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Incidentes de Uniformização das Jurisprudências

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Incidentes de Uniformização das Jurisprudências
Incidentes de Uniformização das Jurisprudências
 (Violação ou não do livre convencimento do juiz?)
	
	
Resumo
No presente trabalho procuramos analisar a uniformização de jurisprudência, estabelecida no Código de Processo Civil de 2015, expressamente no art. 926, onde iremos abordar se à violação ou não da liberdade do juiz em analisar o litígio e decidir da maneira que for correta, desde que sendo motivada.
Palavras Chave: Uniformização; Motivação; Violação; Princípio.
Sumário
Introdução...................................................................................................... 5.
Incidentes da uniformização da jurisprudência. Violação ou não ao principio do livre convencimento do juiz?........................................................................... 5.
Conclusão...................................................................................................... 9.
Referências...................................................................................................... 11.
Introdução
No presente trabalho procuramos analisar a uniformização de jurisprudência, estabelecida no Código de Processo Civil de 2015, expressamente no art. 926 que “os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente”. Ou seja, os Tribunais não devem permitir divergências internas sobre questões jurídicas idênticas.
 E sua importância nos valores fundamentais que assumem quando inseridos no processo, especificamente, no campo da violação ou não da liberdade do juiz em analisar o litígio e decidir da maneira que for correta, desde que sendo motivada.
Incidentes da uniformização da jurisprudência. Violação ou não ao principio do livre convencimento do juiz?
Com o objeto de facilitar o andamento processual, deixando-o mais célere e prático é evitar a desarmonia de interpretação de teses jurídicas, o CPC/2015, traze a uniformização da jurisprudência, assim, a justiça consiste em observar de forma sistemática os processos existentes, selecionar aqueles que são semelhantes e decidir de forma igual, em prol do princípio da economia processual.
A uniformização de jurisprudência não tem natureza recursal, trata-se de caráter preventivo e não corretivo. Não podendo ser usado pela parte em um processo para reformar uma decisão jurisdicional. Propõe igualar as decisões dos Tribunais, para padronizar as decisões proferidas. 
 A natureza jurídica do instituto seria um incidente do procedimento recursal, por ter como finalidade evitar possíveis decisões divergentes num mesmo contexto a respeito do mesmo assunto, que fazem com que cada litigante tenham variadas decisões podendo beneficiar uns e prejudicar outros.
Através dos pressupostos do incidente que são a necessidade de ter um julgamento pendente em turma, câmara, grupo de câmaras ou câmaras cíveis reunidas da divergência na interpretação do direito, o julgamento pode ser de recurso e de causa Originarias dos Tribunais. Podendo suspender tal recurso ou processo de competência Ordinária.5
 O julgamento pode ser tanto de questões previas discutidas no recurso, quanto de matéria de mérito. Porém, julgado antes do recurso. Sendo que não inaugura um novo procedimento.
De acordo com o código de processo civil, artigo 476 paragrafo único, o pedido para suscitar o incidente pode ser feito pela parte recorrente, recorrido ou terceiro prejudicado, também se da por qualquer dos juízes que tenham votado no julgamento e tenham legitimidade, cabendo também à legitimidade para o Ministério Publico.
“Se o recurso versar sobre questão de direito já controvertida no tribunal, o relator pode sugerir a transferência da competência para colegiado "ad quem". O mesmo pode ocorrer para prevenir futura divergência "intramurus". Aliás, não só o relator, mas qualquer magistrado da turma ou da câmara pode suscitar o incidente do § 1º do art. 555. Também as partes e o Ministério Público têm legitimidade para arguição. A previsão legal explícita em favor do relator ocorre apenas em razão da maior probabilidade de o incidente poder ser suscitado pelo magistrado responsável pelo processamento do recurso no tribunal, além da redação do relatório.” SOUZA (2009:379).
Não sendo suscetível o incidente perante os órgãos monocráticos. Sendo necessário que os autos do processo estejam sendo analisado pelo órgão colegiado fracionário do Tribunal.
A parte poderá expor o recurso ou em petição avulsa o pedido do incidente, caso seja feito em petição avulsa a mesma poderá ser acostada aos autos enquanto estiver pendente o recurso do julgamento. Caso a decisão tenha sido proferida ou publicada, nesse caso, não poderá propor o incidente.
Caso o incidente seja rejeitado pela maioria dos votos, não cabem embargos infringentes e também, não cabe agravo contra indeferimento do pedido de uniformização de jurisprudência solicitado pela parte.6
Não foi determinado pela lei nenhum procedimento que deve ser seguido para a suscitação do incidente de uniformização da jurisprudência. 
O Tribunalsomente poderá seguir com julgamento da causa do processo, após deliberar com o incidente de uniformização da jurisprudência, pois o mesmo suspende o julgamento do recurso.
O julgamento do incidente de uniformização de jurisprudência só poderá ser suscitado caso tenha a maioria absoluta dos votos dos seus membros e só depois disso o Tribunal poderá decidir o incidente, “no incidente de uniformização, há uma cisão no julgamento: o órgão plenário tem a função de definir a tese jurídica "correta" a ser aplicada, enquanto que o órgão fracionário de origem julga o caso concreto.”
“O pedido de uniformização tem se revelado um mecanismo eficaz de uniformizar a jurisprudência dos Juizados Especiais Federais. No entanto, a existência de três modalidades de pedido de uniformização – podendo ser interpostos em um mesmo processo – pode prejudicar sobremaneira a celeridade que se exige no trâmite do processo no JEF. Outro fator negativo na disciplina normativa do PU é a impossibilidade de se discutir matéria processual. Tal impeditivo pode causar perplexidades no trâmite dos processos, já que uma patente ilegalidade processual cometida pela Turma Recursal pode não ter um mecanismo ágil de correção dentro da mesma relação processual.” (https://jus.com.br/artigos/11871/pedido-de-uniformizacao-de-interpretacao-de-lei-federal).
 Com isso, os Tribunais buscam um único entendimento sobre determinado assunto. Para que ocorra a padronização. Mas a questão que trataremos é o fato desse incidente ferir o principio do livre convencimento do juiz.
 O magistrado e livre para examinar as provas do processo. Tem a obrigação resolver conforme o seu o livre convencimento motivado, devendo dar justificativas e informar a base legal e o motivo do impedimento do requerimento das partes ou suas decisões são invalidadas por falta de amparo legal e decididas de maneiras genéricas, conforme a (CF 93 IX).7
 Notamos que na prática cada casotem uma característica individual e o livre convencimento do juiz e ofendido em razão da uniformização das decisões. Porque o juiz tem a obrigação em justificar suas decisões, claro sempre empregando sua convicção racional, mesmo que seja diferente entres os pareceres das jurisprudências.
 No § 1º do artigo 489 traz muita controvérsia, por mostra as circunstancias em que não serão conhecidas como justificativas as decisões.
Art. 489. São elementos essenciais da sentença:
(...)
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
(...)
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.E destaca no artigo 927, que os juízes deverão sempre observar a norma destas hipóteses relacionadas no § 1º do artigo 489. Muitos entendam a inconstitucionalidade desse dispositivo. Porem a há quem entenda, que os magistrados estão vinculados aos Tribunais o que os incisos sustentam. 
 Em contrapartida, o magistrado não está vinculado, visto que o artigoreferido deu o rumo de “direcionamento” à palavra “observarão”. Destarte, que o magistrado deve ter em vista, mesmo que entenda diferente.
 Entretanto, sustentamos que o juiz não está ligado em que é recorrido pelas partes para instituir sua persuasão, mas, tem obrigaçãoavaliaras provas e relacionar com amparo legal, quais sejam: a legislação, a jurisprudência, a doutrina, e as demais, para dar sua sentença.8
 Pois bem, a idealização é que os tribunais superiores formalizam as decisões de todos os tribunais e juízos singulares, coloca também em conflito o sistema jurídico utilizado no Brasil o “civil Law” a definição de lei como a fonte primária do direito, porque no sistema civil Law é uma estrutura legislativa quem tem como fonte primaria a lei e não as jurisprudências como no sistema common law, uma sistema que por sua vez, prejudica os juízes de decidirem conforme seu livre convencimento, pois estão vinculados as jurisprudências.
Conclusão
Em virtude do que foi mencionado, entende-se que A uniformização de jurisprudência não tem natureza recursal, refere-se ao caráter precaucional e não disciplinatório, não podendo ser usado pela parte em um processo para retificar uma decisão jurisdicional. Ou seja, preconiza equiparar as decisões dos Tribunais, para padronizar as decisões proferidas. 
O julgamento do incidente de uniformização de jurisprudência só poderá ser suscitado caso tenha a maioria absoluta dos votos dos seus membros e só depois disso o Tribunal poderá decidir o incidente.
Por tanto, os Tribunais buscam um único parecer sobre determinado assunto para que ocorra tal padronização com a finalidade evitar possíveis decisões divergentes. Toda via, a questão que encontramos é o fato desta padronização ferir o principio do livre convencimento do juiz, colocando em inconformidade o sistema jurídico utilizado no Brasil - a lei como a fonte primária do direito, e não as jurisprudências como no sistema common law, onde é um sistema que prejudica os magistrados a decidirem conforme seu livre convencimento, pois estão elencados às jurisprudências.
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REFERENCIAS
LENZA, Pedro. Reclamação constitucional: inconstitucionalidades no Novo CPC/2015. São Paulo, Consultor jurídico, 2015. Disponível: em: <http://www.conjur.com.br/2015-mar-13/pedro-lenza-inconstitucionalidades reclamação-cpc>. Acesso em: 30 abril. 2016.
NERY JUNIOR, Nelson. Princípios do processo na Constituição Federal: (processo civil, penal e administrativo). 11a ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013. pg. 299.
Novo CPC decreta a morte da lei: viva o common law!. Revista Consultor Jurídico, 12 de setembro de 2013. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2013-set-12/ senso-incomum-cpc-decreta-morte-lei-viva-common-law/. Acesso em: 22 maio. 2016.
A problemática do princípio do livre convencimento motivado no novo código de processo civil. Direito Diário, 14 de agosto 2015. Disponível em: http://direitodiario.com.br/a-problematica-do-principio-do-livre-convencimento-motivado-no-novo-codigo-de-processo-civil/. Acesso em 30 de maio 2016.
O incidente de uniformização de jurisprudência no Código de Processo Civil Brasileir. . Jus Navigandi, Junho de 2014. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/30165/o-incidente-de-uniformizacao-de-jurisprudencia-no-codigo-de-processo-civil-brasileiro. Acesso em 25 de maio de 2016.
Pedido de uniformização de interpretação de lei federal. Jus Navigandi, Outubro de 2008. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/11871/pedido-de-uniformizacao-de-interpretacao-de-lei-federal. Acesso em 25 de maio de 2016
Uniformização da jurisprudência no sistema brasileiro. Jus Brasil, Junho de 2014. Disponível em https://janinecalmon.jusbrasil.com.br/artigos/114970739/ uniformizacao-da-jurisprudencia-no-sistema-brasileiro. Acesso em 25 de maio de 2016.
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