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Pavimentação AULA 7 – D OSAGEM DE CBUQ MÉTODO DE MARSHALL PROF. ALAN REIS M O NT E C A RM ELO, A B RI L D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Introdução S L I D E 22 D E M A I O D E 2 0 1 8 Dosagem de misturas asfálticas (CBUQ) Consiste na determinação do teor de ligante que comporá a mistura asfáltica. Este teor também pode ser indicado por teor ótimo ou teor de projeto O teor de asfalto na mistura depende: - o método de dosagem; - a energia de compactação; - tipo de mistura; - Temperatura a qual o pavimento estará submetido; - dentre outros. P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Métodos de dosagem de misturas asfálticas S L I D E 32 D E M A I O D E 2 0 1 8 Métodos de dosagem Método de Marshall Método mais utilizado mundialmente e recomendado pela norma brasileira (DNER-ME 043/95). Foi concebido no decorrer da 2ª Guerra Mundial como um procedimento para definir a proporção de agregado e ligante capaz de resistir às cargas de roda e pressão de pneus das aeronaves militares. Método SUPERPAVE Desenvolvido nos EUA, a partir do projeto SHRP, na década de 80, mas ainda pouco utilizado no Brasil (fins de pesquisa). Visou corrigir as diferenças entre a compactação obtida nos corpos de prova e a compactação obtida em campo, além de deformações permanentes prematuras atribuídas ao excesso de ligante nas misturas. P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Constituição da mistura asfáltica S L I D E 42 D E M A I O D E 2 0 1 8 Agregado Gráudo Agregado Fino Filer Asfalto Vazios 𝑀 𝑀 𝑀 𝑀 𝑴𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝑉 𝑉 𝑉 𝑉 𝑽𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝑉௩ P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Parâmetros de interesse Densidade aparente da mistura (𝒅): 𝑑 = 𝑀௧௧ 𝑀௧௧ − 𝑀௦௨ Sendo: 𝑀௧௧: massa do corpo de prova 𝑀௦௨: massa do corpo de prova imerso em água Finalidades: Cálculo da % de vazios do agregado mineral (exigência de projeto) Controle de compactação durante a construção. S L I D E 52 D E M A I O D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Densidade máxima teórica da mistura (𝑫𝑴𝑻): É a densidade da mistura asfáltica suposta sem vazios. É a relação entre a massa total da mistura (100%) e os volumes correspondentes ao “cheios“ da mistura: 𝐷𝑀𝑇 = 𝑀௧௧ 𝑉 + 𝑉 + 𝑉 + 𝑉 𝐷𝑀𝑇 = 𝑀௧௧ % 𝑎𝑔 𝐷 + % 𝑎𝑓𝐷 + % 𝑓𝐷 + %𝑏𝐷 % 𝑎𝑔 , % 𝑎𝑓 , % 𝑓 , % 𝑏 : porcentagem de cada componente na mistura 𝐷𝑎𝑔, 𝐷𝑎𝑓, 𝐷𝑓, 𝐷𝑏: densidade (real ou aparente) de cada componente da mistura S L I D E 62 D E M A I O D E 2 0 1 8 Parâmetros de interesse P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Parâmetros de interesse Porcentagem de Vazios na mistura ( ௩): É a relação entre o volume de vazios ocupado pelo ar e o volume total da mistura. ௩ Misturas com elevado 𝑉௩:podem levar a ocorrência de oxidação excessiva do ligante betuminoso, reduzindo a vida útil do concreto asfáltico, além de proporcionar permeabilidade ao ar e água. Misturas com baixo 𝑉௩: levam a ocorrência do fenômeno da exsudação. S L I D E 72 D E M A I O D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Parâmetros de interesse Porcentagem de Vazios do Agregado Mineral (VAM) É o volume total de vazios dado pela soma dos vazios da mistura mais o volume ocupado pelo asfalto. A % VAM é normalmente fixada em função do diâmetro máximo do agregado da mistura: ௩ S L I D E 82 D E M A I O D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Parâmetros de interesse Porcentagem de Vazios do Agregado Mineral (VAM) Este parâmetro é de grande interesse. Se uma mistura betuminosa sofrer uma consolidação devido a ação do tráfego, sua plasticidade poderá ficar acrescida, pois a % de betume que preenchia os vazios dos agregados pode tornar-se excessiva, devido à redução do volume de vazios. Este fenômeno poderá levar o revestimento a deformação, deslocamentos e rupturas. S L I D E 92 D E M A I O D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Parâmetros de interesse Relação Betume Vazios (RBV): Esta relação indica qual a porcentagem de vazios do agregado mineral é preenchida por betume. ௩ Se , todos os vazios da mistura estariam preenchidos de asfalto. Se , mistura sem asfalto. S L I D E 1 02 D E M A I O D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Dosagem do CBUQ Etapas a serem realizadas para a dosagem: S L I D E 1 12 D E M A I O D E 2 0 1 8 1ª - Escolha dos agregados e material betuminoso 2ª - Determinação das porcentagens com que os agregados (grosso e fino) e filer devem contribuir na mistura de modo a atender as especificações com relação a granulometria. 3ª - Determinação do teor ótimo de betume. Esta operação pode ser feita por tentativas, aonde se vai variando o teor de asfalto e comparando os resultados de ensaios de estabilidade para vários teores estudados. 4ª - Comparação da mistura estudada com as exigências das especificações (DNER-ME 043/95) Aplicação do método de dosagem P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Método Marshall Passo a passo da aplicação do método de dosagem Marshall: a) Estudo da mistura de agregados Nesta fase preliminar são determinadas as principais características dos agregados escolhidos como por exemplo a massa específica real e aparente dos agregados, a porcentagem de vazios dos agregados e a granulometria. Conhecidos os materiais e estando de acordo com as especificações, passa-se ao estudo da mistura dos agregados, de modo a atenderem à especificação granulométrica do CBUQ, ou seja, os agregados devem ser misturados em proporções de modo a se enquadrarem nas faixas granulométricas pré-estabelecidas (conforme especificações do DNIT) S L I D E 1 22 D E M A I O D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Método Marshall Passo a passo da aplicação do método de dosagem Marshall: b) Determinação do teor ótimo de ligante Utilizando-se agregados razoavelmente bem graduados, os vazios existentes entre as partículas deverão ser preenchidos com ligantes. O teor de asfalto deve ser progressivamente aumentado de modo a preencher os vazios de ar até que os espaços vazios do agregado mineral estejam cheios ao máximo permitido. Ao se aumentar o teor de ligante além de um certo ponto, não se conseguirá uma máxima consolidação. A medida que se varia o teor de ligante, a densidade, a estabilidade, a fluência, a porcentagem de vazios da mistura, a relação betume-vazios também sofre variação. O teor ótimo de ligante será aquele que satisfizer, ao mesmo tempo, os limites especificados para os vários parâmetros de interesse. S L I D E 1 32 D E M A I O D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Método Marshall Passo a passo da aplicação do método de dosagem Marshall: b) Determinação do teor ótimo de ligante O teor ótimo de ligante pode ser expresso através da porcentagem de asfalto, em peso, em relação à mistura ou através da porcentagem de asfalto, em peso, em relação aos agregados. Exemplo: Suponhamos 3 materiais (Agregado graúdo = 65%, Agregado miúdo = 31% e Filer =4%) que satisfaçam a uma determinada faixa granulométrica. Suponhamos também que a porcentagem encontrada para o asfalto seja 6%, sobre 100% da mistura de agregados S L I D E 1 42 D E M A I O D E 2 0 1 8 Brita: 65% 61,32% Areia: 31% 29,25% Filer: 4% 3,77% 100% Asfalto: 6% 5,66%106% 100% Ex.: para a brita: 65% ____________ 106% x ____________ 100% x = (65 x 100) / 106 = 61,32% P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Método Marshall Passo a passo da aplicação do método de dosagem Marshall: c) Determinação dos parâmetros de interesse e das características Marshall da mistura No ensaio Marshall o principal aspecto de interesse é a análise de fatores como densidade, vazios, estabilidade e fluência. São moldados corpos-de-prova com teores crescentes de asfalto (4 a 8%). As proporções de agregados e filer são definidas previamente através de estudo específico. Os corpos de prova têm a forma cilíndrica, apresentando aproximadamente 10 cm de diâmetro e 6,35 cm de altura e são compactados através de soquete que age sobre a mistura em um cilindro padronizado. Após a confecção dos corpos de prova podem ser calculados os seguintes parâmetros: 𝑑; 𝐷𝑀𝑇; 𝑉௩; 𝑉𝐴𝑀; 𝑅𝐵𝑉; S L I D E 1 52 D E M A I O D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Método Marshall Passo a passo da aplicação do método de dosagem Marshall: c) Determinação dos parâmetros de interesse e das características Marshall da mistura Feitos estes cálculos iniciais, os corpos de prova são aquecidos até atingirem 60°C e submetidos aos ensaios de estabilidade (E) e fluência Marshall (f). Entende-se por estabilidade como sendo a grandeza que mede a resistência da massa asfáltica à aplicação de carga. Determina a carga máxima que a massa asfáltica pode suportar. O ensaio de estabilidade Marshall é feito por cisalhamento e não por compressão, pois sendo o concreto asfáltico uma camada de rolamento, o maior esforço solicitante é dado pela ação do tráfego, que é de cisalhamento, devido às cargas horizontais. Normalmente é expresso em Kg ou N. S L I D E 1 82 D E M A I O D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Método Marshall Passo a passo da aplicação do método de dosagem Marshall: c) Determinação dos parâmetros de interesse e das características Marshall da mistura A fluência é a medida do quanto a massa asfáltica pode “andar” (esmagar, deformar) sob ação cisalhante sem se romper. É a medida da elasticidade da massa. Se uma massa asfáltica “andar” muito, acarretará esmagamento da mistura e em consequência, ondulação à pista. É inconveniente também que a massa asfáltica “ande” pouco, pois ao sofrer ação de elevado carregamento, sem capacidade de mover-se, pode trincar. S L I D E 1 92 D E M A I O D E 2 0 1 8 No Brasil, grande parte dos laboratórios dispõe de prensas Marshall que usam anel dinamométrico para leitura da carga e um medidor mecânico de fluência P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Vídeo explicativo do Ensaio Marshall – obtenção da estabilidade e da fluência P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Método Marshall Passo a passo da aplicação do método de dosagem Marshall: d) Curvas de projeto de misturas de concreto asfáltico pelo método Marshall Com todos os valores dos parâmetros volumétricos e mecânicos determinados, são plotadas seis curvas em função do teor de asfalto que podem ser usadas na definição do teor de projeto. Para o traçado dos gráficos é considerada a média de três determinações para cada parâmetro. Quando uma determinação apresentar um valor muito discrepante em relação às outras duas, pode-se tomar a média apenas destas duas. S L I D E 2 22 D E M A I O D E 2 0 1 8 P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Método Marshall Passo a passo da aplicação do método de dosagem Marshall: e) Determinação do teor ótimo de ligante: O teor ótimo de ligante é adotado como sendo o valor médio dos seguintes teores de asfalto: A. Porcentagem de asfalto correspondente à máxima Estabilidade B. Porcentagem de asfalto correspondente à máxima Densidade Aparente C. Porcentagem de asfalto correspondente à média dos limites estabelecidos nas especificações para a Porcentagem de Vazios D. Porcentagem de asfalto correspondente à média dos limites estabelecidos nas especificações para a Relação Betume-Vazios S L I D E 2 52 D E M A I O D E 2 0 1 8 (á௫ ா) (á௫ ௗ) (ೡ) (ோ) P A V I M E N T A Ç Ã O P R O F . A L A N R E I S Observações: 1) Após a definição do teor ótimo de asfalto deve -se estabelecer uma faixa de trabalho para este valor. Para o CBUQ esta variação é normalmente de ± 0,3%. 2) O teor ótimo de ligante assim determinado deve ser conferido em todas as curvas traçadas, e caso não satisfaça alguns dos limites impostos pelas especificações, uma nova mistura deverá ser adotada. S L I D E 2 62 D E M A I O D E 2 0 1 8 Requisitos de dosagem de mistura asfáltica do DNIT: Obrigado pela atenção! AULA 7 – D OSAGEM DE CBUQ MÉTODO DE MARSHALL PROF.: ALAN REIS M O NT E C A RM ELO, A B RI L D E 2 0 1 8
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