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1 BASES DE CÁLCULO e PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA Prof. Ralf Klein, M.Eng. Bases de cálculo e propriedades mecânicas de madeira SUMÁRIO 1) Bases de cálculo de estruturas � O projeto estrutural e as normas � Métodos de cálculo de estruturas � Ações e combinações de ações � Tipos de análise estrutural 2) Propriedades mecânicas da madeira � Ensaios padronizados � Variação estatística das propriedades mecânicas de uma espécie � Valores médios de resistência e rigidez de madeiras � Correlação entre as propriedades mecânicas de madeiras 3) Resistência de cálculo da madeira � Variação das propriedades mecânicas de uma espécie de madeira � Resistência de cálculo � Critérios de dimensionamento para solicitações simples 4) Referências Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n BASES DE CÁLCULO O projeto estrutural � Objetivos de um projeto estrutural: � Evitar o colapso da estrutura. � Garantir o bom desempenho da estrutura. � Etapas de um projeto estrutural: � Projeto básico: definem-se o sistema estrutural, os materiais e o sistema construtivo a ser utilizado. � Cálculo estrutural: definem-se as dimensões dos elementos e suas ligações – Análise estrutural e dimensionamento. � Detalhamento: elaboram-se os desenhos executivos (ver anexo A da NBR7190:1997) e as especificações. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n 2 BASES DE CÁLCULO Métodos de cálculo de estruturas: � Método das tensões admissíveis. � Método dos estados limites. � Para estabelecer bases comuns à elaboração dos projetos estruturais são elaboradas normas técnicas que reúnem conjuntos de regras e especificações utilizadas pelos engenheiros. � A norma de projeto de estruturas de madeira no Brasil: � NBR 7190:1982 – Baseada no método das tensões admissíveis. � NBR 7190: 1997 – Baseada no método dos estados limites. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n BASES DE CÁLCULO Método das tensões admissíveis � O dimensionamento é considerado satisfatório se a máxima tensão solicitante em cada elemento estrutural (σmáx) respeitar: � No método das tensões admissíveis o coeficiente de segurança procura traduzir todas as incertezas quanto às variáveis do projeto, como: carregamento especificado, características mecânicas dos materiais, modelo estrutural adotado, imperfeições na execução, etc. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n BASES DE CÁLCULO Método dos estados limites � No método dos estados limites os fatores são aplicados de forma diferenciada às cargas e às resistências. � Um estado limite ocorre sempre que a estrutura deixa de satisfazer a um dos seus objetivos. � Método dos estados limites ≡ Load and Resistance Factor Design (LRFD) (literatura americana). � Distinguem-se dois tipos de estados limites: � Estados Limites Últimos (ELU) � Estados Limites de Serviço (ELS) Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n 3 BASES DE CÁLCULO Estados Limites Últimos (ELU) � ELU - estados que, pela sua simples ocorrência, determinam a paralização, no todo ou em parte, do uso da construção. � A segurança da estrutura é garantida pela aplicação da equação de conformidade em cada seção da estrutura: Sd = S(γf.Fk) < Rd (d – design = projeto) � Sd – Solicitação de cálculo (de projeto) � Fk – Ações características � γf – Coeficientes de ponderação das ações � Rd – Resistência de cálculo (de projeto) Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n BASES DE CÁLCULO Estados Limites de Serviço (ELS) � ELS - Estados que, por sua ocorrência, repetição ou duração causam efeitos estruturais que não respeitam as condições especificadas para uso normal da construção, ou que são indícios de comprometimento da durabilidade da estrutura. � Normalmente, quando um ELS é excedido, fica comprometida a funcionalidade da construção. � Os ELS estão relacionados com o desempenho da estrutura sob condições normais de serviço. � A verificação dos ELS é efetuada considerando-se a atuação das cargas de serviço na estrutura (cargas nominais sem majoração). Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n BASES DE CÁLCULO Ações � As ações - cargas e deformações impostas – são classificadas conforme a taxa de variação de seus valores ao longo do tempo de vida da construção: � Permanentes (pequena variação). Ex.: pp estrutura, equipamentos fixos, etc. � Variáveis (grande variação). Ex.: cargas decorrentes do uso da construção, cargas de tráfego em pontes, cargas de vento, etc. � Excepcionais (duração extremamente curta e baixa probabilidade de ocorrência). Ex.: impacto de um veículo pesado em um pilar, terremoto, etc. � Normas brasileiras que tratam das ações nas estruturas: � NBR 6120 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. � NBR 6123 – Forças devido ao vento em edificações. � NBR 7188 – Carga móvel em ponte rodoviária e passarela de pedestre. � NBR 7189 – Cargas móveis para projeto estrutural de obras ferroviárias. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n 4 BASES DE CÁLCULO Ações nas estruturas de madeira (NBR 7190:1997, item 5.5) � Ações usuais. No projeto das estruturas correntes de madeira devem ser consideradas as ações seguintes, além de outras que possam agir em casos especiais: � Cargas permanentes: constituídas pelo peso próprio da estrutura e pelo peso das partes fixas não estruturais. � Cargas acidentais verticais: são consideradas com sendo de longa duração. � Vento: ... � ... Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n BASES DE CÁLCULO Combinações de ações � Para a verificação da segurança em relação aos possíveis estados limites, para cada tipo de carregamento devem ser consideradas todas as combinações de ações que possam acarretar os efeitos mais desfavoráveis nas seções críticas da estrutura (NBR 8681:2003). � A NBR 8681 – Ações e segurança nas estruturas: estabelece os critérios de segurança no contexto do método dos estados limites. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n BASES DE CÁLCULO Combinações de ações para os ELU Tipos de combinações últimas: � Combinações últimas normais. � Combinações últimas especiais ou de construção. � Combinações últimas excepcionais. � Fd (ações de cálculo) ⇒ Sd (solicitações de cálculo) � Obs.: no caso de análise estática linear as combinações podem ser efetuadas antes ou após a obtenção dos esforços solicitantes. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n 5 BASES DE CÁLCULO Combinações de ações para os ELU (cont.) � As combinações últimas normais de ações são dadas pela expressão: � �� = ∑ ��� . ���, +�� �� , +∑ ���. ���, ������� � �� − ����� �� �á�� �� ��! �çõ�!. � ���, − ����� �����$��í!$&�� ��!ações permanentes. � �� , − ����� �����$��í!$&�� �� ação variável considerada como principal para a combinação. � ���, − ����� �����$��í!$&�� ��! demais ações variáveis. � �� − 7��8&�&�9$� �� :�9����çã� :��� �! �çõ�! :��;�9�9$�!. � �� − 7��8&�&�9$� �� :�9����çã� :��� �! �çõ�! <��&á<�&!. � �� − ��$�� �� ��� çã� :��� �! ��;�&! �çõ�! <��&á<�&!. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n BASES DE CÁLCULO Combinações de ações para os ELU (cont.) � Carregamento normal (ver NBR 7190:1997 item 5.2.1) � Um carregamentonormal inclui apenas as ações decorrentes do uso previsto para a construção. � Admite-se que um carregamento normal corresponda à classe de carregamento de longa duração... � Em um carregamento normal, as eventuais ações de curta ou média duração terão os seus valores atuantes reduzidos para que a resistência da madeira possa ser considerada como correspondente apenas às ações de longa duração. � Combinações últimas nas construções correntes com duas cargas acidentais de naturezas diferentes (ver NBR 7190:1997 item 7.1.3) � Segunda combinação: vento como ação variável principal. � Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n F> = ?γAB. FAB,C + γD 0,75. FH,C + ψ�D. FD,C BASES DE CÁLCULO Combinações de ações para os ELS � Os ELS decorrem de combinações de ações que podem ter três classes em função de sua permanência na estrutura: � Combinações Quase-Permanentes de ações (CQP) – Combinações que podem atuar durante grande parte do período de vida da estrutura. � Combinações Freqüentes de ações (CF) – Combinações que se repetem muitas vezes durante o período de vida da estrutura. � Combinações Raras de ações (CR) – Combinações que podem atuar no máximo algumas horas durante o período de vida da estrutura. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n 6 BASES DE CÁLCULO Combinações de ações para os ELS (cont.) � As diversas ações atuantes na estrutura devem ser combinadas segundo os critérios da NBR 8681. � As combinações quase permanentes (CQP), designadas como combinações de longa duração pela NBR7190:1997, item 5.8.1, são dadas pela expressão: � As combinações de longa duração são consideradas no controle usual das deformações nas estruturas. � Observar a inexistência dos coeficientes de ponderação γf: γg ou γq. � ��,IJKL = ∑ ���, +∑ ���. ���, ��� ��� � ��, − Mção permanente característica � ��, − Mção variável característica � �� − ��$�� �� ��;N&9�ção O �!� :��;�9�9$� Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n BASES DE CÁLCULO Tipos de análise estrutural � Os Esforços Solicitantes (ES) (N, V, M e T) oriundos das ações estáticas ou quase-estáticas podem ser calculados por dois processos: � Análise estática linear: pequenos deslocamentos, pequenas deformações, comportamento elástico linear do material (lei de Hooke). � Análise estática não linear: grandes deslocamentos – não linearidade geométrica, não linearidade física – diagrama σ x ε não linear. � Na prática profissional, devido a maior simplicidade, a análise estática linear é a mais utilizada. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n PROPRIEDADES MECÂNICAS As propriedades físicas e mecânicas das espécies de madeira são determinadas por meio de ensaios padronizados em amostras sem defeitos. � Os métodos de ensaio estão descritos na NBR 7190:1997, anexo B. Principais propriedades para o uso da madeira em estruturas: � fc0 - Resistência à compressão paralela às fibras. � fc90 - Resistência à compressão normal às fibras. � ft0 - Resistência à tração paralela às fibras. � ft90 - Resistência à tração normal às fibras. � fv0 - Resistência ao cisalhamento paralelo às fibras. � fe0 - Resistência ao embutimento paralelo às fibras (pressão de apoio em ligações com conectores). � fe90 - Resistência ao embutimento normal às fibras. � Ec0 - Módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras. � Ec90 - Módulo de elasticidade na compressão normal às fibras. � ρap (12%) - Massa específica aparente (densidade aparente) a 12% de umidade. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n 7 Propriedades mecânicas ENSAIOS PADRONIZADOS Compressão paralela às fibras � Diagrama σ x ε � Comportamento elástico do material (até fc,el): trecho linear. � Comportamento não-linear do material (após fc,el): associado à flambagem das fibras de madeira. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n � Colapso (fc): ruptura do material ligante e flambagem das fibras. � fc = Nu / A � Módulo de elasticidade (longitudinal) - Ec: obtido do trecho linear. (Pfeil, 2007) Propriedades mecânicas ENSAIOS PADRONIZADOS Tração paralela às fibras � Corpos de prova com dimensões maiores nas regiões junto às garras. � Diagrama σ x ε � Comportamento linear até bem próximo à tensão de ruptura em tração. � Comportamento frágil em tração e dúctil em compressão. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Propriedades mecânicas ENSAIOS PADRONIZADOS Cisalhamento paralelo às fibras � Resistência ao cisalhamento paralelo às fibras (fv0): fQ� � FR A � Vigas de madeira: verificar τv0 fv90 >> fv0 Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Figuras (Pfeil, 2009): (a) Ensaio de cisalhamento em corpo de prova. (b) Viga em flexão simples. (c) Tensões de cisalhamento no elemento AA da viga. 8 Propriedades mecânicas ENSAIOS PADRONIZADOS Compressão normal às fibras � As fibras são constituídas por células ocas que apresentam grandes deformações quando comprimidas transversalmente. � A resistência à compressão normal às fibras (fc90) é definida por um critério de deformação excessiva, correspondente à uma deformação residual de 2%. � fc90 ≅ 0,25.fc0 Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Ensaio de compressão normal às fibras e diagrama σc90 x εc90 Propriedades mecânicas ENSAIOS PADRONIZADOS Flexão � Ver Pfeil (2007). Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n PROPRIEDADES MECÂNICAS Variação das propriedades mecânicas de madeiras de espécies diferentes. � As madeiras de maior massa específica apresentam maior resistência e maior rigidez. � A figura ao lado ilustra a variação da resistência média à compressão (fc0) e do módulo de elasticidade (Ec0) com a massa específica para madeiras nacionais a 15% de umidade (Pfeil, 2007). Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n 9 PROPRIEDADES MECÂNICAS Variação estatística das propriedades mecânicas de uma espécie de madeira. � As propriedade mecânicas de uma espécie de madeira apresentam variações pois, a madeira é um material natural sujeito a diversos fatores ambientais. � Os resultados experimentais dos valores da resistência (fi) de n amostras sem defeitos apresentam-se segundo uma distribuição normal (curva de Gauss). � A cada valor de resistência está associada uma densidade de frequência. � Definem-se os seguintes valores: Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Resistência x frequência de ocorrência PROPRIEDADES MECÂNICAS Variação estatística das propriedades mecânicas de uma espécie de madeira. (cont.) � O valor da resistência é fixado estatisticamente. � Adota-se, por convenção, para o valor da resistência, o valor correspondente ao quantil de 5% da distribuição Normal. � A este valor denomina-se resistência característica (fk) e pode-se determiná-lo pela expressão: fk = fm – 1,645.σ = fm.(1 – 1,645.δ) Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Resistência x frequência de ocorrência PROPRIEDADES MECÂNICAS Variação estatística das propriedades mecânicas de uma espécie de madeira. (cont.) � Os coeficientes de variação das propriedades mecânicas das espéciesde madeira (δ) podem ser obtidos no item 6.3.3 ou no anexo E da NBR 7190:1997 : � fk = fm – 1,645.σ = fm.(1 – 1,645.δ) � Compressão paralela às fibras: δ = 18% ⇒ fk/fm = 0,70 � Tração paralela às fibras: δ = 18% ⇒ fk/fm = 0,70 � Cisalhamento paralelo às fibras: δ = 28% ⇒ fk/fm = 0,54 Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n 10 PROPRIEDADES MECÂNICAS � As propriedades mecânicas obtidas nos ensaios variam com o teor de umidade da amostra. � Teor de umidade do lote de amostras deve ser determinado para posterior ajuste dos resultados ao teor de umidade padrão U = 12%. � Para os resultados de amostras ensaiadas com teor de umidade entre 10% e 20% a NBR 7190:1997 apresenta expressões que permitem corrigir os valores das resistências e das rigidezes para o teor de umidade padrão U = 12%. � As propriedades mecânicas das madeiras apresentadas na NBR 7190:1997 referem-se ao teor de umidade de 12%. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n PROPRIEDADES MECÂNICAS � Propriedades físicas e mecânicas das espécies de madeira. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n PROPRIEDADES MECÂNICAS � Propriedades físicas e mecânicas da madeira conforme a sua classe de resistência. � As classes de resistência das madeiras têm por objetivo o emprego de madeiras com propriedades padronizadas, orientando a escolha do material para elaboração de projetos estruturais. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Fonte: NBR 7190:1997 11 PROPRIEDADES MECÂNICAS Correlação entre as propriedades mecânicas da madeira. � A NBR 7190:1997, item 6.3.3, permite a caracterização simplificada das resistências das madeiras usuais a partir dos ensaios de compressão paralela às fibras: � fc0,k = 0,77.ft0,k � ftM,k = 1,0.ft0,k � fc90,k = 0,25.fc0,k � fe0,k = 1,0.fc0,k � fe90,k = 0,25.fc0,k � Dicotiledôneas: fv0,k = 0,12.fc0,k � Coníferas: fv0,k = 0,15.fc0,k Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n PROPRIEDADES MECÂNICAS Correlação entre as propriedades mecânicas da madeira (cont.) � Na falta de dados experimentais podem ser utilizados, como valores de referência, os seguintes valores de rigidez (módulo de elasticidade) : � Dicotiledôneas: EM = 0,90.Ec0 � Coníferas: EM = 0,85.Ec0 � Módulo de elasticidade na direção normal às fibras: E90 ≅ 0,05.E0 � Módulo de cisalhamento: G90 ≅ 0,07.E0 Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n RESISTÊNCIA DE CÁLCULO Variação das propriedades mecânicas de uma espécie de madeira. � As resistências características obtidas em ensaios padronizados (peças sem defeitos, umidade padrão de 12%) não representam as propriedades mecânicas da madeira serrada utilizada em estruturas pois estas variam ainda com: � Teor de umidade em que se encontra a peça de madeira. � Tempo de duração da carga. � Qualidade da peça de madeira, etc. � Determinando-se a variação das propriedades mecânicas em função destes fatores obtem-se aos valores das tensões resistentes de projeto (resistência de cálculo). Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n 12 RESISTÊNCIA DE CÁLCULO Resistência de cálculo (ou de projeto) � A resistência de cálculo (fd) é obtida a partir da resistência nominal característica (fk) com a expressão abaixo: Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n RESISTÊNCIA DE CÁLCULO Resistência de cálculo (cont.) f> = kUV> WXYZ � A resistência característica pode ser obtida a partir da resistência média e do coeficiente de variação pela expressão: fk = fm – 1,645.σ = fm.(1 – 1,645.δ) � O coeficiente de variação das propriedades mecânicas das madeiras (δδδδ) pode ser obtido conforme item 6.3.3 da NBR7190:1997. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n RESISTÊNCIA DE CÁLCULO Resistência de cálculo (cont.) f> = kUV> WXYZ � Os coeficientes de ponderação da resistência γγγγw , para os ELU, são determinados conforme item 6.4.5 da NBR 7190: 1997 ou, pela tabela 3.8 de Pfeil, 2007. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n 13 RESISTÊNCIA DE CÁLCULO Resistência de cálculo (cont.) f> = kUV> WXYZ O coeficiente de modificação kmod é obtido a partir do produto: kmod = kmod,1 . kmod,2 . kmod,3 � O coeficiente parcial de modificação kmod,1, leva em conta a classe de carregamento e o tipo de material empregado (tabela 10 da NBR 7190: 1997). � O coeficiente parcial de modificação kmod,2, leva em conta a classe de umidade e o tipo de material empregado (tabela 11 da NBR 7190: 1997). No caso particular de madeira serrada submersa, admite-se o valor kmod,2 = 0,65. As classes de umidade têm por finalidade ajustar as propriedades de resistência da madeira para as condições ambientais onde permanecerá a estrutura (tabela 7 da NBR 7190: 1997). Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n RESISTÊNCIA DE CÁLCULO Resistência de cálculo (cont.) f> = kUV> WXYZ � O coeficiente parcial de modificação kmod,3 leva em conta se a madeira é de primeira ou segunda categoria. O coeficiente de modificação kmod,3 é determinado conforme item 6.4.4 da NBR 7190: 1997 ou, pela tabela 3.13 de Pfeil, 2007. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n RESISTÊNCIA DE CÁLCULO Módulo de elasticidade � Nas verificações de segurança (Estado Limite Último) em que os esforços solicitantes dependam da rigidez da madeira, o módulo de elasticidade paralelamente às fibras deve ser tomado com o seu valor efetivo dado pela expressão: Ec0,ef = kmod,1 . kmod,2 . kmod,3 . Ec0,m � kmod,1 , kmod,2 , kmod,3 - Coeficientes de modificação das propriedades da madeira. � Ec0,m - Módulo de elasticidade longitudinal obtido no ensaio de compressão paralela às fibras para U = 12%. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n 14 RESISTÊNCIA DE CÁLCULO Critérios de dimensionamento para solicitações simples � Compressão paralela às fibras (ou inclinação ≤ 6°) � Em peças curtas submetidas à compressão axial o critério de segurança é dado por: σc0,d ≤ fc0,d � Compressão normal às fibras � O critério de segurança é dado por: σc90,d ≤ fc90,d � fc90,d = 0,25.fc0,d . αn � O valor de ααααn , ver slide seguinte. � Compressão inclinada em relação às fibras (inclinação ≥ 6°) � Utilizar a fórmula de Hankinson (NBR 7190:1997 item 7.2.9): � Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n RESISTÊNCIA DE CÁLCULO Critérios de dimensionamento para solicitações simples � Compressão inclinada em relação às fibras (inclinação ≥ 6°) � Utilizar a fórmula de Hankinson (NBR 7190:1997 item 7.2.9): � 8[\,� � ]^_,`∗]^b_,` ]^_,`∗IJ� c\d]^b_,`∗[eI c\ Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Resistência à compressão (ou tração) inclinada às fibras: (a) tensão inclinada de β em relação às fibras; (b) gráfico da fórmula de Hankinson. (Pfeil, 2007) RESISTÊNCIA DE CÁLCULO Critérios de dimensionamento para solicitações simples (cont.) � Compressão normal às fibras � O critério de segurança é dado por: σc90,d ≤ fc90,d � fc90,d = 0,25.fc0,d . αn � O valor de αn é determinado conforme itens 7.2.4, 7.2.7 e tabela 13 da NBR 7190:1997. Es tru tu ra s dem ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n 15 RESISTÊNCIA DE CÁLCULO Critérios de dimensionamento para solicitações simples (cont.) � Tração paralela às fibras (ou inclinação ≤ 6°) � O critério de segurança é dado por: σt0,d ≤ ft0,d � Tração normal às fibras (em projetos) � ft90,d = 0 � Tração inclinada em relação às fibras (inclinação ≥ 6°) � Utilizar a fórmula de Hankinson: � Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n RESISTÊNCIA DE CÁLCULO Critérios de dimensionamento para solicitações simples (cont.) � Flexão normal simples � O critério de segurança é dado por: σc0,d ≤ fc0,d e σt0,d ≤ ft0,d � Cisalhamento longitudunal em vigas � O critério de segurança é dado por: τ0,d ≤ fv0,d Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n Bases de cálculo e propriedades mecânicas de madeira REFERÊNCIAS � ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7190 - Projeto de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 1997. � ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8681 – Ações e segurança nas estruturas - Procedimento. Rio de Janeiro, 2003. � GLEIZE, Philippe Jean Paul. Materiais de construção civil. Notas de aula da disciplina. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2005. � MOLITERNO, Antonio; BRASIL, Reyolando M. L. R. F. Caderno de projetos de telhados em estruturas de madeira.3.ed. São Paulo: Blücher, 2009. � PFEIL, Walter, PFEIL, Michèle Schubert. Estruturas de madeira, 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. � ZENDRON, Décio. Madeira na construção civil. Notas de aula da disciplina de Estruturas de Madeira. Blumenau: Universidade Regional de Blumenau (FURB), 2008. Es tru tu ra s de m ad eir a - Pr o f. Ra lf K lei n
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