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Cimento Portland É um aglomerante hidráulico, resultante da moagem do clinquer, obtido pelo cozimento até a fusão parcial, de mistura de calcário e argila Após o cozimento é feita a adição de sulfato de cálcio (gesso), em proporção adequada para regularizar a pega, e em seguida é feita moagem. convenientemente dosada e homogeneizada, de tal forma que, após o cozimento não resulte cal livre em proporções prejudiciais CaCO3 SiO2 Al2O3 Fe2O3 Na2O K2O Obtenção do Cimento Portland Obtenção do Clínquer Calcário + Argila’ calcinação a 1400oC fusão parcial Clínquer (silicatos, aluminatos, ferroaluminatos, cal livre, compostos alcalinos) Clínquer + Sulfato de cálcio Moagem em moinho de bolas Cimento Portland H H2O CS H2 CaSO4.2H2O S SO3 C3S2H3 3CaO.2SiO2.3H2O M MgO C4AF 4CaO. Al2O. Fe2O3 F Fe2O3 C3A 3CaO. Al2O3 A Al2O3 C2S 2CaO. SiO2 S SiO2 C3S 3CaO. SiO2 C CaO Compostos Óxidos Composição química do cimento portland Composição Mineralógica má formação de cristais facilita a moagem temperatura de resfriamento fusão MgO estabilidade de volume C3A ataque de sulfatos menor tamanho dos cristais melhora a durabilidade Resfriamento rápido Clinquer: 96% silicato tricálcico: 20 a 70% silicato bicálcico: 10 a 50 % aluminato tricálcico: 5 a 20 % ferro-aluminato tretracálcico: 5 a 15% - cal livre: 0 a 2% Impurezas - magnésia: 0 a 7 % - álcalis: 0 a 2 % - outros óxidos (TiO2, P2O5, Mn2O3): 0 a 3 % Sulfato de Cálcio: 4% % C3S = 4,071. %C - 7,600.%S - 6,716.%A - 1,430.%F - 2,850.%S % C2S = 2,867.%S - 0,7544.% C3S % C3A = 2,650.% A - 1,692.% F % C4AF = 3,042.%F % CaSO4 = 1,7. % S Previsão dos compostos do cimento (Bogue, 1955) Hidratação do Cimento Reação química com a água Reação exotérmica Ocorre da superfície externa para a parte interna aluminatos enrijecimento (perda de consistência plástica) e a pega (solidificação) silicatos endurecimento (velocidade de desenvolvimento da resistência). Retração autógena 1. Aluminato tricálcico C3A + Gipsita 3CaSO4.2H2O + 26 H2O Etringita 3CaO.Al2O3.3CaSO4.32.H2O + calor a) Calor total = 207 cal/g (30% + 70 %) Desenvolve pequena resistência inicial Libera grande quantidade de calor Não libera cal É muito sensível à ação agressiva de sulfatos 100 191 173 464 b) C3A + 6 H2O 3CaO.Al2O3.6H2O + calor 100 40 140 2. Ferro-aluminato tetracálcico C4AF + 2Ca(OH)2 + 10H2O 3CaO.Al2O3.6H2O + 3CaO.Fe2O3.6H2O + + 100 cal/g 100 30 37 78 89 Inicia a hidratação em alguns minutos após o amassamento Desenvolve pequena resistência incial Tem pega e endurecimento semelhantes ao C3S Libera pouco calor de hidratação Boa resistência resistência ao ataque de águas agressivas Tem cor escura 2(3Cao.SiO2) + 6H2O 3CaO. 2SiO2.3H2O + 3Ca(OH)2 + 120 cal/g 3. Silicato tricálcico É o composto do cimento mais rico em cal e mais o instável dos silicatos 100 24 75 C-S-H Incia a reação em poucas horas Tem pega lenta e endurecimento rápido Desenvolve elevadas resistências inciais Libera grande quantidade de calor de hidratação Libera grande quantidade de cal 49 2 (2CaO.SiO2) + 4H2O 3CaO.2SiO2. 3H2O + 3Ca(OH)2 + 62 cal/g 4. Silicato Bicálcico 100 21 100 21 Inicia a reação de hidratação lentamente após dias Tem pega e endurecimento lentos Desenvolve elevadas resistências a longo prazo Libera pouca quantidade de calor de hidratação Libera pouca quantidade de cal C-S-H Atualmente, a maioria dos cimentos, tanto nacionais como estrangeiros, são produzidos com adições minerais com maiores ou menores propriedades pozolânicas Adições minerais São materiais mais ou menos silicosos finamente moídos com propriedades pozolânicas, adicionados ao cimento em substituição ao clínquer ou ao concreto em quantidades relativamente grandes, com o objetivo de modificar algumas de suas propriedades. A substituição de clínquer por adições tem por objetivo: Resolver problemas ambientais Economia de energia Redução de custo Resolver problemas tecnológicos Reação básica do cimento portland C3S + H C – S - H + CH (rápida) Reação pozolânica SiO2 + CH + H C - S - H (lenta) Materiais pozolânicos Materiais naturais Geralmente derivados de rochas minerais vulcânicas Cinzas vulcânicas Tufos vulcânicos Argilas calcinadas Subprodutos Industriais Escória granulada de alto forno Subproduto de produção siderúrgica A qualidade é função do resfriamento Moída com finura de 400 a 500 m2/kg tem propriedades pozolânicas e cimentantes satisfatória Pode ter elevado teor de cálcio o que lhe dá também propriedades cimentantes Microssílica (sílica ativa) ► Subproduto de produção de silício metálico e ferro-silício. ► Material com mais de 85% de sílica amorfa ► Altamente fino: superfície específica com 20.000 m2/g ► Altamente reativa ► Utilizada em concreto de alto desempenho Cinza volante Gerada em usinas termoelétricas Partículas esféricas lisas extremamente finas com elevado teor de sílica amorfa Não necessita ser moída Cinza de casca de arroz Subproduto do beneficiamento de arroz ou termoelétrica Elevado teor de silica amorfa ( > 80 %) Necessita ser moída para melhorar atividade pozolânica Em queima com temperatura controlada tem maior teor de sílica reativa Propriedades Físicas e Mecânicas do Cimento 1. Pega e Endurecimento Cimento + água Perda de plasticidade e possibilidade de manuseio após o inicio das reações de hidratação Pega Inicio de pega Tempo decorrido desde a adição de água até o inicio das reações com os compostos do cimento. Limita o tempo de trabalhabilidade dos concretos e argamassas Tempo de fim de pega Tempo decorrido desde a adição de água até a situação em que a pasta cessa de deformar sob a ação de cargas. A partir deste momento pode-se iniciar novos serviços sobre a superfície do concreto. Falsa pega Provocada pela desidratação do gesso ou erro no proporcionamento no processo de moagem Baixa resistência à tração e pouca deformabilidade Mistura do cimento e da água Início de pega Fim de pega ~2 horas 4 a 16 horas Crescimento da resistência Pega Endurecimento Fatores que influenciam a pega Teor de C3A , SO3 e Fe2O3 Finura Quanto mais fino o cimento mais rápida a pega Temperatura Aumento – reduz Diminuição – aumenta Quantidade de água quanto mais água menor o tempo de pega Aditivos Aceleradores (cloreto de cálcio, Cloreto de sódio, etc) Retardores (Gesso, açucar, álcool, óxido de zinco) Classificação quanto à pega Normal > 1 h Rápida < 1 h Pega de cimentos comerciais 2 h 30 min Determinação do tempo de pega: Aparelho de Vicat, com pasta de consistência normal) 2. Finura eGrau de moagem Influencia: Inverso Pega Direta Resistência Direta Calor de hidratação Direta Retração Inverso Exsudação Direta Impermeabilidade Determinação da Finura Peneiramento: índice de finura - % de massa que fica retida na peneira 200 com abertura de 0,075 mm. (NBR 57 33) Permeabilímetro de Blaine - Superfície específica Baseado na velocidade de ar que passa por uma determinada amostra que é função do tamanho dos grãos. Blaine dos cimentos normais = 2500 a 4000 cm2/g Para os cimento normais: % retida < 12 % Granulômetro a laser 3. Massa específica A massa especifica do cimento γ0 = 3,10 a 3, 15 kg/l. A determinação é feita através do frasco de Le Chatelier, usando querosene como líquido. A massa unitária do cimento: γ = 1,5 Kg/l 4. Resistência a esforços mecânicos (resistência à compressão) Fatores que influenciam na resistência à compressão: Direta Inversa direta Principalmente C3S e C2S Finura Quantidade de água Composição química Idade Determinação da resistência à compressão (NBR 7215) Corpos de prova cilindricos: 5 X 10 cm Argamassa Normal: 1 : 3 : 0,5 Areia Normal = Areia do rio Tietê Ruptura aos 3, 7 e 28 dias. CP 25 8 15 25 CP 32 10 20 32 CP 40 14 24 40 Classes de cimento (em MPa) 5. Exsudação é o fenômeno de segregação da água que ocorre na pasta de cimento antes do início da pega Quanto mais fino o cimento menor a exsudação É importante na tecnologia de concretos e argamassas Propriedades químicas do cimento 1. Estabilidade de volume A existência indesejável de cal livre (CaO) e óxido de magnésia (MgO), pode provocar expansão do concreto endurecido. Determinação: Agulha de Le Chatelier com pasta de consistência normal Ensaio a frio: evidencia a presença de MgO Ensaio a quente: evidencia a presença de CaO 2. Calor de hidratação É a quantidade de calor gerado pela hidratação completa dos compostos do cimento. 3 dias 41 a 90 cal/g - 50% 7 dias 46 a 97 cal/g 28 dias 61 a 109 cal/g - 90% 60 dias 72 a 114 cal/g 180 dias 74 a 116 cal/g 2. Resistência a Agentes Agressivos Influi diretamente na durabilidade e depende muito da porosidade (relação água/cimento) Em contato com a água: Retirada do Ca(OH)2 por dissolução Ataque de águas ácidas aos silicatos hidratados Ataque de águas sulfatadas ao C3A, formando etringita expansiva (sal de Candlot) Em contato com o ar: Carbonatação do Ca(OH)2 Corrosão de armaduras Em atmosferas marinhas Corrosão de armaduras 4. Reação álcali-agregado Reação entre os álcalis do cimento e a silica ativa da areia (amorfa) Só ocorre em 3 condições: Equivalente de Na2O: % Na2O + 0,658 (% K2O) > 0,6 Ocorrência de sílica amorfa (Opala) Umidade Como evitar: Limitar o equivalente alcalino Utilizar material pozolânico Evitar umidade Transporte armazenamento do cimento Em saco: Lugar limpo e seco Estrado de madeira a 30 cm do chão Cobertura Pilhas de, no máximo 10 sacos A granel: Transportado em carretas e containers Armazenagem em silos dotados de sistemas de abastecimento e dosados por gravidade, por parafuso sem fim ou elevadores de caneca
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