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História das Políticas de Saúde no Brasil - Síntese Universidade São Judas Tadeu - USJT Disciplina de Políticas Públicas de Saúde e Epidemiologia Prof. Me. Roudom Moura Início do século XX “Os ricos tem seus médicos, seus doutores”; Não havia atendimento médico público os pobres recorriam às benzedeiras, curiosos e ao atendimento filantrópico (Igreja); Graçam epidemias de febre amarela, varíola, cólera, malária, tuberculose e peste Na navegação internacional havia referência às costas pestilentas do Brasil. Início do século XX Surge a Diretoria Geral de Saúde com Osvaldo Cruz com a produção de vacinas, as campanhas polêmicas. Exemplo: a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola, a quarentena forçada dos doentes, a saúde como “questão de polícia” X o direito do cidadão, a perseguição aos inimigos da saúde pública; Em São Paulo, com Emílio Ribas a questão da febre amarela é tratada como questão do saneamento, especialmente no porto de Santos. Início do século XX • Nas primeiras duas décadas com o início da “indústria nacional” e o movimento operário são levantadas críticas às péssimas condições de trabalho; • Explode a gripe espanhola com mais de 500 mortos em dois meses – o governo e saúde pública não conseguem fazer nada. Início do século XX Em 1923 (1923-1933) é apresentada por Eloi Chaves a lei que regulamenta as Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAP): os operários passam a ter direito à assistência médica e aposentadoria; Primeira vez que o Estado Brasileiro atua na assistência médica ao trabalhador; São priorizados: os marítimos, os ferroviários e os empregados de comércio ligados à exportação (categorias mais combativas). CAP • Trabalhadores de determinadas empresas; • Financiado pelos empregados e empregadores. 1930 a 1946 2ª. Guerra Mundial (1939-1945); Cafeicultores perderam o poder; Empresários e industriais ganham poder; Getúlio deporta operários anarquistas chamando sindicalistas para trabalhar com ele; Decreto centralizando e uniformizando a estrutura do serviço de saúde. 1930 a 1946 Constituinte em 1934; Criação do Instituto de Pensões e Aposentadoria (IAP/1933 - 1966) dos Marítimos com o discurso de que “logo todas as categorias terão seus IAP para substituir as caixas” e que os trabalhadores vão descontar “fração mínima” dos seus salários para depois ter assistência médica, aposentadoria e pensões; Na estrutura dos IAP, presidência é de pessoa de confiança do Presidente da República, com participação de trabalhadores e patrões na gestão. IAP • Trabalhadores de determinadas categorias profissionais; • Financiado pelos empregados, empregadores e governo. 1930 a 1946 • O dinheiro dos IAP foi usado para financiar a industrialização; • A lógica do “seguro de vida”, paga-se a vida toda para ter direito à saúde, ou seja, quem não paga, não tem direito. 1937 (Estado novo) até 1947 • Criação do Ministério do Trabalho inspirado no modelo fascista com o discurso de que era “a legislação trabalhista mais avançada do mundo”; • O sistema previdenciário é constituído pelos IAP; • O dinheiro dos IAP é usado para a industrialização. 1937 (Estado novo) até 1947 É criado o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP) para combater a malária e proteger os “soldados da borracha” (que é necessário para o “esforço de guerra” dos americanos); Dicotomia entre a saúde pública cujo objetivo é combater as principais endemias (febre amarela, doença de chagas, malária e esquistossomose) e a Previdência que proporciona assistência médica, curativa para quem tem direito (paga a previdência). 1946 até a década de 50 Queda de Getúlio; Constituinte de 45; Dutra Presidente; Getúlio volta eleito pelo povo; Influência americana da guerra também na saúde, grandes hospitais com especialistas que concentram atendimento de grandes regiões e colocam em segundo plano postos de saúde e ambulatórios que são estruturas de custo mais baixo (os hospitais tem alto custo em equipamentos e medicamentos). 1946 até a década de 50 Criação do Ministério da Saúde: as ações públicas do SESP se ampliaram mais que as ações de assistência médica dos IAP; Em 1954 suicídio de Getúlio; Período de JK: criação de Brasília, avanço da industrialização, abertura para o capital estrangeiro; Criação de novos IAP e crescimento dos antigos. 1946 até a década de 50 • Ideia da unificação dos IAP (os trabalhadores eram contrários pelo medo da “nivelação por baixo”); • Surgem as Medicinas de grupo: empresas que prestam atendimento médico aos trabalhadores das empresas que as contratam. Revolução de 1964 (após tentativas das reformas de Jango) Perseguições, prisões e tortura; Arroxo salarial; Aumento da mortalidade infantil; Sucateamento da Saúde Pública; Programas de saneamento são abandonados. Revolução de 1964 (após tentativas das reformas de Jango) • Maior importância aos programas que podem ser passados à iniciativa privada; • Unificação do Sistema Previdenciário, no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS/1966-1977) (incluindo trabalhadores do comércio, indústria e serviços) juntando-se todas as contribuições num só instituto é formada uma enorme massa de dinheiro: um orçamento maior do que o da União. INPS • Unificação dos IAP, reunindo todos os trabalhadores; • Financiado pelos empregados, empregadores e governo. Saúde Pública • Prestada pelo Ministério da Educação e Saúde Pública e posteriormente pelo Ministério da Saúde para toda a população; • Voltada para ação campanhistas e de combate a endemias. Assistência Médica • Exclusiva para os trabalhadores com vínculos trabalhistas formais. Década de 70 “Grandes obras” (Transamazônica, ponte Rio- Niterói, Hidrelétrica Itaipu) com recursos da Previdência; Assistência Médica ao trabalhador: são criadas linhas de financiamento a fundo perdido para que a iniciativa privada construa hospitais para ampliação do número de leitos (esses hospitais atenderão aos previdenciários). Década de 70 • “Dinheiro rolando”; • Extensão da previdência aos trabalhadores rurais: criação do Funrural; • É o maior orçamento da história usado sem controle, pelo governo; não há fiscalização da utilização dos recursos pelos hospitais. Década de 70 • Epidemia de meningite em São Paulo não podia ser divulgada (o governo falava em “boatos alarmistas de subversivos e casos isolados); • O “milagre brasileiro” foi pago com o aumento da mortalidade infantil, da malária, da hanseníase, dos acidentes de trabalho, dos surtos de poliomielite, etc. • Década de 70 • Criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SIMPAS), controlado pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), unindo todos os órgãos de assistência médica no Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS/1977 - 1993) e os de previdência no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), sendo os recursos financeiros controlados pelo Instituto de Administração da Previdência e Assistência Social (IAPAS); Só os contribuintes do INPS tinham direito aos serviços do INAMPS. Década de 70 • Surgem os movimentos de saúde lutando contra a política de saúde do governo;• É declarada a falência do sistema previdenciário, surgindo medidas para diminuir os gastos e benefícios e para aumentar as contribuições. 1981-1982 • Estrutura seguro saúde: o dinheiro sai do caixa das contribuições; portanto enquanto a economia cresce o “bolo” aumenta; na crise, é maior o n úmero de aposentadorias, de pensões e de pessoas que necessitam de assistência médica do que de contribuições entrando no sistema, ou seja, sai mais do que entra. 1981-1982 • Além disso, como o dinheiro da previdência formava um bolo tão grande quanto o do orçamento da União (não fazendo parte deste) e não era controlado institucionalmente como este, então o governo sempre achou que podia aplicar aquele dinheiro em papéis e projetos deficitários do próprio governo; • O investimento nas empresas do governo era deficitário porque subsidiava a indústria através de preços e tarifas públicas. 1981-1982 • Em 1966 o INPS emprestrou dinheiro a fundo perdido para construção de hospitais, depois mandou os clientes para esses hospitais e pagou as contas. Quando os donos desses hospitais se consideraram capitalizados, se descredeciaram diminuindo o número de leitos; • Portanto, esse dinheiro nunca voltou para a Previdência. 1981-1982 • Durante a ditadura, a Saúde Pública foi deixada de lado, voltando epidemias antigas como a cólera e surgindo novas como a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Década de 1980 • Movimento da reforma sanitária; • Conselho Nacional de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP) e o Programa Nacional de Administração da Saúde Previdenciária (PREV Saúde) colocam a questão da descentralização da assistência e da utilização prioritária dos serviços públicos; • Ações Integradas de Saúde (AIS/1983) - integração dos serviços públicos de cada região, integração da prevenção e da assistência médica. Década de 1980 • A assistência médica privada opõe resistência e sabota essa ideia; • 1986 – VIII Conferência Nacional de Saúde Elaboração da carta sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) – participação especial de Sérgio Arouca; • 1987 – criação do Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS) que aprofundava as AIS, mas ainda não se conseguia controlar a iniciativa privada e havia concentração de poder nos governos estaduais. Décadas de 1980 - 90 • 1988 – Constituição Federal Criação do SUS; • 1990 – Leis Orgânicas do SUS (8080 e 8142). Bibliografia • Júnior, AP; Júnior LC. Políticas públicas de saúde no Brasil. Rev Espaço para a saúde. Londrina. v.8, n.1, p.13-16. 2006. • Nunes ED. Sobre a história da saúde pública: ideias e autores. Rev. Ciência e Saúde Coletiva. v.5, n.2, p.251-264. 2000.
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