Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Conversão Eletromecânica de Energia Professor Hélvio Fregolente 2 Índice Circuitos Magnéticos 03 à 26 Transformadores 27 à 88 Máquinas de Corrente Contínua (c.c.) 88 à 130 3 Circuitos magnéticos No sentido amplo da palavra, denomina-se circuito magnético, ao conjunto de trajetórias das linhas de fluxo do campo magnético. Na prática, porém, interessam aqueles circuitos onde o campo magnético é muito intenso – a fim de fortalecer este campo, normalmente, são utilizados dois artifícios. 1. Enrola-se o fio helicoidalmente, de modo a obter-se uma bobina (ou solenóide) comum certo número de espiras; 2. O núcleo de uma bobina pode ser constituído de materiais especiais, ditos ferromagnéticos, que apresentam uma alta permeabilidade magnética. Propriedade magnética dos materiais A influência dos materiais, na contribuição do campo magnético, foi representada pela letra que caracterizava uma certa peculiaridade relativa ao próprio material utilizado: )m/H(H.B Esta peculiaridade é denominada permeabilidade magnética absoluta do material. O ar, por exemplo, tem uma permeabilidade magnética absoluta igual a: )m/H(104 70ar Para melhor comparação entre os materiais, foi escolhido um deles, o ar, como referência e a permeabilidade e a permeabilidade magnética dos outros é dada em função de: 0r . Dando origem ao conceito de permeabilidade magnética relativa : 0 r Onde r representa quantas vezes um certo material é mais (ou menos) permeável que o ar. Por conseqüência, temos: a. Para o ar: 1 r b. Para os gases, líquidos e materiais não ferrosos: 4 1 r c. Para os materiais ferrosos, ditos também ferromagnéticos: 60002000 r ; Daí, o grande interesse de utilização nos circuitos magnéticos. Característica (ou curva) de magnetização: ciclo de histerese dos materiais ferromagnéticos A fim de podermos saber o valor de de um certo material, é necessário levantar o gráfico da curva de magnetização: B versus H. Suponhamos realizar a seguinte experiência: Sobre um toróide, de material ferromagnético, estão enroladas um certo número de espiras alimentadas por uma corrente I, através do resistor R e da fonte cc: E. A f.e.m. e, induzida na bobina de prova, é medida indiretamente pelo fluxímetro, constituído por um galvanômetro balístico, capaz de medir um desvio proporcional à quantidade de carga enviada. dq.Rd dt dqRR.i dt d e 111 dq. S R S ddB 1 Pela lei de Ampère, temos: 5 l NIHNIHl NIdl.H Variando a resistência R, linearmente com ela, variam a corrente I, e o campo magnético H enquanto que a indução B assume os valores indicados na curva de magnetização. O gráfico mostra que, além de B, não ser linear motivo pelo qual é denominada “Curva de saturação magnética”, para um mesmo valor de H correspondem dois valores de B; um na fase ascendente e outro na fase descendente. Supondo que o material ferromagnético, em estudo, nunca foi magnetizado antes, como característica de magnetização resulta o seguinte ciclo de histerese: 1. Fase ascendente opositiva ( 1º.vez): Partindo de zero, a corrente aumenta até o valor Imáx. Enquanto Hmáx assume valores desde zero até Hmáx a indução B varia de zero até Bmáx seguindo a curva OM. 2. Fase descendente positiva : Diminui-se a corrente até zero: enquanto H varia de Hmáx até zero, B desce pela curva rMB . 3. Fase de eliminação do magnetismo residual positivo: Inverte-se o sentido da corrente e aumenta-se o seu valor até eliminar totalmente o magnetismo residual positivo: H varia de zero até o valor -Hc, enquanto B segue a curva cr HB . 4. Fase ascendente negativa: H varia de –Hc até –Hmáx, enquanto B varia desde zero até Bmáx (ponto N). 5. Fase descendente negativa: H assume valores de –Hmáx até zero, enquanto B percorre a curva rBN . 6. Fase de eliminação do magnetismo residual negativo: H varia de zero até o valor Hc, e B segue a curva cr HB . 6 7. Fase ascendente positiva: H varia de Hc até Hmáx, enquanto B varia de zero até Bmáx sobre a curva Hc M. Procedendo desta forma, obtivermos o primeiro ciclo de histerese, onde podemos distinguir as seguintes características: i. Br = Indução remanescente: É a indução que permanece no material após de ter reduzido a zero o valor do campo H ; ii. Hc = campo coercitivo: É o valor do campo H necessário para eliminar a indução remanescente. Permeabilidade magnética Da observação do ciclo de histerese, nota-se que a indução B depende do valor de campo H e do sentido de percurso do ciclo de histerese. A curva OM corresponde à fase ascendente positiva, levantada com um material ferromagnético, totalmente desmagnetizado, e denominada “curva normal de magnetização”. À relação H B , corresponde a C.N.M., denominamos de “permeabilidade magnética”. Para o ar, gases, líquidos e materiais não ferrosos, a curva normal de magnetização é representada por uma reta passante pela origem; aliás, estes materiais apresentam, como ciclo de histerese, a própria C.N.M. Neste caso, teremos que a permeabilidade magnética é igual, aproximadamente, àquela do ar: 7 )m/H(104 40 Nos materiais ferromagnéticos, a C.N.M. não é linear e há necessidade de ser levantada em laboratório; a permeabilidade magnética, portanto, não é constante e varia em função do campo H. Unidades de medida As grandezas estudadas até agora, apresentam no sistema M.K.S.as seguintes unidades: Força magnetomotriz: esp.A,espirasAmpéreI.NF Campo magnético: m esp.A , metro espirasAmpére l NIHI.NL.H Densidade de fluxo magnético: 22 m Wb ,)metro( Weber A B Fluxo magnético: Wb,Webersegundo.Volts N dt.e Ndt.e Permeabilidade magnética: metro Henry m seg. m/esp.A m/seg.Volt H B 2 Coeficiente de indutância: 8 Henry, Ampére seg.Volt i dt.e L Relutância do ferromagnetismo: 1H seg. 1 seg.volt esp.AI.N Interpretação do ferromagnetismo As órbitas dos elétrons, na estrutura do material, representam minúsculas espiras de corrente, geradoras de pequenos diferenciais de campo magnético: Hd Em estado normal, estas órbitas, consideradas como pequenos imãs (ou domínios), encontram-se nas mais variadas direções, resultando um campo magnético total nulo. A figura mostra alguns destes pequenos imãs em suas posições normais. Aplicando-se um campo magnético, sobre o material, fazendo circular a corrente I pelas espiras da bobina, os minúsculos imãs ficam submetidos a forças que tendem a orientá-los na direção desse campo. Inicialmente, o fenômeno de alinhamento dos imãs, é diretamente proporcional com o aumento do campo magnético H . Posteriormente, a partir de um certo valor de H , o alinhamento começa a diminuir, cada vez mais, além o ponto em que todos os domínios foram já orientados. Saturação magnética: é o fenômeno que ocorre quando se aumenta o campo magnético e não corresponde mais um alinhamento proporcional de domínios. Energia de magnetização Consideremos uma bobina com N espiras, enroladas, sobre um toróide, de comprimento médio e alimentada por uma fonte de C.R. 9 A potência instantânea, fornecida pela fonte ao circuito, é igual ao produto: I.VP Aplicando a lei de Ampère, em cada instante temos: N L.HI e pelalei de Faraday, temos também: dt dB .A.N dt dNeV dt dB .H.Vol dt dB .H.L.A N L.H . dt dB .A.Ni.eP Incremento de energia: dt.pdW dB.H Vol dWdt. dt dB .H.VoldW A energia total, por uma unidade de volume, recebida pelo núcleo, em cada ciclo, é dada por: ciclo dB.H Vol W Vamos analisar um ciclo qualquer de histerese indicado na figura: 10 A área, representada pelo produto H.dB, indica um diferencial de energia por unidade de volume.Se o produto H.dB for positivo, a energia é recebida pelo núcleo, se for negativo, a energia é devolvida à fonte. Trecho H dB H.dB O núcleo (recebe/devolve) energia AB + + + O núcleo recebe energia BC + - - O núcleo devolve energia CD - - + O núcleo recebe energia DE - - + O núcleo recebe energia EF - + - O núcleo devolve energia FA + + + O núcleo recebe energia Conclusão: A área limitada pelo ciclo de histerese, representa a energia gasta por unidade de volume, para realizar cada ciclo. 11 Cálculo das perdas de magnetização Existem uma série de fórmulas empíricas que permitem calcular a área do ciclo de histerese e, portanto, as perdas de histerese (ou de magnetização). Destacamos, (entre elas de magnetização). Destacamos, entre elas, a fórmula de Steinmetz. Vol.B.f.W máxn n Onde: Wn = Energia dissipada para a magnetização do material ferromagnético; f = freqüência; Bmáx = Indução máxima durante os ciclos; Vol = volume de material; = Constante de Steinmetz (depende do material): i. Para aço doce: 44 10x510x5,3 ; ii. Para Ferro siliciosos: 410x5,2610x2 . N = constante (depende de Bmáx e do material) 2n6,1 Resolução de circuitos magnéticos Tubo de fluxo: é o volume definido pelos contornos de duas superfícies Considerações preliminares: a. No interior de um tubo de fluxo, a indução é considerada constante, portanto, Sds d b. Para comprimento de um tubo de fluxo é considerado o seu comprimento médio. Métodos de cálculo Existem duas situações típicas, nos problemas de circuitos magnéticos: 1ª. Situação: Conhecido o fluxo, numa determinada seção do circuito, deseja-se saber os ampères-espiras necessários para criar esse fluxo. a. Calcula-se a indução, em todos os pontos do circuito, com o auxílio da expressão: 12 S B b. Determina-se o valor do campo H nos vários trechos, através da curva normal de magnetização dos materiais que constituem o núcleo. c. Determina-se a f.m.m. total,pela integração: dl.HI.NF que,na prática, é efetuada com somatória: Li.Hi dos trechos com indução constante.Portanto, Li.HiI.NF 2º. Situação: Conhecida a f.m.m., deseja-se determinar o fluxo Este problema é solúvel, diretamente, somente se o campo H é constante a todo o circuito. De fato, sendo H = constante, temos: L.Hdl.HI.NF L I.NH L I.N.H.B L s.I.N. s.B Obs.: Se o campo H não for constante em todo o circuito, por exemplo, 21 HH (com H1 e H2 constante), teremos: 2211 L.HL.HI.NF Cuja solução é impossível diretamente. Neste caso, adota-se o método por tentativas, isto é, atribui-se um valor de fluxo e a partir dele calcula-se a f.m.m. Repete-se o processo para vários valores de fluxo e traça-se a curva fF . Entrando-se no gráfico com a f.m.m. dada, determinamos o fluxo e daí em diante recairemos no caso anterior. 13 Fator de empacotamento: Ke Na grande maioria das aplicações; com o objetivo de reduzir as perdas no ferro, o núcleo dos circuitos magnéticos é constituído de lâminas, de material ferro magnético, isoladas entre si. A isolação entre lâminas, normalmente, é feita com uma folha de papel, com verniz, ou simplesmente com a própria oxidação das superfícies. A espessura efetiva (de ferro) do núcleo resulta, portanto, menor que a espessura geométrica. A relação entre os dois comprimentos é denominada Fator de empilhamento (ou de empacotamento). egfe g fe e K.LL L LK , A seção efetiva do núcleo será portanto: egeefe K.SK.b.ab.K.aS 14 g fe e S SK O fator de empacotamento, normalmente, assume os seguintes valores: Para chapas sem nada: 97,0K95,0 e ; Para chapas envernizadas: 95,0K93,0 e ; Para chapas isoladas com papel: 93,0K90,0 e . Efeito de espraiamento das linhas de fluxo no entreferro Suponhamos, interromper um circuito magnético, comum entreferro, conforme na figura: As linhas de fluxo, quando atravessam o ar do entreferro, tendem a expandir-se fazendo com que a seção efetiva, no entreferro, seja maior que a própria seção geométrica do núcleo. Existem duas fórmulas empíricas, para o cálculo do entreferro: 15 21e SS,eb.eaS 21e SS,e2b.e2aS Analogia entre os parâmetros mecânicos, elétricos e magnéticos A expressão dos fluxo magnético I.N , deduzida na página 19 da Introdução, nos sugere uma certa analogia das grandezas magnéticas com aquelas elétricas. Analisando um pouquinho, mais estes parâmetros, podemos estender a analogia até as grandezas mecânicas, resultando o seguinte quadro comparativo: Grandeza Mecânica Grandeza Elétrica Grandeza Magnética Força: "F" ; velocidade:”v" Tensão "V"; corrente "I" F.m.m:"F"; Fluxo:" ” Potência mecânica: F.v Potência elétrica: V.I Potência Magnética: F. Força de Atrito Resistência: R Relutância: Deslizamento Condutibilidade: Permeância: µ Coeficiente e Atrito Resistividade: 1 Relutividade: 1 Leis de Kirchhoff É evidente que, pela analogia apresentada as leis de Kirchhoff válidas para os Kirchhoff elétricos, serão válidas também para os circuitos magnéticos: 1ª Lei: Lei dos Nós: 00I ii 2ª Lei: Lei das malhas: 0F0V ii Exemplos da resolução de circuitos magnéticos 1- Determinar, para o circuito magnético da figura, o àmperes-espiras necessários para criar, no entreferro, um fluxo 6.10-4 Wb de sabendo que o material do núcleo é de ferro fundido (F0F0), cuja curva normal de magnetização é fornecida. 16 Sequência de cálculo: 1. Divide-se o circuito nos trechos: 0-1, 1-2, 2-3, 3-4, 4-5, e 5-0, onde a indução B é constante. 2. Monta-se a seguinte tabela: Trecho Material l(metros) S(m2) (Wb) B(Wb/m2) H(Aesp/m) H.l(Aesp.) 0-1 Ar 0,002 9,24.10-4 6.10-4 0,649 516.000 1.032 5-0+1-2 FoFo 0,108 8.10-4 6.10-4 0,75 5.500 594 2-3+4-5 FoFo 0,32 12.10-4 6.10-4 0,5 1.600 512 3-4 FoFo 0,11 16.10-4 6.10-4 0,375 930 102 17 3. A somatória dos produtos L.H , m todos os trechos, é a f.m.m. procurada. 1025125941032L.HI.NF ii F = 2240 A.esp. 4. No circuito da figura, determinar a corrente, na bobina necessária para produzir, o núcleo, um fluxo de 0,001 wb. Sabe-se que o material do núcleo é aço silício, a bobina possui 200 espiras e a área da seção transversal é 8cm2. Sendo o inteiro circuito com seção constante, não há necessidade de montar a tabela. a. Comprimento total médio: m5,0cm50118211132L b. Seção transversal do núcleo: m10x8cm8St 42 c. Fluxo magnético: Wb001,0 18 d. Indução magnética: 24 t m Wb25,1 10x8 001,0 S B e. Campo magnético: m esp.A375HBfH f. Força magnetomotriz: esp.A1885,0x375L.HI.NF 3. No exemplo anterior, quais os valores de seção e de corrente, para se obter o mesmo fluxo (0,001 wb), se o materialfor substituído por ferro fundido? a. Da c.n.m do ferro fundido, observa-se que a indução máxima é 0,93 Wb/m2. Portanto, admitamos: 2m Wb92,0B b. Cálculo da seção: 24 m10x87,10 92,0 001,0 B S c. Cálculo do campo H: m Aesp9700HBfH d. Cálculo da f.m.m.: esp.A48505,0x9700L.HI.NF e. Cálculo da corrente: A25,24 200 4850 N FI 4. Calcular a relutância do circuito magnético dos exemplos 2 e 3. a. Cálculo da relutância no exemplo 2. 19 m H00333,0 375 25,1 H B 15 6 H10x877,110x8x00333,0 5,0 S. L Verificação: 15 H10.5,48 001,0 4850F b. Cálculo da relutância no exemplo 3. 15 H10x5,48 001,0 4850F 5. Na estrutura magnética da figura, os núcleos são constituídos de chapa laminados de aço fundido, com fator de empacotamento igual a 0,9. Sabendo que a f.m.m. de excitação vale 2000A.esp, determinar o fluxo no entreferro e menosprezar o fluxo de dispersão. a) No entreferro temos: 242 e m10.75,35cm75,35)5,06)(5,05(S m005,0Le b) Na estrutura metálica: 20 m1cm1005,02x525525,15L m10x27cm279,0x6x5S aço 242 aço c) Devemos ter a seguinte igualdade: açoaçoee L.HL.H2000I.NF Equação impossível de resolver, pois temos uma equação com duas incógnitas. Para resolver a equação acima, podem ser utilizados os seguintes processos: i. Método de erro por tentativas: 1º. Passo: Admitir a seguinte aproximação: ee L.H2000I.N 0L.H açoaço Desta forma temos: Wb10x98,1710x75,35x503,0S.B m Wb503,010.4.10..4H.B m esp .A10x4 10x5,0 2000 L I.NH 44 eee 2 57 0e 2 5 2 e e e O valor real do fluxo deverá ser menor e bem próximo ao valor calculado. 2º. Passo: Assumir um valor arbitrário e ligeiramente inferior: por ex. Wb10x5,17 4 com esse valor, calcular em modo análogo à primeira situação: 21 Aesp23133651948L.HL.HI.NF Aesp3651x365L.H m Aesp365H T648,0 10x27 10x5,17 S B Aesp1948005,0x532.389L.H m Aesp532.389 10..4 4895,0BH T4895,0 10x75,35 10x5,17Be S.BS.B10x5,17 açoaçoee açoaço aço 4 4 aço aço aço ee 7 0 e e 4 4 açoaçoee 4 açoe Como 2313 > 2000 Repetir o segundo passo, assumindo um valor de fluxo um pouquinho menor do valor anterior.Este processo é interativo e termina quando a aproximação estiver dentro da precisão desejada. Método gráfico: Assumindo vários valores de fluxo, levantar o gráfico: F versus . Em correspondência do valor da f.m.m. dada, observa-se, no gráfico, qual é o valor do fluxo. Exercícios sobre Circuito Magnéticos 1. Um toróide de aço fundido, com seção transversal uniforme de 8cm tem uma circunferência média de 0,6 m. Em seu redor está enrolada uma bobina com 300 espiras. Determinar o fluxo (em weber) para uma corrente contínua de: a. 1 A; b. 2 A; c. 4 A. Ao duplicar o valor de corrente, o fluxo também dobra? Explicar. Calcular o valor de corrente contínua através da bobina para estabelecer no toróide um fluxo de 410x8 weber. 2. Calcular a corrente I, necessária para estabelecer, 410x6,7 weber, na estrutura magnética mostrada na figura. O núcleo foi construído com chapas de aço silício, cujo fator de empilhamento é 0,95. 22 3. Qual o valor da corrente, no problema 2, se um entreferro de 0,1cm for intercalado no núcleo? Considere, no entreferro, o efeito marginal e despreze os fluxos de dispersão. 4. Na estrutura magnética mostrada na figura, a densidade de fluxo no entreferro é de 0.8 weber/m2. O núcleo é constituído de aço silício, com um fator de empilhamento de 0,9. Encontre a f.m.m. e a corrente da bobina de excitação. Considere, no entreferro, o efeito marginal e despreze os fluxos de dispersão. 5. O núcleo magnético mostrado na figura, é constituído de aço silício.O fator de empilhamento é 0,85. O fluxo no entreferro é de 410x6 Weber. Calcular a f.m.m. e a corrente na bobina de excitação. Não levar em conta os efeitos marginais e o fluxo de dispersão. 23 6. O núcleo magnético, da figura, é de aço silício.O fator de empilhamento é 0.90. Os fluxos nos três ramos são: 4A 10x4 Weber; 4 B 10x6 Weber e 4 C 10x2 Weber nas direções indicadas. Calcular as correntes nas bobinas com suas amplitudes e direções. 7. No problema 6, se o fluxo nos ramos A e B for 410x4 weber em direção contraria aos ponteiro do relógio e o fluxo no ramo C for zero, calcular as amplitudes e direções das correntes nas bobinas. 8. A estrutura magnética é constituída de aço silício.O fator de empilhamento é 0,9. O comprimento médio da trajetória magnética é 0,75m na parte de aço. As medidas de seção transversal são 6cm x 8cm. O comprimento do entreferro é 0,2 cm. O fluxo no entreferro é 310x4 weber.A bobina A tem 1000 espiras e nas duas bobinas circulam 6 ampéres. Determinar o número de espiras da bobina B. Despreze os fluxos de dispersão mas considere os efeitos marginais. 24 9. O núcleo magnético de aço silício mostrado na figura, tem seção transversal uniforme de 8cm x 8cm.Tem duas bobinas de excitação, uma no ramo A e outra no ramo B. A bobina A tem 1000 espiras e circula nela uma corrente de 0,5 A na direção mostrada. Determinar a corrente que deve circula na bobina B na direção mostrada, com o objetivo de que o ramo central tenha fluxo nulo. A bobina B tem 200 espiras. 10. Na estrutura magnética da figura, o material usado é aço silício.Os dois ramos laterais são simétricos.A seção transversal da figura é 5cm x 5cm uniforme. A f.m.m da bobina é de 2000 A.espiras e o comprimento do entreferro são 0,2 cm. Determinar o fluxo no entreferro. Desprezar os fluxos de dispersão e considerar o efeito marginal no entreferro. 25 11. No núcleo magnético da figura, calcular a corrente necessária para estabelecer o fluxo de 310x7 Weber no ramo central (B). Comprimento médio da trajetória: bafe = 72 cm; be =30 cm; bode = 80 cm Comprimento do entreferro: 0,1 cm Área da seção transversal: bafe =40 cm2; be= 60 cm, bode = 40 cm Nº de espiras da bobina: Nb = 1000 voltas Material = aço silício Desprezar os efeitos marginais e de dispersão no entreferro. 12. O núcleo magnético da figura é constituído de aço silício com um fator de empilhamento de 0,9. A bobina de excitação tem 200 espiras e é atravessada por uma corrente de 2 A. Determinar o fluxo no entreferro.Desprezar os fluxos de dispersão e considerar os efeitos marginais.O comprimento médio da trajetória magnética no aço é 80 cm e o C entreferro é de 0,1 cm. A seção transversal do núcleo é de 5cmx5cm, uniforme. Resolver pelos dois métodos. 26 13. O núcleo magnético da figura, é dividido em três seções, constituídas respectivamente de aço fundido, ferro fundido e entreferro. Calcular o fluxo, se a f.m.m. da bobina for 800 A espiras. A área transversal do núcleo é uniforme de 8cm x 8 cm. Os comprimentos médios das trajetórias magnéticas são: no ferro fundido, 40 cm; no aço fundido, 50 cm. O entreferro é 0,1 cm. Desprezar os efeitos marginais e de dispersão. Levantar a curva fluxo versus f.m.m. e resolver graficamente. 14. Determinar a f.m.m. de uma bobina ligada a um toróide de seção transversal 2t mm25S , afim de se manter um fluxo 410x2,0 weber com entreferro de 5mm. São dados: a. Diâmetro interno do toróide: 20 cm; b. Diâmetro externo do toróide: 30 cm; c. Material do toróide: aço fundido. 15. Para o exercício anterior, determinar a bitola do fio a empregar-se para a execução da bobina nos seguintes casos: a. Bobina com 500 espiras:b. Bobina com 1000 espiras. Adotar = 3 amp./mm2. 27 Transformadores Solenóides, eletro-imãs e reatores. Força gerada nos solenóides : Um condutor enrolado helicoidalmente constitui um solenóide. Vimos que quando ele é percorrido por uma corrente elétrica D.C, se produz um campo magnético que pode ser representado por linhas de forças, conforme é mostrado na figura. Se nas proximidades do solenóide excitado é colocado um tubo imantado, este será atraído, para o interior do solenóide, ou repelido, de acordo com o princípio de atração e repulsão dos pólos magnéticos.Se, em lugar do tubo imantado, for colocado um tubo de ferro não imantado, este, devido à formação de pólos induzidos, será sempre atraído para o interior do solenóide. Como varia a força de atração de um solenóide? À medida que o tubo vai entrando no solenóide, a relutância do circuito magnético diminui, as induções aumentam e conseqüentemente a força de atração, também, aumenta até que o pólo oposto do tubo começa a sofrer uma ação repulsiva pelo solenóide. A força começa a diminuir até anular-se resultando o seguinte diagrama: 28 As principais aplicações são os relês e os interruptores automáticos. Eletro-imãs Os eletro-imãs e um dispositivo que serve para atrair e transportar massas de ferro. É constituído de uma bobina enrolada sobre um núcleo magnético, de tipo ferradura ou de tipo anel, mostrados nas figuras: A massa de ferro é atraída pelo eletro-imã, devido à interação com os pólos induzidos. Ao ser deslocada da posição a à posição b, haverá um pequeno aumento defluxo magnético no circuito. Quando estiver muito próxima aos pólos do eletro-imã, a relutância será mínima enquanto que o fluxo e a força de atração serão máximos. A força de atraca, dos eletroímãs, é dada pela formula aproximada de Maxwell: 2 S.BF 2 F = Força em Newtons; 29 B = Indução em WB/m2; S = área da seção transversal; = permeabilidade magnética do meio que constitui o entreferro. Reator Uma bobina (ou solenóide) enrolada sobre um núcleo fechado de material ferromagnético, constitui o que é denominado “reator”. O seu aspecto físico é o seguinte: Reator ideal A fim de podermos analisar melhor os fenômenos que ocorrem no reator, consideremos um reato ideal com as seguintes hipóteses: 1. A resistência ôhmica da bobina é nula: 0R ; 2. A relutância magnética do circuito é nula: 0 ; 3. O núcleo não tem perdas no ferro: 0Pfe . Funcionamento do reator ideal Aplicando-se uma tensão senoidal: tsen.VV máx aos terminais da bobina, haverá uma variação de tensão dV durante um intervalo infinitesimal de tempo dT , capaz de impor uma circulação de corrente diferencial dI . Esta corrente dI dá origem a um diferencial de f.m.m.: dI.NdF , onde N = número de espiras da bobina.Uma variação de fluxo é produzida: dI.NdFd que, por sua vez, produz uma f.c.e.m., nas N espiras da bobina, de acordo com a lei de Faraday: eV dT d .Ne c 30 Na malha fechada que constitui o circuito elétrico, temos instantaneamente, a presença das seguintes tensões: V = tensão impressa pela fonte; ce = f.c.e.m induzida, pela variação de fluxo, para equilibrar a tensão v. Analisando a bobina como um gerador, ou seja, como se fosse ela a causa pela circulação de corrente dI é comum considerar-se um nova f.e.m.: c ee ou ve Obtida com a aplicação da 2º. Lei (das malhas) de Kirchhoff: 0Vi Esta nova f.e.m.é dada também pela lei de Lenz: dt d .Ne Cálculo da corrente instantânea Sendo indeterminado o valor fornecido pela fórmula: 0 0 R ddv di ce torna-se necessário encontrar um outro caminho, para o calculo da corrente. De fato, da expresssão: dT dI .Le , temos: dt.V L 1dt.e L 1i º180tcos L V tcos L Vdt.tsen.V L 1i máxmáx máx º90tsen L V tº270sen L Vi máxmáx L VIº90tsen.Ii máx máxmáx Cálculo do fluxo instantâneo Partindo da lei de Lenz: dt d .Ne e com raciocínio idêntico ao caso anterior, chegamos às seguintes expressões: 31 º90tsen. máx e N. V máx máx Conclusões importantes : 1. O fluxo e a corrente estão em fase entre si e atrasados de 90º em relação à tensão de alimentação. tsen.VV máx º90tsenItcosIi máxmáx º90tsen.tcos máxmáx 2. Da expressão: N. V máx máx , resulta: .N.V máx Dividindo ambos os membros por 2 , temos: máx máx .N. 2 f..2 2 V , pois f..2 ef máx V 2 V e 44,4 2 .2 Portanto: máxef .N.f.44,4V 3. Da expressão: L. VI máx máx , temos: L. VI ef ef , ou ainda: L. I V ef ef 32 Ou seja, a impedância do reator ideal resulta: LJRZ , pois 0R L L LimL Modelo elétrico do reator ideal: Diagrama fasorial do reator ideal: 33 Reator real: No reator real, temos: i. A resistência ôhmica da bobina não é nula, existe portanto uma perda de potencia no cobre por efeito joule, igual a: 2 j i.RP ii. A relutância do circuito magnético vale: 0 Existem dois tipos de perdas no ferro: a. Perdas por histerese: É a energia, gasta para magnetizar o núcleo, representada pela área do ciclo de histerese. É dada pela formula de Steinmetz: Vol.B.f.P máxnH fazendo: 2n e Vol.f.K HP , vem: máx 2 PH B.KP H 34 b. Perdas de Foucault: É a energia, gasta por efeito Joule, devido às correntes de Foucault induzidas nas infinitas espiras e que circulam no material: 1i i 2 i F R eP ie f.e.m. induzidas nas infinitas espiras existentes no ferro. iR Resistência correspondente a cada espira. A chapa laminada apresenta uma perda de Foucault dada pela seguinte formula empírica: Vol. .6 B.f.tP máx 222 F t = espessura chapa; f = freqüência; Vol. = volume do núcleo; = resistividade do núcleo. Fazendo: .6 B.f.tK máx 222 PF , temos : máx 2 PF B.KP F As perdas totais, no ferro, resultam: máx 2 PPmáx 2 Pmáx 2 PFHFE B.KKB.KB.KPPP FHFH Fazendo: FH PPFE KKK , temos: máx2FF B.KP EE Lembrandoaexpressão: máxef .N.f.44,4V ,temos: máxFEef B.S.N.f.44,4V Fazendo: FEV S.f.44,4K , vem: V ef máxmáxVef K VBB.KV 35 Portanto, 2ef2 V FE 2 V ef FEFE V.K K K V .KP Fazendo: FE 2 V FE K KR , vem: FE 2 ef FE R VP FER Resistência fictícia que representa o lugar de dissipação do que representa o lugar de dissipação do calor devido às perdas no ferro. Modelo elétrico do reator real R Resistência ôhmica do enrolamento; dL Indutância relativa ao fluxo disperso; FER Resistência fictícia que simboliza as perdas no ferro; ML Indutância real relativa ao fluxo útil ou de magnetização. L Indutância de magnetização do reator ideal. Aplicando a 2º Lei de Kirchhoff à malha, temos: cdRcdR eeeV0eeeV cdi edt di .LRV dt di .L dt di .Li.Re m mpFEc 36 cd EI.LjRV Ld.jR EVI c Equação das potências: mcpc 2 d 2 apar c 2 d 2 apar 2 pFE 2 I.jEI.EILjI.RP I.EILjI.RP I.RI.Rcos.I.VP aparP = Potência total aparente; 2I.R = Perda no cobre por efeito Joule; 2 dILj = Perda reativa; pc I.E = Perdas no ferro; mc I.jE = Potência reativa absorvida pelo campo magnético. Transformador Introdução: Vimos que um campo magnético armazena energia magnética.A energia elétrica, absorvida por circuito elétrico, pode ser transferida a um outro circuito elétrico, através de um acoplamento magnético. Este acoplamento é obtido com o uso de um dispositivo denominado “Transformador”. Na sua forma mais simples, um transformador é constituído de um núcleo magnético, de pequena relutância, sobre o qual, estão enrolados no mínimo dois enrolamentos. Observar que o transformado não é um dispositivo de conversão de energia e sim de transferência de energia. De fato, ele transfere energia elétrica de um circuito, dito primário, para um outro, chamado secundário. As tensões e correntes primárias e secundárias, normalmente, são diferentes podendo chegar a ser iguais nos transformadores de isolamento. Classificação dos Transformadores Podemos classificar os transformadores de acordo com os seguintes critérios: I. Área de aplicação: a. Transformadores de potência: 37 São os transformadores usados para a transmissão e distribuição de energia elétrica. b. Transformadores para controles e comunicações: Usados com os amplificadores eletrônicos, para casamento de impedâncias, entre fontes e cargas, a fim de se obter a máxima transferência de energia. c. Transformadores de medição: São usados para medir grandes, valores, valores de tensão, corrente e potencia. d. Transformadores de potencia para aplicações especiais: Usado em fornos, retificadores, máquinas de soldar, etc. e. Autotransformadores: Usados para partidas de motores de c.a. f. Transformadores para testes: São usados nos testes de rigidez dielétrica. II. Número de fases: a. Monofásicos; b. Trifásicos. Material usado nos núcleos dos transformadores Os núcleos dos transformadores,normalmente,são construídos com chapa de silício, com espessura de 0,3 e 0,4 mm e com coeficiente de perdas entre 0,9 e 1,3 Kg W . A fim de se reduzir as perdas provocadas pelas correntes parasitas, as chapas alem de ser laminadas são também isoladas entre si. A isolação pode ser executada em varias maneiras: a. Colando-se uma folha de papel sobre uma das superfícies da chapa laminada, resultando um fator de empilhamento entre 0,90 e 0,93; b. Aplicando-se uma camada de verniz isolante, resultando um fator de empacotamento entre 0,93 e 0,95; c. Aplicando-se uma camada de silicato de sódio ou pela própria oxidação das superfícies da chapa. Neste caso, o fator de empilhamento chega a ser de 0,95 a 0,97. Montagem dos núcleos dos transformadores 38 Os núcleos dos transformadores monofásicos constituem um circuito magnético fechado em forma de anel (ou núcleo envolvido, tipo “core”), ou formando dois circuitos em paralelo (ou núcleo envolvente, tipo “Shell”): Núcleo envolvido tipo: Core Núcleo envolvente tipo: Shell Existem dois critérios de cortes de chapa na fabricação dos núcleos: a. Corta-se a chapa laminada, na prensa já como perfil de núcleo. Junta- se um certo numero de perfis até se obter uma espessura desejada. Apesar da baixa relutância magnética do circuito, devido à ausência de entreferros, este critério é muito pouco usado, porque apresenta as seguintes desvantagens: a.1. Considerável perda de chapa em retalhos; a.2. Elevado custo da mão de obra, devido à necessidade das bobinas serem enroladas a mão sobre o núcleo; a.3. Necessidade de estampo especial para corte. b. Corta-se a chapa em tiras retangulares e com elas monta-se o núcleo. Este método é largamente difundido, devido às seguintes vantagens: v.1. Pequena perda de chapa em retalhos v.2. Redução de custo de mão de obra v.3. Eliminação da necessidade de estampo especial para corte A fim de obtermos um melhor acoplamento magnético, os dois enrolamentos são montados sobre a mesma perna (ou coluna) do núcleo. Desta forma, podemos ter dois casos: a. Enrolamentos alternados; b. Enrolamentos concêntricos. 39 Enrolamentos alternados Enrolamentos concêntricos Outras classificações dos transformadores Em relação ao tipo de isolação, os transformadores são classificados em: a. Transformador seco: é aquele cujo núcleo e enrolamentos ficam imersos no ar; b. Transformador encapsulado: é aquele cujo núcleo e enrolamentos ficam protegidos com massa isolante (epoxy); c. Transformador imerso em óleo: é aquele que fica totalmente imerso em óleo isolante. Em relação ao tipo de resfriamento, os transformadores classificam em: a. Refrigeração natural, com ar ambiente; b. Refrigeração forçada, com circulação de ar; c. Refrigeração do óleo, com água; d. Refrigeração do óleo, com circulação forçada; e. Refrigeração do óleo, com circulação forçada e ventilação forçada; f. Resfriamento do óleo, com circulação forçada de óleo e água. Princípio de funcionamento do transformador Definição: Transformador é um dispositivo elétrico sem partes em movimento contínuo, o igual, por indução eletromagnética, transfere energia elétrica, de um ou mais circuitos a um outro ou mais circuitos, na mesma freqüência e geralmente em valores distintos de tensões e correntes. 40 O aspecto físico de um transformador, em sua forma mais simples, é representado na figura acima. Transformador ideal em vazio Analogamente ao reator, o transformador ideal é um transformador com as seguintes características: 1. A resistência ôhmica dos enrolamentos é nula,ou seja : 0RR 21 ; 2. A relutância magnética do circuito é nula ,isto é 0 ; 3. As perdas no ferro do núcleo são nulas: FER . Aplicando-se uma tensão senoidal aos terminais de um dos dois enrolamentos e deixando em aberto o outro enrolamento, teremos o funcionamento do transformador em vazio. O enrolamento alimentado é denominado “primário” que o outro “secundário”. Os parâmetros relativos ao primário trazem o índice 1; os do secundário o índice 2. Desta forma, temos : tsen.VV máx11 , igual à tensão de alimentação. O enrolamento primário,constituído de 1N espiras, será percorrido pelo diferencial de corrente 1id o qual produzirão diferencial de f.m.m.: 111 di.NdF e conseqüentemente um diferencial de fluxo: 111 di.NdFd Devido ao fenômeno de indução eletromagnética, será induzida, no enrolamento primário a f.e.m: 41 dt d .Ne 11 ou dt d .Ne 1c . E no enrolamento secundário, a f.e.m: dt d .Ne 22 Conforme já demonstrado para o reator ideal, analogamente, temos: º90tsen.Ii máx11 L. V I máx máx 1 1 º90tsen. máx 1 1 máx N. V máx Observações importantes: 1. O fluxo e a corrente primária estão em fase, entre si, e atrasados de 90º em relação a V1; 2. Das expressões: dt d .NVe 11c e dt d .Ne 22 temos: K e e e V e e 2 1 2 1 2 c Onde: K = relação de espiras dos enrolamentos primário e secundário. 3. Da expressão: 1 1 máx N. V máx , vem: máx11máx11 .N.f..2.N.V máx 2 .N.f..2 2 V máx111 máx 42 máx111 .N.f.44,4V ef máx111 .N.f.44,4E ef Da expressão: K V dt d .Ne 122 , temos: dt.tsen.V K.N 1dt.V K.N 1 máx1 2 1 2 º180tcos K.N. V tcos K.N. V 2 1 2 1 máxmáx º90tsen K.N. V º270tsen K.N. V 2 1 2 1 máxmáx º90tsen. máx K.N. V 2 1 máx máx máx21ef2 máx2 ef2 máx2 máx2máx2máx2 1 .N.f.44,4E 2 .N.f..2E 2 E .N.f..2.N.E K V máx Modelo elétrico do transformador ideal 43 Diagrama fasorial do transformador ideal Exercício Calcular o numero de espiras dos enrolamentosprimário e secundário de um transformador de 2200/220V, freqüência de 60 Hz, seção transversal do núcleo igual a 20cm e fator de empilhamento eK 0,9. A máxima densidade de fluxo admissível no circuito magnético é: 2máx m Wb2,1B Solução: 44 máx1ef1 .f.N.44,4V espiras3823N espiras3823 9,0x10x20x2,1x60x44,4 2200 .f.44,4 V N 9,0x10x20x2,1K.S.B 1 4 máx ef1 1 4 etmáxmáx espiras382N espiras382 10 3823 K NN 10 220 2200 V VK N N 2 1 2 2 1 2 1 Problemas propostos: 1. Para o exercício anterior, qual é o valor de máxB se a freqüência for f = 50 Hz 2. No mesmo exercício, quais são os valores de 1N e 2N para f = 50 hz e máxB = 1,2 T Transformador ideal em carga: Alimentando-se uma carga ZL com o secundário, teremos o transformador em carga. Uma corrente Zi circulará pela carga ZL provocada pela f.e.m. Sendo 2e em fase com f.c.e.m. ce , a corrente 2i tem sentido contrario à corrente primaria e portanto produz um fluxo desmagnetizante (contrário ao fluxo 0 ). 0 = fluxo existente do transformador em vazio. O valor dessa corrente é dada por: Z EI 22 e produz uma f.m.m. 222 I.NF que, por sua vez, gera um fluxo 2 em oposição a 0 como resultado temos um fluxo resultante 20 menor que 2 . Esta diminuição de fluxo produz diminuições instantâneas das f.e.m.s ce e 2e . Sendo 1V constantes (instantaneamente), a diferença c1 eV aumenta e provoca um acréscimo de 1I (dando origem à corrente 'I2 ) para criar um fluxo 1 , igual e contrário a 2 , tal que: 0120 ou seja: 21 . Concluiu-se que o fluxo 0 , em vazio, se mantém constante com a carga. 45 Resumo das seqüências dos acontecimentos: a. Em vazio: 10m10m1 VeI.NFIV b. Em carga: 021021221122 c2022222 F'I.NF'Ie e)(I.NFI Diagrama fasorial do transformador ideal em carga: 46 Transferência de impedâncias entre 1º E 2º L 2 2 Z EI K EEK N N E E 1 2 2 1 2 1 222122 'I.KI'I.NI.N 2 2 1 2 1 L 2 2 K 'I E 'I.K K E Z I E L 2 L 2 1 Z.K'Z 'I E A impedância de carga (ZL) transferida (ou refletida) do secundário ao primário é obtida multiplicando-se pelo quadrado da relação de espirais. L 2 L Z.K'Z 47 Sendo: 22m1 'I'III , temos: 1 1 1 2 1 Z I E 'I E 2 2 2 Z.K'Z e 2 1 1 K Z ''Z Aplicação: Acoplamento de impedâncias Exemplo: Devemos ter: 16Z'Z 12 2K4.K16Z.K'Z 22 2 2 ou seja : 2 N N 2 1 Exercício: Um transformador ideal de 1000/100V, 60 Hz alimenta, pelo lado de baixa tensão (BT), uma carga de 5 resistiva. A corrente em vazio é de 0,1 A. Determinar: a) A relação do número de espiras; b) A corrente no secundário; c) A corrente no primário; d) O valor de carga refletida no lado de A.T; e) As potências: ativa, reativa e aparente. De entrada e saída do transformador f) Diagrama fasorial (em carga). 48 º0A1,0I º05ZZ º90V100E º90V1000E º90V1000V m L2 2 1 1 a) Cálculo da relação de espiras (k): 10K10 100 1000 E V e e N NK 2 1 2 c 2 1 b) Cálculo de 2I : Aº9020 º05 º90100 Z EI L 2 2 c) Cálculo de 1I : º14,870025,22j1,0º902º01,0'III º902 10 º9020 K I 'I 2m1 2 2 d) Cálculo de L'Z : º0500º05.10Z.K'Z 2L2L 49 e) Cálculo das potências: VA200020.100I.VS W0º0sen.20.100sen.I.VQ W2000º0cos.20.100cos.I.VP 222 2222 2222 VA5,20020025,2.1000I.VS VAr100º86,2sen.0025,2.1000sen.I.VQ W2000º86,2cos.0025,2.1000cos.I.V1P 111 1111 111 f) Diagrama fasorial: Problemas propostos: 1. Repetir o exercício anterior para º375ZL (indutiva) 2. Idem para º6010ZL (capacitiva) Transformador real a. Resistências ôhmicas: No transformador real, existem resistências ôhmicas nos enrolamentos primário e secundário. Essas resistências provocam quedas de tensões )RIV( R e perdas de 50 potencia por efeito joule )RI( 2 . No modelo do transformador, representaremos essas resistências pelos parâmetros concentrados 1R e 2R , colocados em serie com os enrolamentos primário e secundários respectivamente. b. Perdas no ferro: Analogamente ao reator real, também no transformador real, temos perdas no ferro que são as somas das perdas por efeito Foucault. Tais perdas, no modelo elétrico são representadas pelo parâmetro Rfe (normalmente escrito como Rp); colocado em paralelo com a fonte de alimentação. c. Fluxo de dispersão: No transformador real, existe um certo fluxo que não se concatena com todas as espiras, tanto do primário como do secundário, fechando-se pelo ar. A este fluxo que não contribui para a indução das f.e.m.s ce e 2e , denominamos de fluxo disperso ou de dispersão. Transformador real em vazio Em vazio, no transformador real, circula no enrolamento primário uma corrente I0 que produz a força magneto motriz: 010 I.NF que, à sua vez, é responsável pelo aparecimento do fluxo 0 . Algumas linhas de fluxo fecham-se pelo ar com uma ou mais espiras do enrolamento primário.Este fluxo é chamado de fluxo de dispersão em vazio. A variação de fluxo 0 induz nos dois enrolamentos as f.e.m.s. ce e 2e respectivamente no primário e no secundário. dt d .Ne 1c dt d .Ne 22 K N N e e 2 1 2 c 51 O fluxo de dispersão não concatenando-se com todas as espiras N1 e N2, faz com que se torne menor que v1. No modelo elétrico o efeito de dispersão de fluxo é representado pelo parâmetro Ld1 = indutância de dispersão primaria. O qual provoca uma queda de tensão. Além da queda de tensão L1 V , temos também uma queda ôhmica 011 I.RV R , devido à resistência ôhmica do enrolamento primário. Na malha do primário, teremos, então: 011c1 I)jXR(eV Modelo elétrico do transformador real em vazio )LjR(Ve I.Ri.L.e 1d11c ppmmc Diagrama fasorial do transformador real em vazio: 52 Transformador real em carga: Aplicando-se uma carga LZ no secundário do transformador, teremos uma corrente secundária : 2L 2 2 ZZ ei L2222 Z.IZ.Ie 2222 I.ZEV 2L2 VZ.I L 2 2 Z VI A corrente 2i produz a f.m.m. 222 I.NF a qual gera um fluxo desmagnetizante: R I.N 22 2 . Algumas linhas deste fluxo não se concatenam com todas as espiras N2 do secundário, formando o que é denominada “dispersão no secundário”. Como o fluxo 2 tem efeito desmagnetizante,o fluxo inicia 0 e portanto diminuem ce e 2e . A diminuição de ce quebra o equilíbrio da malha primária : )jXR(IeV 110c1 e faz com que a fonte de tensão V1 injete uma corrente adicional I2’ no enrolamento primário. Na malha do primário, cria-se a nova situação: )jXR)('II(eV 1120c1 Obs: “ec em carga é menor de ec em vazio“. Portanto,o fluxo total,em carga,é ligeiramente inferior ao fluxo em vazio 0 . O efeito de queda de tensão no primário: )jXR)('II( 1120 existe também no secundário sob a forma de: )jXR(I 222 , o que nos sugere que a f.m.m. secundária 222 I.NF é contra- balanceada pela f.m.m. refletida no primário 212 'I.N'F , portanto, 2221 I.N'I.N ou K 'I I N N 2 2 2 1 , ou ainda: K I 'I 22 Quanto maior for a carga, maiores serão as f.m.m.s. F2 e F2’ nos respectivos enrolamentos, eportanto maiores serão os fluxos de dispersão nos dois enrolamentos. No modelo elétrico do transformador real em carga, os efeitos dos fluxos de dispersão são 53 representador pelos parâmetros Ld1 e Ld2 (ou X1 e X2) nos enrolamentos primário e secundário respectivamente. Obs: O fluxo disperso não se converte em perda de potencia e sim em redução de fluxo total de magnetização e, portanto numa redução de transferência de energia entre os dois enrolamentos. Modelo elétrico do transformador real em carga. Equações do transformador real L 2 2 Z VI 22222 I)jXR(VE K 'I I N N E E 2 2 2 1 2 c m m ppc I.jXI.RE mp0 III 201 'III 111c1 I).jXR(EV 54 Diagrama fasorial do transformador real em carga I.NI.N'FF 12222 Exercício: 55 Calcular 1V para um transformador com as seguintes características: 5 N N 1000X 02,0X 5,0X )indutiva(º534,0Z Vº0200V 2500R 004,0R 1,0R 2 1 m 2 1 L 2 p 2 1 Solução: a. Cálculo de 2I : º53500 º534,0 º0200 Z VI L 2 2 400j300)º53sen(j)º53cos(500I2 b. Cálculo de 2E : )400j300).(02,0j004,0(º0200I).jXR(VE 22222 4,4j2,2096,1j6j82,1200E 2 56 c. Cálculo de 1E : de 5 E E N N 2 c 2 1 , temos: 22j1046)4,4j2,209(5E.5E 2c 22j1046EE c1 d. Cálculo de 2'I : 5 'I I N N 2 2 2 1 80j60 5 400j300 5 I 'I 22 e. Cálculo de pI : 009,0j42,0 2500 22j1046 R EI p c p f. Cálculo de mI : 046,1j022,0j j .j 022,0j046,1 1000j 22j1046 jX EI m c m g. Cálculo de 0I : 037,1j442,0046,1j022,0009,0j42,0III mp0 h. Cálculo de 1I : 037,81j442,6080j60037,1j442,0'III 201 i. Cálculo de 1V : 57 V5,1093VV 1,44j6,1092V 104,8j221,30j518,40044,622j1046V )037,81j442,60)(5,0j1,0(22j1046V I).jXR(EV máx11 1 1 1 111c1 Problema proposto: No exercício anterior, calcular 1V , para os seguintes casos: 1. º0100V2 e 2,0ZL (resistiva); 2. V100V2 , A500IL e 8,0cos (capacitivo). Ensaios dos transformadores O objetivo da realização dos testes em transformadores consiste na determinação dos seus parâmetros, tais como: R1, R2, X1, X2, Rp e Xm. a. Ensaio de vazio: O ensaio de vazio consiste em se alimentar dos dois enrolamentos (denominado primário) e deixando o outro (secundário) em aberto. A corrente absorvida nestas condições é da ordem de 0,3 a 4% da corrente nominal do primário. A corrente secundária, evidentemente, é nula. As perdas joule são proporcionais a (4%) das perdas joule, no primário, com carga nominal. Portanto, 0P 1 j . Sendo, o primário do transformador, alimentado com a tensão nominal V01, o núcleo fica submetido a um valor máximo V1máx responsável pelas perdas no ferro que são iguais a: 2 1vmáx 2 ef V.KB.KP A f.m.m. em vazio é: m10 I.NF , a qual gera o fluxo de magnetização 0 e produz, também, um pequeno fluxo de dispersão que praticamente é insignificante. Sendo as perdas joule, em vazio, praticamente desprezadas ( 0P 1 j ), as perdas acusadas pelo wattímetro representam substancialmente as perdas no ferro. Portanto: ef0 PP 58 Esquema de ligações para o ensaio de vazio Leituras a serem efetuadas: V10 = Tensão de alimentação I10 = Corrente no primário W10 = Potência absorvida da fonte E20 = Tensão ou f.e.m.secundária. Cálculos para determinação dos parâmetros: a. 1010 10 0 I.V W cos b. 00p cos.II p 10 p I VR c. 00m sen.II m 10 m I V X Exercício: Um transformador monofásico de 500 KVA, 2200/220V, f = 60 Hz, foi ensaiado em vazio (alimentado pelo lado de BT) e os seguintes valores foram medidos: V10 = 220 V; I10 = 125 A; W10 = 4,8 KW Determinar: a. As perdas no ferro b. Os parâmetros Rp e Xm. a. KW8,4WP 10fe 59 b. 9847,0sen1745,0 125.220 4800 I.V W cos 0 1010 10 0 78,1 1,123 220 I V X 08,10 81,21 220 I VR )A(1,1239847,0.125sen.II )A(81,211745,0.125cos.II m 10 m p 10 p 00m 00p Problema proposto: No exercício anterior determinar as perdas no ferro e os parâmetros Rp e Xm alimentando-se o transformador pelo lado AT. b. Ensaio de curto circuito: O ensaio de curto circuito consiste em se alimentar um dos dois enrolamentos e fechando o outro em curto circuito. A tensão de alimentação necessária para fazer circular, em ambos os enrolamentos, é de aproximadamente 10% da tensão nominal primária. n1cc1 V1,0V Como as perdas no ferro variam com o quadrado da tensão primária, na condição de curto circuito, resultam da ordem de 1% das perdas no ferro de plena carga: 2 n1fefe V.KP (perda no ferro, para tensão V1n). Em curto circuito, temos: 2n1fecc1 2 fefe V1,0.KV.KP fen1 2 feccfe P.01,0V.K.01,0P 60 Sendo as perdas no ferro da mesma ordem de grandeza das perdas no cobre,com o transformador funcionando a plena carga,podemos concluir,portanto,que em curto circuito as perdas no ferro são desprezíveis. As perdas joule, em curto circuito, valem: 2 22n1 2 1j I.RI.RP cc (igual às perdas joule nominal) Modelo elétrico do transformador em curto circuito: Em curto circuito, as correntes Ip e Im podem ser desprezadas, em vista de V1cc ser menor ou igual a 0,1.V1n. Assim sendo, Rp e Xm podem ser retiradas do modelo elétrico. Portanto, temos: 61 Transferindo-se os parâmetros do secundário, X2 e R2, para o primário, obtemos o seguinte esquema: Fazendo: T21 T21 'X'XX 'R'RR e O nosso modelo vai simplificado-se no seguinte: 2 1 cc T1 2 Tcc cc 1 cc 1 I P 'RI.'RP Leituras a serem efetuada durante o ensaio de curto circuito: V1cc = Tensão de alimentação; I1cc = Corrente primaria de curto circuito; W1cc = Potência absorvida da fonte; I2cc = Corrente secundária de curto circuito. Cálculos para determinação dos parâmetros: 2 1 1 T cc cc I W 'R cc cc 1 1 T I V 'Z 2 T 2 TT 'R'Z'X Cálculos para determinação da resistência R1 e R2’ e da reatância X1 e X2’: 62 1 1 11 S l .R 2 2 22 S l .R 1médio1 N.ll 2médio2 N.ll 1 1 1 S I 2 2 2 S I 1 1 1 IS 2 2 2 IS Supondo que os comprimentos médios ( 1médiol e 2médiol ) E as densidades de corrente 1 e 2 sejam iguais,isto é: médiomédiomédio lll 21 21 Teremos: 1 1med 1 I N.l .R 2 2med 2 I N.l .R 1 2 2 1 2 2 1 1 2 2 1 1 2 2med 1 1med 2 1 I I . N N N I . I N I N I N I N.l . I N.l . R R 2 2 1 KK.K R R Obs: A expressão acima é valida quando os dois enrolamentos, 1º. E 2º, possuem a mesma geometria (ou comprimento de espira média) e a mesma densidade de corrente. Prosseguindo: 2 T 2 T 11T 2 2 2 2 2 2 2 2 121T K.2 'RR 2 'RRR2'R R.K2R.KR.KR.KR'RR'R 63 2 1 d1 N .L.X 1 2 2 d2 N .L.X 2 2 2 2 2 1 2 1 K N N X X Em modo análogo à resistência, teremos: 2 'XX T12 T 2 k2 'XX Exercício: O transformador do exercício anterior foi submetido a ensaio de curto circuito, com a alimentação feita pelo lado de A.T. Os seguintes valores foram obtidos: V1cc = 110V; I1cc = 250 A; P1cc = 5 KW. Determinar: a. As perdas joule a plena carga; b. RT e XT referidos ao lado da A.T; c. R1, R2, X1, X2 (supondo que os enrolamentos sejam geometricamente semelhantes). a. KW5PP cc1j b. 08,0 250 5000 I P 'R 22 1 1 T cc cc 433,008,044,0'R'Z'X 44,0 250 110 I V 'Z 222 T 2 TT 1 1 T cc cc c. 10 220 2200 V VK 2 1 64 002165,0 10.2 433,0 k2 'XX 2165,0 2 433,0 2 'XX 10.4 10.2 08,0 K2 'RR 04,0 2 08,0 2 'RR 22 T 2 T 1 4 22 T 2 T 1 Rendimento do Transformador Pe = Potência de entrada ou absorvida da fonte; Ps = Potência de saída, útil ou fornecida à carga; Pp = Potência perdida ou dissipada no transformador. Definição: 100. P P100. P P entodimnRe e s 1 2 ou 100. PP P ps s %100 2222s cos.I.VPP 2 2Tfejfep I.''RPPPP 22 1 T RK R ''R Substituindo na expressão do rendimento, vem: 100. I.''RPcos.I.V cos.I.V 2 2Tfe222 222 Para um determinado fator de potência: 2cos = constante, O rendimento resulta função somente de I2, pois V2 também é praticamente constante: 65 Denominado a = índice de carga de: N2 2 I I a I2 = corrente secundária qualquer; I2n = corrente secundária nominal. Temos: N22 I.aI , que substituída na equação do rendimento, da a seguinte relação: 100. I.''RaPcos.I.V.a cos.I.V.a 2 N2T 2 fe2N22 2N22 E considerando que, N22 VV , temos: N2N2N2N22 SI.VI.V Potência aparente nominal do 2º. Como nn2n1n1n1n2n2 SSSI.VI.V . Enfim, temos: 100. I.''RaPcos.S.a cos.S.a 2 n2T 2 fe2n 2n 66 O rendimento resulta portanto função somente do índice de carga a, para um determinado 2cos . )a(v )a(u)a( , onde: 2n cos.S.a)a(u 2n cos.S)a('u 2 n2T 2 fe2n I.''R.aPcos.S.a)a(v 2 N2T2n I.''R.a.2cos.S)a('v a. Plena carga e 8,0cos 2 e a = 1 976,0 5000.148008,0.500000.1 8,0.500000.1 P.aPcos.S.a cos.S.a 2 jn 2 fe2n 2n b. Carga de 300KW e 5,0cos 2 VA600000 5,0 300000 cos PS 2 2 2,1 500000 600000 S S a n (sobrecarga de 20%) 9615,0 5000.2,148005,0.500000.2,1 5,0.500000.2,1 2 c. carga de 200KW e 8,0cos 2 67 VA250000 8,0 200000S 5,0 500000 250000 a 9706,0 5000.5,048008,0.500000.5,0 8,0.500000.5,0 2 d. Rendimento máximo 9798,0 5000 4800 P P a jn fe Potência na qual ocorre máx KVA9,489500000.9798,0S.aS n 9808,0 5000.9798,048001.500000.9798,0 1.500000.9798,0 2máx VALORES NOMINAIS: São os valores de tensão, corrente, potência, freqüência, fator de serviço, regime e classe de temperatura para os quais o transformador foi projetado. As perdas no núcleo de ferro e as perdas por efeito joule produzem aquecimento que podem causar dano nos materiais isolantes e conseqüentemente provocar um curto circuito. Com o objetivo de limitar a máxima elevação de temperatura admissível, existem as seguintes classes de temperatura, de acordo com os próprios materiais isolantes: Classe de Temperatura Cºt Máxima Permissível Y 40º A 55º E 70º B 80º F 105º H 130º 68 Valores por unidade ou em p.u. Definição: “Valores de base” são os valores de tensão, corrente e potências nominais do transformador. V1b = V1n Tensão de base primária = Tensão primária nominal; V2b = V2n Tensão de base secundária = Tensão 2ª nominal; I1b = I1n Corrente de base 1ª = Corrente 1ª nominal; I2b = I1n Corrente de base 2ª = Corrente 2ª nominal; Sb = Sn Potência de base = Potência Nominal. b1 b1 b1 I VZ Impedância de base 1ª b2 b2 b2 I VZ Impedância de base 2ª Valores por unidade ou em p.u: b2 2 b1 1 I I I I .)u.p(i b22b11 n22n11 2211 I.NI.N I.NI.N I.NI.N Nota: Os valores de corrente em p.u. são iguais para os dois enrolamentos. Analogamente, para RT e XT temos: b2 T b1 T T Z ''R Z 'R .)u.p(R Demonstração: b2 T n2b2 n2T n2 b2 2 n2 T 2 n1b1 n1T b1 T Z "R I.Z I".R K I .Z.K K I ".R.K I.Z I'.R Z 'R .)u.p(V V ''V V 'V I.Z I.'R .)u.p(R R b2 R b1 R n1b1 n1T T 69 “A resistência total em p.u. é igual à queda de tensão nas resistências em p.u.” b2 T b1 T T Z ''X Z 'X .)u.p(X Voltando à resistência RT (p.u.), pretendemos ressaltar ainda: .)u.p(P S P S P I I . Z 'R .)u.p(R jn b jn n jn 2 n1 2 n1 b1 T T “A resistência total em p.u. é igual às perdas joule nominais em p.u.“ Valores típicos para os transformadores: a. Corrente em vazio: I0 = 2 à 5% b. Resistência total: RT = 0,5 à 2% c. Reatância total: XT = 3 à 10% d. Perdas no ferro: Pfe = 0,5 à 2% e. Perdas no cobre: Pjn = 0,5 à 2% Exercício: Conhecendo-se a potência nominal de um transformador,suas tensões e impedâncias equivalentes em , determinar: a. Resistência, reatância e impedância percentuais e em p.u; b. Corrente de vazio em p.u. e %; c. Queda de tensão, devido à impedância em p.u. e a perda por efeito joule em (W). São dados: Sn = 15KVA R1 = 2,4 V1n = 2400V R2 = 0,023 V2n = 240V X1 = 9 I0 = 0,48 (A.T.) X2 = 0,092 a. RT (p.u.); X T (p.u.); Z T (p.u.). %22,10122,0 384 7,4 25,6 2400 3,24,2 2400 15000 2400 023,0.104,2 I V R.KR Z 'R .)u.p(R 2 b1 b1 2 2 1 b1 T T 70 %74,40474,0 384 2,99 384 X.KX Z 'XX 2 2 1 b1 T T %89,40489,0 384 2,187,4 Z 'X'R Z 'X .)u.p(Z 22 b1 2 T 2 T b1 T T b. Corrente de vazio em p.u: %68,70768,0 25,6 48,0 I I .)u.p(I b1 10 0 c. %89,40489,0 Z 'Z .)u.p(ZV b1 T Tz 0489,0 2400 25,6.79,18 V I.'Z V 'V .)u.p(V b1 n1T b1 z z %22,10122,0.)u.p(R.)u.p(Pj Tn Problema proposto: Repetir o exercício anterior, calculando os mesmo valores em p.u. e % porém para o lado de B.T. Regulação: (Re) E2 = f.e.m. em vazio, no secundário; V2 = Tensão no secundário, em carga. Para transformador ideal: 22 VE Para transformador real, 22 VE (para cargas indutivas e resistivas). 71 Definição: 100. V VER 2 22 e Valores típicos de regulação: 20% para transformadores pequenos; 2% para transformadores grandes. Modelo elétrico utilizado para desenvolver a formula da regulação: 22 1 T RK R "R 22 1 T XK X "X n2TTn2n2 I)."jX"R(VE Analisaremos, inicialmente, o caso de uma carga indutiva: 72 n2Tn2n2n2 I."Rcos.VE x n2Tn2n2n2 I."Xsen.VE y 2 n2T2n2 2 n2T2n2n2 I."Xsen.VI."Rcos.VE 100. V VI."Xsen.VI."Rcos.V R n2 n2 2 n2T2n2 2 n2T2n2 en 100.1 V I."Xsen.VI."Rcos.V R n2 2 n2T2n2 2 n2T2n2 en 100 V I."X100 sen100 V I."R100 cos100R 2 n2 n2T 2 2 n2 n2T 2en100%Xsen100%Rcos100R 2T2 2 T2en Para carga indutiva. Para carga capacitiva, temos a seguinte configuração: 73 Analogamente, para carga capacitiva, temos a seguinte expressão: 100%Xsen100%Rcos100R 2T2 2 T2en Para carga capacitiva. n2Tn2n2ny2 n2Tn2n2nx2 I."XsenVE I."RcosVE Exercício: Calcular a regulação do transformador para uma carga com fator de potência igual a 0,8 indutivo, 1 e 0,8 capacitivo. São conhecidos os seguintes parâmetros: RT = 1,22 % XT = 4,74 % a. 8,0cos n2 indutivo: %87,310074,46,0.10022,18,0.100 22en b. 1cos n2 : %33,110074,40.10022,11.100 22en c. 8,0cos n2 capacitivo: 74 %76,110074,46,0.10022,18,0.100 22en Transformadores trifásicos e especiais Três transformadores monofásicos podem ser ligados em modo tal que venham a constituir um banco de transformadores ou um transformador trifásico. O sistema de alimentação trifásico é composto normalmente por quatro fios: três fases e um neutro: Banco de Transformadores: As ligações possíveis dos três transformadores monofásicos estão esquematizadas na próxima figura. Sendo a potência de cada transformador monofásico igual a S (KVA), a potência total do banco de transformadores será igual a 3.S (KVA). 75 Os três transformadores sendo independentes, não existirá nenhuma interação entre os fluxos produzidos por cada transformador, portanto a análise do comportamento do conjunto é idêntica aquela já estudada sobre os transformadores monofásicos. Transformador trifásico O banco de transformadores nos sugere de colocar, numa única carcaça, os três núcleos monofásicos, a fim de termos uma evidente economia de material. Dispondo-se os 76 três transformadores conformes indicados na próxima figura, é possível substituir. O banco de transformadores que sugere o transformador trifásico: De fato, sem alterar o funcionamento, é possível substituir, as três pernas A,B e C, por uma única perna central, obtendo-se a seguinte figura: 77 O fluxo de magnetização de cada transformador é dado por: )º120tsen(. )º120tsen(. tsen. máx3 máx2 máx1 E na perna central o fluxo resultante vale: 0321 Sendo nulo fluxo na perna central, podemos retirar esta perna. Obteremos, desta forma, a seguinte configuração, sem alterar o funcionamento dos transformadores: 78 Devido às evidentes dificuldades de execução, adota-se comumente a seguinte estrutura: Observamos que não existe mais a simetria do circuito magnético porem é obvia a economia de material e de mão de obra. Devido à assimetria do núcleo do transformador trifásico, a f.m.m. das pernas laterais é maior que a da perna central. Ou seja, as correntes de vazio das bobinas situadas nas pernas laterais são iguais entre si e maiores que a da bobina central. Como ordem de grandeza, temos: bcA I).5,1à3,1(II Auto transformador 79 Denominamos com esse nome a um transformador monofásico ou polifásico que possui apenas um único enrolamento por fase. O aspecto físico e o esquema elétrico estão representados nas figuras que seguem: 21 III 12 III 2211 I.NI.N 1 2 1 2 I.N NI 80 1 2 1 11 2 1 I.1 N NII. N NI Fazendo-se igual a dois a relação de espiras, isto é: 2 N N 2 1 , a corrente I Será igual a: 11 2 1 II.1 N NI Portanto, a grande vantagem do autotransformador é obtida quando a sua relação de espiras for igual a dois. Variador de tensão ou “Variac” Trata-se de um autotransformador com relação de transformação continuamente variável. O variac é obtido enrolando-se, sobre um núcleo de ferro toroidal, uma bobina com uma única camada de fio sem isolação no topo do toróide. Uma escova de grafite desliza sobre as espiras, fornecendo a derivação desejada. O variador de tensão sacrifica a vantagem principal dos autotransformadores, porém resolve, de uma forma muito simples, a necessidade de se obter uma tensão alternada, continuamente variável. 81 Transformadores de medidas a. Transformador de tensão : (TP) Sabemos que a medida da tensão é feita por meio de voltímetros, porém se desejamos medir tensões elevadas, não é prático o uso de voltímetros,os quais exigem multiplicadores de valores elevados e oferecem muito risco de perigo ao operador.Assim sendo, é comum o emprego de transformadores de tensão, os quais abaixam a tensão a valores normalizados e projetados em modo tal que a corrente absorvida nos voltímetros seja desprezível. 82 1 1 2 2 E.N NE Observações: 1. O TP é tanto melhor quanto menor for a diferença de fase entre V1 e V2. 2. O uso da TP permite isolar primário e secundário, eliminando o risco de perigo do operador. 3. Se o Voltímetro for graduado normalmente, por exemplo, de 0 a 100 V,a leitura deverá ser multiplicada pela relação de espiras K N N 2 1 , para obter a tensão que se deseja medir. É muito comum também o uso de se graduar o voltímetro diretamente em alta tensão. b. Transformador de corrente: (TC) Assim como os TP’s auxiliam a medida de tensões elevadas, os transformadores de corrente (TC’s), são utilizados para poder medir grandes intensidades de correntes. O TC constitui um transformador com o secundário em curto circuito fechado sobre um amperímetro. O enrolamento primário é percorrido pela corrente que se deseja medir. 83 I1 = corrente de linha determinada pela carga. 2 1 2 11 2 N I N N.II (normalmente, N1=1). A5I máx2 , normalmente. Observar que a corrente I2 independe de I1 que a sua vez depende da carga, portanto a corrente I2 depende somente da carga: 2 1 2 N II O que acontece se inadvertidamente o secundário for aberto? Devido à necessidade de manter a corrente I2, o enrolamento secundário ficará submetido a uma tensão 2V . De fato, sendo 222 I.RV (R2 = resistência equivalente do enrolamento secundário e do amperímetro) Com o secundário em aberto: 2R 2222 I.I.RV Com o intuito de encontrar o valor de a para o qual o rendimento se torne máximo, basta derivar a expressão: )a(V )a(u)a( , e iguala-la a zero: 0 v u'vv'u da )a(d 2 22 n2T 2 fe2n 2n 2 n2T2n 2 n2T 2 fe2n2n I"RaPcos.S.a cos.S.aI."R.a.2cos.SI."R.aPcos.S.a.cos.S da )a(d 0I."R.a.2cos.SI."RaPcos.S.a0 da )a(d 2 n2T2n 2 n2T 2 fe2n 2 n2T 22 n2T 2 n2Tfe I."RaI."R.aI."R.a.2P jn fe 2 n2T fe P P I."R P a Conclusão: Uma carga I2, para apresentar rendimento máximo, deverá ser igual a: 84 n2 jn fe n22 I.P P I.aI Exercícios: 1.Um transformador de 500 KVA, tem KW8,4Pfe e KW5Pjn . Determinar o rendimento para as seguintes condições de carga: a. Plena carga e 8,0cos 2 ; b. Carga de 300KW e 5,0cos 2 ; c. Carga de 200KW e 8,0cos 2 ; d. Determinar também o máximo rendimento e a carga em que ocorre, com 1cos 2 . alminno.Apar.Pot .funcionam.Apar.Pot S S S S V.I V.I I I a nn2 2 n2n2 n22 n2 2 2. Um transformador de 25 KVA, 2400/240 V, 60 Hz, apresentou: a. Em vazio: 1,6 A e 114 W, alimentado pelo lado B.T; b. Em curto-circuito: 55 V, 360 W e corrente nominal alimentado pelo lado de A.T. Determinar: i. As perdas no ferro; ii. As perdas joule para carga plena, 75% - 50% E 25% de carga nominal; iii. O rendimento máximo para carga com fatores de potência: 1.0; 0.8e 0,6 indutivos; iv. Regulação a plena carga, com fator de potência: 1.0, 0.8 indutivo e 0.8 capacitivo. 3. Um transformador de 100 KVA apresentou com plena carga resistiva, um rendimento de 98%. O valor máximo de rendimento ocorreu com dois terços dessa mesma carga. Determinar: a. As perdas no ferro; b. As perdas nominais no cobre; c. O valor do rendimento máximo. 4. Um transformador apresenta: VI = 230V; f = 50 Hz; N2 =1500 espiras e Wb00207,0máx . Determinar: a. Número de espiras no primário: N1; b. Tensão no secundário: V2; c. A seção geométrica do núcleo para uma indução máxima de 0,5 Wb/m2. 85 5. (Prova de 30.05.81)Um transformador de 10 KVA, 5000/100V, 60 Hz, apresentou: i. Em vazio: 4A e 150 W, alimentado pelo lado de B.T; ii. Com o lado de B.T. em curto-circuito: 2A, 300V e 180W. Determinar: i. Os parâmetros Rp, Xm, Re e Xe referidos ao lado de A.T; ii. Perdas no ferro e no cobre, para 50%, 80% e 100% de carga nominal resistiva; iii. Os parâmetros Re (p.u.) e Xe (p.u.); iv. O valor do rendimento para 80% de carga nominal e fator de potência 0,6 indutivo. 6. (Prova de 30.05.81) No circuito equivalente da figura, determinar: a. A corrente primária fasorial : 1I ; b. As perdas no ferro; c. Potência ativa, reativa e aparente fornecida à carga; d. Potência ativa, reativa e aparente absorvida da fonte; e. Impedância equivalente em p.u. e em ohms (referida ao primário); f. Diagrama de fasores. 7. (Exame de 10.01.81) No circuito equivalente da figura, determinar: a. A corrente primária fasorial: 1I ; b. As perdas no ferro; c. O rendimento; d. O digrama de fasores. 86 8. (Exame: 12.01.82) No circuito equivalente da figura, determinar: a. A corrente primária fasorial: 1I ; b. As perdas no ferro; c. Potência ativa, reativa e aparente absorvida pelo transformador. PROVA: 1. A figura representa um eletroímã cilíndrico.A armadura móvel é puxada para baixo por uma mola no repouso: I = 0; e0 = 15mm; Fmola = 0; Fdesenv = 0. Para i = ICC = 3A; e = 125 mm; Nesp. = 1000 espiras. Determinar: a) A constante da mola; b) A força desenvolvida no equilíbrio; c) As curvas de Fdesenv no eletroímã e força da mola em função do deslocamento; d) A corrente C.A.que produz o mesmo resultado que C.C; e) A força desenvolvida na junção considerando corrente para atracamento de 0,2 A. 87 Lembramos que: 0 2 vsende 0 2 e vsende 2 e0vsende 2 2 0vsende e0e ee eefeT e .S.2 F B .S. 2 1F H.S.. 2 1F x I.N .S.. 2 1F H.B S.B x I.NHl.HI.NmmF a) )x10.15(k)xe(kF 3m0mmola Sendo que: 88 23 23 2 7 0 2 2 0vsende 3 m10.96,1 2 10.50 .r.S 10..4 x I.NS.. 2 1F máxF0x zeroF10.15x m10.5,12x A3I espiras1000N 3 Kgf2,7N5,70)10.5,12( )3.1000( .10.96,1.10..4. 2 1F 23 2 37 vsende b) 2 2 vsende x 10.1,1F Para Kgf2,7N5,70F m12,5.10 x vsende3- . MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA GENERALIDADES Existem dispositivos denominados conversores (ou transdutores) eletromecânicos de energia, capazes de converter energia mecânica em energia elétrica e vice-versa. A máquina de c.c. é um deles: é, portanto um conversor eletromecânico de energia, ou simplesmente conversor eletromecânico. Basicamente, ela é composta de três partes: a. Parte elétrica; b. Parte mecânica; c. Parte magnética. A parte magnética serve como intermediária entre a elétrica e a mecânica. É a região onde ocorre o fenômeno de conversão eletromecânica de energia. 89 Princípio de funcionamento: Na parte elétrica, a energia, num intervalo infinitésimo de tempo, vale: dt.i.edE .elétr Onde: e = Tensão,ou força, elétrica; i = Corrente elétrica (ou velocidade da quantidade de carga). Na parte mecânica, um diferencial de energia é dado pela expressão: dt..Cdt.v.FdE mec F = Força mecânica; v = velocidade. Na parte magnética, ocorrem dois fenômenos, dependendo do sentido de fluxo de energia: O sentido que vai da energia mecânica para a elétrica, produz uma ação geradora; o sentido oposto dá origem a uma ação motora. Ação Geradora: ocorre com o fenômeno de indução eletromagnética, expresso pela lei de Lorentz: Bv.dled Consideremos um condutor retilíneo, de comprimento, imerso num campo magnético, onde a indução é constante e disposto em posição às linhas de fluxo (ou de forças) desse campo. (ver a figura): 90 Se fornecermos, ao condutor, uma certa energia mecânica, isto é: um movimento com velocidade haverá, em cada elemento deuma f.e.m. induzida: Bv.dled Integrando, ao longo do condutor, obtemos a f.e.m. total: sen.B.v.lee Bv.lBv.dlede e = volt; l = m; B = Wb/m2; = Ângulo entre V e B Se BV , = 90º e portanto: V.l.Be Observações: a. O sentido de e pode ser obtido tanto pelo produto vetorial como pela regra da mão direita. b. Nesta ação geradora,partimos do parâmetro mecânico V e, através da interação com a indução magnética B ,chegamos à grandeza elétrica e . Ação motora: ocorre com o fenômeno da ação do campo magnético sobre a corrente elétrica, expresso pela lei de Lorentz. Bi.dlFd Voltando à figura anterior, imaginemos de fornecer energia elétrica em lugar de energia mecânica, isto é: vamos impor uma corrente i, ao longo do condutor. Assim sendo, cada elemento dl será submetido à força mecânica. Bi.dlFd Integrando, teremos a força total F exercida sobre o condutor: 91 sen.i.lFF Bi.ldlBiBi.dlFdF ONDE: F = Newtons; l = metros; B = Wb/m2 = ângulo entre i e B Se Bi , =90º e portanto: i.l.BF Observações: a. O sentido de F pode ser dado tanto pelo produto vetorial como pela regra da mão esquerda. b. Na ação motora, partimos do parâmetro elétrico i e, através da interação com B , obtivemos a força mecânica F . 92 Analogia entre os parâmetros mecânicos elétricos e magnéticos: Grandeza Mecânica Grandeza Elétrica Grandeza Magnética Força"F" ; velocidade"v" Tensão "V" ; corrente "I" F.m.m:"F"; Fluxo:" " Potência mecânica: F.v Potência elétrica: V.I Potência Magnética: F. Reação: R Resistência: R Relutância: Deslizamento Condutibilidade: Permeância: µ Coeficiente e Atrito Resistividade: 1 Relutividade: 1 Ação geradora e conjugado resistente dos geradores Voltemos ao 1º. Caso (ação geradora), a fim de tentar aproveitar, a f.e.m. induzida disponível. Para tanto, ligamos uma resistência aos terminais do condutor: uma corrente i = circulara através do circuito fechado.Esta corrente interagirá com o campo magnético, produzindo a força de Lorentz F .O sentido desta força é contrário ao de V e,por este motivo,ela é denominada de força resistente rF .O conjugado correspondente a rF é chamado: conjugado resistente dos geradores. Para manter o condutor em movimento,é necessário aplicar uma força rr F'F , ou seja, uma potencia mecânica : Nestas condições,o condutor comporta-se como um gerador que, no caso ideal,transforma a potência mecânica recebida V.'F r em potência elétrica gerada : i.e . AÇÃO MOTORA E FORÇA CONTRA ELETROMOTRIZ INDUZIDA 93 No 2º.caso (ação motora), vimos que a corrente imposta i dava origem à força F , cujo sentido era dado pela regra da mão esquerda (na figura, esse sentido é para baixo). Esta força, agindo sobre o condutor arrasta-o, no sentido de sua ação, com uma velocidade. Este movimento do condutor,
Compartilhar