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Dosagem de Concreto na Construção Civil

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DOSAGEM DE CONCRETO.[1: Sinopse do case institucional apresentado à disciplina Materiais de Construção I.]
INTRODUÇÃO
O ramo da construção civil está intimamente ligado ao processo de desenvolvimento histórico do mundo, havendo assim a necessidade de sempre está moldando e se renovando para atender as exigências da população, pois com o processo evolutivo, vão surgindo novas técnicas produtivas, transformações no modo de fabricação e preparação dos materiais, mecanismos e maquinários modernos.
Os materiais sofreram grandes alterações nos últimos tempos, não apenas no sentido de se tornarem mais adaptáveis à demanda dos padrões modernos de beleza, mas também no sentido de serem mais flexíveis às aplicações de hoje em dia tornando-se mais duráveis com os anos.
Dessa forma, vem sendo cada vez maior a preocupação com a eficiência em todas as etapas de produção do concreto, desde a seleção de matérias primas, seu sistema de fabricação, transporte, até sua entrega ao cliente, considerando sempre três dimensões: a econômica, social e ambiental.
Portanto é de suma importância o estudo sobre as propriedades físico-químicas, a produtividade e qualidade dos concretos que estão sendo aplicados em obras no cotidiano, visando à adequação as normas vigentes e atendimento aos critérios mínimos, propiciando melhorias ao meio.
IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO 
O presente trabalho retrata a empresa CR engenharia que resolveu terceirizar a dosagem do concreto para a sua obra. O volume total de concreto é de 1000 m3. Com isso, resolveu lançar um edital de concorrência para esta contratação deste serviço.
 O desafio é moldar um corpo de prova cilíndrico (10x20cm), usando concreto convencional, que apresente a capacidade de atingir altas resistências no ensaio de compressão, atendendo o regulamento da competição. 
Existem algumas exigências que serão feitas para a contratação da equipe para o serviço, como as seguintes diretrizes: Resistência do Concreto terá que ter no mínimo 25 MPA; Concreto com o menor custo de dos insumos; O Concreto não poderá conter adição de fibras; Fica a critério da contratada o uso de agregados graúdos (seixo ou brita).
2.1 Descrições das questões para análise
Com base no seguinte caso, se estabelece uma competição para realizar um concreto mais resistente, com desperdícios mínimos e que sigam os parâmetros diante das diretrizes, portanto a partir disso seguem-se os seguintes questionamentos, para que se possa encontrar a melhor forma de integrar e otimizar desde a dosagem a sua confecção. 
Qual o método utilizado para a dosagem do concreto? 
Qual a granulometria dos agregados? 
Qual o valor do abatimento do concreto no ensaio do Slump Test? 
Qual o consumo (kg/m³) de cimento do traço do concreto? 
Qual a resistência alcançada aos 28 dias? 
Qual o diâmetro máximo do agregado graúdo? 
Qual o custo por m³ de concreto?
O PRINCIPIO DO CONCRETO
Os primeiros materiais a serem empregados nas construções foram à pedra natural e a madeira. O concreto armado só surgiu mais recentemente, por volta de 1850.
O concreto armado pode ter surgido da necessidade de se aliar as qualidades de alguns materiais, como: pedra (resistência á compressão e durabilidade) com as do aço (resistências mecânicas) e com as vantagens de poder assumir qualquer forma. 
Este foi capaz de desenvolver um material que, depois de endurecido, tem resistência similar às das rochas naturais, e que quando se encontra no estado fresco é um composto plástico, que possibilita sua modelagem em formas e tamanho os mais variados, por meio da união dos seguintes aglomerantes:
Figura 1- materiais para confecção do concreto
Fonte: Construfácil
Pode também conter adições (cinza volante, pozolanas, sílica ativa, etc.) e aditivos químicos com a finalidade de melhor ou modificar suas propriedades básicas.
3.1 A importância para a engenharia
Devido ao surpreendente crescimento das construções civis no Brasil e no mundo, o concreto é visto como o principal material nesse âmbito, pois a facilidade que este proporciona nas construções é fundamental. Uma vez que apresenta grande resistência, sendo capaz de aguentar toda a estrutura da edificação.
O concreto é o mais utilizado em construções, tai como: prédios residenciais, comerciais, pontes, barragens, viadutos, reservatórios entre outros. Podem-se listar algumas vantagens deste material como o baixo custo, a disponibilidade de seus componentes, a versatilidade, resistência à água, durabilidade e adaptabilidade.
 Em geral, este material de aglomerantes, além de eventuais aditivos. Assim formando uma mistura resistente a compressão e quando endurecido, forma um bloco monolítico que se adequa as exigências propostas.
Em presença da grande variedade dos tipos de concreto, ele garante uma boa eficácia e importância no meio da engenharia civil, podendo exercer diferentes funções, dependendo da necessidade. 
“Em termos de sustentabilidade, o concreto armado consome muito menos energia do que o alumínio, o aço, o vidro, e também emite proporcionalmente menos gases e partículas poluentes”, ressalta Arnaldo Forti Battagin, chefe dos laboratórios da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).
Como citado por Arnaldo Battagin, diferente de outros materiais utilizados na construção civil, o concreto é o mais sustentável, pois o mesmo polui menos o meio ambiente e proporciona um consumo menor de energia, provando mais uma vez a extrema importância do concreto para a área da construção. 
MÉTODOS PARA A CONFECÇÃO DO CONCRETO
O estudo de dosagem dos concretos de cimento Portland são os procedimentos utilizados visando à melhor proporção entre os materiais que constituem o concreto, essa proporção também é denominada traço. Apesar dessa proporção pode ser expresso em volume, o mais adequado é em massa seca de materiais. Dentre os materiais utilizados na fabricação do concreto e em estudos de dosagens temos: os cimentos, os agregados miúdos, os agregados graúdos, a água, o ar incorporado, o ar aprisionado, os aditivos, as adições, os pigmentos e as fibras (ISAIA, 2011).
Existem vários métodos de dosagem do concreto, dentre eles temos método IBRACON, método do ACI, método de De larrard, método de Vitervo O’Reilly, apesar desses métodos divergirem, certos pontos são gerais entre si, como o cálculo da resistência média de dosagem, a resistência à compressão com a relação água/cimento. O estudo de dosagem deve ser efetuado buscando a combinação ideal e econômica dos materiais disponíveis. 
O método IBRACON busca a obtenção do comportamento mecânico e reológico do concreto, consiste em análise em laboratório e uma parte de cálculo, a relação mais importante desse método é a relação a/c, esse método não precisa de conhecimentos prévios sobre o cimento, adições e agregados. Esse método considera principalmente a participação da granulometria uma vez que os cimentos estão cada vez mais incorporados.
Segundo Isaia (2011):
“Em resumo, o método IBRACON entende que a melhor proporção entre os agregados disponíveis é aquela que consome a menor quantidade de água para obter um dado abatimento requerido e faz isso considerando a interferência do aglomerante (cimento + adições) na proporção total de materiais”.
A figura abaixo representa passos para a obtenção do concreto através do método IBRACON:
Figura 2- Método de dosagem IBRACON.
Fonte : Isaia (2011)
O método do ACI (American Concrete Institute) leva em consideração tabelas e gráficos feitos a partir de valores médios de resultados experimentais. Nesse método a resistência à compressão do concreto é aos 28 dias, entre 15MPa e 40MPa e relação a/c de 0,39 a 0,79, caso não se obtenha a resistência à compressão esperada uma nova dosagem deve ser realizada mudando a relação a/c, a consistência do concreto plástica( 50 mm) a fluida (150mm). A desvantagem encontrada no método ACI é que após realizado a medição dos matérias eles são tabelados, porém não abrange todos os materiais existente, fazendo com que algumas informaçõesnão constem na mesma. (ISAIA, 2011)
O método de De Larrard é usado para a composição de qualquer tipo de concreto, seja ele de resistência normal, alto desempenho, com pôs-reativos, esse método se baseia no empacotamento de partículas, objetificando a maior capacidade possível e diminuição de riscos de segregação. Uma das desvantagens desse método é a sua difícil aplicação, pois faz uso de programas computacionais e ensaios de viscosidade com viscosímetros e reômetros de difícil obtenção.
Outro método que utiliza o empacotamento de partículas é o método Vitervo O’ Reilly, visando à máxima capacidade possível e a diminuição do consumo de cimento, para aprimorar a mistura granular, a desvantagem se assemelha ao do método de De Larrad por depender de extenso programa experimental.
4.1Propriedades do Concreto
Existem alguns requisitos a serem atendidos na fabricação do concreto, os quais são divididos em resistência mecânica, trabalhabilidade, durabilidade, deformidade e sustentabilidade. A resistência mecânica é um dos parâmetros mais frequentes, a mais utilizada é a resistência à compressão que é utilizada no controle da qualidade dos concretos, a resistência à tração por flexão é mais usada em projetos de pavimentos de concreto (ISAIA, 2011).
Segundo Isaia (2011): 
“No Brasil, os métodos para obtenção da resistência à compressão do concreto estão especificadas nos métodos de ensaio ABNT NBR 5738:2003 e ABNT NBR 5739:2007, no procedimento de concreto ABNT NBR 12655:2006, no procedimento de projeto ABNT NBR 6118:2007 e no procedimento de execução ABNT NBR 14931:2004. Caso o parâmetro principal a ser atendido seja a resistência à compressão, esta deverá encaixar-se na classificação determinada pela ABNT NBR 8953:2009”.
Os concretos em geral requerem certa trabalhabilidade, que deve ser definido pelos projetos arquitetônicos e estruturais, pelos equipamentos, pelas necessidades de acabamento e condições ambientais. A durabilidade é outro requisito, pois devem durar frente às solicitações, as NBR’s ABNT NBR 6118:2007(água/cimento máxima), ABNT NBR 12655:2006 (resistência à compressão mínima) e a ABNT NBR 14931:2004 espessura mínima de cobrimento de concreto) atestam a durabilidade da estrutura. Em relação à deformidade leva-se em consideração o modulo de elasticidade, a retratação Hidráulica, deformação inicial ou imediata e a deformação lenta, essas deformações podem ser medidas através da ABNT NBR 8224:1983, ABNT NBR 8522:2008 e ABNT NBR NM 131:1984. Outro método utilizado é a sustentabilidade, pôde-se reduzir o consumo de concreto através do aumento da resistência (ISAIA, 2011).
PROCEDIMENTOS REALIZADOS EM LABORATÓRIO
5.1 Dosagens dos materiais 
Conforme SOBRAL (1985), em estudo técnico da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP ET-43), a deterioração do concreto depende da escolha das matérias-primas e o controle antes da produção do concreto, pois materiais inadequados poderão influenciar a durabilidade da estrutura.
Tabela 1: Quantidades utilizadas de cada material
	AREIA FINA
	1000g
	AREIA MÉDIA
	1000g
	BRITA 0
	1000g
	BRITA 01
	1000g
Fonte: Acervo dos autores
5.2 Ensaio Granulométrico
A amostra para o ensaio deverá ser colhida no canteiro de obra, tendo-se o cuidado de colher material de diferentes locais onde o agregado está armazenado, tendo em vista sempre sua representatividade.
Encaixam-se as peneiras observando a ordem crescente da abertura das malhas, colocando a amostra na peneira superior e executa o peneiramento, que pode ser manual ou mecânico. 
Figura 3: Peneiras usadas na granulometria
 
Fonte: Próprio autor
O material que ficou retido em cada peneira é pesado na balança. Procede-se novamente o peneiramento até que, após 1 minuto de agitação contínua, a massa de material passante pela peneira seja inferior a 1% do material retido, conferindo a massa total do material retido nas peneiras e no fundo com a massa seca inicial da amostra.
5.3 Teor de Umidade
O ensaio do teor de umidade consiste na relação entre a massa de água presente em certo volume de solo e a massa das partículas sólidas, no mesmo volume e expressa em porcentagem, realizados de acordo com o Manual de Métodos de Análise de Solo, da EMBRAPA (2011). 
Para a realização do ensaio foi utilizados uma amostra de cada solo coletada, estufa, recipientes para colocação das amostras e balança de precisão. Uma amostra de cada solo analisado foi colocada em um recipiente posteriormente pesados, obtendo-se a Mu (massa de solo úmida). 
Essas amostras foram colocadas na estufa com temperatura entre 105º e 110º grau Celsius (ºC) durante 24 horas e em seguida foram pesadas novamente, obtendo a Ms (massa de solo seca). Todos os valores encontrados foram tabelados abaixo:
Tabela 2: Teor de umidade de cada material
	MATERIAL:
	PESO MATERIAL SECO:
	TEOR DE UMIDADE:
	Areia Fina
	0,976kg
	2,459%
	Areia Grossa
	0,999kg
	0,10%
	Brita 0
	0,998kg
	0,20%
	Brita 01
	0,998kg
	0,20%
Fonte: Próprio autor
5.4 Curva granulométrica
A partir dos resultados obtidos, verificou-se que esses ensaios laboratoriais são imprescindíveis para a fabricação dos pré-moldados, pois esses cuidados devem ser tomados para que sejam evitadas patologias futuras.
Nas tabelas abaixo, irão se encontrar todos os dados da granulometria, elaborados em laboratórios e respectivamente suas curvas.
	Peneira (mm) 
	BRITA-0
	
	Massa (g)
	(%)
	
	
	Retida
	Acumulada
	Passa
	A.M total
	63,00
	0
	0
	0,00
	100,00
	100,00
	31,25
	0
	0
	0,00
	100,00
	100,00
	25,50
	0
	0
	0,00
	100,00
	100,00
	19,00
	0
	0
	0,00
	100,00
	100,00
	16,00
	0
	0,00
	0,00
	100,00
	100,00
	12,50
	0,039
	3,90
	3,90
	96,10
	99,61
	9,50
	0,16
	16,00
	19,90
	80,10
	98,01
	6,30
	0,480
	48,00
	67,90
	32,10
	93,21
	4,75
	0,178
	17,80
	85,70
	14,30
	91,45
	2,36
	0,124
	12,40
	98,10
	1,90
	90,19
	2,00
	0,004
	0,40
	98,50
	1,50
	90,15
	FUNDO
	0,014
	1,40
	100
	0
	90,00
	Peneira (mm)
	BRITA-1
	
	Massa (g)
	(%)
	
	
	Retida
	Acumulada
	Passa
	A.M total
	63,00
	0
	0
	0,00
	100,00
	100,00
	31,25
	0
	0
	0,00
	100,00
	100,00
	25,50
	0
	0
	0,00
	100,00
	100,00
	19,00
	0,125
	12,5
	12,50
	87,50
	98,75
	16,00
	0,329
	32,90
	45,40
	11,40
	95,46
	12,50
	0,432
	43,20
	88,60
	1,30
	91,14
	9,50
	0,101
	10,10
	98,70
	0,40
	90,13
	6,30
	0,009
	0,90
	99,80
	0,20
	90,04
	4,75
	0,002
	0,20
	99,90
	0,10
	90,02
	2,36
	0,001
	0,10
	0,00
	0,00
	90,01
	2,00
	0
	0,00
	0,00
	0,00
	90,00
	FUNDO
	0
	0,00
	0
	0
	100,00
	Peneira (mm) 
	AREIA GROSSA
	
	Massa (g)
	(%)
	
	
	Retida
	Acumulada
	Passa
	A.M total
	1,18
	0,121
	12,10
	12,10
	87,90
	98,79
	0,60
	0,319
	31,90
	43,90
	56,10
	95,61
	0,42
	0,293
	29,30
	73,20
	28,48
	92,68
	0,30
	0,162
	16,20
	89,40
	13,60
	91,06
	0,18
	0,063
	6,30
	95,70
	4,30
	90,43
	0,15
	0,015
	1,50
	97,20
	2,80
	90,07
	0,08
	0,02
	2,10
	99,30
	0,30
	99,30
	FUNDO
	0,006
	0,60
	100,00
	0,00
	90,00
	TOTAL
	1000g
	 
	 
	 
	 
	Peneira (mm) 
	AREIA FINA
	
	Massa (g)
	(%)
	
	
	Retida
	Acumulada
	Passa
	A.M total
	1,18
	0,759
	75,90
	75,90
	24,10
	92,41
	0,60
	0,211
	21,10
	97,00
	3,00
	90,30
	0,42
	0,013
	1,30
	98,30
	1,70
	90,17
	0,30
	0,008
	0,80
	99,10
	0,90
	90,09
	0,18
	0,001
	0,10
	99,2
	0,8
	90,08
	0,15
	0
	0,00
	0
	0
	100,00
	0,08
	0
	0,00
	0
	0
	100,00
	FUNDO
	0
	0
	0
	0
	100,00
	TOTAL
	1000g
	 
	 
	 
	 
 A curva granulométrica é importante, pois mostrará as quantidades de cada tipo de solo que existe no local especificado, sendo crucial para se determinar o tipo de construção e de fundação que deverão ser executados em cada local.
TRAÇO DO CONCRETO
O traço em volume de todosos materiais que constituem o concreto é o mais usado na prática, porém, o mais preciso, ainda é o traço em massa.
Desse modo, para estabelecê-lo é necessário ter em mãos todas as tabelas utilizadas por norma para a dosagem do concreto para a confecção de pré-moldados.
Após a realização do ensaio granulométrico, foram encontrados os valores para cada componente (agregado graúdo e miúdo) do concreto, e a mistura dos materiais recebe o nome de traço ou dosagem, e tem como principal finalidade determinar qual a proporção ideal de cada um dos materiais utilizados na fabricação do concreto.
Assim, com a variação na quantidade dos compostos, irá propiciar concretos com resistências diferentes e de acordo com o local aonde o concreto será utilizado, pode-se seguir esta tabela de medidas:
Figura 4: Módulo de Finura
Fonte: EBAH
Figura 5: Curva de Abrams
Fonte: Slide Player
6.1 Módulo de finura
É definido como a soma das porcentagens retidas acumuladas em massa de um agregado, nas peneiras série normal, dividida por 100, dessa forma é uma grandeza adimensional e deverá ser apresentado com aproximação de 0,01.
AREIA FINA
MF: 3,756 
AREIA GROSSA
MF: 2,433 
 
Tabela 3: Módulo de finura
	PENEIRAMENTO AGREGADO MIÚDO- AREIA GROSSA
	
	PENEIRA (MM)
	MASSA ACUMULADA NA PENEIRA (%)
	1,18mm
	12,1
	0,6mm
	43,9
	0,42mm
	73,2
	0,30mm
	89,4
	0,18 mm
	95,7
	0,15mm
	97,2
	0,75mm
	99,3
	FUNDO
	100
	TOTAL
	1kg
	
	
	MÓDULO DE FINURA
	2,433
Fonte: Acervo dos autores
Tabela 4: Módulo de finura
	PENEIRAMENTO AGREGADO MIÚDO-AREIA FINA
	
	PENEIRA (MM)
	MASSA ACUMULADA NA PENEIRA (%)
	1,18mm
	75,9
	0,6 mm
	97
	0,42mm
	98,3
	0,30mm
	99,1
	0,18mm
	99,2
	0,15mm
	100
	0,075mm
	100
	FUNDO
	100
	TOTAL
	1kg
	MÓDULO DE FINURA
	3,756
Fonte: Acervo dos autores
6.2 Diâmetro Máximo
Corresponde ao número da peneira da série normal na qual a porcentagem acumulada é inferior ou igual a 5%, desde que essa porcentagem seja superior a 5% na peneira imediatamente abaixo.
Assim sendo, que enquanto o agregado miúdo apresenta o seu diâmetro referente a 4,8mm, o agregado graúdo tem Dmáx de 12,5mm.
Com todos os dados fornecidos, será realizado o cálculo do traço:
Primeiro Passo:
Calcular o consumo de água, pois sua quantidade depende da umidade da areia, deve-se lembrar de que as argamassas e concretos com uma dosagem excessiva de água diminuem sua resistência, assim será utilizada a seguinte fórmula:
Onde:
Cc: Consumo de cimento por metro cúbico de concreto (kg/m3)
Cag: Consumo de água por metro cúbico concreto (l/m3)
a/c: Relação água/cimento (kg/kg)
 Aplicando o conceito acima, obtém-se o seguinte resultado:
Determinação do fator a/c: 0,455; determinado pela relação entre o Fcj e a resistência do cimento aos 28 dias. (curva de Abrams).
Fcj= 30+1,65*4,0= 36,6 MPA
Determinação do consumo de água: 230 l/m3; determinado pela relação ente o diâmetro máximo do agregado graúdo e o abatimento do tronco de cone. 
Determinação do consumo de cimento, substituindo:
Cc=Cag/(a/c)
Cc=230/ 0,455
Cc= 505,495
Segundo Passo:
Encontrar o consumo de brita 0 (agregado graúdo), com a seguinte fórmula:
CB= 0,585*1421= 831,285
Onde:
Cb: Consumo de brita por metro cúbico de concreto
Vb: Volume da brita
Terceiro Passo:
Apresentar os valores do consumo de areia (agregado miúdo) através da formulação abaixo:
Vareia=1−(cimento/ γcimento)+(brita/ γbrita)+(água/ γágua)
Vareia= 1- (505,495/3100 + 831,285/2650 + 230/1000)
Vareia= 0,2932
Careia= 0,2932*2650= 776,96
Onde:
Vareia: Volume da areia
γcimento:massa do cimento
γágua: massa da água
γbrita: massa da brita
γareia: massa da areia
Quarto Passo:
Apresentação do traço cimento: Areia: Brita 0: Água/Cimento
Resultado: 1: 1,5370:1,6444:0,455 
Tem que ser igual ao fator a/c
Somatório: 4,634 kg
Um corpo de prova tem capacidade de 4,5kg, então o valor encontrado de 4,634kg, serve para apenas um, foi realizado dois corpos de prova, então o resultado foi multiplicado por dois.
Resultado Final: 2* (1: 1:1,5370:1,6444:0,455)
Traço Final: 2: 3,074: 3,288: 0,91
Somatório Final: 9,272 kg
Figura 6: Dosagem do traço
Fonte: Acervo dos autores
Após o cálculo do traço realizado, o próximo passo é preparar o concreto no laboratório da Undb, visando um aglomerante que esteja dentro das normas e com o menor desperdício possível.
6.3 Cura
Para que um concreto apresente resultados (quanto à resistência) mais próximos de suas características potenciais previstas, o processo de cura é de suma importância e deve ter seu início imediato logo após o adensamento do concreto fresco (HELENE; LEVY, 2013 apud POSITIERI, 2008).
A palavra cura é designada para denominar dois processos distintos relacionados ao concreto. Um é a ocorrência de reações simultâneas dos compostos anidros do cimento com a água (hidratação). O outro é o conjunto de medidas com a finalidade de evitar a evaporação prematura da água necessária à hidratação do cimento, desenvolvendo a resistência do concreto nos primeiros dias (VAZ; SILVA, 2016).
Para Helene e Levy (2013, p.5 apud FIGUEIREDO, 2008):
“Podemos designar por cura o conjunto de operações ou procedimentos adotados para proteger a superfície dos elementos estruturais (contra temperaturas muito altas ou muito baixas, impactos, desgastes prematuros, dessecação prematura) e, principalmente, evitar que a água usada no amassamento e destinada à hidratação do cimento evapore precocemente ao ambiente pelas regiões superficiais do concreto”.
 O procedimento de cura é imprescindível na qualificação do concreto, pois, ao inibir a saída da água para o meio externo, permite o cumprimento da dosagem, e, consequentemente, o cimento é hidratado quase que em sua totalidade (VAZ; SILVA, 2016). 
6.3.1 Importância da cura para a durabilidade do concreto
“A falta de uma cura adequada age principalmente contra a durabilidade das estruturas, a qual é inicialmente controlada pelas propriedades das camadas superficiais desse concreto” (BESERRA, 2005, p.25).
Segundo Helene e Levy (2013 p.9, apud AÏCTIN, 2000)
“[...] a superfície do concreto é sempre a primeira linha de ataque do ambiente sobre uma estrutura. Caso tenha ocorrido um enfraquecimento superficial devido à cura inadequada isto pode ser crítico para a durabilidade da estrutura. Assim é sempre importante avaliar o risco que se assume, enfraquecendo-se a superfície do concreto, por uma cura inadequada”.
A negligência de tempo e periodicidade da cura, especialmente em situações de baixa humidade e altas temperaturas, acarretará na perda de água do concreto para o meio externo o que ocasionará uma hidratação somente parcial do cimento. Dessa forma, o concreto apresentará uma intensa porosidade e a consequência é uma estrutura mais permeável e com menor resistência (VAZ; SILVA, 2016 apud NEVILLE, 2016). Essa tese é reforçada por Helene e Levy (2013; p.5), quando dizem que a água é parte integrante do processo de pega e, portanto, não poderá ser perdida, caso contrário, pode deixar vazios e criar esforços de retração hidráulica.
De acordo com Vaz e Silva (2016 apud NEVILLE; BROOKS, 2013) “ A cura deve ser realizada por um período suficiente para que os espaços na pasta de cimento fresca, sejam preenchidos pelos produtos de hidratação, tornando o concreto mais impermeável.
Segundo Bezerra (2005, p.25 apud AÏCTIN, 2000), “[...] cura excessiva é sempre melhor do que nenhuma cura [...]’ e para Vaz e Silva (2016 apud RECENA; PEREIRA, 2011), a cura deve ser feita no maior prazo possível e sempre de acordo com NBR 14931:2004, isto é, pelo menos até o concreto atingir 15 Mpa”.
Tabela 5: Resultado em Mpa do rompimento
	DIAS DE CURA
	RESULTADO A COMPRESSÃO
	7 dias
	Resultados em processo
	28 dias
	Resultados em processo
Fonte: Acervo dos autores
A tabela a seguir mostra a recomendação do Instituto Brasileiro de Concreto (IBRACON),quanto ao tempo mínimo da cura de acordo com o tipo de cimento e o fator água/cimento no concreto.
Tabela 6 – Tempo mínimo para cura do concreto, em dias.
	Tipo de Cimento
	Fator água/cimento
	
	0,35
	0,55
	0,65
	0,70
	CP I e II-32
	2
	3
	7
	10
	CP IV-32
	2
	3
	7
	10
	CP III-32
	2
	5
	7
	10
	CP I e II-40
	2
	3
	5
	5
	CP V-ARI
	2
	3
	5
	5
Fonte: Vaz e Silva (2016 apud BATTAGIN, 2002)
6.3.2 Cura úmida por imersão
A cura do presente concreto foi feita por imersão, ou seja, os corpos-de-prova foram colocados em um tanque com água logo após a desforma, sendo que um corpo de prova será retirado com 7 dias para rompimento e o outro com 28 dias.
Figura 7: Cura por imersão feita no laboratório
Fonte: Acervo dos autores
De acordo com Vaz e Silva (2016 apud NEVILLE, 1997), a submersão é considerada um dos métodos mais adequados em concretos com relação água/cimento baixa, pois envolve todo o elemento.
6.4 Slump Test
	A consistência é um dos principais fatores que influenciam na trabalhabilidade do concreto. O termo consistência está relacionado a características essências do próprio concreto e associada à mobilidade da massa e coesão entre seus componentes.
	Conforme é alterado o grau de umidade, altera a consistência, e com isso é alterado as características de plasticidade e permite a maior ou menor deformação do concreto perante os esforços. Um dos métodos mais utilizados para determinar a consistência é o ensaio de abatimento do concreto, como é conhecido Slump test. 
	O método é feito em ensaio, colocando uma massa de concreto dentro de uma forma tronco-cônica, em três camadas igualmente compactadas, cada uma com 25 golpes. Na retirada da forma lentamente na vertical é medida a diferença da altura da massa de concreto depois de assentada em relação à forma. 
Figura 8: Slump test 
Fonte: Ebah.
	Vale ressaltar que o Slump test não mede a resistência do concreto, mas apenas suas características de aplicabilidade. Como exemplo, um concreto com slump de 60mm é excelente e de fácil trabalhabilidade aplicado em pisos, mas é um desastre aplicado em um pilar armador (ferragem).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O teste de ruptura do concreto mostra todas as etapas para a realização do concreto, desde a origem dos agregados, passando pela mistura pós-dosagem e por fim o processo de cura, para o concreto ser direcionado para o teste de ruptura pelo método de esforço solicitante da compressão. 
Logo, neste sentido, a equipe buscou suscitar a importância do concreto em um contexto geral, mostrando o qual versátil é está mistura mais utilizada no mundo das construções, todos estes fatores são criteriosamente calculados.
Neste contexto o material por sua vez, foi realizado ensaios em laboratório, para verificar se iriam cumprir as devidas funções especificadas em projeto da competição. Os ensaios realizados em laboratório, exposto no corpo do trabalho, foram os ensaios granulométricos, tanto da areia quanto da brita 0 e o teor de umidade de ambos. Com o traço pronto, passa pelo método de slump test, para verificar a sua consistência e verificar se a dosagem foi equacionada corretamente e irá suportar com todas as margens de segurança o que foi especifica da em cálculo. Após isso foi realizada a cura, para verificar a resistência do mesmo, na presa de compressão do laboratório.
REFERENCIAL TEÓRICO
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Citação com autor incluído no texto:  Isaia (2011).
Citação com autor não incluído no texto:  (ISAIA, 2011).
VAZ, Fernando Henrique de Brito; SILVA, Daniela Castro. O processo executivo de cura do concreto e a sua importância como qualificador do material. São Paulo, 2016. Disponível em:< http://www.infohab.org.br/entac/2016/ENTAC2016_paper_710.pdf >. Acesso em 18 abr. 2018.
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HELENE, Paulo; LEVY, Salomon. Boletim Técnico: Cura do concreto. Mérida – México, 2013. Disponível em:< http://alconpat.org.br/wp-content/uploads/2012/09/B8-Cura-do-concreto.pdf >. Acesso em: 18 abr. 2018.
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