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Pavimentação AULA 4 – MATERIAIS UTIL IZADOS EM PAVIMENTAÇÃO AGREGADOS PROF. ALAN REIS M O NT E C A RM ELO, M A RÇ O D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Introdução Todos os revestimentos asfálticos constituem-se de associações de ligantes asfálticos, de agregados e, em alguns casos, de produtos complementares. Essas associações, quando executadas e aplicadas apropriadamente, devem originar estruturas duráveis em sua vida de serviço. Para que isso ocorra, deve-se conhecer e selecionar as propriedades que os agregados devem conter. Agregado é um termo genérico para areias, pedregulhos e rochas em seu estado natural ou britados em seu estado processado e podem ser definidos como materiais pétreos sem forma ou volume definidos, geralmente inertes e de dimensões e propriedades adequadas para a produção e concretos e argamassas. (ABNT NBR 9935/2005) Os agregados podem ser classificados em 3 categorias básicas: - quanto à natureza; - quanto ao tamanho; - quanto à distribuição granulométrica. S L I D E 25 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Classificação dos Agregados Quanto à natureza: - Natural: podem ser empregados em pavimentação na forma e tamanho como se encontram na natureza, ou podem ainda passar por processamentos, tais como a britagem. - Artificial: são resíduos de processos industriais (ex.: escórias de alto forno), ou fabricados especificamente com o objetivo de alto desempenho (ex.: argila expandida). -Reciclado: provenientes de reuso de materiais diversos como a reciclagem de revestimentos asfálticos e a utilização de resíduos da construção civil. Quanto ao tamanho: - Graúdo: material retido na peneira n°10 (2 mm). São as britas, cascalhos, seixos etc.; - Miúdo: material passante na peneira n° 10 e retido na no 200 (0,075 mm). São as areias, o pó de pedra etc.; - De enchimento (filler): 65% passante na peneira n° 200 (cal, cimento, etc.) S L I D E 35 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Classificação dos Agregados Quanto à distribuição granulométrica: - Denso: curva granulométrica contínua e bem distribuída; - Aberta: curva granulométrica contínua, porém com falta de material fino; - Uniforme: curva granulométrica bastante íngreme; - Descontínua: pequena porcentagem de grãos intermediários (falta). S L I D E 45 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Diâmetro máximo e mínimo O tamanho do agregado pode influenciar o comportamento das misturas asfálticas de diversas formas. Agregados com tamanho máximo excessivamente pequeno pode tornar as misturas asfálticas instáveis, por outro lado, agregados com tamanho máximo excessivamente grande podem prejudicar a trabalhabilidade e/ou provocar segregação das misturas. Assim, o DNIT define no Manual de Pavimentação (2006): Diâmetro máximo ( ) de um agregado é a abertura da malha da menor peneira na qual passam, no mínimo, 95% do material. Diâmetro mínimo ( ) é definido para a abertura de malha da maior peneira na qual passam, no máximo, 5%. S L I D E 55 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S S L I D E 65 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Operação de britagem O propósito básico da exploração de uma pedreira é o desmonte da rocha sã por meio de explosivos e, utilizando uma série de britadores e outras unidades, reduzir o material de modo a produzir os agregados utilizáveis na construção civil e na pavimentação. As unidades de britagem são escolhidas para atender os seguintes objetivos: reduzir os tamanhos dos blocos de rocha; produzir formas e tamanhos desejados de agregados; ter capacidade compatível com as cargas envolvidas para permitir seu manuseio; minimizar a ocorrência de entupimentos e colmatação nas unidades durante a operação; requerer um mínimo de pessoal; satisfazer exigências de britagem sem a necessidade de estágios de britagem adicionais e equipamentos auxiliares; minimizar a demanda de energia por tonelada de agregado produzida; não haver desgaste excessivo dos componentes metálicos; operar economicamente com um mínimo de manutenção; permitir uma vida de serviço longa. S L I D E 75 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S S L I D E 85 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Operação de britagem Após o desmonte na pedreira a rocha é transportada por caminhões basculantes até ao pátio de processamento. O caminhão báscula o material em um alimentador e a parte mais fraca que se quebrou durante o transporte é eliminada do processo pela passagem por um primeiro peneirador (partículas < 1”). Assim, o material aproveitável passa pelo britador de mandíbula ou primário que quebra a rocha em tamanhos menores (8” para 1”) que possam ser trabalhados pelos os outros britadores. Após a britagem primária, os agregados são selecionados em vários tamanhos diferentes por peneiramento. O material maior que 1” segue para o britador de cone para britagem adicional. O material menor que 1” e maior que ¾” é estocado. O material menor que ¾” é levado para um segundo peneirador para separações futuras. O material maior que ¾” retorna ao britador de cone para nova britagem. O material menor que ¾” é peneirado e estocado em três pilhas separadas: material entre ¾” e 3/8” e no4 (4,8 mm), e menor que 4,8 mm. S L I D E 95 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S S L I D E 1 05 D E A B R I L D E 2 0 1 8 Tipos de britadores Britador por Impacto: Colisão de um objeto contra outro Britador por atrito: Ocorre a trituração do material por uma ação de desgaste entre superfícies duras. P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S S L I D E 1 15 D E A B R I L D E 2 0 1 8 Tipos de britadores Britador por cisalhamento: Ocorre pela ação de um talhador normalmente combinado com impacto e compressão. Britador por compressão: Redução se dá por compressão entre duas superfícies. Britadores de mandíbula usando compressão são os mais efetivos. P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S S L I D E 1 25 D E A B R I L D E 2 0 1 8 Vídeos ilustrativos de britadores P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Características Tecnológicas dos Agregados para Pavimentação A seleção de agregados para a utilização na construção rodoviária e, sobretudo nos revestimentos asfálticos, depende da disponibilidade, custo e qualidade. A aceitação de um agregado é definida pela análise de determinadas características, devendo-se proceder previamente à coleta de amostras de maneira adequada. A seguir, são apresentadas resumidamente as principais características desejáveis para os agregados para uso em obras de pavimentação asfáltica: S L I D E 1 35 D E A B R I L D E 2 0 1 8 distribuição granulométrica; limpeza; resistência ao choque e ao desgaste; ensaio abrasão Los Angeles; textura superficial; forma; absorção; adesividade; P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Características Tecnológicas dos Agregados para Pavimentação Distribuição granulométrica: A distribuição granulométrica assegura a estabilidade da camada de revestimento asfáltico em função do entrosamento entre as partículas e o consequente atrito entre elas. Deve-se atender as especificações de norma determinadas em função do tipo de aplicação do agregado: bases granulares (Manual de Pavimentação do DNIT, 2006) e revestimento asfáltico (ES 031/2006). S L I D E 1 45 D E A B R I L D E 2 0 18 A tabela abaixo apresenta as faixas granulométricas do DNIT para uso de agregado granular em camada de base. P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Características Tecnológicas dos Agregados para Pavimentação Limpeza: Alguns agregados contêm certos materiais que os tornam impróprios para utilização em revestimentos asfálticos, a menos que a quantidade desses materiais seja pequena. São materiais deletérios típicos tais como: vegetação, conchas e grumos de argila presentes sobre a superfície das partículas do agregado graúdo. As especificações de serviço apresentam limites aceitáveis para a presença desses materiais. A limpeza dos agregados pode ser verificada visualmente, mas uma análise granulométrica com lavagem é mais eficiente. O ensaio de equivalente de areia, descrito na norma DNER-ME 054/97, determina a proporção relativa de materiais do tipo argila ou pó em amostras de agregados miúdos. Nesse ensaio, uma amostra de agregado, com tamanhos de partículas menores do que 4,8mm medida em volume numa cápsula padrão, é colocada em uma proveta contendo uma solução de cloreto de cálcio- glicerina-formaldeído e mantida em repouso por 20 minutos. S L I D E 1 55 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Características Tecnológicas dos Agregados para Pavimentação Em seguida, o conjunto é agitado por 30 segundos e, após completar a proveta com a solução até um nível predeterminado, deixado em repouso por mais 20 minutos, conforme mostrado na figura. Após esse período, é determinada a altura de material floculado em suspensão (ℎଵ). Com um bastão padronizado que é introduzido na proveta, é determinada a altura de agregado depositado por sedimentação (ℎଶ). Para que um agregado possa ser utilizado em concreto asfáltico, o equivalente de areia deve ser de pelo menos 55%. S L I D E 1 65 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Características Tecnológicas dos Agregados para Pavimentação Resistência à abrasão: Durante o processo de manuseio e execução de revestimentos asfálticos, os agregados estão sujeitos a quebras e abrasão. A abrasão ocorre também durante a ação do tráfego. Eles devem apresentar habilidade para resistir a quebras, degradação e desintegração. Agregados localizados próximos ou na superfície do pavimento devem apresentar resistência à abrasão maior do que os localizados nas camadas inferiores. O ensaio comumente utilizado para medir a resistência à abrasão é o ensaio de abrasão Los Angeles. Nesse ensaio uma amostra de agregado de cerca de 5.000g é submetida a 500 ou 1.000 revoluções no interior do cilindro de um equipamento padronizado. Um número variado de esferas de aço, conforme a granulometria da amostra, é adicionado no cilindro, induzindo impactos nas partículas durante as suas revoluções. O resultado é avaliado pela redução de massa dos agregados retidos na peneira de n° 12 (1,7mm), em relação à massa inicial da amostra especificada: S L I D E 1 75 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S S L I D E 1 85 D E A B R I L D E 2 0 1 8 As especificações brasileiras que envolvem o uso de agregados em camadas de base e revestimento de pavimentos, normalmente limitam o valor da abrasão Los Angeles (LA) entre 40 e 55%. P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Características Tecnológicas dos Agregados para Pavimentação Textura superficial: A textura superficial dos agregados influi na trabalhabilidade, na adesividade, e na resistência ao atrito e ao cisalhamento das misturas asfálticas para pavimentação. À medida que aumenta a rugosidade do agregado, há uma tendência de perda de trabalhabilidade da mistura asfáltica e de crescimento da resistência ao cisalhamento dessa mistura, bem como do teor de ligante asfáltico de projeto. Não há um método consagrado para medir a textura superficial. S L I D E 1 95 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Características Tecnológicas dos Agregados para Pavimentação Forma: A forma das partículas influi na trabalhabilidade e na resistência ao cisalhamento das misturas asfálticas. Partículas angulares tendem a apresentar melhor intertravamento entre os grãos compactados tanto quanto mais cúbicas forem essas partículas. O DNER ME 086/94 caracteriza a forma das partículas pela determinação do Índice de Forma (f) que varia entre 0,0 e 1,0, onde 1,0 indica um agregado de ótima cubicidade e 0,0 caracteriza um agregado lamelar. Para aceitação do agregado quanto a forma o limite mínimo para f é de 0,5. A forma das partículas também pode ser caracterizada segundo a norma ABNT NBR 6954/1989 que estabelece que sejam feitas mensurações por paquímetro de três dimensões das partículas: (a) comprimento, (b) largura e (c) espessura. Para a classificação segundo a forma são determinadas e relacionadas entre si as razões b/a e c/b, conforme apresentado na Tabela. S L I D E 2 05 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S S L I D E 2 15 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Características Tecnológicas dos Agregados para Pavimentação Absorção: A porosidade do agregado é avaliada por intermédio de ensaios de absorção de água e indica a quantidade de água que um agregado é capaz de absorver. A absorção é expressa em porcentagem da relação entre massa de água absorvida pelo agregado graúdo após 24 h de imersão (DNER ME 081/98) à temperatura ambiente e a massa inicial de material seco. A absorção de água por um agregado também refletirá a absorção de ligante asfáltico necessário para dar coesão a uma mistura asfáltica, ou seja, será necessário incorporar quantidade adicional de ligante para compensar a absorção. S L I D E 2 25 D E A B R I L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Características Tecnológicas dos Agregados para Pavimentação Adesividade ao Ligante Asfáltico: A boa adesividade é uma das principais características a se exigir de um agregado para uso em revestimentos asfálticos, ou seja, garantir o não deslocamento da película de asfalto pela ação da água. Em geral, os agregados básicos ou hidrofílicos (calcários e basaltos) tem melhor adesividade do que os ácidos ou hidrofóbicos (granitos e gnaisses) (DNIT, 2006). Os ensaios para determinação das características de adesividade podem ser divididos em dois grupos: aqueles que avaliam o comportamento de partículas de agregados recobertas por ligante asfáltico e aqueles que avaliam o desempenho de determinadas propriedades mecânicas de misturas sob a ação da água. No método DNER ME 078/94, a mistura asfáltica não compactada é imersa em água e as partículas cobertas por ligante são avaliadas visualmente. Pela ASTM D 1075 a resistência à compressão simples (RC’) de amostras de misturas compactadas após imersão em água a 50°C durante 24 horas é comparada com a resistência de amostras idênticas não imersas (RC). Para que se considere aceitável a mistura quanto à adesividade a relação RC’/RC deve ser no mínimo de 0,75. S L I D E 2 35 D E A B R I L D E 2 0 1 8 Obrigado pela atenção! AULA 4 – MATERIAIS UTIL IZADOS EM PAVIMENTAÇÃO AGREGADOS PROF.: ALAN REIS M O NT E C A RM ELO, M A RÇ O D E 2 0 1 8
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