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Livro Mercado Financeiro de Capitais

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Prévia do material em texto

MERCADO 
FINANCEIRO E 
DE CAPITAIS
Professora Me. Juliana Franco 
Professor Me. Paulo Pardo
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdos
Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Coordenador de Conteúdo
José Manoel da Costa
Supervisão de Projetos Especiais
Daniel F. Hey
Design Educacional
Camila Zaguini Silva, Fernando Henrique Mendes, 
Rossana Costa Giani 
Iconografia
Amanda Peçanha dos Santos
Ana Carolina Martins Prado
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Humberto Garcia da Silva 
Revisão Textual
Hellyery Agda
Jaquelina Kutsunugi, Keren Pardini, Maria Fernanda 
Canova Vasconcelos, Nayara Valenciano, Rhaysa 
Ricci Correa e Susana Inácio
Ilustração
Robson Yuiti Saito
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; FRANCO, Juliana; PARDO, Paulo.
 Mercado Financeiro e de Capitais. Juliana Franco; Paulo Pardo.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2014. Reimpresso em 2018.
 192 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Mercado Financeiro. 2. Sistema Financeiro. 3. Mercado de 
Capitais. 4. Mercado de Ações 5. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-8084-701-7
 CDD - 22 ed. 658.152
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha-
mos com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualida-
de, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emo-
cional e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cur-
sos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais 
de 100 mil estudantes espalhados em todo o 
Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, 
Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 
300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de 
graduação e pós-graduação. Produzimos e revi-
samos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil 
exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo 
MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 
10 maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferen-
tes áreas do conhecimento, formando profissio-
nais cidadãos que contribuam para o desenvolvi-
mento de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Professor Me. Paulo Pardo
Mestrado em Administração pela Universidade Estadual de Londrina. 
Atualmente é coordenador do curso de Gestão Pública do Núcleo de 
Educação a Distância da Unicesumar. Trabalhou na coordenação geral 
de polos de Educação a Distância da Unicesumar, celebrando convênios 
de parceria entre polos e a IES, bem como na gestão de relacionamento 
com os polos próprios e parceiros. Trabalha na coordenação do projeto de 
pós graduação na Unicesumar. É professor no CHSA - Centro de Ciências 
Humanas e Sociais Aplicadas da Unicesumar - Centro Universitário Cesumar. 
Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração de 
Empresas, atuando principalmente nos seguintes temas: sistema financeiro 
nacional, bolsa de valores, mercado de ações, satisfação e clientes. É professor 
de pós-graduação na área de Administração da Unicesumar, na cidade de 
Maringá, PR. É autor de livros didáticos para Educação a Distância nas áreas de 
Logística, Mercado Financeiro e de Capitais, Marketing e Gestão Ambiental, 
Teoria Geral da Administração. 
A
U
TO
RE
S
Professora Me. Juliana Franco
Possui graduação e MESTRADO em ECONOMIA pela Universidade Estadual 
de Maringá. Esta fazendo Doutorado em Economia pela UEM. Atualmente 
é professor do Centro de Ensino Superior Cesumar - Unicesumar e do 
Departamento de Economia da UEM
APRESENTAÇÃO
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS
SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) aluno(a), meu nome é Juliana Franco. Seja bem-vindo(a) a nossa disciplina 
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS. Você alguma vez já se perguntou quais os tipos 
de aplicações financeiras existentes no mercado além da nossa conhecida Caderneta de 
Poupança? 
Para responder a esta pergunta é que juntos iremos desvendar, por meio das Unidades 
deste livro, o “Fabuloso Mundo do Mercado de Capitais”.
Iniciaremos nosso estudo aprendendo sobre como funciona o sistema financeiro nacio-
nal, quais são as suas principais instituições e o papel de cada uma na organização do 
mercado financeiro, principalmente após o processo de globalização, que resultou em 
intenso intercâmbio entre os países, em especial os fluxos de capitais. 
Neste contexto, o mercado de ativos adquire crescente importância no cenário finan-
ceiro internacional. Seguindo essa tendência, os países em desenvolvimento, como o 
Brasil, procuram abrir suas economias para poder receber investimentos externos. 
Assim, quantomais desenvolvida é uma economia, mais ativo é o seu mercado de ca-
pitais. Este mercado é um importante canal para a captação de recursos que permitem 
o desenvolvimento das empresas e também se constitui em uma importante opção de 
investimento para pessoas e instituições.
Este livro, além de apresentar informações que lhe permitirão saber como e por que 
investir no mercado de capitais, aborda conceitos básicos sobre o funcionamento das 
bolsas e os custos e riscos que o investidor terá que assumir para operar neste mercado. 
Com os conteúdos que serão trabalhados, você entenderá também como funcionam os 
mercados derivativos, especificamente os contratos futuros e de opções, a sua relação 
com a formação do preço final de diversas commodities e a utilização desses instrumen-
tos para minorar o risco de preço inerente a uma vasta gama de produtos agropecuários. 
Os módulos trabalhados neste material não são estanques, ou seja, os elementos 
constituintes desses módulos não devem ser estudados ou analisados de maneira 
isolada, mas sim interligada, e sempre que possível, vários aspectos serão rememorados 
durante o nosso estudo. 
Além disso, você observará que na indicação da reflexão será exigida uma breve compo-
sição sobre o assunto. Esta reflexão estará contextualizada dentro de uma problemática, 
que por sua vez estará sintetizada por meio de uma pergunta. Assim, o questionamento 
é para nortear o início da sua escrita, podendo ser utilizado como pergunta central. 
Assim sendo, e para atingir os desafios propostos nesta disciplina, reforço a indicação 
das leituras complementares, além das referências que se encontram no final deste ma-
terial, que serão de grande valia para você, e desejo-lhe boa sorte, bons estudos e muito 
êxito profissional. 
Profª. Me. Juliana Franco
8 - 9
SUMÁRIO
8 - 9
UNIDADE I
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
15 Introdução
16 O Surgimento dos Bancos e do Mercado Financeiro 
18 Constituição do Sistema Financeiro Nacional 
18 Sistema Normativo 
27 Subsistema Operativo 
29 Agentes Especiais 
31 Intermediadores Financeiros 
33 Outros Intermediários, Auxiliares Financeiros e Participantes do Mercado 
50 Entidades Ligadas ao Setor Financeiro 
51 Segmentação do Mercado Financeiro 
54 Mercado de Crédito 
54 Mercado de Capitais 
55 Mercado Monetário 
55 Mercado Cambial 
56 Considerações Finais 
SUMÁRIO
10 - 11
UNIDADE II
O MERCADO DE CAPITAIS
61 Introdução
61 Participantes do Mercado de Capitais 
67 Mercado à Vista e Mercado Derivativo 
71 Conhecendo os Produtos Financeiros: Renda Fixa e Renda Variável 
74 Títulos Privados 
82 Títulos Públicos 
84 Fundos de Investimento em Renda Fixa 
85 Renda Variável 
86 Perfil do Investidor 
88 Considerações Finais 
UNIDADE III
FUNCIONAMENTO DO MERCADO DE AÇÕES
93 Introdução
94 As Ações 
99 Lote Padrão das Ações 
102 O Valor das Ações 
103 Remuneração dos Acionistas e seus Direitos 
108 Índices de Ações 
113 Riscos em Investimentos com Ações 
SUMÁRIO
10 - 11
114 Custos Operacionais do Investimento em Ações
117 Processo de Negociação de Ações 
120 Aluguel de Ações 
121 A Questão da Especulação 
122 Princípios Gerais da Administração de Investimento 
126 Escolas de Análise de Investimento 
139 Considerações Finais 
UNIDADE IV
O MERCADO DE TÍTULOS PÚBLICOS, FUNDOS DE INVESTIMENTO E 
FUNDOS IMOBILIÁRIOS
143 Introdução
143 FIFS – Fundos de Investimentos Financeiros 
145 O Risco do Investimento em Fundos 
146 Características dos Fundos de Investimento 
149 Classificação dos Fundos de Investimento 
155 Fundos de Investimento Imobiliário 
160 Tesouro Direto 
162 Considerações Finais 
SUMÁRIO
12 - AT
UNIDADE V
MERCADO DE DERIVATIVOS
167 Introdução
168 Introdução ao Mercado de Derivativos 
172 Funcionamento do Mercado Futuro 
182 Funcionamento do Mercado de Opções 
187 Considerações Finais 
189 CONCLUSÃO
191 REFERÊNCIAS
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Professora Me. Juliana Franco
Professor Me. Paulo Pardo
INTRODUÇÃO AO SISTEMA 
FINANCEIRO
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer o surgimento do mercado financeiro.
 ■ Conhecer a composição do Sistema Financeiro Nacional.
 ■ Entender a regulação do sistema financeiro.
 ■ Entender os conceitos sobre Sociedades Corretoras e Distribuidoras e 
Fundo Garantidor de Crédito.
 ■ Conhecer a segmentação do mercado financeiro.
 ■ Adquirir noções sobre Bancos de Investimentos, Bancos Comerciais e 
Bancos Múltiplos.
 ■ Ter uma visão sobre entidades ligadas à regulação do mercado de 
capitais.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ O surgimento do mercado financeiro
 ■ Conceitos e definições de financiamento
 ■ Funções e Objetivos dos Órgãos e Instituições do SFN
 ■ Outros Intermediários, Auxiliares Financeiros e Participantes do 
Mercado
 ■ Segmentação do Mercado
INTRODUÇÃO
Antes de nos aprofundarmos nos aspectos operacionais dos mercados de capi-
tais, é necessário compreender o porquê do surgimento do mercado financeiro; 
as entidades que fazem parte deste sistema; as diferenças entre sistema financeiro 
e sistema bancário; bem como aspectos sobre como os mercados são regulados 
e segmentados.
Tudo bem se você não é especialista, mas não pense que você é alheio(a) ao 
assunto. Afinal, provavelmente você é cliente de um banco, com sua conta cor-
rente ou somente uma caderneta de poupança.
Talvez você já seja um(a) investidor(a) mais experiente e já fez algum tipo 
de investimento mais direcionado, como fundos de investimento, CDB, ou apli-
cou no mercado de ações.
E sua casa? É sua? É financiada? Então você já negociou com uma socie-
dade de crédito imobiliário ou com um banco que possui uma carteira de crédito 
imobiliário.
Em todos esses casos, você é um ator nesse grande palco que é o mercado 
financeiro e de capitais.
Imagine sua vida sem essa complexa estrutura! Quem cuidaria de suas eco-
nomias que você acumulou com algum sacrifício? Guardaria debaixo do colchão? 
Não! Além do risco óbvio, seu dinheiro não trabalharia para você, ou seja, não 
produziria renda.
E se você precisasse de um dinheirinho extra? Quem te emprestaria? Seu 
cunhado não vale! Nessas horas, ter um lugar para buscar esse dinheiro empres-
tado sem ter que ficar se explicando é muito bom. E as sociedades de crédito e 
os bancos se prestam muito bem a esse papel. Essas entidades existem para fazer 
o grande motor da economia funcionar.
Mas sobre economia falaremos mais para frente.
Vamos conhecer primeiro os diversos aspectos desse interessantíssimo sis-
tema, o SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.
Introdução
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INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
O SURGIMENTO DOS BANCOS E DO MERCADO 
FINANCEIRO
Talvez você esteja curioso(a) em saber onde começou esse próspero negócio dos 
bancos e companhias de crédito.
A atividade bancária já existia na Mesopotâmia há 3.400 anos a.C., sendo 
praticada nos templos pelos sacerdotes, que já transacionavam com mercado-
rias e faziam empréstimos com juros altos, mesmo sem a existência da moeda. 
Naquele tempo, eram usados como moeda o sal, o gado, metais preciosos, entre 
outros produtos denominados de moeda-mercadorias.
Segundo os estudiosos de arqueologia, foram os fenícios os primeiros a 
realizar operações bancárias. Os romanos deram o nome, hoje universal, à ins-
tituição: “banco”, significandoa mesa que os cambistas utilizavam para suas 
operações monetárias. Na época, a principal ocupação dos bancos era a troca 
de moedas, mas também aceitavam depósitos e faziam empréstimos. A expres-
são “bancarrota” derivou do fato de que, quando o negócio não prosperava, era 
costume quebrar a mesa.
Conforme Paul Wonnacott et al. (1982, p. 218), “foi a busca de lucro que deter-
minou o desenvolvimento do sistema bancário, e este processo pode ser melhor 
ilustrado pela história dos ourives medievais”. Embora a atividade específica dos 
ourives fosse a de trabalhar os metais preciosos, eles também exerciam a função 
de recebê-los para que fossem guardados. Prestavam este serviço aos viajantes, 
mercadores e elites da época em troca de uma pequena taxa de serviço. Quando 
as pessoas depositavam joias, por exemplo, naturalmente lhes eram devolvidos 
os mesmos objetos; mas quando os depósitos eram na forma de barras e moedas 
de ouro, não havia necessidade de receber o mesmo objeto de volta, conquanto 
que o objeto reposto tivesse o mesmo valor. Após algum tempo, o ourives per-
cebia que uma quantia considerável permanecia em estoque, pois as retiradas 
dos clientes não ocorriam de uma só vez, além de que sempre havia novos depó-
sitos. Assim, lhe ocorre a ideia de emprestar uma parcela do estoque de ouro: 
O ourives emprestaria ouro e receberia em troca o valor corresponden-
te em notas promissórias nas quais eram especificados a taxa de juros 
e o período de resgate das mesmas [...]. Neste momento, sua atividade 
O Surgimento dos Bancos e do Mercado Financeiro
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17
deixa de ser a de uma simples casa de penhores para transformar-se na 
de um banco comercial, como o conhecemos hoje (WONNACOTT et 
al., 1982. p. 219).
É interessante que na Idade Média, em muitos locais, era considerada ilegal a 
atividade dos que emprestavam dinheiro cobrando juros. Como a Igreja desa-
provava esta prática, os cristãos abstinham-se de exercê-la, fato que, segundo 
alguns autores, explica a preponderância de judeus no ramo. Até hoje, a Igreja 
considera usura a cobrança de juros extorsivos, conceito que o direito encam-
pou em seus preceitos.
Conforme Magalhães Filho (1991, p. 136),
A partir do século VI, já estando formadas grandes fortunas comer-
ciais, surgem os primeiros banqueiros, que vão substituir os cambistas 
como fonte de crédito. Em vez de se limitarem a emprestar dinheiro, 
os banqueiros italianos passarão a aceitar depósitos, descontar títulos e 
manter correspondentes em outras praças.
Esses empreendimentos eram principalmente familiares até meados do século 
XV, e apenas com a evolução da contabilidade é que surgiram verdadeiras empre-
sas bancárias. O enriquecimento dos banqueiros é um dos fatores que Magalhães 
Filho (1991) relaciona com a queda do feudalismo e da monarquia. Mediante 
a aquisição de terras – por compra ou recebendo-as como pagamento de dívi-
das dos senhores feudais – eles tornam-se uma classe poderosa, influindo na 
mudança do regime monárquico para o regime republicano.
Assim, o surgimento definitivo do mercado financeiro ocorre quando a 
economia supera o estágio de escambo (ou de trocas) e passa a utilizar uma mer-
cadoria única, como intermediária de troca de bens e serviços, com aceitação 
garantida por lei, servindo como unidade padrão de valor denominada moeda.
Além disto, o desenvolvimento da economia dos países e a dinâmica dos 
mercados geraram um crescimento desigual na renda dos agentes econômi-
cos (famílias, empresas e governo). Esse desequilíbrio fez com que surgisse na 
economia dois tipos de agentes: superavitários (ganham mais do que gastam) e 
deficitários (gastam mais do que ganham). Dentro deste contexto, surge o mer-
cado financeiro, onde o produto negociado é o dinheiro, cuja remuneração é a 
taxa de juros.
O mercado financeiro é o meio e o ambiente pelo qual se realizam as transfe-
rências de dinheiro entre os agentes superavitários e deficitários, por meio do 
pagamento de uma taxa de juros, permitindo a complementação da renda 
das famílias e o financiamento da atividade produtiva no caso das empresas.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
Segundo Pereira (2013), o sistema financeiro pode ser definido como o conjunto 
de instrumentos e instituições que possibilitam a transferência de recursos entre 
os agentes econômicos superavitários e deficitários. O mercado financeiro, onde 
se processam essas transações, permite que um agente econômico (um indiví-
duo ou uma empresa, por exemplo), sem perspectivas de aplicação em algum 
empreendimento próprio, da poupança que é capaz de gerar (denominado agente 
econômico superavitário), seja colocado em contato com outro, cujas perspec-
tivas de investimento superam as respectivas de disponibilidades de poupança 
(denominado agente econômico deficitário). Assim, a principal função do SFN, 
então, é viabilizar a intermediação entre poupança e investimento, possibilitando 
ao setor produtivo maior eficiência.
O Sistema Financeiro Nacional pode ser subdividido em entidades que 
fazem parte dos Sistemas: normativas, supervisoras e operacionais (BANCO 
CENTRAL, 2013):
SISTEMA NORMATIVO
Constituído por instituições responsáveis pela definição das políticas e dire-
trizes gerais do sistema financeiro, sem função executiva, mas fiscalizadora. 
Atualmente, no Brasil, funcionam como principais entidades normativas o Conselho 
Monetário Nacional – CMN; Banco Central – BACEN e a Comissão de Valores 
Imobiliários – CMV. Além destes, também fazem parte das instituições normativas a 
Sistema Normativo
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Superintendência de Seguros Privados – SUSEP e a Superintendência de Previdência 
Complementar – Previc. As Instituições especiais como o Banco do Brasil – BB, 
Caixa Econômica Federal – CEF e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico 
e Social – BNDES fazem parte do Sistema Operacional de Intermediação Financeira. 
A Figura 1 apresenta o organograma das instituições normativas do Brasil.
CONSELHO
MONETÁRIO
NACIONAL (CMN)
BANCO
CENTRAL
(BACEN)
(CVM) COMISSÃO
VALORES
MOBILIÁRIOS
INSTITUIÇÕES
ESPECIAIS
Comissões
Consultivas
SUBSISTEMA
NORMATIVO
Responsável pelo
funcionamento do
mercado �nanceiro e
de suas instituições.
B.B.
BNDES
CEF
Figura 1: Divisão Normativa
Fonte: Mankiw (2006)
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL – CMN
Preste muita atenção nesse conceito: CMN – É o órgão supremo do Sistema 
Financeiro Nacional. Sua finalidade é fixar diretrizes para as políticas monetária, 
creditícia e cambial do país. Também é responsável por regular as condições de 
constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras e por disci-
plinar os instrumentos de política monetária e cambial. Não é um órgão executivo.
Composição do Conselho Monetário Nacional:
 ■ Ministro da Fazenda (Presidente do Conselho).
 ■ Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão.
 ■ Presidente do Banco Central do Brasil.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
Competências:
 ■ Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da eco-
nomia nacional e seu processo de desenvolvimento.
 ■ Regular o valor interno da moeda, prevenindo ou corrigindo surtos infla-
cionáriosou deflacionários de origem interna ou externa.
 ■ Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamen-
tos do país.
 ■ Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas ou 
privadas, de forma a garantir condições favoráveis ao desenvolvimento 
equilibrado da economia nacional.
 ■ Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financei-
ros, de forma a tornar mais eficiente o sistema de pagamento e mobilização 
de recursos.
 ■ Zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras.
 ■ Coordenar as políticas monetárias, creditícia orçamentária, fiscal e da 
dívida pública interna e externa.
 ■ Estabelecer as metas de inflação.
Atribuições específicas:
 ■ Autorizar as emissões de papel-moeda.
 ■ Aprovar os orçamentos monetários preparados pelo BC.
 ■ Fixar diretrizes e normas da política cambial.
 ■ Disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações 
creditícias.
 ■ Estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços bancá-
rios ou financeiros.
 ■ Determinar as taxas do recolhimento compulsório das instituições 
financeiras.
 ■ Regulamentar as operações de redesconto de liquidez.
Sistema Normativo
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 ■ Outorgar ao BC o monopólio de operações de câmbio quando o balanço 
de pagamento o exigir.
 ■ Estabelecer normas a serem seguidas pelo BC nas transações com títulos 
públicos.
 ■ Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as ins-
tituições financeiras que operam no país.
BANCO CENTRAL DO BRASIL – BACEN OU BC
Também conhecido como BC ou Bacen, o Banco Central é a entidade criada 
para atuar como órgão executivo central do sistema financeiro, funcionando 
como secretaria executiva do CMN. Cabe ao BACEN ou BC a responsabilidade 
de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sis-
tema e as normas expedidas pelo Conselho. 
Competências:
 ■ Formular e gerir as políticas monetária e cambial, compatíveis com as 
diretrizes do Governo Federal.
 ■ Regular e supervisionar o Sistema Financeiro Nacional.
 ■ Administrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB e o meio circulante.
Principais atribuições:
 ■ Emitir papel-moeda e moedas metálicas nas condições e limites autori-
zados pelo CMN.
 ■ Executar os serviços do meio circulante.
 ■ Receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais e os depósi-
tos voluntários das instituições financeiras e bancárias que operam no país.
 ■ Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financei-
ras dentro de um enfoque de política econômica do Governo, ou como 
socorro a problemas de liquidez.
É por meio do Banco Central que o Estado intervém diretamente no Sistema 
Financeiro Nacional e Indiretamente na Economia.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
 ■ Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis.
 ■ Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra 
e venda de títulos públicos federais.
 ■ Emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as condições 
estabelecidas pelo CMN.
 ■ Exercer o controle do crédito em todas as suas formas.
 ■ Exercer a fiscalização das instituições financeiras, punindo-as quando 
necessário.
 ■ Autorizar o funcionamento de todas as instituições financeiras, estabele-
cendo a dinâmica operacional.
 ■ Estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção 
nas instituições financeiras privadas.
 ■ Vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de 
capitais.
 ■ Controlar o fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o correto funcio-
namento do mercado cambial, operando, inclusive, via ouro, moeda ou 
operações de crédito no exterior.
 ■ Determinar, via COPOM, a taxa de juros de referência para as opera-
ções de um dia – a taxa SELIC.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM
Este importante componente do Sistema Financeiro Nacional está muito pre-
sente na economia de uma forma geral. Principalmente quando você ouve falar 
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sobre o desempenho das Bolsas, no caso do Brasil é a CVM a responsável para 
que tudo funcione de forma confiável para os investidores. A CVM é uma autar-
quia vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pela Lei 6385, de 07/12/1976, 
com a responsabilidade de disciplinar, fiscalizar e promover a expansão, o desen-
volvimento e o funcionamento eficiente do mercado de valores mobiliários, sob 
a orientação do Conselho Monetário Nacional. 
Segundo Bisi e Feijó (2009), a CVM tem como objetivo promover a expansão 
do mercado de capitais, bem como o seu desenvolvimento, por meio da criação 
de um ambiente favorável para a emissão e a negociação de ativos. Só não estão 
sob a sua regulação os títulos da dívida pública federal, estadual e municipal e 
os títulos cambiais de responsabilidades da instituição financeira.
De acordo com a legislação, suas principais atribuições são: 
 ■ Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e 
de balcão.
 ■ Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e 
atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias 
ou de administradores de carteira de valores mobiliários. 
 ■ Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar 
condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários 
negociados no mercado. 
 ■ Assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários 
negociados e as companhias que os tenham emitido. 
 ■ Assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado 
de valores mobiliários. 
 ■ Estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários. 
 ■ Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado 
de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social 
das companhias abertas. 
 ■ Quando entrarmos no assunto de Bolsa de Valores e Bolsa de Mercadorias 
e Futuros, você vai entender mais claramente como é importantíssima a 
função da CVM.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E24
SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS – SUSEP
Você tem um seguro de vida ou previdência privada? A saúde do seu plano ou 
da sua apólice deve muito à atuação deste importante ator do Sistema Financeiro 
Nacional.
A SUSEP é uma autarquia, vinculada ao Ministério da Fazenda, criada pelo 
Decreto-Lei 73/66 de 21/11/1966. A Superintendência de Seguros Privados – 
SUSEP é o órgão responsável pelo controle e pela fiscalização do mercado de 
seguros, previdência aberta e capitalização.
Suas principais atribuições são:
 ■ Fiscalizar a constituição, funcionamento e operação das Sociedades 
Seguradoras, de Previdência Aberta e de Capitalização, na qualidade de 
executora da política traçada pelo Conselho Nacional de Seguros Privados 
– CNSP.
 ■ Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efe-
tua por meio de operações de seguros, previdência privada aberta e de 
capitalização.
 ■ Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores desses mercados.
 ■ Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos opera-
cionais a elas vinculados, com vistaà maior eficiência do Sistema Nacional 
de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização.
 ■ Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando 
sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operam.
 ■ Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado.
 ■ Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em espe-
cial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas.
 ■ Cumprir ou fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as ativida-
des que por este forem delegadas.
 ■ Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
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SUPERINTENDÊNCIA NACIONAL DE PREVIDÊNCIA 
COMPLEMENTAR – PREVIC
Se você for ou pretende ser um funcionário de uma grande empresa, tal como 
a Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal ou empresa de teleco-
municações, provavelmente lhe foi ou será oferecido um plano de previdência 
complementar. 
Este plano, diferentemente do que você encontrará à venda numa institui-
ção bancária, na forma de um plano de previdência dos tipos PGBL ou VGBL, 
não é regulamentado nem fiscalizado pela SUSEP por não se tratar de uma pre-
vidência do tipo aberta, e sim do tipo fechada. As movimentações desses planos 
de previdência fechada, também conhecidos como Fundos de Pensão, são admi-
nistradas por Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC). Até 
recentemente, a fiscalização e regulamentação das EFPC era atribuição da SPC 
– Secretaria de Previdência Complementar. No entanto, a SPC funcionava de 
maneira precária, com servidores cedidos por outros órgãos de governo, autar-
quias e empresas estatais. Somente 20% de seus servidores eram do quadro da 
Secretaria e, dentre estes, não havia atuários e outros profissionais indispensáveis 
para atender a um setor com mais de 370 fundos de pensão, que administram 
mais de mil planos de benefícios com reservas superiores a R$ 400 bilhões.
Com a promulgação da Lei 12.154, de 23 de dezembro de 2009, criou-se a 
PREVIC – Superintendência Nacional de Previdência Complementar, entidade 
vinculada ao Ministério da Previdência Social, que assumiu o papel até então 
da Secretaria de Previdência Complementar (SPC) na fiscalização e supervisão 
dos fundos de pensão.
Para realizar esse trabalho, a PREVIC tem autonomia orçamentária, admi-
nistrativa e financeira. Os recursos são provenientes da TAFIC, uma Taxa de 
Fiscalização paga pelos fundos de pensão, de acordo com os recursos de cada 
plano administrado.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Com essa autonomia, permite-se à PREVIC exercer sua missão com a neces-
sária segurança econômica, financeira e atuarial, conforme determina a lei. 
Também traz maior segurança e condições de fomento para o Sistema.
De acordo com a Lei 12.154, compete à Previc:
 ■ proceder a fiscalização das atividades das entidades fechadas de previ-
dência complementar e de suas operações;
 ■ apurar e julgar infrações e aplicar as penalidades cabíveis;
 ■ expedir instruções e estabelecer procedimentos para a aplicação das nor-
mas relativas à sua área de competência, de acordo com as diretrizes do 
Conselho Nacional de Previdência Complementar.
Compete ainda à Previc autorizar:
 ■ a constituição e o funcionamento das entidades fechadas de previdência 
complementar, bem como a aplicação dos respectivos estatutos e regula-
mentos de planos de benefícios;
 ■ as operações de fusão, de cisão, de incorporação ou de qualquer outra 
forma de reorganização societária, relativas às entidades fechadas de pre-
vidência complementar;
 ■ a celebração de convênios e termos de adesão por patrocinadores e ins-
tituidores, bem como as retiradas de patrocinadores e instituidores; e
 ■ as transferências de patrocínio, grupos de participantes e assistidos, pla-
nos de benefícios e reservas entre entidades fechadas de previdência 
complementar;
 ■ harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência comple-
mentar com as normas e políticas estabelecidas para o segmento;
 ■ decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas 
de previdência complementar, bem como nomear interventor ou liqui-
dante, nos termos da lei;
 ■ nomear administrador especial de plano de benefícios específico, podendo 
atribuir-lhe poderes de intervenção e liquidação extrajudicial, na forma 
da lei;
Subsistema Operativo
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 ■ promover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas de pre-
vidência complementar e entre estas e seus participantes, assistidos, 
patrocinadores ou instituidores, bem como dirimir os litígios que lhe 
forem submetidos na forma da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996;
 ■ enviar relatório anual de suas atividades ao Ministério da Previdência 
Social e, por seu intermédio, ao Presidente da República e ao Congresso 
Nacional; e
 ■ adotar as demais providências necessárias ao cumprimento de seus 
objetivos.
SUBSISTEMA OPERATIVO
Este sistema, também chamado de subsistema de intermediação e institui-
ções auxiliares, é constituído pelos intermediadores financeiros que recebem 
os recursos dos poupadores, repassando-os aos tomadores, e por outras institui-
ções que auxiliam o Sistema Financeiro, como as Bolsas de Valores e as bolsas 
de mercadorias e de futuros. Os intermediadores financeiros são constituídos 
pelas instituições bancárias e não bancárias. 
Segundo Lopes e Rossetti (1998), o Setor Bancário é constituído pelos ban-
cos comerciais, sendo-lhes permitido manter depósitos à vista do público (você 
pode abrir uma conta corrente neste banco, sendo o dinheiro na sua conta cor-
rente denominado de depósito à vista) e emprestar uma quantia superior as 
suas reservas monetárias (os bancos podem emprestar parte de suas obriga-
ções, que são os depósitos à vista). Já o Setor não Bancário é constituído pelas 
famílias (pessoas como eu e você), as empresas, o Governo, e pelas Instituições 
Financeiras Não Bancárias como BNDES, Bancos de Investimentos, Facturing, 
Casas de Câmbio, Bolsa de Valores, entre outros. Estas instituições se diferen-
ciam das instituições bancárias pelo fato de nós não podermos abrir uma conta 
corrente. Assim, não recebem depósitos à vista, apenas transferem dinheiro dos 
tomadores para os emprestadores.
No mercado atual, como os bancos múltiplos têm atendido seus clientes 
com respeito à qualidade do atendimento?
Que canais o cliente tem para resolver seus problemas com essas instituições?
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
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Neste subsistema, também podemos alocar os intermediários financeiros que 
atuam como Agentes Especiais em promover políticas de interesse do governo. 
São eles o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social e os Bancos de Desenvolvimento Regionais.
A Figura 2 apresenta um organograma do Sistema Operativo Nacional ou 
de Intermediação Financeira.
Composto pelas instituições
bancárias e não bancárias
que atuam em operações de
intermediação �nanceira.
SUBSISTEMA
OPERATIVO
Instituições
Financeiras Bancárias
Bolsas
Corretoras
Distribuidoras
Clearings
Figura 2: Subsistema de Intermediação Financeira
Fonte: Mankiw (2006)
Agentes Especiais
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AGENTES ESPECIAIS
BANCO DO BRASIL S.A. – BB
O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista, com controle acioná-
rio da União, cujas funções básicas são: agente financeiro do Governo Federal, 
Banco Comercial e Banco de Investimento e Desenvolvimento.
Principais atribuições:
 ■ Agente financeiro do Governo Federal: recebe os tributos e as rendas 
federais, depósitos compulsórios e voluntários das instituições finan-
ceiras; realiza os pagamentos necessários e constantes do Orçamento da 
União; efetua redesconto bancário; executa a política de preços mínimos 
agropecuários e a política do comércio exterior do Governo, adquirindo 
ou financiando os bens de exportação; constitui agente pagador e rece-
bedor no exterior, entre outras operações.
 ■ Banco Comercial: mantém contas correntes de Pessoas Físicas e Jurídicas; 
opera com caderneta de poupança; executa operações de descontos; concede 
créditos de curto prazo, além de outras funções típicas de bancos comerciais.
 ■ Banco de Investimento e Desenvolvimento: opera em modalidades de 
créditos de médio e longo prazos, podendo financiar as atividades rurais, 
comerciais e industriais e de serviços. Também fomenta a economia de 
diferentes regiões.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – CEF
A Caixa Econômica Federal, assim como o Banco do Brasil, também está sob 
o controle do governo federal. Mas ao contrário do Banco do Brasil, que é uma 
sociedade de economia mista, a Caixa Econômica Federal é uma empresa pública 
de propriedade da União e responsável pela operacionalização das políticas do 
Governo Federal para habitação popular e saneamento básico, atuando, também, 
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
Reprodução proibida. A
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como banco comercial e sociedade de crédito imobiliário, caracterizando-se cada 
vez mais como o banco de apoio ao trabalhador de baixa renda.
Principais atribuições:
 ■ Captar recursos em caderneta de poupança, em depósitos judiciais e a 
prazo, e aplicar em empréstimos vinculados, preferencialmente à habitação.
 ■ Aplicar os recursos obtidos junto ao Fundo de Garantia por Tempo de 
Serviço – FGTS – preferencialmente nas áreas de saneamento e infraes-
trutura urbana.
 ■ Administrar as loterias, fundos e programas, entre os quais podemos des-
tacar o FGTS, o Fundo de Compensação de Variações Salariais – FCVS, o 
Programa de Integração Social – PIS, o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento 
Social – FAZ e o Fundo de Desenvolvimento Social – FDS.
BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E 
SOCIAL – BNDES
Esta instituição também é muito comentada nos noticiários econômicos, dada a 
sua importância para o desenvolvimento nacional. Principalmente no momento 
em que alguns setores da economia precisam de uma injeção de capital para poder 
crescer ou mesmo manter-se, o BNDES mostra-se fundamental. O BNDES é a 
instituição responsável pela política de investimento de longo prazo do Governo 
Federal, considerado a principal instituição financeira de fomento do país.
Principais atribuições:
 ■ Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País.
 ■ Fortalecer o setor empresarial nacional.
 ■ Atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos polos de produção.
 ■ Promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, indus-
triais e de serviços.
 ■ Promover o crescimento e a diversificação das exportações.
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INTERMEDIADORES FINANCEIROS
BANCO COMERCIAL
Os bancos comerciais são instituições cujo controle pode ser público ou privado, 
sendo constituídas sob a forma de sociedades anônimas. Atua na intermediação 
entre depositantes e tomadores de crédito. Para isso, recebe depósitos à vista e 
efetua empréstimos, de características de curto e médio prazos, principalmente 
para pessoas físicas e para capital de giro das empresas.
De acordo com Pinheiro (2006), suas principais atividades podem ser clas-
sificadas como prestação de serviços e concessão de empréstimos:
Prestação de serviços: contas correntes e depósitos diversos; pagamento de 
cheques; transferência de fundos; ordem de pagamentos; cobranças; custódia e 
guarda de valores; aluguel de cofres; serviços de câmbio.
Concessão de empréstimos: desconto de títulos; adiantamento em conta 
corrente; adiantamentos sob garantia de mercadorias; adiantamento sob cau-
ção de títulos de compra e venda; crédito mediante emissão de títulos; crédito 
rural; crédito a curto prazo para operações de comércio exterior; crédito pessoal. 
BANCO DE INVESTIMENTO
O banco de investimento atua no sentido de canalizar recursos de médio e longo 
prazo para suprimento de capital fixo (investimento) e de giro para as empresas. 
Ao contrário dos bancos comerciais, os bancos de investimento não apresentam 
capacidade de emissão de moeda.
Seu objetivo maior é garantir crédito com características de médio e longo 
prazos, em operações de empréstimos e financiamento, a fim de fortalecer o 
processo de capitalização das empresas, por meio da compra de máquinas e equi-
pamentos e da subscrição de debêntures e ações.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
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Atuando dessa forma como agentes de financiamento dessas empresas, realizam 
operações de maior escala, como repasses de recursos oficiais de crédito, repas-
ses de recursos captados no exterior, operações de subscrição pública de valores 
mobiliários (exemplo de valores mobiliários: ações, debêntures), lease-back e finan-
ciamento de bens de produção a profissionais autônomos (ASSAF NETO, 2006).
Além destas operações, os bancos de investimento podem prestar outros 
serviços como fianças, avais, administração de carteiras de títulos e valores mobi-
liários, custódias etc.
É bom destacar que um banco de investimento não pode manter contas cor-
rentes. A principal forma de captação de recursos para estas instituições é pela 
emissão de CDB e RDB, mediante a captação e repasses de recursos de origem 
interna ou externa ou pela venda de cotas de fundos de investimentos adminis-
trados por esses bancos.
Não é raro atuarem como agentes financeiros do BNDES, captando daí recursos 
para suas operações. Não podem destinar recursos a empreendimentos imobiliários.
BANCO MÚLTIPLO
Essa forma de apresentação dos Bancos é, sem dúvida, a mais conhecida por você. 
Afinal, não importa o lugar onde você more, quase certamente existe uma agên-
cia bancária estabelecida em sua localidade. A forma como os bancos atualmente 
são constituídos foi implemen-
tada por meio de uma série de 
regulamentações. Basicamente, 
podemos dizer que os bancos 
múltiplos surgiram mediante a 
Resolução 1524/88 de 21/09/1988 
do Conselho Monetário Nacional 
e regulamentação pela Circular do 
Banco Central do Brasil n.º 1364 
a fim de racionalizar a adminis-
tração das instituições financeiras. 
Outros Intermediários, Auxiliares Financeiros e Participantes do Mercado
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Por meio dessa regulamentação, as instituições financeiras que atuavam em ope-
rações de banco comercial e de banco de investimento foram autorizadas a se 
organizar como bancos múltiplos.
Como consequência,nos anos seguintes, quase todos os bancos comerciais 
acabaram por se transformar em bancos múltiplos, permanecendo comerciais 
apenas pequenas instituições de importância regional ou ocupantes de peque-
nos nichos de mercado.
Na prática, o que ocorria eram instituições operando como bancos comer-
ciais e bancos de investimento de um mesmo grupo controlador. Com a alteração, 
puderam constituir uma única instituição financeira com personalidade jurídica 
própria e, portanto, com um único balanço, único caixa, proporcionando signi-
ficativa redução de custos.
Em resumo, o banco múltiplo pode operar simultaneamente com cartei-
ras de banco comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de crédito, 
financiamento e investimento, de arrendamento mercantil (leasing) e de desen-
volvimento. Constitui-se, portanto, em uma só instituição financeira de carteiras 
múltiplas.
OUTROS INTERMEDIÁRIOS, AUXILIARES 
FINANCEIROS E PARTICIPANTES DO MERCADO
BOLSA DE VALORES
As Bolsas de Valores são associações civis, sem fins lucrativos, com patrimô-
nio representado por títulos que pertencem às sociedades corretoras membros. 
Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa, sujeitas à super-
visão da Comissão de Valores Mobiliários e obedecendo às diretrizes e políticas 
do Conselho Monetário Nacional. 
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
Reprodução proibida. A
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Principais atribuições:
 ■ Manter local adequado à realização, entre corretores, de transações de 
compra e venda de títulos e valores mobiliários, em mercados livres, orga-
nizados e fiscalizados pelos próprios membros participantes e pela CVM.
 ■ Criar e organizar os meios materiais, os recursos técnicos e as dependên-
cias administrativas necessárias à pronta, segura e eficiente realização e 
liquidação das operações efetuadas no recinto de negociações (pregão).
 ■ Estabelecer sistema de negociação que propicie e assegure a continuidade 
das cotações e a plena liquidez dos papéis no mercado.
 ■ Dar ampla e rápida divulgação às operações efetuadas em seu pregão.
 ■ Assegurar aos investidores completa garantia de recebimento pelos títu-
los e valores negociados.
 ■ Auxiliar a CVM na fiscalização do mercado de capitais.
A BOLSA DE MERCADORIAS & FUTUROS – BM&F
É uma reunião coletiva dos agentes econômicos (corretores, agricultores, indus-
triais, comissários, exportadores, especuladores, entre outros) interessados no 
mercado de produtos agrícolas ou industriais agrícolas ou manufatureiros, cujos 
produtos sejam passíveis de negociação em lugar e hora previamente determi-
nados para realização de operações de compra e venda.
Os produtos mais comercializados nas bolsas de mercadorias atualmente são: ouro, 
dólar (comercial e flutuante), café (arábica ou robusta), algodão, soja e o boi gordo.
A Bolsa de Mercadorias & Futuros – BM&F S.A. é a maior da América Latina 
em número de contratos negociados. Além disso, a BM&F é a única bolsa de 
futuros atuante no Brasil.
A Bolsa de Mercadorias e Futuros – BM&F é uma associação sem fins lucra-
tivos, organizada para proporcionar a seus membros as facilidades necessárias à 
compra e venda de commodities e/ou contratos de liquidação futura.
Outros Intermediários, Auxiliares Financeiros e Participantes do Mercado
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O principal objetivo da BM&F é efetuar o registro, a compensação e a liqui-
dação, física e financeira, das operações realizadas em pregão. Tem ainda por 
finalidade desenvolver, organizar e operacionalizar mercados livres e transpa-
rentes, para negociação de títulos e/ou contratos que possuam como referência 
ativos financeiros, índices, indicadores, taxas, mercadorias e moedas, nas moda-
lidades à vista e de liquidação futura.
Os mercados da BM&F são regulamentados pelo Bacen e pela CVM, a 
quem compete disciplinar, fiscalizar e agropecuário desenvolver esse mercado 
agropecurário.
SOCIEDADE CORRETORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS – 
CTVM
Se você decidir operar no mercado de ações, com toda certeza vai ter contato 
com esse componente do SFN. As sociedades corretoras são instituições auxi-
liares do Sistema Financeiro Nacional que operam no mercado de capitais com 
títulos e valores mobiliários, em especial ações. Fazem a intermediação com as 
Bolsas de Valores e de mercadorias. Sua constituição depende da autorização do 
Bacen e o exercício de suas atividades depende de autorização da CVM.
Principais atribuições:
 ■ Operar nos recintos de Bolsas de Valores e de mercadorias.
 ■ Efetuar lançamento público de ações.
 ■ Administrar carteiras e custodiar valores mobiliários.
 ■ Instituir, organizar e administrar fundos de investimento.
 ■ Operar no mercado aberto.
 ■ Intermediar operações de câmbio.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
Reprodução proibida. A
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DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS – DTVM
São instituições auxiliares do Sistema Financeiro Nacional responsáveis pela 
intermediação das operações com títulos, valores mobiliários e commodities.
Preste atenção nisso: as atividades das DTVM têm uma faixa operacional mais 
restrita do que as corretoras, uma vez que elas não têm acesso às bolsas de valo-
res e mercadorias. Para operar nesse mercado, as DTVM utilizam-se das CTVM.
Principais atribuições:
 ■ Subscrição isolada ou em consórcio de emissão de títulos e valores mobi-
liários para revenda.
 ■ Intermediação da colocação de emissões de capital no mercado.
 ■ Operações de mercado aberto, desde que satisfaçam as condições exigi-
das pelo Bacen.
 ■ Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento.
 ■ Exercer funções de agente fiduciário.1
COOPERATIVAS DE CRÉDITO
Instituições financeiras constituídas sob a forma de sociedade cooperativa, tendo 
por objeto a prestação de serviços financeiros aos associados, como concessão de 
crédito, captação de depósitos à vista e a prazo, cheques, prestação de serviços 
de cobrança, de custódia, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros 
sob convênio com instituições financeiras públicas e privadas e de correspon-
dente no País, além de outras operações específicas e atribuições estabelecidas 
na legislação em vigor.
O potencial das cooperativas de crédito é enorme. Para você ter uma ideia, na 
Alemanha são 15 milhões de associados ou algo próximo de 20% do movimento 
1 Agente fiduciário: tem como função proteger os interesses do investidor junto à empresa emissora, à CVM 
e aos demais órgãos envolvidos
Acesse os links dos sites do Banco Central, Banco do Brasil e da BM&FBO-
VESPA e pesquise sobre os ativos financeiros comercializados por estas en-
tidades:
<www.bacen.gov.br>.
<www.bb.com.br>.
<www.bmfbovespa.com.br>.
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financeiro bancário no país. Na Holanda, mais de 90% das operações de crédito 
rural são realizadas por cooperativas de crédito. Nos EUA, 25% da população 
são associadas a uma Cooperativa de Crédito. 
Enquanto isso, no Brasil...
Bem, no Brasil podemos ter uma visão pessimista ou otimista, depende da 
visão do analista. Se for pessimista, o quadro apresentado é ruim, pois apenas 
2,26% das operações de crédito são realizadas por cooperativas de crédito no 
âmbito da área bancária do SFN. Mas numa visão otimista,isto quer dizer que 
temos um enorme campo de crescimento, e, se bem geridas, como tem sido, as 
cooperativas certamente terão um futuro promissor em nosso país.
As Cooperativas de Crédito Rural atuam basicamente no setor primário da 
economia, com vistas a permitir uma melhor comercialização de produtos rurais, 
criando facilidades para o escoamento das safras agrícolas.
SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
Você já comprou no crediário em alguma loja? Se sim, talvez o famoso carnê 
que você levou para casa não pertença à loja que te vendeu os produtos. Muito 
provavelmente, essa compra foi financiada por uma Sociedade de Crédito, 
Financiamento e Investimento. Essas instituições são também conhecidas como 
financeiras. Têm como função principal o financiamento de bens de consumo 
duráveis, serviços e crédito pessoal, por meio dos conhecidos “crediários” ou 
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Reprodução proibida. A
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CDC – Crédito Direto ao Consumidor. Além desse mais conhecido serviço, as 
financeiras também podem realizar repasses governamentais, financiar profissio-
nais liberais autônomos legalmente habilitados e conceder ainda crédito pessoal 
(ASSAF NETO, 2006). Não podem manter contas correntes.
Suas principais formas de captação de recursos são: colocação de Letras de 
Câmbio – LC (praticamente inexistentes atualmente), que são títulos de cré-
dito sacados pelos financiados e aceitos pelas financeiras para colocação junto 
ao público. Ao adquirirem essas LCs, os investidores têm uma dupla garantia: a 
do emissor (ou financiado) e da financeira, que aceitou a letra de câmbio; e os 
depósitos a prazo fixo sem emissão de certificado, conhecidos como Recibos de 
Depósitos Bancários – RDB.
As sociedades financeiras podem ser classificadas como:
 ■ Independentes, quando atuam sem nenhuma vinculação com outras ins-
tituições do mercado financeiro.
 ■ Ligadas a conglomerados financeiros.
 ■ Ligadas a grandes estabelecimentos comerciais.
 ■ Ligadas a grandes grupos industriais, como montadoras de veículos, por 
exemplo (ASSAF NETO, 2006).
SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL
Muitas vezes, ao adquirir um bem durável, como um veículo, o vendedor pode 
oferecer a você uma modalidade de aquisição diferente do tradicional financia-
mento. Esta modalidade é o leasing.
O leasing também é muito utilizado para empresas que precisam de bens de 
produção, geralmente de valor elevado, e que necessitam adequar o desembolso 
de caixa à aquisição do bem.
38 - 39
Sobre as sociedades finaneiras, leia a reportagem abaixo:
BANCOS DE MONTADORAS BATEM RECORDE DE EMPRÉSTIMOS
Tendência de expansão mais modesta apontada pelos grandes bancos não se verifica 
nestas instituições financeiras
Segundo reportagem publicada na Revista 
Veja, os bancos de montadoras registraram 
um elevado crescimento nos emprés-
timos, fato este, explicado pelo bom 
desempenho da indústria automobilística 
nacional. Mesmo com o fim do Imposto 
sobre Produtos Industrializados (IPI), o 
setor automobiliístico está batendo recor-
des de venda segundo dados da Federação 
Nacional da Distribuição de Veículos Auto-
motores (Fenabrave).
 Os Bancos Mercedes-Benz e Volkswagem 
registraram recorde de financiamento. No 
caso do Banco Volkswagem, o bom desem-
penho é decorrente do crédito direcionado 
ao financiamento de compra de caminhões 
e ônibus com repasses de recursos do Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico 
e Social (BNDES), modalidade conhecida 
como Finame. No caso do Banco Mercedes-
-Benz, o crédito direto ao consumidor (CDC) 
foi o produto com maior crescimento. No 
entanto, nos bancos comerciais como Itaú 
Unibanco e Bradesco, a carteira de financia-
mento de veículos tem tido expansão mais 
modesta, com exceção do Banco do Brasil, 
por conta da compra de 49,99% do Banco 
Votorantim, focado no financiamento de 
veículos, a carteira do BB cresceu mais que 
seus concorrentes privados no segundo 
trimestre, com aumento de 8,3% na com-
paração com o primeiro trimestre do ano 
e 178% em 12 meses.
Para ler a reportagem na íntegra, acesse o site: <http://veja.abril.com.br/noticia/economia/bancos-de-
montadoras-batem -recorde-de-emprestimos>. Acesso em: 20 ago. 2013.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E40
Mas o que é leasing?
Leasing é um arrendamento, ou seja, um contrato pelo qual se cede o uso 
e usufruto de um bem móvel ou imóvel por um preço e tempo determinados. 
Os principais tipos de leasing são:
 ■ Leasing operacional: muito parecido com um aluguel, sendo oferecido 
geralmente pelas próprias empresas fabricantes do bem.
 ■ Leasing financeiro: realizado por algumas instituições financeiras, como 
bancos múltiplos e sociedades de arrendamento mercantil. A arrendadora 
adquire o bem selecionado de um fornecedor e então o entrega para uso 
do arrendatário. No final do prazo pactuado, o arrendatário pode exercer 
seu direito de compra do bem mediante o pagamento de um valor resi-
dual previamente estabelecido ou, caso não faça essa opção, pode devolver 
o bem à arrendadora.
 ■ Lease-back: esta operação acontece quando uma empresa, proprietária de 
um bem, vende este bem à arrendadora e, em seguida, aluga o bem imedia-
tamente, sem que o mesmo sequer seja removido fisicamente. A empresa 
passa assim de proprietária para arrendatária do bem. Esta operação é 
comum quando uma empresa precisa de reforço no seu capital de giro.
SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO
O sonho da casa própria parece estar mais perto de se concretizar no Brasil. 
Uma das razões é o fato de contarmos com as Sociedades de Crédito Imobiliário.
De acordo com a definição do Banco Central, as sociedades de crédito imo-
biliário são instituições financeiras criadas pela Lei 4.380, de 21 de agosto de 
1964, para atuar no financiamento habitacional. A captação de recursos des-
sas Sociedades vem principalmente de depósitos de poupança, da emissão de 
letras e cédulas hipotecárias e imobiliárias e, ainda, de depósitos interfinancei-
ros. Operam, principalmente, no financiamento para construção de moradias, 
abertura de crédito para compra ou construção de casa própria, financiamento 
de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de 
material de construção. Obrigatoriamente, as Sociedades de Crédito Imobiliário 
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devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, adotando obrigatoria-
mente em sua denominação social a expressão “Crédito Imobiliário”, conforme 
determinação da Resolução CMN 2.735, de 2000.
SISTEMAS DE CUSTÓDIA E LIQUIDAÇÃO DE TÍTULOS – SELIC E CETIP
Um assunto de grande interesse para quem quer realmente conhecer o SFN é o 
de liquidação de papéis e operações das instituições financeiras e do Governo. 
É importante que você saiba que grande parte dos títulos públicos e privados 
negociados no mercado monetário são escriturais, ou seja, não são emitidos fisi-
camente, exigindo maior organização em sua liquidação e transferência. Em razão 
disso, as negociações com esses valores são controladas e custodiadas por dois 
grandes sistemas, conhecidos como Selic e Cetip. Vamos entender esses sistemas?
Primeiramente, vamos conhecer o Selic, ou Sistema Especial de Liquidação 
e Custódia, que foi desenvolvido pelo Banco Central do Brasil e a Andima 
(Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto) em 1979, voltado a 
operar comtítulos públicos de emissão do BACEN e do Tesouro Nacional. Esse 
sistema é constituído, na verdade, num grande computador que tem por fina-
lidade controlar e liquidar financeiramente as operações de compra e de venda 
de títulos públicos e manter sua custódia física e escritural.
Após a adoção deste sistema, houve uma maior segurança para as opera-
ções de compra e venda de títulos, oferecendo garantias da existência dos papéis 
em negociação e dos recursos necessários para a liquidação financeira, ou seja, 
o pagamento da operação.
Os pagamentos no Selic processam-se por meio de reservas bancárias, e as 
transferências dos títulos entre os investidores somente são autorizadas pelo sis-
tema mediante movimentações nessas reservas (ASSAF NETO, 2006).
Mas quais são os títulos mais negociados no Selic? São os títulos emitidos 
pelo Governo Federal. 
Vamos conhecer alguns deles?
 ■ LFT – Letras Financeiras do Tesouro – são papéis com rendimento 
pós-fixado.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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 ■ LTN – Letras do Tesouro Nacional – são papéis com rendimento prefixado.
 ■ NTN-B – Notas do Tesouro Nacional, série B – são papéis pós-fixados 
com rendimentos atrelados ao IPCA.
 ■ NTN-C – Notas do Tesouro Nacional, série C – são papéis pós-fixados 
com rendimentos atrelados ao IGP-M.
 ■ NTN-D – Notas do Tesouro Nacional, série D – são papéis pós-fixados 
com rendimentos atrelados ao dólar, também utilizados pelo governo 
para atender à demanda do mercado de dólar.
 ■ NTN-H – Notas do Tesouro Nacional, série H – são papéis pós-fixados 
com rendimentos atrelados à TR.
Os vários negócios com esses títulos são acertados diretamente entre os opera-
dores das instituições financeiras credenciadas a operar no mercado monetário, 
que repassam as informações, via terminal, ao Selic, para que ocorra a trans-
ferência do dinheiro e, a seguir, dos títulos envolvidos nas operações (ASSAF 
NETO, 2006).
Além do Selic que, como você viu, negocia principalmente títulos públicos 
federais, é importante que você também conheça a Cetip.
A Cetip ou Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos 
Privados (o nome oficial da empresa é: Cetip S.A. Balcão Organizado de Ativos 
e Derivativos) passou a funcionar a partir de 1986 como um sistema bastante 
semelhante ao Selic, só que abrigando títulos privados. É uma das maiores empre-
sas de liquidação financeira e custódia da América Latina. As atividades da Cetip 
são regulamentadas e fisca-
lizadas pelo Banco Central.
A Cetip constitui-se 
como um mercado de balcão 
organizado para registro da 
negociação de títulos e valo-
res mobiliários de renda fixa. 
Registra, custodia e 
liquida também títulos públi-
cos estaduais e municipais 
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emitidos após 1992, títulos esses representativos de dívidas de responsabilidade do 
Tesouro Nacional, bem como todos os Créditos Securitizados da União, da Dívida 
Agrícola, dos Títulos da Dívida Agrária e dos Certificados Financeiros do Tesouro.
O principal título do sistema Cetip é o Certificado de Depósito Interfinanceiro 
(CDI), que permite transferência de recursos (liquidez) entre as instituições 
do sistema financeiro. A Cetip opera também com outros títulos, como CDB, 
Debêntures, “Commercial Papers” (notas promissórias), Letras Financeiras do 
Tesouro (LFT) etc. (ASSAF NETO, 2006).
Mas como acontecem as operações financeiras na Cetip? Essas operações 
processam-se por transferências bancárias de fundos (cheques ou outra forma 
equivalente), e somente após as respectivas compensações é que o sistema pro-
videncia as transferências da custódia dos títulos.
Os dois sistemas de liquidação e custódia (Selic e Cetip) têm por obje-
tivo básico promover a boa liquidação das operações do mercado monetário, 
propiciando maior segurança e autenticidade aos negócios realizados. Por sua 
importância no volume de operações no mercado monetário, o Selic e a Cetip 
divulgam periodicamente duas taxas de juros amplamente adotadas pelos agen-
tes econômicos, a taxa Selic e a taxa Cetip (ASSAF NETO, 2006).
Por meio do Selic, as instituições financeiras podem adquirir e vender títulos 
todos os dias, criando uma taxa diária conhecida como overnight e representa-
tiva das operações de um dia útil.
Como os títulos negociados no Selic são de grande liquidez e teoricamente 
de risco mínimo (títulos públicos), a taxa definida no âmbito desse sistema é 
aceita como uma taxa livre de risco da economia, servindo de importante refe-
rencial para a formação dos juros de mercado (taxa básica de juros).
Atualmente, com a entrada em funcionamento do Sistema Brasileiro de 
Pagamentos (SBP), a liquidação das operações na Cetip se faz no momento zero, 
ou seja, no mesmo dia, e não mais no dia seguinte mediante a compensação de 
cheques. Em termos de liquidação financeira das operações, os sistemas Selic e 
Cetip passaram a ter o mesmo procedimento de pagamento (ASSAF NETO, 2006).
As taxas CDI são provenientes da troca de posição financeira dos bancos entre si. 
Em operações de um dia, as instituições negociam aplicações e captações de recursos, 
visando reforçar suas reservas de caixa ou apurar retornos sobre saldos excedentes.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
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COMPANHIA BRASILEIRA DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA – CBLC
Após a reestruturação da Bovespa em fevereiro de 1998, criou-se uma empresa 
independente que é responsável pela liquidação de operações de todo o mer-
cado brasileiro de ações. Essa empresa é a CBLC, ou Companhia Brasileira de 
Liquidação e Custódia.
Interessante que, no próprio site da Bovespa, a definição para esta empresa é:
CBLC – é a câmara da BM&FBOVESPA que presta, em caráter princi-
pal, serviços de compensação, liquidação e gerenciamento de Risco de 
Operações do Segmento BOVESPA. Também é responsável pela pres-
tação de serviços de custódia e de central depositária para os ativos 
negociados no Segmento BOVESPA (BM&F BOVESPA, online).
A CBLC possui uma estrutura muito moderna e extremamente eficiente de 
clearing (ou câmara de compensação) para efetuar atividades de compensa-
ção, liquidação, custódia e controle de risco para os mercados à vista, a termo 
e de opções.
Entre os serviços oferecidos pela CBLC, um dos mais importantes é a custódia, 
ou seja, a guarda de ações de empresas de capital aberto, bem como certificados 
de privatização, debêntures, certificados de investimentos, certificados audiovi-
suais e ainda cotas de fundos imobiliários. 
A CBLC é regulada e fiscalizada pelo Banco Central e pela Comissão de 
Valores Mobiliários – CVM.
Para você ter uma visão geral da CBLC, veja abaixo as suas principais atribuições:
 ■ Registrar, liquidar e compensar operações à vista, no mercado a termo e 
de opções, quando de responsabilidade das CTVM ou de seus clientes.
 ■ Receber depósitos e margens para garantia de operações realizadas por 
associados da Bolsa e por cuja liquidação a CBLC se responsabilize.
 ■ Emitir certificados, visando ao resgate, desdobramento, conversão e trans-
ferência de títulos negociados ou a serem negociados pelas firmas ou 
sociedades corretoras.
 ■ Descontar recibos referentes a títulos depositados e praticar as demais 
operações acessórias que visam à boa circulação e liquidação dos títulos 
e valores mobiliários negociados. 
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CLEARING OU CÂMARA DE COMPENSAÇÃO
Ao estudar o funcionamento de um pregão de Bolsa de Valores, um investidor 
iniciante talvez fique imaginando como acontece a transferência de propriedade 
dos papéis que foram comprados ou vendidos ao longo do dia.
De fato, para que o mercado funcione de forma ordeira e que transmita 
confiança aos participantes, é preciso que se tenha certeza que os ganhos dos 
investidores serão recebidos e suas operações de compra e venda serão liquida-
das nos prazos e condições que foram acordados.
Esta certeza é proporcionada pelas câmaras de registro, compensação e liqui-
dação, ou simplesmente conhecidas como clearing houses, mediante um sistema 
de compensação que se responsabiliza pelos negócios, transformando-se no com-
prador para o vendedor e no vendedor para o comprador.
As clearing são entidades de capital privado, formadas pelos principais ban-
cos do País. 
As clearing houses operam sob a proteção de rigorosos mecanismos de 
garantias tomadas dos bancos participantes, proporcionando maior segurança 
e confiabilidade às operações do sistema financeiro.
Resumindo: a clearing é responsável pelo registro de todas as operações rea-
lizadas, acompanhamento das posições mantidas, compensação financeira dos 
fluxos e liquidação dos contratos sob sua responsabilidade.
SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO – SPB
Assim como as clearings, que oferecem uma segurança maior ao operar com 
títulos e valores mobiliários, quando falamos em sistema financeiro, devemos 
pensar em segurança a todos os envolvidos, desde um emitente de um cheque, 
até uma empresa que emite uma duplicata de uma venda ou serviço prestado e 
que recorre a um banco com o fim de proceder sua cobrança.
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
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IU N I D A D E46
A partir de 2002, houve uma reestruturação do Sistema de Pagamentos 
Brasileiro, o SPB, objetivando aumentar a segurança contra os diversos riscos a que 
o mercado financeiro está exposto. O objetivo primário então do SPB é aumentar 
a segurança do mercado por oferecer maior proteção contra possíveis rombos ou 
quebra em cadeia (o chamado efeito dominó) de instituições financeiras.
É importante você entender que, por definição, o Sistema de Pagamentos 
Brasileiro é um conjunto de procedimentos, regras, instrumentos e operações 
integradas que, por meio eletrônico, dão suporte à movimentação financeira 
entre os diversos agentes econômicos do mercado, tanto em moeda local como 
em moeda estrangeira.
A função básica do SPB é permitir a transferência de recursos, o proces-
samento e a liquidação de pagamentos para pessoas físicas, empresas e entes 
governamentais. 
Pense, então, quando você emite um cheque ou passa seu cartão de débito 
ou crédito ao realizar uma compra, ao fazer isso, mesmo que você não se dê 
conta, estará acionando o SPB. Até as próprias instituições financeiras valem-
se deste sistema para realizar as transferências diárias que originam-se de suas 
próprias transações.
Como ocorrem as transferências de recursos? Todas as instituições mantêm 
reservas bancárias junto ao Banco Central. As transferências, então, são as movi-
mentações de saldos dessas contas de reservas. O Banco Central regulamenta a 
liquidação financeira dessas contas de reserva bancária e ainda estabelece regras 
de controle de riscos a serem seguidas no Sistema de Pagamentos Brasileiro.
Vamos conhecer quem participa desse grande Sistema:
 ■ Instituições financeiras.
 ■ Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia – CBLC (já estudamos 
isso, você se lembra?).
 ■ Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Ativos 
BM&F.
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 ■ Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Câmbio 
BM&F.
 ■ Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de 
Derivativos BM&F.
 ■ Cetip.
 ■ Selic.
 ■ Visanet e Redecard.
 ■ Tecban (Tecnologia Bancária).
 ■ Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP).
Todas as transferências de recursos financeiros no SPB são formalizadas por 
meio de mensagens eletrônicas transmitidas exclusivamente por intermédio 
da Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN). Essas mensagens são padro-
nizadas e observam procedimentos específicos de segurança (criptografia e 
certificado digital).
A RSFN é uma estrutura de comunicação de dados, implementada utilizando-
se tecnologia de rede, criada com o objetivo de suportar o tráfego de mensagens 
entre as instituições financeiras titulares de conta de reservas bancárias, entre 
as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação, a STN 
(Secretaria do Tesouro Nacional) e o BACEN, tudo dentro do âmbito do SPB.
As transferências realizadas pelo SPB podem ser por meio de liquidação 
bruta em tempo real (sigla: LBTR) ou ainda por liquidação diferida líquida (sigla: 
LDL), dependendo do tipo de transação.
A LBTR é uma liquidação que ocorre quase em tempo real, ocorrendo ao 
longo do dia, de forma simultânea, operação por operação, em todos os dias 
úteis para fins de operações praticadas no mercado financeiro.
Já a LDL é uma liquidação que ocorre em D+0 até D+3, dependendo do tipo 
de operação. A liquidação dos recursos entre instituições financeiras é execu-
tada em horários predeterminados durante o dia, pelo valor líquido entre seus 
participantes. 
INTRODUÇÃO AO SISTEMA FINANCEIRO
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IU N I D A D E48
Para você entender melhor como funciona o esquema de transferência 
de recursos, veja a ilustração a seguir:
Banco Central
do Brasil CIP - Câmara Interbancária de Pagamento
SELIC
títulos
públicos
LBTR
SITRAF
transferência 
de fundos
HÍBRIDO
SILOC
transferência
de fungos
LDL (D+1)
compe
cheques
LDL (D+1)
CETIP
títulos privados;
swaps; outros
LDL (D+1)
LBTR
CBLC
ações; títulos
privados; opções
LDL (D+1; D+3)
LBTR
Câmara de
Câmbio
câmbio 
interbancânrio
LDL (D+1; D+2)
Câmara de
Ativos
títulos públicos
LDL (D; D+1)
RSFN
Rede do Sistema
Financeiro Nacional
Câmara de
Derivativos
mercadorias;
futuros; swaps
LDL (D+1)
STR
transferências
de fundos
LBTR
BM & FBOVESPA
contas de
liquidação
Figura 3: Fluxos de Transferência de Recursos no Mercado Financeiro
Fonte: Banco Central
Vamos reforçar um pouco mais as razões para existir um sistema confiável de 
transferência de recursos entre os participantes do mercado.
Você tem ideia, por exemplo, do volume de recursos movimentados por 
cheques no Brasil? 
Somente em 2008, foram emitidos 2 bilhões de cheques, no valor global de 
cerca de R$ 2,6 trilhões, sendo o valor médio por cheque de R$ 1.300,00. Apesar 
de seu uso estar caindo gradativamente, ainda é um dos meios preferidos de paga-
mento pelos brasileiros (BACEN, 2008).
Segundo o Relatório Estatitístico do Banco Central do Brasil (2013), no ano 
de 2012, as transações com cartão de crédito foram no montante de 4,5 bilhões, 
representando um crescimento de 16,6% em realação a 2011. A Bandeira Visa 
representa 50,5% do total das transações com cartão e a MarterCard representa 
41,7%. Já as transações de débito tiveram um montante de 4,1 bilhões de volume 
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