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MECANISMOS PROPULSORES E DINÂMICA DOS FLUIDOS PROPULSÃO EM NATAÇÃO – É a capacidade que um corpo tem de se locomover dentro d’água com seus próprios recursos (Machado, 2004). A propulsão do nadador depende do trabalho de movimentos coordenados de pernas e braços. 1ª LEI DE NEWTON – INÉRCIA: Propriedade que todo corpo tem de manter seu estado de repouso ou movimento. Um corpo só pode sair do seu estado de repouso ou movimento se sofrer uma força externa. Se tá parado permanece parado e se está em movimento, continua em movimento reto e com velocidade constante, até que uma força mude isso. Quais forças resistivas podem agir de forma contrária ao movimento do corpo? Resistência do ar que o circunda. Atrito com o solo. . 2ª LEI DE NEWTON – PRINCIPIO FUNDAMENTAL DA DINÂMICA: A aceleração que um corpo adquire é diretamente proporcional à força que atua sobre ele com mesma direção e sentido. Quanto maior for a força, maior a aceleração adquirida pelo corpo. A força aplicada a um objeto é igual à massa deste multiplicado por sua aceleração F = m x a. Um corpo necessita de uma força para se movimentar e outra para parar. 3ª LEI DE NEWTON – AÇÃO E REAÇÃO. Toda ação provoca uma reação de mesma intensidade, direção e sentido contrário. Na água, quanto maior a força exercida sobre ela, maior será o seu deslocamento (aceleração). A diferença de massa pode resultar em força de reação diferente, ou seja, corpos mais frágeis recebem um impacto (estrago) maior. Exemplo de aplicação de força propulsiva: Impulsionar o corpo contra uma superfície móvel, esta será deslocada, se for sólida, é o corpo que se projeta. A MELHOR POSIÇÃO DO CORPO Um corpo imerso 20 a 40cm, se desloca melhor que na superfície, porque a resistência frontal é menor e a água escorre igualmente pelo corpo. A posição do corpo deve ser a mais hidrodinâmica (horizontal) possível em relação à água. A correta posição do corpo influencia positivamente no deslocamento submerso do nadador. Também conhecida como streamline, que significa estar com o corpo totalmente estendido e alinhado em baixo d’água. Cerca de 100 a 250 impulsões de borda acontecem por treino e realizá-las em posição ruim, será memorizada pelo corpo. E o que ocorre quando não se treina o streamline? Ao chegar à competição, o corpo não terá adquirido a postura correta para uma boa execução, gastando mais tempo e energia. PROPULSÃO DE PERNAS Representa 20 a 30% da propulsão de nado. Sua principal função é de sustentar o corpo equilibrando-o na posição horizontal. Movimento vertical e alternado com uma fase ascendente e outra descendente, sendo esta mais propulsiva. As pernas devem estar estendidas com uma pequena flexão de joelhos para descontrair a musculatura, pés soltos e em flexão plantar. O NÚMERO DE BATIMENTOS DA PERNADA Pernada 6 x 2 (6 tempos de pernas para 2 braçadas alternadas – velocistas), 4 x 2 e 2 x 2 (fundistas), embora alguns fundistas utilizem pernada 6 tempos e velocistas 4 tempos. A amplitude da pernada é semelhante à passada da caminhada. PROPULSÃO DE BRAÇOS Possui duas fases: uma Aquática também chamada de fase propulsiva ou positiva e outra Aérea – fase não propulsiva, negativa ou de recuperação. O Movimento sinuoso ( “S” ) da braçada, ao contrário da braçada reta, aumenta a distância percorrida dentro d’água, tornando-a mais longa e propulsiva. Dimensões da braçada: Profundidade, largura e comprimento. Otimizam o movimento com maior eficiência e menor gasto energético. FLUXO LAMINAR E TURBULENTO A água é composta por moléculas de hidrogênio e oxigênio que flutuam em correntes contínuas até encontrarem um objeto que interrompe seu fluxo. Quando essas correntes compactadas umas sobre as outras se movem na mesma velocidade, denomina-se "fluxo laminar". Turbulência da água nada mais é do que a interrupção do fluxo. Quando o corpo avança, abre-se um "buraco“, separando as moléculas dos fluxos laminares, fazendo-as repicarem em várias direções (borbulhas), devido à fricção da água no corpo. As moléculas separam-se das suas correntes laminares, repicando umas nas outras em movimentos aleatórios (borbulhas). VISCOSIDADE Os líquidos possuem uma propriedade chamada viscosidade, que se refere ao atrito interno. A Viscosidade caracteriza-se pelas forças de atrito que impedem o fluido de se mover ou escorregar. Ela mede a resistência de movimento do fluido de acordo com a capacidade que ele tem de “grudar”. A água à temperatura ambiente é um fluido de baixa viscosidade. Fluidos como shampoo e óleo possuem densidades maiores e variam com a temperatura. O óleo de motor do carro é menos viscoso (grudento) em temperatura alta do que quando está frio. ARRASTO É a força que resiste o movimento de um corpo através de um fluido (líquido ou gasoso) para frente. O arrasto é feito de forças de fricção (atrito), que agem em direção paralela à superfície do objeto. Todo objeto que se desloca num meio líquido sofre os efeitos resistivos desse líquido. Ar e água são fluidos que exercem forças sobre o corpo humano. A resistência da água aos movimentos do nadador é denominada ARRASTO. Força de Arrasto = Resistência do Fluído Nobre Realce Aos objetos e as formas destinados a produzir o mínimo de arrasto dá-se o nome de aerodinâmicos ou hidrodinâmicos. Força de atrito hidrodinâmica = Água ou Fluidodinâmica = Qualquer outro fluido Força de atrito Aerodinâmica = Ar Quando um corpo se desloca na água, ele encontra resistência que se subdivide em positiva (ação) e negativa (reação). Resistência Positiva – é a pressão na frente do corpo. Resistência Negativa – é a pressão criada diretamente atrás do corpo. Forma-se uma área de baixa pressão que cria turbulência e suga o corpo para baixo. No século XVIII, Daniel Bernoulli publicou os primeiros estudos sobre fluidos em movimento. O Principio de Bernoulli – Explica a força de sustentação. Quando a velocidade de um fluido aumenta ocorre uma diminuição na pressão. O ar desloca-se com maior velocidade na parte superior diminuindo a pressão, enquanto na parte inferior da asa a velocidade do ar é menor ocasionando um aumento da pressão. Essa diferença de pressão na asa resulta numa força de baixo para cima que sustenta o avião no ar. Existem 3 tipos de arrasto: forma, onda e friccional. ARRASTO DE FORMA - Causado pelo porte e pela forma dos corpos dos nadadores em seu deslocamento propulsivo na água. Para reduzir o arrasto, o corpo deve ficar o mais horizontal possível em relação à água, sem diminuição da força propulsiva. A cabeça é a parte do corpo do nadador que sofre maior fonte de arrasto. A pernada deve ser suficientemente profunda para uma boa propulsão, mas não tão profunda a ponto de aumentar a área do corpo na água. Nos nados de peito e borboleta é importante que ao respirar, o nadador não faça movimentos verticais excessivos. Movimentos laterais excessivos (serpenteantes) aumentam o arrasto, movimentando moléculas que rompem as lâminas de água. ARRASTO DE ONDA - É a causado pelas ondas (turbulência) geradas pelos nadadores na superfície da água. A forma mais comum de arrasto de onda é a criada pelas ondas de proa (frente) que fazem pressão contra os corpos dos nadadores e diminuem sua velocidade de progressão. A velocidade na natação influencia diretamente este tipo de arrasto devido à parede de água que se forma à frente do nadador. Essas paredes exercem um efeito de contenção tão poderoso que o arrasto aumenta em 8 vezes quando se dobra a velocidade. O arrasto de onda se forma tanto à frente como naslaterais do corpo do nadador, bem como no plano vertical e horizontal. Bater, arrastar o braço, entrar com a mão de forma errada ou recuperar o braço em baixo da água, também aumentam o arrasto de onda. Piscinas antigas e com sistemas anti-marolas pouco eficientes pioram o arrasto de onda quando não eliminam as marolas provocadas pelo deslocamento dos nadadores. Piscinas modernas com raias antimarolas e sistema de escoamento nas bordas reduzem os efeitos negativos provocados pelo arrasto de onda. ARRASTO FRICCIONAL - Causado pela fricção entre a pele e as moléculas de água que entram em contato com os nadadores à medida que se deslocam. No deslocamento, moléculas de água acompanham o corpo, batem em outras moléculas rompendo o fluxo laminar até certa distância da pele. Os principais fatores que influenciam o arrasto friccional são: (1) área da superfície do objeto, (2) velocidade do objeto e (3) textura de superfície. Utiliza-se a raspagem do corpo para se reduzir o atrito. Os supermaiôs influenciaram o controle de 2 aspectos: Superfície, através da compressão do tecido no corpo do nadador e Textura, tecidos mais lisos que diminuem o atrito com a água. O elevado custo energético da natação deve-se a resultante entre a energia gasta para: Flutuar + Gerar movimento + Vencer o arrasto. O custo energético para nadar uma determinada distância, é 4 vezes maior que correr a mesma distância. PELE DE TUBARÃO As escamas dos tubarões evoluíram ao longo de milhões de anos para permitir que eles nadem muito rápido, diminuindo a resistência da água. SUPERMAIÔS Inspirada na pele do tubarão e batizada de Fastskin (pele rápida) ou Supermaiô, a roupa foi desenvolvida para diminuir o atrito com a água. Os supermaiôs influenciaram o controle de 2 aspectos: Superfície e Textura. Superfície – a compressão do tecido no corpo do nadador. Pode levar até 20min para vestir. Textura - Tecidos (poliuretano) mais lisos, sem nenhuma rugosidade diminuem o atrito com a água. Uma solda ultrasônica une as partes do maiô sem precisar de costura. O zíper extremamente pequeno fica escondido sob o material, evitando qualquer saliência no traje. As polêmicas iniciaram em fev. 2008, quando a australiana Speedo lançou em parceria com a NASA, o LZR Racer. Em Pequim 2008, 94% das medalhas de ouro os atletas usaram o LZR. Só o recorde dos 400m Livre não foi batido – Ian Thorpe 2000 (3’40”59). Michael Phelps – Quebrou 8 dos 25 recordes mundiais em Pequim 2008. Em Londres 2012 foram apenas 9 WR. Arena (França/Itália) e Jaked (Itália) criaram trajes ainda mais rápidos. Entre 2008 e 2009, os supermaiôs quebraram 250 recordes mundiais. Preço alto (400,00 Euros) e de baixa durabilidade. Após 43 recordes no mundial de Roma em 2009, uma análise comprovou que a roupa criava bolhas de ar no seu interior, facilitando a flutuação. Então, a FINA proibiu o uso do supermaiô ou doping tecnológico e determinou a nova regra a partir de 2010: “Fica vetado qualquer dispositivo ou maiô que dê mais velocidade, flutuação e reduza o atrito do nadador durante uma competição“. O Traje dos homens passou a ser bermuda e das mulheres macaquinho até os joelhos. EXERCÍCIOS DE PROPULSÃO Deslize 01. Impulsão contra a parede; 02. Canguru, impulsão do chão; 03. Torpedo (2x2), impulsionar o companheiro pelos pés; Propulsão de Pernas 01. Visualização da pernada fora d’água, sentado e deitado na borda; 02. Batimento de pernas com mãos apoiadas na borda da piscina, com correção do movimento pelo companheiro; 03. Idem anterior, batendo as pernas individualmente com respiração frontal, lateral e bilateral; 04. Puxado pelo companheiro (carreta) com respiração frontal, lateral e bilateral. Pernada com prancha 01. Utilização da prancha em grande, média e pequena tomada; 02. Com o auxilio do companheiro, segurando a prancha em grande tomada, bater pernas com respiração frontal, lateral e bilateral; 03. Sem auxílio, batimento segurando a prancha em grande, média e pequena tomada; 04. Em pequena tomada executando a respiração frontal, lateral e bilateral; 05. Competição de batimento de pernas. Propulsão de Braços 01. Visualização fora d’água com explicação da trajetória do braço; 02. Visualização dentro d’água, executando o movimento em pé com o B.D, B.E, depois ambos alternadamente; 03. Idem o anterior, andando pra frente com o rosto dentro d’água; 04. Com a prancha em pequena tomada executando o movimento de um braço com respiração lateral; 05. Idem anterior, com movimentos alternados dos braços, inspirando pela boca na fase aérea e expirando na fase aquática, pela boca e pelo nariz simultaneamente; 06. Idem anterior, realizando a respiração bilateral 3x1 (3 braçadas e 1 respiração); 07. Sem a prancha, executar o nado completo, realizando a respiração bilateral, progredindo em curtas distâncias.
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