Buscar

Modelos Práticos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 396 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 396 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 396 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Sumário 
 
1. Ação de Representação 
2. Agravo de Execução 
3. Agravo de Instrumento 
4. Agravo Regimental 
5. Alegações Finais com Preliminar 
6. Alegações Finais - Crime de Ameaça 
7. Alegações Finais - Estelionato 
8. Alegações Finais - Furto 
9. Alegações Finais - Porte Ilegal de Arma 
10. Alegações Finais - Tráfico de Drogas 
11. Alegações Finais com Preliminar - Crime Praticado 
por Funcionário Público 
12. Alegações Finais de Defesa (Inexistência de Provas 
da Autoria) 
13. Alegações Finais - Furto Qualificado 
14. Alegações Finais de in dubio pro reu - inexistência 
de provas 
15. Alegações Finais - Crime Ambiental 
16. Alegações Finais - Porte Ilegal de Armas 
17. Alegações Finais do Querelante 
18. Alegações Finais do Querelado 
19. Apelação 
20. Apelação 
21. Apelação com Preliminar de Prescrição Retroativa 
22. Apelação 
23. Arresto 
24. Arresto Prévio 
25. Arresto Prévio 
26. Arresto 
27. Arresto 
28. Auto de Prisão em Flagrante 
29. Carta Testemunhável 
30. Correição Parcial 
31. Defesa Preliminar 
32. Embargos Declaratórios 
33. Embargos Infringentes e de Nulidade 
34. Exceção da Verdade 
35. Exceção de Coisa Julgada 
36. Exceção de Ilegitimidade 
37. Exceção de Incompetência 
38. Exceção de Litispendência 
39. Exceção de Suspeição 
40. Extinção da Pena 
41. Habeas Corpus (Modelo 1) 
42. Habeas Corpus (Modelo 2) 
43. Habeas Corpus (Modelo 3) 
44. Habeas Corpus (Modelo 4) 
45. Habeas Corpus (Modelo 5) 
46. Habeas Corpus com Pedido de Liminar (Modelo 6) 
47. Habeas Corpus (Modelo 7) 
48. Incidente de Falsidade Documental 
49. Incidente de Insanidade Mental 
50. Indulto Natalino 
51. Levantamento de Fiança 
52. Liberdade provisória 
53. Liberdade provisória Mediante Fiança 
54. Liberdade provisória sem Fiança 
55. Liberdade provisória sem Fiança 
56. Liberdade provisória sem Fiança 
57. Pedido de Relaxamento de Flagrante e Liberdade 
provisória 
58. Liberdade provisória Com ou Sem Fiança c/c 
Relaxamento de Flagrante 
59. Pedido de Conversão de Liberdade provisória 
mediante Fiança para Liberdade provisória sem Fiança 
60. Livramento Condicional 
61. Memoriais 
62. Notitia Criminis 
63. Pedido de Diligência em Inquérito Policial 
64. Pedido para Aguardar o Recurso de Apelação em 
Liberdade 
65. Pedido de Extinção de Punibilidade 
66. Pedido de Nulidade do Auto de Prisão em Flagrante 
por Inexistência de Queixa 
67. Pedido de Prisão Albergue 
68. Pedido de Prisão Domiciliar 
69. Pedido de Prisão Especial 
70. Pedido de Prisão Especial 
71. Pedido para Preso Livrar-se Solto 
72. Pedido de Restituição de Fiança 
73. Prescrição Executória 
74. Petição de Renúncia 
75. Progressão de Regime 
76. Prescrição Penal 
77. Recurso em Sentido Estrito 
78. Recurso Extraordinário e Especial 
79. Recurso Ordinário de Habeas Corpus 
80. Relaxamento de Prisão em Flagrante 
81. Relaxamento de Prisão em Flagrante 
82. Relaxamento de Prisão em Flagrante 
83. Relaxamento de Prisão em Flagrante 
84. Perempção 
85. Queixa-Crime 
86. Queixa-Crime 
87. Queixa-Crime por Delito de Dano Qualificado 
88. Queixa-Crime Substitutiva da Denúncia 
89. Recurso em Sentido Estrito (Arbitramento de 
Fiança) 
90. Recurso em Sentido Estrito 
91. Recurso contra Sentença de Pronúncia - Artigos 
581, IV e 588 do CPP 
92. Recurso Endereçado ao Delegado Geral de Polícia 
para a Instauração de Inquérito Policial 
93. Recurso Ordinário ao STJ 
94. Requerimento de Diligências Feito pelo Indiciado 
95. Requerimento para Instauração do Inquérito Policial 
Feito pelo Ofendido 
96. Requerimento de Instauração de Inquérito Policial 
Feito por Procurador do Ofendido 
97. Requerimento para a Instauração do Inquérito 
Policial feito por Representante legal do Ofendido 
98. Resposta à Acusação 
99. Resposta à Acusação 
100. Resposta do Réu 
101. Revisão Criminal 
102. Revisão Criminal 
103. Revisão Criminal 
104. Revogação da Prisão Preventiva 
105. Revogação de Prisão Preventiva e Liberdade 
Provisória 
106. Revogação da Prisão Temporária 
107. Sequestro 
108. Sequestro (Embargos) 
109. Sequestro (Embargos) 
110. Sequestro (Pedido de Levantamento) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MODELOS PRÁTICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
1. Ação de Representação 
 
É a manifestação de vontade do ofendido ou de seu representante legal quanto ao 
interesse em que a ação penal seja iniciada. Está prevista no art. 39 do Código de 
Processo Penal Brasileiro. 
 
O direito de representação pode ser exercido no prazo de seis meses, contados do dia 
em que o ofendido ou seu representante legal soube quem é o autor do crime. Não se 
conta o prazo a partir do crime, mas da descoberta de seu autor. 
 
De acordo com o art. 10 do Código Penal Brasileiro, na contagem do prazo inclui-se o dia 
do começo (ao contrário da regra comum no processo civil, onde a contagem começa no 
dia útil seguinte). 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL 
CRIMINAL DA COMARCA DE ____________ - ___. 
 
 
 
 
 
 
 
____________, brasileira, solteira, ____________, residente e domiciliada na Rua 
____________, nº ____, Bairro ____________, ____________ - ___, vem perante V. 
Exa., por seu procurador ao fim assinado, nos termos do incluso instrumento de mandato 
(Doc. 1), o qual recebe intimações a Rua ____________, n° ___, sala ___, bairro 
____________, CEP ______-___, Fone/Fax: (__) ___-______, na cidade de 
____________, UF, nos termos do art. 5º, inciso II do CPP e Lei nº 9.099/95, apresentar 
 
REPRESENTAÇÃO CRIMINAL, contra 
 
____________, brasileiro, casado, residente e domiciliado na Rua ____________, nº ___, 
Bairro ____________, ____________ - ___, pelos seguintes fatos que passa a relatar: 
 
01 – A representante foi vítima do representado por delitos de ameaça e perturbação da 
tranquilidade, cujo Processo Criminal registrou o nº ____________, no Juizado Especial 
desta Comarca. 
 
02 – No dia ___ de __________ de ______, durante a audiência de transação penal, 
____________ aceitou a proposta do digno representante do MP, de aplicação de 03 
(três) meses de prestação de serviços à comunidade, consoante termo homologado pela 
Exma. Sra. Dra. Julgadora, cuja cópia segue nos autos. 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
03 – Além da reprimenda imposta a ____________, o mesmo foi alertado para que não 
molestasse mais a representante, a qual exerce a atividade de ____________, na 
empresa ____________. 
 
04 – Também foi recomendado ao representado, como medida orientadora, para que 
procurasse um profissional da área psiquiátrica, a fim de submeter-se a uma avaliação e 
tratamento. 
 
05 - ____________ não tomou providência alguma para conter suas pretensões 
descabidas e perturbadoras e, para surpresa da representante, no dia ___ de 
____________ de ____, por volta das ______ horas, voltou a fazer ligações para a 
empresa ____________, local de trabalho da vítima, insistindo através de uma das 
telefonistas, para falar coma a representante. A situação só foi amenizada após a vítima 
conversar com o representado, ouvindo o seguinte: "Sou eu ____________, mas não te 
preocupe, o que eu quero agora é uma vaga para trabalhar aí....". Isto se repetiu por 
diversas vezes. 
 
06 - A vítima, Sra. Julgadora, está temerosa, amedrontada com esta situação. Em virtude 
do acontecimento ocorrido anteriormente, a representante está correndo risco de vida, 
pois a qualquer momento pode vir a sofrer um mal injusto e grave por parte de 
____________, que mesmo com passagem recente peloJuizado Especial Criminal, não 
teve sua intenção delitiva amenizada. 
 
07 - Pelo que se depreende da conduta do representado, no decorrer do Processo 
Criminal nº ____________ e pela brevidade com que voltou a perturbar a vítima em seu 
local de trabalho, não restam dúvidas de que ____________ é incapaz de controlar suas 
atitudes diante de uma situação, pois sua conduta causa riscos à vida não só da vítima, 
como também de qualquer pessoa da comunidade. 
 
Pelo exposto, requer o seguinte: 
 
a) o recebimento da presente representação criminal pelo delito do art. 65 da LCP; 
b) a instauração de processo criminal visando a condenação do representado; 
c) a determinação urgente de exame de insanidade mental, nos termos do art. 149 e 
seguintes do CPP, com o recolhimento de ____________, ao IPF, antes que cometa um 
fato mais grave contra a vítima. 
 
 
Nestes Termos 
Pede Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado OAB n° 
 
 
Rol de Testemunhas 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
2. Agravo de Execução 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ___________. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Execução criminal n° 00/10 
 
 
 
FULANO DE TAL qualificado nos autos que se acha preso e recolhido na Cadeia Pública 
desta cidade, à disposição da Justiça Pública, vem, por intermédio de seu advogado e 
bastante procurador infra-assinado, instrumento de procuração anexo, fls... interpor o 
presente agravo de execução por não se conformar, data venia com a R. decisão de fls... 
do apenso de prisão-albergue e requerer, caso Vossa Excelência mantenha a decisão de 
indeferimento do pedido de concessão do regime aberto, sejam os autos encaminhados 
ao Egrégio Tribunal de Alçada Criminal, oferecendo, desde já, as razões de agravo 
conforme documento anexo. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
Razões do agravo 
 
 
Egrégio Tribunal de Alçada Criminal 
 
Colenda Câmara 
 
 
 
O agravante pleiteou o benefício do regime aberto perante o MM. Juízo de primeira 
instância, sendo indeferido. 
 
Entretanto, o sentenciado preenche todos os requisitos para que cumpra o restante da 
pena privativa de liberdade sob o benefício do regime aberto, pelo seguinte: 
 
1. Atualmente, o sentenciado está cumprindo pena em regime semiaberto, benefício este 
a que fez jus quando cumpriu 1/3 da pena em estabelecimento prisional em regime 
fechado. 
 
2. No dia.../.../... cumpriu 1/6 do total da pena privativa de liberdade, o que é requisito 
essencial para que se dê a progressão de regime e uma vez que preenche todas as 
condições previstas no art. 114 da Lei de Execuções Penais (LEP), não pode ser negado 
tal benefício. 
 
3. O sentenciado tem emprego imediato e garantido na Construtora _____, estabelecida 
nesta Comarca de _____, consoante faz prova com a carta de oferecimento de emprego 
expedida pelo Departamento de Recursos Humanos daquela empresa fls...; sua folha de 
antecedentes criminais evidência a inexistência de qualquer outro crime, fls...; apresenta 
boa conduta carcerária, conforme atestado fornecido pela digna autoridade policial 
Diretora da Cadeia Pública desta comarca. Fls..., e os exames a que foi submetido dão 
evidência de que o mesmo apresenta condições de se reintegrar à sociedade, fls... 
 
Ex positis, é medida de justiça que se lhe conceda o benefício do regime aberto. 
 
Local e data. 
 
Assinatura do advogado – OAB 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
3. Agravo de Instrumento 
 
O agravo de instrumento é cabível contra despacho do Presidente de Tribunal ao indeferir 
recurso para o STF ou STJ, ou quando esse despacho não for prolatado, sem justificativa, 
no prazo de 30 (trinta) dias, e quando a remessa de um processo para o Tribunal Superior 
for retardada sem justificação. 
 
O rito é o mesmo admitido ao antigo agravo no cível, devendo ser interposto no prazo de 
10 (dez) dias com a nova redação que a Lei nº 11.187/05 deu ao art. 522 do CPC e deve 
ser interposto por petição, podendo o presidente do tribunal receber e mandar processar 
para subir ao STF ou ao STJ ou retratar-se, acolhendo o recurso anteriormente negado e 
mandando processá-lo. 
 
Há, ainda, seguindo o mesmo rito, o recurso de agravo nos casos tratados nos incisos XII, 
XVII, XIX, XX, XXI, XII, XIII e XXIV do art. 581 do CPP, os quais, em virtude da Lei de 
Execução Penal, art. 197, deixaram de se elencar entre as situações que permitem o 
recurso em sentido estrito, por estarem na fase de execução, após o trânsito. 
 
Lei n° 7.210/84 
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito 
suspensivo. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Agravo de instrumento - Interposições contra despacho que inadmite recurso 
extraordinário - Pedido de vista dos autos para apresentação de memorial negado ao 
recorrente - Admissibilidade - Ato de deliberação do relator - Agravo regimental improvido 
(STF) - RT 614/408. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO 
ESTADO DE________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de________, portador (a) do CIRG 
nº ______e do CPF nº_______, residente e domiciliado (a) na Rua____, nº_________, 
Bairro_______, Cidade_______, Estado______, por intermédio de seu (sua) advogado (a) 
e bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito 
à Rua________, nº________, Bairro________, Cidade_________, Estado_____, onde 
recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos presentes autos de 
Recurso Especial Criminal nº____, em face da decisão de fls_________à presença de 
Vossa Excelência interpor 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
"Ex positis", requer seja reformada a decisão agravada na oportunidade do juízo da 
retratação, em assim não ocorrendo, após as formalidades de estilo, requer seja julgado o 
presente recurso ao tribunal ad quem. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado - OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
 
 
 
JOÃO, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de_______, portador (a) do CIRG 
nº__e do CPF nº_________, residente e domiciliado (a) na Rua______, nº____, 
Bairro____, Cidade_____, Estado______, por intermédio de seu (sua) advogado (a) e 
bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à 
Rua____, nº____, Bairro____, Cidade____, Estado_____, onde recebe notificações e 
intimações, vem mui respeitosamente, nos presentes autos de Recurso Especial Criminal 
nº____, em face da decisão de fls.____ à presença de Vossa Excelência interpor 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
 
 
 
 
 
 
 
RAZÕES DE RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
COLENDA CORTEEMÉRITOS JULGADORES 
 
 
 
DOS FATOS 
 
A decisão agravada nega seguimento ao recurso com base na inexistência de transcrição 
integral de acórdãos que demonstrem a divergência jurisprudencial havida. 
 
Ocorre, porém, que o translado das ementas dos referidos acórdãos, por si só, já 
caracteriza a divergência como exigida, dispensando assim a transcrição na íntegra dos 
acórdãos, o que seria em demasiado formalista e não alteraria a essência de tal 
demonstração, conseguindo-se, desta forma, alcançar o objetivo desejado. 
 
DO DIREITO 
 
As ementas citadas cumpriram com o seu objetivo de demonstrar divergência 
jurisprudencial, visto que estas reproduziram fiel e inequivocamente os seus respectivos 
acórdãos em seus conteúdos fundamentais. Senão vejamos: 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
 
Neste sentido, tem-se o pensamento de SAMUEL MONTEIRO: 
 
"Todavia, além da decisão sábia, contrária a esse formalismo, cabe aqui ponderar que: b) 
outras vezes, do paradigma só é relevante a própria ementa, quando traduz com precisão 
o tema relevante do acórdão; c) dentro desse contexto, que interesse há em obrigar-se o 
recorrente a longas infrutíferas transcrições de trechos do acórdão paradigma, se dele 
aproveita-se apenas a ementa? d) ademais, se o paradigma é reproduzido no repositório 
oficial ou no repositório autorizado, e a ementa do paradigma satisfaz o teor fundamental 
do acórdão, já não está na hora de se abandonar o formalismo burocrático exagerado que 
poda e tolhe a garantia constitucional do acesso ao STJ?" (RECURSO ESPECIAL E 
EXTRAORDINÁRIO, 1ª ed., Hemus Editora Limitada, 1992). 
 
Portanto, deve-se ter em mente o objetivo maior do recurso especial que é o de assegurar 
o cumprimento de um direito constitucional, para que através de uma análise mais 
profunda de uma determinada questão seja possível chegar a uma verdadeira Justiça. 
 
Assim, a recorrente, mesmo não tendo reproduzido os acórdãos na íntegra, não pode ter 
seu direito cerceado mais uma vez, mesmo porque, não se fugiu ao sentido real do 
recurso especial. 
 
DOS PEDIDOS 
 
Em face das razões delineadas, comprovado restou que a decisão agravada deve ser 
integralmente reformada, dando-se provimento total ao recurso especial em tela. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado – OAB 
 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
4. Agravo Regimental 
 
O agravo regimental equivale ao agravo inominado quando os tribunais funcionam como 
instâncias superiores e não com competência originária. 
 
O rito é idêntico ao do agravo inominado, podendo ser interposto não só contra despacho 
do relator, como também do presidente. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Exceção de incompetência do tribunal - Agravo Regimental interposto pelo assistente do 
Ministério Público ao despacho do juiz - Legitimidade recursal - Hipótese em que a 
exceção pode até mesmo ser declarada de ofício pelo magistrado em qualquer fase do 
processo - Inteligência da Súmula 210 (STF)- RT 626/399. 
 
 
Excelentíssimo Senhor Desembargador ____, DD. Relator do Habeas Corpus 
nº____, do Egrégio Tribunal de Justiça de_____________. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCIO, por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com 
fundamento no art. 858 e seguintes do Regimento Interno do E. Tribunal de Justiça 
de________, opor 
 
AGRAVO REGIMENTAL 
 
contra a respeitável decisão de fls.____, pelos seguintes motivos: 
 
 
I. DA HIPÓTESE EM EXAME 
 
LUCIO, acusado da prática de estupro (art. 213, CP), ingressou com o Habeas Corpus 
nº____, no dia ____, distribuído e julgado pela ____.ª Câmara Criminal desse E. Tribunal, 
pleiteando a revogação de sua prisão preventiva, decretada pelo MM. Juiz da ____.ª Vara 
Criminal da Comarca de ____, por ocasião do recebimento da denúncia, baseado no fato 
de estar ele ameaçando testemunhas, durante a fase de investigação policial, logo, por 
conveniência da instrução criminal (art. 312, CPP). A ordem foi denegada, pois entendeu 
a Colenda Corte que a razão estava com o magistrado de primeira instância, uma vez que 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
havia relatos de testemunhas, colhidos no inquérito, no sentido de estar o indiciado 
buscando saber o que elas iriam dizer quando fossem ouvidas pela autoridade policial. 
O agravante entende, com a devida vênia, que o anterior habeas corpus foi injustamente 
denegado, uma vez que jamais ameaçou testemunha alguma, mas apenas conversou 
com algumas delas sobre os fatos que lhe foram imputados. E assim agiu por desespero, 
certo de que é inocente da acusação da prática de estupro, porém com ingenuidade, 
nunca supondo que tal situação fosse comprometer o seu direito constitucional de 
aguardar o julgamento em liberdade, em face da presunção de inocência. 
Ocorre que, ultrapassada grande parte da instrução em juízo, ouvidas as testemunhas de 
acusação e iniciando-se a colheita da prova de defesa, verificou-se que as mencionadas 
testemunhas arroladas pelo Ministério Público não confirmaram as eventuais ameaças 
que teriam sido feitas pelo réu, ora impetrante. 
Ademais, além de não terem sido ratificados, sob o crivo do contraditório em instrução 
judicial, os anteriores depoimentos colhidos na fase policial, pode-se constatar que a 
prova da acusação findou. Não subsiste, pois, motivo para a perpetuação da prisão 
preventiva do impetrante. 
Ingressando com novo pedido de habeas corpus, Vossa Excelência, entendendo tratar-se 
de mera reiteração do anterior, fundado no art. 202, XII, do Regimento Interno do Tribunal 
de Justiça, indeferiu, liminarmente, o processamento da ação. 
Com a devida vênia, equivocou-se Vossa Excelência, pois este habeas corpus cuida de 
tema novo, baseado em situação fática diversa. 
 
 
II. DOS MOTIVOS PARA A RETRATAÇÃO OU PARA A REFORMA DA DECISÃO PELA 
TURMA JULGADORA 
 
O impetrante não havia ameaçado nenhuma das testemunhas arroladas pela acusação, 
muito embora ele jamais tenha negado que as abordou, em lugar público, indagando-lhes, 
ingenuamente, o que iriam dizer quando fossem, oficialmente, ouvidas. Não deveria tê-lo 
feito, é verdade, guardando a devida distância de todos os que iriam depor. Atuou 
desorientado, mas sem qualquer agressividade ou tom ríspido. Dessa situação, pois, não 
se pode extrair a conclusão de que houve ameaça, colocando em risco a lisura da 
instrução criminal e prejudicando a colheita da prova. 
A prisão preventiva, decretada por ocasião do recebimento da denúncia, foi açodada e 
injustificada, porém mantida pela ____.ª Câmara Criminal do E. Tribunal de Justiça, 
decisão contra a qual não se insurgiu o impetrante. 
E não o fez aguardando o momento próprio para, novamente, pleitear sua liberdade, pois 
havia a certeza de que as testemunhas não confirmariam, diante do juiz, terem sido 
ameaçadas pelo réu. Foi exatamente o que se deu. Este é o fato novo, merecedor de 
apreciação por essa Colenda Corte. 
O impetrante, primário e sem antecedentes, com emprego e residência determinados, 
deve ser considerado inocente até o trânsito em julgado de eventual sentença 
condenatória, motivo pelo qual tem o direito de permanecer em liberdade, não havendo 
sentido manter-se a sua custódia cautelar. 
Não há o preenchimento das condições previstas no art. 312 do Código de Processo 
Penal para a decretação e manutenção da prisão preventiva. O único fundamento que foi 
invocado – a pretensa ameaça a testemunhas – desfez-se porcompleto. 
Por derradeiro, nunca é demais lembrar que a liberdade é a regra, constituindo a prisão 
cautelar, a exceção. 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
 
III. DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, restando evidente o prejuízo para o impetrante na manutenção da prisão 
preventiva, bem como tendo ocorrido fato novo, ainda não apreciado pelo E. Tribunal de 
Justiça, aguarda-se a retratação de Vossa Excelência em relação ao indeferimento liminar 
do processamento do Habeas Corpus nº ____, para que seja julgado, quanto ao mérito, 
pelo Colegiado ou, se assim não for o entendimento adotado, espera-se seja o presente 
recurso submetido à apreciação da Douta Turma Julgadora, nos termos do art. 860 do 
Regimento Interno do Tribunal de Justiça, para que seja reformada a decisão de 
indeferimento liminar do habeas corpus impetrado. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado - OAB 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
5. Alegações Finais com Preliminar 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE _____________________ 
 
 
 
 
 
Processo n° 00/10 
 
Cartório do 1° Ofício Criminal 
 
 
 
FULANO DE TAL, qualificado nos autos do processo-crime epigrafado, que lhe move a 
Justiça Pública, em tramite perante esse E. Juízo e respectivo Cartório, sob o número 
supra, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu advogado e bastante 
procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), que a esta subscreve, a fim 
de apresentar suas alegações finais consoante dispõe o art. 404, parágrafo único do CPP, 
nos seguintes termos: 
 
 
PRELIMINARMENTE: NULIDADE EM PROCEDIMENTO ESPECIAL. 
 
CRIME DE RESPONSABILIDADE DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO. 
 
 
 
Consoante se pode observar às fls... ao acusado é imputada a prática do crime previsto 
no art. 321 do CP, sob a rubrica “advocacia administrativa”. 
 
Trata-se de crime de responsabilidade de funcionário público ao qual se impõe o rito 
processual estabelecido nos arts. 513 a 518 do CPP. 
 
Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e 
julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com 
documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração 
fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas. 
 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz 
mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro 
do prazo de quinze dias. 
 
 
A ilustre Professora ADA PELLEGRINI GRINOVER ensina que: 
 
“... a falta de notificação resulta em nulidade absoluta, pois impede a realização de fase 
essencial para a defesa do réu, mesmo que anterior ao recebimento da acusação. O fato 
de o acusado poder, depois, durante o desenvolvimento da relação jurídica processual, 
efetivar a sua defesa não afasta a nulidade, pois não é possível saber se, com a resposta 
antecipada, não poderia ter evitado a instauração da causa. Ademais, há, na espécie, 
interesse público da Administração em não ver seus funcionários indevidamente 
processados”. 
 
 
É essa a orientação seguida pelos nossos Tribunais, afirmando tratar-se de nulidade 
absoluta, porque desse modo ficaria de forma irremediável afetado o direito de defesa, 
entendimento defendido em diversas jurisprudências, entre as quais: RT 523/316, 
527/305, 551/342, 561/326. 
 
Analisando os autos pode-se verificar que o acusado não foi notificado, nos termos do art. 
514 do CPP, omissão esta que anula todos os atos processuais praticados até agora. 
 
Se por acaso não for esse o entendimento desse E. Juízo, o que se pode admitir apenas 
a título de argumentação, no mérito não há como se condenar o acusado. 
 
O tipo exige que o réu pleiteie, defenda interesse alheio, aproveitando-se das facilidades 
que sua condição de funcionário público lhe proporciona. 
 
Assim sendo, em momento algum restou provada essa atitude por parte do acusado, 
remanescendo assim a dúvida, motivo pelo qual se impõe a aplicação do princípio básico 
do Direito Penal, “in dúbio pro reo”, com a consequente absolvição do acusado por falta 
de provas, por se tratar da mais lídima JUSTIÇA. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
6. Alegações Finais - Crime de Ameaça 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ______________________________ 
 
 
 
 
 
________________, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ________, 
portador (a) do CIRG nº _________ e do CPF nº _________, residente e domiciliado (a) 
na Rua _________, nº _____, Bairro _________, Cidade _________, Estado _________, 
por intermédio de seu (sua) advogado (a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo 
- doc. 01), com escritório profissional sito à Rua __________, nº __________, Bairro 
__________, Cidade __________, Estado __________, onde recebe notificações e 
intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em que responde pelo crime de ameaça, 
à presença de Vossa Excelência propor 
 
ALEGAÇÕES FINAIS 
 
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
 
DOS FATOS 
 
O acusado foi denunciado pelo suposto cometimento do delito previsto no artigo 147 do 
Código Penal, porque no dia ____ de ______ de ________, por volta das _____ horas e 
______ minutos, na rua __________, nº __________, nessa cidade, teria ameaçado sua 
amásia, a Sra. __________. 
 
Finda a colheita de provas, em suas Alegações Finais pugna a Ilustre Representante do 
Ministério Público pela condenação do réu na sanção do dispositivo citado. 
 
O pleito todavia, não merece acolhida, fazendo-se imperativa a absolvição do réu. De 
fato, a prática delitiva não restou comprovada, uma vez que a palavra da vítima no 
contexto soa contraditória e isolada, haja vista que sequer compareceu em Juízo para 
confirmar as alegadas ameaças, firmando a convicção de além de não desejar a 
condenação do acusado, ter se arrependido da representação para a ação penal. 
 
O acusado e sua amásia vivem em harmonia, não havendo razão para sua condenação. 
Pelo contrário, a aplicação de qualquer sanção penal a essa altura importa em punição 
não apenas a __________, mas também e sobretudo a sua amásia __________, de sorte 
que perde razão de ser (porque não dizer o objeto) a ação penal pelo crime de ameaça 
quando as partes não mais encontram-se em desavenças. 
 
Mesmo que assim não fosse, cabe asseverar que apenas a prova produzida no inquérito 
policial apresenta-se despicienda de força a ensejar a condenação, máxime quando ela 
está em total descompasso com os fatos processados em juízo. 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
 
Com efeito, no caso em análise restou isolada a declaração da testemunha __________ 
(única por sinal ouvida em Juízo) apresentando-se em realidade lacônico quando 
assevera: ainda vivem como se fossem marido e mulher. (...) ________ parece-me que os 
três filhos continuam na casa deseu pai __________ (fls. 51). 
 
DO DIREITO 
 
"Não se justifica decisão condenatória apoiada exclusivamente em inquérito policial pois 
se viola o princípio constitucional do contraditório - STF (RTJ 59/786 e 67/74). No mesmo 
sentido, TJSP: RT 666/274; RJTJERGS 152/150: TARS: JTAERGS 80/124" (Júlio Fabbrini 
Mirabete, Código de Processo Penal Interpretado, pág. 39, editora Atlas, 5ª edição, 1997). 
 
Sob outro enfoque, há que se levar em conta que o delito previsto no art. 147 do Código 
Penal exige, para sua efetiva perpetuação, que a ameaça seja concreta, idônea e de 
causar mal e a pessoa. 
 
No caso, os fatos vieram à tona porque houve uma discussão entre acusado e vítima, o 
que descaracteriza o delito de ameaça. Com efeito, a palavra da pretensa vítima, 
prestada na fase do inquérito é hialina "... houve uma discussão e foi para a casa da 
vizinha..." (fls. 05). 
 
Outra não é a versão apresentada pela testemunha ____________, que ao ser ouvida em 
Juízo declarou: "... Lembro-me que no dia dos fatos a vítima discutiu com o acusado e 
depois foi para minha casa..." (fls. 51). A despeito do tema e nesse sentido, a 
jurisprudência é iterativa: 
 
O crime de ameaça não se configura quando a afirmação é proferida no calor da 
discussão, pois não houve, com seriedade, com idoneidade, promessa de mal futuro 
(TACRIM-SP - AC - Rel. Jô Tatsumi - RJD 8/74) 
 
Proferida no auge de uma discussão, a pretensa ameaça não é idônea nem capaz de 
intimidar. Nesse sentido, RT 531/360, 536/383, 534/412 (TACRIM-SP - AC - Rel. 
Bonaventura Guglielmi - JUTACRIM 98/64) 
 
No contexto, cai por terra a alegação da vítima de que o acusado estava de porte de uma 
arma, simplesmente porque nenhum revólver foi encontrado e o acusado não possui 
arma. 
 
Por derradeiro, na remota hipótese de aplicação de qualquer sanção penal (o que se 
admite apenas para argumentar) o fato de acusado ostentar antecedentes não pode 
jamais servir de causa de aumento da pena, sob pena de violação do princípio 
constitucional da presunção de inocência. 
 
Isso porque "inquérito policial e ação penal em curso representam hipótese de trabalho. 
Não registram ainda definição da situação jurídica. Impossível só por isso configurarem 
maus antecedentes" (STJ - RHC - Rel. Luiz Vicente Cernicchiaro - RSTJ 76/51). 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
Há que se ressaltar por derradeiro, que o acusado tem três filhos com a pretensa vítima, 
vivendo em perfeita harmonia (fato comprovado pela declaração da testemunha ouvida 
em Juízo e pela inexistência de antecedentes criminais com relação aos menores) de 
modo que eventual condenação, ainda que a pena de multa ou no mínimo legal, viria a 
desagregar o convívio familiar. 
 
DOS PEDIDOS 
 
Posto isso, espera e requer a absolvição do acusado, seja pela falta de provas, seja pela 
inexistência de crime, como medida da mais lídima Justiça. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado – OAB 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
7. Alegações Finais - Estelionato 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ___________________. 
 
 
 
 
Processo n° 00/13 
Cartório do 1° Ofício Criminal 
 
 
FULANO DE TAL, qualificado nos autos do processo epigrafado, por seu advogado e 
bastante procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, a fim de, nos termos do art. 404, 
parágrafo único do CPP apresentar suas alegações finais, conforme adiante se segue: 
 
Não procede a denúncia de fls. 02 oferecida pelo ilustre representante do Ministério 
Público. 
 
Com efeito, consoante se depreende de tudo o que foi exposto, apurado e provado nos 
autos, é de se concluir, de forma indiscutível, pela não tipificação do delito previsto no art. 
171, § 2°, VI, do Código Penal, que se quer imputar ao réu, razão pela qual deve o 
presente pedido ser julgado improcedente, absolvendo-se o acusado. Senão, vejamos: 
 
1. DOS FATOS 
a) Consoante relato extraído da denúncia apresentada (fls...) em.../.../... o réu contraiu, 
com o Senhor BELTRANO, um empréstimo no valor de R$....... (por extenso) obrigando-
se a saldá-lo em data certa, razão pela qual emitiu, em garantia, um cheque pré-datado 
no valor total do débito (fls....); 
b) Vencido o prazo convencionado para o pagamento do empréstimo, o ofendido, de 
posse do cheque que lhe foi dado em garantia, dirigiu-se à instituição do sacado 
objetivando receber o valor constante daquele título, vez que, o réu não apresentou 
qualquer manifestação em sentido contrário; 
c) Todavia, o citado cheque foi devolvido pelo banco sacado, sob o fundamento de que o 
mesmo não dispunha de fundos suficientes para ser pago, ou seja, para a sua liquidação, 
frustrando, assim, o pagamento ao credor, configurando, pois, no entender do Ministério 
Público, a tipificação do delito previsto no art. 171, § 2°, VI do Código Penal; 
d) Em que pese à “aparente” razão lógica que procura impor o entendimento esposado 
pela acusação, deve-se concluir pelo vício do silogismo que, diante dos fatos apurados, 
não admitirá conclusão de que o réu tenha cometido o delito do qual se lhe imputa a 
autoria. 
 
2. CHEQUE COMO TÍTULO DE CRÉDITO. 
a) O cheque constitui um instituto de direito comercial, inserido no contexto mercantil 
entre os títulos de crédito como sendo uma de suas várias espécies; 
b) Deve caracterizar-se por alguns requisitos essenciais sem os quais não há se falar 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
propriamente em cheque, vez que, todos devem ser observados sob pena de, à falta de 
algum deles, não configurar o cheque, mas, outro título de crédito; 
Ex positis, nos ensinamentos de FÁBIO ULHOA COELHO: 
“O cheque é uma ordem de pagamento à vista, sacado contra um banco e com base em 
suficiente provisão de fundos depositados pelo sacador em mãos do sacado ou 
decorrente de contrato de cobertura de crédito entre ambos” (In Manual de Direito 
Comercial, Saraiva, 2ª Ed., pág. 240) 
 
c) Como ensina RUBENS REQUIÃO que assim conceitua o cheque considerado título de 
crédito: 
“O cheque é também, como a letra de cambio, uma ordem de pagamento, mas à vista” (In 
Curso de Direito Comercial, Saraiva, 6ª ed., pág. 477) 
 
d) É de se ressaltar ainda, que a característica essencial para a configuração do título de 
crédito como sendo um cheque é ser ele uma ordem de pagamento à vista; 
e) Quando versa sobre cheque pré-datado RUBENS REQUIÃO assim se manifesta: 
“Constitui requisito essencial do cheque a indicação da data em que é passado (art. 1°, 
V). Essa data é importante, pois dela passa a correr o prazo de apresentação, de que 
resultam alguns efeitos. Por isso deve ser autentica, registrando o dia em que foi 
efetivamente emitido”. 
 
E conclui: 
“Não se admite, consequentemente, o cheque pós-datado, pois tira-lhe a natureza de 
meio de pagamento à vista, tornando-o um simples título de crédito, fazendo as vezes de 
letra de cambio” (In op. cit., pág. 503) 
f) No caso presente, provado nos autos está que o cheque, objeto de caracterização do 
estelionato, foi emitido como pré-datado (fls...) sendo tal condição confirmada pelo 
ofendido, em declarações prestadas às fls...., assim, quando ouvido e inquirido por esse 
DD. Juízo se o cheque havia sido emitido com data posterior à transação, respondeu: 
“O réu emitiu um cheque pré-datado para ser sacado após.... dias da data do empréstimo, 
pois que, à suaépoca não contava com fundos suficientes à cobertura do mesmo”. 
 
g) De se notar ainda, o fato de que a própria acusação reconheceu que o cheque fora 
emitido pré-datado, como garantia de dívida, consoante se depreende das razões finais 
apresentadas (fls...); 
h) Assim sendo, das provas documental e testemunhal constantes dos autos e, pelas 
doutrinas trazidas à colação, é de se concluir de forma indubitável, pela não 
caracterização do título de crédito emitido como sendo um cheque, vez que, lhe falta o 
requisito essencial à sua configuração que é “ordem de pagamento à vista”. 
 
3. DO DIREITO 
 
a) O Código Penal, no art. 171 define a conduta delituosa caracterizadora do estelionato. 
No mesmo sentido o § 2°, VI do citado artigo, dispõe que incorrerá nas mesmas penas 
quem: 
“Emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou lhe frustra o 
pagamento” (meu grifo). 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
b) Assim sendo somente estará tipificado o delito em questão quando o acusado emite 
um cheque entendido como sendo ordem de pagamento à vista, sem provisão de fundos 
ou lhe frustra o pagamento. No caso presente, como demonstrado anteriormente, não há 
que se falar em cheque porque lhe faltam os requisitos essenciais à sua caracterização, 
assim, não há se falar na prática de crime de estelionato previsto no art. 171, § 2°, VI do 
Código Penal; 
c) Não havendo o cheque, não subsunção do fato ocorrido com a norma disposta no 
diploma penal, pela falta de adequação do primeiro ao segundo, vez que, o art. 171, § 2°, 
VI do Código Penal define como crime de estelionato aquele em que o cheque é emitido 
sem a devida provisão de fundos e, no caso sub judice, comprovado está que não houve 
a caracterização do título como sendo cheque, o que descaracteriza a prática do crime 
em pauta; 
d) A mais das vezes, este também é o ensinamento do professor JÚLIO FABRINI 
MIRABETE, embasado na jurisprudência: 
“Não se configura o delito, por saber a vítima da inexistência de fundos, quando o título é 
desvirtuado de sua finalidade específica de ordem de pagamento à vista, quando é dado 
em sem data ou pós-datado: quando é dado em garantia de dívida ou promessa de 
pagamento” (In Manual de Direito Penal, v. 2, Atlas, 6ª ed., pág. 292) (grifo meu). 
 
No mesmo sentido DAMÁSIO EVANGELISTA DE JESUS que ensina: 
“O cheque é emitido para pagamento à vista. Não se trata de título como a nota 
promissória, em que o pagamento não é de pronto, mas a prazo. Em face disso, não há 
crime quando o cheque é dado como garantia de dívida. Neste caso, na verdade, não 
funciona como cheque, mas como título de efeitos idênticos à nota promissória, para 
garantia de pagamento futuro” (In Direito Penal, Saraiva) (grifo meu). 
 
4. DA JURISPRUDÊNCIA 
a) Não obstante a comprovação da falta de tipificação do delito de estelionato que se 
pretende imputar ao réu neste caso, pede venia o acusado para trazer à colação julgados 
que vêm sedimentar lapidarmente a tese ora esposada: 
 
JURISPRUDÊNCIA 
Estelionato - Emissão de cheque sem fundos - Delito não - configurado - Título dado em 
garantia de dívida - Descaracterização - Ausência de Justa Causa para Ação penal - 
Cheque emitido sob certa condição não é ordem de pagamento à vista, mas mero título 
de crédito - RT 567 /380. 
Estelionato - Emissão de cheque sem fundos - Delito não-configurado - Título emitido 
para pagamento 12 dias após como garantia de obrigação - Desvirtuamento da natureza 
do instituto - RT 571/393. 
Tratando-se de cheque pós-datado, não se configura o crime do art. 171, § 2°, VI do CP, 
porque a pretensa vítima conhecia de antemão a inexistência de fundos no dia em que 
recebeu o título - RT 576/396. 
b) O Colendo Tribunal Regional Federal da Quinta Região decidiu em recurso de 
apelação criminal entre partes FULANO DE TAL, apelante e Justiça Pública Apelada, com 
o voto vencedor do relator Min. HUGO MACHADO, o seguinte: 
“... eu tenho como procedente o apelo porque a jurisprudência é tranquila no sentido de 
que estando o recebedor ciente de que o cheque, no momento em que o recebe, não tem 
suficiente provisão de fundos, não se configura o estelionato” (In JSTJ e TRF v. 12/414). 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
c) Por derradeiro, traz-se à colação a emenda do V. Acórdão proferido pelo Egrégio 
Supremo Tribunal Federal, in Recurso de Habeas corpus n° 61.353-5 PR, onde a 1ª 
Turma por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso interposto por FULANO DE 
TAL, contra o Tribunal de Alçada do Estado do Paraná: 
“Ementa - Cheque - Emissão sem fundos - Habeas Corpus - A vítima, aceitando o cheque 
pré-datado para descontá-lo no banco sacado dezessete dias depois de sua emissão, 
concorreu para que o cheque fosse desfigurado de ordem de pagamento à vista para 
processo de pagamento a prazo e, assim, o fato perdeu a tipicidade do crime previsto no 
artigo 171, § 2°, VI do Código Penal (In JSTF, Lex 62/380-382). 
 
5. CONCLUSÃO 
Ex positis requer a absolvição do réu, como medida da mais lídima JUSTIÇA. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Assinatura do Advogado – OAB 
 
Obs. No caso de haver somente um defensor ele pode retirar os autos mediante carga 
para o oferecimento das alegações finais. 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
8. Alegações Finais - Furto 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE _______________. 
 
 
 
 
 
Processo-crime nº 00/13. 
Cartório do 1° Ofício Criminal. 
Autora: A JUSTIÇA PÚBLICA 
 
ALEGAÇÕES FINAIS 
Art. 404, parágrafo único do CPP 
PELO DENUNCIADO: ____________________ 
 
Meritíssimo Juiz: 
 
FULANO DE TAL, já qualificado nos autos do processo-crime epigrafado, por seu 
advogado e bastante procurador (instrumento de procuração anexo), vem 
respeitosamente perante Vossa Excelência a fim de, nos termos do art. 404, parágrafo 
único do CPP, oferecer suas alegações finais conforme adiante se segue: 
 
1. A denúncia atribui ao acusado o cometimento do crime de furto qualificado previsto no 
art. 155, parágrafo 4º, Incisos I e IV, combinado com o art. 29, ambos do Código Penal. 
 
2. Durante a Instrução criminal ficou provada a autoria e a materialidade do fato delituoso 
apenas no que tange à participação do corréu BELTRANO.... Quanto a participação do 
acusado existem apenas indícios, baseados na confissão de BELTRANO. 
 
3. A acusação baseia-se, tão somente nestes indícios, conforme se pode notar nas 
Alegações Finais de fls...: 
"No que tange à participação do acusado...., face a todos os indícios compilados, os quais 
corroborados pela confissão do corréu, BELTRANO, bem assim pelo seu 
desaparecimento do distrito da culpa, logo após a prática do delito, leva, seguramente, à 
sua responsabilidade." 
 
4. Fica evidenciado, dessa forma, que a acusação buscou no interrogatório do corréu 
BELTRANO a prova da participação do denunciado. O referido interrogatório é confuso e 
visivelmente contraditório, onde o interrogado tenta transferir a responsabilidade de seu 
ato para o acusado FULANO DE TAL. 
 
5. De se notar que no interrogatório o corréu BELTRANO afirma não ter participado de 
nada e nem recebeu qualquer produto do furto, conforme consta de fls....: 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
"... que o interrogado não participou em nada e nem recebeu qualquer produto desse 
furto..."6. Não é isso que o mesmo afirmou durante o Inquérito Policial, e nem é isso que 
demonstra o depoimento da testemunha. SICRANO..., de fls....: 
"... trazendo consigo um rádio de carro, para conserto, quando encontrou o acusado...., 
que, após demorada conversa,.... propôs ao interrogado, a troca de um pequeno fogão de 
duas bocas pelo rádio que o interrogado levava consigo..." 
 
7. Ora, se o corréu BELTRANO não participou e nem se beneficiou do produto do furto, 
como pode trocar o fogão furtado por um rádio. 
 
8. De se concluir, de forma absoluta, que suas afirmações são mentirosas. E mentira não 
pode servir de base para condenar. No mínimo resta dúvida na efetiva participação do 
Denunciado. 
 
9. Cabe ressaltar que o corréu BELTRANO apenas alegou a participação, nada ficou 
provado, nem mesmo no depoimento das testemunhas. O réu na forma do art. 186 do 
CPP não está obrigado a responder as perguntas que lhe forem formuladas, se as 
responder, não está obrigado a dizer a verdade. Dessa forma, a simples confissão do 
corréu BELTRANO DE TAL não é suficientemente forte para condenar o acusado. 
 
10. Como bem sabe Vossa Excelência, no Direito Penal, indícios e suposições não são 
suficientes para condenar uma pessoa, é necessário que se prove a autoria do crime e a 
sua materialidade. 
 
11. O Código de Processo Penal em seu artigo 386, inciso VI, diz que o Juiz absolverá o 
réu se não existir prova suficiente para a condenação, conforme ocorre no caso em tela. 
 
Ex positis, requer a absolvição do denunciado, com base no inciso VI do artigo 386 do 
Código de Processo Penal. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Local e data. 
 
Assinatura do Advogado - OAB 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
9. Alegações Finais - Porte Ilegal de Arma 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ________________________ 
 
 
 
 
Ação Penal nº _____________ 
Assistência judiciária gratuita. 
 
_______________, já qualificado nos autos da AÇÃO PENAL, que lhe move a JUSTIÇA 
PÚBLICA de _____________, em trâmite por este R. Juízo vem, respeitosamente, 
oferecer suas ALEGAÇÕES FINAIS na forma seguinte. 
 
I – DA SÍNTESE DA DEMANDA CRIMINAL 
A persecução penal contra o acusado cinge-se a imputação do crime de porte ilegal de 
arma. Consta na peça acusatória que policiais militares aleatoriamente encontraram dois 
indivíduos em via pública (na companhia de duas garotas), que correram ao serem 
abordados pela polícia. 
(Fazer transcrição de for o caso dos depoimentos de policiais e do interrogatório do 
acusado). 
Após ser citado, o acusado, via defesa, apresentou sua resposta preliminar no sentido da 
negativa de autoria e de sua primariedade. Na fase de instrução criminal todas as 
testemunhas afirmaram que encontraram a arma num matagal próximo ao local onde o 
réu foi preso. Convém dizer que estava baleado na perda, que foi AMPUTADA face a 
agressão policial. Em seguida interrogado, o acusado negou qualquer porte de arma. 
Finda a audiência una, o MM Juiz deu vista as partes para apresentarem os memoriais 
por escrito. 
 
II – DO DIREITO. 
O delito de porte ilegal de arma de fogo está previsto na Lei nº 10.826/2003 no art. 14, 
que assim dispõe: (transcrever). 
Pois bem, no compulsar dos autos desde a fase do inquérito policial, percebe-se que a 
verdade dos fatos é no sentido de que a conduta do ora acusado não se compatibiliza 
com a figura típica do delito acima, posto que o mesmo não é proprietário de arma de 
fogo, bem como, pelo fato de que com ele não foi encontrado nada. 
Observa-se também que a presente acusação é temerária uma vez que os fatos se 
passaram no período noturno por volta das 00h50min horas em um bairro considerado de 
certa periculosidade e através de uma chamada via CIOPS, o que por si só gera uma 
certa insegurança jurídica a todo sistema constitucional. 
Acrescenta-se outra falha na persecução penal o fato de que constam nos presentes 
autos apenas depoimentos dos policiais militares, o que se questiona, haja vista que pelos 
relatos havia outras pessoas no local que poderiam contribuir para elucidação do presente 
caso. 
No depoimento do conduzido, conforme fls. 124/125, o mesmo afirma que já vinha 
sofrendo perseguição por parte da policia e ratificou que a arma encontrada era de seu 
colega ______________. 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
Na fase judicial o acusado ratifica a negativa do porte e acrescenta que havia outras 
pessoas e que estas saíram correndo do local no momento da abordagem policial. 
Destarte, a acusação é de todo improcedente, porque a instrução criminal não 
caracterizou a culpabilidade do réu, cuja acusação teve fulcro em declarações exclusivas 
do policial. Mais ainda, a acusação do policial Jânio busca na verdade maquiar o erro 
deste que efetuou a prisão de um indivíduo. Palavra por palavra, não há nada que 
fundamente uma condenação neste termo. O ônus é da acusação que se absteve em 
arrolar outras testemunhas que se encontravam no local. 
A simples suposição de que a arma apreendida pertencia ao defendente não autoriza 
uma condenação nos moldes requeridos pelo Parquet, isso porque não existem provas do 
que alegara na denúncia. 
Desta forma, Excelência sobrevindo uma condenação gerará uma completa 
insegurança em um Estado Democrático de Direito, pois será muito cômodo para 
sistema policial acusar uma pessoa forjando provas, e esta vir a ser injustiçada. 
Registra-se mais uma vez de que o aparelho estatal tinha total condições na 
utilização de outros meios para solução da lide penal, que não a exclusiva palavra 
policial. 
Zaffaroni desenvolveu a “teoria da vulnerabilidade” ao aparelho repressivo, que ele expõe 
no livro “En Busca de Las Penas Perdidas”. Diz ele que a pessoa em estado de 
vulnerabilidade é aquela que o sistema penal seleciona e usa para justificar o seu 
exercício de poder. E o estado de vulnerabilidade decorre ou da simples condição social 
ou biotipo, ou do comportamento pessoal em tornar-se vulnerável pela prática de crime. 
Para Zaffaroni, pessoas poderosas, bem vestidas, têm alto grau de invulnerabilidade ao 
aparelho repressivo penal. Precisariam esforçar-se muito (praticar muitos crimes) para 
entrarem no sistema. 
Seguem algumas decisões: (transcrever). 
Com efeito, a prova, no dizer de Mittemayer, é a soma dos meios produtores da certeza. 
Ademais, não se pode perder de vista que a condenação deve sempre resultar de prova 
tranquila, convincente e clara. Na dúvida é preferível a ABSOLVIÇÃO do acusado 
como ato de mais salutar justiça, visto que vige o princípio do “in dúbio pro reo” no nosso 
ordenamento jurídico. 
Além disso, de fato impende de ser ressaltado que os art. 30 e 32 da Lei nº 
10.826/2003, ao estabelecer prazo aos possuidores e proprietários de arma de fogo 
sem registro regularizasse a situação ou as entregassem a policia federal, criaram 
uma situação peculiar, pois, durante esse período (ano de 2008), a conduta de 
possuir de arma de fogo deixou de ser considerada típica. Evidencia-se que tal 
atipicidade por “abolitio criminis” diz respeito ao caso de posse de arma de fogo. 
 
III – DO PEDIDO 
Assim, requer alicerçado pela inexistência de prova processual suficiência para 
condenação, o decreto Absolutório (art. 386, VII, CPP) ao delito que lhe é imputado, por 
ser isto de inteira Justiça. Alternativamente, pede-se também absolvição do acusado em 
razão da “abolitio criminis” determinada pelo Estatuto do desarmamento. Por fim, na 
eventualidade de uma condenação pede-se aplicação no mínimo legal face 
potencialidade do delitoe primariedade do agente. 
 
Nesses Termos, 
Pede Deferimento. 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
Local e data. 
 
Advogado - OAB 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
10. Alegações Finais - Tráfico de Drogas 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE________________. 
 
 
 
 
 
Processo nº _____________. 
Autor: Ministério Público. 
Denunciado:___________________ 
 
_________, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seus 
procuradores ao final subscritos, vem respeitosamente à presença de V. Exa., nos termos 
do art. 403, § 3º do Código de Processo Penal, apresentar 
ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS 
Pelas razões de fato e de Direito a seguir expostas. 
 
1. DOS FATOS 
 
Segundo denúncia do Ministério Público, o denunciado encontra-se incurso nas sanções 
do crime prescrito no art. 33 da Lei nº 11.343/06, posto que na data de (DATA) do 
corrente ano, foi preso em flagrante no endereço de fls. (Nº FOLHA DO BO) sob 
acusação de estar praticando traficância de substância conhecida como cocaína. 
No local do crime – já conhecido pelas autoridades policiais como sendo uma “boca de 
fumo” – foram encontrados materiais pertencentes ao tráfico, além de estar presente um 
usuário que havia adquirido a droga momentos antes da operação policial. 
Ocorre que, o denunciado é apenas um usuário de drogas que estava no local tão 
somente para comprar e consumir a substância entorpecente. Com o denunciado nada foi 
encontrado, já que a polícia o abordou antes da compra e, de igual forma, foi constatado 
que este não dispunha de condições para estar associado ao tráfico, uma vez que toda a 
droga foi encontrada em local inacessível para o denunciado. 
Durante audiência de instrução realizada por este Douto Magistrado, através dos 
depoimentos dos policiais, foi constatado que o denunciado foi encontrado no local 
destinado para usuários – fato conhecido pela polícia – e com ele nada foi encontrado 
além de R$ 1,50 (um real e cinquenta centavos), para adquirir um pouco de “pó”. 
Ainda alegaram que sempre que alguém tocava o interfone da residência o traficante 
gritava para quem estivesse do lado de fora abrir o portão, não sendo uma obrigação 
destinada a ninguém específico, mas apenas uma condição para permanência dos 
usuários no local. Este fato ocorreu outras vezes, segundo a polícia, e outros usuários 
foram encontrados no mesmo local onde o denunciado foi preso, fazendo a mesma coisa. 
Verifica-se que não há nenhuma prova capaz de imputar ao denunciado a prática do 
crime constante na denúncia. 
Em síntese, são os fatos. 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
MÉRITO 
DA ABSOLVIÇÃO NECESSÁRIA 
 
Conforme informações dos autos percebe-se a ausência de qualquer prova que o 
denunciado tinha a intenção de vender a droga apreendida no local do crime. 
Em seu interrogatório, o denunciado é categórico ao afirmar que é apenas usuário 
habitual e jamais se envolveu na mercancia de qualquer entorpecente. 
Diante da insuficiência das provas, não há como imputar ao denunciado a autoria pela 
prática de tráfico de drogas, de forma que, nos termos do art. 386, V e VII do CPP, o juiz 
deverá absolvê-lo. 
As provas trazidas aos autos claramente ratificam o envolvimento do denunciado somente 
como usuário, estando provado que este não concorreu de forma alguma para a prática 
do crime constante na denúncia. 
Caso não seja este o entendimento do MM. Juízo, torna-se incontestável então a 
necessidade de aplicação do princípio do in dúbio pro réu, uma vez que certa é a dúvida 
acerca da culpa a ele atribuída com relação à acusação de Tráfico de Drogas, pois o Réu 
não foi encontrado em atividade de traficância. 
Destarte, diante da insuficiência probatória, posto que a acusação não conseguiu 
demonstrar que os fatos efetivamente ocorreram para que pudessem imputar a prática 
delituosa ao denunciado, não conseguindo, consequentemente, demonstrar que fora a 
conduta do denunciado que causou a lesão ao bem juridicamente protegido, que ressai 
dos autos, a pretensão punitiva merece ser julgada improcedente. 
Nesse sentido, temos o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul
1
: 
APELAÇÃO CRIME. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. 
ABSOLVIÇÃO. IN DUBIO PRO REO. ART. 386, VI, DO CPP. A condenação do réu exige 
prova robusta da autoria do fato delituoso que lhe é imputado. Remanescendo dúvida, 
impõe-se a absolvição, com fundamento no art. 386, VI, do CPP. 
Sendo assim, o denunciado deve ser ABSOLVIDO, com fundamento no art. 386, inciso V 
do Código de Processo Penal, por não haver qualquer prova de que o Sr. Jessé tenha 
concorrido para o tráfico de drogas. 
Se este não for o entendimento, que seja ABSOLVIDO nos termos do art. 386, inciso VII, 
do Código de Processo Penal, devida inexistência de provas suficientes que ensejem sua 
condenação pela figura do art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06. 
 
DA DESCLASSIFICAÇÃO PARA USUÁRIO 
 
Em seu interrogatório, o denunciado explica o motivo de estar no local onde foi preso. 
Trata-se de um usuário, que estava em local “destinado para usuários” definido pelos 
próprios traficantes, fato este de conhecimento da polícia. 
 
Numa simples análise do art. 28 e do art. 33 da Lei nº 11.343/06 é notório que a vontade 
do agente e a destinação para uso pessoal do denunciado, o simples indício de 
materialidade do crime de trafico de drogas não é argumento suficiente para a 
condenação pelo delito do art. 33 da referida lei. Para iniciar a ação penal bastam indícios 
mas, para condenar é necessário prova. Com ele nada foi encontrado, estando apenas no 
local onde usa a droga que compra, fato este comprovado pelo próprio Boletim de 
Ocorrência lavrado pela autoridade policial e confirmado em audiência. 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
Além do mais trata-se de um réu primário e com residência fixa, a sua primariedade é sim 
uma coisa que deve ser observada, pois o denunciado não ostenta a atividade criminosa. 
 
Conforme se observa do exposto, resta por comprovada a situação do denunciado como 
usuário de drogas, conduta elencada no art. 28 da Lei de Drogas, e não a de traficante, 
conforme aduzido na denúncia. Não há prova nos autos que, de acordo com a análise dos 
depoimentos, do local do fato, das condições em que se desenvolveu a ação, das 
circunstâncias sociais e pessoais, bem como a conduta e os antecedentes do Réu, 
cheguem à certeza plena de que a prática do fato era realmente tráfico de drogas, razão 
que demonstra caso típico de desclassificação. 
Do exposto, caso Vossa Excelência não vislumbre a ideia da absolvição, requer que seja 
desclassificada a conduta prevista na denúncia para a conduta prevista no art. 28, da Lei 
nº 11.343/06. 
 
DOS POSÍVEIS CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DA PENA 
 
Embora nítida a tese da absolvição por não estar comprovado o crime de tráfico, e ainda, 
a tese da desclassificação necessária para usuário, convêm demonstrar outras situações 
que devem ser observadas por Vossa Excelência. 
 
Verificando a situação do denunciado, é possível concluir que o réu é primário e de bons 
antecedentes e possui residência fixa. 
 
Nesse sentido entende o Supremo Tribunal Federal2, senão veja-se: 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. 
PENA FIXADA EM PATAMAR INFERIOR A DOIS ANOS. PEDIDODE CONCESSÃO 
DE SURSIS. IMPETRAÇÃO PREJUDICADA. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO 
PARA RECONHECER A POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA 
DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. 
1. O Supremo Tribunal Federal assentou serem inconstitucionais os arts. 33, § 4º, e 44, 
caput, da Lei nº 11.343/2006, na parte em que vedavam a substituição da pena privativa 
de liberdade por restritiva de direitos em condenação pelo crime de tráfico de 
entorpecentes (HC 97.256, Rel. Min. Ayres Britto, sessão de julgamento de 1º.9.2010, 
Informativo/STF 598). 
(…) 
5. Concessão de ofício para reconhecer a possibilidade de se substituir a pena 
privativa de liberdade aplicada ao Paciente por restritiva de direitos, desde que 
preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos previstos em lei, devendo a 
análise ser feita pelo juízo do processo de conhecimento ou, se tiver ocorrido o 
trânsito em julgado, pelo juízo da execução da pena. 
 
Ainda no que tange ao entendimento do STF3: 
EMENTA: HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. ART. 33 DA LEI Nº 11.343/2006: 
IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE EM PENA 
RESTRITIVA DE DIREITOS. DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA À GARANTIA CONSTITUCIONAL DA 
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA (INCISO XLVI DO ART. 5º DA CF/88). ORDEM 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
PARCIALMENTE CONCEDIDA. 
(…) 
3. As penas restritivas de direitos são, em essência, uma alternativa aos efeitos 
certamente traumáticos, estigmatizantes e onerosos do cárcere. Não é à toa que 
todas elas são comumente chamadas de penas alternativas, pois essa é mesmo a sua 
natureza: constituir-se num substitutivo ao encarceramento e suas sequelas. E o fato é 
que a pena privativa de liberdade corporal não é a única a cumprir a função 
retributivo-ressocializadora ou restritivo-preventiva da sanção penal. As demais 
penas também são vocacionadas para esse geminado papel da retribuição-
prevenção-ressocialização, e ninguém melhor do que o juiz natural da causa para 
saber, no caso concreto, qual o tipo alternativo de reprimenda é suficiente para castigar e, 
ao mesmo tempo, recuperar socialmente o apenado, prevenindo comportamentos do 
gênero. 
(…) 
 
Assim, ao denunciado deve ser deferida a conversão da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos, conforme garantida pela lei penal; e ainda, que sua pena seja fixada 
no mínimo legal pelas circunstâncias já elencadas. 
 
DA POSSIBILIDADE DE APELAR EM LIBERDADE 
 
Com base no princípio da presunção de inocência, previsto na nossa Constituição Federal 
em seu art. 5º, inciso LVII, requer o denunciado que responda ao processo em liberdade, 
até o trânsito em julgado, pois as circunstâncias do fato e condições pessoais da acusada 
(art. 282, inciso II, CPP) lhe são favoráveis pelo fato de não haver reincidência e sua 
conduta social não ser em nenhum momento questionada. 
 
PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer de Vossa Excelência que: 
 
a) Absolver o denunciado, pela ausência de provas de que este concorreu para a prática 
do crime, nos termos do art. 386, V do CPP. 
 
b) Caso não seja este o entendimento, que seja absolvido por não existir prova suficiente 
para a condenação, com base no art. 386, VII, do CPP; 
 
c) Pelo princípio da eventualidade, que seja desclassificada a conduta para a prática do 
art. 28 da Lei nº 11.343/06, por existirem elementos suficientes para a afirmação de que o 
denunciado é usuário de drogas. 
 
d) Por necessário, ad argumentum, caso Vossa Excelência entenda pela condenação, 
requer que a pena seja fixada no mínimo legal e que o denunciado possa apelar em 
liberdade nos termos do art. 283 do CPP, por preencher os requisitos objetivos para tal 
benefício. 
 
Nestes termos, 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
Pede e aguarda Deferimento 
 
Local e Data. 
 
Advogado - OAB 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
11. Alegações Finais com Preliminar - Crime Praticado por Funcionário Público 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE _____________________ 
 
 
 
 
 
Processo n° 00/10 
Cartório do 1° Ofício Criminal 
 
FULANO DE TAL, qualificado nos autos do processo-crime epigrafado, que lhe move a 
Justiça Pública, em trâmite perante esse E. Juízo e respectivo Cartório, sob o número 
supra, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu advogado e bastante 
procurador infra-assinado (instrumento de procuração anexo), que a esta subscreve, a fim 
de apresentar suas alegações finais consoante dispõe o art. 404, parágrafo único do CPP, 
nos seguintes termos: 
 
PRELIMINARMENTE: NULIDADE EM PROCEDIMENTO ESPECIAL. 
CRIME DE RESPONSABILIDADE DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO. 
Consoante se pode observar às fls... ao acusado é imputada a prática do crime previsto 
no art. 321 do CP, sob a rubrica “advocacia administrativa”. 
Trata-se de crime de responsabilidade de funcionário público ao qual se impõe o rito 
processual estabelecido nos arts. 513 a 518 do CPP. 
Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e 
julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com 
documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração 
fundamentada da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas. 
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz 
mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro 
do prazo de quinze dias. 
 
A ilustre Professora ADA PELLEGRINI GRINOVER ensina que: 
“... a falta de notificação resulta em nulidade absoluta, pois impede a realização de fase 
essencial para a defesa do réu, mesmo que anterior ao recebimento da acusação. O fato 
de o acusado poder, depois, durante o desenvolvimento da relação jurídica processual, 
efetivar a sua defesa não afasta a nulidade, pois não é possível saber se, com a resposta 
antecipada, não poderia ter evitado a instauração da causa. Ademais, há, na espécie, 
interesse público da Administração em não ver seus funcionários indevidamente 
processados”. 
 
É essa a orientação seguida pelos nossos Tribunais, afirmando tratar-se de nulidade 
absoluta, porque desse modo ficaria de forma irremediável afetado o direito de defesa, 
entendimento defendido em diversas jurisprudências, entre as quais: RT 523/316, 
527/305, 551/342, 561/326. 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
Analisando os autos pode-se verificar que o acusado não foi notificado, nos termos do art. 
514 do CPP, omissão esta que anula todos os atos processuais praticados até agora. 
Se por acaso não for esse o entendimento desse E. Juízo, o que se pode admitir apenas 
a título de argumentação, no mérito não há como se condenar o acusado. 
O tipo exige que o réu pleiteie, defenda interesse alheio, aproveitando-se das facilidades 
que sua condição de funcionário público lhe proporciona. 
Assim sendo, em momento algum restou provada essa atitude por parte do acusado, 
remanescendo assim a dúvida, motivo pelo qual se impõe a aplicação do princípio básico 
do Direito Penal, “in dúbio pro reo”, com a consequente absolvição do acusado por falta 
de provas, por se tratar da mais lídima JUSTIÇA. 
 
Termos em que, 
P. Deferimento. 
 
Local e data. 
 
Assinatura do advogado – OAB 
 
 
 
Modelos PráticosWilson Vilalba Xavier 
 
 
 
12. Alegações Finais de Defesa (Inexistência de Provas da Autoria) 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE _______________. 
 
 
 
Processo-crime nº 00/10. 
Cartório do 1° Ofício Criminal. 
 
Autora: A JUSTIÇA PÚBLICA 
 
 
ALEGAÇÕES FINAIS 
 
Art. 404, parágrafo único do CPP 
 
PELO DENUNCIADO:.. FULANO DE TAL.. 
 
 
 
Meritíssimo Juiz: 
 
 
FULANO DE TAL já qualificado nos autos do processo-crime epigrafado, por seu 
advogado e bastante procurador (instrumento de procuração anexo) vem respeitosamente 
perante Vossa Excelência a fim de nos termos do art. 404, parágrafo único do CPP 
oferecer suas alegações finais conforme adiante se segue: 
 
1. A denúncia atribui ao acusado o cometimento do crime de furto qualificado previsto no 
art. 155, parágrafo 4º, Incisos I e IV, combinado com o art. 29, ambos do Código Penal. 
 
2. Durante a Instrução criminal ficou provada a autoria e a materialidade do fato delituoso 
apenas no que tange à participação do corréu BELTRANO.... Quanto a participação do 
acusado existem apenas indícios, baseados na confissão de BELTRANO. 
 
3. A acusação baseia-se, tão somente nestes indícios, conforme se pode notar nas 
Alegações Finais de fls....: 
 
"No que tange à participação do acusado...., face a todos os indícios compilados, os quais 
corroborados pela confissão do corréu, BELTRANO, bem assim pelo seu 
desaparecimento do distrito da culpa, logo após a prática do delito, leva, seguramente, à 
sua responsabilidade." 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
 
4. Fica evidenciado, dessa forma, que a acusação buscou no interrogatório do corréu 
BELTRANO a prova da participação do denunciado. O referido interrogatório é confuso e 
visivelmente contraditório, onde o interrogado tenta transferir a responsabilidade de seu 
ato para o acusado FULANO DE TAL. 
 
5. De se notar que no interrogatório o corréu BELTRANO afirma não ter participado de 
nada e nem recebeu qualquer produto do furto, conforme consta de fls....: 
 
"... que o interrogado não participou em nada e nem recebeu qualquer produto desse 
furto..." 
 
6. Não é isso que o mesmo afirmou durante o Inquérito Policial, e nem é isso que 
demonstra o depoimento da testemunha. SICRANO..., de fls....: 
 
"... trazendo consigo um rádio de carro, para conserto, quando encontrou o acusado...., 
que, após demorada conversa,.... propôs ao interrogado, a troca de um pequeno fogão de 
duas bocas pelo rádio que o interrogado levava consigo..." 
 
7. Ora, se o corréu BELTRANO não participou e nem se beneficiou do produto do furto, 
como pode trocar o fogão furtado por um rádio. 
 
8. De se concluir, de forma absoluta, que suas afirmações são mentirosas. E mentira não 
pode servir de base para condenar. No mínimo resta dúvida na efetiva participação do 
Denunciado. 
 
9. Cabe ressaltar que o corréu BELTRANO apenas alegou a participação, nada ficou 
provado, nem mesmo no depoimento das testemunhas. O réu na forma do art. 186 do 
CPP não está obrigado a responder as perguntas que lhe forem formuladas, se as 
responder, não está obrigado a dizer a verdade. Dessa forma, a simples confissão do 
corréu BELTRAN O DE TAL não é suficientemente forte para condenar o acusado. 
 
10. Como bem sabe Vossa Excelência, no Direito Penal, indícios e suposições não são 
suficientes para condenar uma pessoa, é necessário que se prove a autoria do crime e a 
sua materialidade. 
 
11. O Código de Processo Penal em seu artigo 386, inciso VI, diz que o Juiz absolverá o 
réu se não existir prova suficiente para a condenação, conforme ocorre no caso em tela. 
 
Ex positis, requer a absolvição do denunciado, com base no inciso VI do artigo 386 do 
Código de Processo Penal. 
 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
 
Local e data. 
 
 
Assinatura do advogado - OAB 
 
 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
13. Alegações Finais – Furto Qualificado 
 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da_______Vara Criminal da Comarca 
de_______________, Estado de______________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autos nº 0000000000000000 
 
 
FULANO DE TAL, devidamente qualificado nos autos supracitados, vem respeitosamente 
à presença de Vossa Excelência, através de seu patrono in fine assinado, com fulcro no 
art. 403, § 3º do Código de Processo Penal, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, nos 
seguintes termos: 
 
Preambularmente, debita-se a não apresentação anterior da presente defesa a uma falha 
na leitura das publicações deste subscritor. 
 
I – DA SÍNTESE FÁTICA E PROCESSUAL 
 
O acusado foi denunciado nestes autos pela prática, em tese, do crime de furto 
qualificado, incurso no artigo 155, § 4°, inciso III e IV, cumulado com o artigo 29 ambos do 
Código Penal. 
Devidamente instruído o processo, o douto representante do Ministério Público Estadual 
ofereceu suas Alegações Finais às fls. 497/512, onde postula a procedência da 
denúncia para condenar o acusado ao incurso nas do artigo 155, § 4º, incisos III (com 
emprego de chave falsa) e IV (concurso de pessoas) do Código Penal. 
 
II – DA DEFESA 
 
a) Da absolvição pela ausência de participação dos acusados 
 
Em sede de alegações finais, o ilustre promotor de Justiça pauta sua acusação por restar-
se plenamente demonstrada a “materialidade e autoria” em relação ao acusado, tendo em 
vista que permaneceram em silêncio na fase policial e negaram o cometimento do crime 
em juízo. 
 
Data máxima vênia, é necessário consignar que a fundamentação da peça do 
representante do parquet, nos permite concluir que o mesmo não se ateve às 
particularidades dos presentes autos, principalmente ao auto de prisão em flagrante. 
Modelos Práticos Wilson Vilalba Xavier 
 
 
 
 
Basta conferir os documentos de 33/35, e 37/39, em que os acusados, em ato contínuo 
de permanecer em silêncio, foram devidamente interrogados, dando todas as 
informações e esclarecendo como os fatos ocorreram (ainda em sede policial, no 
momento da lavratura do auto de prisão em flagrante). 
 
Os interrogatórios dos acusados SICRANO e FULANO DE TAL Turmina são uníssonos 
em afirmar que não estavam presentes no momento em que ocorrera o furto, bem 
como que ambos não sabiam da conduta praticada pelo motorista do caminhão 
NONONO, uma vez que enquanto estavam na lanchonete, o Sr. NONONO permaneceu 
no caminhão por algum tempo. Senão Vejamos: 
O interrogatório de SICRANO assim relata o ocorrido: 
 
“QUE quando chegaram na cidade de Caarapó/MS o interrogando foi o primeiro a 
descer do caminhão e foi para o banheiro, sendo que depois foi comer um lanche 
sendo que FULANO já estava lanchando e logo depois chegou NONONO vindo do 
caminhão; QUE depois todos voltaram para o caminhão e seguiram viagem.” (fls.____) 
 
Do mesmo modo, o interrogatório de FULANO relata: 
 
“Que quando chegaram em Caarapó/MS o interrogando e SICRANO desceram e foram 
lanchar sendo que Cleverson ficou no caminhão, sendo que após um pequeno tempo 
NONONO também foi lanchar sendo que depois retornaram ao caminhão e prosseguiram 
viagem;” 
 
Desde a investigação policial os acusados FULANO e SICRANO informaram que eram 
inocentes, explicando como os fatos ocorreram e eram tão vítimas no desenrolar da

Continue navegando