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DIREITO CIVIL I
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
O que é direito? 
Direito é a ciência que estuda as normas, provenientes do Estado, que regem o convívio em sociedade. Não existe direito ou justiça privados, feitos com as próprias mãos. 
A que a norma jurídica reflete?
Reflete a ideologia de quem está no poder. Nós agregamos valores que são passados a nossa vida, nossa moral. Os valores dependem do núcleo familiar e das influências sofridas durante o crescimento. É a carga valorativa adquirida que influencia os órgãos judiciários, legislativos e executivos. 
Personalidade Civil
A personalidade da pessoa civil é o momento em que a pessoa ganha seus direitos e deveres com a sociedade, ou seja, inicia com a vida e vai até a morte do indivíduo. Tem necessidade de representante quando se defende um nascituro, um menor de idade, um deficiente.
“A personalidade da pessoa natural começa com o nascimento com vida,embora a lei preserve alguns direitos do nascituro (art. 2a do Código Civil). A maioridade plena da pessoa natural é alcançada, de acordo com o Código Civil vigente, com 18 anos, havendo que se distinguirem os absolutamente incapazes e os relativamente capazes a partir dos 16 anos de idade.” (VENOSA, 2007)
Capacidade Civil
A capacidade civil é o momento que eu posso e devo exercer meus direitos sem um representante legal, ou seja, quando alcanço a maioridade (absolutamente capaz, 18 anos, mentalmente são, relativamente capaz, incapaz).
“O Código Civil traça toda uma estrutura para a capacidade das pessoas, tanto naturais como jurídicas. A maioridade plena da pessoa natural é alcançada, de acordo com o Código Civil vigente, com 18 anos, havendo que se distinguirem os absolutamente incapazes e os relativamente capazes a partir
dos 16 anos de idade”. (VENOSA, 2007) 
Dano Moral
Para conseguir o dano moral, deve haver o ferimento da alma, da personalidade tanto moral, mental ou corporal.
“Despersonalização” da Pessoa Jurídica
Exemplo: Penhorar meu carro (sou dona da empresa) para quitar dividas da empresa.
Teoria Tridimensional do Direito
Todo fato a que se atribui um valor, gera uma norma. FATO + VALOR = NORMA
São normas criadas pelo Estado para organizar a convivência do ser humano em sociedade. O Estado decide ou não se aquele fato a que se atribuiu um valor é um relevante jurídico que poderá se transformar em uma norma jurídica.
Dos diferentes valores existentes
Direito Positivo
É o direito que consta na norma, direito escrito. É a soma do direito objetivo (escrito, cogente, eu devo) + direito subjetivo (faculdade de agir, eu posso).
Direito Objetivo
É a norma escrita que provém do Estado.
Direito Subjetivo
Faculdade, de quem é possuidor do direito, de querer ou não usar seu direito objetivo, exigir sanção de quem descumpriu as normas.
Direito, moral e ética
O direito é a ciência que estuda as normas coercitivas criadas pelo Estado. São normas de conduta, comandos coletivos, os quais o Estado me obriga a cumprir sob pena de sanção. Estas normas são obrigatórias até a fronteira do meu país. 
A moral são valores próprios, voluntários, e que não podem ser exigidos com coerção. É um pensamento temporário, que varia de cultura para cultura e não tem limite territorial (está sempre comigo). Caso não se cumpre, há uma punição social, já que são regras adotadas como corretas pela sociedade. Com o tempo, pode se tornar uma regra de conduta (Exemplo: Seguro desemprego, preconceito racial).
A ética está mais ligada aos valores morais e princípios permanentes que norteiam a conduta humana da profissão. 
DIREITO CIVIL
1) Norma Jurídica (lei)
Pode vir do Estado para a sociedade ou da sociedade para o Estado.
Podem ser: permissivas, proibitivas ou obrigatórias.
Dever ser jurídico: É o que o Estado espera de mim, a obediência à norma. 
*Algumas normas servem para regular, nem sempre trazem sanção imediata.
*Se eu não cumprir o Estado pode me punir, sancionar. 
Base da norma jurídica (depende da carga valorativa):
-Sanção: É a punição, o castigo imposto pelo Estado para quem não cumpre a lei. Pode ser privativa de liberdade, restritiva de direito ou pecuniária. É um meio constrangedor de fazer com que a norma jurídica seja cumprida.
-Coerção: É o efeito psicológico que a lei provoca ao indivíduo para que ele cumpra o dever jurídico. É o dever-ser jurídico (Kelsen).
-Coação: Aplicação forçada da sanção. É a obrigatoriedade do cumprimento da lei.
2) Escolas de Pensamento Jurídico
1- Jusnaturalismo
O jusnaturalismo acreditava que as leis eram divinas, universais (para todas as pessoas), eternas, imutáveis, isonômicas (independente de raça, cor, sexo...). Defendiam também o direito à vida (minha e de meus familiares), direito à liberdade, direito de conhecer a verdade real, mas nada disso precisava ser escrito, pois Deus já nos fez com esses direitos internamente. Era uma grande utopia.
“Não necessitamos de normas escritas para saber o que podemos ou não fazer, o direito nasce com cada pessoa”.
Rousseau: “O indivíduo nasce bom, a sociedade que o corrompe”.
 As ideias jusnaturalistas começam a causar muitos conflitos, gerando a AUTOTUTELA. Então, os jusnaturalistas aceitam que algumas normas deveriam ser positivadas.
2- Positivismo
	O positivismo acreditava que as normas não eram divinizadas e que deveriam ser escritas pelo homem, já que seriam cumpridas por ele. Então, cria-se o conjunto de normas jurídicas escritas vigentes em um dado momento. A imposição destas normas necessita de um órgão competente e responsável, que faça as pessoas obedecerem estas normas: nasce assim o Estado. 
Nasce aqui, a necessidade de dividir o direito para direcionar as normas: Direito Público e Direito Privado.
Escola da Exegese: Primeira escola do positivismo. 
-Inicia a interpretação das leis.
-Nasce o sistema hierarquicamente organizado.
3) Direito Público e Direito Privado
São os direitos e deveres da sociedade (privado) e do Estado (sociedade e administradores) (público).
DIREITO PÚBLICO
Regula as ações dos atos jurídicos em que o Estado é uma das partes (Estado x Estado e Estado x particular), na condição de soberano. Os Estados (membros), o Estado (união), DF são sujeitos de direito, cujos atos se inserem no direito público. NÃO PODE NADA QUE NÃO ESTÁ NA LEI.
Direito Público Interno
Sub-ramos:
Constitucional: Organização fundamental do Estado regrado pela CF.
Administrativo: Administração do Estado (exemplo: licitações).
Tributário: Cobrança de tributos, impostos, taxas...
Financeiro: Equilíbrio entre gastos e arrecadações.
Previdenciário: Cuida do seguro social.
Processual: Soluções de conflitos pelo Estado.
Penal: Punição do Estado sobre particulares.
Direito Público Externo
Sub-ramos:
Internacional
DIREITO PRIVADO
Regula as relações jurídicas entre particulares (particular x particular), que são todos os sujeitos de direito (exceto o Estado) envolvidos em ações de ordem privada. PODE TUDO O QUE A LEI NÃO PROIBE.
Direito Privado Interno
Sub-ramos:
Civil: Regula relações entre particulares.
Comercial/Empresarial: Atividade econômica de particulares sob forma de empresas.
Consumidor: Relações entre consumidor e loja/empresa.
Trabalho: Relações entre empregador e empregado.
Direito Privado Externo
Sub-ramos:
Internacional
Hoje, esta divisão é muito mais teórica do que prática, já que tanto o direito público quanto o direito privado interferem um no outro gerando o que chamamos “publitização do direito privado” e “privatização do direito público”.
PUBLITIZAÇÃO DO DIREITO PRIVADO
Tornar público algo que é privado. É a interferência do Estado em questões de ordem privada.
Exemplo: Presença do Estado ao abrir uma empresa, utilização da CF como base em processos penais, civis...
PRIVATIZAÇÃO DO DIREITO PÚBLICO
Tornar privado algo que é público. É a interferência do direito privado em questões de ordem pública.
Exemplo: Institutos civis visando a proteção da pessoa humana (previsto na CF)...
4) Fontes Jurídicasou Fontes do Direito 
São elementos utilizados pelos juízes para julgar, servem de base ao legislador para produzir as leis.
Fontes Primárias ou Imediatas –Lei
			 –Costume
Fontes Secundárias/Subsecundárias ou Mediatas –Analogia
					 –Doutrina
					 –Jurisprudência
					 –Princípios Gerais
Segundo Maria Helena Diniz
Fontes Materiais: Fatores econômicos, sociais, políticos, morais, éticos, que intervém na atuação do legislador (criação de leis) e na do julgador (julgamento de casos). Exemplo: Diminuição do IPI para estimular a baixa venda, FGTS para quem sofreu com enchentes.
Fontes Formais: Como as fontes materiais se expressam na sociedade. Estatais: –Lei
										–Jurisprudência
										–Processo Legislativo
								 Não-Estatais: –Costumes
										–Doutrinas
										–Contratos
										–Estatutos
										–Analogias
										–Princípios Gerais
										–Equidade
Definições
1- Costume: Hábito conhecido, aceito e praticado por todos de uma sociedade.
Secundum Legem: SEGUNDO A LEI: Conduta que o próprio legislador determina que o operador de direito observe na hora do julgamento. Exemplo: Lei dizendo que o juiz tem que considerar o costume para julgar.
Praeter Legem: NA FALTA DE LEI: Quando não há lei, o juiz pode observar o costume como fonte do direito.
Contra Legem: CONTRA A LEI: Comportamento que ganhou tanto valor na sociedade através da sua repetição, que as pessoas usam com força de lei, mesmo que seja contra ela. Exemplo: Cheque pré-datado.
2- Analogia: Aplicar uma lei que regula um caso semelhante. Utilizada quando há lacunas de lei. Em penal: Só se usa para beneficiar, nunca para prejudicar.
3- Doutrina: Interpretação de estudiosos sobre determinado assunto.
4- Princípios Gerais: Pilares que norteiam o ordenamento jurídico. Presente na maioria das normas. Exemplo: Princípio da Segurança, da Ignorância, da Inocência, da Dignidade Humana.
5- Jurisprudência: Decisões do judiciário (tribunais) que são generalizadas e utilizadas para julgar outros casos. 
6- Equidade: Sentimento de justiça do juiz.
5) Processo Legislativo 
*Como se cria uma lei?
*Art. 59 a 69 da CF estabelecem as etapas de formação de uma lei para que ela seja válida.
1- Iniciativa: Pode vir do legislativo (deputados e senadores), executivo (presidente) ou iniciativa popular.
É o projeto de lei. 
Alguém escreve a lei determinando seu objetivo. O legislador é o primeiro competente para a criação de uma lei, mas em alguns casos específicos, o executivo e o povo também podem legislar. A iniciativa popular também pode gerar leis, desde que seja segundo os critérios estabelecidos na CF (número mínimo de assinaturas, 1% do povo, e número mínimo de Estados participantes).
2- Discussão: Câmara dos deputados (legislativo)
O projeto de lei passa pelo 1º controle de constitucionalidade (PREVENTIVO), que visa observar se o projeto de lei fere ou não a CF.
Pode perder sua finalidade, quando quem controla as leis vai acrescentando EC ao projeto, sem preservar a intenção inicial dele.
3- Votação: Senado
Tem que ter um quórum mínimo (número mínimo de aceitações) para passar para a próxima fase do processo legislativo.
4- Sanção ou Veto: Chefe do executivo (presidente)
O projeto de lei passa pelo 2º controle de constitucionalidade (PREVENTIVO), que vai sancionar a lei ou vetar total ou parcialmente. Se o presidente der um veto total, o projeto de lei volta para casa legislativa, que acolhe o veto e o projeto deve iniciar novamente ou derruba o veto e a lei é promulgada. Se acontecer um veto parcial, ocorre um sancionamento de alguns artigos da lei. 
5-Promulgação ou Publicação
A lei possui prazo de “vacatio legis” para iniciar a vigência, se não estiver expresso na lei é de 45 dias para ser vigente.
6- Controle de Constitucionalidade Repressivo: Judiciário (via ação)
Depois de estar vigente, o poder judiciário (e todas as pessoas relatadas no art. 103 da CF) pode fazer um controle de constitucionalidade (REPRESSIVO) através de uma ação declaratória de constitucionalidade/ação direta de inconstitucionalidade para sancionar a lei caso ela seja considerada inconstitucional. (Estado = Tribunal de Justiça do Estado; União: STF)
O que a suprema corte (STF) decidir não se discute mais, gera efeito erga omnes (contra todos). 
7- Controle de Constitucionalidade Difuso: Cidadãos (via defesa)
As pessoas podem dizer que uma lei é inconstitucional em um processo. O juiz da 1ª vara cível vai analisar. Se o juiz decidir que é inconstitucional e a outra parte não recorrer não gera efeito erga omnes, fica uma decisão isolada. Se o juiz decidir que é inconstitucional e a outra parte recorrer, a decisão vai para o tribunal superior e também não gera efeito erga omnes. Se o STF analisar e disser que é inconstitucional, gera efeito erga omnes.
6) Classificação das Normas Jurídicas 
1- Quando a IMPERATIVIDADE (força do seu comando)
a) Absoluta: Normas que impõe conduta por seu próprio conteúdo, não permitindo escolha ao indivíduo.
*Se praticar um ato que não está de acordo com a lei o Estado não protege este ato.
*Sinônimos: cogentes, de ordem pública.
Podem ser:
-Afirmativas: Ordenam ou determinam uma ação. Exemplo: Art. 1245, CC Escrituras precisam de registro.
-Negativas: Impõe uma abstenção. Exemplo: Art. 426, CC Só existe herança quando alguém morre. Art. 1521, CC Quem não pode casar.
b) Relativa: Permite uma escolha ao indivíduo.
Podem ser:
-Permissivas: O Estado dá opções e o indivíduo escolhe uma delas como melhor convier. Exemplo: Art. 78, CC Quanto ao foro de local para julgamento do processo. Art. 1639, CC Regime de bens do casamento.
-Supletivas: Na ausência da manifestação das partes, vale a lei geral determinada pelo Estado. Exemplo: Art. 1640, CC Se eu não escolho o regime de bens do casamento, fica obrigatório ser comunhão parcial de bens.
2- Quanto ao AUTORIZAMENTO (ao mesmo tempo em que impõe uma conduta (imperativa) ela oferece autorização para que as pessoas busquem seus direitos para reparar o dano).
a) Mais que perfeita: Quando a infração gera nulidade do ato + punição do infrator. Exemplo: Art. 1521, VI, CC Se alguém casa duas vezes o segundo casamento fica nulo e o infrator será processado por bigamia.
b) Perfeita: Quando a infração gera apenas nulidade do ato, sem punição do infrator. Exemplo: Art. 1647, CC Se o cônjuge for avalista de alguém, exceto em separação total de bens, tem que informar ao parceiro, senão o ato fica nulo, mas ele não é punido. 
c) Menos que perfeita: Quando a infração gera validade do ato + punição do infrator. Exemplo: Art. 1523, I, CC Se quando o cônjuge morre não faz inventário, o próximo casamento que adquirir tem que ser em separação total de bens.
d) Imperfeita: Quando a infração não surte efeito. Exemplo: Art. 814, CC Aposta em jogo ilícito: Se eu aposto um dinheiro que não possuo, não tenho obrigação de pagar. Se eu pago, não tenho como receber de volta se me arrepender. 
3- Quanto a HIERARQUIA 
*O ordenamento jurídico é organizado de forma hierárquica, ou seja, uma lei é superior a outra e para serem válidas têm que respeitar a norma superior a ela. 
4- Quanto a NATUREZA DE SUAS DISPOSIÇÕES
a) Substantivas: É a lei material, regula a matéria e define direitos e deveres. Exemplo: Código Penal
b) Adjetivas: É a lei processual, regula o rito processual e traçam os meios de realização do direito. Exemplo: Código de Processo Penal.
5- Quanto a APLICAÇÃO
a) Normas de Eficácia Absoluta: Possui tamanha eficácia, que tem força paralisante, são normas inatingíveis, não podem ser modificadas por nenhuma revisão ou emenda. Exemplo: Cláusulas Pétreas da CF.
 Poder Constitucional Original (Assembleia Constituinte): único que pode mexer em cláusulas pétreas em momentos específicos.
 Poder Constitucional Derivado: deputados e senadores não podem alterar cláusulas pétreas.
b) Normas de Eficácia Plena:Possui conteúdo suficiente para aplicação imediata e pode sofrer alterações por normas posteriores (Emendas Constitucionais). Exemplo: Maioria das normas.
c) Normas de Eficácia Relativa Restringível: Permite algum direito, mas ao mesmo tempo restringe outros. Exemplo: Lei de greve (é permitida a greve, mas não para área da saúde, militares...).
d) Normas de Eficácia Relativa Complementável: Normas que não tem autoaplicação imediata e dependem de uma lei complementar posterior que regule completamente o tema. Exemplo: Lei que surge regulamentando a união estável sendo que ela já era aceita pela CF. Lei que surge regulamentando as taxas de juros sendo que era expressa na CF taxa máxima de 12% ao ano (STF revogou esta cláusula da CF por gerar muita polêmica).
6- Quanto ao PODER DE AUTONOMIA LEGISLATIVA
a) Nacionais e Locais: Nacional: Não importa a área que eu esteja, a lei sempre será válida (Toda lei nacional é federal). Local: Leis que sujeitam a todos de uma região.
b) Federal, Estadual, Municipal: 
Federal: Nem toda lei federal é nacional, mas uma lei nacional é sempre federal. 
Não há hierarquia, apenas se houver concorrência entre a matéria. Acima de qualquer lei está a CF.
7- Quanto a SISTEMATIZAÇÃO
a) Esparsa ou extravagante: Normas isoladas, criadas para resolver uma matéria específica. Exemplo: Lei do divórcio.
b) Codificadas: Regulam matérias distintas pertencentes a um ramo do direito. Exemplo: Código Penal, Código Civil.
c) Consolidadas: Reúnem leis esparsas sobre um tema. Exemplo: CLT.
7) Antinomia
Conflito entre duas leis que possuem mesma matéria.
Critérios de desempate: 
1) Hierarquia: Lei mais forte (superior) prevalece sobre lei mais fraca (inferior).
2) Cronológico: Lei mais recente prevalece sobre lei anterior.
3)Especificidade: Lei especial prevalece sobre lei geral.
4) Cronológico X Hierárquico: Lei superior anterior e inferior recente: Prevalece a hierarquia superior.
 Especial X Cronológico: Lei especial anterior e geral recente: Prevalece a especialidade.
 Hierarquia X Especialidade: Lei superior geral e inferior especial: Admite-se as duas, porém nunca uma hierarquia superior pode ser violada por uma lei inferior.
8) Interpretação das Normas Jurídicas 
Funções
Adequar as ideias da norma à realidade, ao momento.
Entender o significado/finalidade das ideias.
Entender o que o autor queria dizer com aquela lei.
HERMENEUTICA JURÍDICA: São os métodos, os instrumentos utilizados pelo operador do direito para interpretar a norma jurídica.
Teorias
-Subjetiva: Interpretação “ex tunc”, que volta no tempo, na origem da norma, para saber o que o legislador pretendia e assim aplicar a norma.
-Objetiva: Interpretação “ex nunc”, que é a interpretação apartir do momento, não importando-se em voltar no tempo para interpretar.
1- Quanto as FONTES
a) Autêntica: Interpretação proveniente do próprio órgão que fez a norma. Caso esta lei fique nebulosa, ambígua, cria-se uma nova lei para explicar a lei nebulosa.
b) Jurisprudencial: Interpretação que provém dos tribunais.
c) Doutrinária: Interpretação que provém dos estudiosos do direito.
2- Quanto aos MEIOS (MÉTODOS)
a) Gramatical: É a interpretação literal, que leva em conta a origem das palavras, as regras gramaticais. Ex: Mudança na lei do INSS, acrescentou-se um ; e mudou todo o sentido.
b) Histórica: É a interpretação que leva em conta o momento histórico em que a lei foi criada, o momento histórico vivido pela sociedade, seus aspectos morais, sociais, econômicos, a ideologia de quem estava no poder. Ex: Lei de imprensa feita na ditadura foi revogada
c) Lógica: É a interpretação que usa raciocínio dedutivo, parte de premissas para chegar a uma conclusão, eliminando interpretações sem fundamento. “Silogismo”: Conclusão lógica apartir de enunciados que tenho. 
d) Sistemática: É a interpretação de leis que estão inseridas no ordenamento jurídico. Para chegar a uma melhor conclusão, devo unir mais de uma lei para compreender melhor sobre um tema. Ex: Código civil -> Direito de empresa -> Capítulo -> Artigo 1061 + Artigo 1010
e) Teleológica ou Sociológica: Interpretação da lei de acordo com a finalidade dela (mesmo que não seja a mesma finalidade inicial pretendida pelo legislador). Deve-se adaptar os sentidos da norma às exigências da sociedade atual. Ex: Kit primeiro socorros em carros, lombadas eletrônicas nas estaduais (não se usam mais).
3- Quanto ao RESULTADO
a) Declarativa ou especificadora: O legislador consegue dizer exatamente o que pretendia, é só ler.
b) Restritiva: O legislador diz mais e deve-se interpretar buscando especificar aquela norma geral para o meu caso. Dá mais segurança jurídica.
c) Ampliativa: O legislador diz menos e deve-se interpretar buscando ampliar a norma específica para o meu caso. Dá mais liberdade ao aplicador. OBS: Normas da CF só para ampliar, nunca para restringir. Ex: Código comercial usado até hoje.
9) Validade das Normas Jurídicas 
Em sentido amplo 
1- Validade Material: Segundo Kelsen, para uma lei ser legítima ela tem que:
Ser elaborada por órgão legítimo: O processo legislativo observa se esta lei foi feita por órgão legítimo (legislativo/executivo). 
Ser elaborada por órgão competente para legislar sobre aquela matéria: Não basta que o poder seja legítimo, ele tem que ter competência para legislar sobre determinada matéria. Ex: IPTU (município), INSS (União).
Ser adequada ao processo legislativo de elaboração de uma lei: Observar o processo legislativo segundo seus trâmites (iniciativa, discussão, votação, sanção, promulgação, publicação), obedecendo a CF.
2- Validade Formal: Segundo Kelsen, para que uma norma seja válida ela deve se sustentar em uma norma maior.
3- Validade Espacial:
a) Princípio da Territorialidade: As normas são válidas apenas dentro dos limites territoriais do Estado que a promulgou (serve para navios de guerra, embaixadas, consulados).
b) Princípio da Extraterritorialidade: Normas que vão além das fronteiras do Estado que a promulgou (tratados, acordos), quando o outro Estado aceita (quando quer) a lei brasileira em seu território. 
4- Âmbito Pessoal de Validade: Relacionado às pessoas a quem aquela norma atinge.
a) Geral: Regula o comportamento de toda uma classe/um grupo. Ex: lei para os militares.
b) Individual: Regula o comportamento de apenas algumas pessoas daquela classe/daquele grupo. Ex: lei para os sargentos militares.
5- Âmbito Material: Relacionado à matéria regulada por aquela norma. Ex: Matéria civil, penal.
6- Validade Fática ou Eficaz: É o poder de coerção que a norma causa.
a) Fática: Quando a norma não surtiu efeito, embora seja formal e material. É ineficaz, pois mesmo que seja válida e vigente não é obedecida pelas pessoas, pois, na maioria das vezes, não é cobrada. Ex: Usar cinto no banco de trás. 
b) Eficácia: Norma obedecida pelas pessoas a quem se dirige e aplicada pelos juízes. Uma norma pode ser válida, sem ser eficaz (Ex: Lei seca).
7- Validade Ética ou Fundamento Axiológico: Relacionada ao ideal de justiça da norma.
Justiça: Dar a cada um o que é seu de direito segundo uma igualdade simples ou proporcional.
a) Justiça Particular: Leva em consideração o bem do paticular.
*Comutativa: Um particular entrega para outro particular o bem que lhe é devido segundo igualdade simples.
*Distributiva: A sociedade entrega o bem para o indivíduo segundo igualdade proporcional. Ex: INSS: me devolve a aposentadoria de acordo como que eu paguei.
b) Justiça Social: A sociedade entrega um bem jurídico para uma comunidade segundo igualdade proporcional. Ex: serviço militar, policiais, praças. 
1.000 pessoas 2 policiais; TB: 100.000 pessoas 200 policiais. BN: 10.000 pessoas 20 policiais. 
“Tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente”
Em sentido estrito
1- Validade Temporal (Vigência)
Vigência: É o intervalo de tempo em que a norma é obrigatória.
*Após a publicação, a lei existe, mas ainda não pode ser aplicada. A regra do direito brasileiro,segundo a LINB, é que a lei entra em vigor, se não tiver tempo previsto no conteúdo da norma, em 45 dias (no Brasil) e em 3 meses (no exterior). Este prazo se chama vacacio legis. A lei é vigente às 00:00 horas do dia imediatamente seguinte à consumação integral do prazo. A vigência de uma lei termina com o fim do prazo (leis temporárias), suspensão de execução (leis inconstitucionais) ou com uma revogação.
Revogação: A Lei perde vigência por decurso de prazo, suspensão da execução ou revogação. A revogação ocorre do entendimento do legislador no sentido de que a vigência da lei não corresponde mais à melhor alternativa para nortear eventuais conflitos de interesses nela refletidos. 
Pode ser:
Ab-Rogação: Revogação total.
Derrogação: Revogação parcial.
Revogação Expressa: Diz expressamente o que está revogando da lei anterior. Pode ser genérica (“revogam-se disposições contrárias”) ou específicas (identificação da lei ou dispositivo revogado).
Revogação Tácita: Quando a lei anterior é incompatível com a nova. 
10) LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
LICC: Lei de introdução ao código civil, Decreto lei no 4657, de 4 de setembro de 1942 LINDB: Lei de introdução às normas do direito brasileiro, Lei no 12.376, de 30 de setembro de 2010.
	PRIMEIRA PARTE DA LINDB: Aborda a vigência das leis.
Art. 1º: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”.
Aborda a VIGÊNCIA.
§ 1o  (Revogado pelo Decreto-Lei nº 333, de 1967)
§ 2o  (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).
§ 3o  Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
Se durante o prazo de vacacio legis o legislador desejar fazer alterações na lei, pode fazê-la, mas deverá publicar novamente em diário oficial, reiniciando todo o prazo de vacacio legis.
§ 4o  As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
Se a lei já estiver em vigor e o legislador desejar fazer alterações, terá de criar uma nova lei para isso. Ex: Art. 1829, CC, remete a uma outra lei, 1640, CC. Mas há um erro, era para ser a lei 1641, CC. Criou-se uma nova lei para corrigir isto. 
Art. 2o  Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. (Vide Lei nº 3.991, de 1961)
Aborda a REVOGAÇÃO.
Revogação: Tornar uma norma sem efeito (seja modificando ou excluindo esta norma).
Uma lei é revogada quando não é mais o melhor caminho para solucionar um conflito.
O normal de uma lei é não nascer com prazo determinado (99% dos casos) e só ser revogada por outra lei.
EXCEÇÃO: Lei Temporária: Pretende regular uma situação temporária, já nasce com tempo de vigência pré-estabelecido (“data de validade”).
§ 1o  A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
Derrogação: Revogação parcial (de uma parte da lei, ex: código comercial foi derrogado pelo Código Civil de 2002).
Ab-rogação: Revogação total (de toda a lei, ex: Código Civil de 2002 ab-rogou o código Civil anterior).
Expressa: Quando a lei nova diz expressamente o que está revogando. Ex: Art. 2045, CC (derrogação e ab-rogação expressas no mesmo artigo).
Tácita: Quando a lei nova concorre com a matéria da lei anterior, gerando uma antinomia. Prevalece então a lei que “vencer” na solução de antinomia.
*Sempre prevalece a hierarquia superior ou igual.
*Em matéria penal sempre prevalece a norma mais benéfica para o réu, mesmo que fuja dos critérios de solução de antinomia.
§ 2o  A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
Quando as leis novas regulam a mesma matéria e não concorrem nem geram antinomia, todas as leis podem ser utilizadas a favor da parte.
§ 3o  Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
Efeito Represtinatório da Lei: Apartir desta operação, a norma legal que foi objeto de revogação tem vigência restabelecida por uma terceira norma. A norma revogada não recupera sua vigência em virtude da revogação da norma revogadora. Esta revogação (repristinação) só ocorre se estiver expressamente prevista em lei.
*O fato de a lei revogadora (B) ser revogada (pela lei C), não quer dizer que a lei revogada (A) volte a estar em vigor automaticamente. É preciso que um ato normativo (represtinatório) (é preciso que a lei C) reestabeleça a lei revogada (A) para ela voltar a ter vigor.
*Em período de vacacio legis ou depois de revogada, a lei não pode ser invocada.
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Princípio da Ignorância: Ninguém pode alegar que não cumpriu a lei por não conhecê-la.
Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Integração da norma jurídica: O juiz nunca pode deixar de julgar por ausência, lacuna ou obscuridade na lei. Deve buscar se valer de analogias (aplicar uma lei que regula uma situação semelhante), costumes, princípios gerais do direito, equidade (ideal de justiça)...
Flexibilização da norma jurídica: Interpretar a lei, buscar a finalidade dela, a fim de torná-la aplicável ao meu caso, não deixar a lei enrijecer a ponto de tornar-se esquecida, não deixar a lei tornar-se obsoleta.
Art. 5o  Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 
A norma sempre deve atender ao bem social. Quando o juiz quer flexibilizar a lei alega este artigo. 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
Aborda a RETROATIVIDADE: Possibilidade de utilizar a lei nova para alcançar uma situação anterior a sua vigência.
Uma lei não pode ser utilizada quando está em período de vacância ou depois de já revogada. Mas pode ser utilizada para regular casos anteriores a ela (retroagir)? Sim, desde que não interfira no ato jurídico perfeito, coisa julgada e direito adquirido. 
*Em penal a lei sempre retroage para beneficiar o réu.
*Nas outras matérias: Pode retroagir, desde que não atinja as seguintes situação:
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
Ato Jurídico Perfeito: Direito que já foi consumado de acordo com a lei vigente no seu tempo.
*Exemplo: Sou filho adotado por escritura pública, não tenho os mesmo direitos que os filhos nascidos de casamento... Surge uma nova lei que iguala o direito de todo e qualquer filho, eu não sou atingido, pois já se obteve o ato jurídico perfeito (eu já sou filho por escritura, não me enquadro, mas os filhos que vierem daqui pra frente não serão mais por escritura e terão o direito de usufruir desta norma).
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
Direito Adquirido: A pessoa já adquiriu seus direitos, mas ainda não exerceu. 
*Exemplo: Já tenho tempo de aposentadoria, mas ainda não quero me aposentar por opção própria. Se a lei mudar, eu não serei atingido, pois meu direito já estava adquirido.
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
Coisa Julgada: Decisão que não cabe mais recurso seja por perda de prazo ou por não haver mais condição de contraditório. Houve o trânsito em julgado, não há mais como outra lei me beneficiar, o caso já foi encerrado.
	OBS : Repristinação ≠ DireitoIntertemporal
Repristinação: Reestabelecer vigência de uma norma já revogada.
Direito Intertemporal: Lei nova que regula a transição de prazos entre leis modificadas (apenas manda observar os prazos da lei anterior e não que a lei anterior volta a vigorar). Exemplo: Art. 2028, CC. OLHAR CADERNO.
	SEGUNDA PARTE DA LINDB: Aborda o Direito Internacional e Direito de Família
Art. 7o  A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
Aborda o DIREITO DE FAMÍLIA.
Domicílio: Local onde a pessoa tem vontade de permanecer.
Personalidade Civil: Desde quando nasce (respira) até morrer (morte real ou presumida). É o momento em que eu passo a adquirir direitos e deveres, mas quem realiza-os por mim são meus responsáveis.
Capacidade Civil: Da emancipação (16 anos) ou da maioridade (18 anos) até a morte. É quando eu me torno capaz de realizar meus direitos e deveres por mim mesmo, sem representantes.
Nome: O pré-nome só pode ser alterado apartir dos 18 anos, quando possuir motivo (exemplo: nomes esdrúxulos). O sobrenome não pode ser alterado (salvo em casamento, que se adquire sem processo judicial), apenas a grafia, se estiver errada. 
§ 1o  Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 3o  Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
Casal vem se divorciar no Brasil, ambos são argentinos, vale a lei do país de origem deles (Argentina).
Casal vem se divorciar no Brasil, um é argentino e outro é espanhol, vale a lei do primeiro domicílio conjugal de ambos (primeiro local de sua residência).
§ 4o  O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977)
Se um estrangeiro quer fixar residência no Brasil e quer mudar o seu regime de casamento pode, desde que não afete terceiros.
§ 6º  O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009).
Divórcio de brasileiros realizado no estrangeiro será reconhecido pelo Brasil depois de 1 ano e homologado pelo STJ.
§ 7o  Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
Se eu tiver menores sob minha guarda ou cônjuge, a residência deles é a minha residência.
§ 8o  Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
Se a pessoa não possui residência fixa, onde for encontrada será considerado seu domicílio.
Art. 8o  Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
Bens imóveis: Aplica-se a lei do país em que ele está situado.
§ 1o  Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.
São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Bens Móveis: Aplica-se a lei do país de domicílio do proprietário.
§ 2o  O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
Penhor: Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação Garantir um empréstimo com objeto pessoal.
O penhor se dá pela lei do domicílio em que estiver a pessoa e onde foi feito o penhor.
Art. 9o  Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.
Obrigações (contratos...): Se dão pela lei do país onde a obrigação foi constituída.
§ 1o  Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
Se a obrigação tem que ser executada no Brasil, observa-se a lei brasileira admitindo-se as peculiaridades da lei estrangeira. 
§ 2o  A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.
Se tiver dúvidas sobre onde foi constituído o contrato, vale a lei do país de quem propôs o contrato.
Proponente = contratante.
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
Sucessão: Transferência de bens de uma pessoa a outra. 
Se a pessoa morreu ou desapareceu (presumindo-se a morte dela), a herança automaticamente passa para os herdeiros. O inventário é apenas a formalização.
Morte real: Possui a materialidade, o cadáver, sabe-se como aconteceu.
Morte presumida: Quando a pessoa desaparece, há a ausência, presume-se que ela morreu.
A sucessão obedece a lei do país da pessoa que morreu.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995).
Se um estrangeiro morre e tem bens no Brasil, usa a lei do Brasil para regular aqueles bens. Caso a lei do país de origem seja mais benéfica, usa-se essa.
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
A lei do lugar de origem do herdeiro ou do que morreu rege a capacidade de suceder, sendo que no Brasil não há diferença entre filhos (mulher recebe menos que homem, não existe). No Brasil quem tem capacidade de suceder: ascendentes, descendentes, cônjuge e colaterais até 4º grau. Parentesco por afinidade (nora, genro) não herda, a não ser por testamento.
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem.
Trata da possibilidade de organizações estrangeiras se instalarem no Brasil.
Organizações, sociedades, fundações: Obedecem a lei do país em que originalmente se constituíram.
§ 1º Não poderão, entretanto ter no Brasil, filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
Para montar filial no Brasil, qualquer organização tem que ter aprovação de lei brasileira e se submeter (obedecer) à lei brasileira. 
§ 2º Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ouhajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação.
Governos estrangeiros não podem comprar terras brasileiras, pois poderiam acabar tomando como extensão de seu território, dominando o país. O Brasil deve garantir sua soberania sobre o território brasileiro.
§ 3º Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.
Só podem os governos estrangeiros adquirirem no Brasil lugares para montar seus consulados e abrigar seus cônsules.
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
Se o réu é brasileiro ou a obrigação estiver sendo realizada no Brasil, é de competência da autoridade brasileira julgar.
§ 1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil.
Bens imóveis situados no Brasil, competência de julgar é brasileira.
§ 2º A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.
1) Juízes de comarcas diferentes: Ação em Tubarão, réu de Laguna. O juiz de Tubarão manda uma carta precatória para o juiz de Laguna citar o réu para comparecimento em audiência.
2) Juízes de graus de jurisdição diferentes: Juiz do Tribunal de Justiça (TJ) manda carta de ordem para juiz de Tubarão (1ª instância) citar o réu que mora em Tubarão.
3) Juízes de países diferentes: País manda carta rogatória para o outro país citar o réu. O STJ recebe esta carta e analisa se vai de acordo com as leis do país. Se sim, cita o réu e cumpre o EXEQUATUR (execução do pedido). Se não, não aceita a carta rogatória.
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
Só se aceita provas (recolhidas no estrangeiro) no Brasil se o meio pela qual foi obtida aquela prova foi lícito pelas leis brasileiras (não pode aplicar tortura, coação...). 
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.
Se o juiz não conhecer a lei estrangeira invocada, pode exigir de quem invoca a prova de que esta lei existe e está vigente (Exemplo: exigir tradução de documentos em língua estrangeira por tradutor legalizado pelo Estado).
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos:
Requisitos para homologação (validação) de sentença estrangeira no Brasil:
a) haver sido proferida por juiz competente;
Exemplo: não pode um juiz do trabalho julgar uma causa penal.
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
Por conta do princípio da ampla defesa e do contraditório: Só é legal o processo em que as partes tiverem sido citadas, possuírem ciência do processo e verificar a revelia (Diz-se revel aquele que, embora citado deixa transcorrer o prazo legal sem apresentar defesa (contestação).
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida;
Se a sentença transitar em julgado (não caber mais recurso). Coisa julgada no estrangeiro é aceita no Brasil.
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i da Constituição Federal).
Mudança: Com a emenda constitucional 45 essa função passa para o STJ.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.
O juiz aplica a lei que foi invocada, sem ter obrigação de verificar o artigo (ou lei, ou emeda...) ao qual ela se remete. Se a parte desejar também invocar este artigo, aí sim o juiz deve olhar.
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
Leis, atos e sentenças estrangeiros que vão contra a lei e a soberania brasileira não são obrigados a serem cumpridos no Brasil, pois não possuem eficácia em nosso território, já que ofendem a ordem pública e os bons costumes.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957).
Qualquer registro civil que necessite ser feito no estrangeiro tem que ser feito no consulado para que seja homologado e válido no Brasil.
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957).
Este artigo pode ser usado pelos cônsules brasileiros fora do Brasil, desde que estejam conforme a lei.
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957).
11) CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002.
Lei Codificada: dividida em 2 partes: Parte Geral e Parte Especial.
Parte Geral: 3 livros: Das Pessoas, Dos Bens e Dos Fatos Jurídicos.
Parte Especial: 5 livros: Do Direito das Obrigações, Do Direito de Empresa, Direito das Coisas, Do Direito de Família, Do Direito de Sucessão.
Inovações do Novo Código Civil (2002): 
-Constitucionalização do Direito Civil: não dá para imaginar o direito em seus ramos sem a Constituição, ela é a espinha dorsal do Direito. É o misto do público e privado, o Estado interferindo na vida de um particular.
-Nova Organização do Código
-Mudança de termos: para mais atualizados e para aproximar o Código Civil dos cidadãos.
Livro 1: Das Pessoas
Título 1: Das Pessoas Naturais
CAPÍTULO 1: DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE
“Atualmente, todo homem e toda mulher são pessoas físicas, pois o direito positivo lhes concede aptidão para titularizarem direitos e deveres, bem como a autorização para a prática dos atos e negócios jurídicos em geral. Todas as pessoas físicas (ou naturais) têm personalidade, mas nem todas têm capacidade. A personalidade é um atributo do ser humano, uma aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações ou deveres”. 
Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
“O direito reconhece também como sujeito de personalidade as pessoas jurídicas (entidades morais), compostas por pessoas físicas que se agrupam e se associam para melhor buscar seus objetivos econômicos ou sociais (Ong’s, fundações, associações)”.
PERSONALIDADE CIVIL OU PERSONALIDADE NATURAL: Atributo sobre o qual se apoiam todos os outros direitos. “Através da incorporação da personalidade, a pessoa se torna um sujeito de direitos”.
Quando começa a Personalidade Civil/Natural?
*Inicia-se a personalidade com o nascimento COM VIDA, ou seja, quando o ser respira. Respeita-se, porém, os direitos do nascituro (expectativa de vida), desde sua concepção (fecundação), pois apartir deste momento começa a formação do ser vivo. Se a criança nasce com vida e logo vem a falecer,é considerada sujeito de direitos, pois neste pouco tempo obteve personalidade. Se ela já nasce morta, não adquiriu personalidade e, portanto, não é sujeito de direitos (este fato é importante visto que o direito sucessório se dá de pessoa a pessoa, desde que possua personalidade, assim pode receber a herança e transmiti-la a seus sucessores).
TEORIAS: dispõe acerca do direito do nascituro.
1 – Teoria Natalista: A personalidade inicia com o nascimento com vida (momento em que o bebê respira). É uma teoria “ex nunc”, pois não retroage ao momento em que o bebê era um feto, mas protege os direitos do nascituro (a vida, a dignidade, afeto...), pois ele é uma expectativa de vida. O cadáver também é protegido, pois já foi uma vida. A personalidade se dá através do nascimento com vida. 
2 – Teoria da Personalidade Condicional A personalidade inicia com o nascimento com vida (momento em que o bebê respira). É uma teoria “ex tunc”, pois, se o bebê nascer com vida, retroage ao momento em que ele era um feto e defende seus direitos.
3 – Teoria Concepcionista: A personalidade se dá com a concepção (união do óvulo e espermatozoide), ou seja, acontece antes do nascimento. MHD divide em formal (concepção ate o nascimento, período em que se defende os direitos fundamentais: à vida, a dignidade) e material (nascimento até a morte, período em que se defende todos os outros direitos).
4 – Teoria Nidacionista: A personalidade se dá no momento da nidação, ou seja, quando o óvulo fecundado se implanta na parede do útero. Por esta teoria se explica a doação de células tronco (encontro do óvulo e espermatozoide que não se aderiram à parede do útero, portanto não tem vida), a biossegurança, os bebês de proveta...
O exercício dos direitos e deveres depende da capacidade civil. 
CAPACIDADE CIVIL: Aptidão para exercer os atos da vida civil, independentemente de representação legal. 
*Manifestação de vontade livre: quem está em coma, por exemplo, não tem...
*Capacidade de exercer seus direitos e deveres.
*Pode ser reduzida pela incapacidade de discernimento ou pela menoridade, mas NUNCA pela velhice (Exemplo: meu pai é idoso e não pode mais vender um terreno que está no nome dele, meu pai não pode vender um terreno que está no nome dele porque está com uma doença e foi considerado incapaz). LIMITAÇÃO DE CAPACIDADE CIVIL POR IDADE, SÓ PARA MENORES DE IDADE.
REQUISITOS: Idade (menoridade) e Discernimento (lucidez)
Idosos: Homem ou mulher não perdem a capacidade em razão da idade. Por mais idosa que seja a pessoa, ela continua capaz e pode praticar atos e negócios jurídicos diretamente, sem representação ou assistência. A lei possui certos limites, como por exemplo, o maior de 60 anos só pode casar-se com regime de separação total de bens. Isto, porém, não caracteriza uma supressão de capacidade.
Deficientes Físicos: Nenhum deficiente físico é incapaz em virtude de sua deficiência Serão capazes ou incapazes nas mesmas situações que as pessoas sem deficiência. 
Índios: Quando integrado à civilização é plenamente capaz de praticar os atos da vida civil e os negócios jurídicos. Caso não esteja integrado, submete-se à legislação própria. 
1) Absolutamente Incapazes: Considerados sem discernimento para a prática dos atos da vida civil: os menores de 16 anos, deficientes mentais ou enfermos sem discernimento, os que não puderem exprimir sua vontade (por exemplo uma pessoa em coma).
-Atos praticados por absolutamente incapazes são NULOS, o vício é INSANÁVEL, ou seja, só é valido quando praticado pelo representante legal. Sentença “ex tunc”: retroage ao incío da prática do ato, não surtindo efeitos. 
*Um contrato feito por um absolutamente incapaz não possui validade. Porém, se um menor mente sua idade, por má fé, e faz um contrato, não poderá futuramente invocar a menoridade para anular o contrato. O contrato será válido! 
Não podem praticar os atos da vida civil: Os que são absolutamente incapazes
Menores impúberes: - Quem pratica o ato por eles são os seus representantes legais.
		 - Podem comprar e herdar, mas quem assina é o representante legal.
 - Se ele pratica algum ato, será nulo: a sentença é ex tunc: retroage ao momento da menoridade.
Exemplo: “Fulano, menor impúbere, representado pela mãe...”.
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
2) Relativamente Capazes: Considerados com discernimento reduzido: as pessoas com idade entre 16 e 18 anos, ébrios habituais (aquele que consome, diária e imoderadamente, bebida alcoólica, incapacitando-se para externar, conscientemente, a sua vontade), viciados, deficientes mentais com discernimento reduzido (síndrome de down, por exemplo), excepcionais sem desenvolvimento mental completo, pródigos.
-Atos praticados por relativamente incapazes são ANULÁVEIS, o vício é SANÁVEL, ou seja, só é válido quando assistidos pelo representante.
Podem praticar atos da vida civil, juntamente com seu representante: Os relativamente capazes
Se ele pratica algum ato, é anulável: pode ser anulado no momento, mas quando completa 18 anos poderá ratificar: a sentença é ex nunc: não retroage a menoridade.
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
3) Plenamente Capazes: Considerados com discernimento total “maioridade civil”: os maiores de 18 anos com capacidade de discernimento. 
*Pode ser adquirida com o casamento (será emancipado).
 Casamento de menores de 16 anos: Só com ação judicial.
 Casamento de pessoas com idade entre 16 e 18 anos: Só com autorização dos pais. 
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
CURATELA
Serve para proteger maiores de 18 anos que não tenham discernimento. 
Consequência da interdição de uma pessoa. Para as pessoas maiores de 18 anos e que não tenham discernimento necessário para praticar os atos da vida civil é nomeado um curador. 
QUEM SÃO OS CURATELADOS? Estão sujeitos à curatela os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o discernimento reduzido, bem como os que não puderem exprimir sua vontade, os deficientes mentais, ébrios habituais, viciados em tóxicos, excepcionais sem completo desenvolvimento mental, pródigos. Art. 1767, CC.
Se alguém é interditado, considera-se incapaz através da ação de incapacidade Faz ação judicial de interdição para dizer ao Estado que a pessoa será curatelada. 
Curador é o responsável civilmente (e não penalmente, uma sanção penal não passa de uma pessoa para a outra nunca) pelos atos praticados pelo curatelado. 
*Se o curatelado pratica um ato que prejudica terceiros e não tiver bens em seu nome, o curador deve arcar com as despesas. 
CURATELA ESPECIAL
Pode ser feita a curatela especial aos deficientes físicos (exemplo um cego que tenha dificuldadesde praticar por si só seus atos). 
TUTELA
Serve para proteger menores de 18 anos, em situação irregular, em que os pais não exercem o poder familiar, nomeando-lhe um tutor. 
QUEM SÃO OS TUTELADOS? Filhos menores de idade, em caso de falecimento dos pais, ausência dos pais ou em caso de os pais decaírem do poder familiar. Art. 1728, CC.
GUARDA
A guarda é sempre dos pais. 
Se os pais não querem o filho, os familiares (como avôs) podem ser os guardiães do filho, assim como aqueles que adotarem.
EMANCIPAÇÃO
Aquisição da capacidade civil antes da idade legal. 
Por sentença do juiz ou por determinado evento, tais como os citados no art. 5º, inciso I, por vontade dos pais (irrevogável).
	Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos.
Jovens (apartir de 16 anos) podem praticar atos da vida civil sem representação desde que seja assinada a emancipação pelos pais. 
Necessita de escritura pública.
Só deve se conceder emancipação considerando-se o interesse do menor.
É civilmente capaz, mas não é penalmente imputável.
DÚVIDA: Se um menor se casa, automaticamente está emancipado e é plenamente capaz para responder por seus atos da vida civil. Se no casamento têm um filho, separa e não paga pensão de alimentos. Pode ir preso?? Mas é menor... Mas é plenamente capaz... DÚVIDA!
A personalidade civil inicia com a vida e termina com a morte.
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
*Morte pode ser: 
a) Real, quando há a materialidade do corpo, sabe-se como morreu, as causas.
-Provado por atestado de óbito.
-A morte real extingue a capacidade e dissolve tudo, não sendo mais o falecido sujeito de deveres e obrigações. --Extingue-se poder familiar, vinculo matrimonial, dever de pagar alimentos...
-É garantido o devido respeito ao cadáver, ou de cujus.
b) Presumida, quando não há materialidade do corpo, não se sabe como a pessoa morreu, ela desapareceu ou se expos a situação de muito perigo, como guerras. 
-A morte presumida se dá pela declaração de ausência, que culmina na declaração de morte presumida (1º declaração de ausência, 2º declaração de morte presumida).
-A declaração de ausência produz efeitos patrimoniais, permitindo abertura de sucessão provisória e depois definitiva.
Casos em que há morte presumida sem que necessite fazer declaração de ausência: Art. 7º, CC.
Se a pessoa estava em situação que leve a crer que houve a morte (exemplo: estava em um avião que caiu e não acharam o corpo), se a pessoa estava em campanha ou era prisioneira de guerra (se passar 2 anos e ela não voltar declara a morte).
O juiz deve determinar uma data para a provável morte, a fim de decidir questões como herança, saber qual lei aplicar, se a lei já foi revogada no momento da morte.
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
COMORIÊNCIA ou MORTE SIMULTÂNEA: Art. 8º, CC.
Quando 2 ou mais pessoas, que possuam laços familiares, morrem, sem que se possa saber quem morreu primeiro, presume-se que morreram ao mesmo tempo. 
Como não existe meios de determinar quem morreu primeiro, considera-se que morreram ao mesmo tempo, e cada uma transmite aos seus herdeiros.
ORDEM: 1º descendentes e cônjuge 2º ascendentes e cônjuge 3º cônjuge 4º colaterais até quarto grau.
Situações:
1) “A” é casado com “B” pelo regime de comunhão universal de bens, e tem do primeiro casamento um filho “C”. A mãe “B” é viva. Com “A” falecendo, antes de “B”, metade dos bens do casal caberá a ela em razão do regime de casamento, e a outra metade será transmitida por sucessão aos herdeiros dele. Logo, “B” fica com 50% e “C” fica com 50%. Vindo, assim, “B” a falecer, todo o seu patrimônio será transmitido à sua mãe. 
2) Caso “B” morra antes de “A”. Se assim acontecer, metade dos bens do casal caberá por sucessão aos herdeiros de “B”. Como a falecida não deixou descendentes, a mãe de “B” e “A” serão os herdeiros concorrentes. Cada um ficará com metade dos bens transmitidos pela morte de “B”. Desse modo, “A” ficará com 75% (50% de sua parte mais 25% de sua herança) e a mãe de “B” ficará com 25%. Caso “A” morra depois, todo os seu patrimônio será transferido ao único herdeiro, seu filho “C”.
3) Caso “A” e “B” morram ao mesmo tempo. “A” deixaria metade que cabe no patrimônio do casal ao seu herdeiro e “B” vai deixar sua parte para sua mãe. 
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
REGISTRO PÚBLICO
Tornar público determinado ato (fato novo). 
Lei 6015/73: Do 1º ao 113: Registro de pessoas naturais (nascimentos, casamentos, óbitos) Prazos, requisitos e informações quanto aos registros são contidos nesta lei.
Registra-se: nascimentos, casamentos, óbitos, emancipações (dos pais ou do juiz), interdições, declaração de ausência, opção de nacionalidade, legitimação adotiva.
O registro é a condição de um indivíduo ser cidadão. O registro de nascimento pode ser feito a qualquer tempo (preferencialmente após 15 dias a 3 meses do nascimento). O registro de óbito deve ser feito, obrigatoriamente, no seu prazo, senão depois só por ação judicial no local onde a pessoa faleceu. 
Registro de nascimento para adoção: cancela o primeiro registro e faz um novo com o preenchimento dos campos vazios.
Se faz um registro em uma cidade e requer em outra, deve pedir o registro pro cartório da cidade de origem.
Art. 9o Serão registrados em registro público:
I - os nascimentos, casamentos e óbitos;
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
AVERBAÇÃO
Incluir uma informação em um registro que já existe.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação;
III - dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoção. (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009).
Separação ≠ Divórcio
Separação: Termina a sociedade conjugal e não há mais casamento. Pode reestabelecer o casamento e não pode casar com outra pessoa ainda.
Divórcio: Não se anula nem se reestabelece o casamento. Só casando de novo. 
CAPÍTULO 2: DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
DIREITOS DA PERSONALIDADE: 
Adquiridos com a personalidade civil. 
São os aspectos físicos, psicológicos, morais de uma pessoa.
São intrínsecos à pessoa, pois não existem fora da pessoa.
O exercício desses direitos depende da capacidade civil. 
Direitos abstratos ligados ao psicológico das pessoas.
Vai da vida para depois da morte (direito do morto à imagem, à integridade de seu cadáver, pois já foi uma vida)
São absolutos, intransmissíveis.
Exemplo: Vida, liberdade, honra, nome, imagem...
Descritos pelo CC: nome, imagem, honra, privacidade, próprio corpo.
Conflito entre direitos de personalidade: escolher através da proporcionalidade, caso a caso (diferentemente do conflito entre as normas que seresolve por hierarquia, cronologia especialidade).
-Jusnaturalismo: Há uma proteção natural destes direitos, pois nascemos com eles, não importa se o Estado tutela ou não.
-Positivismo: Os direitos da personalidade só são protegidos se forem tutelados pelo Estado.
DANO MORAL: Ofensa a um direito de personalidade.
-Toda indenização por danos morais se sustenta sobre lesões aos direitos da personalidade. 
-É extrapatrimonial
-Não reparatório
-É compensatório: Deve-se compensar o sofrimento da vítima sem enriquecê-la e punir o ofensor para que não cometa mais o mesmo ato.
-Dor da alma: constrangimento, sofrimento, vergonha.
-Não dá para voltar atrás, à minha vida anterior, não volta ao status ante.
-Tem que causar a punição do ofensor e a satisfação da vítima, sem causar enriquecimento ilícito ao ofendido, mas que “doa” no bolso do ofensor.
-Subjetivo, não depende de provas, o dano é presumido.
-É pessoal (Exemplo: uma mulher que é mãe é atropelada e morre: cada filho pode ajuizar uma ação de dano moral contra o homem que matou a mãe). 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
a) Inatos: os direitos da personalidade são inatos, pois nascem com as pessoas independentemente da sua vontade, ou seja, são adquiridos ao nascimento com vida e acompanham a pessoa até a sua morte.
b) Absolutos: os direitos da personalidade operam erga ominis, pois são tão relevantes e necessários que possuem efeitos contra todos. Portanto, são impostos a coletividade, que deve respeitá-los sob pena de sanção do Estado.
c) Generalidade/Isonomia: a generalidade explica que os direitos da personalidade são impostos a todas as pessoas pelo simples fato de existirem. Todos os indivíduos possuem direitos da personalidade, não importando cor, raça ou sexo. 
d) Indisponíveis/Inalienáveis: os direitos da personalidade são indisponíveis porque nem por vontade do próprio individuo possuidor eles podem ser modificados. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são indisponíveis, porque estão fora do comércio e não possuem valor econômico imediato. 
e) Imprescritíveis: são imprescritíveis, pois não possuem prazo de prescrição, ou seja, inexiste um prazo para exercício destes direitos e os mesmo não são extintos pelo não-uso. Assim, os direitos da personalidade perduram enquanto a pessoa viver e transcendem a própria vida, pois são protegidos também após o falecimento da pessoa.
f) Impenhoráveis: os direitos da personalidade são impenhoráveis, pois não são “palpáveis”, não podendo ser penhorados já que são inerentes, inseparáveis e indisponíveis à pessoa humana. 
g) Vitalícios: são perpétuos, pois são inatos e permanentes, perdurando por toda a vida e alguns se refletem até mesmo após a morte da pessoa (respeito ao morto, à sua honra, memória, direito moral de autor).
h) Extrapatrimoniais: são assim caracterizados, pois não possuem um conteúdo patrimonial direto, não possuem também avaliação pecuniária, ou seja, estão fora do patrimônio econômico das pessoas. As indenizações que surgem da violação destes direitos possuem caráter moral já que são compensatórias e não reparatórias.
i)Irrenunciáveis: possuem esta característica, pois os portadores dos direitos da personalidade não podem repassá-los a terceiros, nem renunciá-los ou abandoná-los, exceto em casos previstos em lei. Estes direitos nascem e morrem com as pessoas. 
j) Intransmissíveis: os direitos da personalidade são intransmissíveis, pois não podem ser transmitidos a ninguém, bem como não podem ser avaliados em dinheiro.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Não precisa que haja lesão, só ameaça já basta para que o Estado me proteja. 
Um terceiro pode ajuizar uma ação para proteger o direito de um morto, direitos da personalidade vão além da vida, deve-se preservar a vida que já existiu.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do PRÓPRIO CORPO, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Eu não disponho do meu corpo, não pode vender seus órgãos, amputar seu corpo, a não ser que seja por exigência médica. Não podem retirar minha vida para doar órgão à outra pessoa. Só posso doar se não me prejudicar.
Direito sobre o próprio corpo: Para assegurar o direito sobre o próprio corpo é negada a eficácia jurídica a certos atos de disposição voluntária. Só se admite, assim, a disposição gratuita de órgãos tecidos ou partes do corpo para fins científicos ou altruísticos. 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
Para fins altruísticos, científicos, pode se realizar a doação de órgãos, desde que seja gratuita.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
As pessoas devem assinar se querem ou não passar por tratamento doloroso, se não podem por si mesmas, a família decide. 
Art. 16. Toda pessoa tem DIREITO AO NOME, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
O nome também é direito de personalidade e começou a ser protegido pelo Estado. 
Proteção ao nome: O nome das pessoas não pode ser usado por terceiros em publicações ou representações que possam causar desprezo público. Também não pode ser usado em propagandas, salvo se autorizado. A proteção ao nome estende-se ao pseudônimo e apelido notório. 
PRÉ-NOME: Utilizado para reconhecimento familiar.
Alteração do nome: A regra é a definitividade do nome, porém há exceções. Pode-se mudar de nome em casos de adoção, quando o nome expõe a pessoa à situação ridícula, constrangedora, podem mudar de nome pessoas que estão no programa de proteção à testemunhas, pessoas conhecidas por outro nome, acréscimo de informações ao nome (Xuxa, Lula), em casos de cirurgia de troca de sexo. 
-Só pode modificar no período de 1 ano após completar a maioridade, sem necessitar de justificativa.
SOBRENOME: Utilizado para vincular a pessoa à origem familiar.
-Não dá de alterar, só de retificar (a qualquer momento).
-Antigamente: Com o casamento, mulher pode por o sobrenome do marido e retirar o seu. Homem não alterava o nome. 
-Hoje: Homem pode adquirir o sobrenome da mulher também, nenhum dos dois pode excluir seu sobrenome de origem. 
-Pode optar, ou não, em por só o sobrenome do homem ou só o sobrenome da mulher nos filhos.
Alteração de sobrenome: Ocorre quando se contrai casamento, pegando o nome do cônjuge ou formando um sobrenome híbrido. Ainda pode-se escolher entre o sobrenome da mãe ou do pai, a lei sugere o do pai. 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Proteção absoluta do nome pelo Estado.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Ninguém pode usar o nome de outro sem autorização.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
O pseudônimo também é protegido.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da IMAGEM de uma pessoa poderãoser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a HONRA, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Exceções: A pessoa não precisa autorizar para usar seu nome?? 
Salvo se necessário... cabe TUDO.
Direito à imagem: Extrapatrimonial, quando se refere a todas as pessoas e patrimonial, quando se refere apenas à pessoas famosas. 
Direito à honra: Honra subjetiva (estima que cada pessoa nutre por si mesma) e objetiva (a reputação que cada pessoa goza entre seus conhecidos) não podem ser prejudicadas por opiniões ou narrativas de outras pessoas. 
Art. 21. A VIDA PRIVADA da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
Vida privada das pessoas: INVIOLÁVEL.
Exposição da imagem é proibida.
Muro das pessoas a 1,5 m. de distância Privacidade.
Inviolabilidade de domicílio.
Privacidade X Publicidade: Processo aberto ou a portas fechadas??
Privacidade: Cada pessoa possui um conjunto de informações. Algumas delas são publicas e a pessoa interessada não pode impedir o acesso à terceiros ou a sua divulgação. Nesse caso, estão os nomes dos avós, pais, data e local de nascimento... Outras delas são privadas, como os laudos médicos, prontuários escolares, faturas do cartão de crédito... As pessoas tem o direito de manter estas reservadas ou não, este é seu direito de privacidade.
CAPÍTULO 3: DA AUSÊNCIA 
Morte: fim da personalidade jurídica.
-Mas os direitos da personalidade do morto podem ser protegidos por terceiros.
Declaração de morte presumida decorre da declaração de ausência (2 hipóteses em que não é necessário declaração de ausência: art. 7º, CC).
-Juiz deve dar uma data média para a ocorrência do caso. PQ? Direitos de sucessão, efeitos da morte.
Seção I
Da Curadoria dos Bens do Ausente
Ausência: Quando a pessoa desaparece do seu domicílio sem dar notícias de seu paradeiro e sem deixar representante para administrar seus bens. 
DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA: 3 etapas: Curadoria dos bens, Sucessão Provisória e Sucessão Definitiva.
* Deve-se esperar um prazo razoável para iniciar a declaração.
-Uma vez declarada a morte presumida, esta terá a mesma validade da morte real. 
1) Curadoria dos bens: 1º passo depois que uma pessoa desaparece 
Arrolamento dos bens do ausente + Nomeação de um curador para administrar os bens.
Ainda não há declaração de ausência, apenas a pretensão motivada pela ausência do sujeito. 
Nomeia-se um curador dos bens do ausente, sendo que o curador não possui qualquer responsabilidade sobre o ausente , sua responsabilidade é apenas com a administração e proteção dos bens. Aqui o curador tem a mesma função do curador de interdição.
Quando o ausente sai e deixa representante, este se denomina mandatário (pessoa de confiança para proteger os bens do ausente). Os poderes do mandatário podem ser os mais amplos, podendo até se casar no lugar da própria pessoa que o escolheu. Tem poderem LIMITADOS, se extrapolar o juiz elege um curador. O juiz e o MP estabelecem os limites do curador no momento em que nomeiam. 
Cessa a curadoria: 1) pelo comparecimento do ausente, 2) pela certeza de morte do ausente, 3) pela sucessão provisória (depois de 1 ano ou 3 anos).
Curatela do Interditado ≠ Curatela dos bens
-Curatela do interditado: Curador da pessoa
-Curatela dos bens: Curador dos bens da pessoa que está ausente para que estes não pereçam.
Condições para o juiz nomear curador (para proteger os bens da pessoa)
1) Pessoa desaparecer
2) Não deixar mandatário para cuidar dos seus bens
3) Se o mandatário não tiver capacidade insuficiente
Hierarquia para curador
1º Cônjuge
2º Ascendentes (desde que não haja impedimentos, exemplo os pais serem idosos incapazes).
3º Descendentes
4º Um terceiro nomeado pelo juiz
 O juiz, durante 1 ano, publicará editais convocando o ausente para retomar a posse do seu patrimônio.
Tempo para ser curador (Art. 26, CC)
1 ano: Quando a pessoa ausente não deixa mandatário para cuidar de seus bens.
3 anos: Quando o desaparecido deixa um mandatário para cuidar de seus bens.
Passando este período (1 ou 3 anos), a família ou o próprio MP pode fazer a abertura da sucessão provisória (inventário provisório). Depois de o juiz prolatar a sentença, ela só transitará em julgado depois de 180 dias.
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
RESUMO CURADORIA DOS BENS: 1) Arrecadar bens do ausente e nomear um curador para administrar e proteger estes bens. 2) Prolongação da curadoria por 1 ano, publicando editais de dois em dois meses, convocando o ausente a reaparecer. Prolongação por 3 anos caso o ausente deixe mandatário. 3) Passado o prazo de um ano ou três anos sem que o ausente reapareça, poderão os interessados requerer a abertura da sucessão provisória. 
Seção II
Da Sucessão Provisória
2) Sucessão Provisória: Após passados 1 ou 3 anos que a pessoa está de curadora/mandatária.
São legítimos para requerer a abertura da sucessão provisória: o cônjuge não separado judicialmente; os herdeiros presumidos (os que aparecem após o desaparecimento do ausente), legítimos ou testamentários; os que tiverem sobre os bens direito dependente de sua morte; os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Sentença: Quando o juiz possui provas conclusivas que declaram que a pessoa esteja desaparecida (após 1 ou 3 anos), ele profere uma sentença de morte presumida e autoriza a abertura de sucessão provisória (inventário ou testamento). Aqui os herdeiros ainda não podem vender o patrimônio.
Abertura da sucessão: Nesta sucessão o ausente preserva a propriedade de seus bens, mas a posse é dada aos seus presumíveis sucessores (possuidores). O curador dos bens do ausente assim como o representante ou mandatário, é dispensado de suas funções e a responsabilidade da administração dos bens passam a ser do titular do direito à posse provisória. Os herdeiros, no caso, podem usar os bens, porém não podem se desfazer deles, pois são herdeiros de sucessão provisória e não proprietários.
Os herdeiros da sucessão provisória podem ser: ascendentes, descendentes ou cônjuge, sendo que estes não precisam prestar calção nem entregar parte dos frutos obtidos; ou colaterais até 4º grau e legatários, que precisam prestar calção, ficando a rigor de outro prestar calção em seu lugar ou a rigor do curador para poder emitir posse da sucessão provisória. A existência do calção e dos frutos obtidos serve para que se um dos herdeiros dilapide o patrimônio e o ausente volte, este possa executar e recuperar o patrimônio perdido. 
 
Quem pode pedir a sucessão provisória (depois de 1 ou 3 anos)? (Art. 27, CC)
1º Cônjuge,

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