Buscar

Direito Constitucional Aula 08

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

www.concurseir0StWidoeaugeiros 
www.estrateciaconcursos.com.br 
Canal do YouTube do Ricardo Vale: 
https://www.facebook.com/nadia.c.santos.16?fref=ts 
Facebook da Prota. Nadia Carolina: 
https: //www.facebook.com/profricardova le 
Facebook do Prof. Ricardo Vale: 
Para tirar duvidas e ter acesso a dicas e conteudos gratuitos, acesse 
nossas redes sociais: 
Cial:>arit<> ••..•.•.•...•..•..•.•.....•....••....•..•..•.•......•..•..•.•..•..••.••.•.•.....••....•.••.•• «;!; 
Lista de QuestOes 57 
QuestOes Comentadas 37 
7- At;iio Civil Pllblica: 33 
6- Advocacia Privada: 33 
5- Defensoria Pllblica: 30 
4- Advocacia Pllblica: 27 
3- Conselho Nacional do Ministerio Publico (CNMP): .•.•••••.••.••.•••••••. 22 
1-Introduc;iio: 2 
2- Ministt?rio Pllblico: 2 
Func;Oes Essenciais a Justic;a 2 
Sumario 
FUN(;6ES ESSENCIAIS A JUSTI(;A 
AULA08 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
T eoria e Ques 
Aula 08 - Prof- Nadia I Prof. Ricar~ 
www .concurseiresealdoemnseiros 
2de66 www.estrate · aconcursos.com.br 
1 MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Genet, COELHO, Inocencia Martires. 
Curso de Direito Constituciona/, 7a edi<;ao. Sao Paulo: Saraiva, 2010, pp. 1039. 
2 Nesse sentido: MORAES, Alexandre de. Constitui9ao do Brasil Interpretada e Legis/a9ao 
Constituciona/, ga edicao. Sao Paulo Editora Atlas: 2010 
Segundo a doutrina dominante, o Ministerio Publico nao integra a estrutura 
de nenhum dos tres Poderes. 2 Trata-se de instituic;ao autonoma e 
independente, que nao esta subordinada a nenhum dos poderes estatais. A 
pr6pria Constituicao Federal de 1988, ao tratar do Ministerio Publico, o faz em 
capftulo separado do Poder Executivo, Legislativo e Judiciario. 
Para melhor fixar o seu conceito, interessa saber que a palavra rninisterio 
deriva do latim "manus", que significa rnao. Desde seus prim6rdios, o 
Ministerio Publico era considerado "a mao do rei", sendo exercido por 
procuradores que defendiam os interesses do monarca. A partir do seculo 
XVIII, passou a ser conhecido, tarnbern, como Parquet, palavra em trances que 
significa assoalho. A explicacao e que seus representantes se sentavam no 
assoalho da sala de audiencia, para nao serem confundidos com os 
magistrados. 
Segundo o art. 127, CF/88, "o Ministerio Piiblico e institui~ao permanente, 
essencial a fun<;ao jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem 
juridica, do regime democretico e dos interesses sociais e individuais 
indisponiveis". 
2.1- Conceito e Natureza Juridica: 
2- Ministerio Publico: 
Devido a essa caracterfstica, e necessario que existam entidades que 
movimentem a ac;ao do Poder Judiciario. Sao as chamadas "Funcoes Essenciais a Justice": o Ministerio Publico, a Advocacia Publics. a Defensoria Publica e 
tarnbern a Advocacia Privada. Cabe destacar que, ao contrario do que muitos 
pensam, esses sujeitos nao integram o Poder Judiciario: na verdade, sao 
entidades estranhas a este, mas cujas funcoes sao imprescindfveis ao exercfcio 
da func;ao jurisdicional do Estado. 
O Poder Judiciario nao atua de oficio, por iniciativa pr6pria. Em razao do 
principio da lnercia, ele so age mediante provocacao externa, o que 
representa verdadeira lirnitacao a func;ao jurisdicional do Estado.1 
1-Introduc;ao: 
Funcoes Essenciais a Justic;a 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
3de66 www.estrate · aconcursos.com.br 
3 SILVA, Jose Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 35a edi<;ao, Ed. 
Malheiros, Sao Paulo, 2012, pp. 598. 
4 MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet, COELHO, Inocencia Martires. 
Curso de Direito Constituciona/, sa edicao, Sao Paulo: Saraiva, 2010, pp. 1041. 
O Ministerio Publico do Distrito Federal e Territ6rios 
(MPDFT), ao contrario do que muitos podem ser levados a 
pensar, integra o Ministerio Publico da Uniao(MPU). 
Nao se trata, portanto, de um Ministerio Publico Estadual. 
Assinale-se que compete exclusivamente a Uniao organizar 
e manter o Ministerio Publico do DF e Territ6rios (art. 21, 
XIII, CF/88). 
FIQUE atento! - - 
Existe, ainda, o Ministerio Publico Eleitoral (MP Eleitoral), que nao tern 
estrutura pr6pria, sendo composto de membros do MPE e do MPF. 
d) 0 Ministerio Publico do Distrito Federal e Territ6rios (MPDFT). 
c) O Ministerio Publico Militar (MPM); 
b) O Ministerio Publico do Trabalho (MPT); 
a) O Ministerio Publico Federal (MPF); 
O Ministerio Publico da Uniao (MPU) abrange: 
O Ministerio Publico abrange o Ministerio Publico da Uniao (MPU) e os 
Ministerios Publicos dos Estados - MPE (art. 128, I e II, CF). 
2.2- Organiza<;ao e Estrutura do Ministerio Publico: 
O Ministerio Publico teve sua cornpetencia significativamente ampliada pela 
Constituicao Federal de 1988. Segundo Gilmar Mendes, essa instituicao teve 
seus poderes alargados, voltando-se para a "defesa dos interesses mais 
elevados da convivencie social e polftica, nao apenas perante o Iudicierto, mas 
tembem na ordem administrativa. "4 
Nao e sem polemics, todavia, que a doutrina posiciona o Ministerio Publico 
como entidade nao-integrante dos tres Poderes. Para o Prof. Jose Afonso da 
Silva, por exemplo, o Ministerio Publico e instituicao vinculada ao Poder 
Executivo.3 Ha, ainda, quern defenda a tese de que o Ministerio Publico seria 
um "quarto poder". Para fins de concurso publico, a posicao mais segura ea de 
que trata-se de lnstitulcao autonorna e independente e que nao esta 
vinculada a nenhum poder. 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www.concurseirMOl\'lidoaaugeiros 
www.estrate · aconcursos.com.br 
5 ACO 924/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/05/2016. 
Apesar disso, segundo o STF, eventual conflito de atrlbulcoes entre um 
membro de Ministerio Publico Estadual (MPE) e um membro do Ministerio 
Publico Federal (MPF) sere resolvido pelo Procurador-Geral da Republica.> 
Por fim, enfatizamos que nao ha hierarquia entre o Ministerio Publico da 
Uniao (MPU) e os Ministerios Publicos Estaduais (MPEs). O Procurador-Geral da 
Republics (PGR) exerce a chefia do Ministerio Publico da Uniao, mas nao a dos 
Ministerios Publicos Estaduais (MPEs). 
c) Normas gerais de orqanizacao dos MPEs e MPDFT: lei ordinaria 
federal. 
b) Orqanizacao dos MPEs: rnateria de lei complementar estadual. 
a) Orqanizecao do MPU: materia de lei complementar federal 
Em resumo, temos: 
Ha, ainda, a previsao constitucional de uma lei federal sobre normas gerais 
de orqanizacao do Ministerio Publico dos Estados, Distrito Federal e Territ6rios. 
Para isso, nao ha a exiqencia de lei complementar, bastando lei ordinaria para 
tratar do tema. 
A lei de orqanlzacao do Ministerio Publico da Uniao e da iniciativa 
concorrente do Presidente da Republica e do Procurador-Geral da Republics. 
Por simetria, as leis de orqanizacao dos Ministerios Publicos Estaduais sao de 
iniciativa concorrente do Governador e do Procurador-Geral de Justice. 
A orqanizaceo do Ministerio Publico da Uniao (MPU) e do Ministerio Publico dos 
Estados (MPE) e efetuada com base em leis complementares (art. 127, § 5°, 
CF/88). No primeiro caso (orqanizacao do MPU), uma lei complementar federal 
versa sobre o tema; no segundo caso (orqanizacao dos MPE' s), cada estado 
edita lei complementar para organizar seu pr6prio Ministerio Publico. 
MINISTERIO PUBLICO DO DISTRITO FEDERAL E TERRITORIOS 
MINISTERIO PUBLICO DO TRABALHO 
MINISTERIO PUBLICO FEDERAL 
MINISTERIO PUBLICO MILIT AR 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
T eoria e Ques 
Aula 08 - Profa Nadia I Prof. Ricar 
www .concurseiresealdoemnseiros 
5de66 www.estrate · aconcursos.com.br 
De acordo com o art. 127, § 1 o, da Constituicao, sao princfpios institucionais 
do Ministerio Publico a unidade, a indivisibilidade e a independencia 
funcional.2.3- Principios Institucionais do Ministerio Publico: 
4) Conflito de atrlbulcoes entre um membro do 
Ministerio Publico Estadual (MPE) e um membro do 
Ministerio Publico Federal (MPF): Na ACO no 1567, o 
STF decidiu que ele sera solucionado pelo Procurador- 
Geral da Republica, na condicao de representante 
nacional do Ministerio Publico. 
3) Conflito de atrlbulcoes entre dois membros do 
Ministerio Publico Federal (MPF): E solucionado pelas 
Carnaras de Coordenacao e Revisao, que sao 6rgaos do 
MPF responseveis pela coordenacao, integrac;:ao e revisao 
do exercfcio funcional na instituicao. Da decisao da 
Camara de Coordenacao e Revisao que soluciona o 
conflito de atribuicoes, e cabfvel recurse para o 
Procurador-Geral da Republics (PGR). 
2) Conflito de atrlbulcoes entre membros de ramos 
distintos do Ministerio Publico da Uniao (MPU): 
Como exemplo, imagine um conflito de atribuicoes entre 
um Procurador do Trabalho (membro do MPT) e um 
Procurador da Republics (membro do MPF). Esse conflito 
e solucionado pelo Procurador-Geral da Republics (art. 
26, VII, da Lei Complementar n° 75/93). 
1) Conflito de atrlbulcoes entre membros do 
Ministerio Publico do mesmo estado: E solucionado 
pelo Procurador-Geral de Justice (PGJ) daquele estado 
(art. 10, X, da Lei no no 8.625/93) 
INDO mais fundo 
A posicao do STF se baseia na ideia de que o Ministerio Publico e uma 
instltulcao una e indivisivel e que tern um carater nacional. O Procurador- 
Geral da Republics. nessa 6tica, seria um representante nacional do 
Ministerio Publico. 
Pode-se afirmar, por analogia, que o conflito de atribuicdes entre membros de 
diferentes Ministerios Publicos Estaduais tarnbern sera solucionado pelo 
Procurador-Geral da Republica. 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
www .concurseiresealdoemnseiros 
6de66 www.estrate · aconcursos.com.br 
6 In: CANOTILHO, J.J. Gomes; MENDES, Gilmar Ferreira; SARLET, lngo Wolfgang; STRECK, 
Lenio Luiz. comenterios a constituiceo do Brasil. Ed. Saraiva, Sao Paulo: 2013, pp. 1521. 
b) 0 principle da indivisibilidade permite que os integrantes do Ministerio 
Publico possam ser substitufdos uns pelos outros ao longo do processo, desde 
que sejam da mesma carreira. Por esse prindpio, os membros do Ministerio 
Publico nao estao vinculados a um processo e, justamente por isso, podem 
ser substitufdos. 
Em razao dessa divisao orqaruca, a doutrina considera que a unidade 
somente se aplica dentro de cada um dos Ministerios Publicos. 
Enfatizando: nao existe unidade entre o Ministerio Publico da Uniao e os 
Estaduais; a unidade se de no ambito de cada Ministerio Publico. 
E claro que, para atender o principle federative, o Ministerio Publico esta 
organicamente dividido. Ha o Ministerio Publico da Uniao (MPU) e os 
Ministerios Publicos Estaduais (MPE' s), cada um deles com seu chefe. Essa 
divisao existe em razfio da reparticao constitucional de competencies entre os 
entes federativos e nao impede que consideremos a existencia de um MP 
nacional. 
a) O prindpio da unidade irnpoe que o Ministerio Publico deve ser 
considerado um unico 6rgao (uma unica instituicao), sob a direc;ao de uma 
unica pessoa (um unico Procurador-Geral). 0 Ministerio Publico e uno, 
composto por um s6 corpo institucional, que visa promover o interesse publico 
e o bem cornurn." 
Independencia 
funcional 
Prindpios 
institucionais 
do MP 
Unidade 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
7de66 www.estrate · aconcursos.com.br 
O princfpio do promotor natural esta implicito em nosso ordenamento 
jurfdico, tendo sido concebido pela doutrina e pela jurisprudencia. Sua 
concepcao deriva do conhecido princfpio do juiz natural, segundo o qual 
"ninquem sere processado nem sentenciado seneo pe/a autoridade 
competente" (art. so, LIII, CF/88). 
2.4- Principia do "promotor natural": 
A independencia funcional limita o principio da indivisibilidade. Explico: a 
Independencia funcional irnpoe a necessidade de que existam regras 
preestabelecidas para a substituicao de membros do Ministerio Publico no 
curso de um processo. Isso busca evitar que algum membro do Ministerio 
Publico seja arbitrariamente afastado do processo por estar atuando em 
determinado sentido. 
Na segunda acepcao, fica claro que os membros do Ministerio Publico se 
vinculam apenas ao ordenamento juridico e a sua convlccao. Os 
membros do Ministerio Publico nao estao subordinados a qualquer hierarquia 
funcional. A hierarquia que existe dentro do Ministerio Publico e meramente 
administrativa. Nern mesmo o Procurador-Geral da Republics podere ordenar a 
um membro do Ministerio Publico Federal que atue num ou noutro sentido. 
Cada membro do Ministerio Publico e livre para agir, dentro dos limites da lei, 
segundo a sua pr6pria consciencia. 
Na primeira ecepcao, o Ministerio Publico deve ser compreendido como uma 
instituicao que nao esta sujeita a qualquer interferencia de outro 6rgao ou 
Poder da Republics. 0 Ministerio Publico deve buscar a satisfacao do interesse 
social e do bem comum (e nao o cumprimento de ordens deste ou daquele 
Poder!). 
c) 0 principio da lndependencia funcional se manifesta em duas acepcoes: 
independencia externa ou orqanica (referindo-se ao Ministerio Publico como 
um todo) e independencia interna (referindo-se a cada membro 
individualmente). 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
E importante salientar que o princfpio da indivisibilidade esta intimamente 
relacionado ao principio da unidade, sendo verdadeiro corolario 
(consequencia) deste. Explico: pelo princfpio da unidade, a atuacao de um 
membro do Ministerio Publico representa a atuacao da pr6pria instituicao do 
Ministerio Publico. Como decorrencie 16gica disso, nao ha qualquer 
consequencia para o processo quando um membro do MP e substitufdo por 
outro. 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
www .concurseiresealdoemnseiros 
8de66 www.estrate · aconcursos.com.br 
7 HC 103.038/PA. Segunda Turma. Rel. Min. Joaquim Barbosa. Julgamento em 11/10/2011. 
8 HC 67.759, Rel. Min. Celso de Mello. Julgamento em 06.08.1992. 
A Constituicao Federal de 1988 reconhece autonomia funcional, 
administrativa e orcarnentario-financelra ao Ministerio Publico. Sao 
garantias institucionais do Ministerio Publico, destinadas a permitir que este 
6rgao possa atuar com independencia e sem interferencia de nenhum outro 
2.5- Autonomia funcional, administrativa e orcamentarlo-flnancelra: 
As bases sobre as quais se assentam o principio do promoter natural sao a 
independencla funcional e a garantia de inamovibilidade dos membros 
do Ministerio Publico. Nesse sentido, o STF ja reconheceu que "a matriz 
constitucional desse princfpio assenta-se nas cleusules de independencie 
funcional e de inamovibilidade dos membros da instituiciio". 8 
O posicionamento do STF nem sempre foi nesse sentido. Entre os anos de 
2008 e 2011, a Corte nao reconhecia que o prindpio do promoter natural 
estava irnplicito no nosso ordenamento jurfdico, uma vez que violaria o 
prindpio da indivisibilidade (prindpio que admite a substituicao de um membro 
do MP no decorrer do processo). Atualmente, o entendimento do STF e o de 
que o prindpio do promoter natural esta, sim, implicito no ordenamento 
juridico e nao viola o principio da indivisibilidade. O membro do 
Ministerio Publico pode ser substitufdo no decorrer do processo, mas tal 
substituicao nao podera ser erbitraria. 
A jurisprudencia do STF ja esta firmada no sentido de reconhecer a 
existencia do principio do promotor natural. Segundo a Corte, "o 
postulado do promotor natural consagra uma garantia de ordem juridice, 
destinada tanto a proteger o membro do Ministerio Publico, na medida em que 
/he assegura o exercfciop/eno e independente do seu offcio, quanto a tutelar a 
pr6pria coletividade, a quem se reconhece o direito de ver etuendo, em 
quaisquer causes, apenas o Promotor cuja intervenceo se justifique a partir de 
criterios abstratos e predeterminados, estabelecidos em lei." 7 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
Pelo principio do promotor natural, a designac;ao de um membro do 
Ministerio Publico para atuar em determinado processo deve obedecer a 
regras objetivas, segundo crlterlos preestabelecidos. Com isso, busca-se 
evitar desiqnacoes casufsticas e arbitrarias, impedindo-se, dessa manerra, a 
figura do "acusador de excecao", 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
www .concurseiresealdoemnseiros 
9de66 www.estrate · aconcursos.com.br 
9 In: CANOTILHO, J.J. Gomes; MENDES, Gilmar Ferreira; SARLET, lngo Wolfgang; STRECK, 
Lenio Luiz. comenterios a Constitui9ao do Brasil. Ed. Saraiva, Sao Paulo: 2013, pp. 1522- 
1523. 
Se isso acontecer, o Poder Executive devera "cortar" despesas da proposta 
orcarnentaria do Ministerio Publico para adequa-la a LOO. Em outras palavras, 
o Poder Executivo procedera aos ajustes necessarios para fins de 
consolldaceo da proposta orcarnentaria anual. 
Outra pergunta: e se o Ministerio Publico encaminhar a proposta orcarnentaria 
em desacordo com os limites estipulados pela LOO? 
Nesse caso, devido a inercia do Ministerio Publico, o Poder Executivo devera 
considerar, para fins de consolidacao da proposta orcarnenteria anual, os 
valores aprovados na lei orcamentaria vigente, ajustados de acordo com 
os limites estipulados na LOO. 
E se o Ministerio Publico nao encaminhar ao Poder Executive a proposta 
orcarnentaria dentro do prazo definido pela LOO? 
A autonomia orcamentario-financeira, por sua vez, se manifesta pela 
prerrogativa de que o Ministerio Publico elabore a sua proposta 
orcamentaria, encaminhando-a ao Poder Executive. Cabe destacar que a 
proposta orcamentaria do Ministerio Publico devera ser elaborada em 
conformidade com os limites definidos pela lei de diretrizes 
orcarnentarias (LOO). 
Ainda no campo da autonomia administrativa, o Procurador-Geral da Republics 
e os Procuradores-Gerais de Justice tern iniciativa para proper projeto de lei 
complementar que estabeleca a orqanlzacao, as atrlbuicoes e o estatuto 
de cada Ministerio Publico. Oestaque-se que a referida lei complementar e de 
iniciativa concorrente entre os Procuradores-Gerais e os Chefes do Poder 
Executive. 
A autonomia administrativa do Ministerio Publico se materializa na sua 
competencia para propor ao Poder Legislativo a criaceo e extincao de seus 
cargos e services auxiliares, provendo-os por concurso publico de provas ou de 
provas e tftulos, a polftica remunerat6ria e os pianos de carreira. Assim, o 
Ministerio Publico tern iniciativa privativa para propor projetos de leis sobre 
essas rnaterias. Nesse sentido, o STF entende que "o Ministerio Piiblico pode 
def/agrar o processo /egislativo de lei concernente a polftica remunerat6ria 
e aos pianos de carreira de seus membros e servidores". 
Poder. Juntas, essas garantias institucionais asseguram o autogoverno do 
Ministerio Publico. 9 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
10 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
1° CUNHA JUNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6a edi~ao. Ed. Juspodium, 
2012, pp. 1187. 
IV - promover a ac;ao de inconstitucionalidade ou reoresentecso para fins de 
intervenceo da Uniao e dos Estados, nos casos previstos nesta Constitutceo; 
III - promover o tnquerito civil e a a<;ao civil publice, para a proteceo do 
petrimonio publico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e 
coletivos; 
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Publicos e dos services de 
relevencte piiblice aos direitos assegurados nesta Constituiceo, promovendo as 
medidas necesseries a sua garantia; 
Art. 129. Sao tuncoes institucionais do Mtnisterio Piiblico: 
I - promover, privativamente, a a<;ao penal publics, na forma da lei; 
Vejamos, a seguir, as funcoes institucionais do Ministerio Publico: 
Segundo Dirley da Cunha Jr., a Constituicso consagra o monop61io 
institucional das funcoes do Ministerio Publico-? ao dispor, no art. 129, § 20, 
que "as tunciies do Mtnisterio Publico s6 podem ser exercidas por integrantes 
da carreira". Os membros do Ministerio Publico deverao residir na comarca 
da respectiva lotacao, salvo autorizacao do chefe da instituicao. 
As funcoes institucionais do Ministerio Publico estao relacionadas no art. 129, 
CF/88. Trata-se de rol nao-exaustivo, uma vez que o art. 129, IX, dispfie 
que podem ser atribufdas outras funcoes ao Ministerio Publico, desde que 
sejam compatfveis com sua finalidade institucional. 
Segundo a doutrina, o Ministerio Publico assume o importante papel de custos 
societatis ("guardiao da sociedade") e de custos legis ("guardiao da lei"). 
Para desempenhar essa importante missao, a Constituicao atribui ao Ministerio 
Publico uma serie de funcoes, 
2.6- Func;oes Institucionais do Ministerio Publico: 
Por fim, durante a execucao orcarnenteria do exercicio, nao podera haver a 
realizacao de despesas ou a assuncao de obriqacoes que extrapolem os 
limites estabelecidos na lei de diretrizes orcamentarias, exceto se 
previamente autorizadas, mediante a abertura de creditos suplementares ou 
especrars. 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
11 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
"e princfpio basilar da hermeneutics constitucional o dos poderes 
imp/fcitos, segundo o qua!, quando a Constitulceo Federal concede os fins, 
da OS meios. Se a etividede-tim - protnocso da a<;ao penal publics - ioi 
Nas palavras da Ministra Ellen Gracie: 
Com base nessa teoria, o STF, ao analisar a tematica dos poderes 
investigat6rios do Ministerio Publico, entendeu que a denuncia poderia ser 
fundamentada em pec;as de lnforrnacao obtidas pelo pr6prio "Parquet", 
nao havendo necessidade de previo inquerito policial. 
Muito se questiona se o poder de investigac;ao criminal e ou nao exclusive 
da policia. Segundo a teoria dos poderes implicitos, quando a Constituicao 
outorga cornpetencia explicita a determinado 6rgao estatal, implicitamente 
atribui, a esse mesmo 6rgao, os meios necessaries para a efetiva e completa 
realizacao de suas funcoes, 
O Ministerio Publico tarnbern tern como funcao promover o lnquerito civil e 
a ac;ao civil publica (art. 129, III), cujo objetivo e a protecao do patrimonio 
publico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. 0 
inquerito civil e conduzido pelo Ministerio Publico com vistas a obter elementos 
que subsidiem a ac;ao civil publics. Destaque-se que a ac;ao civil publics nao e 
exclusiva do Ministerio Publico, podendo ser apresentada por diversos 
outros legitimados. 
O Ministerio Publico e responsavel por promover, privativamente, a ac;ao 
penal publica (art. 129, I). Todavia, existe tarnbern a ac;ao penal privada 
subsidiaria da publica, que podera ser ajuizada quando a ac;ao penal publica 
nao tiver sido intentada dentro do prazo legal. 
IX exercer outras funqoes que lhe forem conferidas, desde que compatfveis 
com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representecso judicial e a consultoria 
iuridice de entidades oublices. 
VIII - requisitar di/igencias investigat6rias e a insteureceo de inquerito 
po/icial, indicados os fundamentos jurfdicos de suas menttestecoes 
processuais; 
VII - exercer o contro/e externo de atividade po/icial, na forma da lei 
complementar mencionada no artigo anterior; 
VI - expedir notittcecoes nos procedimentos administrativos de sua 
compeiencie, requisitando intormecoes e documentos para instrui-los, na 
formada lei complementar respectiva; 
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populecoes indfgenas; 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
12 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
11 RE 535.478, Rel. Mi. Ellen Gracie, j. 28.10.2008, DJE de 21.11.2008. 
Determina a Carta Magna (art. 129, § 30) que o ingresso na carreira do 
Ministerio Publico far-se-a mediante concurso publico de provas e titulos, 
assegurada a partlclpaceo da Ordem dos Advogados do Brasil em sua 
realizacao, exigindo-se do bacharel em direito, no mfnimo, tres anos de 
atividade juridica e observando-se, nas norneacoes, a ordem de 
classificacao. 
2.7- Ingresso na carreira: 
Por fim, ha que se destacar que o Ministerio Publico tern cornpetencia para 
defender judicialmente os direitos e interesses das populacoes indigenas 
(art. 129, V). 
O Ministerio Publico, no desempenho da sua funcao de "custos societatis", e 
responsavel pelo controle externo da atividade policial. O art. 129, VII, 
que confere tal cornpetencia ao Ministerio Publico, e norma constitucional de 
eficacia limitada, dependente de reqularnentacao por lei complementar. O 
controle externo da atividade policial consiste na fiscalizacso da Polfcia pelo 
Ministerio Publico. E denominado "externo" porque O Ministerio Publico nao 
integra a estrutura da Polfcia. 
Caso nao queira conduzir a investiqacao criminal, o Ministerio Publico pode 
requisitar diligencias investigat6rias e a lnstauracao de lnquerito 
policial (art. 129, VIII). 0 lnquerito policial e procedimento administrativo 
conduzido por Delegado de Polfcia com vistas a subsidiar uma ac;ao penal. 
Assim, o Ministerio Publico pode requisitar que a Polfcia Civil instaure um 
inquerito policial. 
Essa competencia do Ministerio Publico e plenamente aceita pela doutrina e 
pode ser ilustrada pelos arts. 129, VI, segundo o qual o Ministerio Publico pode 
"expedir notiticecoes nos procedimentos administrativos de sua compeiencie, 
requisitendo iniormecoes e documentos para instrui-los, na forma da lei 
comp/ementar respectiva ". 
outorgada ao Parquet em foro de privatividade, nao haveria como nao /he 
oportunizar a co/heita de prova para tento, ja que o CPP autoriza que 
peces de iniormeciio embasem a denuncie. Assim, reconheco a 
possibilidade de, em algumas hip6teses, ser reconhecida a /egitimidade da 
promoceo de atos de investiga<;ao por parte do Mtnisterto Publico, 
mormente quando se verifique a/gum motivo que se reve/e autorizador de 
ta/ investiqeceo" .11 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www.concurseirM0111idoaaugeiros 
12 MORAES, Alexandre de. constituiceo do Brasil Interpretada e Legis/a9ao 
Constituciona/, ga edicao. Sao Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 1623. 
Sao tres as garantias funcionais dos membros do Ministerio Publico: i} 
vitaliciedade; ii} inamovibilidade e; iii} irredutibilidade de subsfdio. 
Segundo Alexandre de Moraes, esse e um objetivo tao importante que o art. 
85, II, CF/88 considera crime de responsabilidade do Presidente da 
Republics a pratica de atos atentatorios ao livre exercicio do Ministerio 
Publico.12 
Alern das garantias institucionais do Ministerio Publico (autonomia funcional, 
administrativa e orcarnentario-financeira), existem garantias pr6prias dos seus 
membros, as quais denominamos garantias funcionais. As garantias 
funcionais nao podem ser consideradas privileqios, mas sim 
prerrogativas que possuem os membros do Ministerio Publico para lhes 
preservar a liberdade de conviccao, com o objetivo de resguardar a autonomia 
da instituicao. 
2.8- Garantias Funcionais: 
Outro ponto que merece um destaque e o seguinte: os 3 anos de atividade 
jurfdica somente podem ser contados apes a obtencao do titulo de 
bacharel em Direito. 
Com base no o art. 129, § 3°, da Constituicao, o STF considerou constitucional 
resolucao que determina que a inscricao do concurso publico para a carreira do 
Ministerio Publico so pode ser feita por bacharel em Direito com, no minimo, 
tres anos de atividade juridica, cuja cornprovacao se de no ato da posse. 
O Pret6rio Excelso entendeu que essa exiqencia atendeu o objetivo da EC 
45/2004, que pretendeu selecionar profissionais experientes para o exerdcio 
das funcoes do Ministerio Publico (ADI, 3.460/DF, decisao de 31.08.2006). 
CONCURSO PUBLICO DE PROV AS E TITULOS, COM 
PARTICIPA<;AO DA OAB 
INGRESSONA TITULO DE BACHAREL EM DIREITO - CARREIRA DO MP I 
TRES ANOS DE ATIVIDADEJURIDICA 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
T eoria e Ques 
Aula 08 - Profa Nadia I Prof. Ri 
www.concurseirMOl\'lidoaaugeiros 
c) Participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
b) Exercer a advocacia; 
a) Receber, a qualquer tftulo e sob qualquer pretexto, honoraries, 
percentagens ou custas processuais; 
Segundo o art. 128, § so, III, as vedacoes aos membros do Ministerio Publico 
sao as seguintes: 
A Constituicao Federal, elem de estabelecer as garantias do Ministerio Publico, 
tarnbern preve certas vedacoes aos seus membros, com o objetivo de 
preservar a pr6pria instituicao. A doutrina considera que essas vedacoes sao 
verdadeiras garantias de imparcialidade. 
2.9- Veda~oes aos membros do Ministerio Publico: 
VIT ALICIEDADE 
GARANTIAS DOS INAMOVIBILIDADE - MEMBROS DO MP : 
IRREDUTIBILIDADE DOS SUBSIDIOS 
A irredutibilidade de subsidio, por sua vez, visa proteger os ganhos dos 
membros do Ministerio Publico contra inqerencias polfticas. Destaque-se que 
essa irredutibilidade e nominal ( e nao real), ou seja, nao leva em consideracao 
a inflaceo. 
Segundo o art. 130-A, § 20, III, o Conselho Nacional do Ministerio Publico 
(CNMP) tern cornpetencia para determinar a rernocao de membro do Ministerio 
Publico. Nesse caso, trata-se de verdadeira sancao administrativa aplicada 
pelo CNMP, que nao viola a garantia de inamovibilidade. 
A inamovibilidade e garantia que impede que o membro do Ministerio 
Publico seja removido de oficio, salvo por motivo de interesse publico, 
mediante decisao do 6rgao colegiado competente do Ministerio Publico, pelo 
voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa. Assim, 
a rernocao de um membro do Ministerio Publico devera ocorrer, em regra, por 
sua pr6pria iniciativa. 
A vitaliciedade garante que o membro do "Parquet" nao podera perder o 
cargo senao por sentence judicial transitada em julgado. E adquirida ap6s 
2 (dois) anos de exerdcio, uma vez conclufdo o estaqio probat6rio. 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
T eoria e Ques 
Aula 08 - Profa Nadia I Prof. Ri 
www .concurseiresealdoemnseiros 
15 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
13 Essa possibilidade somente existe para os integrantes do MPU. Os integrantes dos MPE' s e 
do MPDFT ja estavam, mesmo antes da CF/88, submetidos a vedacao ao exerdcio da 
advocacia. 
O quadro-resumo a seguir reune as garantias e vedacoes dos membros do 
Ministerio Publico: 
Por ultimo, vale ressaltar o que dispoe o art. 29, § 3°, do ADCT. Segundo esse 
dispositivo, os membros do Ministerio Publico admitidos antes da prornulqacao 
da CF/88 poderiam optar pelo regime anterior, no que diz respeito as garantias 
e vedacoes. Com isso, os integrantes da carreira do MPU13 que nela 
ingressaram antes da Constituicao Federal e que optaram pelo regime anterior 
podem exercer a advocacia. 
Assim, o membro do Ministerio Publico nao podera exercer a advocacia no 
juizo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos tres anos do 
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneracao. Veja: no dia 
seguinte ao afastamento, o membro do Ministerio Publico ja pode exercer a 
advocacia; no entanto, para exercer a advocacia junto ao tribunal perante o 
qual oficiava, precisara aguardar um perfodo de tres anos, ou seja, devera 
observara "quarentena de safda". 
E relevante comentarmos acerca da vedacao ao exercicio da advocacia. 
Quando em exerdcio, os membros do Ministerio Publico estao absolutamente 
impedidos de exercer a advocacia. No entanto, ap6s terem se afastado do 
cargo (por aposentadoria ou exoneracao), a CF/88 permite que eles exercarn a 
advocacia. Porern, deverao observar a chamada "quarentena de saida". 
f) Receber, a qualquer tftulo ou pretexto, auxflios ou contribuicoes de 
pessoas ffsicas, entidades publicas ou privadas, ressalvadas as excecoes 
previstas em lei; 
e) Exercer atividade politico-partidaria; 
d) Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra func;ao publica, 
salvo uma de rnaqisterio; 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www.concurseirM0111idoaaugeiros 
d) 0 mandate do PGR e de 2 (dois) anos, sendo permitida a reconducao. 
c) 0 PGR, antes de ser nomeado pelo Presidente, deve ser aprovado pelo 
Senado Federal (votacao secreta). 
b) 0 PGR deve ter mais de 35 anos e deve ser integrante do MPU. 
a) O PGR e nomeado pelo Presidente da Republics. 
Explicando de maneira esquematizada: 
O Ministerio Publico da Unifio (MPU) tern por chefe o Procurador-Geral da 
Republica (PGR), nomeado pelo Presidente da Republica dentre 
integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, ap6s a aprovacao de 
seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para 
mandate de dois anos, permitida a reconducao (art. 128, § 10, CF). 
2.10.1- Procurador-Geral da Republica: 
2.10- Chefia do Ministerio Publico: 
DE PESSOAS FISICAS, ENTIDADES PUBLICAS OU PRIV ADAS, RESSAL V ADAS AS 
EXCE OES PREVIST AS EM LEI 
EXERCER A TIVIDADE POLITICO-P ARTIDAfUA 
EXERCER, AINDA QUE EM DISPONIBILIDADE, QUALQUER FUN<;AO PUBLICA, 
SAL VO UMA DE MAGISTERIO 
PARTICIPAR DE SOCIEDADE COMERCIAL, NA FORMA DA LEI 
EXERCER A ADVOCACIA 
RECEBER, A QUALQUER TITULO E SOB QUALQUER PRETEXTO, HONOR.ARI OS, 
PERCENT AG ENS OU CUST AS PROCESSUAIS 
T eoria e Ques 
Aula 08 - Profa Nadia I Prof. Ri 
www.concurseirM0111idoaaugeiros 
§ 3° - Os Ministerios Publtcos dos Estados e o do Distrito Federal e 
Territ6rios iormeriio lista trip/ice dentre integrantes da carreira, na 
forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que 
sere nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de 
dois anos, permitida uma reconducso. 
Art. 128 . 
Os Procuradores-Gerais de Justice sao os Chefes dos Ministerios Publicos 
dos Estados (MPE' s). O Chefe do Ministerio Publico do Distrito Federal e 
Territ6rios (MPDFT) tarnbern e denominado Procurador-Geral de Justice. 
Vejamos o que determina a CF/88 sobre o tema: 
2.10.2- Procuradores-Gerais de Justice: 
PERMITIDAS SUCESSIV AS 
RECONDU\'.OES 
MANDATODE2 
ANOS 
DENTRE INTEGRANTES DA I CARREIRA -~~ 
------/ NOMEADO PELO PR \---ID-A_D_E_>_35_AN __ o_s ~_ 
APOS APROV A\'.AO PELA 
PGR CHEFE DO MPU MAIORIA ABSOLUTA DO 
SEN ADO 
O Procurador-Geral da Republica (PGR) podera ser destituido por iniciativa do 
Presidente da Republica, desde que haja autorizacao do Senado Federal, 
por maioria absoluta. 
Destaca-se, ainda, que o Presidente da Republics podera escolher qualquer 
membro do Ministerio Publico da unlao (ou seja, do Ministerio Publico 
Federal, do Trabalho, Militar ou do Distrito Federal e Territ6rios) para o cargo 
de PGR. Nesse sentido, entende o STF que o Procurador-Geral pode provir de 
quaisquer das carreiras do Ministerio Publico da Uniao (MS 21.239, DJ de 
23.04.1993). 
T eoria e Ques 
Aula 08 - Profa Nadia I Prof. Ri 
E importante observar que a Constituicao nao limita o nurnero de 
reconducoes. Contudo, o art. 25 da Lei Complementar n° 75/93 determina 
que a reconducao devera ser precedida de nova aprovacao do Senado 
Federal. A reconducao se assemelha, assim, a uma nova nomeacao. 
www .concurseiresealdoemnseiros 
18 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
14 STF, ADI 452, DJ de 31.10.2002 
15 ADI 1.228-MC/AP, DJU de 02.06.1995; ADU 1.506-SE, DJU de 12.11.1999; ADI 1.962-RO, 08.11.2001. 
16 ADI 1.783-BA, rel. Min. Sepulveda Pertence, 11.10.2001. 
Nesse caso, o Procurador-Geral devera cumprir um novo periodo de dois 
anos. Nesse sentido, decidiu o STF que e inconstitucional, por ofensa ao art. 
128, § 3°, da Carta Magna, lei que preveja, no caso de vacancia do cargo de 
Procurador-Geral de Justice, a elei<;ao e norneacao de novo Procurador-Geral 
para que complete o periodo restante do mandate do seu antecessor.16 
Questao relevante que surge diz respeito a vacancia do cargo de Procurador- 
Geral no curse do mandate. Devera, nesse caso, o novo Procurador-Geral 
assumir pelo tempo que falta para completar os dois anos (rnandato-tarnpeo) 
ou cumprir um novo mandate de dois anos completes? 
Ja no processo de destitulcao dos Procuradores-Gerais de Justice, havera 
partlcipacao do Poder Legislativo. Segundo o art. 128, § 40, CF/88, os 
Procuradores-Gerais nos estados poderao ser destitufdos por deliberacao da 
maioria absoluta da Assembleia Legislativa. Por sua vez, a destituicao do 
Procurador-Geral de Justice do Distrito Federal e Territories depende de 
deliberaceo da maioria absoluta do Senado Federal. 
No processo de norneacao dos Procuradores-Gerais de Justice, nao ha 
qualquer participacao do Poder Legislativo. Sera elaborada lista triplice 
pela pr6pria instituicao (MPE ou MPDFT), a qual sera enviada ao Chefe do 
Peder Executive, que escolhera um nome para ser nomeado como Procurador- 
Geral de Justice. Segundo o STF, e inconstitucional lei que exija previa 
aprovacao do nome do Procurador-Geral de Justice pela maioria absoluta do 
Legislative local, por force do art. 128, § 3°, da CF/88, que estabelece como 
unica exiqencia a lista trfplice, na forma da lei.15 
Os Procuradores-Gerais de Justice sao nomeados para mandato de 2 (dois) 
anos, sendo permitida apenas uma reconducao. E diferente do que ocorre 
para o Procurador-Geral da Republica, que pode ser reconduzido multiples 
vezes. Nao incidira, nesse caso, o prindpio da simetria.14 
Assim como o Procurador-Geral da Republica, os Procuradores-Gerais de 
Justice tarnbern sao nomeados pelo Chefe do Poder Executivo. 0 
Governador nomeia os Chefes dos MPE' s e o Presidente da Republlca 
nomeia o Chefe do MPDFT. A norneacao do Chefe do MPDFT pelo Presidente 
da Republica se deve ao fato de que a Uniao e competente para organizar e 
manter o MPDFT (art. 21, XIII, CF/88). 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
19 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
O Ministerio Publico junto ao Tribunal de Contas da Uniao (TCU) nao integra o 
MPU; ao contrario, integra a proprla estrutura organica do TCU. Isso 
porque o rol de 6rgaos que cornpoem o MPU, previsto no art. 128, I, da CF/88 
e taxativo. Assim, um membro do Ministerio Publico da Uniao (MPU) nao pode 
ser designado para exercer suas funcoes junto ao TCU. 0 mesmo vale para os 
Quando se fala em Cortes de Contas, estamos nos referindo ao Tribunal de 
Contas da Uniao (TCU) e aos Tribunais de Contas dos Estados (TCEs). Perante 
esses 6rgaos, atua um Ministerio Publico "especial": o Ministerio Publico junto 
ao TCU e os Ministerios Publicos junto aos TCEs. 
2.11- Ministerio Publico junto as Cortes de Contas: 
Por fim, o chefe do Ministerio Publico Eleitoral e o pr6prio PGR. 
Caso nao haja nurnero de candidatos (tres) com mais de 5 anos de carreira, 
poderao concorrer ao cargo os Procuradores com mais de 2 anos na carreira. A 
sua exoneracao, antes do terrnino do mandato, sera proposta ao PGR pelo 
Conselho Superior, mediante deliberacao obtida com base em voto secreto de 
2/3 de seus integrantes. 
Ja os arts. 120 e 121 da LC n° 75/93 estabelecem regra semelhante para a 
norneaceo do Procurador-Geral da Justic;aMilitar, Chefe do Ministerio 
Publico da Justice Militar. Ele sere igualmente nomeado pelo PGR, dentre 
membros da Instituicao, com mais de 35 anos de idade e 5 anos na carreira, 
integrantes de lista trfplice escolhida mediante voto plurinominal, facultativo 
e secreto, pelo Coleqio de Procuradores, para um mandato de 2 anos, 
permitida uma reconduceo, observado o mesmo processo. 
Caso nao haja nurnero de candidatos (tres) com mais de 5 anos de carreira, 
poderao concorrer ao cargo os Procuradores com mais de 2 anos na carreira. A 
exoneraceo do PGT, antes do terrnino do mandato, sera proposta ao PGR pelo 
Conselho Superior, mediante deliberacao obtida com base em voto secreto de 
2/3 de seus integrantes. 
Segundo a LC no 75/93, o Estatuto do MPU, o Procurador-Geral do 
Trabalho (PGT) sera o Chefe do Ministerio Publico do Trabalho, nomeado 
pelo PGR, dentre membros da Instituicao, com mais de 35 anos de idade e 5 
anos na carreira, integrantes de lista trlplice escolhida mediante voto 
plurinominal, facultativo e secreto, pelo Coleqio de Procuradores, para um 
mandato de 2 anos, permitida uma reconducao, observado o mesmo processo. 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
2.10.3- Procurador-Geral do Trabalho e Procurador-Geral da Justic;a 
Militar: 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
www .concurseiresealdoemnseiros 
20 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
17 ADI, 789, Rel. Min. Celso de Mello. Julgamento em 26.05.2004. 
comentarlos: 
{Procurador de Salvador - 2015) A chefia do MPU cabe 
ao procurador-geral da Republlca, que sere escolhido pelo 
presidente da Republics entre os integrantes da carreira, 
HoRAoE maiores de trinta e cinco anos, a partir de lista trfplice 
raticar! fornecida pelo Conselho Nacional do Ministerio Publico. 
"O Ministerio Publico junto ao Tribunal de Contas da Uniao nao dispoe de 
fisionomia institucional pr6pria e, nao obstante as expressivas garantias 
de ordem subjetiva concedidas aos seus Procuradores pela pr6pria 
Constituicso (art. 130), encontra-se consolidado na 'intimidade 
estrutura/' dessa Corte de Contas, que se eche investida - 'ate 
mesmo em funqao do poder de autogoverno que /he confere a Carta 
Polftica (art. 73, caput, in fine)' - da prerrogativa de fazer instaurar o 
processo /egislativo concernente a sua organizafao, a sua 
estrutureciio interna, a definifaO do seu quadro de pessoa/ e a 
crieciio dos cargos respectivos. 56 cabe lei complementar, no sistema 
de direito positivo brasileiro, quando formalmente reclamada a sua 
ediqao por norma constitucional exp/fcita. A especificidade do Ministerio 
Publico que atua perante o TCU, e cuja existencie se projeta num 
dominio institucional abso/utamente diverso daquele em que se 
insere o Ministerio Pub/ico da Uniiio, faz com que a regulaqao de sua 
organizaqao, a discrimineciio de suas etribuicoes e a defini<;ao de seu 
estatuto sejam passfveis de veiculaqao mediante simples lei ordinerie, eis 
que a edifao de lei complementar e rec/amada, no que concerne ao 
Parquet, tao somente para a disciplinafao normativa do Ministerio 
Publico comum (CF, art. 128, §so)." 
Para firmar nosso entendimento, transcrevemos trecho de julgado do STF17: 
A lei que regulamenta a estrutura orqanica dos Ministerio Publico que atua 
junto ao TCU e de iniciativa do pr6prio TCU, conforme se deduz do art. 73, 
"caput", da CF/88. Por simetria, e de iniciativa do TCE a lei de orqanizacao 
do Ministerio Publico que atua junto a Corte de Contas estadual. 
Os Ministerios Publicos que atuam perante as Cortes de Contas nao possuem 
as atrlbulcoes do art. 129 da CF/88. Sua atuacao se da exclusivamente na 
area de cornpetencia dos Tribunais de Contas. Trata-se, conforme ja 
afirmamos, de um Ministerio Publico "especial". 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
estados: um membro do Ministerio Publico do Estado (MPE) nao pode ser 
designado para atuar perante o Tribunal de Contas daquele ente federativo. 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
www .concurseiresealdoemnseiros 
21 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
Os Procuradores-Gerais nos estados poderao ser destitufdos 
por delibereceo da maioria absoluta da Assembleia 
Legislativa. Por sua vez, a destituicao do Procurador-Geral 
de Justice do Distrito Federal e Territories depende de 
deliberacao da maioria abso/uta do Senado Federal. 
cornentartosi 
{TCE-CE - 2015) Os Procuradores-Gerais nos Estados e no 
Distrito Federal e Territories nao poderao ser destitufdos por 
deliberacao do Poder Legislativo respectivo. 
Pelo principio da indivisibilidade, os membros do 
Ministerio Pub/ico nao estao vinculados aos processos 
nos quais atuam, podendo, assim, ser substitufdos uns 
pelos outros, de acordo com as normas legais. Questao 
correta. 
cornentartosi 
2015) Dado o prindpio da 
uma instituicao una, podendo seus 
vinculam aos processos nos quais 
uns pelos outros de acordo com as 
{TRF 1 a Regiao 
indivisibilidade, o MP e 
membros, que nao se 
atuam, ser substitufdos 
normas legais. 
E isso mesmo! A norneacao dos Procuradores-Gerais de 
Justice e feita pelo Governador, a partir de lista trip/ice 
elaborada pelo Ministerio Publico Estadual. 0 mandato do 
Procurador-Geral de Justice e de 2 anos, sendo permitida 
uma unica reconducao. Questao correta. 
comentartos: 
{TCE-CE - 2015) Os Ministerios Publicos dos Estados e o do 
Distrito Federal e Territories forrnarao lista triplice dentre 
integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para 
escolha de seu Procurador-Geral, que sera nomeado pelo 
Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, 
permitida uma unica reconducao. 
O Procurador-Geral da Republics e mesmo o Chefe do 
Ministerio Publico da Uniao. Ele e nomeado pelo Presidente 
da Republics dentre integrantes da carreira, nao havendo 
que se fa/ar em lista trip/ice fornecida pelo CNMP. 
Questao errada. 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
www .concurseiresealdoemnseiros 
22 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
O Conselho Nacional do Ministerio Publico (CNMP) foi criado pela EC no 
45/2004. Trata-se de 6rgao de controle externo do Ministerio Publico, com 
3- Conselho Nacional do Ministerio Publico {CNMP): 
O Ministerio Publico tern cornpetencia para promover o 
lnquerito civil e a a9ao civil publica, para a protecao do 
patrirnonio publico e social, do meio ambiente e de outros 
interesses difusos e coletivos. Ouestao correta. 
cornentartosi 
{MPE-SC - 2014) E funceo institucional do Ministerio 
Publico promover o inquerito civil e a ac;ao civil publica, para 
a protecao do patrirnonio publico e social, do meio ambiente 
e de outros interesses difusos e coletivos 
O Ministerio Publico exerce o controle externo da atividade 
policial, na forma de lei complementar. Questao errada. 
comentarlosr 
{SE FAZ-BA - 2014) E func;ao institucional do Ministerio 
Publico exercer o controle interno da atividade policial, na 
forma da sua lei orqanica. 
O Procurador-Geral da Republica (PGR) podera ser 
destituido por iniciativa do Presidente da Republica, 
desde que haja autoriza9ao do Senado Federal, por 
maioria absoluta. Questao errada. 
cornentartosi 
{TRT 3a Regiao - 2015) A destituicao do Procurador-Geral 
da Republics. por iniciativa do Senado Federal, devera ser 
precedida de autorizecao da maioria absoluta da Camara dos 
Deputados. 
Questao errada. 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
www .concurseiresealdoemnseiros 
23 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
18 Ha auteres que censideram que o CNMP e "6rgae de centrele interne 
demecratizade", uma vez que a maier parte de seus membres integra o Minlsterio 
Publico. Preferimes, aqui, aponta-lo come 6rgae de centrele externe per ser essa a 
posicaoeficial da lnstitulcao. 
Perceba que, na cornposicao do CNMP, ha representantes do MPU, dos MPE' s, 
do Poder Judicierio, da Advocacia e da sociedade. Todos eles serao nomeados 
pelo Presidente da Republica, ap6s aprovacao do Senado Federal. 
f) Dois cidadaos de notavel saber jurfdico e reputacao ilibada, indicados 
um pela Camara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. 
e) 2 (dois) advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados do Brasil; 
d) 2 (dois) jufzes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro 
pelo Superior Tribunal de Justice: 
c) 3 (tres) membros do Ministerio Publico dos Estados; 
b) 4 ( quatro) membros do Ministerio Publico da Uniao, assegurada a 
representaceo de cada uma de suas carreiras; 
a) 0 Procurador-Geral da Republica, que o preside; 
Os membros do CNMP sao os seguintes (art. 130-A): 
E quais sao os membros do CNMP? 
O texto constitucional nao estabelece idades minima e 
maxima para a norneacao dos membros do Conselho 
Nacional do Ministerio Publico (CNMP). 
O CNMP e composto de 14 (quatorze) membros, os quais sao nomeados 
pelo Presidente da Republica, depois de aprovada a escolha pela maioria 
absoluta do Senado Federal. 0 mandato dos membros do CNMP e de 2 (dois) 
anos, sendo admitida uma reconducao. 
No exercfcio de sua rnissao institucional, o CNMP tern competencia para efetuar 
o controle da atuacao administrativa e financeira do Ministerio Publico e 
do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. 
atuacao em todo o territ6rio nacional.18 Ao contrario do CNJ ( que integra o 
Poder Judiciario), o CNMP nao integra o Ministerio Publico. 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
24 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
a) Zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministerio Publico, 
podendo expedir atos regulamentares, no ambito de sua cornpetencia, 
ou recomendar providencies. 
O Conselho Nacional do Ministerio Publico (CNMP), conforme ja comentamos, e 
responsavel por efetuar o controle da atuacao administrativa e financeira do 
Ministerio Publico e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. 
Suas cornpetencias estao enumeradas no art. 130-A, § 20, CF/88: 
d) 0 Presidente do Conselho Federal da OAB oficiara junto ao CNMP. 
Logo, ele nao podera ser membro do Conselho. 
Para complementar a etuacao do Corregedor nacional, a CF/88 preve que leis 
da Uniao e dos Estados criarao ouvidorias do Ministerio Publico. O objetivo 
e receber reclamacoes e denuncias de qualquer interessado contra 
membros ou 6rgaos do Ministerio Publico, inclusive contra seus services 
auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministerio 
Publico. 
- requisitar e designar membros do Ministerio Publico, delegando- 
lhes atribuicoes, e requisitar servidores de 6rgaos do Ministerio 
Publico. 
- exercer funcoes executivas do Conselho, de inspecao e correicao 
geral; 
- receber reclamacoes e denuncias, de qualquer interessado, 
relativas aos membros do Ministerio Publico e dos seus services 
auxiliares; 
c) 0 CNMP devera escolher, em votacao secreta, um Corregedor 
nacional. 0 Corregedor nacional devera ser escolhido entre os 
membros do Ministerio Publico que integram o Conselho, vedada 
sua reconducao. As competencies do Corregedor nacional sao as 
seguintes: 
b) Os membros do CNMP oriundos do Ministerio Publico (4 do MPU e 3 
dos MPE' s) sao indicados pelo respectivo Ministerio Publico, na forma da 
lei. 
a) 0 Procurador-Geral da Republics e o Presidente do CNMP. 
Algumas observacces sao importantes acerca da cornposicao dos membros do 
CNMP: 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
25 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
19 MS 27542/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 04.10.2016 
Elas dizem que o CNMP pode rever processes 
disciplinares julgados ha "mais de um ano". Isso esta 
ERRADO! Ora, se passar muito tempo do julgamento 
(mais de um ano!), o CNMP nao podera, em nome da 
seguranc;a jurfdica, rever um processo disciplinar. 0 
CN MP somente odera rever rocessos 
As bancas examinadoras adoram fazer uma 
pegadinha sobre essa cornpetencia do CNMP! 
d) Rever, de offcio ou mediante provocacao, os processes disciplinares 
de membros do Ministerio Publico da Unieo ou dos Estados julgados ha 
menos de um ano. 
O MPU e os MPE' s possuem cornpetencia disciplinar e 
correcional. Mas o CNMP tern cornpetencia para avocar 
("chamar para si") processos disciplinares e aplicar 
sancoes administrativas aos membros do Ministerio 
Publico. 
.FIQUE ~atento! 
c) Receber e conhecer das reclarnacces contra membros ou 6rgaos do 
Ministerio Publico da Uniao ou dos Estados, inclusive contra seus services 
auxiliares, sem prejufzo da cornpetencia disciplinar e correicional da 
instituicao, podendo avocar processes disciplinares em curso, determinar 
a rernocao, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsidios ou 
proventos proporcionais ao tempo de service e aplicar outras sancoes 
administrativas, assegurada ampla defesa. 
Segundo o STF, o CNMP tambern tern competencia para 
apreciar ato de vitaliciamento de membro do Ministerio 
Publico ue e uma es ecie de ato administrativo19. 
Exemplos de atos administrativos praticados por membro ou 
6rgao do Ministerio Publico e que estao sujeitos ao 
controle do CNMP sao a assinatura de um contrato 
administrative, a realizacao de uma licitacao ou mesmo a 
concessao de ferias a servidores. 
ffl @: FIQUE ~ ..... --atento ! 
b) Zelar pela observancia do art. 37 e apreciar, de offcio ou mediante 
provocaceo, a legalidade dos atos administrativos praticados por 
membros ou 6rgaos do Ministerio Publico da Uniao e dos Estados, 
podendo desconstituf-los, reve-Ios ou fixar prazo para que se adotem as 
providencias necessaries ao exato cumprimento da lei, sem prejufzo da 
cornpetencia dos Tribunais de Contas. 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
www .concurseiresealdoemnseiros 
26 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
E com etencia do CNMP rever os rocessos disci linares de 
comentariosr 
{MPE-MG - 2014) Ao Conselho Nacional do Ministerio 
Publico compete rever, de oficio ou mediante provocacao, os 
processos disciplinares de membros do Ministerio Publico da 
Uniao ou dos Estados julgados ha menos de um ano. 
E isso mesmo. 0 Procurador-Geral da Republics e o 
Presidente do CNMP. 0 Presidente do Conselho Federal da 
OAB oficiara junto ao CNMP. Questao correta. 
comentarlos: 
O CNMP e composto de 14 membros nomeados pelo 
Presidente da Republics ap6s aprovada a escolha pela 
maioria absoluta do Senado Federal. 0 mandato e de 2 
(dais) anos, admitida uma reconducao. Questao errada. 
{MPE-SC - 2014) 0 Conselho Nacional do Ministerio Publico 
cornpoe-se de quinze membros nomeados pelo Presidente da 
Republice, depois de aprovada a escolha pela maioria 
absoluta do Senado Federal, para um mandato de tres anos, 
admitida uma reconducao. 
{MPE-MG - 2014} 0 Conselho Nacional do Ministerio 
Publico e presidido pelo Procurador-Geral da Republics. e o 
Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados 
HO~aticar! oficiara junto ao Conselho. 
comentartosi 
Por fim, destaca-se que os membros do Conselho Nacional do Ministerio 
Publico deverao ser processados e julgados, nos crimes de 
responsabilidade, pelo Senado Federal. Alern disso, compete ao STF julgar 
as acoes contra o CNMP (art. 102, I, "r"). 
e) Elaborar relat6rio anual, propondo as providencias que julgar 
necessaries sobre a situacao do Ministerio Publico no Pais e as atividades 
do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI. 
disciplinares julgados ha menosde um ano. 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
www .concurseiresealdoemnseiros 
27 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
20 RE 121.856-ED. Rel. Min. Paulo Brossard. 
21 Pet-AgR 409, Rel. Min. Celso de Mello, DJ: 29.06.1990. 
A existencia da Advocacia Publica nao impede, todavia, que o Estado 
constitua rnandatario ad judicia para causas espedficas. 21 A representacao 
estatal em jufzo nao e, dessa maneira, uma atribuicao exclusiva da Advocacia 
Publica. 
A representacao judicial pelos advogados publicos decorre de lei e, portanto, 
fica dispensada a juntada de instrumento de mandato em autos de 
processo judicial. 20 
a) representar a unlao, judicial e extrajudicialmente. 
Segundo o art. 131, CF/88, a Advocacia-Geral da Uniao (AGU) e uma 
instituicao com duas tarefas centrais: 
2) Uma dica para ninquern confundir as coisas: os 
Promotores e os Procuradores da Republica sao membros 
do Ministerio Publico; os Procuradores Estaduais, os 
Procuradores Federais, Advogados da Uniao e Procuradores 
da Fazenda Nacional exercem a func;ao de "advogados 
ublicos", 
1) Dentre todas as funcoes essencrars a justice, a unica 
que se manifesta na esfera municipal e a Advocacia 
Publica. Com efeito, o Ministerio Publico e a Defensoria 
Publica so existem nas esferas federal e estadual. 
Gostaria de chamar-lhes a atencao para dois pontos 
relevantes: 
A Advocacia Publics e responsavel pela defesa juridica dos entes 
federativos, integrando o Poder Executive. No arnbito federal, essa tarefa 
compete a Advocacia-Geral da Uniao; nos estados, as Procuradorias estaduais. 
Embora nao haja previsao constitucional, os Munidpios tarnbern criam 6rgaos 
destinados a exercer o papel da advocacia publics: sao as Procuradorias 
rnumcrpars. 
4- Advocacia Publica: 
membros do Ministerio Publico julgados ha menos de um 
ano. Questao correta. 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
28 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
22 STF, ADI no 1.557/DF. Rel. Min. Octavio Galotti. RTJ 163/95. 
23 STF, ADI no 4070/RO. Rel. Min. Carmen Lucia. 19.12.2016. 
{Advogado da untao - 2015) Compete a AGU a 
representacao judicial e extrajudicial da Uniao, sendo que o 
HoRAoE poder de representacao do ente federativo central pelo 
raticar! advogado da Uniao decorre da lei e, portanto, dispensa o 
mandato. 
Os Estados-membros e o Distrito Federal sao representados, judicial e 
extrajudicialmente pelos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, 
organizados em carreira, na qual o ingresso dependera de concurso publico de 
provas e titulos, com a particlpacao da Ordem dos Advogados do Brasil 
em todas as suas fases (art. 132, "caput", CF). A eles e assegurada 
estabilidade ap6s tres anos de efetivo exerdcio, mediante avaliacao de 
desempenho perante os 6rgaos pr6prios, ap6s relat6rio circunstanciado das 
corregedorias (art. 132, paraqrafo unico, CF). 
A Advocacia-Geral da Uniao tern por chefe o Advogado-Geral da unlao, de 
livre norneacao pelo Presidente da Republics dentre cldadaos maiores de 
trinta e cinco anos, de notavel saber jurfdico e reputacao ilibada (art. 131, § 
1°, CF). Nao ha necessidade de aprovacao do Senado Federal para a 
norneacao do Advogado-Geral da Uniao. 0 Presidente da Republics tern plena 
liberdade para nomear o Advogado-Geral da Uniao, que nem mesmo precisa 
ser da carreira da advocacia publica. 
A Advocacia-Geral da Uniao (AGU) integra o Poder Executive e o ingresso 
em sua carreira se da por meio de concurso publico de provas e titulos. A 
orqanizacao e funcionamento da AGU e regulada por meio de lei 
complementar (art. 131, caput). 
Veja s6: a AGU somente presta consultoria e assessoramento jurfdico ao Poder 
Executivo (e nao aos demais Poderes!). Com efeito, a jurisprudencia do STF 
reconhece a constitucionalidade da rnanutencao de assessoria juridica 
pr6pria por Poder autonomo.22 0 STF reconhece ate mesmo a possibilidade 
de que sejam criadas Procuradorias na estrutura dos Tribunais de Contas, que 
serfio responsaveis pela representacao judicial e consultoria e assessoramento 
jurfdico das Cortes de Contas.P 
b) realizar as atividades de consultoria e assessoramento juridico 
do Poder Executive, nos termos de lei complementar. 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
Cabe destacar que, na execucao da divida ativa de natureza tributarla, a 
representacso da Uniao cabe a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional 
(PGFN), observado o disposto em lei. 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
www .concurseiresealdoemnseiros 
29 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
A AGU e responsavel pelo assessoramento jurfdico ao Poder 
Executivo (e nao a todos os Poderes da Republical ). Questao 
errada. 
cornentartosi 
{TRF 1a Regiao - 2015) A AGU representa os interesses da 
Uniao no ambito judicial e na consultoria e assessoramento 
jurfdico aos poderes da Republics. 
O Advogado-Geral da Uniao e o chefe da AGU. E nomeado 
pelo Presidente da Republica dentre cidadaos maiores de 35 
anos, de notavel saber jurfdico e reputacao ilibada. Questao 
correta. 
comentarlosr 
{TRT 3a Regiao - 2015) A Advocacia-Geral da Uniao tern 
por chefe o Advogado-Geral da Uniao, de livre norneacao 
pelo Presidente da Republics dentre cidadaos maiores de 
trinta e cinco anos, de notavel saber jurfdico e reputacao 
ilibada. 
E isso mesmo. A Advocacia Publics nao e dotada de 
autonomia administrativa, estando vincu/ada ao Poder 
Executivo. Questao correta. 
comentariosr 
{MEC - 2015) A autonomia administrativa e garantida 
constitucionalmente ao Ministerio Publico e a defensoria 
publica, mas nao a advocacia publica. 
A AGU tern cornpetencia para representar a Uniao, judicial e 
extrajudicialmente. 0 poder de representacao exercido pelo 
advogado da Uniao decorre de lei e, portanto, e dispensado 
o mandato. Questao correta. 
comentartos: 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
www .concurseiresealdoemnseiros 
30 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
garantia da 
a garantia de 
Publicos tern a 
mas nao possuem 
Os Defensores 
inamovibilidade, 
vitaliciedade. 
O ingresso nas carreiras da Defensoria Publics se dara mediante concurso 
publico de provas e titulos. Os seus integrantes serao remunerados por 
meio de subsidio e fareo jus a garantia da inamovibilidade. Destaque-se 
que os Defensores Publicos nao poderao exercer a advocacia fora das 
atribuicces institucionais. 
Segundo o art. 134, § 10, CF/88, lei complementar orqanizara a Defensoria 
Publics da Uniao e do Distrito Federal e dos Territ6rios e prescrevera normas 
gerais para sua orqanizecao nos Estados. 
No exerdcio das suas funcoes, e possfvel que a Defensoria Publics atue, 
inclusive contra o Estado, em defesa de hipossuficiente. Nesse caso, se o 
Estado perder a ac;ao na qual haja assistencia juridica da Defensoria 
Publica, ele nao sera condenado a pagar honorarios advocaticios ( onus 
da sucurnbencia). Sera aplicada a Surnula no 421/STJ, que dispoe que "os 
honorerios advocaticios nao sao devidos a Defensoria Publica quando 
ela atua contra pessoa juridica de direito ptsblico a qua/ perten~a ". 
A Defensoria Publica e instituicao permanente, essencial a funcao jurisdicional 
do Estado, incumbindo-lhe, como expressao e instrumento do regime 
dernocratico, fundamentalmente, a orlentacao juridica, a promocao dos 
direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial ou 
extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, 
aos necessitados, na forma do art. so, LXXIV, CF/88. 
A cornpetencia para legislar sobre assistencia juridica e defensoria 
publica e concorrente da Uniao, dos Estados e do Distrito Federal(art. 24, 
XIII, CF). Isso significa que cabe a Uniao definir as normas gerais e, aos 
Estados e Distrito Federal, definir as normas espedficas sobre essas rnaterias. 
A Defensoria Publics e instituicao criada com vistas a dar efetividade ao art. S0, 
LXXIV, da Constituicao, que dispoe que o Estado prestara assistencia 
juridica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiencia de recursos. 
5- Defensoria Publica: 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
31 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
24 ADI 4056. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 07.03.2012. 
Em razeo da autonomia funcional e administrativa da Defensoria Publica, o STF 
considera inconstitucional norma estadual que estabelec;a a vlnculacao da 
Defensoria Publica Estadual a alguma Secretaria de Estado.24 Na 
Vale a pena comentar tarnbern que, com a EC no 69/2012, a Defensoria 
Publica do Distrito Federal passou a ser organizada e mantida pelo pr6prio 
Distrito Federal. Antes, essa instituicao era organizada e mantida pela Uniao. 
As Defensorias Publicas da Uniao, dos Estados e do Distrito Federal ja haviam 
sido fortalecidas pelas EC no 45/2004, EC no 69/2012 e EC no 74/2013. Tais 
emendas constitucionais asseguraram as Defensorias Publicas a autonomia 
funcional e administrativa e, elem disso, a iniciativa de sua proposta 
orcamentarla, dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes 
orcarnentarias. 
e) A Defensoria Publica passou a ter iniciativa privativa para 
apresentar projetos de lei sobre: i) a alteracao do nurnero dos seus 
membros; ii) a criacao e extincao de cargos e a rernuneracao dos seus 
services auxiliares, bem como a fixac;ao do subsidio de seus membros; 
iii) a criacao ou extincao dos seus 6rgaos; e iv) a alteracao de sua 
orqanizacao e divisao. Com essa medida, reforc;ou-se a ideia de 
autonomia da Defensoria Publica, que nao esta, portanto, 
subordinada a nenhum dos Poderes. 
d) As regras de organizac;ao da Magistratura (prornocao, ingresso no 
cargo, distribuicao imediata de processes, dentre outras), previstas no 
art. 93, CF/88, serao aplicadas, no que couber, a Defensoria 
Publica. 
c) Estabeleceu que sao prindpios institucionais da Defensoria Publica a 
unidade, a indivisibilidade e a independencla funcional. Ressalte-se 
que esses prindpios ja estavam previstos na Lei Orqanica da Defensoria 
Publics: com a EC no 80/2014, eles apenas foram constitucionalizados. 
b) Deixou explfcito que a Defensoria Publics ira defender os necessitados 
seja na esfera judicial ou extrajudicial. 
a) A Defensoria Publica passou a ser considerada, assrm como o 
Ministerio Publico, uma lnstituicao permanente. 
A Defensoria Publica foi fruto, nos ultirnos anos, de uma serie de emendas 
constitucionais que reforcararn sobremaneira o seu papel. A ultima delas foi a 
EC no 80/2014, que trouxe uma profunda reforrnulacao nessa instituicao: 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
32 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
O Ministerio Publico e 
cornentartos: 
{MPT - 2015) A Defensoria Publics tern atribuicao para a 
instauracao de inquerito civil na defesa dos necessitados. 
Os Defensores Publicos nao podem exercer a advocacia fora 
das suas atribuicdes institucionais. Questao errada. 
cornentartos: 
{DPE-PE - 2015) Aos defensores publicos empossados 
ap6s a prornulqacao da CF e permitido o exerdcio da 
advocacia privada, desde que nao conflitante com o exerdcio 
de suas etribuicoes institucionais. 
{DPE-PE - 2015) A autonomia funcional e administrativa 
conferida a DP nao impede sua vinculacao a secretaria de 
justice do estado ao qual pertenca, caso exista tal previsao 
na respectiva lei complementar estadual. 
cornentartosi 
O Ministerio Publico e a Defensoria Publica tern como 
prindpios institucionais a unidade, a indivisibilidade e a 
independenci» funcional. As duas instituicoes tarnbern 
tern cornpetencia para elaborar a respectiva proposta 
orcarnentaria. Questao correta. 
independencia funcional, 
a respectiva proposta 
estabelecidos pela Lei de 
unidade, a indivisibilidade e a 
cabendo a ambos elaborar 
orcamentaria, dentro dos limites 
Diretrizes Orcarnentarias. 
{Auditor TCE-AM - 2015) Sao principios institucionais 
tanto do Ministerio Publico como da Defensoria Publica a 
comentarlos: 
HORA OE raticar! , . . . . Segundo o STF, e inconstitucional lei estadual que 
estabeleca vinculacao entre a Defensoria Publica e Secretaria 
de Estado. Questao errada. 
condicao de instituicao dotada de autonomia, a Defensoria Publics nao pode 
estar vinculada ao Peder Executive. 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
www .concurseiresealdoemnseiros 
33 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
A ac;ao civil publica e um instrumento de defesa coletiva dos direitos 
fundamentais, previsto pela Constituicao Federal de 1988 e regulamentado 
7- Ac;ao Civil Publica: 
uestao correta. E exatamente o 
{TRT 3a Regiao - 2015) 0 advogado e indispensavel a 
adrninistracao da justice, sendo inviolavel por seus atos e 
manifestacoes no exerdcio da profissao, nos limites da lei. 
HORA OE raticar! cornentartosi 
O advogado goza de imunidade material, ou seja, imunidade relativa as suas 
manlfestacoes e atos no exerdcio da profissao. Porern, essa imunidade nae e absoluta. E possfvel que o advogado responda pela pratica dos crimes de 
calunia e desacato ou, ainda, pelos excesses que cometer. 
A Constituicao consagra o prindpio da indispensabilidade do advogado, o qual, 
todavia, nao e absoluto. Nao e necessaria, por exemplo, a representaceo por 
advogado em habeas corpus e em certos casos submetidos aos Juizados 
Especiais. 
Segundo o art. 133, CF/88, o advogado e lndispensavel a admlnistracao da 
justic;a, sendo inviolavel por seus atos e rnanifestacoes no exerdcio da 
profissao, nos limites da lei. Cuida-se aqui da advocacia privada. 
6- Advocacia Privada: 
Os magistrados, membros do Ministerio Publico e membros 
da Defensoria Publica possuem a garantia da 
inamovibilidade. Entretanto, os advogados pub/icos nao 
possuem essa aarantia. Ouestao errada. 
cornentartosi 
inquerito civil. Questao errada. 
{SEFAZ-BA - 2014) A garantia da inamovibilidade e 
conferida pela Constituicao aos magistrados, aos membros 
do Ministerio Publico, aos membros da Defensoria Publica e 
aos procuradores do Estado. 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www.concurseirM0111idoaaugeiros 
Essa nao e a posicao do Supremo Tribunal Federal. Segundo a Corte, admite- 
se a utilizac;ao da ac;ao civil publica no controle incidental de 
constitucionalidade, desde que a questao constitucional configure simples 
•Tambem tern natureza 
indivisivel, mas tern como 
titulares um grupo, uma 
categoria ou uma classe de 
pessoas ligadas entre si ou 
com a parte contraria por 
uma relacao juridica. 
• Exemplo: direitos de 
determinadas categorias 
sindicais que agem 
coletivamente por meio de 
seus sindicatos. 
Direitos coletivos 
O objeto da ac;ao civil publica podera ser a condenacao em dinheiro ou o 
cumprimento de uma obrlqacao de fazer ou de nao fazer (art. 3°, LACP). A 
sentence proferida em sede de ac;ao civil publics faz coisa julgada "erga 
omnes", limitada, entretanto, a ccrnpetencia territorial do 6rgao judicial 
prolator (LACP, art. 16). Por esse motivo, parte da doutrina considera que a 
ac;ao nao pode ser usada no controle incidental de constitucionalidade. 
• Apresentam 
indivisibilidade, ou seja, e 
impossivel satisf azer-se um 
de seus titulares 
individualmente. Isso 
porque seus sujeitos sao 
indeterminados. 
• Exemplo: direito ao ar puro.Direitos difusos 
Por direitos individuais hornoqeneos, compreendem-se aqueles 
pertencentes a um mesmo grupo, classe ou categoria deterrninavel de 
pessoas, de origem comum e natureza divisfvel, ou seja, que podem ser 
divididos quantitativamente entre os integrantes do grupo. E o que acontece, 
por exemplo, no caso de varies consumidores que adquirem o mesmo produto, 
produzido em serie, com defeito. Recordemos a diferenca entre direitos difusos 
e coletivos: 
pela Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985 (Leida Ac;ao Civil Publics ou LACP). 
Visa a protecao do patrtmdnio publico e social, do meio ambiente e de 
outros interesses difusos e coletivos (art. 129, III, CF), bem como os 
direitos individuais hornoqeneos (C6digo de Defesa do Consumidor, art. 
81, paraqrafo unico, III). 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
T eoria e Ques 
Aula 08 - Profa Nadia I Prof. Ri 
www .concurseiresealdoemnseiros 
35 de 66 A>. - y www.estrate · aconcursos.com.br 
25 Reclarnacao n. 600-0/SP, Rel. Min. Neri da Silveira, j. 03.09.1997. 
2) O Ministerio Publico e parte legftima para propor ac;ao 
civil publica voltada a infirmar preco de passagem em 
transporte coletivo. 
1) 0 Ministerio Publico tern legitimidade para promover 
ac;ao civil publics cujo fundamento seja a ilegalidade de 
reajuste de mensalidades escolares. (Surnula STF no 643) 
Vejamos alguns entendimentos do STF sobre a utilizacao 
da ac;ao civil publics. Eles servirao ate mesmo como forma 
de ilustrar a utilizacao dessa importante ac;ao coletiva. 
Q]\ INDO f:1mais f undo 
No que se refere as omissoes do Poder Publico, a ac;ao civil publics 
possibilita a atuacao judicial no sentido de lmplementacao das politicas 
publicas necessarias a efetivacao dos direitos fundamentais, principalmente 
dos direitos sociais, como saude, educacao, previdencia, dentre outros. 
O Ministerio Publico, se nao intervier no processo como parte, atuara 
obrigatoriamente como fiscal da lei. Note que a ac;ao civil publica, ao 
contrario da ac;ao penal publica (art. 129, I, CF), nao e de competencia 
privativa do Ministerio Publico. Cuidado com as "pegadinhas" nesse sentido! 
e) a associacao que, concomitantemente: i) esteja constitufda ha pelo 
menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; ii) inclua, entre suas 
finalidades institucionais, a protecao ao meio ambiente, ao consumidor, a 
ordem econornica, a livre concorrencia ou ao patrirnonio artfstico, 
estetico, hist6rico, turfstico e paisagfstico. 
d) a autarquia, empresa publica, fundacso ou sociedade de econorrua 
mista; 
c) a Uniao, os Estados, o Distrito Federal e os Munidpios; 
b) a Defensoria Publics: 
a) o Ministerio Publico: 
Segundo o art. s0 da a LACP, tern legitimidade para propor a acao 
principal e a ac;ao cautelar: 
questao prejudicial da pretensao deduzida25. Nesse caso, porern, a eficacia da 
decisao sere "inter partes", ou seja, seus efeitos ficam restritos apenas as 
partes e somente aquele caso concreto. 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
36 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
O Ministerio Publico tern legitimidade para promover ac;ao civil 
publica cujo fundamento seja a ilegalidade de reajuste de 
mensalidades esco/ares. uestao correta. 
comentartosi 
Em ac;ao civil publica, nao podem ser veiculadas pretensoes 
que envolvam tributos e contribuicoes, Questao errada. 
cornentartosi 
{MPE-PA 2014) Possui res pa I do na disciplina 
constitucional da rnateria o ajuizamento de ac;ao civil publica, 
pelo Ministerio Publico, para questionamento quanto a 
exigibilidade de tributo, sob o fundamento de 
inconstitucionalidade em sua instituicao e cobranca. 
HORA DE ratica {MPE-PA 2014) Possui respaldo na disciplina 
constitucional da rnateria o ajuizamento de ac;ao civil publica, 
pelo Ministerio Publico, para questionamento dos valores de 
mensalidades escolares, sob o fundamento de sua 
abusividade e ilegalidade. 
4) 0 Ministerio Publico nao tem legitimidade para ajuizar 
ac;ao civil publics com o objetivo de impugnar a cobranca 
de tributos. 
3) 0 Ministerio Publico tern legitimidade ativa para propor 
ac;ao civil publica com o objetivo de evitar lesao ao 
patrirnonio publico decorrente de contratacao de service 
hospitalar privado sem procedimento licitat6rio. 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
37 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
e) A exiqencia constitucional de que o chefe do Ministerio Publico da Uniao, 
procurador-geral da Republica, pertenc;a a carreira significa que ele, para o 
d) A CF descreve as carreiras abrangidas pelo Ministerio Publico e, entre elas, 
elenca a do Ministerio Publico Eleitoral. 
c) 0 STF, ao tratar das competencies e prerrogativas do Ministerio Publico, 
estabeleceu o entendimento de que membro desse 6rgao pode presidir 
lnquerito policial. 
b) Foi com a CF que a atividade do Ministerio Publico adquiriu o status de 
fu nc;ao essencia I a j ustica. 
a) Segundo a CF, sao prindpios institucionais apliceveis ao Ministerio Publico: a 
unidade, a indivisibilidade, a independencia funcional e a inamovibilidade. 
2. {CESPE / PC-GO - 2017) A luz da CF, assinale a opcao correta a 
respeito do Ministerio Publico. 
A Constituicao Federal considera como funcoes essenciais a justice o Ministerio 
Publico, a defensoria publica, a advocacia publica e a advocacia. O gabarito e a 
letra D. 
cornentartosi 
e) o Poder Judiciario, o Ministerio Publico e a defensoria publics. 
d) o Ministerio Publico, a defensoria publica, a advocacia publics e a advocacia. 
c) o Poder Judiciario e o Ministerio Publico. 
b) o Ministerio Publico, a defensoria publica, a advocacia publica, a advocacia e 
as policies civil e militar. 
a) o Poder Judiciario, o Ministerio Publico, a defensoria publica, a advocacia e 
as policies civil e militar. 
1. {CESPE / PC-GO - 2017) No modelo de funcionamento da justic;a 
montado no Brasil, entendeu-se ser indlspensavel a existencia de 
determinadas funcees essenciais a justic;a. Nesse sentido, a CF 
considera como func;oes essenciais a justic;a 
1. Ministerio Publico 
Questoes Comentadas 
DIREITO CONSTITUCIONAL - 
Teoria e Questfies 
Aula 08-Profa Nadia I Prof. Ricardo Val 
www .concurseiresealdoemnseiros 
38 de 66 www.estrate · aconcursos.com.br 
Art. 127, § 10 O Ministerio Pub/ico da Uniiio tem por chefe o 
Procurador-Gera/ da Republica, nomeado pelo Presidente da 
Republics dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco 
anos, ap6s a eproveceo de seu nome pela maioria absoluta dos 
membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a 
reconducso. 
Letra E: errada. 0 procurador-geral da Republica deve integrar a carreira do 
Ministerio Publico da Uniao. Vejamos o que determina a Constituicao: 
Nao ha Ministerio Publico Eleitoral. 
II - os Ministerios Piiblicos dos Estados. 
d) o Ministerio Publico do Distrito Federal e Territ6rios; 
c) o Ministerio Publico Militar; 
b) o Ministerio Publico do Trabalho; 
a) o Mtriisterk: Publico Federal; 
I - o Ministerto Publico da Uniao, que compreende: 
Art. 128. 0 Mtntster!o Piiblico abrange: 
Letra D: errada. A estrutura do Ministerio Publico esta prevista no art. 128 da 
CF/88, que reproduzimos a seguir: 
Letra C: errada. Compete exclusivamente a polfcia judiciaria presidir o 
inquerito policial. Cabe ao Ministerio Publico somente requisitar a sua 
instauraceo. 
Letra B: correta. Com a CF/88, o Ministerio Publico deixou de fazer parte do 
Poder Executive, passando a integrar as funcoes essenciais a justice. 0 status 
de instituicao permanente essencial a funcso jurisdicional do Estado foi 
essencial para assegurar-lhe autonomia e independencia, 
Letra A: errada. Sao

Outros materiais