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Resumo de EB Capítulo 5

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Capítulo 5 
Esperança, Frustração e Aprendizado: A História da Nova República 
(1985-1989) 
 
Introdução 
• Período de uma série de experiencias malsucedidas de estabilização da inflação 
o Plano Cruzado – 1986 
o Plano Bresser – 1987 
o Plano Verão – 1989 
 Embora não tenham sido eficientes no que tange à inflação, esses planos colaboraram 
para que houvesses momentos de rápido crescimento 
• As contas fiscais e externas se deterioraram fortemente 
• A Nova República serviu de aprendizado, demonstrando todas as dificuldades de 
um processo de redemocratização 
• O movimento das “Diretas Já” precedeu a Nova República, o que causou a 
sensação de que a redemocratização seria suficiente para resolver todos os 
problemas do país (econômicos e sociais) 
 
Esperança e Frustração: a Campanha “Diretas Já” e a Morte de Tancredo Neves 
• Em 1984 ganhava força o movimento “Diretas Já” 
• Para os brasileiros, o direito ao voto direto traria de volta não só liberdades civis 
e políticas como também, o fim da inflação, o crescimento e a redistribuição de 
renda 
• O fato de a emenda constitucional referente às diretas não ter sido aprovada por 
falta de quorum (mesmo depois de grande manifestação popular) foi a primeira 
frustração da Nova República 
• Tendo em vista a dificuldade de tal emenda constitucional ser aprovada, um grupo 
de políticos passou a articular a redemocratização através de eleições indiretas no 
Colégio Eleitoral 
• Em janeiro de 1985 Tancredo Neves foi eleito, mas não tomou posse e faleceu em 
abril 
• Com a morte de Tancredo, o tal grupo responsável por sua eleição assumiu o poder 
• O governo reuniu políticos de esquerda e de centro além de economistas 
• Sarney era considerado o elo mais fraco da Aliança Democrática 
Tancredo tinha grande habilidade de conciliar diferentes opiniões, 
ao contrário de Sarney (“sem a legitimidade das urnas, Sarney buscou a 
legitimidade das ruas, com o Plano Cruzado”) 
 
 
A Economia às Vésperas do Plano Cruzado 
• Após a recessão de 1981 a 1983, em 1984 a economia brasileira reencontrou a 
trajetória de crescimento 
• O crescimento veio junto com uma melhora nas contas externas e de uma redução 
no desequilíbrio das contas públicas 
• Esse resultado se deu devido às seguintes causas: 
o Aos processos de amadurecimento dos investimentos em substituição de 
importações e em promoções de exportações 
o À maxidesvalorização da moeda realizada em 1983 
o À recessão verificada na economia brasileira nos anos anteriores 
o À recuperação da economia americana em meados dos anos 1980 
 Apesar da contribuição insignificante do movimento de capitais, houve um aumento 
significativo das reservas internacionais do país 
MOMENTO INTERNACIONAL FVORÁVEL 
preço do petróleo (importante para as importações 
brasileiras) caía no mercado internacional 
desvalorização do dólar em relação às moedas europeias e ao 
iene 
• 1985 – Contexto de menor restrição externa (considerando o período 81-83) ao 
mesmo tempo que a economia tinha recuperado suas taxas de crescimento 
• Na primeira metade da década de 80, a evolução do déficit público estava 
estreitamente vinculada à análise do comportamento das dívidas interna e externa, 
devido ao peso dos encargos da dívida 
• Aumento da dívida externa se deu em função: 
o dos maiores juros internacionais 
o do processo de estatização da dívida 
o da desvalorização de 1981-1983 
• Durante os anos de 83 e 84 o governo promoveu um ajuste fiscal com base na 
queda dos salários e do investimento público 
• Final de 1985 – medidas fiscais e monetárias adotadas através de um “pacote 
fiscal” cujo objetivo era eliminar o déficit no conceito operacional 
Aquele que desconta o 
efeito da inflação - correção 
monetária e cambial - nas 
contas do governo 
(definição adequada para 
mensurar o déficit público) 
• Devido a essas medidas o déficit operacional foi reduzido em 83/84 mas aumentou 
em 85 
• O principal problema da economia brasileira era a inflação 
• A inflação não cedia mesmo quando o desempenho do PIB era fraco 
• Os esforços de 81/82 apenas reduziram a inflação marginalmente 
• Após a maxidesvalorização de 83 a inflação havia se acelerado 
• As medidas fiscais não tiveram nenhum impacto sobre a inflação 
• Final de 1985 – inflação 235% 
• Às vésperas do plano cruzado a inflação só acelerava 
(“é interessante observar que, quando a inflação apresenta vários aspectos 
aceleracionistas, aplicou-se um plano baseado na interpretação inercialista da inflação”) 
 
O Debate sobre as Causas da Inflação no Brasil 
• Depois de tantas iniciativas frustradas no começo dos anos 80, fortaleceu-se a tese 
de que o principio da correção monetária, introduzido no PAEG tornara-se um 
elemento de dificuldade para o combate à inflação 
(PAEG = Plano de Ação Econômica do Governo) 
• Era necessário promover a desindexação da economia brasileira, mas não havia 
um consenso sobre como fazê-lo 
• Em 1984, havia quatro propostas de desindexação 
o “pacto social” – propostos por economistas do PMDB e da Unicamp 
o “choque ortodoxo – defendido principalmente por economistas da FGV 
o “choque heterodoxo” – de Francisco Lopes, da PUC-Rio 
o “reforma monetária” – de André Lara Resende e Pérsio Arida, da PUC-
Rio 
• Pacto Social 
o Defendiam que a inflação no brasil resultava de uma disputa entre os 
setores da sociedade por uma participação maior na renda nacional – 
chamado de “conflito distributivo” 
o Nele, cada grupo buscava se apropriar de uma parcela de renda mai9or 
para si, que, somadas, eram incompatíveis com a renda agregada da 
economia 
o Ao longo do tempo, a distribuição de renda permanecia a mesma, mas 
gerava como consequência um processo inflacionário 
o O fim desse conflito distributivo só seria possível numa democracia, em 
um governo de coalizão, através dela, seria possível convencer 
empresários e trabalhadores de que a estabilização era um bem maior 
o Bastaria que todos concordassem em não aumentar seus preços por um 
determinado período para acabar com a inflação 
• Choque Ortodoxo 
o Baseado na teoria quantitativa da moeda, segundo a qual a inflação no 
Brasil não tinha nada de peculiar 
o Era causada pela excessiva expansão monetária, uma forma de financiar 
um governo que gastava além de sua capacidade de arrecadar receitas 
o Causa da inflação brasileira = excessivo gasto público numa economia em 
que o Estado crescera demais 
o As medidas adotadas no início da década de 80 não estavam erradas, 
apenas se deram de forma incompleta e ineficiente 
o Era preciso promover um choque ortodoxo 
o Era preciso, então: 
▪ Severos cortes de gastos 
▪ Aumento de receitas e tributos 
▪ Corte brusco da emissão de moeda e títulos da dívida 
▪ Promover a desindexação a economia e a liberalização total de seus 
preços 
• Choque Heterodoxo e Reforma Monetária 
o O componente de realimentação pela inflação passada (componente 
inercial) era a principal causa da inflação do ponto de vista estatístico 
o A influência sobre a inflação de variações no hiato do produto 
(componente da “curva de Phillips” da inflação) era muito pequena 
o Questionavam o déficit público como causa da inflação 
o O déficit público era similar a outros países que tinham taxas inferiores às 
taxas brasileiras 
o Ineficácia dos programas do FMI para estabilizar a econômica brasileira 
era uma prova importante de que a inflação brasileira não era resulta de 
um sobreaquecimento da demanda em relação à estrutura da oferta 
o A inflação seria resultado, primeiramente, de cláusulas de indexação que 
a perpetuavam ao longo do tempoo Diferente dos economistas do PMDB não acreditavam na viabilidade de 
um Pacto Social, porque o Brasil não possuía uma estrutura política que 
permitisse acordos tripartites (governo, trabalhadores e empresários) 
muito abrangentes, sendo difícil evitar que algum grupo rompesse o Pacto 
o O fim da inflação estaria ligado à desindexação, mas ela não ocorreria por 
meio de um acordo voluntário 
o Atrativos das propostas, a partir de um ponto de vista político: 
▪ Prometer a estabilização dos preços sem adotar políticas restritivas 
de demanda, seria possível até aumentar a oferta da moeda, uma 
vez que o fim da inflação resultaria em um processo de 
remonetização da economia durante os meses iniciais 
▪ Caráter neutro do ponto de vista distributivo. Embora a 
desindexação não trouxesse solução para a má distribuição de 
renda do Brasil, sua adoção colocaria salários e outras rendas em 
seus respectivos valores médios de equilíbrio 
 O fim da inflação melhoria a situação dos menos abastados (são os que mais sofrem 
com a inflação, pois são os que têm mesmo acessos a ativos indexados 
o Diferença entre ambos: 
▪ Francisco Lopes, o problema da estabilização poderia ser 
solucionado através de um pacto de adesão compulsória: um 
congelamento de preços 
▪ Pérsio Arida e André Lara Resende acreditavam que o 
congelamento “engessava” a economia, eliminando o mecanismo 
de autorregulação dos mercados via preços e causava várias 
distorções alocativas 
▪ “Proposta Larida” (Reforma Monetária): desindexar a economia 
através da introdução de uma moeda indexada que circularia 
paralelamente à moeda oficial brasileira (Cruzeiro) 
(Planos de estabilização da Nova República – Cruzado, Bresser e verão _ seguiram a 
proposta de congelamento, ao passo que o Plano Real adotou uma Proposta “Larida” com 
algumas notáveis modificações) 
• Tese defendia por Franco (discute causas da inflação e sua relação com o déficit 
público): 
o Diante de uma restrição externa extrema, graças a obrigatoriedade do 
pagamento de elevadas reparações de guerra, mas também de taxas de 
juros relativamente estáveis 
o A elevação da taxa de câmbio constituía-se em uma fonte de inflação de 
custos para economia 
 *comparação com a estabilização vivida pela Alemanha nos anos 1920 
 
A Inflação Inercial 
• Francisco Lopes creditava que a inércia inflacionária decorre da existência de 
contratos com cláusulas de indexação 
• Assincronia dos picos de renda no tempo entre as diversas categorias da sociedade 
 
 Permite certa estabilidade no patamar inflacionário 
• A única posição sustentável para a economia é aquela em que os rendimentos se 
encontram todos em seus patamares médios 
• Tentativa de taxonomia dos diagnósticos de inflação 
• Advertência teórica quanto ao modelo de formação de expectativas subjacente à 
teoria da inflação inercial 
• O Plano Cruzado é considerado um plano Heterodoxo porque existe uma ênfase 
na inconsistência de renda desejada entre os agentes e a negação da importância 
do desiquilíbrio do setor público como a causa última da inflação 
• Teses ortodoxas: 
o As teses ortodoxas veem a inflação como o resultado de um excesso de 
demanda resultante de um governo que gasta mais do que arrecada 
o Os ortodoxos não negam a possibilidade de eventuais focos de custos que 
levam a alta de preços 
o Para os ortodoxos as pressões de custo só se traduzem em inflação porque 
o governo as sanciona, através da expansão monetária passiva 
o Pressões de custos deveriam se materializar apenas em mudanças 
temporárias de preços relativos e jamais em processos inflacionários 
o Para eles então, a solução da inflação está relacionada a um ajuste fiscal 
acompanhado de política monetária restritiva 
o Admitindo a possibilidade de sacrifício de um produto por conta da rigidez 
de alguns preços (mal necessário) 
• Teses heterodoxas: 
o Admitem a possibilidade teórica de inflação de demanda (“acima do pleno 
emprego, expansões fiscais geram inflação”) 
o No mundo real, em economias em desenvolvimento principalmente, onde 
a mobilidade dos fatores é menor e existem gargalos de oferta, existem 
inflações de custos que transformam em processos inflacionários pela 
existência do conflito distributivo 
o Eles concordam com os ortodoxos que a majoração dos custos pode ser 
circunstancial, causando nesse contexto uma mudança temporária de 
preços relativos 
o Mas normalmente são pressões recorrente que revelam problemas 
estruturais da economia: 
▪ Desiquilíbrios estruturais do Balanço de Pagamentos 
▪ Estruturas agrícolas ineficientes 
▪ Infraestrutura inadequada 
▪ Gargalos setoriais de oferta que juntamente coma rigidez de preços 
são responsáveis por fazer com que excessos de demanda setoriais 
se transformem em elevações gerais de preços 
▪ Estruturas oligopolizadas que usam o aumento de inflação de 
margens como fonte de financiamento para a expansão da 
produção 
▪ Inexistência de um mercado de crédito e de capitais desenvolvido 
▪ Etc 
o As pressões de custos são fontes de aceleração inflacionária, porém, a 
inflação adquire um caráter inercia pela existência de um conflito 
distributivo latente ou institucionalizado (tende a se manter constante) 
o Ênfase nos efeitos da inflação sobre a distribuição de renda e/ou problemas 
reais/estruturais da economia 
o Logo, a expansão monetária é um resultado e não a causa da inflação 
o É preciso que a inflação deixe de ser inercial, através da desindexação da 
economia, fazendo com que a política fiscal e monetária se torne eficiente 
no combate à inflação 
• A tese envolvida no diagnóstico do Plano Cruzado argumentava sobre a existência 
de cláusulas de indexação contratual que perpetuavam a inflação 
 
O Plano Cruzado 
• Adotou a proposta do choque heterodoxo 
• Semelhanças com o Plano Austral adotado na Argentina um ano antes (embora a 
Argentina tenha entrado nesse plano em uma situação de retração econômica e o 
Brasil não) 
• Grupos de medidas no Plano Cruzado: 
o Reforma Monetária e Congelamento 
▪ Cruzado como padrão monetário nacional 
▪ Propósitos: 
• Criar a imagem de uma nova moeda, forte 
• Permitir a intervenção nos contratos, já que ficava 
estabelecida uma nova unidade monetária 
▪ Controle do congelamento pela “Tabela da Sunab” (tabela de 
preços a ser respeitada sob risco de cometer “crime contra a 
economia popular”) 
o Desindexação da Economia 
▪ Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (criadas no PAEG, 
em 1964) foram extintas e substituídas pelas Obrigações do 
Tesouro Nacional 
▪ Proibição de indexação de contratos com prazos inferiores a um 
ano 
▪ Obrigações financeiras denominadas na velha moeda, com o 
objetivo de acabar com o problema da expectativa de inflação 
embutida em tais obrigações financeiras, evitando transferência de 
rendas entre credores e devedores 
o Índices de Preços e Cadernetas de Poupança 
▪ Deslocamento do período de apuração do IPCA (que passou a ser 
chamado de IPC) com o objetivo de eliminar a contaminação do 
índice pela inflação do mês de fevereiro 
▪ As cadernetas de poupança passavam a ter rendimentos trimestrais 
ao invés de mensais, com o objetivo de evitar o fenômeno de ilusão 
monetária (queda do rendimento nominal e consequente 
despoupança) 
o Política Salarial 
▪ Os salários em cruzados deveriam ser calculados pela média dos 
últimos seis meses em valores correntes 
▪ Os salários ficavam oficialmente congelados, podendo os 
empresários decidir por aumentos caso a caso, através de 
negociação 
▪ Dissídios passaram a ser anuais 
▪ Com o intuito de evitar que os trabalhadores acumulassem perdas, 
foi criadoo “gatilho salarial”, que garantia a correção imediata dos 
salários sempre que a inflação acumulasse 20 % 
• O sucesso inicial do Plano Cruzado foi estrondoso 
• O único setor que mostrou queda expressiva foi o setor bancário 
• Expansão do emprego e aumentos salarias diante de um temor de greve 
• Essa aceleração do consumo se deu sobre uma demanda já aquecida 
• O nível de utilização da capacidade começou a crescer rapidamente 
• A demanda já estava crescendo e o Plano Cruzado intensificou esse processo 
• Melhora nas contas públicas que acontecer no imediato pós-estabilização no 
Brasil 
• Redução das despesas com juros reais 
• Não houve um enorme agravamento da situação fiscal no ano do Plano Cruzado 
• Os criadores do Plano acreditavam que a oferta de moeda poderia crescer de forma 
a acomodar a nova demanda por moeda, sem que houvesse impactos 
inflacionários 
• O governo tinha provocado uma expansão exagerada da oferta de moeda 
• As taxas de juros reais se tornaram negativas 
• Valorização expressiva dos ativos financeiros 
• Bolsa de valores, ativos reais e ágio no mercado paralelo de dólar subiram 
• Redução das taxas de juros estimulou ainda mais a expansão do crédito, o que 
levou a um boom de consumo (normais em processos de estabilização, mas no 
contexto brasileiro agravados pelos abonos salariais concedidos e pelo próprio 
temos de que a estabilização fosse passageira) 
• Logo começaram a aparecer sinais de desabastecimento da economia 
• Descongelar se mostrava uma alternativa difícil (política e economicamente), 
mesmo que parcialmente 
• Divisão de pensamentos 
o Pedir empréstimo ao FMI 
o Liberar apenas parte dos preços 
o Tudo não passava de uma bolha, surto de consumo passageiro 
• Surge o “Cruzadinho”, lançado em 1986 
o Pacote fiscal para desaquecer o consumo e financiar um plano de 
investimentos em infraestrutura e metas sociais (prioridade segundo 
Sarney) 
o O pacote gerou aumento dos preços 
o Os aumentos de preços foram expurgados do indicie oficial de inflação 
com o objetivo de evitar o acionamento do gatilho salarial 
o Descontentamento com o pacote 
▪ Insuficiente para desaquecer o consumo 
▪ Gerou poucos recursos para financiar o programa de investimentos 
anunciado pelo governo 
• O governo passou a recorrer às importações (congestionamento dos portos e 
demora na entrega dos produtos) 
• Mesmo assim, o PMDB venceu várias eleições por todo o Brasil 
• Foi anunciado o Cruzado II (adiamento de medidas restritivas foi um oportunismo 
político) 
o Pacote fiscal com o objetivo de aumentar a arrecadação em 4%do PIB 
o Aumento de impostos indiretos em produtos da “ponta” do consumo 
o A ideia era aumentar preços de bens finais, com o objetivo de evitar 
repasses ao longo da cadeia produtiva 
o Expurgar os aumentos se tornou politicamente inviável 
o Válvula de escape para o abandono do congelamento 
• 1987 – Fim do Plano Cruzado (extinção do congelamento de preços) 
• Piora das contas externas – decretada moratória dos juros externos, diminuindo a 
entrada de recursos internos no país 
• Erros na concepção e na condução do Plano Cruzado (por seus criadores): 
o Diagnóstico de que a inflação era puramente inercial estava errado 
o Abonos salariais contribuíram para reforçar a explosão de consumo que 
normalmente ocorre após a estabilização 
o Condução das políticas monetária e fiscal foi muito “frouxa”, não evitando 
o aquecimento da demanda 
o Congelamento demorou muito tempo (11 ao invés de 3 meses) 
o Os preços foram congelados em seus níveis correntes e não médios, 
distorcendo os preços relativos 
o O gatilho salarial reintroduziu e gravou a questão da indexação dos preços 
o A economia informal ficou de fora do congelamento, desalinhando ainda 
mais os preços relativos 
o Manutenção do câmbio fixo junto com o crescimento da demanda fez com 
que as contas externas piorassem 
o Existência de uma defasagem nos preços públicos no momento do 
congelamento piorou a situação do governo 
 
Os Planos Bresser e Verão 
• Mudança no Ministro da Fazenda 
• Plano Bresser 
o Objetivava promover um choque deflacionário na economia, buscando 
evitar os erros do Plano Cruzado 
o A inflação foi diagnosticada como inercial e de demanda 
o Plano híbrido (elementos ortodoxos e heterodoxos) 
o Lado ortodoxo: 
▪ Políticas fiscal e monetária seriam ativamente utilizadas contra a 
inflação 
▪ Os juros reais positivos serviriam para contrair o consumo e 
também evitar especulação com estoques 
▪ Reduzir o déficit público através de: 
• Aumentos de tarifas 
• Eliminação do subsídio do trigo 
• Corte de gastos 
• Corte de investimentos públicos 
▪ Foram decretados diversos aumentos antes do congelamento para 
evitar o problema de defasagem dos preços públicos 
▪ Não houve tentativa de expurgo 
▪ Houve deslocamento da base do índice oficial 
o Lado heterodoxo 
▪ Congelamento de preços e salários a ser realizado nas seguintes 
fases: 
• Congelamento total por três meses 
• Flexibilização do congelamento 
• Descongelamento 
▪ Salários indexados a uma nova base – URP 
▪ Com o objetivo de acabar com o gatilho salarial sem que houve 
uma crise política, foi introduzido através da nova base um 
esquema em que se garantia a correção mensal mas ao mesmo 
tempo aumentava a defasagem entre a inflação do mês e seu 
repasse para salários 
▪ Se a inflação acelerasse ou desacelerasse, a variação seria 
suavizada pela média 
▪ A taxa de câmbio não foi congelada para que não houvesse 
deterioração das contas externas 
▪ Não foi criada um a nova moeda 
▪ Nova regras para os contratos de alugueis 
o Sucesso inicial na redução da inflação, mas não tão significativa quanto o 
Plano Cruzado 
o Congelamento não foi respeitado 
o Remarcações preventivas de preços, aumentando os desiquilíbrios entre 
preços relativos 
o Acordos salariais foram responsáveis pela redução do déficit público 
o Melhor resultado – contas externas 
• Troca de ministro 
• Política do feijão com arroz 
o Ortodoxo gradualista 
o Congelamento dos valores nominais dos empréstimos do setor publico e 
na contenção salarial do funcionalismo público 
o Aumentos de preços públicos e choque agrícola desfavorável fizeram os 
preços se acelerassem 
o Fim da moratório do pagamento dos juros da divida externa 
• 1988 – Constituição Cidadã 
o Prioridade dada aos direitos sociais 
o Do ponto de vista econômico, afetou a capacidade de o Governo Central 
controlar as contas públicas, devido: 
▪ Ao crescimento da vinculação de receitas do governo 
▪ Redução da participação dos gastos federais no total do gasto 
público 
▪ Incremento das despesas com a Previdência 
• O insucesso da política do feijão com arroz foi responsável pelo crescimento de 
pensamentos de desindexação mais radicais, resultando no Plano Verão 
• Plano Verão 
o Extintos todos os mecanismos de indexação, inclusive a URP 
o Programa híbrido 
o Lado ortodoxo: 
▪ Redução de despesas de custeio 
▪ Reforma administrativa para reduzir custos 
▪ Limitações a emissões de títulos pelo governo 
▪ Medidas de restrição de crédito 
o Lado heterodoxo: 
▪ Congelamento de preços e salários 
o Mudança na unidade monetária nacional – cruzado novo (1:1 em relação 
ao dólar) 
o Não foram decretadas novas regras de indexação 
o Congelamento anunciado por tempo indeterminado 
o Permitiu a transferência de rendas entre credores e devedores, ao não 
instituir regras para a conversão das dívidas pós-fixadas 
o A OTN e a OTN-fiscal foram congeladas e extintas 
o Aumentos prévios de preços públicos e tarifas, de forma acorrigir as 
receitas do governo pela inflação acumulada e qualquer eventual inflação 
residual até o fim do congelamento 
o O ajuste fiscal não aconteceu na prática por causa da impopularidade do 
governo e das eleições que estavam para acontecer (1989) 
o Os elevados juros praticados foram incapazes de conter o movimento de 
antecipação do consumo, movido pelo temor de explosão dos preços até o 
fim do congelamento 
o Trabalhadores começaram a reivindicar reposições salariais 
o A inflação abaixou apenas no primeiro mês 
 
O Comportamento da Economia no Período de 1985-1989 
• 1986 (durante o Plano Cruzado) – indústria liderou o crescimento do produto 
• A expansão se deu em bens de consumos duráveis e em investimentos (resultados 
esperados em momentos de estabilização através de uma âncora nominal 
• Exportações tiveram o pior desempenho 
• Produção doméstica se voltou para o consumo interno 
• 1987 (durante o Plano Bresser) – agropecuária que garantiu o desempenho 
positivo do PIB 
• Perda de poder aquisitivo dos salários e os juros reais mais elevados que o ano 
anterior desestimulou as vendas do comércio e da indústria 
• 1988 (política do feijão com arroz) - pior desempenho da economia (o bom 
comportamento das exportações impediu uma queda mais expressiva do produto) 
• Durante os quatro anos, as exportações foram responsáveis por puxar a expansão 
do PIB 
• Vendas externas foram beneficiadas pela maturação de projetos relativos ao II 
PND e pela queda da demanda interna, além do bom desempenho da economia 
mundial 
• Crescimento do setor de serviços acima da indústria e da agricultura deve ser 
atribuído somente ao ano de 1986, quando as vendas foram impulsionadas pelo 
Plano Cruzado 
• Plano Cruzado influencia o bom comportamento de bens de capital e bens de 
consumo duráveis 
• Melhor na balança comercial 
• Importações no período da Nova República apresentaram ligação direta com o 
comportamento da economia 
• Resultados fiscais pioraram devido à queda da carga tributária juntamente com 
um aumento de gastos correntes 
 
Conclusões 
• A teoria que venceu o debate sobre as causas da inflação brasileira foi de que a 
inflação no Brasil era “puramente inercial” 
 
Inflação decorria apenas de práticas 
contratuais que repunham a inflação passada 
a cada data-base, não deve ser atribuída ao 
superaquecimento da demanda em relação à 
oferta, sendo o déficit público pouco 
relevante 
• A suposição de que seria possível adotar uma política monetária acomodatícia se 
revelou incorreta, diante da explosão de demanda que se seguiu ao anúncio do 
Plano 
• Lições 
o Movimentos naturais de expansão de demanda (abonos salariais e políticas 
adotadas pelo governo) seguem a estabilização 
o Uso da escala móvel – gatilho salarial provou ser um acelerador da 
inflação já que encurtava o período de reajuste 
o Estratégia de congelamento produziu desequilíbrios de preços relativos, 
mostrou-se difícil de administrar 
o Repetição de programas semelhantes de estabilização se mostrou um 
fracasso porque os agentes aprenderam a burlar os congelamentos 
o O congelamento agravou o problema da demanda agregada porque 
incentivou um aumento da demanda e, via expectativas, criou o temor de 
novos congelamentos (e dos efeitos do descongelamento) 
• Interpretações do autor: 
o Existia sim um fator de inercialidade na inflação brasileira que precisava 
ser contido, mas o congelamento se mostrou ineficaz, 
o A situação da Balança Comercial era mais confortável na segunda metade 
dos anos 80, o que enfraquece a tese que atribui a causa da inflação 
brasileira à necessidade de desvalorizar o câmbio, 
o Fixação da taxa de câmbio é um poderoso instrumento para conter a 
inflação, mas para ser eficaz é preciso que o país receba fluxos de capitais 
para financiar seus déficits de transações correntes que surgem depois de 
uma estabilização desse tipo (tal estratégia era inviável no contexto de 
liquidez internacional dos anos 1980) 
• O Plano Real beneficiou-se dos erros cometidos nos Planos da Nova República 
em relação ao combate à inflação

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