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Aula 05 
Prof. Roberto Troncoso 
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Aula 05 
Direito Constitucional 
Técnico do MPU 
4 Organização político-administrativa: das competências da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios. 
Professor: Roberto Troncoso 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
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Aula 05 
4 Organização político-administrativa: das competências da 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
I.  FORMAS DE ESTADO, FORMAS, SISTEMAS E REGIMES DE GOVERNO ‐‐‐‐ 4 
II.  ENTES FEDERADOS ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 23 
III.  REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 42 
IV.  INTERVENÇÃO ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 79 
V.  QUESTÕES DA AULA ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 97 
VI.  GABARITO ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 111 
VII.  BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 112 
 
Olá futuros Técnicos do MPU! 
Prontos para o SEU salário de até R$ 11.398,39? (Remuneração do final 
de carreira em Jan/2019 ) 
Na aula de hoje, estudaremos a organização do Estado brasileiro. “Mas 
Roberto, para que estudamos isso?” Ora, conhecendo a estrutura e o 
funcionamento do Estado brasileiro, temos condições de saber como se divide 
e se comporta a máquina estatal, mas também, e principalmente, como 
funciona o Brasil. 
Como sempre, faremos muitos exercícios da sua banca para que você treine 
muito e tenha uma visão de todos os ângulos da matéria: serão 120 
exercícios comentados! Isso para que possamos fechar a prova de Direito 
Constitucional! 
Ao responder as questões, leia todos os comentários, pois foram feitas várias 
observações além da mera resolução da questão, ok? 
Você notará que alguns esquemas e respostas foram exaustivamente 
repetidos nos comentários das questões. Isso não é por acaso! Sugiro 
que você os revise várias vezes, para internalizar o conhecimento. 
Na aula de hoje, teremos APENAS 42 páginas de conteúdo (teoria). O 
restante das páginas é dividido entre exercícios comentados, MUITOS 
esquemas e a lista das questões da aula. Dessa forma, apesar de o número de 
páginas ser elevado, a leitura do material é bastante rápida e agradável! 
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I. FORMAS DE ESTADO, FORMAS, SISTEMAS E 
REGIMES DE GOVERNO 
1. FORMAS DE ESTADO 
Os Estados, quanto à sua forma, podem ser divididos em federados, 
confederados e unitários. 
 
A. Estado Unitário 
Os Estados unitários são aqueles que não possuem descentralização político-
administrativa, ou seja, o governo é exercido somente pelo governo central. 
Eles possuem governo único, conduzido por uma única entidade política, que 
exerce, de forma centralizada, o poder político. 
O Estado unitário pode ser centralizado, ou seja, todos os atos de governo 
estão a cabo do governo central, ou descentralizado, ou seja, apesar de 
haver divisões administrativas, as decisões políticas são efetivamente tomadas 
pelo governo central. Assim, em um Estado unitário descentralizado, existe um 
governo local, mas ele é dependente do governo central, não havendo 
descentralização política. 
Exemplos de Estados unitários são o Uruguai e a China. 
 
B. Estado Federado (Federação) 
Os Estados federados tiveram sua origem em 1787 com a Constituição dos 
Estados Unidos. Sua principal característica é que o Estado Federal possui 
SOBERANIA, enquanto os entes federados possuem AUTONOMIA. Este é 
o caso do Brasil: a República Federativa do Brasil possui soberania, enquanto 
os entes federados (como os estados e municípios) possuem autonomia. 
A soberania refere-se ao fato de não existir nenhuma outra entidade superior 
na ordem externa nem igual na ordem interna, já a autonomia é a 
capacidade de os estados-membros de se autoadministrarem, se auto-
organizarem e se autogovernarem. Falaremos sobre elas mais a frente. 
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As principais características do federalismo são: 
i. Repartição de poderes: deve haver uma divisão do poder para que ele 
não se concentre nas mãos de uma só pessoa. No Brasil, a Constituição 
traz, logo no art. 2º: “São Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.” 
ii. Repartição de competências: as competências de cada ente federativo 
(União, estados, DF e municípios) devem ser estabelecidas previamente. 
Dessa forma, cada ente terá suas atribuições e, normalmente, um ente 
federado não pode adentrar nas atribuições dos outros. 
A repartição de competências serve tanto para que um ente não interfira 
indevidamente na atuação de outro, quanto para garantir que não sejam 
suprimidas as atribuições de um ou de outro ente. Estudaremos as 
competências mais a frente. 
iii. Descentralização política: a administração e o governo de cada ente 
federado não se submetem à vontade dos demais. Assim, cada unidade 
tem a capacidade de se autogovernar, de eleger os seus representantes 
e de se autoadministrar, sem a interferência dos outros entes da 
federação. 
Não confunda a descentralização política com a administrativa, que é 
aquela que cria as fundações, autarquias, empresas públicas, etc. 
iv. Auto-organização dos Estados-Membros: os Estados-Membros 
possuem o poder-dever de se auto-organizarem e elaborarem sua 
própria Constituição Estadual. Observe que os municípios não possuem 
Constituição. Eles possuem uma lei orgânica, que não tem status 
constitucional. 
v. Entidades autônomas: a autonomia é o poder que os entes possuem 
de agir de forma livre (dentro dos limites constitucionais), ou seja, não 
há hierarquia entre os entes federados. Isso quer dizer que a União 
não “manda” nos estados, DF ou municípios, não havendo 
subordinação entre eles. 
O que existe é uma divisão de competências. Dessa forma, no 
federalismo brasileiro, as competências mais importantes foram deixadas 
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a cargo da União, por isso, tem-se a impressão de que a União “manda” 
nos demais entes. 
vi. Não cabe direito de secessão: secessão é o mesmo que separação. 
Assim, caso um ente federado queira se separar do Brasil para formar 
um Estado independente, isso não poderá ocorrer. Dessa forma, existem 
mecanismos na CF que impedem e repelem um comportamento 
separatista de um ente federado (como a intervenção). 
vii. Constituição rígida: a Constituição rígida é aquela que admite 
modificação, mas essa mudança deve seguir um procedimento mais 
difícil do que a elaboração das leis comuns. Assim, a Constituição rígida 
garante uma maior estabilidade na federação, sem engessar a 
Constituição. 
viii. Órgão guardião da Constituição: caro Técnico do MPU, quase tudo o 
que está escrito, em grande parte das vezes, admite interpretações 
diferentes. Tomemos como exemplo a Bíblia: o conteúdo de todas as 
bíblias é igual (com algumas exceções), no entanto, as interpretações 
possíveis para ela são quase infinitas. Da mesma forma é a Constituição. 
Existem inúmeras interpretações para cada parte do texto constitucionale, para se evitar o caos jurídico, cabe a última palavra ao órgão guardião 
da Constituição. No caso brasileiro: o Supremo Tribunal Federal – STF. 
ix. Intervenção: para garantir que a CF seja cumprida e que cada ente aja 
somente dentro de suas atribuições, existe a intervenção. Se um ente 
federado (o estado de Alagoas, por exemplo) está atuando fora de sua 
competência e prejudicando o pacto federativo, caberá intervenção para 
que a normalidade seja restabelecida e o pacto federativo seja cumprido. 
Em outras palavras: se um ente (estados, DF ou municípios) está 
atuando fora de suas competências e desrespeitando a Constituição, 
poderá ocorrer a intervenção para que a CF volte a ser cumprida. Assim, 
a intervenção é uma forma de controle de constitucionalidade. 
x. Órgão representativo dos Estados-Membros na vontade nacional: 
para garantir que a vontade dos estados seja ouvida quando da atuação 
do governo nacional, existe um órgão representante desses estados. No 
caso do Brasil, o Senado Federal. Atenção: não existe um órgão 
representativo dos municípios na participação da vontade 
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nacional (a Câmara dos Deputados é representante do POVO e não dos 
municípios). 
xi. Repartição de receitas: de nada adiantaria se um ente federado 
tivesse autonomia, autogoverno e capacidade de se autoadministrar se 
ele não tiver uma coisa: o dinheiro para bancar suas decisões e suas 
ações. É como um filho que sai de casa e continua vivendo com o 
dinheiro do pai: em última instância, ele se submete à vontade de seu 
genitor. Assim, para garantir que os entes federados tenham a 
capacidade de fazer valer suas decisões, eles precisam de receita própria 
(dinheiro), que é garantida com a repartição de receitas. 
 
Características do federalismo no Brasil 
Além das já citadas anteriormente, o federalismo brasileiro ainda possui as 
seguintes características: 
i. Existem entes federados típicos (os estados) e os atípicos ou 
anômalos (o Distrito Federal e os municípios). 
ii. Devido à existência dos municípios, o federalismo brasileiro é chamado 
de federalismo de segundo grau (alguns autores classificam como de 
terceiro grau). Como vimos, não existe hierarquia entre União, estados, 
DF e municípios, mas os municípios devem obedecer à Constituição do 
seu Estado (CE), bem como a Constituição Federal (CF). 
iii. Os municípios não participam da vontade nacional, somente os 
Estados o DF. Enquanto a Câmara dos Deputados é formada por 
representantes do povo, o Senado Federal é formado por representantes 
dos Estados e do DF. 
iv. O federalismo é cláusula pétrea, de acordo com o art. 60, §4o. Observe 
o texto da Constituição: 
Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de 
emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
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III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais 
v. Os territórios não são entes federados. Eles são uma mera 
descentralização da União e possuem natureza de autarquia territorial. 
vi. Formação por desagregação. O federalismo brasileiro se deu do 
centro para fora, ou seja, o poder político era concentrado nas mãos de 
um só ente e foi distribuído para os demais. 
O contrário desse tipo de formação é a formação por agregação. Nela, 
o poder era distribuído entre os entes e estes decidem concentrar uma 
parcela desse poder nas mãos do ente central. Dessa forma, esse tipo de 
formação ocorre de fora para o centro. Esse foi o processo de formação 
da federação dos Estados Unidos, por exemplo. 
 
C. Estado Confederado (Confederação) 
Os Estados confederados são, na verdade, uma união dissolúvel de Estados 
independentes. Assim, na confederação, os Estados mantêm sua soberania e 
podem se retirar quando bem quiserem (existe o direito de secessão). 
Nesse tipo de organização, os Estados não são regidos por uma Constituição 
(como no federalismo) e sim por um tratado internacional. 
Esquematizando: 
 
 
 
 
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- Unitário - Centralizado 
- Descentralizado - Predominam modernamente 
Ex: Uruguai - Apesar da descentralização, não há 
e China autonomia política 
 - Origem: EUA – 1787 
- Soberania do Estado Federal e autonomia dos entes federados 
- Repartição de poderes 
- Repartição de competências 
- Descentralização política 
- Federação - Auto-organização dos Estados membros (CEs) 
- Entidades autônomas – não há hierarquia entre elas 
- Não cabe direito de secessão 
- Regidos por uma Constituição RÍGIDA 
- Guardião da Constituição 
- Intervenção 
- Órgão representativo dos Estados Membros 
- Repartição de receitas 
- Confederação - União dissolúvel de Estados 
 - Regidos por um Tratado Internacional 
- Os Estados são soberanos 
- Cabe direito de secessão 
 
 
 
Formação do Estado Federado - Por agregação - Movimento centrípeto 
- EUA 
- Por desagregação - Movimento centrífugo 
- Brasil 
 
 
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• Além das já citadas anteriormente 
• Entes federados • Típicos: União e estados 
• Anômalos: DF e municípios 
• Federalismo de 2º grau: municípios (alguns autores: 3º grau) 
• Territórios NÃO são entes federativos (natureza jurídica de autarquia territorial) 
• Os municípios não participam da vontade nacional – somente os Estados e o DF 
 - Câmara dos Deputados (povo) e Senado Federal (estados) 
- Município não participa da PEC 
• É clausula pétrea • Forma Federativa de Estado 
• Voto direto, secreto, universal e periódico 
• Separação de poderes 
• Direitos e garantias INDIVIDUAIS 
• Inexistência do direito de secessão 
• Descentralização política 
• Formação por desagregação 
• Soberania do Estado Federal 
• Autonomia dos entes federados 
• Repartição de competências 
• Constituição rígida 
• Fiscalização da autonomia pelo controle de constitucionalidade 
 
 
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2. FORMAS DE GOVERNO 
Primeiramente, a forma, o regime e o sistema de governo adotados pela 
Constituição Federal são normas de reprodução obrigatória e não podem 
ser modificados pelos entes federados. 
Existem duas formas de governo: monarquia e república. Na república, os 
governantes são eleitos pelo povo, direta ou indiretamente. Além disso, eles 
permanecem no poder por um tempo determinado e são representantes 
do povo. Justamente por precisarem da legitimidade popular e 
representarem o povo, os governantes precisam prestar contas. 
Já a monarquia é caracterizada pela hereditariedade, ou seja, “o rei só é rei 
porque era filho de um rei. E o pai dele só foi rei porque também era filho de 
um rei. E assim sucessivamente”. Além disso, não existe a rotatividade do 
poder, mas sim a vitaliciedade. Dessa forma, os governantes permanecerão 
no poder até o fim de suas vidas. Outra característica da monarquia é que seus 
governantes não representam o povo, mas sim a linhagem real, dessa 
forma, não existe o dever do governante de prestar contas perante o povo. 
 
3. SISTEMAS DE GOVERNO 
Quanto ao sistema de governo, os governos podem ser presidencialistas ou 
parlamentaristas. O presidencialismo tem como característica marcante a 
independência entre os poderes e a rígida relação entre eles.Outra 
característica do presidencialismo é que sua chefia é monocrática e os 
mandatos são exercidos por prazo determinado. Assim, o Presidente da 
República governa “sozinho” e possui responsabilidade perante o povo. 
Já no parlamentarismo, existe uma cooperação muito maior entre os 
poderes Legislativo e Executivo. Assim, a chefia do governo é dual. É 
como se o Executivo governasse “em conjunto” com o Legislativo. Dessa 
forma, o mandato do chefe de governo possui tempo indeterminado e a 
responsabilidade do governo é perante o Parlamento, e não perante o 
povo. 
 
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4. REGIMES DE GOVERNO 
Quanto ao seu regime, um governo pode ser classificado em democrático ou 
autocrático. O governo autocrático é aquele onde o destinatário das políticas 
públicas (povo) não participa de sua elaboração. 
Já o governo democrático é aquele em que o destinatário das políticas públicas 
(o povo) participa de sua elaboração. A democracia se divide ainda em: 
a) Direta: onde o povo participa diretamente, ou seja, o próprio povo 
elabora as políticas públicas. Esse tipo de democracia é típica da Grécia 
antiga e é inviável nos dias de hoje (imagine só 200 milhões de 
brasileiros mandando emails para se discutir como será a atuação do 
governo na saúde!). 
b) Indireta: onde o povo elege os representantes e estes elaboram as 
políticas públicas. 
c) Semidireta ou participativa: é um misto da democracia direta e da 
indireta. Nela, o povo elege os representantes e estes elaboram as 
políticas públicas. Complementarmente, existem mecanismos para que o 
povo também participe dessa elaboração. Assim, a regra é participação 
indireta, combinada com alguns meios de exercício direto do povo. Esse 
é o modelo adotado pelo Brasil. 
Confira o art. 1º parágrafo único da CF: “Todo o poder emana do povo, 
que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos 
termos desta Constituição”. 
No art. 14, a CF diz como é que o povo exercerá diretamente o poder: 
 
 
 
 
Esquematizando: 
 
• Sufrágio universal 
• Voto direto, secreto e igualitário 
• Plebiscito 
• Referendo 
• Iniciativa popular de lei 
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 - República - Eletividade - Direta 
 - Indireta 
 - Temporalidade no exercício do poder 
Formas de Governo - Necessidade de legitimidade popular 
- Representatividade popular 
- Dever do governante de prestar contas 
 - Monarquia - Hereditariedade 
 - Vitaliciedade 
 - Não representatividade popular 
- Representa uma linhagem 
 - Ausência de prestação de contas pelo governante 
 
 - Presidencialismo - Independência entre os poderes / relações rígidas 
- Chefia monocrática 
Sistemas de - Mandato por prazo certo 
Governo - Responsabilidade do governo perante o povo 
 - Parlamentarismo - Cooperação entre os poderes (Legislativo e Executivo) 
- Chefia dual 
- Mandato por prazo indeterminado 
- Responsabilidade do governo perante o Parlamento 
 
Regimes de Autocracia - o destinatário da política governamental não participa de sua 
 Governo elaboração 
 Democracia - O destinatário da política governamental participa de sua elaboração 
• Direta 
• Indireta ou representativa 
• Semidireta ou participativa (BRASIL- art. 10, par único) 
 
Lembre-se: 
 Forma de Estado: FEDERAÇÃO 
 Forma de Governo: República 
 Sistema de Governo: Presidencialismo 
 Regime de Governo (ou Regime Político): Democracia. 
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5. MECANISMOS DE PROTEÇÃO DA FEDERAÇÃO NA CF88 
Como vimos, a federação foi elevada à cláusula pétrea pela Constituição 
pátria. Muito já se discutiu sobre a possibilidade de mudança, ampliação ou 
redução das cláusulas pétreas. Hoje, o entendimento dominante é que as 
cláusulas pétreas podem ser modificadas. Isso significa que elas podem 
ser ampliadas e até mesmo reduzidas, desde que devidamente. Um 
exemplo de redução devida é o caso de um confronto entre um direito 
individual com outro. Deve-se buscar a interpretação mais equilibrada e que 
preserve os dois direitos 
Exemplificando: caso haja o confronto entre o direito de liberdade de 
expressão de uma pessoa com o direito de intimidade de outra pessoa, deve-
se buscar a interpretação que preserve os dois direitos. Assim, um deles pode 
ser reduzido e o outro ampliado, desde que se busque o equilíbrio entre eles. 
ATENÇÃO: as cláusulas pétreas NÃO PODEM SER ABOLIDAS, 
SUPRIMIDAS OU INDEVIDAMENTE REDUZIDAS. 
Além da elevação do federalismo à cláusula pétrea, a CF88 ainda prevê alguns 
mecanismos de proteção ao pacto federativo: 
i. Repartição de competências: quando se tem as atribuições de cada 
ente federado explícitas na CF, fica mais fácil evitar que um ente invada 
a competência de outro. Da mesma forma, evita-se que haja 
modificações das competências a ponto de se descaracterizar o pacto 
federativo. 
ii. Rigidez da CF: apesar de a CF poder ser modificada, a rigidez 
constitucional garante maior estabilidade de seu texto, evitando assim, 
mudanças oportunistas e abusivas. Lembre-se que a Constituição rígida 
é aquela que pode sim ser modificada, mas deve ser usado um 
procedimento mais difícil do que o procedimento de modificação das leis 
comuns. 
iii. Intervenção: a intervenção funciona como controle de 
constitucionalidade, na medida em que se obriga um ente a “voltar a 
andar na linha”. Assim, em determinadas hipóteses onde um ente está 
atuando fora de suas atribuições, a intervenção é utilizada para 
restabelecer a normalidade e para que a CF seja cumprida. 
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iv. Controle de constitucionalidade: o Poder Judiciário fiscaliza a invasão 
das competências de um ente por outro (fiscalização da autonomia) 
através do controle de constitucionalidade. 
v. Repartição de receitas tributárias (arts. 157 a 159): como vimos, 
para se garantir a autonomia de um ente, é preciso que ele tenha 
condições financeiras de se governar. Assim, a CF garante a divisão das 
receitas tributárias entre os entes. Isso significa, grosso modo, que o 
dinheiro arrecadado com impostos, em parte, é dividido entre os entes. 
vi. Imunidade recíproca de impostos (150, VI, a): via de regra, um 
ente não pode cobrar impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns 
dos outros. 
Esquematizando: 
• Repartição de competências 
• Rigidez da CF – dificulta a invasão e o esvaziamento de competências de um ente 
• Controle de constitucionalidade – o Judiciário fiscaliza a invasão das competências de 
um ente por outro (fiscalização da autonomia) 
• Intervenção (34 a 36) 
• Repartição das receitas tributárias (157 a 159) 
• Imunidade recíproca de impostos (150, VI, a) 
 
 
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EXERCÍCIOS 
1. (CESPE - Del Pol/PC GO/2017) Segundo o STF, os mecanismos de freios e 
contrapesos previstos em constituição estadual não precisam guardar estreita 
similaridade com aqueles previstos na CF. 
Claro que precisam! Apesar de haver algumas normas que não são de 
reprodução obrigatória, os mecanismos de checks and balances 
estaduais e municipais deve sim guardar similitude com a esfera 
federal. 
Gabarito: Errado. 
2. (CESPE - Ag Pol/PC PE/2016) A organização político-administrativa da 
República Federativa do Brasil compreende a União, os estados,os territórios 
federais, o Distrito Federal e os municípios, todos autônomos, nos termos da 
CF. 
O art. 18 da CF estabelece que a organização político-administrativa da 
República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da 
Constituição (os territórios não estão englobados). 
Gabarito: Errado. 
3. (CESPE - TA (ANVISA)/ANVISA/2016) Nos termos da CF, um ente federativo 
terá o direito de secessão, isto é, de desagregar-se da Federação, seja em 
caso de crise institucional, seja por decisão da população diretamente 
interessada, mediante plebiscito. 
Em um Estado federado, não cabe direito de secessão: secessão é o 
mesmo que separação. Assim, caso um ente federado queira se 
separar do Brasil para formar um Estado independente, isso não 
poderá ocorrer. Dessa forma, existem mecanismos na CF que impedem 
e repelem um comportamento separatista de um ente federado (como 
a intervenção). 
Gabarito: Errado. 
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4. (CESPE - TJ/TRE PI/Administrativa/2016) Cabe à União o exercício de 
atribuições da soberania do Estado brasileiro, razão por que esse ente se 
confunde com o próprio Estado federal. 
A União é uma pessoa jurídica de direito público interno e 
REPRESENTA a República Federativa do Brasil nas relações 
internacionais. Assim, quando a União está atuando externamente, ela 
não atua como União e sim como RFB. A pessoa jurídica de direito 
público externo é a República Federativa do Brasil. 
Gabarito: Errado. 
5. (CESPE - AJ/TRT 8/Administrativa/2016) Cada uma das unidades integrantes 
da Federação brasileira é ente autônomo e soberano, capaz de auto-
organização, autolegislação, autogoverno e autoadministração. 
O que torna o item incorreto é a palavra “soberano”. Somente a 
República Federativa do Brasil possui soberania. Os demais (União, 
Estados, DF e municípios) possuem autonomia e, de fato, possuem 
capacidade de auto-organização, autolegislação, autogoverno e 
autoadministração. 
Gabarito: Errado. 
6. (CESPE - Adm (FUB)/FUB/2015) No Brasil, os municípios são considerados 
elementos dissolúveis da federação. 
Negativo! Lembre-se do art. 1º da CF: Art. 1º A República Federativa 
do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e 
tem como fundamentos (...) 
Gabarito: Errado. 
7. (CESPE - 2014 - ANATEL - Conhecimentos Básicos - Cargos 13, 14 e 15) A 
forma federativa de Estado adotada pela CF consiste na descentralização 
política e na soberania dos estados-membros, os quais são capazes de se 
auto-organizar mediante a elaboração de constituições estaduais. 
Passou perto... No entanto, os entes federados não possuem 
soberania, mas sim autonomia. O restante está correto. 
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Gabarito: Errado. 
8. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Analista Judiciário) O princípio da simetria relativiza a 
autonomia dos estados, do Distrito Federal e dos municípios ao fixar, ainda 
que de maneira não absoluta, a obrigação, para esses entes, de reprodução do 
modelo de organização e de relação entre poderes estabelecidos pela CF em 
âmbito federal. 
Isso mesmo. O princípio da simetria nos diz que os estados e 
municípios devem reproduzir algumas regras da Constituição Federal. 
Dessa forma, eles possuem autonomia para se auto-organizar, mas 
essa autonomia é limitada pelas regras estabelecidas na Constituição. 
Gabarito: Certo. 
9. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) O federalismo 
no Brasil é caracterizado como federalismo por agregação, tendo surgido a 
partir da proclamação da República e se consolidado por meio da Constituição 
de 1891. 
O federalismo brasileiro se deu por desagregação, ou seja, primeiro, o 
poder era concentrado no ente central e, depois, esse poder foi 
“dividido” com os demais entes federados. Vamos revisar: 
Formação do Estado Federado - Por agregação - Movimento centrípeto 
- EUA 
- Por desagregação - Movimento centrífugo 
- Brasil 
Gabarito: Errado. 
10. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) Entre as 
características comuns do Estado Federal incluem-se a representação das 
unidades federativas no poder legislativo central, a existência de um tribunal 
constitucional e a intervenção para a manutenção da federação. 
Isso mesmo! Vamos revisar as características do federalismo: 
   
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 - Origem: EUA – 1787 
- Soberania do Estado Federal e autonomia dos entes federados 
- Repartição de poderes 
- Repartição de competências 
- Descentralização política 
- Federação - Auto-organização dos Estados membros (CEs) 
- Entidades autônomas – não há hierarquia entre elas 
- Não cabe direito de secessão 
- Regidos por uma Constituição RÍGIDA 
- Guardião da Constituição 
- Intervenção 
- Órgão representativo dos Estados Membros 
- Repartição de receitas 
Gabarito: Certo. 
11. (CESPE - 2014 - Instituto Rio Branco - Diplomata) A ordem constitucional 
brasileira não admite o chamado direito de secessão, que possibilita que os 
estados, o Distrito Federal e os municípios se separem do Estado Federal, 
preterindo suas respectivas autonomias, para formar centros independentes de 
poder. 
Isso mesmo. A secessão é a separação de um ente federado para que 
este se torne independente. Seria o equivalente ao Rio Grande do Sul 
se separar do Brasil para formar outro Estado independente. Lembre-
se de que a secessão não é possível no Brasil. 
Gabarito: Certo. 
12. (CESPE - 2014 - CADE - Nível Superior) A organização político-administrativa 
da República Federativa do Brasil compreende os entes da Federação, que 
possuem a tríplice capacidade da autonomia: auto-organização, autogoverno e 
autoadministração 
Isso aí! Lembre-se de que a República Federativa do Brasil possui 
soberania e os demais entes possuem autonomia, que é a capacidade 
de se auto-organizar, autoadministrar e autogovernar. Vamos revisar: 
   
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 República Federativa do Brasil (RFB) - Tem soberania 
- Pessoa jurídica de direito público externo 
 
 União - Pessoa jurídica de direito público interno 
- Representa a RFB nas relações internacionais 
 Demais entes • Auto-organização e legislação própria 
(Estados +DF+Municípios) • Autogoverno 
possuem autonomia • Autoadministração 
- Estados - art.18 e 25 a 28 
- Municípios - art. 18, 29 e 30 
Gabarito: Certo. 
13. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) O sistema checks and balances, criado 
por ingleses e norte-americanos, consiste no método de freios e contrapesos 
adotado no Brasil. Nesse sistema, todos os poderes do Estado desempenham 
funções e praticam atos que, a rigor, seriam de outro poder, de modo que um 
poder limita o outro. 
O sistema checks and balances garante a harmonia entre os poderes, 
instituindo mecanismos de controle mútuo. A separação entre as 
funções dos poderes não é absoluta. Em linhas gerais, não há 
incorreção na questão. 
Gabarito: Certo. 
14. (CESPE/AJAJ-STM/2011) No exercício de sua autonomia política, os estados 
podem adotar o regime parlamentar de governo. 
A forma, regime e sistema de governo adotados pela Constituição 
Federal são normas de reprodução obrigatória e não podem ser 
modificados pelos entes federados. 
Gabarito: Errado. 
15. (CESPE/SEJUS-ES/2009) A CF adota o presidencialismo como forma de Estado, 
já que reconhece a junção das funções dechefe de Estado e chefe de governo 
na figura do presidente da República. 
A forma de Estado é a Federação. O presidencialismo é o sistema de 
governo. Lembre-se: 
 
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 Forma de Estado: FEDERAÇÃO 
 Forma de Governo: República 
 Sistema de Governo: Presidencialismo 
 Regime de Governo (ou Regime Político): Democracia. 
Gabarito: Errado. 
16. (CESPE/TRT 17.ª Região-ES/Analista Judiciário /2009) O Brasil caracteriza-se 
por ser um Estado unitário, o qual possui governo único, conduzido por uma 
única entidade política, que exerce, de forma centralizada, o poder político. 
O Brasil é um estado federado, onde cada um dos entes federativos 
(União, Estados, DF e municípios) possui competências expressamente 
previstas pela CF. Eles possuem também AUTONOMIA, caracterizada 
pela autoadministração, autogoverno e auto-organização. 
Gabarito: Errado. 
17. (CESPE/TRE-MA/2009) A União, os estados-membros, os municípios e o 
Distrito Federal são entidades estatais soberanas, pois possuem autonomia 
política, administrativa e financeira. 
Elas são entidades AUTÔNOMAS e realmente possuem autonomia 
política, administrativa e financeira. 
Gabarito: Errado. 
18. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A federação é o sistema de governo cujo 
objetivo é manter reunidas autonomias regionais. 
Estão vendo como essa questão é recorrente? Por isso trouxe várias 
desse tipo para você fixar! Lembre-se: 
 Forma de Estado: FEDERAÇÃO 
 Forma de Governo: República 
 Sistema de Governo: Presidencialismo 
 Regime de Governo (ou Regime Político): Democracia. 
Gabarito: Errado. 
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19. (CESPE/PGE-AL/Procurador do Estado de Alagoas – 1.ª Classe/2008) As 
constituições dos estados organizados sob a forma federativa possuem, em 
regra, instrumentos para coibir movimentos separatistas. No Brasil, a CF prevê 
a possibilidade de se autorizar a intervenção da União nos estados para manter 
a integridade nacional e considera a forma federativa de Estado uma cláusula 
pétrea. 
Uma das características do federalismo é que não cabe direito de 
secessão, ou seja, os entes federados não podem se separar da 
federação. Isso seria o equivalente ao estado do Rio Grande do Sul 
tentar se separar do Brasil para formar um Estado independente (a 
República dos Pampas, por exemplo). Assim, uma das possibilidades 
de intervenção é para manter a integridade nacional, enquanto a 
forma federativa de estado é considerada uma cláusula pétrea. 
Gabarito: Certo. 
20. (CESPE/IPEA-Técnico de Planejamento e Pesquisa 2008) A democracia 
brasileira caracteriza-se pela coexistência da democracia representativa e da 
democracia participativa, emanando todo o poder do povo, que o exerce 
diretamente ou por meio de seus representantes. 
A Democracia brasileira é do tipo semidireta ou participativa: é um 
misto da democracia direta e da indireta. Nela, em regra, o povo elege 
os representantes e estes elaboram as políticas públicas. No entanto, 
existem mecanismos para que o povo também participe dessa 
elaboração. Assim, a regra é participação indireta, combinada com 
alguns meios de exercício direto do povo. Esse é o modelo adotado 
pelo Brasil. Confira o art. 1º parágrafo único da CF: “Todo o poder 
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos desta Constituição”. 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
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II. ENTES FEDERADOS 
O art. 1º da CF prevê que: “A República Federativa do Brasil, formada pela 
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, (...)”. 
Assim, o Estado brasileiro se chama República Federativa do Brasil (RFB) e 
é somente ele que possui a soberania. A RFB é a única pessoa jurídica de 
direito público externo e é a única capaz de manter relações com outros 
Estados estrangeiros (relações internacionais). 
A RFB é formada pelos seguintes entes: União, estados, Distrito Federal e 
municípios. Vamos estudar cada um deles: 
 
1. UNIÃO 
É uma pessoa jurídica de direito público interno e REPRESENTA a República 
Federativa do Brasil nas relações internacionais. Assim, quando a União está 
atuando externamente, ela não atua como União e sim como RFB. 
Já os demais entes não possuem soberania. Eles têm autonomia, isso é, a 
capacidade de auto-organização e legislação própria, autogoverno e 
autoadministração. 
Esquematizando: 
 República Federativa do Brasil (RFB) - Tem soberania 
- Pessoa jurídica de direito público externo 
 
 União - Pessoa jurídica de direito público interno 
- Representa a RFB nas relações internacionais 
 Demais entes • Auto-organização e legislação própria 
(Estados +DF+Municípios) • Autogoverno 
possuem autonomia • Autoadministração 
- Estados - art.18 e 25 a 28 
- Municípios - art. 18, 29 e 30 
 
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2. ESTADOS 
Os estados possuem autonomia, que é a capacidade de se auto-organizar e 
ter sua legislação própria, se autogovernar e se autoadministrar. 
A auto-organização é a capacidade dos estados de elaborar suas respectivas 
Constituições Estaduais (CEs), que são fruto do Poder Constituinte Derivado 
Decorrente. Pelo princípio da simetria, as CEs devem ser aprovadas em 2 
turnos de votação por pelo menos 3/5 da Assembleia Legislativa do 
respectivo estado. 
O autogoverno e autoadministração são a capacidade dos estados em se 
governar e administrar sem a interferência dos outros entes. Por exemplo, o 
poder de eleger seus governantes e o poder-dever de organizar os poderes 
executivo, legislativo e judiciário de cada estado (lembre-se de que os 
municípios não possuem Poder Judiciário e nem Ministério Público). 
Por fim, os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões 
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por 
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o 
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. 
Esquematizando: 
• Auto-organização • Elaboração de - Poder constituinte derivado decorrente 
e legislação própria Constituições - Princípio da simetria 
Estaduais - 2 Turnos e 3/5 dos votos 
- Autolegislação: leis estaduais 
 • Autogoverno - ex: organizar poderes Executivo, Legislativo e 
(arts. 27, 28 e 125) Judiciário do Estado 
 - OBS: Município não tem Judiciário nem Ministério Público 
 • Autoadministração 
 
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3. MUNICÍPIOS 
Os municípios também possuem autonomia (conferida pela auto-organização 
e legislação própria, autoadministração e autogoverno). Além disso, a 
autonomia municipal é princípio constitucional sensível (art. 34, VII). 
Duas observações quanto à auto-organização e legislação própria dos 
municípios: 
i. Os municípios não possuem poder constituinte derivado 
decorrente, ou seja, não podem elaborar suas constituições. Na 
verdade eles são regidos por uma Lei Orgânica Municipal (LOM), que 
é o equivalente a uma “Constituição Municipal”. 
Mas ATENÇÃO: A LEI ORGÂNICA MUNICIPAL NÃO TEM STATUS DE 
CONSTITUIÇÃO. 
ii. Diferentemente das Constituições Estaduais, que são votadas em 2 
turnos e aprovadas por 3/5 dos votos, as leis orgânicas são votadas em 
2 turnos, com interstício (intervalo) mínimo de 10 dias e aprovadas 
por 2/3 dos votos. 
Quanto ao autogoverno, deve-se frisar que osmunicípios elegem seus 
prefeitos e vereadores para mandato de 4 anos e devem organizar os poderes 
executivo e legislativo locais, mas eles não possuem Judiciário e nem 
Ministério Público. 
Esquematizando: 
 - Autonomia MUNICIPAL é princípio constitucional sensível (34, VII, c) 
 NÃO é estadual 
• Auto-organização - Elaboração de LOM - 2 turnos 
e legislação própria - interstício mín 10d 
- 2/3 dos votos 
- Princípio da simetria 
- Município NÃO tem Poder constituinte decorrente 
- Autolegislação: leis municipais 
• Autogoverno - Organizar poderes Executivo e Legislativo locais 
- Município não tem Judiciário nem Ministério Público 
- Eleição direta do Prefeito 
• Autoadministração 
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4. DISTRITO FEDERAL 
Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas 
reservadas aos Estados e Municípios (art. 32, §1º). 
Um fato interessante quanto à nomenclatura dos órgãos e institutos do DF é 
que, como ele possui competências dos estados e dos municípios, misturou-se 
o nome de uma série de órgãos e diplomas, fazendo referência aos respectivos 
institutos estaduais e municipais. 
Bagunçou? Vou explicar melhor. 
Lembre-se que os estados regem-se por suas respectivas Constituições 
Estaduais e que essas são votadas em 2 turnos, aprovadas por 3/5 dos 
votos e são fruto do poder constituinte derivado decorrente. 
Já os municípios são regidos por Lei Orgânica, que são votadas em 2 turnos, 
com interstício mínimo de 10 dias e aprovadas por 2/3 dos votos e não 
possuem status constitucional porque os municípios NÃO possuem poder 
constituinte derivado decorrente. 
Até aqui nenhuma novidade. E o DF? Como é regido? Por Constituição ou por 
Lei Orgânica? 
Misturou-se as constituições estaduais com as leis orgânicas municipais: O DF 
é regido por uma Lei Orgânica e, como tal, é votada em 2 turnos, com 
interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 dos votos. No entanto, 
a LODF possui status de Constituição estadual e emana do poder 
constituinte derivado decorrente. 
Ficou mais claro agora? A LODF é uma “Constituição Estadual” (e que tem 
status de CE), mas que tem o nome de Lei Orgânica e é votada como Lei 
Orgânica. 
Outra curiosidade: o nome do órgão do Poder Legislativo dos estados é 
Assembleia LEGISLATIVA. Já o nome do órgão do Poder Legislativo dos 
municípios é CÂMARA Municipal ou Câmara dos Vereadoes. Como dito, para o 
Distrito Federal, misturou-se os nomes dos órgãos legislativos estaduais e 
municipais: CÂMARA LEGISLATIVA. 
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Uma observação importante acerca do DF é que ele não tem competência para 
organizar seu Judiciário, Ministério Público, corpo de bombeiros, polícias civil e 
militar. A competência para tal pertence à UNIÃO. 
Assim, segundo a Súmula 647 do STF: “Compete privativamente à União 
legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do DF.” 
No entanto, não confunda organização com subordinação. Segundo o 
artigo 144, § 6°: “As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças 
auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias 
civis, aos governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.” 
Dessa forma, Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito 
Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar. 
IMPORTANTE! A Emenda Constitucional 69/2012 transferiu a 
competência de organizar e manter a Defensoria Pública do DF da 
União para o DF! Dessa forma, aplicam-se à Defensoria Pública do 
Distrito Federal os mesmos princípios e regras que, nos termos da 
Constituição Federal, regem as Defensorias Públicas dos Estados. Já a 
DP dos Territórios continua a cargo da União. (confira aqui a EC 69/2012) 
Por fim, Brasília (e não o Distrito Federal) é a capital federal e é vedada a 
divisão do DF em municípios (observe que os Territórios podem ser 
divididos em municípios). 
Esquematizando: 
 - Tem competências de Estados e Municípios (32§ 1º + 147) 
- Possui Lei Orgânica: LODF - 2 turnos 
- interstício mín 10d 
- 2/3 dos votos 
- Não tem competência para organizar e manter seu - Judiciário 
- MP 
- Polícias civil e militar 
- Bombeiros 
- Organiza e mantém sua Defensoria Pública! EC 69/2012 
 
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É da 
União 
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5. TERRITÓRIOS 
Os territórios não são entes federados. Eles não integram o Estado Federal 
e são meras descentralizações administrativas pertencentes à União, 
possuindo natureza jurídica de autarquia territorial. Além disso, os 
territórios não possuem autonomia política. Como exemplo, os 
governadores de Territórios não são eleitos pelo povo, mas sim escolhidos pelo 
Presidente da República, com aprovação do Senado Federal por voto secreto e 
arguição pública. 
Atualmente, o Brasil não possui territórios e sua criação e transformação só 
pode ser feita mediante Lei Complementar federal (art. 18, §2º). 
Caso sejam criados, sua organização administrativa, judiciária, orçamentária, 
tributária, serviços públicos e pessoal será regulada por Lei Ordinária da 
União e de iniciativa privativa do Presidente da República. 
Os territórios podem ou não ser divididos em municípios e suas contas 
são julgadas pelo Congresso Nacional, após parecer prévio do TCU. Eles 
ainda elegem 4 Deputados Federais e não elegem Senadores. 
Por fim, cabe à União organizar e manter o Judiciário, o Ministério Público e a 
Defensoria Pública dos Territórios. 
Esquematizando: 
 
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• Integram a União 
• Criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão 
reguladas em Lei Complementar federal (18, §2º) 
 • Caso sejam criados, - Administrativa 
 sua organização - Judiciária 
 - Tributária 
 - Orçamentária 
 - Serviços públicos 
 - Pessoal 
• Não são entes - Não integram o Estado Federal 
 federados - São meras descentralizações pertencentes à União 
- Natureza Jurídica de Autarquia 
- Não possuem autonomia política 
Ex: o GovTerrit é - escolhido pelo PR 
- aprovado pelo SF - Voto secreto 
- Arguição púb 
• Podem ou não ser divididos em municípios 
• Suas contas são - Julgadas pelo Congresso Nacional 
- Após parecer prévio do TCU 
• Compete à União - Judiciário 
 organizar e manter - Ministério Público dos Territórios 
- Defensoria Pública 
• Elege 4 Deputados Federais 
• Não elege Senadores 
 
6. VEDAÇÕES AOS ENTES FEDERATIVOS 
A Constituição, em seu artigo 19, estabelece expressamente algumas vedações 
aos entes federados (união, estados, DF e municípios). São elas: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-
lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes 
relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a 
colaboração de interesse público; 
II - recusar fé aos documentos públicos; 
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
será regulada por 
Lei Ordinária da 
União de iniciativa 
do Presidente 
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7. BENS DA UNIÃO 
Essa próxima matéria é bem “decorebenta”, mas fique firme, ok? Lembre-se 
agora do seu cargo maravilhoso de Técnico do MPUe do seu salário 
maravilhoso de R$ 11.398,39 e tenha força! 
O artigo 20 da Constituição Federal estabelece que são bens da União: 
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; 
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das 
fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à 
preservação ambiental, definidas em lei; 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, 
ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros 
países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, 
bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; 
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; 
as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, 
as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao 
serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica 
exclusiva; 
VI - o mar territorial; 
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 
VIII - os potenciais de energia hidráulica; 
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-
históricos; 
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 
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Além disso, a CF estabelece que seja assegurada, nos termos da lei, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da 
administração direta da União, participação no resultado da exploração de 
petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de 
energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, 
plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou 
compensação financeira por essa exploração. 
Por fim, a faixa de até 150 quilômetros de largura, ao longo das fronteiras 
terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental 
para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão 
reguladas em lei. 
 
8. BENS DOS ESTADOS 
Daqui para frente fica mais fácil, rsrsrsrs. O art. 26 da Constituição Federal 
estabelece que são bens dos estados: 
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, 
ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; 
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, 
excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; 
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; 
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. 
 
 
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9. PROCESSO DE FORMAÇÃO DE NOVOS ESTADOS, MUNICÍPIOS E 
TERRITÓRIOS 
A Constituição Federal traz também os requisitos para a formação de novos 
estados, municípios e territórios. Vamos ver quais são eles: 
 Formação de novos Territórios (art. 18, § 2º): será regulada por 
meio de Lei Complementar. 
 Formação de novos Estados (art. 18, §3º): os Estados podem 
incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se 
anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios 
Federais, mediante aprovação da população diretamente 
interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por 
lei complementar. 
 Formação de novos municípios (art. 18, §4º): A criação, a 
incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão 
por lei estadual, dentro do período determinado por Lei 
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante 
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação 
dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados 
na forma da lei. 
 
 OBSERVAÇÕES: 
a. Por “população diretamente interessada”, na criação de novos 
estados ou municípios, entende-se por toda a população do 
estado-membro ou do município, e não apenas a população 
da área a ser desmembrada (ADI 2.650). 
b. A Constituição Federal não prevê a alteração do Distrito Federal. 
 
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ESQUEMATIZANDO: 
Processo De Formação de Novos Estados, Territórios e Municípios 
Formação de novos Territórios (art. 18, § 2º): LC 
 
Formação de novos Estados 1- Plebiscito (prévio) - Não pode referendo 
Art. 18, §3º - Obrigatório 
2- LC do CN 
- Regulamentado pela Lei 9.709/98 
- Não há previsão de alteração do DF 
Formação de novos 1- LC federal fixando prazo dentro do qual poderá ocorrer a 
Municípios (Art. 18 §4º) formação dos novos municípios 
2- Estudos de viabilidade municipal 
3- Plebiscito das populações diretamente interessadas 
 “População diretamente interessada” = Toda a 
população do estado-membro ou do município, e não 
apenas a população da área a ser desmembrada 
(ADI 2.650) 
4- LO estadual formalizando a formação do novo município 
 
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EXERCÍCIOS 
21. (CESPE - Del Pol/PC GO/2017) Conforme a CF, a incorporação, a subdivisão, o 
desmembramento ou a formação de novos estados dependerá de referendo. 
Assim, o referendo é condição prévia, essencial ou prejudicial à fase seguinte: 
a propositura de lei complementar. 
Segundo o art. 18, §3º, os Estados podem incorporar-se entre si, 
subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou 
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação 
da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do 
Congresso Nacional, por lei complementar. 
Gabarito: Errado. 
22. (CESPE - Del Pol/PC GO/2017) Denomina-se cisão o processo em que dois ou 
mais estados se unem geograficamente, formando um terceiro e novo estado, 
distinto dos estados anteriores, que perdem a personalidade originária. 
Para responder essa bastava saber português rsrsrsrs. O processo 
onde dois ou mais estados se unem chama-se fusão. Ao contrário, a 
cisão ocorre quando há a criação de dois ou mais estados-membros 
através de um estado já existente, por exemplo, quando um estado se 
divide em dois. 
Gabarito: Errado. 
23. (CESPE - Del Pol/PC GO/2017) Para o STF, a consulta a ser feita em caso de 
desmembramento de estado-membro deve envolver a população de todo o 
estado-membro e não só a do território a ser desmembrado. 
Isso aí! Por “população diretamente interessada”, na criação de novos 
estados ou municípios, entende-se por toda a população do estado-
membro ou do município, e não apenas a população da área a ser 
desmembrada (ADI 2.650). 
Gabarito: Certo. 
24. (CESPE - Proc (PGE AM)/PGE AM/2016) Embora, conforme a CF, a lei orgânica 
municipal esteja subordinada aos termos da Constituição estadual 
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correspondente, esta última Carta não pode estabelecer condicionamentos ao 
poder de auto-organização dos municípios. 
Palavras difíceis, mas o conceito é bem fácil. A Lei Orgânica do 
município está condicionada tanto à Constituição Federal quanto à 
Constituição Estadual. Entretanto, a constituição estadual não pode 
fazer restrições indevidas ao poder de auto-organização, autogoverno 
e autoadministração dos municípios, senão, estaria ferindo a 
autonomia municipal. 
Gabarito: Certo. 
25. (CESPE - Ag Adm (DPU)/DPU/2016) O Congresso Nacional poderá editar lei 
complementar para a fusão de dois estados em um novo, desde que aspopulações diretamente interessadas aprovem a fusão mediante plebiscito. 
Segundo o art. 18, §3º, os Estados podem incorporar-se entre si, 
subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou 
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação 
da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do 
Congresso Nacional, por lei complementar. 
Gabarito: Certo. 
26. (CESPE - Ag Pol/PC PE/2016) É facultado à União, aos estados, ao Distrito 
Federal e aos municípios subvencionar cultos religiosos ou igrejas e manter 
com seus representantes relações de aliança e colaboração de interesse 
público. 
A Constituição, em seu artigo 19, estabelece expressamente algumas 
vedações aos entes federados (união, estados, DF e municípios). São 
elas: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, 
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus 
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, 
na forma da lei, a colaboração de interesse público; 
II - recusar fé aos documentos públicos; 
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
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Gabarito: Errado. 
27. (CESPE - Del Pol/PC PE/2016) O DF, como ente federativo sui generis, possui 
as competências legislativas reservadas aos estados, mas não aos municípios; 
entretanto, no que se refere ao aspecto tributário, ele possui as mesmas 
competências que os estados e municípios dispõem. 
Questão bastante tranquila. Ao Distrito Federal são atribuídas as 
competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios (art. 
32, §1º). 
Gabarito: Errado. 
28. (CESPE - TA/ANVISA/2016) Apesar de não possuírem sua própria Constituição, 
os municípios, em simetria com os estados, desempenham as funções dos 
Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, em razão da autonomia 
administrativa estabelecida no texto da CF. 
Quem leu rápido dançou rsrsrsrs. Os municípios não possuem Poder 
Judiciário (somente a União e os estados). Os poderes municipais são 
o Executivo e o Legislativo. 
Gabarito: Errado. 
29. (CESPE - Aux Tec CE/TCE-PA/Administrativa/2016) A fusão de dois municípios 
depende de consulta prévia, mediante plebiscito, das respectivas populações, 
após divulgação dos estudos de viabilidade municipal. 
Isso aí! A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de 
Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado 
por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, 
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após 
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e 
publicados na forma da lei (art. 18, §4º). 
Gabarito: Certo. 
30. (CESPE - Aud CE/TCE-PA/Administrativa/Direito/2016) Os estados-membros, 
mediante lei ordinária específica, podem instituir regiões metropolitanas, 
constituídas por agrupamentos de municípios, para integrar a organização, o 
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. 
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O Art. 25, § 3º diz que os Estados poderão, mediante lei 
complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas 
e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios 
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução 
de funções públicas de interesse comum. 
Gabarito: Errado. 
31. (CESPE - 2015 – TJ-SE - Técnico Judiciário) A despeito de serem entes 
federativos, os territórios federais carecem de autonomia. 
Realmente, os territórios não possuem autonomia. No entanto, eles 
não são entes federados, o que torna o item incorreto. 
Gabarito: Errado. 
32. (CESPE - 2015 – ANTAQ - Nível Superior) Dada a condição de laicidade do 
Estado brasileiro, é expressamente vedada a subvenção da União, dos estados, 
do Distrito Federal e dos municípios a cultos religiosos ou igrejas, assim como 
parceria de qualquer natureza. 
Segundo o art. 19, I é vedado aos entes federados estabelecer cultos 
religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o 
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de 
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de 
interesse público. Assim, não é qualquer parceria que é vedada. 
Gabarito: Errado. 
33. (CESPE - 2015 – ANTAQ - Técnico Administrativo) Aos estados-membros da 
Federação compete explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão 
ou permissão, os portos marítimos, fluviais e lacustres. 
Claro que não! Os portos são pontos altamente estratégicos para a 
nação. Você acha mesmo que a união iria deixá-los nas mãos dos 
estados? Confira o art. 21, XII, “f”. 
Gabarito: Errado. 
34. (CESPE - 2015 – ANTAQ - Técnico Administrativo) São considerados bens da 
União os lagos, os rios e quaisquer correntes de água em terrenos que sirvam 
de limites com outros países ou se estendam a território estrangeiro ou dele 
provenham. 
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Isso mesmo! Essa é praticamente a cópia do art. 20, III da 
Constituição Federal. 
Gabarito: Certo. 
35. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Técnico Judiciário) São bens dos estados-membros os 
recursos minerais, inclusive os do subsolo, localizados em seus respectivos 
territórios. 
Negativo! Os recursos minerais, inclusive os do subsolo, são bens da 
União e não dos estados. Confira o art. 20, IX. 
Gabarito: Errado. 
36. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Técnico Judiciário) O Distrito Federal e os municípios 
poderão ter símbolos próprios. 
É exatamente o que está disposto no artigo 13, 2º da CF. Cuidado, pois 
o Cespe também faz questões copia e cola rsrsrsrs. 
Gabarito: Certo. 
37. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Técnico Judiciário) Os territórios não podem eleger 
deputados. 
Os deputados são representantes do povo e os territórios elegem 4 
deputados. Já os senadores são os representantes dos estados e, por 
isso, os territórios não elegem senadores. 
Gabarito: Errado. 
38. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Técnico Judiciário) Com o advento da CF ficou 
proibida a criação de novos territórios federais. 
Não ficou. A CF, inclusive, estabelece que os Territórios Federais 
integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou 
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei 
complementar (art. 18, § 2º). 
Gabarito: Errado. 
39. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Técnico Judiciário) Segundo a CF, a faixa de até 
cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, é 
considerada essencial para a defesa do território nacional. 
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Isso mesmo! Atenção porque a CF não diz que essas terras são bens da 
União, mas sim essenciais para a defesa do território nacional. 
Gabarito: Certo. 
40. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Técnico Judiciário) São bens dos municípios os sítios 
arqueológicos localizado sem seus territórios. 
Os sítios arqueológicos são bens da União e não dos municípios. 
Confira o art. 20, X. 
Gabarito: Errado. 
41. (CESPE - 2012 - PC-CE - Inspetor de Polícia – Civil) Por serem simples 
descentralizações administrativas da União, os territórios não têm autonomia 
política, podendo ser criados por lei ordinária federal. 
A lei que cria Território, transforma-o em Estado ou o reintegra ao 
Estado de origem será uma lei complementar, conforme o art. 18, §2º. 
O restante está correto: os territórios são simples descentralizações 
administrativas da União e não têm autonomia política. 
Gabarito: Errado. 
42. (CESPE - 2012 - STJ - Técnico Judiciário) É permitido à União, aos estados,ao 
Distrito Federal e aos municípios estabelecer cultos religiosos e igrejas, 
subvencioná-los e manter com essas entidades religiosas relações de aliança e 
colaboração, desde que respeitada a liberdade de consciência e crença. 
De jeito nenhum! Essa é uma das vedações impostas aos entes 
federados! Vamos revisar todas (art. 19): 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-
lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes 
relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a 
colaboração de interesse público; 
II - recusar fé aos documentos públicos; 
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
Gabarito: Errado. 
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43. (CESPE - 2012 - STJ - Técnico Judiciário) Com o advento da Constituição de 
1988, Brasília deixou de ser a capital da República em favor do Distrito 
Federal, que passou a ter esse status. 
Não podemos confundir isso. O Distrito Federal é um ente da 
Federação. Brasília é a Capital Federal. Essas informações estão no 
art. 18. 
Gabarito: Errado. 
44. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) Os estados, o Distrito Federal e os 
municípios têm assegurada participação no resultado da exploração de 
petróleo ou gás natural, de outros recursos minerais em seus respectivos 
Territórios, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica 
exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. 
Essa é uma simples reescrita do §1º do art. 20, que trata dos bens da 
União. 
Gabarito: Certo. 
45. (CESPE/Analista - MPU/2010) As capacidades de auto-organização, 
autogoverno, autoadministração e autolegislação reconhecidas aos estados 
federados exemplificam a autonomia que lhes é conferida pela Carta 
Constitucional. 
A autonomia é justamente conferida pelas capacidades de auto-
organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação. 
Lembre-se de que os entes federados não possuem soberania (o único 
ente soberano é a República Federativa do Brasil). 
Gabarito: Certo. 
46. (CESPE/MPS/2010) De acordo com a CF, os territórios podem ser divididos em 
municípios. 
Os territórios podem ou não ser divididos em municípios. O Distrito 
Federal é que jamais poderá sê-lo. 
Gabarito: Certo. 
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47. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O DF não dispõe da capacidade de auto-
organização, já que não possui competência para legislar sobre organização 
judiciária, organização do MP e da Defensoria Pública do DF e dos Territórios. 
Quando essa questão foi feita, realmente, o Distrito Federal não 
possuía competência para legislar sobre organização judiciária, 
organização do MP e da Defensoria Pública do DF e dos Territórios. No 
entanto, isso não retira do a autonomia do DF, que possui auto-
organização, autogoverno e autoadministração. 
Atente-se para o fato de que a Emenda Constitucional 69/2012 
transferiu para o DF a capacidade de organizar e manter sua 
DEFENSORIA PÚBLICA! 
Gabarito: Errado. 
48. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) Os territórios federais são considerados entes 
federativos. 
Os territórios federais integram a União, não são considerados entes 
federativos e não possuem autonomia. Veja como questões simples 
também caem em provas com nível de dificuldade extremamente 
elevado, como é o caso do concurso para Promotor. 
Gabarito: Errado. 
49. (CESPE/TRE-GO/2009) Os municípios não são considerados entes federativos 
autônomos, visto que não são dotados de capacidade de auto-organização e de 
autonomia financeira. 
Conforme artigo 18: “A organização político-administrativa da 
República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta 
Constituição.” 
Gabarito: Errado. 
50. (CESPE/TRT 17.ª Região-ES/Analista Judiciário – Área: Administrativa/2009) A 
CF veda a criação de novos territórios. 
A CF permite expressamente a criação de novos territórios em seu art. 
18, §2º. Sua criação deve ser feita por Lei Complementar Federal e, 
caso sejam criados, integrarão a União e terão natureza jurídica de 
autarquia territorial. 
Gabarito: Errado. 
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III. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
A repartição de competências é a divisão, pela Constituição, das atribuições de 
cada ente federado. Ela é um dos núcleos do federalismo brasileiro. 
Para se fortalecer a autonomia dos entes federados, deve haver repartição de 
competências administrativas (ex: arts. 21 e 23), tributárias (ex: art. 145 em 
diante) e Legislativas (ex: art. 22 e 24). 
Uma observação importante acerca das competências estabelecidas pela CF é 
que elas podem ser alteradas por Emenda Constitucional. No entanto, 
não se pode mudá-las a ponto de se comprometer a forma federativa 
de Estado. 
1. MODELOS DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS 
Quando se reparte as competências dentro do estado federado, existem duas 
formas de se fazer isso: a primeira é fazendo com que os diferentes entes 
possam atuar nas mesmas matérias. Mas para não “virar bagunça”, deve-
se estabelecer uma relação de subordinação, onde um ente deve obedecer 
ao outro. Esse tipo de repartição provoca uma maior cooperação entre os 
diferentes entes, uma vez que eles atuam nas mesmas matérias. Esse modelo 
de repartição de competências é chamado de MODELO VERTICAL. 
A segunda forma de se repartir as competências dentro do estado federado é 
criando uma forma mais rígida, onde os entes, geralmente, atuam em 
diferentes matérias e onde um ente não pode intervir nas competências 
dos outros. Esse modelo é chamado de MODELO HORIZONTAL. 
A Constituição Federal adota os dois modelos, com predominância do MODELO 
HORIZONTAL. 
 
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2. PRINCÍPIO DA PREDOMINÂNCIA DO INTERESSE 
Para estabelecer a repartição das competências entre os entes, a Constituição 
usou o princípio da predominância do interesse: 
 Os interesses nacionais e de relações internacionais foram 
expressamente definidos na CF e ficaram a cargo da União. 
 Os interesses locais ficaram a cargo dos municípios e também foram 
enumerados expressamente pela Constituição. 
 Os interesses regionais, por sua vez, ficaram sob a responsabilidade 
dos estados, e são residuais, ou seja, não foram expressamente 
enumerados pela CF88. 
Duas observações são pertinentes nesse momento: a primeira é que, como 
vimos, o Distrito Federal possui competências dos estados e dos municípios. 
A segunda é que existe uma exceção em relação às competências residuais: a 
competência residual em matéria TRIBUTÁRIA é da UNIÃO e não dos 
Estados. 
Estudaremos as seguintes competências: 
1. Exclusivas da União 
2. Privativas da União 
3. Concorrentes 
4. Comuns 
5. Dos estados 
6. Dos municípios 
Esquematizando: 
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Repartição de Competências 
 Núcleo do federalismo 
 Autonomia pressupõe repartição de competências - Administrativas – ex: art. 21 
- Legislativas – ex: art. 22 
- Tributárias – ex: art. 145 em diante 
 Competências podem ser alteradas por EC 
o Não pode mudar a ponto de comprometer a forma federativa de Estado 
 - Horizontal - Não há subordinação entre os entes 
 Modelo - Provoca maior rigidez do federalismo 
- Vertical - Os entes atuam nas mesmas matérias, mas há subordinação entre eles 
- Provoca maior cooperação entre os entes 
o CF88 adota os dois modelos,com predominância do HORIZONTAL 
 Princípio da interesse - Nacional: União – enumerada expressamente 
predominância - Local: Municípios – enumerada expressamente 
do interesse - Regional: Estados – residual 
 - DF: Estados+Municípios 
 - Competência Comum – art. 23 
 - Competência Concorrente – art. 24 
 
 
3. COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS DA UNIÃO 
As competências exclusivas da União estão previstas no art. 21 da CF e 
possuem duas características marcantes. A primeira é que elas são 
competências MATERIAIS / ADMINISTRATIVAS. A segunda é que elas são 
INDELEGÁVEIS, ou seja, a União não pode “pedir para que alguém as exerça 
em seu nome”. 
Exemplos de competências exclusivas da União são: 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações 
internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
 
OBS: Matéria tributária: 
Competência da U é que 
é residual 
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4. COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DA UNIÃO 
As competências privativas da União estão previstas no artigo 22 da CF e são 
competências LEGISLATIVAS. Diferentemente das exclusivas, as 
competências privativas podem ser delegadas pela União. Assim, via de 
regra, as competências privativas da União são exercidas pela própria 
União. No entanto, excepcionalmente, a União pode delegar aos estados e ao 
DF, por Lei Complementar, a edição de normas sobre questões específicas. 
Fique atento para as seguintes observações: 
1) Em regra, as competências privativas são exercidas pela União 
2) A delegação (exceção) é feita por Lei Complementar 
3) A delegação é feita aos Estados e ao DF, não podendo ser feita aos 
municípios. 
4) Os estados e o DF somente podem legislar sobre questões 
ESPECÍFICAS e somente se houver delegação pela União. 
5) A delegação deve contemplar todos os Estados e o DF. Assim, 
caso sejam delegadas, as competências privativas se estenderão para 
todos os estados de uma só vez. Não se pode delegar a legislação de 
uma questão somente para o estado de São Paulo, por exemplo. Se a 
União delegar para um estado, deve delegar para todos. 
Exemplos de competências privativas da União: legislar sobre 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; 
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de 
guerra; 
 
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5. COMPETÊNCIA COMUM, PARALELA OU CUMULATIVA 
As competências comuns entre os entes federados estão previstas no artigo 23 
da CF. Elas tratam, em sua maioria, de assuntos de interesse da 
coletividade/interesses difusos e são competências NÃO LEGISLATIVAS / 
MATERIAIS / ADMINISTRATIVAS de responsabilidade da União, estados, 
Distrito Federal e municípios, que atuam de forma conjunta e sem 
subordinação entre eles. 
Além disso, a CF prevê que Leis complementares fixarão normas para a 
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito 
nacional. 
Exemplos de competências comuns entre União, estados, DF e municípios: 
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e 
conservar o patrimônio público; 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas 
portadoras de deficiência; 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e 
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
 
 
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6. COMPETÊNCIA CONCORRENTE 
A competência concorrente é uma forma de divisão vertical de competências, 
está prevista no artigo 24 da CF e se refere a competências LEGISLATIVAS. 
Diferentemente da competência comum, que pode ser exercida pela União, 
estados, DF e municípios, a competência concorrente só poderá ser exercida 
pela União, estados e DF. Dessa forma, os municípios não possuem 
competência legislativa concorrente. 
Na competência concorrente, a União edita normas gerais, enquanto os 
estados e o DF editam normas específicas. Assim, os estados 
complementam a legislação da União se utilizando da competência 
suplementar. Nessa normatização, existe subordinação: as normas 
específicas dos Estados e DF devem respeitar as normas gerais da União. 
Uma observação: a União NÃO pode editar normas específicas para Estados e 
DF, mas pode editar normas específicas para a própria União. 
Caso a União seja omissa e não elabore as normas gerais, os Estados e DF 
adquirem competência legislativa plena. Assim, poderão legislar tanto 
sobre normas gerais quanto específicas. 
Caso, posteriormente, a União edite a lei federal contendo a norma geral, as 
leis estaduais tornam-se suspensas na parte em que lhe for contrária 
(suspende e não revoga). 
Além disso, a partir da edição da lei federal, os estados (que tinham a 
competência legislativa plena) não podem mais legislar sobre normas gerais, 
tendo que seguir as normas gerais editadas pela União. 
Por fim, você deve saber que os estados e DF podem suprir a inexistência de 
lei federal somente nos assuntos da competência concorrente. Já nos temas de 
competência privativa da União, eles somente podem legislar caso sejam 
autorizados por Lei Complementar (e sobre questões específicas). 
Esquematizando: 
 
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1. Competência EXCLUSIVA da União - Indelegável 
- ADMINISTRATIVA 
- Não confundir com iniciativa 
exclusiva/reservada/privativa de Lei 
2. Competência - Delegável 
 PRIVATIVA - LEGISLATIVA 
 da União - Regra: demais entes NÃO podem editar leis p/ suprir a lacuna federal 
- Exceção - U pode delegar por LC 
- Est e DF podem legislar sobre - Só as especificas 
 questões específicas - Só se a U delegar 
- A delegação deve contemplar todos os Estados + DF 
3. Competência - Outros nomes: paralela ou cumulativa 
 COMUM - Não há subordinação 
- COMPETÊNCIAS NÃO LEGISLATIVAS 
- Interesse da coletividade / interesses difusos 
- LC fixarão normas para a cooperação entre U, E, DF e Mun 
• Objetivando o - Equilíbrio do desenvolvimento econômico 
- Bem-estar em âmbito nacional 
 • Somente União, Estados e DF 
• Municípios NÃO possuem competência concorrente 
• Repartição vertical de competência 
• COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
• União: Normas Gerais 
4. Competência • Estados e DF - Normas específicas 
CONCORRENTE - Complementam a legislação da União 
- Competência suplementar 
• Há subordinação entre as normas: as normas específicas dos Estados e do 
DF devem respeitar as normas gerais da União 
• União NÃO pode editar normas específicas para Est e DF 
• União pode editar normas específicas para a própria União 
• Se a União for omissa e não elaborar as normas gerais: Estados e DF 
adquirem competência legislativa plena (automática) 
• Superveniência - SUSPENDE as estaduais 
de Lei Federal - Somente a parte que lhe for contrária 
• É “Suspende” e não “Revoga” 
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Aula 05 
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7. COMPETÊNCIA DOS ESTADOS 
A competência dos estados é residual ou remanescente, ou seja, o que não 
for competência da União e nem dos municípios, será competência estadual. 
As competências da União e dos municípios estão expressamente previstas 
na Constituição,

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