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1 VIGAS DE MADEIRA Prof. Ralf Klein, M.Eng. Vigas de madeira SUMÁRIO 1) Introdução 2) Principais tipos construtivos 3) Dimensões mínimas e contraflechas 4) Critérios de projeto 5) Dimensionamento de vigas de madeira maciça 6) Contraventamento de vigas de madeira 7) Dimensionamento à flambagem lateral 8) Referências Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Vigas de madeira INTRODUÇÃO Tensões de flexão � Tensões normais de tração e compressão na direção paralela às fibras: � Longitudinalmente na viga. � ! em vigas esbeltas a tensão resistente de cálculo é limitada pela flambagem lateral. � Tensões de cisalhamento: � Na seção transversal: na direção normal às fibras. � Longitudinalmente na viga: na direção paralela às fibras. Tensões normais e de cisalhamento na seção transversal da viga em flexão simples. (Pfeil, 2007) Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n 2 Vigas de madeira INTRODUÇÃO Tensões nos apoios � Tensões de compressão normais às fibras. � Na região de aplicação das cargas – apoios por ex. Deflexões � Deslocamentos ≤ deslocamentos aceitáveis. Tensões de compressão normais às fibras nos locais de apoio. (Pfeil, 2007) Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Flambagem lateral � É um tipo de instabilidade no qual a viga perde o equilíbrio no plano vertical (em geral). � A viga passa a apresentar deslocamentos laterais e rotações de torção. � Ocorre em vigas altas. � Este fenômeno reduz a capacidade resistente à flexão. � Pode ser evitada provendo-se a viga de contenções laterais nos apoios e em pontos intermediários e ou, limitando as tensões normais de flexão. Flambagem lateral da viga (Pfeil, 2007).Flam ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Vigas de madeira INTRODUÇÃO Vigas de madeira TIPOS CONSTRUTIVOS Seções transversais usuais de vigas de madeira Vigas de madeira maciça: a) Viga de madeira roliça. b) Viga de madeira lavrada. c) Viga de madeira serrada. Ponte em viga de madeira roliça (Gilmar de Souza, JSC, 2011). Vigas de madeira de seção simples (Pfeil, 2007). Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n 3 Vigas de madeira TIPOS CONSTRUTIVOS Seções transversais usuais de vigas de madeira (cont.) d) Vigas de madeira laminada colada. Seções de comportamento semelhante ao das vigas maciças porém com dimensões maiores (ex.: 30 cm x 200cm) Vigas de madeira laminada colada (Pfeil, 2007). Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Vigas de madeira TIPOS CONSTRUTIVOS Seções transversais usuais de vigas de madeira (cont.) Seções compostas de duas ou mais peças de madeira maciça com ligações nas interfaces para evitar o deslizamento relativo das peças. e) Vigas compostas de peças maciças com tarugos. f) Vigas compostas de peças maciças com interfaces contínuas. Vigas de madeira de seção composta (Pfeil, 2007). Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Vigas de madeira DIMENSÕES MÍNIMAS e CONTRAFLECHA � Dimensões mínimas das peças utilizadas em vigas (NBR 7190:1997) � Os pranchões do tabuleiro das pontes rodoviárias e das passarelas devem ser aplicados com espessura de pelo menos 2cm superior a determinada pelo cálculo, devido ao desgaste mecânico provocado pela sua utilização. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n 4 Vigas de madeira DIMENSÕES MÍNIMAS e CONTRAFLECHA Contraflechas � Sempre que possível, as vigas de madeira, devem ser feitas com uma contraflecha de modo a evitar os efeitos pouco estéticos de configurações deformadas visíveis a olho nu (Pfeil, 2009). � Vigas laminadas coladas. � Vigas armadas. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Vigas de madeira CRITÉRIOS DE PROJETO � ELU � Tensões de projeto ≤ tensões resistentes. � Flambagem lateral: σcd ≤ fcd,flamb � ELS � Deslocamentos ≤ deslocamentos aceitáveis. � Vibrações. VIGAS DE MADEIRA MACIÇA Dimensionamento Verificação de tensões em flexão simples (segundo a NBR 7190:1997). � Tensões normais de flexão. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Tensões devido ao momento fletor (Pfeil, 2009) 5 VIGAS DE MADEIRA MACIÇA Dimensionamento Verificação de tensões em flexão simples (cont.) � Tensões de cisalhamento. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Tensões devido à força cortante (Pfeil, 2009) VIGAS DE MADEIRA MACIÇA Dimensionamento Verificação de tensões em flexão simples (cont.) � Tensões de cisalhamento – vigas de seção retangular. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Tensões devido à força cortante (Pfeil, 2009) VIGAS DE MADEIRA MACIÇA Dimensionamento Verificação das tensões de compressão nos apoios. � Tensões de compressão normais às fibras, no ponto de atuação da reação de apoio ou de cargas concentradas. � ����,� � � .� � ���,� � 0,25. ��,� .∝� � Rd – Valor de cálculo da reação. � b, c – Dimensões da superfície de apoio onde a reação é introduzida. � fc90,d – Tensão resistente de cálculo à compressão normal às fibras. � αn – Coeficiente de acréscimo da tensão resistente de compressão normal às fibras, conforme itens 7.2.4, 7.2.7 e tabela 13 da NBR 7190:1997. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Tensões de compressão normais às fibras em peças estruturais de madeira (Pfeil, 2009). 6 RESISTÊNCIA DE CÁLCULO Verificação das tensões de compressão nos apoios. (cont.) Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n VIGAS DE MADEIRA MACIÇA Dimensionamento Verificação das deflexões � Para avaliar as deflexões nas vigas aplicam-se as expressões da Resistência dos Materiais podendo-se utilizar para o módulo de elasticidade da madeira o Ec,ef (módulo de elasticidade efetivo). Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Flambagem lateral � É um tipo de instabilidade no qual a viga perde o equilíbrio no plano vertical (em geral). � A viga passa a apresentar deslocamentos laterais e rotações de torção. � Ocorre em vigas altas. � Pode ser evitada provendo-se a viga de contenções laterais nos apoios e em pontos intermediários. Flambagem lateral da viga (Pfeil, 2007).Flam ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Vigas de madeira CONTRAVENTAMENTO 7 Vigas de madeira CONTRAVENTAMENTO Flambagem lateral x localização das cargas � O posicionamento das cargas na viga influi no fenômeno da flambagem. � Cargas aplicadas na borda superior da viga tem efeito desestabilizante. � Cargas aplicadas na borda inferior da viga tem efeito estabilizante. Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Vigas de madeira CONTRAVENTAMENTO Flambagem lateral x seção transversal da viga � As vigas retangulares ao baixo (c) – apoiadas no maior lado – não estão sujeitas à flambagem lateral nem necessitam de contenção lateral nos apoios. � Vigas de seção circular (a) – não estão sujeitas à flambagem lateral. � Vigas de seção quadrada (b) – não estão sujeitas à flambagem lateral. � As vigas retangulares ao alto (d) com h/b ≥ 2 devemter contenção lateral nos apoios e ou em pontos intermediários. Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Vigas de madeira CONTRAVENTAMENTO Contenção lateral das vigas de madeira nos pontos de apoio a) Calços individuais. b) Escoras laterais. c) Diafragmas entre vigas. d) Fixação da viga numa coluna. Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Contenção lateral de vigas nos apoios. (Pfeil, 2009) 8 Vigas de madeira CONTRAVENTAMENTO Contenção lateral das vigas de madeira em pontos intermediários a) Diafragmas intermediários. b) Escoras intermediárias. c) Assoalho de madeira compensada. d) Assoalho de tábuas. É aconselhável utilizar dois pregos em cada apoio da tábua. Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Contenção lateral de vigas em pontos intermediários. (Pfeil, 2009) Vigas de madeira CONTRAVENTAMENTO � A prática de projeto americana (NDS*, 1997) recomenda as seguintes regras construtivas de contenção lateral para evitar a flambagem de vigas retangulares de madeira. a) h/b ≤ 2 – Não há necessidade de contenção lateral nos apoios, nem de amarração intermediária. b) h/b = 3 – Contenção lateral nos apoios, sem necessidade de amarração intermediária. * National Design Specification for wood construction and supplement. Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Contenção lateral de vigas nos apoios: a) calços, b) escoras, c) diafragmas, d) fixação em coluna. (Pfeil, 2009) Vigas de madeira CONTRAVENTAMENTO � A prática de projeto americana (NDS, 1997) recomenda ... (cont.) c) h/b = 4 – Contenção lateral nos apoios; o alinhamento da viga é mantido com o auxílio das terças e tirantes intermediários. Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Contenção lateral de vigas com tirantes. (Pfeil, 2009) 9 Vigas de madeira CONTRAVENTAMENTO � A prática de projeto americana (NDS, 1997) recomenda ...(cont.) d) h/b = 5 – Contenção lateral nos apoios; o alinhamento do lado comprimido deve ser mantido por ligação direta com o estrado, ou com travessas. e) h/b = 6 – Contenção lateral nos apoios; o alinhamento do lado comprimido deve ser mantido por ligação direta com o estrado, ou com travessas, acrescentando-se diafragmas ou escoras intermediárias com espaçamento não superior a 6h. f) h/b = 7 – Contenção lateral nos apoios; os lados comprimido e tracionado devem ser firmemente amarrados de modo a manter o seu alinhamento. Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n O fenômeno da flambagem lateral � Este fenômeno reduz a capacidade resistente à flexão. � Para determinar a resistência à flexão devido à flambagem lateral será feita uma abordagem teórica do caso fundamental. Flambagem lateral da viga (Pfeil, 2007).Flam ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n FLAMBAGEM LATERAL DE VIGAS Flambagem lateral de vigas retangulares Caso fundamental de análise. � Viga simplesmente apoiada. � Contenção lateral e torcional nos apoios. � Momento fletor constante em torno do eixo de maior inércia. � Seção duplamente simétrica. � Material elástico linear e isotrópico. Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n a) Flambagem por flexão de peça comprimida axialmente. b) Flambagem lateral por flexão de viga. (Pfeil, 2009) 10 Flambagem lateral de vigas retangulares Caso fundamental de análise (cont.) � Para a viga do caso fundamental escrevem-se: � As equações de equilíbrio. � As relações de compatibilidade de deformações. � As relações reológicas. � Obtém-se assim a equação diferencial para a solução do problema. Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Flambagem lateral de viga por flexão (Pfeil, 2009). Flambagem lateral de vigas retangulares Caso fundamental de análise (cont.) � A solução exata da equação diferencial de equilíbrio na posição deformada fornece para o momento fletor crítico (Timoshenko, 1961): Mcr � π l E. I�. G. J 1 �W W � π l !E. C# G. J l – Comprimento da viga. Iy – Mom. inércia relativo ao eixo y. J – Cte. torção pura. Cw – Cte. de empenamento. G – Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Flambagem lateral de viga por flexão (Pfeil, 2009). Flambagem lateral de vigas retangulares Caso fundamental de análise (cont.) � Para uma viga de seção retangular a expressão do momento fletor crítico se reduz: Mcr � π l E. I�. G. J Iy � 1 12 h. b' G – J � 1 3 h. b' ) 0,21b* b – Largura da viga. h – Altura da viga. Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Flambagem lateral de viga por flexão (Pfeil, 2009). 11 Flambagem lateral de vigas retangulares Caso fundamental de análise (cont.) � Dividindo o momento fletor crítico pelo módulo elástico à flexão (W) obtém-se a expressão da tensão crítica de flambagem lateral: σ,- � π l b E G E . b h 1 ) 0,63 b h / 0 � 0,25 – para a madeira. � A curva da tensão crítica (σcr) em função do parâmetro de esbeltez (l/b) está representada no gráfico em linha tracejada. Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Curvas de tensão resistente (f) à flexão, com flambagem lateral, de viga de seção retangular (Pfeil, 2009). Flambagem lateral de vigas retangulares Caso fundamental de análise (cont.) � Para um material elasto-plástico a expressão da tensão crítica é válida até o limite de resistência à flexão do material (fM) (linha tracejada). � Igualando-se a tensão crítica à tensão resistente à flexão (fM) obtém-se o parâmetro de esbeltez (l/b)e: l b 1 � E f3. β β � 1 0,25. π h b ' ! h b ) 0,63 5 ! Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Curvas de tensão resistente (f) à flexão, com flambagem lateral, de viga de seção retangular (Pfeil, 2009). Flambagem lateral de vigas retangulares Caso fundamental de análise (cont.) � Para um material inelástico, que é o caso da madeira à compressão, a expressão da tensão crítica é válida até o limite de proporcionalidade do material (fel) – linha grossa cheia até (l/b)e*. � O trecho da curva entre (l/b)r e (l/b)e* corresponde à flambagem lateral, sob momento constante, em regime inelástico de tensões. � Aplicando-se os coeficientes de redução de resistência (γw) e os coeficientes de modificação (kmod) constrói-se a curva da tensão de flexão de projeto com flambagem lateral (linha cheia fina). Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Curvas de tensão resistente (f) à flexão, com flambagem lateral, de viga de seção retangular (Pfeil, 2009). 12 Flambagem lateral de vigas retangulares Adaptação do caso de análise ao caso fundamental. � O caso de momento fletor constante em toda a viga é o mais desfavorável em termos de estabilidade lateral. � Para outros carregamentos pode-se utilizar a expressão da tensão crítica substituindo o fator pi por pi/m com o valor de m dado pela tabela 1. σ,- � π m l b E G E . b h 1 ) 0,63 b h Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n Tabela 1 - Fator m de equivalência ao momento constante (Kirbye Nethercot, 1979, apud Pfeil, 2009). Flambagem lateral de vigas retangulares Flambagem lateral de vigas de seção retangular segundo a NBR 7190. � Os procedimentos de projeto da NBR 7190, para a verificação da estabilidade lateral, são baseados no caso fundamental de análise (visto anteriormente). É dispensada a verificação em relação ao ELU de instabilidade lateral, se: � Nos apoios da viga há impedimento de rotação por torção. � A distância entre os pontos de contenção lateral (l1) , com restrição à rotação por torção, respeitar a relação: 75 � 089,:; <89,=.>? @ com β3 = 5 �,!A.B C D E F C D G�,H' I F >J K; sendo βE=4,0 Flambagem lateral de vigas retangulares Flambagem lateral de vigas de seção retangular segundo a NBR 7190 (cont.) � Valores de βM para diversas relações h/b com βE = 4 e γf = 1,4 são apresentados na tabela 2. Tabela 2 – Valores de βM para diversas relações h/b (Pfeil, 2009)(NBR7190:1997, tabela16). 13 Flambagem lateral de vigas retangulares Flambagem lateral de vigas de seção retangular segundo a NBR 7190 (cont.) � Para as peças em que: 75 > 089,:; <89,=.>? @ com β3 = 5 �,!A.B C D E F C D G�,H' I F >J K; sendo βE=4,0 � É dispensada a verificação em relação ao ELU de instabilidade lateral se a tensão atuante de cálculo na borda comprimida satisfizer: σ,�,M = 3= N8 ≤ f<OPQR,M = 089,:; SI D .>? Vigas de madeira REFERÊNCIAS � ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7190 - Projeto de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 1997. � MOLITERNO, Antonio; BRASIL, Reyolando M. L. R. F. Caderno de projetos de telhados em estruturas de madeira.3.ed. São Paulo: Blücher, 2009. � PFEIL, Walter, PFEIL, Michèle Schubert. Estruturas de madeira, 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. � TIMOSHENKO, S., GERE, J. Theory of elastic stability. 2.ed. McGraw Hill, 1961. � ZENDRON, Décio. Madeira na construção civil. Notas de aula da disciplina de Estruturas de Madeira. Blumenau: Universidade Regional de Blumenau (FURB), 2008. Fl am ba ge m de vig as - Pr o f. Ra lf K lei n
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