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CHALMERS - resumos

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CHALMERS, Alan. “ O que é ciência, afinal” ? Idéias-chave sobre o Cap. 1
( Indutivismo: Ciência como conhecimento derivado dos dados da experiência.
 1. Concepção do senso comum – Ciência: prova objetiva. (objetividade)
experimento (fonte do conhecimento) – Negação à ‘natureza’ (physis) de Aristóteles e dos medievais.
Indução (caminho percorrido de um dado até os demais dados analisados – método analítico) s/ especulação.
2. Indutivismo Ingênuo: Registro fiel a partir dos sentidos, sem preconceitos (radicalização do empirismo)
 frases da pg. 25 (1 e 3 (observações simples) 2 e 4 (problemáticas) 
* Ambas são afirmações singulares. * Afirmações universais = final da pg. 25.
 * Problema: Se a ciência estabelece regras universais, como garantir o seu apoio na observação? (É possível observar todos os eventos?) * Problema da dedução ( Todos os hs. são mortais?)
Condições para satisfazer as generalizações: 1,2 e 3.
O indutivismo (ingênuo) cresce com o número de casos observados.
3. RACIOCÍNIO LÓGICO E DEDUTIVO: Trabalha com as conseqüências de explicações e previsões. Regra: Para premissas verdadeiras, conclusões verdadeiras. (O que importa é a derivação de afirmações, a partir de outras afirmações).
4. PREVISÃO E EXPLICAÇÃO NO INDUTIVISMO: Da observação e indução, deduz-se a previsão.
Exs: Da água congelada no radiador/ Do arco-íris.
* Passos do indutivismo ingênuo:
A/ Observar e registrar tudo, B/ Analisar, comparar, classificar,
C/ Construir relações e generalizações. D/ Empregar inferências (fazer experimentos)
5. A ATRAÇÃO DO INDUTIVISMO INGÊNUO.
Vantagens: Qualquer observador pode utilizar o método / Domínio da objetividade (não subjetivismo)
Leis e teorias nascem do princípio de indução. 
Problema a ser investigado: Se a segurança que nos vem da experiência, é confiável e legítima. 
 Idéias-chaves sobre o Cap. 2 – O PROBLEMA DA INDUÇÃO
1- A indução pode ser justificada? * Por que o raciocínio indutivo leva ao conhecimento científico confiável e verdadeiro? Quanto a:
A/ Lógica ( Não funciona a regra das premissas e da conclusão na indução. (Ex: do Peru)
B/ Experiência ( A conclusão (geral) não consegue abarcar todas as ações da experiência desenvolvida nas premissas. (a indução contradiz a indução)
Quantas observações são um grande número? Quantas vezes temos que aquecer uma barra de ferro?
Quantas vezes devemos perdoar? Quantas seriam as variações? (perigo da subjetividade)
Problema: “Ampla variedade de circunstâncias”.
2) 0 RECUO PARA A PROBABILIDADE
O conhecimento científico é PROVAVELMENTE verdadeiro.
O maior número de observações e condições garantem o aumento da PROBABILIDADE.
A inserção da probabilidade mantém ainda o problema da generalização. Quer dizer, a justificação precisa ainda de justificação.
* A observação, que é finita, não resiste às afirmações universais, que são infinitas. (10/∞ =0( Qqer nº : ∞ = 0) .
 ( A linguagem artificial não resolve o problema da linguagem científica.
Desistir da probabilidade? - geral e passar a particular.
Prever que o sol nascerá amanhã e não sempre. (Não afasta o problema da probabilidade científica) pode voltar ao zero.
3) POSSÍVEIS RESPOSTAS À INDUÇÃO:
 1ª( Ceticismo (Hume) = pela fundamentação do hábito.Garantia da ciência pelo hábito adquirido. 2ª ( Racionalidade = A ‘obviedade’ e subjetiva. (Interferência do sujeito) * ciência particular. 3ª ( Retirar a indução da ciência (posição falsificacionista)
Perceber que tais respostas visam caracterizar a nova visão da ciência, baixando-lhe o grau de veracidade. 
Idéias-chaves sobre o Cap. 3 – A DEPENDÊNCIA QUE A OBSERVAÇÃO TEM DA TEORIA
O que se propõe a atacar: a ciência começa com a observação / a observação dá uma base segura p/ o conhecimento.
UMA EXPLICAÇÃO POPULAR DE OBSERVAÇÃO( A visão é ponto chave para o aprendizado das coisas.
Pontos considerados: Registro feito pelo cérebro no ato da visão./ Este registro, quando em condições normais, nos dão a mesma impressão dos objetos. 
EXPERIÊNCIAS VISUAIS NÃO DETERMINADAS PELAS IMAGENS SOBRE A RETINA (
Ainda que nossas experiências visuais ofereçam imagens virtuais idênticas, temos que considerar que dois observadores não “vêem” necessariamente a mesma coisa. Exemplo da escada.
Há uma dependência dessa imagem às experiências passadas, do conhecimento e das expectativas gerais.
Impressões subjetivas que criam expectativas (como no caso dos ‘naipes’ das cartas do baralho)
Conhecimento e experiência: Exemplo do rosto na paisagem. (Observar o antes e o depois).
O argumento do indutivista pela interpretação, sugere pensar que junto da imagem em nossas retinas, já apareçam as experiências subjetivas (o que é combatido por Chalmers).
 
AS PROPOSIÇÕES DE OBSERVAÇÃO PRESSUPÕEM TEORIA (
* Ponto de partida: sempre há uma teoria que dá embasamento às proposições de observação. Assim, as proposições são tão falíveis quanto a teoria que fornece o embasamento.
Teorias precisas são pré-requisitos para proposições de observação precisas. (A teoria precede a observação)
Ex: “Cuidado, o vento está soprando o carrinho de bebê” e “Não há gás”.
Observação falível: ‘Eis um pedaço de giz’ – p. 56 (3 testes de verificação – generalização, função e constituição)
O papel da observação na ciência está incorreto. Atribuição de uma importância maior. (problema da Verdade)
 
OBSERVAÇÃO E EXPERIMENTO ORIENTAM-SE PELA TEORIA (
Exs: A teoria de Hertz e o estudo sobre os lóbulos das orelhas.
INDUTIVISMO NÃO CONCLUSIVAMENTE REFUTADO (
O indutivismo não pode ser refutado decisivamente, isto é como antifuncional, mas pode ser abandonado pelo número de falhas ser maior do que a certeza esperada. (E só pode ser uma possível certeza)
 
 Idéias-chaves sobre o Cap. 3 – A DEPENDÊNCIA QUE A OBSERVAÇÃO TEM DA TEORIA
O que se propõe a atacar: a ciência começa com a observação / a observação dá uma base segura p/ o conhecimento.
UMA EXPLICAÇÃO POPULAR DE OBSERVAÇÃO( A visão é ponto chave para o aprendizado das coisas.
Pontos considerados: Registro feito pelo cérebro no ato da visão./ Este registro, quando em condições normais, nos dão a mesma impressão dos objetos. 
EXPERIÊNCIAS VISUAIS NÃO DETERMINADAS PELAS IMAGENS SOBRE A RETINA (
Ainda que nossas experiências visuais ofereçam imagens virtuais idênticas, temos que considerar que dois observadores não “vêem” necessariamente a mesma coisa. Exemplo da escada.
Há uma dependência dessa imagem às experiências passadas, do conhecimento e das expectativas gerais.
Impressões subjetivas que criam expectativas (como no caso dos ‘naipes’ das cartas do baralho)
Conhecimento e experiência: Exemplo do rosto na paisagem. (Observar o antes e o depois).
O argumento do indutivista pela interpretação, sugere pensar que junto da imagem em nossas retinas, já apareçam as experiências subjetivas (o que é combatido por Chalmers).
 
AS PROPOSIÇÕES DE OBSERVAÇÃO PRESSUPÕEM TEORIA (
* Ponto de partida: sempre há uma teoria que dá embasamento às proposições de observação. Assim, as proposições são tão falíveis quanto a teoria que fornece o embasamento.
Teorias precisas são pré-requisitos para proposições de observação precisas. (A teoria precede a observação)
Ex: “Cuidado, o vento está soprando o carrinho de bebê” e “Não há gás”.
Observação falível: ‘Eis um pedaço de giz’ – p. 56 (3 testes de verificação – generalização, função e constituição)
O papel da observação na ciência está incorreto. Atribuição de uma importância maior. (problema da Verdade)
 
OBSERVAÇÃO E EXPERIMENTO ORIENTAM-SE PELA TEORIA (
Exs: A teoria de Hertz e o estudo sobre os lóbulos das orelhas.
INDUTIVISMO NÃO CONCLUSIVAMENTE REFUTADO (
O indutivismonão pode ser refutado decisivamente, isto é como antifuncional, mas pode ser abandonado pelo número de falhas ser maior do que a certeza esperada. (E só pode ser uma possível certeza)
Idéias - chave sobre o cap. 4 - APRESENTANDO O FALSIFICACIONISMO.
O ponto de partida do falsificacionista é admitir que o conhecimento é formado a partir de teorias que embasam as observações. Para esse esquema racional adquirir maior eficiência, é necessário que o grau de ‘verdade’ seja entendido como a teoria ‘melhor disponível’. O progresso da ciência está na tentativa e no erro, em conjecturas e refutações.
1. Uma particularidade lógica para apoiar o falsificacionista.
A dedução, que até agora colaborava no sentido de oferecer a aceitação de premissas universais (Todo homem é mortal) pode também garantir a particularidade lógica de mostrar a vulnerabilidade da teoria, quando há afirmações singulares disponíveis. (Ex: Todos os corvos são pretos é falso se considerarmos a premissa: “Um corvo, que não era preto, foi observado no local X no momento M)”.
2. A falsificabilidade como um critério para teorias.
Para fazer parte da ciência, uma hipótese deve ser falsificável. (1 e 2 = falsificável e F./ 3 e 4 = falsificável e V.)
A hipótese é falsificável quando uma observação ou várias se mostram inconsistentes com seu enunciado. 
Quando as hipóteses nem são falsificáveis, corremos o risco de admitir uma verdade absoluta a elas. (Exs. 5,6 e 7)
O conteúdo da teoria pode ser falsificável apenas quando fornece informações de comportamento sobre como as coisas acontecem. No senso comum, mostra-se que É assim, no científico COMO é assim e, no filosófico, POR QUE é assim. Algumas teorias científicas sofrem de ‘simulação’ por não serem passíveis de falsificacionação.(V ou F) Para K. Popper, filósofo da ciência, exemplos disso são: Teoria da história de Marx, A psicanálise de Freud e a psicologia de Adler. ( O Homem pode ou não mergulhar no rio para salvar uma criança.)
Da mesma forma que acreditamos que os animais são planejados a melhor atender às funções que desempenham. Se uma teoria deveter conteúdo informativo, ela deve correr o risco de ser falsificada (V ou F) 
 
3. Grau de falsificabilidade, clareza e precisão.
( A teoria científica tradicional – construção do definitivo.
Falsificacionista – quanto mais falsificável a teoria, melhor ela será. A afirmação dá material para as negações. O que é mais falsificável deve resistir mais aos testes que são propostos. (Exs: A e B – Part./Univ)
* O que é falsificável em ‘a’ vai ser em ‘b’, mas em ‘b’ não o será em ‘a’. (Importância do caráter universal)
‘b’ afirma mais, abrange mais elementos. É melhor e, assim; é mais falsificável (testável)
(Newton suplantou Kepler abrangendo mais a teoria ( quer dizer, as oportunidades de falsificação aumentaram com Newton – Resistiu mais às falsificações)
( O que nos é revelado como falso, tem dupla função: 1. de mostrar o que é F./ 2. de ver o que pode ser V. 
( A falsificação é o ponto mais alto da ciência (falsificacionista ingênuo). * Aprendemos com nossos erros.
( Condições para as conjecturas audaciosas: 1. Que sejam falsificáveis/ 2. Que resistam às falsificações.
+ Importância da clareza como garantia de aumentar a testabilidade (cit. Goethe c/ a eletricidade. 2§ p. 72).
* Sobre a precisão: A atualização da teoria mediante a posterior garantia da observação. (Ex: Vel. da luz) 
4. Falsificacionismo e progresso.
- A ciência começa com problemas. Um problema resolvido sugere novos problemas.
- 
Idéias - chave sobre o cap. 5 - FALSIFICACIONISMO SOFISTICADO, NOVAS PREVISÕES E O CRESCIMENTO DA CIÊNCIA.
Graus de falsificabilidade relativos ao invés de absolutos.
( O trabalho apresentado pelo falsificacionista em ciência, acaba utilizando-se da dialética filosófica no sentido em que a comprovação de sua falsificação depende de sua própria manutenção. Assim, uma teoria que está sendo questionada em relação a outra que lhe confere sentido, terá mais garantias de evolução do que outra isolada. Isto identifica a diferença que se pode estabelecer entre o falsificacionismo ingênuo e o sofisticado.
Aumentando a falsificabilidade e modificações ad hoc.
As modificações (ad hoc) são aquelas consideradas localizadas em suas proposições para garantia da falsificabilidade que se espera atingir (Ex: “Todo pão alimenta”). Embora seja, reconhecidamente, menos falsif.
 ( No exemplo da Lua, a modificação ad hoc não garantiu sucesso para sua falsificabilidade. No caso do flogisto para a combustão ter peso negativo é uma saída ad hoc não testável, portanto não pode ser falsificável. Retomando o exemplo do pão, a aplicação de um teste sobre algum fungo no trigo que provoque envenenemento pode trazer algum progresso à teoria pelo aprendizado e evitou-se o ad hoc.
A confirmação na explicação falsificacionista da ciência.
( O falsificacionista precisa então de confirmações das teorias que se pretende que sejam falsificadas. Ora, se tal modificação se revelou do tipo ad hoc e fica rejeitada pelo falsificacionista, pouco se poderá aproveitar das conjecturas ousadas e das cautelosas, uma vez que a teoria seguiu outro caminho nas suas formulações.
O que vai significar o interesse pela criação de novas teorias e não superação das já existentes.
4. Ousadia, novidade e conhecimento prévio.
( As conjecturas audaciosas nas teorias científicas são classificadas desta forma basicamente pelo tempo a que pertencem. Assim, o desejo que tem o falsificacionista de que a conjectura audaciosa seja confirmada e a conjectura cautelosa seja falsificada para o próprio progresso científico; fica dependente do conhecimento prévio estabelecido pelas mesmas conjecturas. O caso, por exemplo, de se teorizar que o conhecimento independe da tecnologia, pode supor o conhecimento prévio de que pouca relação se estabeleceu entre tais elementos até aqui. (Ou seja, que nosso aprendizado acontece mesmo sem intervenção tecnológica).
5. Comparação das visões indutivista e falsificacionista de confirmação.
( A confirmação de teorias segundo o relato indutivista independe do seu conhecimento prévio que está atrelada à condição histórica, isto quer dizer que a possível cronologia científica que percebemos vai significar para o indutivista, que se trata de momentos estanques; mas garantidos pela experimentação.
( Para o falsificacionista, como a confirmação de tal teoria deve considerar o conhecimento prévio em relação ao tempo onde tal confirmação se estabeleceu, é mister a apresentação do relacionamento entre tais teorias, isto é, que sejam relativas a algo. Daí a idéia de progresso no falsificacionismo. O contexto histórico determina a diferença. (Ex: Hertz e nós, quando confirmamos a teoria de Maxwell.)
Idéias principais - Cap. 6 - AS LIMITAÇÕES DO FALSIFICACIONISMO.
1ª limitação = As teorias não podem ser confirmadas ou rejeitadas, visto que a própria afirmação do falsificacionista impossibilita a segurança do conhecimento iniciado pela observação. Cria-se a imagem de um telhado sem nada que o possa segurar. Como saber se tal cobertura é eficiente?
2ª limitação =
 Capítulo VII – TEORIAS COMO ESTRUTURAS: PROGRAMAS DE PESQUISA. (LAKATOS)
1. As teorias devem ser consideradas como um todo estruturado.
∑ - Razões: Argumento histórico e argumento filosófico (Toda teoria é estruturda mediante o estudo da história da ciência / A observação depende da teoria). 109
∑ - O sentido do conceito pode ser completado na teoria (estrutura) de onde ele participa (não há ‘céu de conceitos’). Ex: ‘massa’ e ‘força’ em Newton. Contra: A definição e a definição ostensiva. 110
∑ - O conceito funciona mediante: O sentido atribuído à determinada teoria/ Sua precisão e sua coerência na utilização da ‘hist. do conceito’ Ex: Campo elétrico. (Utilizado por Faraday, depois por Maxwell). 111
∑ - Por que as teoriasdevem ser vistas como estruturas? 1. A hist. da teoria pode garantir uma coerência em termos estruturais e 2. só pela estrutura que o conceito tem precisão. 
3.A estrutura deve ser aberta às novas investigações, para se garantir enqto. programa.112
2. Os programas de pesquisa de Lakatos.
∑ - O programa de pesquisa pode se desenvolver pela progressão ou pela degenerescência das teorias. No primeiro caso, funciona a heurística positiva e no segundo, a heurística negativa. A heurística negativa tem seu sucesso a partir da manutenção do núcleo irredutível de determinada teoria, garantido pelo ‘cinturão de proteção’ (conceitos de sentido). A heurística positiva se realiza com a descoberta de fenômenos novos, a partir da explicação de fenômenos conhecidos. Ex: de núcleos irredutíveis – p. 113.
∑ - Enqto Popper garantiu o avanço para a teoria científica na aceitação de afirmações singulares (o falsificacionismo é relativo a...), para Lakatos a teoria tem sua evolução e progresso na abrangência de afirmações universais (heurística positiva). – 114.
∑ - A heurística positiva garante o progresso da ciência quando consegue sofisticar o cinturão protetor ‘refutável’. Pede colaboração do falsificacionismo de Popper, dinamizando-o - 115 
∑ - Passos da atuação heurística na teoria gravitacional de Newton: O Sol move-se por atração mútua/ Os planetas são esferas de capacidade finitas/ Os planetas giram e se ordenam a partir de forças gravitacionais entre eles e eles em relação ao sol(heliocentrismo). 
116 . (Tanto se pode atuar na heurística positiva como quando Marx sugere a ‘inversão’ em relação a Hegel, como na heurísitca negativa como quando os Frankfurtianos rejeitam o desenvolvimento a partir da referência de lutas de classes). 
∑ - Como programa científico, um programa de pesquisa deve atender à: 1. estabelecer um grau de coerência para pesquisas futuras/ 2. levar à descoberta de fenômenos novos. 117 
3. Metodologia em um programa de pesquisa.
∑ - Método: Movimento de pesquisa não pode ser ad hoc. Os passos da pesquisa devem oferecer oportunidade para novos testes e novas descobertas. Contra: Hipóteses ad hoc e hipóteses testáveis sem independência de suas proposições. 118 e 119.
4. Comparação de programas de pesquisa.
∑ - Os programas de pesquisa, como vimos, podem ser progressivos ou degenerativos. O degenerativo será assim considerado quando ceder espaço para outro mais progressista (astronomia ptolemaica que cedeu espaço à teoria copernicana). O fatos tempo, porém consiste na dificuldade da afirmação para uma teoria progressista, bem como no afastamento decisivo da teoria degenerativa. Uma modificação engenhosa no seu cinturão protetor, poderá trazê-lo de volta à vida e apto à progressão. 120.
∑ - A garantia dos programas de pesquisa avaliados como estruturas na visão de Lakatos, só pode ter sentido na análise da história das teorias (da eletricidade, por ex.). O desenvolvimento progressivo defendido por Imre Lakatos só pode ser aceito caso a ação seja sempre referido ao ‘olhar para tras’. O novo é sempre compreendido no campo do relativo a alguma teoria que o precedeu. Só as partes integradas podem produzir um todo (que nunca é absoluto, para Lakatos). Feyerabend, na sua crítica fundamental às estruturas poderia dizer que evoluir, neste caso, é sempre voltar ao passado e que os ‘museus’ representam as construções mais evolutivas da humanidade. E que todo cientista, quanto mais verdadeiro, é sempre um colecionador de antiguidades. 
Heurística: O que serve para se descobrir algo. Quando de adopta uma hipótese a título porque ela se torna fecunda tendo em vista uma determinada pesquisa, independentemente da mesma ser justa. José Adelino Maltez ( http://maltez.info).
 Capítulo VIII – TEORIAS COMO ESTRUTURAS: OS PARADIGMAS DE KUHN.
1. Passos introdutórios (sobre a visão de Thomas Kuhn).
≠ Aprovação do testemunho histórico como solução ao indutivismo e falsificacionismo.
≠ O caráter revolucionário (que é o progresso em ciência) implica no abandono e na substituição de uma estrutura teórica por outra.
≠ A diferença na proposta de Kuhn consiste em considerar os aspectos sociológicos da estrutura de pesquisa, quer dizer, seu comportamento (coisa viva) mais do que aspectos históricos (que na maior parte das vezes, são apresentados como fatos).
≠ A ciência começa pelo comportamento social (desorganizada e diversa) o que é chamado de pré-ciência. Com a instituição de um paradigma articulado por uma comunidade científica, tem –se a ciência normal. Tal período se mantém até que o paradigma não responda mais as explicações elaboradas e se constitua num período de crise. A crise só preenche seu sentido com a agregação posterior de um novo paradigma que substitui o anterior, então se atinge o auge do progresso em ciência, na visão de Kuhn, com a instituição de uma revolução científica.
2. Paradigmas e ciência normal
≠ O período considerado ciência normal é governado por um único paradigma. 125
≠ A ciência se constitui pela atuação de um determinado paradigma que pode ser aplicado em todas as situações envolvidas pela atuação de tal paradigma. Quando há ou onde possa haver situações não envolvidas por esta elaboração, entende-se a atuação da não-ciência (Exemplo clássico, para o autor, seria a sociologia moderna). Vários paradigmas de atuação.
≠ Todo paradigma recebe orientações de princípios gerais (metafísicos) no interior de tal paradigma. As soluções apresentadas mediante problemas resistentes, constituem anomalias e, para Kuhn, as anomalias são necessárias para a proteção do paradigma em funcionamento. Tais anomalias teriam o propósito de: 1. Rejeição do falsificacionismo/ 2. Confirmação sobre a dependência que a observação tem da teoria. Princípios metafísicos são necessários, racionais.
≠ O cientista normal dará conta do entendimento do funcionamento do ‘espírito’ de um paradigma sob sua orientação. Neste sentido, podemos utilizar a proposição de jogo elaborada por Wittgenstein. O cientista quando se vê obrigado a defender o paradigma que governa, necessita esclarecer suas leis gerais, princípios metafísicos e metodológicos, etc. Para resistência de sue paradigma, é preciso que os outros cientistas aceitem as regras e queiram jogar o seu jogo. 
3. Crise e Revolução.
≠Todo paradigma envolve problemas ‘naturais’ adequados a tal paradigma.
O paradigma só pode encontrar-se em dificuldades qdo as anomalias se desnevolvem sob condições especiais (não ‘ad hoc’). Se a anomalia se tornar séria, ocorre o início da crise. 
≠Se a crise se instala de maneira a comprometer a confiança de seus proponentes, chega o tempo da revolução.
≠O novo paradigma será incompatível com o antigo. (Daí, a ‘revolução’) Ex: 130/131. Os proponentes de paradigmas rivais ‘vivem em mundos diferentes’.
≠ A mudança de determinado paradigma só pode ter justificativa como uma ‘conversão religiosa’, pois não há argumento lógico que demonstre a superioridade de um paradigma sobre outro. O mérito de questões particulares e a teoria anteriormente admitida à observação, elimina a atuação lógica de um paradigma. Por isso, kunh admite, para elaboração de novos paradigmas; uma atuação psicológica ou sociológica. Aí está a justificativa em defender que, entre dois paradigmas rivais, não há ‘medida possível’. É incomensurável. Resolve-se pela persuasão e não compulsão.
≠ A revolução científica acontece, então, qdo houver um entendimento eficaz entre a comunidade científica que optará pelo novo paradigma, abandonando o antigo. A ruptura atinge seu ápice.
4. A função da ciência normal e das revoluções. 
 Capítulo XII – TA TEORIA ANARQUISTA DO CONHECIMENTO DE FEYERABEND.
1. Vale-tudo
Ω - Consiste na atuação contra o indutivismo e o falsificacionismo, sobretudo na negação sobre o apoio oferecido pela metodologia (ou do ponto de partida da teoria).
Ω - Sua justificativa está na constatação do fracasso sofrido pelas metodologiasna orientação das atividades dos cientistas. A regra que pode ser adotada é o ‘vale-tudo’.
Ω - Assim, a atuação de Lakatos não é descartada na medida em que propõe padrões para alguma orientação e não regras determinadas. Quem quiser realizar uma intervenção à física deve saber aspectos da física e não sobre metodologia.
2. Incomensurabilidade
Ω - Feyerabend segue a orientação que o contexto teórico precede as prop. de observação. Concluindo –se por este principio que duas teorias não podem ser comparadas, mensuráveis na suas proposições. (Ex: Do aspecto físico da mecânica clássica e o não –físico da teoria da relatividade).
Ω - O procedimento na atuação da incomensurabilidade não pode ser absoluto. Assim, qualquer aspecto que sugira alguma comparação, pede a intervenção da análise subjetiva. Tais teorias não podem ser comparadas sob justificativas lógicas. As preferências dos indivíduos não são determinadas pela argumentação racional, mas dirigidas pelas condições materiais.
3. A ciência não é necessariamente superior a outras áreas do conhecimento.
Ω - O problema mais grave das metodologias é garantir ao cientista a superioridade das ciências sobre as outras formas de conhecimento, sem estabelecer uma relação entre elas. Assim, o cientista, como conhece a ciência, só pode defender a respeito daquilo que conhece.
Seria preciso estudar as outras formas de conhecimento e assim caracterizar que não há possibilidade de superioridade, uma vez que tais conhecimentos são incomensuráveis.
Ω - O critério de atuação para tal superioridade é um problema de escolha (ou prioridade), pois em determinada sociedade onde o vodu é mais praticado; é este conhecimento que tem prioridade. Se o critério for a racionalidade, é claro que a ciência sempre leva vantagem.
4. Liberdade do indivíduo.
Ω - O fundamento para que os indivíduos possam desfazer as restrições promovidas pela metodologia cientifica, é a defesa á liberdade dos indivíduos que podem, inclusive, escolher o desenvolvimento de suas ações a partir da ciência ou de outras formas de conhecimento.
Ω - Ocorre que, na sociedade atual, a institucionalização da ciência é incompatível com a atitude humanitária. Feyerabend reclama ainda que, a ciência entendida como ‘fetiche’ foi criada para servir aos homens, mas são estes que estão a serviço dela. (Soberana).
Ω - A participação do Estado é importante neste ponto porque atua como um organizador da luta entre as ideologias presentes deixando aos indivíduos a liberdade de escolha. O Estado deve ser ideologicamente neutro (daí, o anarquismo). Reformulação curricular.
Ω - Neste sentido, a atuação de Feyerabend considera a liberdade dos indivíduos relacionada à atuação na sociedade (que o precede), bem como dos meios disponíveis à mesma atuação. A sugestão do defensor do anarquismo no conhecimento seria a de que todos seguissem suas inclinações individuais e fizessem o que quisesem. Neste caso, é provável que aqueles que já detêm o poder, o retenham. Cabe a crítica de Krige: “Vale tudo... significa que, na prática, tudo permanece”

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