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Prévia do material em texto

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO __ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO FORUM REGIONAL DE BANGU – RJ.
VINICIUS DOS SANTOS DE ASSIS TEIXEIRA, brasileiro, casado, analista de projetos, portadora da carteira de identidade nº expedida pelo Detran/RJ, e CPF nº 130.442.867-27, endereço eletrônico: vtson@gmail.com, residente e domiciliada na Rua dos Banguenses,nº.470,bloco 5,apt.408 - Bangu – Rio de Janeiro, CEP: 21825-060, vem através de sua advogada adiante assinada, respeitosamente perante Vossa Excelência com fulcro no artigo 319 e seguintes do Código de Processo Civil – Lei 13.105/2015, ajuizar
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR COBRANÇA INDEVIDA C/C REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS E PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Em face de CONSTRUTORA TENDA S/A, inscrita no CNPJ sob o Nº: 71476527/0001-35, com filial na Av. Geremário Dantas, 404 - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro, Loja 132/133 –CEP:  22740-010, Center Shopping Rio,1º piso. E
INTERVALOR COBRANÇA DE CRÉDITO E CALL CENTER LTDA., inscrita no CNPJ sob o Nº. 03.518.763/0001-17,,COM SEDE NA Rua Werner Simens,nº111,Lapa de Baixo, Prédio 25, CEP:05069-010,São Paulo.
DA COMPETÊNCIA 
Competência territorial, relação de consumo, possibilidade de que a ação seja ajuizada no foro do domicílio do Autor, com fulcro nos Arts. 6º, VIII, e 101, I, ambos do CDC. 
O caso em tela retrata nítida relação de consumo em virtude da perfeita adequação aos conceitos de consumidor (art. 2º,17), fornecedor (art. 3º, caput) e serviço (art. 3º, § 2º) contidos na Lei 8.078/90. Desse modo, basta que se verifique a existência do dano e do nexo causal ligando este à conduta do fornecedor de serviços para que esteja caracterizada a responsabilidade civil.
II - DOS FATOS:
O Autor, em 17 maio de 2015, realizou a compra de um apartamento com a primeira Ré, na planta, pelo valor total de R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais),apartamento que reside atualmente em Bangu; 
No ato da compra a soma de R$ 22.000,00 (vinte e dois mil reais) fora destinada para a entrada, o valor de R$4.785,60 (quatro mil setecentos e oitenta e cinco reais) fora destinado ao pagamento do PRÓ-SOLUTO/PÓS CHAVES TCD, parcelado em 24 vezes mensal de R$199,40 (cento e noventa e nove reais e quarenta centavos), e o valor de 112.799,92 (cento e doze mil setecentos e noventa e nove reais e noventa e dois centavos), fora financiado pela Caixa Econômica Federal.
Após os tramites da contratação e a entrega das chaves, o Autor efetuava os pagamentos referente ao apartamento, normalmente, porém, em 2016, como seu casamento estava próximo, e os gastos não eram poucos, o Autor, enfrentou grande problema financeiro, e passou a pagar uma ou outra parcela do PRÓ-SOLUTO/PÓS CHAVES TCD, com atrasos, porém, pagava com juros, mais, ainda assim, não deixava de efetuar os pagamentos, pois tinha receio de enfrentar problemas com a negativação de seu nome, pois, o Autor, nunca tivera seu nome negativado.
Ocorre que, em um determinado momento as dividas se tornaram gigantescas, e o Autor não conseguiu arcar com o pagamento do PRÓ-SOLUTO/PÓS CHAVES TCD, atrasando as suas últimas parcelas e também, acabou por atrasar o pagamento de dois cartões de crédito em valores pequenos da Caixa Econômica; O atraso das dívidas levaram seu nome ao órgão de Proteção ao Crédito, o que foi muito frustrante para o Autor.
Incomodado com o atraso das dívidas, o Autor colocou como meta regularizar por parte suas dívidas, e, em dezembro/2017, conseguiu amortizar algumas parcelas do PRÓ-SOLUTO/TCD, junto a 2ªRé que é a assessoria de cobrança responsável por realizar as negociação em nome da 1ª Ré, e ainda assim, o pagamento, não foi suficiente para sanar o débito, tendo ficado ainda 5 parcelas em aberto.
Com os atrasos, as ligações de cobrança se tornaram constantes, ligavam para a casa dos pais do Autor, e até para o estágio de onde sua esposa trabalha, o que gerou grande constrangimento.
O Autor, em 30 anos, nunca tivera passado por tal situação, e já cansado de ter seu nome vinculado a lista de maus pagadores, de receber ligações constrangedoras, e fazer com que pessoas que não tem absolutamente nada haver, passasse pelo mesmo, decidiu, de uma forma geral negociar os seus débitos, começando pelo PRÓ-SOLUTO/TCD, e solicitou na empresa em que trabalha, a antecipação de seu 13º para negociar taldívida.
E assim fora feito Excelência, o Autor, no início do mês de junho, ligou para a 2ª Ré, e com a atendente Ellen, negociou o débito, firmando acordo para quitação no valor de R$ 1.298,15 (um mil duzentos e noventa e oito reais e quinze centavos), com vencimento para o dia 18/06/2018,recebeu de informação que em até 3 dias após o pagamento, que seu nome sairia da negativação, e que as ligações sessariam; De imediato, o Autor enviou e-mail a seus supervisores solicitando a liberação do seu 13º, pois, não tinha a quantia total para realizar a quitação. (documento e anexo)
 Ressalta-se Excelência, que o Autor não sabe se quer mensurar o constrangimento que foi, em ter que expor sua vida a seus supervisores, pois, para que ocorresse a liberação de seu 13º, era necessário a justificativa, e ainda que o Autor estivesse envergonhado em expor sua vida, nada o envergonha mais do que ter seu nome negativado. 
Sendo assim, o 13º do Autor fora liberado no dia 15/junho, e no dia 16 de junho/2018, já em posse do boleto, o Autor realizou o pagamento, ligou para a 2ª Ré, informando o pagamento, e em resposta, a atendente garantiu para o Autor, que as ligações de cobrança iriam paralisar, e que em até 3 dias, o nome do Autor, sairia da restrição.
O Autor aliviado, pensou consigo “menos uma dívida”, e se dirigiu a CEF para negociar os seus outros 2 débitos, pois, irá destinar o valor das suas férias que se aproxima para quitar esses débitos, e limpar seu nome.
Contudo Excelência, o que parecia ser alívio, tem se tornado perturbação, pois, apesar do Autor ter pago a dívida a Ré no dia 18/06/2018, descobriu que seu nome permanece com restrição, e a cobrança permanece mais viva do que nunca, uma vez que, no dia 23/06/2018 atendeu uma ligação, e para sua surpresa se tratava de cobrança por parte da Ré. 
O Autor descrente da cobrança informou pacificamente ao atendente que já havia pago, e desligou o telefone. Porém no dia 25/06/2018, fora cobrado novamente, e já bastante desapontado, entrou em contato com a 1ª Ré, e ao falar com a atendente Mayume, fora surpreendido com a informação de que realmente não constava nenhum pagamento, e em consulta a sua situação financeira, que constava 5 (cinco) parcelas em aberto referente ao PRÓ-SOLUTO/TCD, informando ainda a atendente, que a empresa Intervalor não havia repassado a informação de quitação.
Sendo assim, o Autor também entrou em contato com a 2ª Ré, falando com a atendente Rejane, e a mesma informou que já constava a confirmação do pagamento, e que desde o dia 19/junho, fora repassado a Tenda a informação a respeito da quitação, que já era para ter cessado as ligações de cobrança, e seu nome já deveria ter saído da restrição.
Diante de tantas informações destoantes, o Autor decidiu acessar o portal Tenda com você, destinado a clientes Tenda, e para sua amarga surpresa, constava em seu resumo financeiro saldo devedor de R$ 1.186,85 (um mil cento e oitenta e seis reais e oitenta e cinco centavos), o que tem sido desesperador; Diante desta situação, o Autor enviou mensagem no autoatendimento, solicitando explicações, porém, descaso é tudo que se vê por parte das Rés, e de fato, consta como se o Autor não tivesse efetuado o pagamento.
O Autor Excelência, quer ter seu nome limpo, não se expos a seus supervisores solicitando liberação de seu 13º à toa, pois, se fosse mal pagador, deixaria a dívida como está, e destinaria o dinheiro para seu lazer em dezembro, porém, vislumbrou algo maior, e regularizar suas dívidas, limpar seu nome tem sido sua prioridade! 
De fato, o Autor, ainda possui 2 restrições, porém, já está negociando com seu gerente para regulariza-las e irá destinar o valor recebido em suas férias paratanto, logo Excelência, uma pessoa que está matando um leão por dia, para regularizar suas dívidas em um país onde ter nome sujo é comum, deveria ter seu pedido atendido pelas Rés. 
Ora Excelência, no momento em que as Rés vislumbraram o interesse do Autor em quitar o débito em aberto, deram a devida atenção, lhe deram garantias, pronta a atender qualquer solicitação, e agora que o pagamento é uma realidade, retirar o nome do Autor do cadastro de inadimplentes não se torna uma prioridade para as Rés, que fazem questão de continuar a cobrar o Autor, de maneira indevida e mantém seu nome negativado, mesmo tendo sido a obrigação satisfeita! 
Com isto, a restrição permanece, e o princípio da confiança fora quebrado, e apesar das duas empresas, serem de grande porte, e nenhum pouco leigas, quando se trata do consumidor, não estão dando à mínima à analogia aplicada ao Código de Defesa do Consumidor, onde o credor deve requerer em cinco dias, contados da data do efetivo pagamento, a exclusão do nome do devedor dos serviços de proteção ao crédito, sob o risco de responder por dano.  
Sem saber o que fazer, e já cansado de ser ignorado, o Autor pelas infrutíferas tentativas de solucionar seu problema, não restou outra opção, a não ser vir a este Judiciário, buscar reparação de seu direito lesionado como consumidor, pois, já que pagou pela integralidade da dívida, requer ter seu nome retirado da negativação.
PROTOCOLO:18062568009 – ATEDENTE:MAYUE :DIA:25/06/2018 – 11:46 HS.
ATENDENTE: REJANE – DIA 25/06/2018 – Assessoria Intervalor, informou que não disponibiliza protocolos por ser assessoria.
III – DO DIREITO 
A) DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
O Código de Defesa do Consumidor impõe ao fornecedor ou ao prestador de serviço a responsabilidade de arcar com a reparação dos prejuízos ou danos causados aos consumidores, independentemente de culpa.
Como dito nesta peça, o Autor, tem amargado, ao extremo, os efeitos provenientes da falha de comunicação entre as Rés, QUE, MESMO DIANTE DA INEXISTÊNCIA DA DÍVIDA, MANTÉM O NOME DO CONSUMIDOR EQUIVOCADAMENTE NOS BANCOS DE DADOS DO ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO, gerando-lhe enormes prejuízos, não sendo possível que esta tente se eximir de suas responsabilidades.
Todas as provas necessárias ao deslinde da questão estão sendo apresentadas juntamente com a peça vestibular, contudo, o consumidor pode e deve fazer uso da proteção legislativa de facilitação da defesa de seus direitos.
Nos moldes do Código de Processo Civil, em seu artigo 333, inciso I, o ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito. No entanto, como trata-se de relação de consumo entre as partes, o Código de Defesa do Consumidor através do artigo 6º, inciso VIII, possibilita a inversão do ônus da prova quando presentes a hipossuficiência do consumidor ou verossimilhança, ambos os requisitos estão presentes no caso em tela discutido.
Neste sentido, para facilitação da defesa dos seus direitos e, reforçando todo o entendimento acima exposto, requer a determinação da inversão do ônus da prova, nos moldes do inciso VIII, do art. 6º do Código de Defesa do Consumidor.
B) DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA
Inicialmente, no tocante a esse tópico, cumpre-nos o dever de enfatizar que é perfeitamente cabível a antecipação dos efeitos da tutela de mérito em sede dos Juizados Especiais.
“Art. 300, CPC: O Juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II – fique caracterizado abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu”.
Verifica-se, MM. Juiz (a), que a situação do Autor atende perfeitamente a todos os requisitos esperados para a concessão da medida antecipatória, uma vez que os documentos acostados aos autos traduzem a verossimilhança das alegações iniciais.
Desta forma, se busca, antes da decisão do mérito em si, a ordem judicial para determinar a exclusão imediata no nome da Requerente nos registros do SERASA, para tanto, requer-se de V. Exa., se digne determinar a expedição de Ofício às Empresas-Rés, neste sentido.
Atualmente, o artigo 300 do NCPC, § 2º, disciplina a possibilidade de a tutela de urgência pode ser concedida liminarmente quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
É irreparável o prejuízo causado pela parte Ré à Autora, uma vez que, diante da permanência de seu nome nos registros de proteção ao crédito, como inadimplente, lhe traz grande instabilidade e limitações em suas atividades do cotidiano sendo imprescindível sua exclusão imediata sob pena de sofrer prejuízos ainda mais graves e de difícil reparação.
O fumus boni juris calçado na verossimilhança de suas alegações, no caso em tela, está na manutenção irregular do nome da Autora dos serviços de proteção ao crédito POR UMA DÍVIDA QUE FORA QUITADA E NÃO MAIS INEXISTENTE.
 C) DA SOLIDARIEDADE DAS RÉS
Nos termos do CDC, afigura-se indubitável a solidariedade passiva das Rés, como se passa a demonstrar. O artigo 34 do diploma acima citado preconiza:
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
A relação jurídica que vincula as Rés é evidente. Isso porque a primeira Ré construtora, utiliza-se do serviço da segunda, que é concessionária de cobrança, para cumprir o seu dever de prestar serviços de cobrança a devedores da primeira Ré, a empresa Intervalor, age em nome construtora, não podendo ficar o Autor no meio das Rés, e da falta de profissionalismo.
Como se sabe, em caso de solidariedade passiva, dois ou mais devedores são obrigados pela dívida inteira (CC, art. 264). De modo que, se procedente o pedido, os dois devedores serão obrigados a cumprir pagar a dívida. Aplicando-se o disposto ao caso aqui discutido, conclui-se que as duas Rés têm o dever de cumprir a garantia, sendo ambas igualmente destinatárias de uma eventual condenação ao cumprimento da garantia.
E) DO DANO MORAL
Resta indubitável a ocorrência de danos morais ao Autor, eis que tem vivenciado situação vexatória injusta, decorrente exclusivamente da imprudência das Rés que a fez experimentar o amargo sabor de ter o "nome sujo" sem causa, sem motivo, de forma injusta e ilegal.
A obrigação de indenizar o dano moral decorre da responsabilidade civil aquiliana ou extracontratual, imposta pelo artigo 186, do Código Civil, bem como, pelo artigo 5º, inciso X, da Carta Magna.
O dano moral é configurado pela ofensa a um bem de ordem moral, agredindo assim a liberdade individual, a honra, a pessoa, a família e/ou a atividade laboral, causando sofrimento de ordem psicológica ao ofendido. 
A ofensa moral está no plano psicológico, afetando o comportamento psíquico do ofendido, que em razão da ofensa experimentada tem alterado esse comportamento, causando-lhe sofrimento de foro íntimo e de caráter subjetivo, que em algumas das vezes afeta seu patrimônio em decorrência do reflexo social e econômico da ofensa. Indubitavelmente, o sofrimento moral é o mais doloroso de todos os sofrimentos, sendo impossível de se avaliar, tendo em vista seu subjetivismo, pois só aquele que sente a dor moral é capaz de medir sua extensão. Por outro lado, para amenizar esse sofrimento, impôs o legislador a reparação material ao causador do dano moral.
No caso em tela, a persistência da Ré em realizar cobrança indevida, conforme documentos acostados, há que se reconhecer a ocorrência de danos morais, decorrentes da conduta abusiva, que causa dissabores e constrangimentos para o Autor, vendo seu nome permanecendo na lista negra, sem, contudo, dar causa para a restrição. Sem contar que a Autora está grávida, tendo a conduta da Ré abalado ainda mais seu estado emocional. Por certo, que tais sofrimentos ultrapassam os meros aborrecimentos,vez que se caracterizam, as cobranças, por totalmente infundadas, pois, repise-se, não ter sequer DESCRIÇÃO DE PACOTE ADICIONAL E NENHUM CONTRATO ASSINADO entre as partes, a autorizá-la.
A permanência da inscrição indevida em nome da Autor no SERASA caracteriza ato ilícito, tendo a Ré o dever de reparar, com base no art. 186 do Código Civil. E, essa reparação, consiste na fixação de um valor que fosse capaz de desencorajar o ofensor ao cometimento de novos atentados contra o patrimônio moral das pessoas.
Segundo lucubrações de JOÃO ROBERTO PARIZATTO (Dano Moral, 1998, ed. Edipa, pág. 10 e ss.), com relação ao protesto indevido, isto é, sem causa tem-se o seguinte:
(...) ocorrerá um dano à pessoa física ou jurídica, afetando seu bom nome, sua reputação, sua moral, posto que com o protesto haja comunicação ao SERASA, ficando o protestado impedido de realizar transações de natureza comercial e bancária. Realizado o protesto, tal ato traz consequências negativas ao crédito e à idoneidade da pessoa que fica impedida de contrair empréstimos bancários, financiamentos habitacionais etc... (grifo próprio) 
Com efeito, o Código de Defesa do Consumidor (Lei n.º 8.078/90) também prevê o dever de reparação, posto que ao enunciar os direitos do consumidor, em seu art. 6.º, incisos VI e VII:
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; 
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
Em virtude do gravame produzido à honra do Autor e, considerando que este agiu de maneira honesta e diligentemente, pagando suas dívidas e procurando evitar a todo custo que seu nome permanecesse no SERASA e SPC, imperioso se faz que o quantum indenizatório corresponda a uma cifra cujo montante seja capaz de trazer o devido apenamento ao Requerida, e de persuadi-la a nunca mais deixar que ocorram tamanhos desmandos contra as pessoas.
É de bom alvitre suscitar, ainda, que a importância da indenização vai além do caso concreto, posto que a sentença tem alcance muito elevada, na medida em que traz consequências ao direito e toda sociedade. Por isso, deve haver a correspondente e necessária exacerbação do quantum da indenização tendo em vista a gravidade da ofensa à honra da Autora; os efeitos sancionadores da sentença só produzirão seus efeitos e alcançarão sua finalidade se esse quantum for suficientemente alto a ponto de apenar a Ré e assim coibir que outros casos semelhantes aconteçam.
Desta feita, diante dos prejuízos e transtornos a que submeteu à Autora, restam configurados os danos morais suportados pela mesma, devendo este ser compensado por meio de fixação de indenização a este título, não inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
IV - DO PEDIDO 
Ex Positis, Requer a Vossa Excelência:
Seja concedida liminarmente, a concessão de tutela provisória de urgência, para determinar a exclusão imediata em nome do Autor nos registros do SERASA e SPC (todas as restrições feitas pelas requeridas), com a imposição de multa diária pelo descumprimento da obrigação;
A citação da requerida, na pessoa de seus representantes legais, no endereço declinado no preâmbulo desta para, querendo, no prazo da lei, responder aos termos da presente ação, sob pena de revelia e confissão;
Que seja determinada a inversão do ônus da prova, conforme art. 6º, VIII, da Lei. 8.078, de 11 de setembro de 1990;
Que seja determinado a extinção de toda e qualquer cobrança indevida referente ao PRÓ-SOLUTO, uma vez que o Autor, já quitou o débito.
Seja julgado procedente o pedido para condenar as empresas Rés a INDENIZAR a Autora, a título de DANOS MORAIS, a ser arbitrados por esse Douto Juízo, nunca inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), pelas frustrações, transtornos e constrangimentos que está passando, bem como pelo caráter punitivo-pedagógico do instituto;
A imposição de juros e mora, nos termos dos artigos 398 e 406 do Código Civil e da Súmula 54 do STJ, além da correção monetária de todas as verbas fixas que integrarem a indenização, nos termos da súmula 43 do STJ;
Que, ao final, sejam julgados procedentes todos os pedidos desta peça vestibular.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, na amplitude do art. 32 da Lei 9.099/95, particularmente quanto aos seus artigos 5º, caput, 28, 29 e 32 e especialmente, documental, documental suplementar e superveniente, testemunhal e depoimento pessoal da parte Ré.
Atribui-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte e mil reais).
Nestes termos, Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 28 de junho de 2018..
RODOLFO DE JESUS PEDROSA
OAB/RJ.174.239

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