Buscar

anuario fruticultura 2015

Prévia do material em texto

9
9
7
7
1
8
0
8
4
9
3
1
4
5
IS
SN
 1
80
8-
49
31
Fru
ticu
ltu
ra
Brazilian Fruit YearBook 2015
Fruticultura
anuário Brasileiro da
ANUÁRIO BRASILEIRO 
DA FRUTICULTURA 2015
brazilian fruit yearbook
Sí
lv
io
 Á
vi
la
1
EXPEDIENTE . PubliSHerS anD eDitorS
EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.
CnPJ 04.439.157/0001-79
rua ramiro barcelos, 1.224, CeP: 96.810-900, Santa Cruz do Sul, rS
telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940
fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944
e-mail: redacao@editoragazeta.com.br
comercial@editoragazeta.com.br
Site: www.editoragazeta.com.br
ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA 2015
Editor: romar rudolfo beling; editor assistente: igor Müller; 
textos: erna regina reetz, benno bernardo kist, Cleiton evandro dos 
Santos, Cleonice de Carvalho e Marluci Drum; 
supervisão: romeu inacio neumann; tradução: Guido Jungblut; 
fotografia: Sílvio Ávila, inor assmann (agência assmann), 
robispierre Giuliani e divulgação de empresas e entidades; 
projeto gráfico e diagramação: Márcio oliveira Machado; 
arte de capa: Márcio oliveira Machado, sobre fotografia de Sílvio Ávila; 
edição de fotografia e arte-final: Márcio oliveira Machado; 
catalogação e tabelas: Sadraque lenz Veiga; 
marketing: raul José Dreyer, Maira trojan bugs, Gabriela da Silva, 
Giovani Souza e ana Paula knak; supervisão gráfica: Márcio oliveira 
Machado; distribuição: Simone de Moraes; impressão: Gráfica Coan, 
tubarão (SC).
iSSn 1808-4931
É permitida a reprodução de informações 
desta revista, desde que citada a fonte.
Reproduction of any part of this magazine 
is allowed, provided the source is cited.
ficha
a636
 anuário brasileiro da fruticultura 2014 / 
 erna regina reetz ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul : 
 editora Gazeta Santa Cruz, 2015.
 104 p. : il.
 iSSn 1808-4931
 1. frutas – Cultivo – brasil. i. reetz, erna regina.
 CDD : 634.0981
 CDu : 634.1(81)
Catalogação: edi focking Crb-10/1197
In
or
 A
g.
 A
ss
m
an
n
2
YaraLiva™ é a linha de nitrato de cálcio da Yara, 
para uso via fertirrigação ou via solo, permitindo
o fornecimento as plantas de nitrogênio nítrico e 
cálcio solúvel em água. Para aplicações via solo,
existe a linha YaraLiva™ NKálcio, que conta 
também com potássio na sua composição para 
uma adubação completa de cobertura de inúmeros 
cultivos.
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
anúncio fruticultura.pdf 1 24/02/2015 15:21:03
06 . APRESENTAçãO . introduction
10 . PRODUçãO . Production
28 . MERCADO . Market
46 . AS PRINCIPAIS . Main fruit
86 . PESQUISA . research
96 . PAINEL . Panel
100 . EVENTOS . events
SUMÁRIO . SuMMary
Ro
bi
sp
ie
rr
e 
G
iu
lia
ni
4
G
ên
ia
Para todos os gostos
a fruticultura brasileira vive um de seus 
momentos mais dinâmicos. além da ampla 
variedade de espécies produzidas em to-
das as regiões do País, e nos mais diversos 
tipos de clima, o incremento da produtivi-
dade e as formas de apresentação e de in-
dustrialização colocam as frutas em desta-
que no agronegócio. a adoção de eficien-
tes sistemas de cultivo e de rastreamento, 
em sintonia com a responsabilidade social 
e ambiental, impulsiona as cadeias produti-
vas exportadoras e amplia a oferta de frutas 
para a população brasileira.
tendo o Sudeste como principal polo 
de produção em âmbito nacional, a intro-
dução da fruticultura nos vários estados 
cria oportunidades de emprego e de renda 
e estimula a industrialização. além das fru-
tas in natura oferecidos nos mercados re-
gionais, a sua transformação em alimentos 
e bebidas com larga aceitação movimen-
ta a economia nas cidades. É o caso, por 
exemplo, da cadeia dos vinhos, dos espu-
mantes e dos sucos nas regiões de vitivini-
cultura, dos sucos de laranja e de outras fru-
tas tropicais, e dos industrializados que co-
meçam a ser exportados.
Mantendo-se com volume de colheita 
de aproximadamente 40 milhões 
de toneladas anuais, os 
pomares só não crescem em ritmo ainda 
mais acentuado porque os índices de con-
sumo per capita avançam de forma lenta 
no País. a melhoria no poder aquisitivo da 
população e a disseminação de hábitos cul-
turais saudáveis, no entanto, tendem a esti-
mular a presença cada vez mais acentuada 
das frutas no dia a dia do brasileiro. 
Coloridas e nutritivas, as dezenas de es-
pécies de frutíferas cultivadas em território 
nacional fazem do brasil um oásis em âmbi-
to global. o mercado interno propicia frutas 
para todos os gostos, e quem ganha com o 
crescimento desse setor é cada pessoa, indi-
vidualmente, e a sociedade como um todo. 
Que 2015 possa ser um ano com o pleno sa-
bor vindo dos pomares.
APRESENTAçãO . introDuCtion
6
In
or
 A
g.
 A
ss
m
an
n
7
For all tastes 
Fruit farming in Brazil is going through one of its most dynamic moments. Besides the 
vast variety of species, produced in all regions throughout the Country and in different cli-
mate conditions, soaring productivity, appearance and industrialization account for their 
prominent position in agribusiness. Efficient cultivation systems, traceability, in line with so-
cial and environmental responsibility, drive the exporting supply chains and expand fruit 
supplies for the Brazilian people.
With the main production hub in the Southeast, the introduction of fruit farming in the 
states creates jobs, income and industrialization opportunities. Besides an array of fresh fruits 
supplied to regional markets, their transformation into largely accepted food and beverages 
drive the economy of the cities. For example, it is the case of the wine, sparkling and juice sup-
ply chains in the viticulture regions, orange juices and other tropical fruit, along with indus-
trialized fruit now being shipped abroad. 
With an annual harvest volume of approximately 40 million tons, our orchards are not 
expanding faster because per capita consumption of fruit is still lagging behind other coun-
tries. The soaring purchasing power of the population and the dissemination of healthy cul-
tural habits, nonetheless, tend to stimulate the presence of fruit in people’s everyday lives. 
Colored and nutritious, the tens of fruit species cultivated in our national territory turn 
Brazil into an oasis at global level. The domestic market supplies fruit for all tastes, and the 
beneficiaries of the growth of this sector are the people themselves and society as a whole. Let 
us hope that 2015 will be a year with abundant flavor coming from the orchards.
In
or
 A
g.
 A
ss
m
an
n
8
PRODUçãO . ProDuCtion
In
or
 A
g.
 A
ss
m
an
n
10
Para saciar a fome, principalmente 
no verão, nada melhor do que uma fruta. 
num lanchinho rápido, prático e saudá-
vel, uma boa pedida pode ser uma bana-
na. Se a vontade for por outras variedades, 
laranja e melancia caem muito bem. Para 
quem quer manter o corpo em forma, a 
recomendação sempre é por frutas nos in-
tervalos das refeições. Motivos para consu-
mi-las não faltam. 
apesar disso, conforme levantamento 
do instituto brasileiro de Geografia e esta-
tística (ibGe), a produção brasileira de fru-
tas em 2013 (último ano com dados ofi-
ciais disponíveis) somou 41,6 milhões de 
toneladas, o que representa 1,8% a me-
nos do que em 2012. o que motiva esse re-
cuo na colheita de frutas no País são as sé-
rias dificuldades relacionadas ao clima em 
todas as regiões produtoras. “Seja pelo ex-
cesso de chuva ou pela falta dela, tais pro-
blemas limitam a produtividade einibem 
investimentos”, explica o gerente de inte-
ligência de Mercado do instituto brasileiro 
de frutas (ibraf), Cloves ribeiro neto.
entre as principais frutas produzidas, a 
laranja continua no topo do ranking, com 
safra que ultrapassa a 17 milhões de tone-
ladas; porém, com redução de 2,5% ante a 
produção de 2012, devido à crise da citri-
cultura vivida no estado de São Paulo e à 
erradicação de plantações. “Como a laran-
ja é o carro-chefe da fruticultura brasileira, 
qualquer alteração tem impacto significa-
tivo no volume total”, detalha o gerente.
 a banana, fruta in natura mais con-
sumida pelos brasileiros, rendeu produ-
ção de 6,8 milhões de toneladas, volume 
estável quando comparado com a safra 
anterior, que foi de 6,9 milhões de tone-
ladas. a maçã, o abacaxi, a uva e o limão 
também tiveram reduções significativas 
no volume total. Problemas com o clima 
– principalmente por seca – contribuíram 
para a diminuição de produção e para o 
menor calibre das frutas. 
São Paulo, como principal polo citrí-
cola do País, continua sendo o maior pro-
dutor geral, com volume que supera a 
16 milhões de toneladas, representando 
39% da produção total de frutas brasilei-
ras. além da laranja, principal fruta pro-
duzida no estado, destaca-se a colheita 
de banana, com mais de um milhão de 
toneladas. Com extensão territorial de 
8,5 milhões de quilômetros quadrados, 
o brasil segue como o terceiro maior pro-
dutor de fruta no mundo. 
um fator importante que faz o País 
continuar nessa posição de liderança 
mundial é o oferecimento de espécies 
tropicais, subtropicais e de clima tempe-
rado. “Conseguimos proporcionar, assim, 
grande variedade de frutas o ano inteiro”, 
afirma Cloves. Conforme ele, atualmente, 
a fruticultura ocupa 2 milhões de hecta-
res e gera mais de 5 milhões de empregos 
no campo. a atividade tem Valor bruto de 
Produção superior a r$ 23 bilhões.
Laranja é a cor
mais quente
A laranja é a fruta mais produzida nos pomares do Brasil, e a banana 
é a mais consumida pelos brasileiros, que têm fartura à disposição
São Paulo é o pRinCipAL 
ESTAdo pRoduToR, Com 
CERCA dE 39% dA CoLhEiTA
11
To satisfy your hunger, especially in the 
summer months, there is nothing better than 
a fruit. For a quick, practical and healthy 
snack, a banana could be a good choice. if 
you crave other varieties, oranges and wa-
termelons might fit well. For those who want 
to keep in good shape, the recommendation 
is for some fruit in-between meals. There are 
plenty of reasons to eat fruit. 
nevertheless, according to a survey by 
the Brazilian institute of Geography and Sta-
tistics (iBGE), the production of fruit in Bra-
zil in 2013 (latest figures available) reached 
41.6 million tons, down 1.8% from 2012. The 
reasons for this decline in fruit production 
throughout the Country are the serious diffi-
culties related to climate conditions in all fruit 
producing regions. “Whether for excessive 
precipitation or the lack of rains, these prob-
lems are limiting factors in terms of produc-
tivity and equally inhibit new investments”, 
explains Cloves Ribeiro neto, market intelli-
gence manager at the Brazilian Fruit insti-
tute (ibraf).
orange is still the most cultivated fruit in 
Brazil, with an annual production in excess 
of 17 million tons; however, this year pro-
duction was down 2.5% from the volume 
achieved in 2012, due to the citrus fruit cri-
sis across the State of São paulo, resulting 
into the eradication of countless orange or-
chards. “The fact is, oranges are the flagship 
in Brazil’s fruit business, and any alteration 
exerts a significant impact upon the total vol-
ume”, the manager explains. 
Banana is the most eaten fruit in Bra-
zil, and its total production amounted to 6.8 
million tons, a stable volume if compared to 
the previous growing season, when it totaled 
orange is the 
warmest color
orange is the most-cultivated fruit in brazilian orchards, while banana 
is the most eaten fruit in the Country, where it is grown abundantly
Sí
lv
io
 Á
vi
la
12
6.9 million tons. other fruit with significant 
reductions in volume include apples, pine-
apples, grapes and limes. Climate induced 
problems – especially drought conditions – 
are to blame for the smaller amounts and 
smaller caliber of the fruit. 
São paulo, as major citrus fruit hub in 
Brazil, is still the leading producer, with a vol-
ume in excess of 16 million tons, representing 
39% of Brazil’s total fruit crop. Besides orang-
es, main fruit produced in the State, bananas 
are also grown abundantly, with a total of 1 
million tons. Covering an area of 8.5 million 
square kilometers, Brazil is still ranking as 
third biggest fruit producer in the world. 
An important factor that accounts for 
Brazil’s global leading position on that score 
is its capacity to supply tropical, subtropical 
and temperate climate fruits. 
“This is how we manage to supply a great 
variety of fruit year round”, Cloves says. in his 
view, currently, fruit farming occupies 2 mil-
lion hectares and generates 5 million jobs in 
the countryside. Furthermore, its Gross pro-
duction Value exceeds R$ 23 billion.
SãO PAULO iS tHe 
leaDinG ProDuCer, witH 
about 39% of tHe total
Na ponta do lápis - On the tip of a pencil
CoMParatiVo De ProDução
Produto
 Safra 2012 Safra 2013 Safra 2014*
 Volume (Ton) Volume (Ton) Volume (Ton)
Abacaxi** 3.453.378 3.235.903 3.343.260 
Banana 6.902.184 6.892.622 7.182.714
Coco-da-baía 1.954.354 1.926.857 1.938.230 
Laranja 18.012.560 17.549.536 17.340 
Maçã 1.339.771 1.231.472 1.377.393
Uva 1.514.768 1.439.535 1.418.691 
* Para 2014 os valores são estimados.
** Conversão: 1 fruto = 2,5 kg (região Sul-Sudeste, exceto Pr (1,6kg) e SC (1,67kg) - 2,1kg (região Centro-
oeste)e 1,8kg (para as demais regiões. 
Tempo de colheita - Harvesting time
ProDutiViDaDe DaS frutaS no braSil
Fruta Safra 2013 Safra 2014 Variação (%)
Abacaxi (frutos por hectare) 26.452 26.779 + 1,24
Banana (quilogramas por hectare) 14.309 14.631 + 2,25
Coco-da-baía (frutos por hectare) 7.312 7.644 + 4,54
Laranja (quilogramas por hectare) 23.012 22.842 - 0,74 
Maçã (quilogramas por hectare) 32.290 37.104 + 14,91
Uva (quilogramas por hectare) 17.860 18.146 + 1,60
Fonte: levantamento Sistemático da Produção agrícola, ibGe, dezembro de 2014. Elaboração: ibraf.
Área plantada (hectares) - Planted area (hectares)
Produto Safra 2013 Safra 2014 Variação (%)
Abacaxi 93.743 96.800 + 3,26
Banana 525.589 523.797 - 0,34%
Coco-da-baía 274.344 257.168 - 6,26 
Laranja 788.787 721.252 - 8,56
Maçã 38.420 37.562 - 2,23
Uva 81.438 80.576 - 1,06
Área Colhida (hectare) - Harvested area (hectares)
Produto Safra 2013 Safra 2014 Variação (%)
Abacaxi 61.950 64.673 + 4,40
Banana 485.559 487.902 + 0,48
Coco-da-baía 257.157 242.174 - 5,83
Laranja 707.661 650.190 - 8,12
Maçã 37.986 37.122 - 2,27
Uva 79.379 79.142 - 0,30
13
In
or
 A
g.
 A
ss
m
an
n
14
Quando bate aquela fome, o que mais 
se quer é dar um jeito de saciá-la logo! en-
tre as opções para resolver esse problema 
estão os lanches rápidos, que vão desde 
uma beliscadinha em um salgadinho no 
meio da tarde até a refeição do almoço, 
por exemplo, rica em frituras. a vida corri-
da que muitos levam é a justificativa por 
tais escolhas, que são, por hora, mais rápi-
das ou fáceis, mas que no fim das contas 
comprometem a saúde. tanto que dados 
do instituto brasileiro de Geografia e esta-
tística (ibGe) indicam que 98 milhões de 
brasileiros, quase metade da população, 
estão acima do peso. 
o indicado, para combatero proble-
ma, é que essas pessoas consumam fru-
tas e verduras, além de iniciarem ativida-
des físicas. Conforme a organização Mun-
dial de Saúde (oMS), a ingestão constan-
te desses alimentos pode reduzir em até 
19% a incidência de câncer no intestino. 
no brasil, as pessoas não têm o hábito de 
comer frutas como um alimento, e sim 
como sobremesa, afirma o gerente de in-
teligência de Mercado do instituto brasi-
leiro de frutas (ibraf), Cloves ribeiro neto. 
“este é um dos motivos para o baixo con-
sumo. além dele, tem a questão do poder 
aquisitivo, que inibe parte da população 
a consumir regularmente frutas por te-
rem valor médio anual alto e não fazerem 
parte da cesta básica”.
De acordo com o último levantamen-
to do ibGe sobre aquisição domiciliar de 
frutas, o brasil consome 33 quilos por ha-
bitante ao ano, quando o recomendado 
seria ingerir próximo de 100 quilos/ha-
bitante/ano. a banana caiu no gosto dos 
brasileiros e é hoje a fruta mais consumi-
da no País. além dela, laranja, uva e man-
ga são requisitadas com frequência.
Cloves afirma que, aos poucos, os brasi-
leiros estão pegando mais gosto pelas fru-
tas. “temos aumentado o consumo ano 
a ano, ainda que de forma tímida”, frisa. 
“a melhoria de renda e da qualidade das 
frutas são fatores que estão contribuindo 
para firmar esse hábito”. Conforme o ge-
rente, com o baixo consumo são necessá-
rios investimentos para criar esse hábito 
na alimentação regular. no entanto, o bra-
sil não possui políticas públicas e/ou pri-
vadas que possibilitem esses projetos. “o 
ibraf mantém diversos projetos de incen-
tivo, mas fica inviabilizado de modificar o 
cenário por conta da falta de apoio finan-
ceiro”, argumenta.
Documento da associação brasileira 
dos Produtores exportadores de frutas e 
Derivados (abrafrutas) destaca que é fun-
damental melhorar a interlocução junto 
à agência nacional de Vigilância Sanitá-
ria (anvisa). a meta é mostrar que é sau-
dável e seguro consumir frutas produzidas 
no brasil, e que não há qualquer risco de-
corrente delas para a população.
Mudança 
de hábito
Consumo de frutas no Brasil chega a 33 quilos por habitante ao ano, 
quando o recomendado pela omS seria ingerir cerca de 100 quilos
braSileiroS mAniFESTAm 
pREFERênCiA poR BAnAnA, 
LARAnjA, uVA E mAnGA
15
In
or
 A
g.
 A
ss
m
an
n
16
When hunger strikes, one wants to find a 
way to quench it as soon as possible. Among 
the options to solve this problem there is fast 
food, a bite-sized cracker in mid afternoon, 
or even a full meal, for example, rich in fried 
food. The very busy life that many people 
lead seems to justify such choices, which are, 
for the moment, easier and faster, but in the 
end could cause serious health problems. 
So much so that data from the Brazilian in-
stitute of Geography and Statistics (iBGE) in-
dicate that 98 million Brazilians, almost half 
the entire population, are overweight.
The recommendation for fighting the 
problem is for these people to consume fruit 
and vegetables, besides doing physical ex-
ercises. According to the World health or-
ganization (Who), constant ingestion of 
fruit and salads could reduce the incidence 
of intestine cancer by 19%. in Brazil, people 
do not have the habit of consuming fruit as 
food, but as dessert, says the manager of the 
Brazilian Fruit institute’s intelligence divi-
sion, Cloves Ribeiro neto. “This is one of the 
reasons that explain the problem of defi-
cient fruit consumption. Furthermore, there 
is also the buying power question, which 
prevents part of the population from con-
suming fruit on a regular basis. And what is 
more, fruit are not included in the so-called 
basic fruit basket “.
According to iBGE’s latest survey focused 
on the acquisition of fruits by the Brazilian 
families, per capita consumption reaches 33 
kilograms a year, although the recommen-
dation is for 100 kilograms. Bananas have 
become very popular in Brazil and are now 
the most consumed fruit in the Country. 
other largely consumed fruit are oranges, 
grapes and mangoes.
Ribeiro neto maintains that, little by lit-
tle, Brazilians are acquiring the habit of eat-
ing fruit. “Consumption has been rising year 
after year, though very slowly”, he insists. 
“higher purchasing power and enhanced 
quality are contributing towards strength-
ening this habit. According to the manag-
er, as consumption is still low, there is need 
for investments in developing regular fruit 
consumption habits. however, Brazil has 
neither public nor private policies in place 
to lend support to these projects. “ibraf has 
figured out several incentive projects, but 
the lack of financial support has made any 
changes unviable”, he argues. 
A document by the Brazilian Association 
of Fruit producers and Exporters (Abrafru-
tas) maintains that it is of fundamental im-
portance to keep constantly in contact with 
Anvisa so as to demonstrate that all fruit pro-
duced in Brazil are healthy. And there is more, 
studies have attested that fruit consumers in 
Brazil are not exposed to any risk. 
Change of habit
Per capita consumption of fruit in brazil reaches 33 kilograms a year, 
but wHo recommendations are for about 100 kilograms
BRAZILIANS Prefer bananaS, 
followeD by oranGeS, 
GraPe anD ManGoeS
Vai fora - Is lost 
ÍnDiCeS De PerDaS DaS PrinCiPaiS
frutaS no braSil
Fruta Valor (% por ano)
Laranja 23%
Abacaxi 26%
Manga 28%
Mamão 32%
Abacate 34% 
Morango 40%
Banana 42%
Fonte: luiz Carlos o. lima, ufla, 2010. 
Elaboração: ibraf.
17
Sí
lv
io
 Á
vi
la
18
No ToPo
 apesar de todas as dificuldades amplamente conhecidas, no chamado “custo brasil”, a infraestrutura deficiente, a falta de acesso 
a crédito e o baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento, o País consegue se adequar constantemente na melhoria da 
qualidade, no respeito às condições ambientais e no aumento da produtividade por área cultivada. isso é possível, de acordo com 
Cloves ribeiro neto, do ibraf, devido aos investimentos em tecnologias, como sistemas eficientes de irrigação. “estas são algumas 
características que colocam os brasileiros entre os maiores produtores de frutas no mundo”, conclui.
Planeta fruta
Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, num cenário de 
colheita que não tende a se alterar de forma significativa a médio prazo
o mundo todo produz anualmen-
te mais de 800 milhões de toneladas de 
frutas. o brasil é o terceiro colocado no 
ranking das principais nações produtoras. 
está atrás apenas da China e da Índia, res-
pectivamente. Já quando se trata de laran-
jas, os brasileiros são líderes. além disso, é 
o segundo País que mais colhe mamões e 
limões tahiti e, ainda, o terceiro na lista dos 
que mais colhem tangerinas. 
além do brasil, impõem-se a China, tra-
balhando, principalmente, com melancias 
e maçãs; a Índia, com produções expressi-
vas de bananas e de cocos; e a indonésia, 
que ocupa o quarto lugar mundial na pro-
dução de coco. uma vez que na fruticultu-
ra, principalmente de espécies tropicais, 
o cultivo é perene, o cenário dos maiores 
produtores mundiais não tende a se alte-
rar a médio prazo. 
no entanto, de acordo com o geren-
te de inteligência de Mercado do institu-
to brasileiro de frutas (ibraf), Cloves ribei-
ro neto, existem alguns países que vêm se 
destacando, caso do Peru, que já é concor-
rente, não em volume, mas em exportação. 
“a Colômbia também chama atenção, ten-
do em vista que vem se especializando na 
fruticultura exótica”, afirma Cloves. 
Por outrolado, o gerente adianta que 
não será surpresa se, no futuro, alguns pa-
íses da África circularem na cadeia frutí-
cola. apesar de, de modo constante, figu-
rar no pódio da produção de frutas, o bra-
sil tem potencial para crescer ainda mais 
nessa cultura. De acordo com o presiden-
te da associação brasileira dos Produtores 
exportadores de frutas e Derivados (abra-
frutas), luiz roberto barcelos, o País tem 
condições de abastecer ainda mais o mer-
cado externo. Para isso, precisa resolver al-
gumas pendências. “ainda não estamos 
acessando esses mercados por conta do 
amadorismo, por ser produção ainda mui-
to familiar ou por não termos grandes em-
presas estruturadas dedicando-se à expor-
tação”, explica. 
barcelos ressalta que, resolvendo es-
sas questões, o brasil terá maior importân-
cia no fornecimento de frutas frescas para 
os países com mais condições de compra, 
caso dos europeus. a gama variada de fru-
tas produzidas no País também é fator re-
levante para aumentar, em breve, a quan-
tidade exportada, que hoje é inferior a 3% 
da safra total. 
nações desenvolvidas, a exemplo da 
união europeia e dos estados unidos, são 
os maiores consumidores, alguns com 100 
quilos por habitante ao ano. Já no brasil, o 
patamar é considerado muito baixo: são 
cerca de 40 quilos por pessoa ao ano.
LARAnjA, mAmão, Limão TAhiTi 
E TAnGERinA São oS 
deSTaqueS braSileiroS
19
ON TOP
in spite of all vastly known hurdles, related to the so-called “Brazil Cost”, deficient 
infrastructure, lack of credit lines and low investment in research and development, 
the Country nevertheless manages to adjust to quality improvement, compliance with 
environmental standards and soaring productivity rates in the cultivated areas. According 
to Cloves Ribeiro neto, of ibraf, this is viable due to investments in technology, like efficient 
irrigation systems. These are some characteristics that account for Brazil’s position as one of 
the biggest fruit producers in the world”, he concludes. 
World production of fruit exceeds 800 
million tons a year. Brazil ranks as third-big-
gest producer, coming after China and india, 
respectively. When it comes to oranges, Bra-
zil is the leading producer. Furthermore, the 
Country ranks as second-biggest producer 
of papaya and Tahiti lime, and third-biggest 
tangerine producer. 
Besides Brazil, other countries renowned 
for their fruit businesses are China, where 
watermelons and apples are the most pop-
ular fruits; india, with expressive production 
of bananas and coconuts; while indonesia 
ranks as fourth-biggest producer of coconuts 
in the world. Seeing that fruit farming, espe-
cially tropical species, is a perennial activity, 
the scenario of the largest global producers is 
not likely to change in the medium run. 
nonetheless, according to Cloves Ribeiro 
neto, market intelligence manager at the 
Brazilian Fruit institute (ibraf), there are some 
countries where fruit farming has been on a 
rising trend for some years now. peru is an ex-
ample, and is now competing in exports, but 
not in volume. “Colombia also deserves at-
tention, as this country is now specializing 
in the cultivation of exotic fruits”, said Cloves. 
moreover, the manager anticipates that 
it will be no surprise if, in the future, some Af-
rican countries begin to circulate in the fruit 
supply chain. in spite of its stable position in 
the fruit production podium, Brazil has the 
potential to develop this business even fur-
ther. According to the president of the Bra-
zilian Association of Fruit producers and Ex-
porters (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, 
the Country is in a position to increase even 
further its sales abroad. To this end, some 
hurdles still have to be countered. “We are 
still accessing these markets as amateurs, be-
cause fruit farming is still a family business 
for the most part, and we do not have well-
brazil ranks as third-biggest fruit producer in the world, a scenario 
that is not likely to change significantly in the medium run
planet fruit
oranGe, PaPaya, taHiti liMe anD 
tanGerine are tHe MoSt wIDELy-
CULTIVATED FRUIT IN BRAZIL
structured companies devoted to exports”, 
he explains. 
Barcelos maintains that, once these ques-
tions have been solved, Brazil will be viewed 
as a relevant fresh fruit supplier to countries 
that can afford them, particularly European 
nations. The array of fruits produced in Brazil 
is also a relevant factor that might soon help 
increase the amount of fruit shipped abroad, 
which is still less than 3% of the total crop. 
developed countries, like the united 
States and European union members, are 
the biggest consumers, totaling 100 kg per 
person a year in some of them. in Brazil, fruit 
consumption is still lagging behind: some 40 
kilos per person/year. 
Sí
lv
io
 Á
vi
la
20
Sí
lv
io
 Á
vi
la
22
ToCaNdo eM FreNTe
as principais frutas produzidas em tocantins são abacaxi, banana e melancia. 
além destas, o estado oferece caju, melão, limão, coco e manga. em cada hectare 
plantado com abacaxi são colhidos 23 mil frutos, o que coloca o estado entre os grandes 
fornecedores no brasil. a estimativa é de que mais 90 mil toneladas de abacaxi tenham 
sido colhidas em 2014. 
Conforme o instituto brasileiro de Geografia e estatística (ibGe), a cultura de banana 
ocupou área de 3.673 hectares em 2013, acumulando volume de 23.274 toneladas. 
Parte dessa produção abastece mercados vizinhos, como Goiás, Minas Gerais e Distrito 
federal. em junho de 2014 ocorreu o primeiro embarque experimental de banana 
nanica para a argentina, totalizando 30 toneladas exportadas.
no estado, a produção de melancia é favorecida na região de várzeas devido ao 
sistema de sub-irrigação, que dificulta o aparecimento de doenças. em 2013, foram 
colhidas mais de 200 mil toneladas da fruta.
Palmas para eles
Estado do Tocantins ampliou em mais de 60% a produção de frutas em 
quatro anos e planeja tornar-se grande fornecedor para o mundo todo
apesar dos já conhecidos estrelões da 
fruticultura (São Paulo, bahia, Minas Ge-
rais, rio Grande do Sul e Pará), tem no-
vas apostas de áreas produtoras surgindo 
– de mansinho, é verdade, mas com jeito 
de quem veio para ficar. a nova investida 
do setor é o estado do tocantins. localiza-
do na região norte do brasil, já está agra-
dando consumidores com suas frutas, que 
são muito adocicadas, por conta das con-
dições favoráveis de clima e de solo. 
em 2010, a produção de frutas dos to-
cantinenses chegou a 170 mil toneladas, 
enquanto em 2013 este volume saltou 
para 278 mil toneladas. Conforme dados 
do instituto brasileiro de Geografia e es-
tatística (ibGe), nos últimos quatro anos 
o estado teve aumento de 63,52% na co-
lheita de frutas. além disso, tocantins é 
um dos principais produtores nacionais 
de abacaxi: em 2013, somou 74.705 qui-
los dessa espécie. 
apesar de ainda não existirem da-
dos oficiais sobre a colheita do estado em 
2014, a expectativa é de que a safra tenha 
superado os números de 2013. Para o en-
genheiro agrônomo anderson Pereira, da 
Secretaria estadual de agricultura e Pecu-
ária (Seagro), além da importância econô-
mica, a fruticultura é considerável no âm-
bito social. “a atividade tem a capacidade 
de empregar grande quantidade de mão 
de obra. enquanto a produção de grãos 
gera 0,2 emprego por hectare, a fruticul-
tura pode gerar de dois a cinco empregos 
por hectare”, explica.
Com tantos pontos favoráveis, o gover-
no de tocantins desenvolve projetos que 
fomentem ainda mais a fruticultura.De 
acordo com o secretário da Seagro, ruiter 
Padua, em 2014 foram realizadas mais de 
uma dezena de ações técnicas para incen-
tivar a cultura. “realizamos dias de campo 
com abordagem na produção integrada, 
dias de fruticultura e visitas técnicas, além 
de monitoramento de pragas e doenças, 
promovido todos os meses nas lavouras 
de abacaxi e banana das regiões envolvi-
das”, destaca Padua.
abaCaxi é o GRAndE 
dESTAquE nA FRuTiCuLTuRA dE 
ToCAnTinS nA ATuALidAdE
In
or
 A
g.
 A
ss
m
an
n
23
They deserve applause
State of tocantins has expanded its fruit growing business by upwards of 
60% in four years and is planning to become a relevant global supplier
PINEAPPLES are tHe 
HiGHliGHt in fruit Currently 
ProDuCeD in toCantinS 
in spite of the well-known fruit mag-
nates (São paulo, Bahia, minas Gerais, Rio 
Grande do Sul and pará), there are several 
fruit producing areas in the making – they 
are developing slowly, it is true, but seem 
determined to stay. The new undertaking 
of the sector is the State of Tocantins. Locat-
ed in north Brazil, the fruits produced there 
are pleasing consumers because of their 
sweetness, a fact that reflects the favorable 
conditions of both soil and climate. 
in 2010, fruit production in Tocantins 
reached 170 thousand tons, jumping to 
278 thousand tons in 2013. According to 
data from the Brazilian institute of Geog-
raphy and Statistics (iBGE), in the past four 
years fruit production soared 63.52%. Fur-
thermore, Tocantins is a major pineapple 
producer: in 2013, it harvested 74,705 kilo-
grams of this species. 
Although no official data on productiv-
ity throughout the State are available, the 
expectation for 2014 is a bigger crop than 
in 2013. Anderson pereira, agronomic en-
gineer at the State Secretariat of Agricul-
ture and Livestock (Seagro), has it that be-
sides its economic importance, fruit farm-
ing exerts a considerable social role. “Fruit 
farming has the capacity to employ a great 
deal of workforce. While grain crops gener-
ate 0.2 jobs per hectare, fruit growing could 
generate from 2 to 5 jobs per hectare”, ex-
plains the agronomic engineer.
With so many positive aspects, the gov-
ernment of Tocantins is now in the process 
of developing projects that foster fruit farm-
ing even further. According to Ruiter pad-
ua, Seagro secretary, in 2014 tens of techni-
cal initiatives were taken with the aim to en-
courage the farmers to produce fruit. “We 
conducted field days addressing integrated 
production projects, fruit days and technical 
MOVING AHEAD
major fruits produced in Tocantins are pineapples, bananas and watermelons. other fruits 
that are equally produced include cashew nuts, melons, coconuts and mangoes. pineapple 
productivity translates into 23 thousand fruits per hectare, turning the State into a huge 
supplier in Brazil. it is estimated that 90 thousand tons of pineapples were harvested in 2014. 
According to the Brazilian institute of Geography and Statistics (iBGE), 3,673 hectares were 
devoted to bananas in 2013, resulting into a volume of 23,274 tons. part of this production 
supplies the neighboring states of Goiás, minas Gerais and the Federal district. in june 2014, 
the first trial shipments of dwarf bananas were sent to Argentina, totaling 30 tons.
Throughout the State, watermelon plantations take advantage of sub-irrigation 
systems in meadowlands, rarely affected by diseases. in 2013, the banana crop amounted to 
upwards of 200 hundred thousand tons. 
visits, besides pest and disease monitoring, 
on a monthly basis, in banana and pineap-
ple plantations”, padua comments.
In
or
 A
g.
 A
ss
m
an
n
24
www.brasilexport.gov.brwww.brasilexport.gov.br
Ministério das
Relações Exteriores
Ministério do
Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior
Ministério da
Agricultura, Pecuária
e Abastecimento
Conheça o Guia de Comércio Exterior e Investimento – Brasil Export, site do 
Governo Federal que reúne, em um único espaço, as informações de mais de dez portais 
dedicados ao assunto.
 
Acesse, entre muitos outros itens: 
os principais dados sobre comércio exterior e investimento, ferramentas de apoio a 
empresários e oportunidades de negócios;
informações de sites nacionais e internacionais;
link de acesso ao Portal Siscomex, que integra os diversos sistemas operacionais de 
exportação e importação; 
tira-dúvidas on-line – Comex responde –, com o apoio de 23 órgãos que atuam na área.
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
1Propaganda_BrasilExport_P.pdf 1 24/02/2015 11:01:15
o setor frutícola brasileiro não tem 
perspectivas muito animadoras para 
2015. as condições hídricas preocupan-
tes nos principais ambientes de cultivo, o 
aumento de impostos sobre os produtos 
da cadeia e a redução do poder aquisitivo 
da população são alguns dos motivos que 
podem levar os produtores a diminuir in-
vestimentos. “Com isso, a meta é manter 
volume de produção estável ou até mes-
mo providenciar redução da produção e 
da área cultivada”, projeta o engenheiro 
agrônomo Cloves ribeiro neto, gerente 
de inteligência de Mercado do instituto 
brasileiro de frutas (ibraf).
Para ele, o desenvolvimento da cadeia 
produtiva de frutas, como um todo, de-
pende da sustentabilidade contínua do 
comércio interno, da retomada dos vo-
lumes e dos incentivos governamentais 
para que a competitividade seja mantida. 
“a atenção maior dos fruticultores deverá 
ser para gestão dos custos de produção, 
controle fitossanitário e tendências dos 
consumidores”, destaca. 
o valor da safra anual das principais 
frutas acompanhadas pelo instituto bra-
sileiro de Geografia e estatística (ibGe) foi 
de r$ 23 bilhões em 2013, ante r$ 20,9 bi-
lhões no ano anterior. Conforme o geren-
te do ibraf, o alto custo de produção da fru-
ticultura foi o principal reflexo deste au-
mento da receita. “o fruticultor continua 
descapitalizado, pois não consegue repas-
sar ao valor final do produto a totalidade 
das despesas para produzir”, explica. em 
2014, nos negócios com o exterior, o se-
tor frutícula obteve uS$ 3,2 bilhões, o que 
representa 3,2% da balança comercial do 
agronegócio, que foi de uS$ 96,7 bilhões.
QUALIDADES a tendência na cadeia 
é de que, de maniera gradativa, as frutas e 
os derivados produzidos no brasil passem 
a se orientar pelo conceito de 5 “S”, termo 
utilizado na gestão do agronegócio que 
vai ao encontro dos anseios dos consu-
midores e que os grandes empresários já 
costumam adotar em outros segmentos. 
embora tenha como referência o progra-
ma de qualidade conhecido por 5 S, neste 
caso, os 5 “S” se referem às características 
que as frutas devem apresentar e às prá-
ticas gerais utilizadas para produzi-las. os 
“S” vêm de: saudabilidade (alimento nu-
tritivo e funcional), simplicidade (produ-
tos práticos ao consumo), segurança (pro-
dutos seguros à alimentação), sabor (mais 
aroma e sabor) e sustentabilidade (produ-
ção e industrialização de frutas de forma 
sustentável).
Cenário nebuloso
Economia nacional sinaliza para ajustes na cadeia, que podem levar os 
produtores a reduzirem o volume e a área de cultivo ao longo de 2015
In
or
 A
g.
 A
ss
m
an
n
26
perspectives are not encouraging 
for the Brazilian fruit sector in 2015. The 
alarming water conditions in all ma-
jor fruit producing hubs, higher taxes on 
products of the supply chain and the de-
clining purchasing power of the popula-
tion are some of the reasons that could in-
duce the producers to reduce their invest-
ments. “Therefore,the target is to keep the 
production volume stable or even reduce 
the size of the crop and the area devoted 
to it”, projects agronomic engineer Cloves 
Ribeiro neto, market intelligence manager 
at the Brazilian Fruit institute (ibraf).
he maintains that the development 
of the fruit supply chain as a whole, de-
pends on such factors as the continuous 
sustainability of the domestic market, re-
sumption of the volumes and on govern-
ment incentive, so as not to lose compet-
itiveness. “Fruit farmers are supposed to 
pay great heed to the management of 
production costs, phytosanitary controls 
and consumer trends”, he stresses. 
The annual value of the main fruits 
under the supervision of the Brazilian in-
stitute of Geography and Statistics (iBGE) 
reached R$ 23 billion in 2013, compared 
to R$ 20.9 billion in the previous year. Ac-
cording to the ibraf manager, the high 
production cost of fruit farming was the 
main reflection of the increase in total 
revenue. “Fruit growers continue cash-
strapped, as they are unable to pass the 
totality of the expenses on to the final 
price of the product”, he explains. in 2014, 
in its businesses abroad, the fruit sec-
tor raked in uS$ 3.2 billion, representing 
3.2% of the agribusiness trade of balance, 
which reached uS$ 96.7 billion. 
qualiTieS The trend in the sup-
ply chain is for the fruits and deriva-
tives obtained in Brazil to, gradual-
ly, be guided by the 5 “S”, word used 
in the management of the fruit busi-
ness in line with consumer needs, vast-
ly adopted by commercial fruit grow-
ers, although its reference is the qual-
ity program known as 5 S, in this case, 
the 5 “S” refer to the characteristics the 
fruits should have and the practices 
utilized for their production. The five 
“S” come from the portuguese word for 
healthiness (nutritive and function-
al food), simplicity (practical to con-
sume), safety (safe food), the portu-
guese word for taste (more aroma and 
flavor), and sustainability (fruit pro-
duction and industrialization in a sus-
tainable manner).
Cloudy scenario
national economy calls for adjustments to the supply chain, which may lead 
the farmers to reduce both volume and planted area throughout 2015
27
MERCADO . Market
Sí
lv
io
 Á
vi
la
28
o embarque total de frutas frescas e 
secas do brasil foi abreviado em gran-
de parte pela queda significativa na ex-
portação de maçã em 2014. o envio to-
tal somou 672,995 mil toneladas de fru-
tas, volume 5,46% abaixo do negocia-
do no ano anterior. em receita, as ven-
das externas somaram uS$ 636,402 mi-
lhões, 3,21% a menos do que em 2013. 
os números são do instituto brasileiro 
de frutas (ibraf), com base nos dados da 
Secretaria de Comércio e exterior (Se-
cex), órgão do Ministério do Desenvol-
vimento, indústria e Comércio e exte-
rior (MDiC). a presença das frutas nacio-
nais no mercado internacional é consi-
derada baixa por representantes do se-
tor, uma vez que o brasil é o terceiro 
maior produtor mundial.
em 2014, a maçã foi a quinta fruta 
mais negociada de uma lista de 22 es-
pécies. Mas registrou quedas de 48,15% 
em volume e de 49,31% em receita. “as 
exportações recuaram devido ao baixo 
desempenho da maçã, que caiu quase 
50% na comparação com 2013, em de-
corrência das condições climáticas des-
favoráveis ocorridas na safra de 2014, 
quando o fruto não atingiu a qualidade 
necessária para cumprir as exigências 
internacionais”, explica o engenheiro 
agrônomo Cloves ribeiro neto, geren-
te de inteligência de Mercado do ibraf. 
outras frutas representativas que 
registraram quedas foram a banana 
(-14,81% em volume e -10,21% em re-
ceita) e a uva (-34,35% em quantida-
de e -35,15% em valor). Já as mais ex-
portadas – melão (196,850 mil tonela-
das) e manga (133,033 mil toneladas) – 
ampliaram os embarques em 2,84% e 
9,04%, respectivamente. a manga, ape-
Porção equilibrada
Exportação de frutas frescas recuou 5,46% em volume e 3,21% em receita 
em 2014, influenciada pela queda significativa dos envios de maçã
CoNGeladoS 
Sobre os preços internacionais, o gerente de inteligência de Mercado do ibraf, 
Cloves ribeiro, comenta que os valores estão estáveis, para não dizer congelados. 
Porém, para espécies como limão, abacate e caqui, a boa qualidade dos frutos, 
aliada à menor oferta de países concorrentes, contribuiu para melhorar a 
negociação de valores. 
igualmente chama atenção o aumento nas exportações de abacate e de coco, 
embora o volume do segundo não seja tão representativo no todo. “essas frutas são 
recentes na pauta da exportação brasileira e possuem qualidade satisfatória para 
atender às exigências dos clientes estrangeiros”, refere. “nos próximos anos, devem 
continuar com bons resultados”. no entanto, acrescenta que não é possível esperar o 
mesmo para frutas tradicionais, como a maçã e a uva.
as expectativas também não são boas para 2015. “o setor está pessimista com 
as dificuldades que o País vem enfrentando, principalmente com as condições 
hídricas”, avalia ribeiro. as principais frutas exportadas pelo brasil utilizam sistemas 
de irrigação. inclusive, os três principais estados exportadores – Ceará (148,944 mil 
toneladas), rio Grande do norte (131,2 mil toneladas) e bahia (115,331 mil) – estão 
situados na região nordeste, de clima Semiárido. outro fator, lembra ele, é o aumento 
no custo para produzir, o que tem relação direta com o valor final do produto.
Melão e MaNGa 
ConTinuAm Com A mAioR 
pARTiCipAção noS EmBARquES 
sar de contribuir com o segundo maior 
volume, obteve receita de uS$ 163,727 
milhões, superando o valor do melão, 
de uS$ 151,815 milhões. também o li-
mão registrou altas de 17,43% no peso 
e de 30% na receita.
Conforme Cloves, os problemas com 
o clima, a exemplo do que ocorreu com 
a maçã, não foram os únicos fatores 
que afetaram os negócios internacio-
nais das frutas frescas made in Brazil. “o 
principal mercado para as frutas nacio-
nais continua sendo a união europeia, 
que mantém a demanda estável des-
de 2009 e não demonstra tendência de 
aumento no consumo”, explica. ainda 
destaca que o alto custo de produção 
tem tornado a fruta nacional menos 
competitiva. além disso, o produto do 
brasil vem perdendo benefícios tarifá-
rios. um sinal foi o fim do Sistema Geral 
de Preferências (SGP), da ue, em 2014. 
“o mercado interno continua aquecido 
e, em algumas situações, tem sido mais 
viável a comercialização no mercado 
doméstico”, observa.
29
Total exports of fresh and dry fruit suffered 
a reduction due to a significant drop in the 
shipment of Brazilian apples abroad, in 2014. 
Exports totaled 672.995 thousand tons of fruit, 
down 5.46% from the previous year. in reve-
nue, foreign sales brought in uS$ 636.402 mil-
lion, down 3.21% from 2013. The numbers 
come from the Brazilian Fruit institute (ibraf), 
based on data released by the Brazilian Sec-
retariat of Foreign Trade (Secex), an organ of 
the ministry of development, industry and For-
eign Trade (mdiC). The presence of our nation-
al fruit in the international marketplace is con-
sidered small by representatives of the fruit sec-
tor, as Brazil is the third largest global producer.
in 2014, apples ranked as fifth most ne-
gotiated fruit from a list of 22 species. howev-
er, exports of this fruit dropped 48.15% in vol-
ume and 49.31% in revenue. “Exports receded 
because of the bad performance of the apple 
crop, which fell almost 50% compared to 2013, 
as a result of adverse climate conditions dur-
ing the 2014 growing season,when the fruit 
did not achieve the quality standards in com-
pliance with international requirements”, says 
agronomic engineer Cloves Ribeiro neto, man-
ager of market intelligence at ibraf. 
other representative fruit that also reg-
istered drops in shipments abroad were as 
follows: bananas (-14.81% in volume and 
-10.21% in revenue) and grapes (-34.35% in 
quantity and -35.15% in value). The most 
exported ones were the following: mel-
ons (196.850 thousand tons) and mangoes 
(133.033 thousand tons) – expanded their 
shipments by 2.84% and 9.04%, respectively. 
Although contributing with the second biggest 
volume, apple exports brought in uS$ 163.727 
million, outstripping the revenue from melons, 
uS$ 151.815 million. Lime exports also soared 
balanced portion
fresh fruit exports dropped 5.46% in volume 
and 3.21% in revenue, influenced by a 
significant reduction in apple shipments
FROZEN
With regard to international prices, Cloves Ribeiro, market intelligence manager at ibraf, 
comments that prices are stable if not frozen. however, for species like lime, avocado and 
persimmon, the good quality of these fruit, along with smaller offer from competitor countries, 
contributed towards fetching better prices. 
What is also worth mentioning is the increase in exports of avocado and coconut, although 
the volume of the latter is not very representative. “Exports of these fruit have only started 
recently and their quality complies with the discerning standards of foreign clients”, he says. 
“over the next years, they are supposed to continue performing satisfactorily”. nonetheless, ha 
has it that it is not possible to expect the same from traditional fruit like apples and grapes. 
There are equally no promising expectations for 2015. “The sector is pessimistic at the 
difficulties the Country is going through, especially as far as water deficiencies go”, says Ribeiro. 
most fruit exported by Brazil rely on irrigation systems. That is no surprise because three biggest 
fruit exporter states are located in the northeast, where semiarid climates prevail. They are as 
follows: Ceará (148.944 thousand tons), Rio Grande do norte (131.200 thousand tons) and 
Bahia (115.331 thousand. Another factor, he recalls, is the soaring production cost, which is 
directly related to the final price of the product. 
by 17.43% in weight and 30% in revenue.
According to Ribeiro, adverse climate prob-
lems, which affected the performance of the 
apples, were not the only factors that adverse-
ly affected the international businesses of Bra-
zil’s fresh fruit. “The European union is still the 
leading market for Brazil’s fruit, and this mar-
ket has remained stable since 2009, and is show-
ing no signs of rising consumption”, he explains. 
he equally maintains that high production 
costs are to blame for the decreasing competi-
tive edge. Furthermore, Brazilian fruit have been 
losing tariff benefits. A sign of this was the end of 
the Eu’s General System of preferences (GSp) pro-
gram, in 2014. “The domestic market continues 
heated up and, in some circumstances, sales at 
home are more profitable”, he observes.
MELON AND MANGO 
HaVe tHe biGGeSt 
SHare in SHiPMentS
Sí
lv
io
 Á
vi
la
30
Preferência externa - Foreign preference 
exPortaçõeS braSileiraS De frutaS freSCaS
 2014 2013 Variação 2014/2013Fruta
 Receita (US$ Fob) Volume (kg) Receita (US$ Fob) Volume (kg) Receita (%) Volume (%)
Melão 151.817.079 196.850.024 147.579.929 191.412.600 2,87 2,84
Manga 163.727.732 133.033.240 147.481.604 122.009.290 11,02 9,04
Banana (exceto da terra) 31.600.737 83.461.504 35.192.167 97.976.479 -10,21 -14,81
Limão e lima 96.099.286 92.301.008 73.923.553 78.602.709 30,00 17,43
Maçã 31.902.813 44.294.111 62.941.935 85.429.045 -49,31 -48,15
Mamão papaia 47.058.855 33.688.192 41.803.057 28.561.452 12,57 17,95
Melancia 16.490.896 30.682.363 16.523.934 32.049.686 -0,20 -4,27
Uva 66.790.828 28.347.952 102.994.687 43.180.556 -35,15 -34,35
Laranja 9.014.409 20.111.176 9.966.726 23.208.179 -9,55 -13,34
Abacate 9.537.147 5.806.712 6.933.265 4.313.307 37,56 34,62
Abacaxi 1.067.073 1.355.504 949.048 1.163.864 12,44 16,47
Figo 8.737.682 1.346.981 8.207.616 1.367.684 6,46 -1,51 
Banana-da-terra 149.500 483.000 383.674 1.239.172 -61,03 -61,02
Coco 259.329 428.727 11.637 19.321 2128,49 2118,97
Outras frutas 843.268 293.854 918.251 318.978 -8,17 -7,88
Caqui 769.719 257.044 483.334 206.741 59,25 24,33
Goiaba 443.961 170.776 393.685 143.945 12,77 18,64
Tangerina, mandarina, satsuma etc. 19.644 43.350 707.363 638.330 -97,22 -93,21
Brugnon e nectarina 19.968 22.464 - - - -
Mangostão 39.338 15.130 117.398 24.829 -66,49 -39,06
Ameixa e abrunho 12.798 1.930 10.488 1.730 22,03 11,56
Outros cítricos 590 7 1.012 502 -41,70 -98,61
TOTAL 636.402.643 672.995.049 657.528.719 711.869.719 -3,21 -5,46
* as estatísticas de limão e de lima estão agrupadas.
Fonte: Secex. Elaboração: ibraf. 
Origem dos embarques - Origin of the shipments
exPortaçõeS braSileiraS De frutaS freSCaS ou SeCaS Por eStaDo
ESTADOS VALOR (US$) VOLUME (KG)
Ceará 112.228.395 148.944.275
Rio Grande do Norte 90.540.973 131.200.916
Bahia 137.335.818 115.331.757
São Paulo 100.324.635 83.220.493
Pernambuco 114.475.867 74.340.965
Rio Grande do Sul 30.336.549 51.828.569
Santa Catarina 18.282.820 42.682.876
Espírito Santo 22.175.826 14.005.520
Minas Gerais 3.847.367 4.426.896
Paraíba 59.107.41 4.383.079
Paraná 722.256 2.212.060
Goiás 10.068 146.000
Reexportação 70.511 97.412
Consumo de bordo 26.000 94.000
Pará 51.623 32.046
Sergipe 28.252 23.760
Tocantins 26.138 21.269
Alagoas 8.744 3.151
Rio de Janeiro 60 5
TOTAL 636.402.643 672.995.049
Fonte: Secex/Mdic. Elaboração: ibraf.
31
o brasil exportou frutas frescas para 58 
nações em 2014, mas os principais clien-
tes foram países da união europeia. além 
disso, os envios mantiveram-se estáveis, e 
alguns países da ue compraram volumes 
menores do que em 2013. “esse desempe-
nho ainda é reflexo da dificuldade econô-
mica instalada em 2008 e deve continu-
ar em 2015 e, provavelmente, 2016”, ava-
lia o engenheiro agrônomo Cloves ribeiro 
neto, gerente de inteligência de Mercado 
do instituto brasileiro de frutas (ibraf).
Conforme ribeiro, a busca de novos 
mercados, que vem acontecendo há alguns 
anos, está contribuindo para melhorar o de-
sempenho de algumas frutas. Como exem-
plo, menciona o aumento das vendas para 
mercados como emirados Árabes unidos, 
Canadá, Dinamarca e rússia. em 2014, a 
maior importação de frutas frescas nacio-
nais foi feita pelos Países baixos (Holanda), 
que adquiriram 261,345 mil toneladas de 
um total de 672,995 mil toneladas. os resul-
tados são apontados pelo ibraf, a partir dos 
números apurados pela Secretaria de Co-
mércio e exterior (Secex), órgão do Ministé-
rio do Desenvolvimento, indústria e Comér-
cio e exterior (MDiC).
igualmente importaram quantias signi-
ficativas reino unido (121,163 mil tonela-
das), espanha (87,275 mil toneladas) e uru-
guai (32,981 mil toneladas). Desses países, 
apenas o último registrou receita 24,32% 
superior ao valor obtido em 2013. o mer-
cado alemão foi um dos integrantes da ue 
que reduziu a importação de frutas brasilei-
ras em 49,49%, passando de 28,1 mil tonela-
das para 14,192 mil toneladas em 2014.
as exportações de frutas frescas do bra-
sil foram prejudicadas pelo fim do Siste-
ma Geral de Preferências (SGP). De acor-
do com a Confederação nacional da agri-
cultura (Cna), o SGP previa vantagens tari-
fárias na entrada do produtos na comuni-
dade europeia. o brasil era o quinto maior 
beneficiário do SGP europeu, mas, a par-
tir de 2014, foi excluído da lista pelo crité-
rio derenda per capita utilizado pelo ban-
co Mundial. 
Sem o SGP, avalia a Cna, a fruticultu-
ra nacional enfrentará cenário adverso em 
2015. a entidade aponta que países con-
novas rotas
Exportação brasileira de frutas frescas continua 
muito restrita à união Europeia, que manteve 
as aquisições estáveis ou até menores em 2014
correntes estarão fortalecidos no mercado 
internacional. as nações sul-americanas 
que não integram o Mercosul, como Chile 
e Peru, têm acordos bilaterais e exportam 
para os países da ue com tarifa zero ou alí-
quota muito reduzida em determinadas 
épocas do ano.
Para a Cna, o impacto do fim do siste-
ma geral da ue pode ser minimizado com 
a abertura de mercados e com a promoção 
das frutas brasileiras. a entidade observa 
que, mesmo o brasil ocupando o terceiro 
lugar no ranking mundial de produção de 
frutas, ainda tem inserção sem qualquer 
expressividade no comércio global.
Clientes VIPs - Special clients 
exPortação De frutaS freSCaS Por PaÍS De DeStino
 2014 2013 Variação 2014/2013 
País Valor (US$) Volume (kg) Valor (US$) Volume (kg) Valor (US$)% Volume (kg)%
Países Baixos (holanda) 258.458.735 261.345.097 273.439.888 274.203.147 -5,48 -4,69
Reino Unido 129.917.298 121.163.084 131.361.800 126.866.139 -1,10 -4,50
Espanha 72.714.224 87.275.535 71.324.094 92.554.745 1,95 -5,70
Uruguai 12.023.618 32.981.942 9.671.863 32.803.777 24,32 0,54
Estados Unidos 30.062.105 27.141.461 31.967.693 30.482.688 -5,96 -10,96
Argentina 10.191.744 24.034.534 7.104.355 20.218.090 43,46 18,88
Portugal 22.746.947 18.389.033 20.098.356 14.907.502 13,18 23,35
Alemanha 18.424.313 14.192.722 28.279.579 28.100.187 -34,85 -49,49
Outros 58 países – – – – – –
TOTAL 636.402.643 672.995.049 657.528.719 711.869.719 -3,21 -5,46
Fonte: Secex. Elaboração: ibraf.
In
or
 A
g.
 A
ss
m
an
n
32
Brazil shipped fresh fruit to 58 coun-
tries in 2014, but all major clients were Eu-
ropean union countries. Furthermore, 
shipments remained stable, but some Eu 
countries did not purchase as much as in 
2013. “This performance is still a reflection 
from the economic downturn that started 
in 2008 and is likely to continue until late 
2015, or even through to 2016”, says agro-
nomic engineer Cloves Ribeiro neto, market 
intelligence manager at the Brazilian Fruit 
institute (ibraf).
According to Ribeiro, the search for new 
markets, which started some years ago, has 
contributed towards improving the perfor-
mance of some types of fruit. As an exam-
ple, he cites the bigger sales to such markets 
as the united Arab Emirates, Canada, den-
mark and Russia. in 2014, holland was the 
country that imported the biggest amount 
of fresh fruit from Brazil, 261.345 thousand 
tons from a total of 672.995 thousand tons. 
These figures were released by ibraf, based 
on the numbers ascertained by the Brazil-
ian Secretariat of Foreign Trade (Secex), an 
organ of the ministry of development, in-
dustry and Foreign Trade (mdiC).
other countries that imported signif-
icant amounts of fresh fruit are as fol-
lows: the united Kingdom (121.163 thou-
sand tons), Spain (87.275 thousand tons) 
and uruguay (32.981 thousand tons). of 
these countries, only uruguay’s purchas-
es were up 24.32% from 2013. The German 
market was one of the members of the Eu 
that reduced its fruit imports from Brazil 
by 49.49%, from 28.100 thousand tons to 
14.192 thousand tons 2014.
Brazil’s fresh fruit exports were adverse-
ly affected by the termination of the Gener-
al System of preferences (GSp). According 
to the Brazilian Agriculture and Livestock 
Confederation (CnA), the GSp provided tar-
iff advantages on products destined for the 
European Community. Brazil was the fifth-
largest beneficiary of the European GSp, 
but, as of 2014, was excluded from the list 
by the World Bank on the grounds of the 
per capita income criterion. 
Without the GSp, CnA officials maintain 
that our national fruit business will face an 
adverse scenario in 2015. The entity has it 
that competitor countries will strengthen 
their position in the international market. 
South American nations that do not belong 
to mercosur, like Chile and peru, have bilat-
eral agreements and export to Eu coun-
tries, exempted from any tariff or pay very 
low tariffs in certain periods over the year.
CnA officials understand that the impact 
of the end of the GSp could be minimized with 
the conquest of new markets and through 
the promotion of Brazilian fruit. The entity 
notes that, although Brazil ranks as third big-
gest global fruit producer, its insertion into the 
global market is still at a fledgling stage. 
new routes
brazilian fruit exports, almost in their entirety, go to the european union, which 
has kept acquisitions stable and, in 2014 has even imported smaller amounts
33
a competitividade na vitivinicultura 
não é problema só nos vinhos finos na-
cionais. o ano de 2014 foi marcado pelo 
retrocesso nas exportações de uvas de 
mesa do Vale do São francisco, maior 
polo produtor brasileiro, que reúne mu-
nicípios de bahia e Pernambuco. o pes-
quisador João ricardo lima, da embra-
pa Semiárido, de Petrolina (Pe), enfatiza 
que há muito a competitividade do se-
tor dá sinais de enfraquecimento, em es-
pecial pelos elevados custos de produção, 
a começar pela mão de obra. “outros fa-
tores afetam a competitividade nacional, 
como logística, política cambial e ausên-
cia de acordos de comércio”, acrescenta.
ao mesmo tempo, a concorrência 
vem se tornando mais eficiente, casos do 
Peru e da África do Sul, que operam com 
custos de produção e de transporte mais 
baixos. assim, conseguiram aumentar o 
market share e assumiram o espaço que 
tradicionalmente era do brasil, em espe-
cial nos estados unidos. É o caso do Peru, 
que conseguiu ocupar a janela brasileira 
de exportações. “os produtores brasilei-
ros não têm como concorrer com os pe-
ruanos”, reconhece lima. ao mesmo tem-
po, a África do Sul está adiantando cada 
vez mais sua época de colheita e passou a 
concorrer também por este espaço.
analisando o histórico das exporta-
ções de uvas finas de mesa do Vale do São 
francisco para os estados unidos, perce-
be-se claramente esta queda. em 2011, 
o brasil embarcou 16 mil toneladas para 
o mercado dos eua; em 2012, o volume 
caiu para 8,8 mil toneladas. Já na tempo-
rada de 2013, a queda seguiu ocorren-
do, para 2,7 mil toneladas. “e em 2014 ex-
portamos apenas 61 toneladas”, revela o 
analista da embrapa.
Como resultado deste comportamen-
um baque
Vale do São Francisco perdeu o mercado de uvas de mesa dos EuA em 
2014 e lida com alto custo de produção e concorrência para recuperá-lo
to no comércio exterior, ocorreu aumen-
to na oferta interna de uvas de mesa. o 
preço obtido no mercado doméstico está 
compensando, e os produtores acaba-
ram redirecionando a produção. Confor-
me João ricardo lima, o comportamen-
to comercial do segmento no Vale do São 
francisco em 2015 é uma incógnita. 
Se a produção, que registrou queda em 
2014, por questões climáticas, voltar a au-
mentar e o dólar estiver em patamares aci-
ma de r$ 2,70, aumentando a competiti-
vidade, é possível que haja estímulo para 
a retomada das vendas externas. Porém, o 
brasil precisa ficar atento ao desempenho 
dos seus concorrentes. De agora em dian-
te, as chances no mercado norte-america-
no dependerão muito do comportamen-
to do clima e da economia nestes países, e 
ainda da política cambial brasileira.
MerCado iNTerNo ABSoRVEu 
A oFERTA, diAnTE dA quEdA 
pRoduTiVA dE 2014 
In
or
 A
g.
 Ass
m
an
n
34
Competitiveness is not only a prob-
lem with the national fine wines. 2014 was 
also market by setbacks to exports of table 
grapes produced in Vale do São Francis-
co, biggest Brazilian producing hub that 
comprises municipalities of Bahia and per-
nambuco. Researcher joão Ricardo Lima, 
of Embrapa Semiarid, based in petrolina 
(pE), emphasizes that the competitiveness 
of the sector has been weakening since a 
long time ago, especially because of the 
high production costs, starting with labor. 
“There are other factors that affect our na-
tional competitiveness, like logistics, ex-
change rate policies and the absence of 
trade agreements”, he adds.
in the meantime, competitors have 
been getting more efficient, like peru and 
A terrible setback
Vale do São francisco lost its north american table grapes market in 2014, and 
is grappling with high production costs and tight competition to recover it
DOMESTIC MARKET abSorbeD 
tHe CroP, in View of tHe 
SMaller ProDuCtion in 2014 
South Africa, where production and trans-
port costs are very low. This is how they 
managed to increase their market share 
and took over markets that traditional-
ly belonged to Brazil, especially the united 
States. it is the case of peru, a country that 
occupies Brazil’s export window. “There is 
no way for Brazilian producers to compete 
with their counterparts in peru”, Lima ac-
knowledges. At the same time, South Afri-
ca has been advancing its harvesting pe-
riod and is now equally competing for this 
share. 
Analyzing the history of the exports of 
fine table grapes produced in Vale do São 
Francisco to the united States, the drop is 
clearly perceived. in 2011, Brazil shipped 
16 thousand tons to the north American 
market; in 2012, the volume dropped to 
8.8 thousand tons. in 2013, exports only 
amounted to 2.7 thousand tons. “And in 
2014, we exported only 61 tons”, the Embra-
pa analyst reveals.
As a result of this behavior of our for-
eign trade, the supply of table grapes to the 
domestic market rose considerably. prices 
fetched in the domestic market are remu-
nerating, and the farmers ended up redi-
recting their production. According to joão 
Ricardo Lima, the behavior of the commer-
cial segment in Vale do São Francisco, in 
2015, is still unknown. 
if the crop, that in 2014 suffered a reduc-
tion because of adverse weather conditions, 
starts soaring again and the exchange rate 
remains at R$ 2.70, or more, to the dollar, 
thus increasing the competitive edge, may-
be there is enough stimulus to resume for-
eign sales again. however, Brazil should pay 
heed to the performance of the competitor 
countries. From now onward, the chances 
in the north American market will depend a 
lot on the behavior of the climate and the 
economy of these countries, and equally on 
Brazil’s exchange rate policy. 
35
os brasileiros também apreciam as fru-
tas colhidas em outros países. É o que mos-
tra o resultado da balança comercial de 
frutas frescas de 2014. o brasil importou 
469,258 mil toneladas de frutas in natura, 
8,95% a mais do que em 2013. a compra 
custou uS$ 538,012 milhões, com aumento 
de 4,91% sobre o valor do ano anterior, de 
acordo com o instituto brasileiro de frutas 
(ibraf), que utiliza os números da Secretaria 
de Comércio e exterior (Secex), órgão vincu-
lado ao Ministério do Desenvolvimento, in-
dústria e Comércio exterior (MDiC).
no mesmo ano, as exportações das fru-
tas nacionais registraram quedas de 5,46% 
em volume e de 3,21% em receita. Supera-
ram o total importado em 203,736 mil to-
neladas e no equivalente a uS$ 98,389 mi-
lhões. no entanto, em 2013, a diferença 
positiva havia sido de 281,169 mil tonela-
das e de uS$ 144,718 milhões. 
a pera foi a mais importada pelo País 
em 2014, quase 50% do total adquiri-
do no mercado externo. Desembarcaram 
em território brasileiro 208,346 mil tonela-
das da fruta, pelo valor de uS$ 200,725 mi-
lhões, com acréscimos de 2,25% em volu-
me e de 9,83% em valor. outras duas fru-
tas que pesaram bastante no pacote vindo 
do estrangeiro foram a maçã (116,697 mil 
toneladas) e a uva (33,76 mil toneladas). 
De uma lista de 19 frutas buscadas no 
mercado internacional, a ameixa e o kiwi 
ocuparam a quarta e a quinta posições, 
com os respectivos volumes de 32,235 mil 
toneladas e 22,221 mil toneladas em 2014. 
no caso do kiwi, o peso foi 19,16% menor 
do que o verificado em 2013. também fa-
zem parte da salada de frutas importadas 
laranjas, brugnons (espécie de nectarina), 
nectarinas e tangerinas, dentre outras.
“Da mesma forma que o brasil produz 
Muitos sotaques
Brasil importou 469,258 mil toneladas de frutas frescas em 2014, com 
acréscimo de 8,95%, impulsionado pela maior demanda de pera e maçã
frutas de contra-estação, outros países for-
necedores do País também exportam suas 
frutas quando não produzimos, e princi-
palmente quando não temos produção 
suficiente para o mercado, como aconte-
ce com a pera”, explica o engenheiro agrô-
nomo Cloves ribeiro neto, gerente de in-
teligência de Mercado do ibraf. ainda des-
taca que o setor frutícola brasileiro é gran-
de supridor de frutas de contra-estação, ou 
seja, de espécies que são cultivadas no He-
misfério Sul e não ofertadas no Hemisfério 
norte, como melão, manga e mamão. 
ORIGEM um total de 24 países abaste-
ceu o mercado interno nacional com fru-
tas frescas em 2014, conforme o ibraf. o 
maior volume veio da argentina, que en-
viou para o brasil 194,498 mil toneladas, 
com queda de 6,43% sobre o volume de 
2013. o Chile ofertou ao País 91,752 mil to-
neladas, com decréscimo de 12,5%. tam-
bém contribuíram com quantias significa-
tivas espanha (70,250 mil toneladas), Por-
tugal (60,381 mil toneladas) e itália (23,225 
mil toneladas).
nem mesmo a desvalorização do real 
frente ao dólar serviu para frear a impor-
tação brasileira de frutas frescas em 2014, 
destaca a equipe de pesquisadores de fru-
tas do Projeto Hortifruti, do Centro de es-
tudos avançados em economia aplica-
da (Cepea), da esalq/uSP. a maior impor-
tação de maçã serviu para contrabalan-
çar a menor oferta da fruta nacional com 
qualidade, menciona a equipe. o aumen-
to na uva do exterior foi estimulado pela 
quebra de safra no Vale do São francis-
co no segundo semestre do ano. Países 
como espanha e itália, que negociavam 
com a rússia antes do embargo, igual-
mente enviaram mais frutas para o brasil. 
In
or
 A
g.
 A
ss
m
an
n
36
TeNdÊNCia
na avaliação dos pesquisadores do Cepea, as importações de frutas frescas podem 
diminuir em 2015, principalmente se a safra de maçã e de uva se recuperarem, em 
volume e qualidade. a tendência é de que mais fruta nacional seja direcionada ao 
mercado interno. “além disso, o dólar valorizado frente ao real pode diminuir as 
compras de frutas estrangeiras”, estimaram.
Brazilians are also fond of fruit harvest-
ed abroad. This is attested by the final result 
of the fresh fruit trade balance in 2014. Brazil 
imported 469.258 thousand tons of fresh fruit, 
up 8.95% from 2013. The Country shelled out 
538.012 million, up 4.91% from the amount 
spent the previous year, according to data re-
leased by the Brazilian Fruit institute (ibraf), 
which relies on numbers furnished by the 
Brazilian Secretariat of Foreign Trade (Se-
cex), an organ of the ministry of develop-
ment, industry and Foreign Trade (mdiC).
in the same year, exports of our national 
fruit suffered a 5.46% decline in volume and 
3.21% in revenue. They outstrippedimports 
by 203.736 thousand tons, equivalent to uS$ 
98.389 million. nonetheless, in 2013, the pos-
itive difference had reached 281.169 thou-
sand tons, representing uS$ 144.718 million.
pear imports really made the differ-
ence in 2014, representing almost 50% of all 
fresh fruit purchased abroad. Fruit imports 
amounted to 208.346 thousand tons, val-
ued at uS$ 200.725 million, up 2.25% in vol-
ume and 9.83% in value. other fruit very rep-
resentative in imports are apples (116.697 
thousand tons) and grapes (33.760 thou-
sand tons). 
From a total of 19 fruit purchased 
abroad, plums and kiwi ranked as fourth 
and fifth, with respective volumes of 32.235 
thousand tons and 22.221 thousand tons 
in 2014. Kiwi imports fell 19.16% compared 
to 2013. other fruit species on the list of im-
ports include brugnons (a kind of nectar-
different accents
brazil imported 469.258 thousand tons of fresh fruit in 2014, up 8.95% 
from a year earlier, driven by soaring demand for pears and apples
ine), nectarines, tangerines, among others.
“just like Brazil, where off-season fruit are 
produced, other countries that supply our 
Country equally export fruit when we do not 
produce them and, particularly, when our 
production is not enough to meet our mar-
ket needs, a fact that happens with pears”, 
explains agronomic engineer Cloves Ribeiro 
neto, market intelligence manager at ibraf. 
he equally mentions that the Brazilian fruit 
sector is a huge supplier of off-season fruit, 
that is to say, species that are not cultivat-
ed in the Southern hemisphere and are not 
available in the northern hemisphere, like 
melons, mangoes and papayas.
oriGiN A total of 24 countries supplied the 
domestic market with fresh fruit in 2014, ac-
cording to ibraf sources. The biggest volume 
came from Argentina, which shipped 194.498 
thousand tons to Brazil, down 6.43% from the 
volume in 2013. Chile supplied 91.752 thou-
sand tons, down 12.5%. Significant amounts 
equally came from Spain (70.250 thousand 
tons), portugal (60.381 thousand tons) and it-
aly (23.225 thousand tons).
not even the higher value of the dol-
lar against the real managed to curb Bra-
zil’s fresh fruit imports in 2014, say research 
teams of the hortifruti project at the Center 
for Advanced Studies on Applied Economics 
(Cepea), of Esalq/uSp. Bigger apple imports 
compensated for the smaller supplies of na-
tional quality fruit, the teams mentioned. 
The higher prices fetched by grapes abroad 
were stimulated by the smaller crop in Vale 
do São Francisco, in the second half of the 
year. Countries like Spain and italy, which 
negotiated with Russia before the embargo, 
equally shipped more fruit to Brazil. 
TREND
Cepea Researchers understand that fresh fruit imports could decline in 2015, particularly 
if the grape and apple crops make a good recovery in volume and quality. The trend is for 
the destination of more national fruit for the domestic market. “Furthermore, the highly 
valued dollar against the real could adversely affect fruit purchases abroad”, they reckon.
Fatias - Chunks
balança CoMerCial Da frutiCultura 2013/14
 2014 2013
 Valor (US$ FOB) Volume (t) Valor (US$ FOB) Volume (t)
Exportações 636.402.643 672.995.049 657.528.719 711.869.719
Importações 538.012.722 469.258.678 512.810.336 430.700.358
Fonte: Secex/Mdic. – Elaboração: ibraf.
37
o suco de laranja continua sendo 
o produto processado mais exportado 
pelo brasil. o embarque brasileiro de fru-
tas processadas totalizou 2,037 bilhões 
de toneladas, com volume 9,22% infe-
rior ao enviado em 2013. o resultado em 
valor foi de uS$ 2,279 bilhões, com que-
da de 12,64% em comparação com o va-
lor do ano anterior, conforme cálculo do 
instituto brasileiro de frutas (ibraf). os nú-
meros são divulgados pela Secretaria de 
Comércio e exterior (Secex), órgão vin-
culado ao Ministério do Desenvolvimen-
to, indústria e Comércio exterior (MDiC). 
em proporções menores, o País importou 
130,435 mil toneladas de processadas em 
2014, no valor de uS$ 407,244 milhões, 
com queda de 16,92% em volume e alta 
de 12,16% em receita.
 Grande parte da quantia exporta-
da foi composta por suco de laranja não 
congelado, suco de laranja congelado 
não fermentado e outros sucos da fruta 
não fermentados. os três produtos soma-
ram 1,926 bilhão de toneladas em 2014. 
nos últimos anos, o suco de laranja vem 
enfrentando problemas devido à dimi-
nuição de consumo do produto, desta-
ca o engenheiro agrônomo Cloves ribei-
ro neto, gerente de inteligência de Merca-
do do ibraf. “De forma geral, os produtos 
processados são de alto valor agregado, o 
que os torna mais ‘caros’ na comercializa-
ção. isso dificulta as negociações em âm-
bito internacional”, explica.
Depois dos sucos de laranja, as frutas 
industrializadas mais negociadas no ex-
terior foram castanha de caju, fresca ou 
seca, sem casca, e sucos de maçã. além 
desses itens, em 2014 o País também ex-
portou outros tipos de frutas em forma 
de suco, secas, em preparados ou em 
conservas. apenas quatro países – bél-
gica, Holanda, estados unidos e Japão – 
compraram 90% do volume total envia-
do no ano em destaque.
em 2015, na avaliação de Cloves, as 
mesmas dificuldades enfrentadas pelas fru-
tas frescas também vão se refletir nos pro-
dutos processados, inclusive as tendências. 
no mercado interno, o segmento de frutas 
industrializadas vem crescendo há alguns 
anos. “a tendência deve permanecer. o 
que pode inibir este crescimento é o poder 
aquisitivo da população, uma vez que são 
produtos com maior valor unitário em re-
lação às frutas frescas”, frisa. os principais 
produtos comercializados no bra-
sil são sucos, néctares, cas-
tanhas e polpas.
Menu cítrico
Suco de laranja ainda é o principal produto industrializado que o Brasil 
exporta, com participação de mais de 2 bilhões de toneladas em 2014
MaiS SuCo ou PolPa 
Desde de julho de 2014, a indústria deve informar no painel principal do rótulo 
das bebidas não alcoólicas o percentual de polpa da fruta ou de suco utilizado nos 
ingredientes. a regra foi determinada pelas instruções normativas 
números 17, 18, 19 e 42, publicadas em 2013 pelo 
Ministério da agricultura, Pecuária e abastecimento (Mapa).
a norma passou a valer para néctares e sucos tropicais em dezembro de 2014. 
De acordo com o Mapa, a obrigatoriedade beneficia tanto o produtor quanto o 
consumidor, pois aumenta a transparência nas relações de consumo dos setores 
produtivos envolvidos. em janeiro de 2015, o aumento do percentual mínimo 
obrigatório de suco ou de polpa para os néctares de laranja e uva 
passou de 30% para 40%. a presença deverá ser de 50% a partir de janeiro 
de 2016. Para ser chamada de suco, a bebida deve conter 100% da fruta.
quATRo pAíSES impoRTARAm 
90% do ToTAL dE 
2,037 bilhõeS de ToNeladaS
38
Ro
bi
sp
ie
rr
e 
G
iu
lia
ni
39
Citrus menu
orange juice continues to be the most 
exported Brazilian processed product. Ship-
ments of processed fruit totaled 2.037 bil-
lion tons, down 9.22% in volume from 
2013. in terms of revenue, Brazil raked in 
uS$ 2.279 billion, down 12.64% compared 
to the previous year, according to calcula-
tions by the Brazilian Fruit institute (ibraf). 
The numbers come from the Secretariat 
of Foreign Trade (Secex), part of the minis-
try of development, industry and Foreign 
Trade (mdiC). in smaller proportions, the 
Country imported 130.435 thousand tons 
of processed fruit in 2014, representing uS$ 
407.244 million in revenue, down 16.92% in 
volume and up 12.16% in

Continue navegando