral. A pesquisa bibliográfica tem a finalidade de colocar o pesquisador em contato direto com a 
informação sobre determinado objeto de estudo (KNECHTEL, 2014).
Figura 1 – Pesquisa bibliográfica
Fonte: Lotus_studio/Shutterstock.com
Qual seria sua principal característica? Para Knechtel (2014), seria a leitura, a pesquisa em 
fontes concretas que forneçam fundamentos analíticos para todo o tipo de pesquisa, criando um 
universo de debate entre o pesquisador e outros autores. A pesquisa bibliográfica é a base para 
qualquer tipo de pesquisa, com ela, o pesquisador inicia seus primeiros conhecimentos sobre o 
tema e objeto de estudo.
A identificação bibliográfica é classificada em fontes primárias e secundárias, sendo que será 
nessas fontes que o pesquisador irá encontrar as informações necessárias para a sua pesquisa. 
Por fontes primárias, entende-se a bibliografia básica sobre o assunto, que traz embasamento 
teórico. Já as fontes secundárias se caracterizam por serem bibliografias complementares, que 
servem de apoio para o assunto pesquisado (FACHIN, 2006).
Como podemos perceber, a pesquisa bibliográfica é rica em conteúdo, que fundamenta qual-
quer pesquisa, constituindo-se na base teórica para qualquer tipo de pesquisa.
FIQUE ATENTO!
 Lembre-se de que todo tipo de estudo deve ter respaldo na pesquisa bibliográfica, 
que serve de base e fundamento para a compreensão do tema a ser pesquisado.
Para conhecer outra modalidade de pesquisa, avance a leitura!
2 A pesquisa de campo
A pesquisa de campo consiste na busca de dados no próprio campo, ou seja, no espaço 
de pesquisa que contém a informação a ser investigada, é a ida do pesquisador ao campo de 
pesquisa para coletar dados a fim de compreender os fenômenos que ali ocorrem (TOZONI-REIS, 
2007). Em geral, os instrumentos para a pesquisa de campo são a observação, quando o pesqui-
sador somente observa o comportamento do dado sem interferir no campo. Há também a obser-
vação participante, que conta com um pesquisador que pode interagir com o objeto de estudo.
Quais seriam as características ou momentos dessa pesquisa? Tozoni-Reis (2007) apontam 
estes momentos:
 • Delimitação da pesquisa: elaboração do projeto;
 • Revisão bibliográfica: compreensão do tema de pesquisa;
 • Coleta de dados: busca de dados no campo;
 • Organização dos dados: organização do dado em categorias de análise;
 • Análise e interpretação dos dados: análise do dado coletado em campo com apoio de 
obras que tratam sobre o mesmo tema;
 • Redação final: elaboração do relatório final e apresentação dos resultados.
Para a pesquisa de campo, a forma de coleta de dados é muito variável, pois depende do tipo 
de pesquisa realizada, devendo-se aplicar diferentes técnicas e instrumentos, seguindo critérios e 
condições, que o próprio pesquisador deve traçar de acordo com seus objetivos.Outro instrumento é 
a entrevista, que pode ser estruturada, seguindo um roteiro, ou semiestruturada, seguindo um roteiro 
de entrevista mais livre, como uma conversa entre pesquisador e entrevistado (TOZONI-REIS, 2007).
EXEMPLO
Quando um professor quer investigar um fenômeno educativo, ele coleta dados no 
campo, na escola, sobre processos de ensino nos quais ele está envolvido. Temos 
aqui uma pesquisa de campo com característica de observação participante.
A pesquisa de campo, em resumo, é a busca de informação in loco. Vamos adiante para 
aprendermos sobre a pesquisa documental. 
3 A pesquisa documental
A pesquisa documental consiste em análise de qualquer tipo de documento que possa tra-
zer alguma informação. Em geral, podem-se usar documentos arquivados, tais como: registros, 
anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, filmes, fotografias, diários, entre 
outros (KNECHTEL, 2014). 
Figura 2 – Pesquisa documental
Fonte: Artgraphics/Shutterstock.com
A principal característica desse tipo de pesquisa é a fonte de dados, que são documentos e 
registros, que são analisados levando-se em consideração, segundo Knechtel (2014, p. 147):
[...] a escolha e a análise dos documentos; a investigação do conteúdo simbólico das men-
sagens; o consenso sobre o conteúdo do material analisado; a unidade de análise, registro 
e contexto; o tipo de codificação, a construção de categorias; o aprofundamento, a ligação 
e a ampliação; o novo julgamento das categorias quanto à sua abrangência e delimitação.
Essa modalidade de pesquisa é classificada como qualitativa, pois é rica em informações 
sobre os dados analisados, constituindo-se como uma fonte estável de consulta, ou seja, é a aná-
lise sobre documentos que tenham um significado importante para a pesquisa.
FIQUE ATENTO!
 Saiba que todo material que possa ser registrado é objeto da pesquisa documental. 
Há mais tipos de pesquisa para conhecer! Vamos continuar!
4 A pesquisa experimental
A pesquisa experimental é um tipo genérico de pesquisa que determina a relação causal 
entre variáveis, bem como analisa fenômenos naturais e fatos socioculturais. A base de sua inves-
tigação é o experimento, que serve de referência para o resultado da pesquisa, mas também é 
fonte para interpretações, análises e estudos comparativos (LEITE, 2008).
Como atua o estudioso neste tipo de pesquisa? Bem, ele é ativo e reproduz de forma contro-
lada o fato ou fenômeno da realidade, a fim de descobrir os fatores que o produzem ou que por ele 
são produzidos (KNECHTEL, 2014). 
Figura 3 – Pesquisa experimental
Fonte: Leah-Anne Thompson/Shutterstock.com
A pesquisa experimental consiste, portanto, na determinação de um objeto de estudo, sele-
cionando variáveis que podem influenciar e definir as formas de controle e observação dos efeitos 
produzidos sobre o objeto de análise (KNECHTEL, 2014).
SAIBA MAIS!
Para aprofundar seu conhecimento sobre as principais técnicas para se realizar 
uma pesquisa e a aplicação do método mais adequado para cada modalidade 
de investigação, veja o capítulo 1 da obra de Francisco Tarciso Leite (2008), 
“Metodologia Científica: métodos e técnicas de pesquisa”.
A seguir, vamos aprender sobre mais uma modalidade!
5 A pesquisa participante 
A pesquisa participante é um tipo de pesquisa que envolve, essencialmente, pessoas que con-
tribuem para a pesquisa e seus resultados. É uma pesquisa de cunho social, que busca na socie-
dade a participação da comunidade para a análise de sua própria realidade (KNECHTEL, 2014).
Para Knechtel (2014), na pesquisa participante, a fronteira entre o pesquisador e o objeto pes-
quisa é tênue, uma vez que as pessoas se envolvem com o problema sob investigação, fazendo 
parte da pesquisa.
Figura4 – Pesquisa participante
Fonte: creo77/Shutterstock.com.
Isso significa que o objetivo dessa pesquisa é obter a participação da comunidade, por ser 
uma atividade de cunho educativo e de ação social. 
SAIBA MAIS!
Para entender melhor os procedimentos com a pesquisa participante, veja o 
artigo de Maria Luisa Sandoval Schmidt (2006), “Pesquisa participante: alteridade 
e comunidades interpretativas”. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pusp/
v17n2/v17n2a02.pdf>.
Vamos continuar aprendendo? Prossiga!
6 A pesquisa ação
A pesquisa ação pode ser considerada um desdobramento da pesquisa de campo e da pes-
quisa participativa. Segundo Knechtel (2014), ela acontece quando a investigação envolve a parti-
cipação e a ação de pesquisadores e participantes que analisam um mesmo problema a partir de 
várias perspectivas, a fim de buscar soluções.
Para Tozoni-Reis (2007), essa modalidade de pesquisa visa compartilhar saberes que são 
produzidos por diferentes sujeitos que estão envolvidos com o mesmo problema, em que tais par-
ticipantes deixam de ser objetos e passam a ser pesquisadores produzindo conhecimento sobre 
sua própria realidade. 
Tanto a pesquisa ação quanto a pesquisa de campo ocorrem no campo, mas a diferença está 
no envolvimento do pesquisador com o objeto pesquisado. Na pesquisa de campo, vemos um 
pesquisador que observa e coleta os dados, tirando suas próprias conclusões, sem alterar o objeto 
de análise. Já na pesquisa ação, o pesquisador é ativo, trabalha com o dado e é, muitas vezes, o 
próprio objeto de investigação, sendo participante da pesquisa.
Uma característica da pesquisa ação é a análise de um problema a partir de várias perspecti-
vas, envolvendo diversos pesquisadores de áreas diferentes, que buscam a solução para o mesmo 
problema, cada qual em sua especificidade, procurando aplicar a solução encontrada a fim de 
resolver o problema.
FIQUE ATENTO!
A pesquisa ação possui características próximas à pesquisa de campo, mas esta 
caracteriza um pesquisador que só observa, sem alterar os dados; enquanto naque-
la o pesquisar é ativo, participa efetivamente da pesquisa.
EXEMPLO
Em uma catástrofe ambiental, a fim de propor soluções para o problema, podemos 
contar com vários pesquisadores de áreas diferentes, como: biólogo, químico, am-
bientalista, antropólogo, todos trabalhando com o mesmo objeto de análise, bus-
cando soluções aplicáveis para resolver o problema.
Agora você já sabe diferenciar a pesquisa ação da pesquisa de campo e compreende que 
essa modalidade procura aplicar a solução encontrada para o problema investigado. 
Fechamento
Vimos que, para cada objeto investigado, uma ou mais modalidades de pesquisa podem ser 
empregadas, e um ou mais pesquisadores podem participar da mesma pesquisa.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • aprender sobre as diversas modalidades de pesquisa;
 • compreender a participação do pesquisador em cada uma dessas modalidades.
Referências
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
KNECHTEL, Maria do Rosário. Metodologia da pesquisa em educação:umaabordagem teórico-
-prática dialogada. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
LEITE, Francisco Tarciso Leite. Metodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. São 
Paulo: Ideias & Letras, 2008. 
SCHMIDT, Maria Luisa Sandoval. Pesquisa participante: alteridade e comunidades interpretativas. 
Psicologia USP, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 11-41, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
pusp/v17n2/v17n2a02.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2017.
TOZONI-REIS, Marília de Freitas Campos. Metodologia da pesquisa científica. 2. ed. Curitiba: 
IESDE, 2007.

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