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2014 AdministraçãoPublica PILLAR FELIPE HERNANDEZ

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - PNAP 
 
 
 
 
 
 
Pillar Felipe Hernandez 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a Articulação com 
os Diversos Níveis de Atenção às Urgências e 
Emergências 
Um Estudo de Caso na UPA Tijuca 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Volta Redonda 
2014
 
 
 
Pillar Felipe Hernandez 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a Articulação com 
os Diversos Níveis de Atenção às Urgências e 
Emergências 
Um Estudo de Caso na UPA Tijuca 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de Administração 
Pública, modalidade semipresencial, do Instituto de 
Ciências Humanas e Sociais da Universidade 
Federal Fluminense, como requisito parcial para a 
obtenção do título de Bacharel em Administração 
Pública. 
 
Orientadora: Prof. Dra. Tatiana Ramminger 
 
 
 
 
 
 
 
Volta Redonda 
2014
 
 
 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
 
Pillar Felipe Hernandez 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a Articulação com 
os diversos níveis de Atenção às Urgências e Emergências 
Um Estudo de Caso na UPA Tijuca 
 
 
Monografia aprovada pela Banca Examinadora do Curso de Administração Pública 
PNAP da Universidade Federal Fluminense – UFF. 
 
Volta Redonda, .......... de ........................................ de ................. 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
____________________________________ 
[Prof. Dr. Julio César de Abreu, Universidade Federal Fluminense] 
 
____________________________________ 
[Prof. Dra. Tatiana Ramminger, Universidade Federal Fluminense] 
 
____________________________________ 
[Prof. Dr. Amaro Vianna, Universidade Federal Fluminense]
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a todos os Administradores Públicos que atuam na área da 
Saúde Pública e que buscam fazer desta área um espaço realmente democrático. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço a minha mãe Lucia Felipe, por estar sempre ao meu lado, por acompanhar 
minha rotina maluca de sono e por estar sempre preocupada com o meu bem estar, 
até quando eu mesma não tinha tempo para isso. Quero que saiba que a pessoa 
que sou hoje é fruto do seu amor, amizade e dedicação incondicional. Sei que tenho 
em você meu porto seguro e arcabouço em qualquer situação. Obrigada por existir. 
Eu te amo. 
 
Agradeço ao meu pai Paulo Hernandez, por ter possibilitado que eu tenha chegado 
até aqui. Sua companhia em absolutamente todas as avaliações presenciais deste 
curso me deu força para seguir adiante e não permitiu que eu fraquejasse. Meu 
diploma é 50% seu também. Quero que saiba que sou muito grata a todo o 
investimento educacional que você fez em mim. Espero que eu possa retorná-lo 
para o mundo de alguma forma produtiva. Obrigada por tudo. Eu te amo. 
 
Agradeço a minha orientadora Tatiana Ramminger, por ter aceitado o desafio de me 
orientar e por ter me acompanhado todo este tempo, sempre respondendo 
prontamente as minhas mensagens e questionamentos. Obrigada por todas as dicas 
e pela sua paciência, sem você este trabalho não estaria com a mesma qualidade. 
 
Agradeço a todos os profissionais da UPA Tijuca e da Secretaria Estadual de Saúde. 
Sem vocês a concretização deste trabalho não teria sido possível. Agradeço 
especialmente a Coodenadora das UPAs/SES, a Coordenadora das UPAs/OSs 
HTMJ, ao Coordenador Médico da UPA Tijuca, a Gestora da UPA Tijuca, a 
Enfermeira Rotina da UPA Tijuca e a todos os profissionais da unidade. A 
hospitalidade, solicitude, respeito, educação e profissionalismo de todos vocês 
renovam as minhas esperanças no bom funcionalismo público. 
 
Agradeço ao Coodenador do Curso Júlio Abreu, por ter sempre disponibilizado seu 
tempo para me auxiliar com questões da faculdade. Com certeza, a sua atuação 
sempre presente e apoiadora, tornou menos penoso o desafio de concluir um curso 
de graduação semipresencial. Obrigada por sempre ter atendido as minhas 
solicitações com agilidade, grau de prioridade e respeito. Se todos os profissionais 
da educação fossem dedicados e responsáveis como você, o Brasil seria um país 
mais justo e desenvolvido. 
 
Agradeço ao professor Roberto Biase, por ter aberto espaço em sua palestra para 
que eu apresentasse os resultados parciais desta pesquisa. Como um profissional 
com larga experiência na área da saúde e na área da educação, seu aval e 
reconhecimento foram de extrema importância para renovar minha autoestima e me 
levar a uma dedicação ainda mais intensa ao trabalho. Pessoas como você, que 
sabem reconhecer o valor dos demais, valhem muito a pena. Muito obrigada. 
 
Agradeço ao Coordenador do meu estágio Thiago de Paula, por sempre ter tido 
paciência comigo, por compreender este período atribulado da faculdade e por 
sempre me auxiliar com a formatação deste trabalho, mesmo que tivesse outras 
 
 
 
coisas muito mais importantes para fazer. Muito obrigada mesmo. Você é um 
exemplo de profissional e de pessoa pra mim. 
 
Agradeço a Amanda Carvalhal por me ajudar na numeração e ordenação da 
bibliografia deste trabalho e também por ser uma grande amiga e companheira ao 
longo de quase um ano e meio de estágio. Nossas conversas alegram ainda mais o 
meu dia. Muito obrigada. 
 
Por fim, agradeço ao consórcio CEDERJ e a Universidade Federal Fluminense 
(UFF) pela oportunidade de cursar uma graduação de excelência, à distância e com 
acesso irrestrito aos materiais didáticos de forma gratuita.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação.” 
 
Art. 196, Constituição Federal de 1988. 
 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem por objetivo analisar como se dá a articulação da UPA (Unidade 
de Pronto Atendimento) com a rede de Atenção às Urgências e Emergências, 
partindo-se da hipótese de que a UPA realiza atendimentos que não se relacionam 
diretamente com a sua proposta de atender apenas urgências e emergências. Com 
isso, busca-se responder à questão de pesquisa “Quais são os maiores desafios 
para que haja uma boa articulação da rede de Atenção às Urgências e Emergências 
e quais as possíveis soluções para esses desafios?”. Para tanto, se elegeu a UPA 
Tijuca como campo de investigação, dividindo a pesquisa em duas fases: uma 
quantitativa e outra qualitativa. A realização da primeira fase possibilitou confirmar a 
hipótese da pesquisa de que a UPA, apesar de possuir um alto grau de 
resolutividade, atende majoritariamente casos que poderiam ser resolvidos na 
Atenção Básica. A segunda fase possibilitou constatar que a cobertura da Atenção 
Básica à Saúde na região para qual a UPA Tijuca é referência (AP 2.2) é insuficiente 
e identificar alguns desafios à articulação da rede, tais como: o fato da rede ser 
mista; o fato da UPA estar ocupando atualmente a função de “porta de entrada” para 
o sistema de saúde; o fato dos sistemas de informação não serem integrados; e a 
falta de comprometimento de alguns gestores com a boa articulação da rede. Nesse 
sentido, foram identificadas quatro variáveis que devem ser levadas em 
consideração como os principais desafios para que haja uma boa articulação na 
rede de Atenção às Urgências e Emergências, são elas: Gestão, Comunicação, 
Sistemas de Informação e Recursos Humanos,Físicos e Financeiros. Tais variáveis 
são de extrema relevância para que haja uma boa articulação da rede e 
consequentemente, para que sejam oferecidos serviços de melhor qualidade aos 
cidadãos. 
 
 
Palavras-chave: Unidade de Pronto Atendimento (UPA); Rede de Atenção às 
Urgências e Emergências; Sistema Único de Saúde (SUS); Unidade Básica de 
Saúde (UBS); Unidades Hospitalares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This work aims to analyze how is the articulation of the UPA (Emergency Unit) with 
network Emergency Care, starting from the hypothesis that UPA realizes medical 
services that do not directly relate to your proposed, that is realize only emergency 
care. Thus, we seek to answer the research question “What are the biggest 
challenges so there is a good articulation of Emergency Care and what are possible 
solutions to the challenges of network?”. So, we chose the UPA Tijuca as research 
field, dividing research in two phases: a quantitative and a qualitative. The 
completion of the first phase enabled this research to confirm the hypothesis that the 
UPA, despite having a high degree of resolution, caters mostly cases that could be 
resolved in Primary Care. The second phase allowed to note, that the coverage of 
primary health care in the region for which the UPA is reference Tijuca (AP 2.2) is 
insufficient and identify some challenges to the articulation of network, such as the 
fact that the network is mixed; the fact that the UPA is currently occupying the role of 
"gateway " to the health care system; the fact that information systems are not 
integrated; and the lack of commitment of some managers with good articulation of 
the network. Accordingly, it was found four variables that must be taken into account 
as the main challenges to have a good articulation in the Emergency Care network, 
they are: Management; Communication; Information Systems; and Human 
Resources, Physical Resources and Financial Resources. These variables are very 
important so that there is good articulation of the network and consequently, to offer 
better quality services to citizens. 
 
Keywords: Emergency Unit; Network Emergency Care; Unified Health System; Basic 
Health; Hospital units. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1: Mapa das Áreas Programáticas ........................................................................... 45 
Figura 2: Distribuição de CAPS na cidade do Rio de Janeiro .............................................. 47 
Figura 3: Área de abrangência do CMS Carlos Figueiredo ................................................ 48 
Figura 4: Área de abrangência do CMS Casa Branca ......................................................... 49 
Figura 5: Área de abrangência do CMS Heitor Beltrão ....................................................... 50 
Figura 6: Área de abrangência do CMS Maria Augusta Estrella ........................................ 51 
Figura 7: Área de abrangência do CMS Nicola Albano ....................................................... 52 
Figura 8: Área de abrangência do CMS Vila Isabel ............................................................. 53 
Figura 9: Área de abrangência do CMS Júlio Barbosa ........................................................ 54
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Definição dos portes aplicáveis às UPA 24H ....................................................... 20 
Tabela 2: 23 principais doenças registradas na UPA Tijuca e seu percentual em relação ao 
total geral de atendimentos no período de janeiro a agosto de 2013 ................................... 34 
Tabela 3: Modelo de Classificação de Risco adotado nas UPA .......................................... 36 
Tabela 4:Principais CID atendidos X Classificação de risco na UPA Tijuca ........................ 41 
Tabela 5:Principais ocorrências em relação à área física registradas nas UBS da AP 2.2 
entre abril e maio de 2012 .................................................................................................. 56 
Tabela 6: Dificuldades na realização de exames e procedimentos registrados nas UBS da 
AP 2.2 entre abril e maio de 2012 ........................................................................................ 58 
Tabela 7: Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Rio de Janeiro ................................. 66
 
 
 
LISTA DE GRAFICOS 
 
Gráfico 1: Remoções da UPA Tijuca no período de janeiro a agosto de 2013 .................... 44
 
 
 
LISTA DE ANEXOS 
 
Anexo 1: Carta de próprio punho: primeira solicitação de informações junto a SES ........... 82 
Anexo 2: Carta de recomendação da universidade ............................................................. 83 
Anexo 3: Carta de próprio punho: nova solicitação de informações junto a SES ................ 84 
Anexo 4: POP (Procedimento Operacional Padrão)............................................................ 85 
Anexo 5: CARTA PF/PJ/401/2013 ...................................................................................... 86 
Anexo 6: Entrevista com a Coodenadora das UPAs/SES e com a Coordenadora das 
UPAs/OSs HTMJ ................................................................................................................. 87 
Anexo 7: Entrevista com funcionários da UPA Tijuca (Coordenador Médico; Gestora; 
Coordenadora das UPAs/OSs HTMJ) .................................................................................. 88 
Anexo 8: Registro das Observações realizadas na visita à UPA Tijuca .............................. 89 
Anexo 9: Relatório da Visita Assistida à UPA Tijuca ........................................................... 90 
Anexo 10: Relatório do Programa de Visitas Técnicas às Unidades de Atenção Primária .. 91 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABS – Atenção Básica à Saúde 
AP2.2 – Área Programática 2.2 
CAP 2.2 – Coordenadoria Geral de Saúde da Área Programática 2.2 
CAP – Caixas de Aposentadoria e Pensões 
CAPS – Centro de Atenção Psicosocial 
CID – Classificação Internacional de Doenças 
ESF - Equipes de Saúde da Família 
INPS – Instituto Nacional de Previdência Social 
OSS – Organização Social de Saúde 
POP – Procedimento Operaconal Padrão 
SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 
SES – Secretaria Estadual de Saúde 
SUP/UP – Superintendência das Unidades Próprias 
SUS – Sistema Único de Saúde 
UBS – Unidade Básica de Saúde 
UPA – Unidade de Pronto Atendimento
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 
2 OBJETIVO ............................................................................................................. 16 
2.1 Hipótese .............................................................................................................. 16 
2.2 Problema ............................................................................................................. 16 
2.3 Justificativa .......................................................................................................... 16 
3 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 17 
3.1 A saúde no Brasil antes do SUS ......................................................................... 17 
3.2 A criação do SUS ................................................................................................ 18 
3.3 A criação das UPA .............................................................................................. 19 
3.4 A Política Nacional das Urgências e Emergências .............................................. 21 
3.5 UPA como observatório do sistema de saúde ..................................................... 22 
3.6 Os desafios da articulaçãoda UPA com os demais componentes das Urgências 
e Emergências .......................................................................................................... 24 
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 27 
4.1 Processo de coleta das informações ................................................................... 27 
4.2 As fases quantitativa e qualitativa da pesquisa ................................................... 28 
5 ANÁLISE DOS DADOS ......................................................................................... 31 
5.1 UPA Tijuca: conhecendo o território .................................................................... 31 
5.2 UPA Tijuca: análise dos atendimentos realizados de janeiro a agosto de 2013 
 .................................................................................................................................. 33 
5.3 UPA Tijuca: análise das remoções realizadas de janeiro a agosto de 2013 ....... 43 
5.4 UPA Tijuca: análise das Unidades de Atenção à Saúde em sua área de 
abrangência ............................................................................................................... 44 
5.5 UPA Tijuca: análise das Unidades Hospitalares em sua área de abrangência ... 59 
5.6 Os principais desafios de articulação da UPA com a rede de Atenção às 
Urgências e Emergências segundo os entrevistados ................................................ 61 
5.6.1 Rede Mista ............................................................................................. 61 
5.6.2 UPA atuando como porta de entrada para o Sistema de Saúde ........... 63 
5.6.3 Sistemas de Informação ........................................................................ 65 
5.6.4 Comprometimento do gestor da UPA com a boa articulação ................ 65 
5.6.5 A Classificação da UPA por Porte ......................................................... 66 
5.6.6 A Promoção, Prevenção e Proteção à saúde ........................................ 68 
5.6.7 Pequenas e médias complexidades ...................................................... 69 
5.6.8 O que falta para superar os desafios ..................................................... 69 
5.7 Sugestões para uma melhor articulação da UPA com a rede de Urgências e 
Emergências ............................................................................................................. 70 
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 72 
7 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 77 
8 ANEXOS ................................................................................................................ 82 
 
14 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A saúde como direito de todos os cidadãos, é algo bem recente na história 
brasileira, sendo conquistada apenas a partir da Constituição de 1988, assim como, 
a consequente criação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1990. 
O SUS é uma organização em rede, integrada por um conjunto de ações e 
serviços públicos de saúde que visam realizar a promoção, proteção e recuperação 
da saúde. 
Com vistas a atender aos preceitos do SUS de forma mais abrangente, foram 
criadas as UPA (Unidades de Pronto Atendimento), que tem como objetivo estruturar 
e organizar a rede de urgências e emergências do país. 
As UPA estão em conformidade com a Política Nacional de Urgências e 
Emergências, lançada pelo Ministério da Saúde pela Portaria n° 1.864 de setembro 
de 2003. 
No Rio de Janeiro, as UPA começaram a ser implantadas entre os anos de 
2007 e 2008 como estratégia para superar problemas apresentados nos demais 
níveis de Atenção às Urgências e Emergências, tais como a insuficiência da atenção 
básica e a superlotação das emergências hospitalares. 
Nesse sentido, este trabalho tem por objetivo analisar como se dá a 
articulação da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) com a rede de Atenção às 
Urgências e Emergências, partindo-se da hipótese de que a UPA realiza 
atendimentos que não se relacionam diretamente com sua proposta, que é atender a 
procedimentos de urgência e emergência que poderiam ser resolvidos na Atenção 
Básica. 
15 
 
 
Para tanto, propõe-se a realizar um estudo de caso na UPA Tijuca dividido em 
duas fases de pesquisa, uma quantitativa e a outra qualitativa. A fase quantitativa 
constitui-se do levantamento e análise dos atendimentos e das remoções da 
unidade Tijuca no período de janeiro a agosto de 2013, sendo esta fase 
complementada pelo exame de diversos documentos que auxiliarão na apreciação 
dos resultados. A fase qualitativa é composta por uma série de entrevistas com 
diversos profissionais de saúde da UPA Tijuca e da Secretaria Estadual de Saúde, 
responsáveis pela gestão e atividades diárias da Unidade. 
A partir deste estudo, pretende-se analisar “quais são os maiores desafios 
para que haja uma boa articulação na rede de atenção às Urgências e Emergências 
e quais as possíveis soluções para esses desafios?”. 
Busca-se a partir deste estudo, destacar elementos que possam contribuir 
para ampliar a integração do sistema, de forma que a UPA cumpra o seu papel de 
maneira integral, possibilitando assim, um melhor atendimento ao usuário, o que é 
não apenas direito, mas desejo dos cidadãos brasileiros, tendo em vista as 
manifestações populares que vem acontecendo no país desde junho de 2013. 
 
 
 
 
16 
 
 
2 OBJETIVO 
 
Este trabalho tem por objetivo analisar como se dá a articulação da UPA 
(Unidade de Pronto Atendimento) com a rede de Atenção às Urgências e 
Emergências. 
2.1 Hipótese 
Este trabalho baseia-se na hipótese de que a UPA realiza atendimentos que 
não se relacionam diretamente com sua proposta de atender a urgências e 
emergências de baixa e média complexidade. 
2.2 Problema 
Esta pesquisa busca responder a seguinte questão: Quais são os maiores 
desafios para que haja uma boa articulação na rede de atenção às Urgências e 
Emergências e quais as possíveis soluções para esses desafios? 
2.3 Justificativa 
Este estudo de caso se faz importante dada a sua atualidade e relevância 
dentro do contexto da saúde pública no Brasil. Com uma melhor articulação entre os 
diversos componentes do sistema, há a possibilidade de uma melhor prestação de 
serviços ao usuário e otimização dos recursos financeiros. 
17 
 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
3.1 A saúde no Brasil antes do SUS (breve histórico)1 
 
Antes da criação do SUS a organização dos serviços de saúde era muito 
confusa e isso se deu em diversas fases ao longo da história do país desde o 
Império até parte da República. 
Ao final do Império as pessoas mais abastadas podiam se consultar com 
médicos particulares, já os demais ficavam dependentes das Casas de Misericórdia, 
da caridade e da filantropia. 
Na República Velha (1889 – 1930) ainda não existia um Ministério da Saúde. O 
órgão responsável pela saúde pública era o Ministério da Justiça e Negócios 
Interiores, o que levava a saúde a ser tratada como questão de polícia (“polícia 
sanitária”) e não como uma questão social. 
Na segunda metade do século XIX, algumas empresas implantaram serviços 
médicos para seus trabalhadores, mediante descontos em seus salários. 
No século seguinte teve início a previdência social no país, por meio da criação 
das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAP), divididas conforme a categoria de 
trabalhadores, centralizando a contribuição dos trabalhadores, o acesso à 
assistência médica e à aposentadoria. Posteriormente, durante o governo militar, as 
CAPs foram unificadas em um só órgão federal: o InstitutoNacional de Previdência 
Social, INPS. 
De forma resumida, pode-se dizer que a organização dos serviços de saúde 
públicos no Brasil antes do SUS estavam divididos em três sistemas: Saúde 
 
1
 Os itens 3.1 e 3.2 estão baseados em PAIM (2009). 
18 
 
 
Pública, Medicina Previdenciária e Medicina do Trabalho. Em paralelo 
coexistiam, assim como hoje, a medicina liberal, as instituições filantrópicas, a 
medicina popular e a medicina empresarial. 
A Saúde Pública era composta basicamente de ações voltadas para a 
prevenção, o ambiente e a coletividade, como as campanhas de vacinação, por 
exemplo. A Medicina Previdenciária era composta basicamente de ações curativas 
e individuais, ligadas ao vínculo de emprego, ou seja, apenas aqueles que possuíam 
“carteira assinada” tinham direito ao atendimento em saúde. Já a Medicina do 
Trabalho estava inserida no contexto do Ministério do Trabalho. Como veremos a 
seguir, a partir da unificação destes três sistemas, nasceu o Sistema Único de 
Saúde no Brasil. 
 
3.2 A criação do SUS 
 
A partir da Constituição da República de 1988 a saúde passou a ser direito de 
todas as pessoas, sem distinções e com isso, o poder público tem a obrigação de 
garantir este direito a todos. 
A Carta Magna faz referência ao acesso universal e igualitário às ações e 
serviços para a promoção, proteção e recuperação. Promoção significa fomentar, 
cultivar e estimular a qualidade de vida das pessoas e das comunidades. Proteção 
consiste no esforço de se reduzir ou eliminar os riscos. E recuperação consiste no 
tratamento das enfermidades em si. 
Esta passagem abriu espaço para que se desenvolvesse o ideal de uma 
atenção integral à saúde, abrangendo a prevenção, promoção, recuperação, 
controle e reabilitação da saúde e nesse contexto, foi criado e implementado o SUS 
19 
 
 
(Sistema Único de Saúde). O SUS é uma organização em rede, integrada por um 
conjunto de ações e serviços públicos de saúde, que funciona de forma 
regionalizada e hierarquizada. 
O ideal de rede supõe que haja uma integração e comunicação entre os 
serviços de saúde. A regionalização é um pressuposto organizativo do SUS que 
juntamente com a hierarquização, possibilita a distribuição dos estabelecimentos 
públicos de saúde (pertencentes aos municípios, estados, Distrito Federal e União) 
em determinado território, de forma que os serviços básicos estejam 
descentralizados e os especializados mais centralizados. Todos esses pressupostos 
juntos buscam evitar a fragmentação das ações em saúde. 
 
3.3 A criação das UPA 
De maneira a atender aos pressupostos do SUS de forma mais abrangente, foi 
necessária a criação das UPA (Unidades de Pronto Atendimento). Elas foram 
instituídas pela Portaria n° 1020 de 13 de maio de 2009 e estão em conformidade 
com a Política Nacional de Atenção às Urgências, lançada pelo Ministério da Saúde 
pela Portaria n° 1.863 de setembro de 2003. 
As UPA visam estruturar e organizar a rede de urgências e emergências do 
país. Elas estão dispostas em pontos estratégicos da cidade, de forma que seja 
possível configurar a Rede de Atenção às Urgências, conforme previsto na Política 
Nacional de Atenção às Urgências (BRASIL, 2011). 
De forma efetiva, o principal papel das UPA é atuar como estrutura de 
complexidade intermediária entre os serviços prestados pelas Unidades Básicas de 
Saúde e as urgências hospitalares, absorvendo assim, parte da demanda da 
população pelas emergências de hospitais públicos (BRASIL, 2011). 
20 
 
 
As UPA devem proporcionar ao cidadão a continuidade do seu tratamento, pois 
contra referenciam para os demais serviços da Rede de Atenção à Saúde, o que 
leva a um impacto positivo no quadro de saúde individual e coletivo (SCOFANO, 
2012), já que um atendimento articulado em todos os níveis de atenção à saúde 
permite que o usuário tenha um acompanhamento desde o início, possibilitando 
atingir um grau de resolutividade satisfatório. 
De acordo com a portaria n° 2.648 (07 de novembro de 2011) as UPA devem 
ser classificadas por porte, conforme disposto na tabela abaixo, e de forma 
compatível a este porte, cada UPA deve deter uma equipe multiprofissional e 
interdisciplinar preparada para realizar o pronto atendimento de qualidade ao 
cidadão. 
 
Tabela 1: DEFINIÇÃO DOS PORTES APLICÁVEIS ÀS UPA 24H 
UPA 
24H 
POPULAÇÃO 
DA ÁREA DE 
ABRANGÊNCIA 
DA UPA 
ÁREA 
FÍSICAMINÍMA 
NÚMERO DE 
ATENDIMENTOS 
MÉDICOS EM 24 
HORAS 
NÚMERO 
MÍNIMO 
DE 
MÉDICOS 
POR 
PLANTÃO 
NÚMERO 
MÍNIMO DE 
LEITOS DE 
OBSERVAÇÃO 
PORTE 
I 
50.000 a 
100.000 
habitantes 
700 m² até 150 
pacientes 
2 médicos 7 leitos 
PORTE 
II 
100.001 a 
200.000 
habitantes 
1.000 m² até 300 
pacientes 
4 médicos 11 leitos 
PORTE 
III 
200.001 a 
300.000 
habitantes 
1.300 m² até 450 
pacientes 
6 médicos 15 leitos 
Fonte: Ministério da Saúde 
 
 
No Rio de Janeiro, as UPA começaram a ser implantadas a partir de 2007, 
como estratégia para superar a insuficiência da atenção básica e a superlotação das 
21 
 
 
emergências hospitalares. Atualmente, o Estado do Rio, tem a maior rede de UPAS 
do Brasil, totalizando 55 unidades (BRASIL, 2014). 
As UPA ocupam hoje, um posicionamento de grande relevância e importância 
na rede de saúde pública do Estado do Rio de Janeiro, visto que possuem um alto 
grau de resolutividade em seus atendimentos, ultrapassando os 99% (RIO DE 
JANEIRO, 2012). 
As UPA no Rio de Janeiro são controladas pela Secretaria Estadual de Saúde, 
porém, nem todas elas são diretamente geridas pela mesma, isto porque, as UPAs 
foram incluídas no Programa Nacional de Publicização (Lei n° 9.637, de 15 de maio 
de 1998) e, portanto, as atividades de algumas UPAs foram absorvidas por 
Organizações Sociais (OS). O papel das Organizações Sociais em relação às UPA é 
administrar bens e equipamentos das unidades. Já o papel de controlar, fiscalizar e 
garantir a eficiência das Políticas Públicas de Saúde permanece sob o controle do 
Governo do Estado (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 1998). 
 
3.4 A Política Nacional das Urgências e Emergências 
 
A Política Nacional de Urgências e Emergências buscou integrar o sistema de 
saúde e dividiu a atenção às urgências no SUS em quatro frentes (BRASIL, 2011). 
 
 A primeira frente consiste na Atenção Básica, composta pelas Equipes 
de Saúde da Família (ESF) e as Unidades Básicas de Saúde (UBS); 
elas têm como objetivo acolher as urgências de menor complexidade. 
 
22 
 
 
 A segunda frente é composta pelo Serviço de Atendimento Móvel de 
Urgência (SAMU), que tem por objetivo fazer a estabilização dos 
pacientes e transportá-los para as unidades de saúde mais indicadas 
para dar continuidade ao tratamento do usuário. 
 
 A terceira frente é composta pelas UPA que atuam como um 
componente pré-hospitalar fixo e têm como objetivo realizar 
atendimentos 24 horas, todos os dias, inclusive finais de semana, a 
pacientes que apresentem quadros de pequena e média complexidade. 
Seu trabalho é realizado conjuntamente com o Serviço de Atendimento 
Móvel de Urgência (SAMU) e com as urgências dos hospitais públicos. 
 
 Por fim, a quarta frente é composta pelo setor de urgência dos hospitais 
públicos, que realizam o atendimento das urgências de maior 
complexidade. 
 
3.5 UPA como observatório do sistema de saúde 
O’dwyer (2009) defende que o SAMU funcione como observatório do sistema 
de saúde, pois é composto por uma Central de Regulação Médica de Urgências. 
Esta Central recebe os pedidos de atendimento de urgênciada população ou de 
profissionais de saúde por meio do telefone 192 e os atende em domicílio ou em 
qualquer espaço público. Dessa forma, o SAMU registra as ocorrências dos diversos 
níveis de atenção, o que permitiria uma visão global do sistema de saúde. 
Em contrapartida, de acordo com a Scofano (2012), as UPA ocupam melhor 
esta posição de observatório do Sistema de Saúde, já que possuem a capacidade 
23 
 
 
de monitorar todo o funcionamento da rede por intermédio da classificação de risco 
realizada com os pacientes. 
Sustentando esta tese e complementando-a, Randow et al (2011) afirma que 
o estudo da demanda pelos serviços da UPA, através da Classificação de Risco, 
pode evidenciar possíveis desafios que a rede básica possui, já que a Classificação 
de Risco permite monitorar de forma dinâmica e sistematizada o funcionamento da 
rede de saúde como um todo. 
De forma a reforçar esta afirmativa, Furtado, Araújo Jr. e Cavalcanti (2004), 
Lovalho (2007) e Costa (2011) realizaram estudos que apontam que a maioria dos 
atendimentos realizados nas urgências e emergências são de baixa complexidade, o 
que não condiz com a proposta do sistema. 
De forma complementar, Randow et al (2011) também afirma que 
aproximadamente 60% dos atendimentos realizados nas UPA poderia ter sido 
solucionado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Isto ocorre por dois principais 
fatores: culturalmente as pessoas tendem a buscar as UPA porque há uma garantia 
maior de que seus exames serão realizados no mesmo dia, diferente do que ocorre 
na atenção básica. Além disso, muitos pacientes buscam a UPA de forma 
imediatista para resolver os mais diversos tipos de problema, pois não têm 
informações completas se a UBS será capaz de solucionar de fato sua demanda e 
duvidam da capacidade resolutiva da mesma. 
Isto confirma a visão de O´dwyer (2010) de que há uma expectativa da 
população de que a urgência seria uma “porta de entrada” para o Sistema de Saúde 
e afirma que a urgência como “porta de entrada” corresponde apenas a uma 
expectativa da população e por isso, não compete com a Atenção Básica, já que 
cabe à Atenção Básica receber o paciente por demanda programada ou 
24 
 
 
espontânea. Dessa forma, explicita que a UPA não deve ser a porta de entrada para 
o SUS e sim a Atenção Básica, embora a expectativa da população não 
corresponda a essa realidade, considerando décadas de funcionamento de um 
sistema hospitalocêntrico, ou seja, que tinha o hospital como o centro do sistema de 
saúde. 
 
3.6 Os desafios da articulação da UPA com os demais componentes da 
rede de Urgências e Emergências 
São diversos os desafios para que haja uma boa articulação da UPA com os 
demais componentes da rede de urgências e emergências. Ao longo desta seção 
serão elencados alguns dos principais. 
De acordo com Fleury e Ouverney (2006) a organização de uma rede requer 
a construção de um valor compartilhado, que vá além dos objetivos particulares. Isto 
por si só, já é um grande desafio, visto que para construir esse grande objetivo é 
necessário haver compatibilidade e congruência de valores entre os membros da 
rede. Este fator é agravado, pois o SUS possui um formato institucional no qual 
nenhum dos atores do Estado detém os recursos suficientes, nem para prover 
atenção integral, nem para impor os rumos da política de saúde. 
Dessa forma os autores argumentam que, para que seja possível superar 
este desafio, é preciso criar instancias organizacionais de suporte e mediação, que 
ajam como arenas de barganha, de forma que as percepções, os valores e os 
interesses dos membros da rede possam ser confrontados e negociados. A criação 
destes espaços de negociação diz respeito à institucionalização dos padrões de 
interação, o que é um importante instrumento de gestão da rede, pois possibilita a 
negociação em torno de objetivos comuns, a pactuação de metas, a resolução 
25 
 
 
mediada de conflitos e uma maior integração entre os membros da rede a partir de 
pluralidade e autonomia. Além disso, permite deixar claras as posições dos atores 
na rede, a distribuição de poder, dentre outros aspéctos. 
Ainda segundo os autores, outro desafio se dá quanto à limitação da 
participação da sociedade organizada via conferências e conselhos de saúde na 
definição de prioridades, estratégias e metas da política de saúde nas três esferas 
da federação. Isto ocorre por diversos motivos, como: falta disponibilidade de 
recursos para a operação dos conselhos, diferenças na cultura política de cada 
município, o nível de instrução da população, as relações do executivo com o 
legislativo, a ação de lideranças, entre outros fatores. Muitas vezes o conselho 
possui apenas um caráter consultivo, operando apenas sobre a legitimação de 
decisões já tomadas pelo executivo. No entanto, é necessário consolidar o exercío 
de controle social através de ações de incentivo a estruturação e consolidação 
dessas instâncias. 
Além destes, existem desafios diretamente ligados à questão da equidade. 
Estes desafios são próprios das disparidades e deficiências de cada região da 
federação, que enfrentam problemas como concentração de recursos e de 
infraestrutura produtiva – como hospitais e recursos humanos – nas áreas mais 
urbanizadas do país. 
No entanto, além dos desafios, para que as políticas de saúde tenham de fato 
efetividade, é necessário que o Estado estruture e organize a rede de saúde sob os 
preceitos do SUS de integração e hierarquização dos serviços. Somente esta 
coordenação e organização interorganizacional, por meio de mecanismos de 
referenciamento e contrareferenciamento, gestão conjunta e desenvolvimento de 
26 
 
 
programas multidiciplinares, tornará possível oferecer serviços de qualidade ao 
cidadão. 
27 
 
 
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
4.1 Processo de coleta das informações 
Para que fosse possível realizar a pesquisa foram coletadas informações 
junto a Secretaria Estadual de Saúde (SES), mais especificamente junto a 
Superintendência das Unidades Próprias (SUP/UP). 
A primeira solicitação de informações foi realizada junto a SES em fevereiro 
de 2013 (Anexo 1), sendo que, a resposta só aconteceu três meses depois. A 
segunda ida a SES, em março, foi para saber como ter acesso a UPA. Nesse 
momento foi informado que isso teria que ser tratado diretamente com a UPA. 
Ao ir a UPA foi informado que este assunto precisava ser tratado ou com a 
Gestora da UPA Tijuca ou com a Enfermeira Rotina. Na semana seguinte foi feito o 
contato com a Enfermeira Rotina, mas ela informou que este assunto teria que ser 
tratado com a Gestora da UPA Tijuca. Depois de várias tentativas e desencontro de 
horários, em meados de abril foi feito o contato com a Gestora, mas ela informou 
que era necessário abrir um pedido junto a SES e somente com esta autorização 
institucional, seria possível realizar a entrevista e a visita assistida. 
Foi realizada uma nova investida na SES, mas não foi permitida a abertura do 
protocolo, pois era necessária uma carta de recomendação da universidade (Anexo 
2). Em agosto, já com a carta em mãos, foi feita uma nova tentativa de abertura de 
protocolo, mas não foi permitido, pois faltava anexar a revisão biliográfica preliminar 
do trabalho. Em setembro, já com a revisão bibliográfica preliminar e a carta de 
recomendação em mãos, foi feita uma nova tentativa de abertura de protocolo 
anexando a essa documentação uma carta de próprio punho (Anexo 3), mas a 
28 
 
 
documentação não foi aceita, nem sequer protocolada, porque segundo os 
atendentes, este tipo de solicitação não era naquele local, sendo que, não sabiaminformar o local correto. 
Depois de muita insistência, nesse mesmo dia, fui orientada a procurar a 
Assessoria Parlamentar, que não ficava naquele local. Depois de um bom tempo de 
espera foi realizado o atendimento, onde foi explicado todo o objetivo da pesquisa e 
apresentados todos os documentos. Após compreenderem que a pesquisa tinha fins 
acadêmicos, houve a orientação para voltar à Secretaria e procurar a Coordenadora 
da Superintendência de Unidades Próprias/ SES - RJ, pois somente ela poderia 
autorizar o acesso às informações e à UPA. 
No final de setembro, depois de várias tentativas, a Coordenadora da 
Superintendência de Unidades Próprias/ SES - RJ teve acesso ao pedido e 
autorizou que a SUP/UP fornecesse os dados solicitados. Para tanto, havia 
necessidade de formalizar o pedido por intermédio de um email, o que foi 
prontamente realizado. 
Em outubro, após conseguir as informações solicitadas, foi realizado um novo 
pedido, também por email, em relação às entrevistas. Essa solicitação foi 
encaminhada à Coordenadora Geral das UPA/SES, que por sua vez, encaminhou o 
pedido à Coordenadora das UPA/OSs/HTMJ – RJ. Em seguida, todas as entrevistas 
foram agendadas. 
 
4.2 As fases quantitativa e qualitativa da pesquisa 
Este trabalho teve como proposta realizar uma pesquisa empírica na UPA 
Tijuca, objetivando identificar possíveis problemas de articulação da mesma com a 
Rede de Atenção às Urgências e Emergências. 
29 
 
 
Para tanto, essa pesquisa está estruturada em duas fases, uma quantitativa e 
outra qualitativa, buscando cruzar os dados colhidos em ambas as fases e 
responder ao problema desta pesquisa. 
A fase quantitativa visa analisar os atendimentos realizados pela UPA Tijuca 
no período de seis meses. Para tanto, foi autorizado pela Coordenadora da 
Superintendência de Unidades Próprias/ SES - RJ, o acesso aos atendimentos por 
CID (Classificação Internacional de Doenças) realizados no período de janeiro à 
agosto de 2013, bem como à quantidade de remoções realizadas no mesmo 
período. Esta fase da pesquisa foi estruturada da seguinte forma: 
 
1° Levantar a quantidade total de atendimentos realizados nesse período 
2° Discriminar quais são as principais demandas dos usuários e organizá-las de 
acordo com o nível de atenção que elas se referem de fato, considerando o 
Procedimento Operacional Padrão. 
3° Considerando o mesmo documento, verificar quais dessas demandas 
correspondem ou não à proposta de atendimento da UPA. 
4° Concluir quantos atendimentos poderiam ter sido evitados caso houvesse uma 
boa integração entre os diferentes níveis do Sistema. 
5° Propor soluções para essa situação (este passo será realizado conjuntamente 
com a fase qualitativa da pesquisa). 
 
Além dos cinco passos descritos acima, a fase quantitativa é complementada 
pelas seguintes análises e informações: 
 Mapeamento de quais serviços de Atenção primária à Saúde (UBS e 
Clínicas da Família) estão disponíveis nessa região por intermédio de 
informações disponíveis na página da web do CAP 2.2; 
 Mapeamento de quais unidades hospitalares estão disponíveis nessa 
região por intermédio de informações disponíveis na internet; 
30 
 
 
 Análise do POP (Procedimento Operacional Padrão) para entender 
melhor o procedimento de classificação de risco realizado pelas UPA, 
inclusive, a UPA Tijuca (Anexo 4); 
 Solicitação de informações sobre quais UPA estão sob gestão da SES 
(Secretaria Estadual de Saúde) e quais UPA sob gestão de OSs, mas 
são supervisionadas pela SES por intermédio da CARTA 
PF/PJ/401/2013 (Anexo 5). 
A fase qualitativa visa analisar, de maneira mais acurada, quais as 
dificuldades de articulação na Rede de Atenção à Saúde por intermédio dos 
seguintes instrumentos de pesquisa: 
 Entrevista com a Coordenadora Geral das UPA/ SES; 
 Entrevista com a Coordenadora Geral das UPA/OSs HTMJ; 
 Entrevista com a Coordenadora de enfermagem e Gestora da UPA 
Tijuca; 
 Entrevista com o Coordenador Médico da UPA Tijuca; 
 Entrevista com a Enfermeira Líder de Rotina da UPA Tijuca; 
 Relatório da visita assistida realizada juntamente com a Enfermeira 
Rotina da UPA Tijuca 
 Elaboração de um registro das observações realizadas pela autora no 
percurso da pesquisa (Diário de Campo). 
 
Todos os questionários que foram utilizados nas entrevistas dos funcionários 
da UPA Tijuca, bem como, o registro das observações e o relatório da visita 
assistida, estão em anexo (Anexo 6, 7, 8 e 9). 
 
 
 
 
31 
 
 
5 ANÁLISE DOS DADOS 
 
5.1 UPA TIJUCA: conhecendo o território 
Segundo informações fornecidas pela Superintendência de Unidades 
Próprias, por intermédio da CARTA PF/PJ/401/2013 (Anexo 5), em resposta a uma 
solicitação feita pela autora, a Secretaria Estadual de Saúde informou que era 
responsável pela gestão direta das seguintes UPA: 
 Santa Cruz; 
 Campo Grande, 
 Campo Grande II, 
 Caxias I, 
 Caxias II (Sarapuí) e 
 Campos dos Goytacazes; 
 
Além de gerir estas UPA, a Secretaria Estadual de Saúde é também 
responsável pela supervisão de UPA que estão sob a gestão de Organizações 
Sociais (OS), são elas: 
Viva Comunidade: 
 Maré 
 Irajá 
 Ilha do Governador 
 Penha 
 Engenho Novo 
OS Lagos Rio: 
 Bangu 
 Ricardo de Albuquerque 
32 
 
 
 Marechal Hermes 
 Realengo 
 São Gonçalo 
 Niterói 
OS HMTJ: 
 Tijuca 
 Botafogo 
 Jacarepaguá 
 Copacabana 
OS IDR: 
 Nova Iguaçu 
 Nova Iguaçu II 
 Queimados 
 
A UPA Tijuca, objeto desta pesquisa, foi inaugurada em 15 de maio de 2008 e 
oficialmente instituída a partir da publicação da portaria nº 881 em agosto de 2012. 
Atualmente ela é considerada uma referência de qualidade para as demais UPAs 
do país a partir de pareceres técnicos emitidos pela Coordenação Geral de Urgência 
e Emergência e pelo Departamento de Atenção Especializada da Secretaria de 
Atenção à Saúde (COSEMS, 2012). 
Nesta pesquisa, serão analisados, seus atendimentos no período de janeiro a 
agosto de 2013, levando-se em consideração a quantidade de remoções realizadas 
pela Unidade e a hipótese de haver dificuldades de articulação com os demais níveis 
de atenção à saúde. 
Os dados referentes aos atendimentos e remoções foram obtidos junto à 
Superintendência de Unidades Próprias da Secretaria Estadual de Saúde. As 
33 
 
 
demais informações foram levantadas por intermédio de entrevistas com diversos 
funcionários da UPA Tijuca, cada um descrito e identificado ao longo da análise dos 
resultados. 
 
5.2 UPA Tijuca: análise dos atendimentos realizados de janeiro a agosto 
de 2013 
No período de janeiro a agosto de 2013 foram realizados 111.071 
atendimentos, com uma média de 13.884 atendimentos por mês, referentes a 1.850 
CID (Classificação Internacional de Doenças) diferentes. 
Entre tais doenças, foram consideradas para análise, aquelas com incidência 
superior a mil ocorrências no período, totalizando 23 principais disgnósticos, 
dispostos na tabela abaixo em ordem decrescente de ocorrências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
Tabela 2: 23 principais doenças registradas na UPA Tijuca e seu percentual em 
relação ao total geral de atendimentos no período de janeiro a agosto de 2013. 
 
Fonte: Elaboração própria baseado nos dados fornecidos pela Secretaria Estadual 
de Saúde e compilados no sistema SG/ATI/Business Intelligence - Sistema de 
Gestão Klinikos 
 
Estas 23 principais ocorrências totalizam 59.642 atendimentos, o que 
representa 53,7% do total de atendimentos, ou seja, maisda metade dos 
atendimentos realizados pela UPA Tijuca no período em questão. 
Visando compreender se cada uma dessas doenças está englobada na 
proposta de atendimento da UPA, foi realizada uma análise baseada no Sistema de 
Classificação de Risco por Cores. Todas as informações relacionadas à 
Classificação de Risco, bem como a análise de risco das 23 principais doenças 
identificadas no período, foram baseadas no POP (Procedimento Operacional 
Padrão – documento que determina como deve ser realizada a Classificação de 
35 
 
 
Risco nas UPA – Anexo 4), que foi fornecido pela Coordenadora Geral das 
UPAs/OS HTMJ, que é responsável pela coordenação das UPA de Copacabana, 
Tijuca, Jacarepaguá e Botafogo. 
O Sistema de Classificação de Risco busca identificar de maneira rápida e 
científica, de acordo com critérios clínicos, o grau de urgência no atendimento a ser 
realizado, auxiliando na determinação de quais pacientes devem ser atendidos 
primeiro (SILVA, 2012). Segundo a Coordenadora Geral das UPA/SES, 
diferentemente do Protocolo de Manchester, que faz a classificação de risco pelas 
cores azul, verde, amarelo, laranja e vermelho, a Secretaria Estadual de Saúde do 
Rio de Janeiro e por conseqüência, as UPA que ela controla, adotam um protocolo 
único para as UPA do Estado, tal qual disposto na tabela de classificação abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
Tabela 3:Modelo de Classificação de Risco adotado pelas UPAs 
Fonte: Elaboração própria baseada nos dados contidos no POP. 
 
Conforme se pode observar na tabela acima, o objetivo de atendimento da 
UPA engloba parte do “Amarelo Observação”, todos os “Amarelo Consultório” e uma 
pequena parte da “Urgência Relativa”, portanto todos os demais atendimentos que 
não se enquadram nestas classificações não são objeto de atendimento da UPA. 
Segundo o POP esse modelo de Classificação de Risco tem como objetivos 
principais: avaliar o paciente logo na sua chegada à UPA, humanizando o 
atendimento; reduzir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o 
paciente seja visto precocemente de acordo com a sua gravidade; determinar a 
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A
 
EMERGÊNCIA 
AMARELO 
OBSERVAÇÃO 
AMARELO 
CONSULTÓRIO 
 URGÊNCIA 
RELATIVA NÃO URGENTE 
Para a UPA o 
paciente que 
está em situação 
de emergência é 
aquele que 
possui 
eminência de 
morte 
Urgência Maior 
para a UPA é 
quando o 
usuário precisa 
fazer uso de um 
Leito 
Casos que 
precisam ser 
tratados com 
mais atenção e 
rapidez, mas 
que não 
precisam 
ocupar um leito 
(urgência 
menor) 
Casos não 
graves 
Não é foco de 
atendimento da 
UPA 
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Estabilização na 
UPA a partir do 
encaminhamento 
imediato à Sala 
Vermelha e 
posterior 
encaminhamento 
para as 
Emergências 
Hospitalares 
Os casos 
menos graves 
devem ser 
tratados na 
própria UPA 
Tratamento na 
própria UPA 
Alguns 
casos são 
foco da UPA 
outros da 
ABS 
Tratamento e 
Acompanhamento 
por parte da ABS 
e Clínicas da 
Família, mas 
muitas vezes a 
UPA atende 
essas demandas 
E
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c
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e
 
P
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o
ri
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a
d
e
 
Prioridade Zero - 
Atendimento 
Imediato 
Prioridade 1 - 
Atendimento o 
mais rápido 
possível 
Prioridade 1 - 
Atendimento em 
no máximo 1 
hora 
Prioridade 2 
- 
Atendimento 
em no 
máximo 2 
horas 
Prioridade 3 - 
Atendimento por 
ordem de 
chegada 
37 
 
 
área de atendimento primário, devendo o paciente ser encaminhado diretamente 
às especialidades conforme o protocolo; informar o tempo de espera para cada 
especialidade; promover ampla informação sobre o serviço aos usuários; e 
retornar informações aos familiares. 
De acordo com informações obtidas a partir da entrevista com a 
Coordenadora Geral das UPA/ SES (Anexo 6) e com a visita assistida (Anexo 9) 
realizada juntamente com a Enfermeira Rotina da UPA Tijuca, assim que o usuário 
chega a UPA, ele percorre o seguinte trajeto: 
 
 Acolhimento: nesse primeiro momento, faz-se um pequeno registro do 
paciente (apenas nome e idade). Esta ação tem como objetivo fazer um breve 
apanhado do que o paciente está sentindo. Isto é feito logo na entrada e são 
verificados os sinais vitais, pressão e temperatura. 
Caso haja risco (por exemplo: pressão alta), o paciente já é colocado com um 
risco maior no formulário, o que sinaliza que ele deve ser atendido com uma 
breviedade maior em relação aos demais. Além disso, pacientes idosos, 
deficientes físicos e gestantes são considerados grupos de risco e por isso, 
possuem uma classificação de risco mais prioritária do que os demais. 
Caso o paciente seja menor de idade e não esteja acompanhado é feito o 
acolhimento, a classificação de risco e esse paciente é encaminhado para a 
assistente social para que ela entre em contato com os familiares antes do 
atendimento médico. 
 
Ao lado do acolhimento tem um painel, com dois quadros, em um dos 
quadros aparece o nome do paciente e no outro o tipo de especialidade que o 
38 
 
 
paciente foi encaixado, que pode ser: classificação com risco, clínica médica, 
odontologia ou pediatria. 
 
 Registro: o paciente que não tem muito risco é orientado a esperar 
acomodado em cadeiras durante um tempo até aparecer um número do seu 
registro no visor. Quando o paciente é chamado, ele se encaminha até uma 
mesa com profissionais encarregados de colher outros dados, como o nome 
da mãe, data de nascimento, endereço, etc., deixando a ficha do paciente 
mais completa. 
Já o paciente com muito risco (classificação de risco vermelha) é levado 
imediatamente para a sala Vermelha, onde são feitos todos os procedimentos 
de caráter emergencial (como reanimação, por exemplo), podendo ficar 
internado até que seja encaminhado para alguma unidade hospitalar. 
 
 Classificação de risco: Após acabar de completar a ficha, o paciente volta 
novamente para a cadeira, para esperar um novo chamado, só que desta vez 
para classificação de risco, feita por duas enfermeiras. O paciente pode ser 
classificado em: classificação de risco 1 ou a classificação de risco 2, seja 
verde, azul ou amarelo, pois o paciente de classificação vermelha já teve 
atendimento imediato. 
 
 Consultório: Depois que o paciente é chamado pela classificação ele vai 
para o consultório. Os consultórios 3, 4, 5 e 6 são consultórios de clínica 
médica e os consultórios 1 e 2 são de pediatria. Nesses consultórios o 
paciente é avaliado e, caso ele precise de internação, ele vai para a sala 
39 
 
 
vermelha. Caso ele precise de alguma medicação, vai para a sala de 
hipodermia. 
Quando o paciente vai para a sala de hipodermia, dependendo da situação, o 
médico pode dar a medicação para o paciente e em seguida dar alta, ou fazer 
uma medicação que seja preciso retornar depois para ver se ele melhorou 
(por exemplo: o paciente hipertenso), logo, é feita a medicação e pede-se 
para o paciente aguardar pelo menos 40 minutos e voltar no médico para ser 
avaliado novamente. Feito isso, ou o médico dá alta para o paciente com a 
receita ou o paciente é internado. 
O paciente pode ser internado na observação adulto, se for um paciente que 
merece observação, mas não é tão grave para ir para a sala vermelha; ou 
pode ser internado na observação pediátrica (crianças até 12 anos). A 
princípio os pacientesinternados podem ficar até 48h na observação e na 
sala vermelha podem ficar até 24h, porém, a demora costuma ser maior 
devido ao fluxo intenso. Segundo a Gestora da UPA Tijuca e a Enfermeira 
Rotina, os pacientes ficam até uma semana, no máximo, dependendo da 
situação clínica do paciente. 
Todos os pacientes que vão para a sala de internação, passam pela 
regulação, ou seja, o sistema de regulação de leitos hospitalares municipal. A 
transferência para outros hospitais é realizada através deste sistema de 
regulação e do auxílio da assistente social. Segundo as entrevistadas esse 
processo de transferência poderia demorar menos para que fosse possível 
uma melhor assistência. 
O transporte desse paciente até outra unidade de saúde é realizada com o 
auxílio das ambulâncias da UPA Tijuca. O paciente só vai por meios próprios 
40 
 
 
quando ele tem alta, ou seja, quando ele não tem um prognóstico de piora do 
quadro. 
 
Segundo o POP (Anexo 4), a Classificação de Risco costuma ser realizada a 
partir da situação e da queixa do usuário em relação à sua saúde, bem como a partir 
da avaliação do profissional de saúde. 
De maneira a facilitar ao máximo a visualização da Classificação do Risco, o 
protocolo apresenta alguns exemplos, um conjunto de situações e queixas e as 
relaciona com a possível Classificação de Risco. 
De acordo com essa listagem, foi realizada uma correlação entre os 
atendimentos efetivamente realizados pela UPA Tijuca no período em análise e as 
suas respectivas classificações de risco, de forma a deixar mais visível a adequação 
ou não adequação dos atendimentos em relação à proposta de atendimento das 
UPA, que é atender as urgências e emergências de pequenas e médias 
complexidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
Tabela 4: Principais CID atendidos X Classificação de risco na UPA Tijuca 
 
Fonte: Elaboração própria baseado nos dados fornecidos pela Secretaria Estadual 
de Saúde e compilados no sistema SG/ATI/Business Intelligence - Sistema de 
Gestão Klinikos 
CID EMERGÊNCIA OBSERVAÇÃO 
CONSULTÓRIO 
URGÊNCIA 
RELATIVA 
NÃO 
URGENTE 
1 Dengue [dengue clássico] X X X 
2 
Infecção viral não 
especificada 
 X X 
3 
Nasofaringite aguda 
[resfriado comum] 
 X X 
4 Tosse X X 
5 
Amigdaliteaguda não 
especificada 
 X X 
6 
Não administração de 
cuidado médico e cirúrgico 
 X X 
7 (*) Não Informado _ _ _ _ _ 
8 Mialgia X X 
9 
Infecção do trato urinário 
de localização não 
especificada 
 X X 
10 
Diarréia e gastroenteritede 
origem infecciosa presumível 
 X X 
11 
Febrerecorrente não 
especificada 
 X X X 
12 Dor lombarbaixa X 
13 Dor em membro X X 
14 Alergianão especificada X 
15 Cefaléia tensional X X 
16 
Sinusite aguda não 
especificada 
 X 
17 
Gastroenterite e colite não-
infecciosas, não 
especificadas 
 X 
18 Dor articular X 
19 
Infecção aguda das vias 
aéreas superioresnão 
especificada 
 X 
20 Pulpite X X X 
21 
Dor localizada no abdome 
superior 
 X X X 
22 Asmanão especificada X X 
23 Náusea e vômitos X X 
42 
 
 
Como pode se observar na tabela acima, existem doenças que foram 
selecionadas em mais de uma categoria de classificação de risco. Isto foi realizado 
com o objetivo de considerar a característica contingencial que a doença pode 
assumir em cada paciente diferentemente. 
Tendo em vista que os casos não urgentes devem ser encaminhados e 
tratados pela UBS e que os casos de urgência relativa poderiam ter sido evitados se 
houvesse um prévio acompanhamento da UBS ao usuário, conclui-se que 
praticamente 100% dos principais atendimentos realizados na UPA Tijuca poderiam 
ter sido evitados, o que reduziria a quantidade de usuários na unidade e assim, 
favoreceria o melhor atendimento daqueles que de fato necessitam de atendimento 
prioritário pela UPA. 
Sendo assim, os dados coletados confirmam a hipótese deste estudo de que 
a UPA realiza atendimentos que não se relacionam diretamente com sua proposta e 
paralelamente, confirma as pesquisas realizadas por Lovalho (2007), Furtado (2004) 
e Costa, Wong e Barbosa (2012), que apontam que a maioria dos atendimentos 
realizados são de baixa complexidade, o que não condiz com a proposta do sistema. 
Além disso, sustenta a tese apresentada na Revista de Atenção às Urgências 
e Emergências, de que a UPA ocupa uma posição de observatório do sistema, já 
que a análise de demanda através da classificação de risco, tal qual realizada 
acima, possibilita verificar possíveis desafios que a rede básica possui (RANDOW 
ET AL, 2011). 
 
 
 
43 
 
 
5.3 UPA Tijuca: análise das remoções realizadas de janeiro a agosto de 
2013 
Remoção, segundo a Coordenadora Geral das UPA/SES, consiste na não 
resolutividade da demanda do paciente dentro da própria UPA e, portanto, a 
consequente transferência do paciente para uma unidade hospitalar. Sendo assim, o 
encaminhamento para ambulatório não é considerado remoção. 
No período de janeiro a agosto de 2013 foram realizadas 362 remoções, com 
uma média de 45 remoções por dia, dentro de um universo de 111.071 
atendimentos. 
Logo, pode-se concluir que a resolutividade da UPA Tijuca neste período foi 
bastante alta (99,7%). Isto confirma a informação divulgada pela Secretaria do 
Estado e da Saúde e confirmada pela Coordenadora Geral das UPA/SES em 
entrevista, que afirma que as UPA do Rio, no geral, possuem um alto grau de 
resolutividade, ultrapassando os 99%. 
Além disso, pode-se considerar que a UPA Tijuca manteve uma regularidade 
na quantidade de remoções realizadas ao longo deste período, tendo os menores 
números de remoções nos meses de fevereiro (24 remoções, o que representa 6,6% 
do total de remoções realizadas) e março (28 remoções, o que representa 7,7% do 
total de remoções realizadas). Tais informações podem ser mais bem observadas no 
gráfico disposto abaixo. 
 
 
 
 
 
44 
 
 
Gráfico 1: Remoções da UPA Tijuca em porcentagem no período janeiro a 
agosto de 2013 
 
Fonte: Elaboração própria baseado nos dados fornecidos pela Secretaria Estadual 
de Saúde e compilados no sistema SG/ATI/Business Intelligence - Sistema de 
Gestão Klinikos 
 
Porém, é importante ressaltar, que este alto nível de resolutividade está 
pautado sobre a realização de atendimentos de baixa complexidade, tal qual 
apresentado no item anterior, o que não é o objetivo de atendimento das UPA. 
 
5.4 UPA Tijuca: análise das Unidades de Atenção à Saúde em sua área 
de abrangência 
As Unidades de Atenção à Saúde estão divididas geograficamente em Áreas 
Programáticas (AP) por município, tal qual informado pela Gestora da UPA Tijuca 
em entrevista. Esta divisão está disponível na ilustração abaixo, para melhor 
visualização. Além disso, cada uma das AP está sob controle de uma Coordenadoria 
Geral de Saúde específica. 
 
 
 
45 
 
 
Figura 1: Mapa das Áreas Programáticas 
 
Fonte: http://cvasrio.blogspot.com.br/2012/02/areas-programaticas-bairros.html 
 
A UPA Tijuca está localizada dentro da Área Programática 2.2 (AP 2.2), 
pintada de lilás na figura acima. Ela compreende sete bairros: Praça da Bandeira, 
Tijuca, Alto da Boa Vista, Maracanã, Vila Isabel, Andaraí e Grajaú. 
Segundo dados do IBGE de 2010, estes sete bairros constituem uma área de 
55,2 Km2 e possuem uma densidade demográfica de 6.727,33 habitantes/Km2, com 
destaque para mulheres (47,7%, entre 15 e 49 anos) e idosos (22,1%, de 60 anos 
ou mais).A AP 2.2 está sob controle da Coordenadoria Geral de Saúde da Área 
Programática 2.2 (CAP 2.2), que é composta por profissionais de saúde 
responsáveis por coordenar, apoiar, analisar, promover e executar ações de saúde 
nestes sete bairros. 
As unidades de saúde sob controle da CAP 2.2 são da esfera administrativa 
Municipal. Parte delas está sob gestão da Administração Direta da Saúde 
46 
 
 
(Secretaria Municipal de Saúde - SMS) e outra parte está sob gestão de 
Organizações Sociais, conforme é melhor explicitado adiante. 
As unidades de saúde da CAP 2.2 constituem ao todo dez unidades: um 
CAPS (Centro de Atenção Psicosocial), um CMR (Centro de Referência em 
Medicina Física e Reabilitação), sete CMS (Centro Médico de Saúde/Unidade 
Básica de Saúde/ Posto de Saúde) e uma Policlínica. São elas: 
 
Policlínica (Unidade de Saúde) 
 
 Policlínica Hélio Peregrino 
Consiste em um Posto de Assistência Médica localizado na Praça da 
Bandeira que tem como objetivo atender a especialidades médicas e de apoio 
diagnóstico. 
 
Centro de Atenção Psicosocial – CAPS 
 
 CAPS Ad Mané Garrincha 
Consiste no Centro de Atenção Psicosocial (CAPS). Podem ser de três tipos: 
CAPS para adultos com sofrimento mental (CAPS I, II ou III), CAPS infantil (CAPSi), 
para crianças e adolescentes que possuem sofrimento mental e CAPS álcool e 
drogas (CAPSad), para crianças, adolescentes e adultos com problemas de 
sofrimento mental relacionados ao álcool e outras drogas. 
O CAPS Mané Garrincha é um CAPSad, tal qual pode ser melhor visualizado 
no mapa de distribuição de CAPS no Rio de Janeiro, disposto abaixo. 
 
47 
 
 
Figura 2: Distribuição de CAPS na cidade do Rio de Janeiro 
 
Fonte: http://redecapsdoriodejaneiro.blogspot.com.br/ 
 
Centro Municipal de Reabilitação – CMR 
 
 CMR Oskar Clark 
É o Centro de Referência em Medicina Física e Reabilitação. Ele tem como 
objetivo auxiliar na recuperação do deficiente físico de maneira digna e humanizada. 
Atualmente o Oscar Clark conta com duas unidades, a unidade mãe no Maracanã e 
a unidade filha no centro do Rio. 
 
 
 
 
 
48 
 
 
Centros Municipais de Saúde (Unidades Básicas) 
 
 CMS Carlos Figueiredo 
É um Posto de Saúde da Família que atende as comunidades do Borel, 
Indiana e parte da Rua São Miguel, no bairro da Tijuca, tal qual apresentado no 
mapa de abrangência de atuação disposto abaixo. 
 
Figura 3: Área de abrangência do CMS Carlos Figueiredo 
 
Fonte: http://smsdc-cmscarlosfigueiredofilho.blogspot.com.br/p/territorio-onde-
atuamos.html 
 
Para tanto, possui três equipes (“Equipe Semente”, “Equipe Terreirão” e 
“Equipe Ladeira do Moreira”) que possuem um médico, um técnico de enfermagem, 
um técnico em saúde bucal, um auxiliar de saúde bucal, um cirurgião dentista, e 
agentes comunitários de saúde. 
 
49 
 
 
 CMS Casa Branca 
É um Posto de Saúde da Família que tem sua atuação dividida em sete micro 
áreas de abrangência, atendidas por duas equipes (“Equipe Acolhimento” e “Equipe 
Vita Care”), tal qual disposto no mapa de abrangência de atuação disposto abaixo. 
 
Figura 4: Área de abrangência do CMS Casa Branca 
 
Fonte: http://institutofibra.org.br/nossos-projetos/localize-nos-mapas-as-unidades-do-
esf-sob-a-gestao-do-instituto-social-fibra/ 
 
 
 CMS Heitor Beltrão 
Ela conta com três Equipes de Estratégia de Saúde da Família, que atendem 
ao bairro da Tijuca, Comunidade Salgueiro, parte do Alto da Boa Vista e da Praça da 
Bandeira. 
 
 
50 
 
 
 
Figura 5: Área de abrangência do CMS Heitor Beltrão 
 
Fonte: http://institutofibra.org.br/nossos-projetos/localize-nos-mapas-as-unidades-do-
esf-sob-a-gestao-do-instituto-social-fibra/ 
 
 CMS Maria Augusta Estrella 
O Centro Municipal de Saúde Maria Augusta Estrella possui três equipes de 
saúde da família (“Equipe Senador”, “Equipe Conselheiro” e “Equipe de Saúde 
Bucal”) que atua nas áreas de Vila Isabel, Andaraí, Grajaú e Maracanã, tal qual é 
apontado no mapa de abrangência abaixo. 
 
 
51 
 
 
Figura 6: Área de abrangência do CMS Maria Augusta Estrella 
 
Fonte: http://smsdc-cmsmaestrella.blogspot.com.br/p/quem-somos.html 
 
 CMS Nicola Albano 
O Posto de Saúde Nicola Albano conta com duas equipes (“Equipe Boa Vista” 
e “Equipe Floresta da Tijuca”) compostas por um Enfermeiro, dois Médicos 
Residentes e um Técnico em Enfermagem. Ela atua nas áreas do Alto da Boa Vista 
e da Floresta da Tijuca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
Figura 7: Área de abrangência do CMS Nicola Albano 
 
Fonte: http://smsdc-cmsnicolaalbano.blogspot.com.br/p/territorio-onde-atuamos.html 
 
 CMS Parque Vila Isabel 
O Posto de Saúde da Família Parque Vila Isabel conta com três equipes 
(“Equipe Noel Rosa”, “Equipe Popular” e “Equipe Martinho da Vila”) e atua na área 
de Vila Isabel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
Figura 8: Área de abrangência do CMS Vila Isabel 
 
Fonte: http://institutofibra.org.br/nossos-projetos/localize-nos-mapas-as-unidades-do-
esf-sob-a-gestao-do-instituto-social-fibra/ 
 
 CMS Professor Júlio Barbosa 
O Posto de Saúde da Família Júlio Barbosa atua no Morro da Formiga, onde 
fica localizado, e para tanto, possui duas equipes (“Equipe Raia” e “Equipe 
Cascata”), além de profissionais que realizam apoio à atuação dessas equipes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
Figura 9: Área de abrangência do CMS Júlio Barbosa 
 
Fonte: http://smsdc-esfjuliobarbosa.blogspot.com.br/p/onde-atuamos.html 
 
É importante salientar que todas as Unidades Básicas da CAP 2.2, citadas 
acima, estão sob gestão da Organização Social “FIBRA – Instituto de Gestão e 
Saúde”. Além disso, todas elas realizam atendimentos domiciliares e de acordo com 
o CEP do local, tal qual foi informado pela Gestora da UPA Tijuca em entrevista. 
Conforme foi exposto acima, a AP 2.2 possui uma densidade demográfica de 
6.727,33 habitantes/Km2 em uma área de 55,2 Km2 (Blog CAP 2.2), ou seja, a AP 
2.2 possui ao todo 371.349 habitantes. Segundo o Ministério da Saúde, cada Equipe 
de Saúde da Família deve se responsabilizar pelo acompanhamento de, no máximo, 
quatro mil habitantes, sendo que a média recomendada é de três mil habitantes em 
uma determinada área. 
De acordo com os dados apresentados acima, as Unidades Básicas da AP 
2.2 possuem, ao todo, 18 Equipes de Saúde da Família. Logo, há uma média de 
55 
 
 
20.631 habitantes por equipe, o que demonstra que a cobertura da Atenção Básica 
de Saúde na AP 2.2 é insuficiente. De forma complementar, segundo o Coordenador 
Médico da UPA Tijuca, as UBS da CAP 2.2 só conseguem dar assistência a 40% da 
população. Isto demonstra que as Unidades Básicas da AP 2.2 funcionam, porém 
atendem a uma demanda dez vezes superior ao que é previsto para haver um 
atendimento de qualidade. 
Seriam necessárias, ao menos, mais 93 Equipes de Saúde da Família para 
conseguir se adequar a estimativa do Ministério da Saúde, atingindo neste caso, a 
média de 3.345 habitantes por equipe. Esta adequação é ideal para que seja 
possível atender aos moradores desta área de abrangência com melhor qualidade. 
O atendimento de melhor qualidade e com cobertura adequada, diminuiria 
consideravelmente o número de atendimentos na UPA Tijuca, já que grande parte 
deles, conforme foi constatado, são de baixa complexidade, o que é objetivo de 
atendimento das UBS. 
Além de não possuírem cobertura adequada, todas estas UBS da AP 2.2 não 
possuem instalações físicas adequadas às suas necessidades, tal qual éapresentado no relatório proveniente do Programa de Visitas Técnicas às Unidades 
de Atenção Primária, realizado pelo Tribunal de Contas do Município do Rio de 
Janeiro (Anexo 10). Este relatório elenca os principais problemas verificados nas 
instalações físicas das UBS da CAP 2.2, no período de abril e maio de 2012. 
Foram feitas análises quanto à conservação dos ambientes interno e externo 
destas instituições, setor de documentação médica, setor de esterelização, sala de 
curativos, sala de vacinação, posto de coleta de exames, sistemas de informática, 
sistema de combate à incêncio, ambiente de espera, consultórios, equipamentos e 
56 
 
 
estrutura física. Com isso, foram elencadas, principalmente, as ocorrências listadas 
na tabela abaixo. 
 
Tabela 5: Principais ocorrências em relação à área física registradas nas UBS 
da AP 2.2 entre abril e maio de 2012 
Unidade Básica Ocorrência 
 
CMS Nicola Albano Área externa suja ou mal conservada 
 Estruturas externas mal conservadas 
 Áreas sujas 
 Tanque de lavagem inadequado ou inexistente 
 Teto mal conservado 
 Inexistência de geladeira 
 
Falta de sinalização para equipamentos de combate à 
incêndio 
 
Equipamentos de combate à incêndio fora do local 
sinalizado 
 Insuficiência de assentos ou assentos inadequados 
 Sanitários sujos ou mal conservados 
 Lixeiras abertas 
CMS Maria Augusta 
Estrella Lixo armazenado de forma inadequada 
 Teto mal conservado 
 Sanitários sujos ou mal conservados 
 
Sanitários sem sabão líquido, ou sem papel toalha, ou sem 
papel higiênico 
CMS Parque Vila Isabel Lixo armazenado de forma inadequada 
 Dificuldade de acesso para deficientes físicos 
 Não há setor de esterelização 
 
Inexistência de fonte alternativa de energia para o 
refrigerador 
 
As instalações da área de coleta de exames são utilizadas 
para outras atividades 
 
Falta de sinalização para equipamentos de combate à 
incêndio 
 Área de espera não oferece conforto aos pacientes 
 Insuficiência de assentos ou assentos inadequados 
 Sanitários sujos ou mal conservados 
 Inexistência de recipientes para o lixo 
 Iluminação insuficiente na unidade 
CMS Casa Branca Lixo armazenado de forma inadequada 
 Não há setor de esterelização 
57 
 
 
 Tanque de lavagem inadequado ou inexistente 
 
Inexistência de fonte alternativa de energia para o 
refrigerador 
 
Inexistência de recipiente para o descarte de material 
perfuro cortante 
 
As instalações da área de coleta de exames são utilizadas 
para outras atividades 
 Insuficiência de assentos ou assentos inadequados 
 Sanitários sujos ou mal conservados 
CMS Heitor Beltrão Teto mal conservado 
 Paredes Mal conservadas 
 Arquivos insuficientes, danificados e em mal estado de 
conservação 
 Fichas fora dos arquivos 
 Insuficiência de Espaço nos arquivos 
 Tanque de lavagem inadequado ou inexistente 
 Insuficiência de Espaço 
 Equipamentos de informática defeituosos ou ultrapassados 
 Falta de operadores (pessoal administrativo) 
 
Equipamentos de combate à incêndio fora do local 
sinalizado 
 Sanitários sujos ou mal conservados 
CMS Carlos Figueredo 
Filho Teto mal conservado 
 Paredes mal conservadas 
 
Falta de sinalização para equipamentos de combate à 
incêndio 
 Insuficiência de assentos ou assentos inadequados 
 Inexistência de recipientes para o lixo 
 Iluminação insuficiente na unidade 
CMS Professor Júlio 
Barbosa Treinamento insuficiente para manuseio dos sistemas 
 Inexistência de equipamentos de combate à incêndio 
 
Falta de sinalização para equipamentos de combate à 
incêndio 
 
Equipamentos de combate à incêndio fora do local 
sinalizado 
 Área de espera não oferece conforto aos pacientes 
 Insuficiência de assentos ou assentos inadequados 
 Sanitários sujos ou mal conservados 
 
Fonte: Elaboração própria baseado nos dados presentes no relatório proveniente do 
Programa de Visitas Técnicas às Unidades de Atenção Primária (TRIBUNAL DE 
CONTAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2012) 
 
58 
 
 
Conforme se pode obsevar na tabela acima, todas as UBS da AP 2.2 
apresentaram algum tipo de ocorrência. As unidades Heitor Beltrão, Nicola Albano e 
Parque Vila Isabel apresentaram o maior número de ocorrências (mais de dez). Já 
as unidades com menor número de ocorrências foram: Professor Carlos Figueredo 
Filho e Maria Augusta Estrella. No entanto, apesar de terem sido as unidades com 
menores ocorrências, elas são graves, tendo em vista problemas básicos, como a 
falta de recipientes para lixo, no caso da unidade Professor Carlos Figueredo Filho. 
Além destas ocorrências, foram registradas dificuldades como a falta de 
equipamentos ou equipamentos necessitando de manutenção, o que dificulta a 
realização de diversos exames e procedimentos, conforme elencado na tabela 
abaixo. 
 
Tabela 6: Dificuldades na realização de exames e procedimentos registradas 
nas UBS da AP 2.2 entre abril e maio de 2012 
Unidade Básica Exames / Procedimentos 
CMS Nicola Albano Ultrassonografia 
 Mamografia 
 Oftalmologia 
 Consultas de Neurologia 
CMS Maria Augusta 
Estrella Mamografia 
 Oftalmologia 
 Consultas de Cirurgia Geral 
 Consultas de Urologia 
 Consultas de Neurologia 
CMS Parque Vila Isabel Oftalmologia 
 Consultas de Cirurgia Geral 
 Consultas de Neurologia 
 Consultas de Urologia 
CMS Casa Branca Oftalmologia 
 Consultas de Dermatologia 
 Consultas de Gastroenterologia 
 Consultas de Neurologia 
59 
 
 
CMS Heitor Beltrão Mamografia 
 Oftalmologia 
 Consultas de Cirurgia Geral 
 Consultas de Gastroenterologia 
 Consultas de Neurologia 
CMS Carlos Figueredo 
Filho Oftalmologia 
 Consultas de Gastroenterologia 
 Consultas de Neurologia 
CMS Professor Júlio 
Barbosa Oftalmologia 
 Consultas de Neurologia 
 Consultas de Otorrino 
 Consultas de Urologia 
Fonte: Elaboração própria baseado nos dados presentes no relatório proveniente do 
Programa de Visitas Técnicas às Unidades de Atenção Primária (TRIBUNAL DE 
CONTAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2012) 
 
Desta forma, pode-se concluir que os problemas nas instalações físicas, as 
dificuldades de realização de diversos exames e procedimentos e a insuficiência de 
cobertura por parte das UBS da AP 2.2, acabam por fazer com que a demanda da 
UPA Tijuca se sobrecarregue, pois esta população desassistida acaba procurando 
seus serviços. 
 
5.5 UPA Tijuca: análise das Unidades Hospitalares em sua área de 
abrangência 
Dentro da Área Programática (AP) coexistem unidades de saúde das três 
esferas (Municipal, Estadual e Federal), tal qual informado pelo Coordenador Médico 
da UPA Tijuca. 
Nesse sentido, além daquelas unidades de saúde controladas pela CAP 2.2, 
a AP 2.2, onde está localizada a UPA Tijuca, também possui unidades hospitalares. 
60 
 
 
A inclusão de hospitais na ánalise é importante, pois além da rede básica, 
eles também interagem fortemente com a UPA Tijuca na organização em rede. Os 
hospitais públicos presentes na AP 2.2 são: 
 
 Hospital Municipal Jesus (Vila Isabel) 
Consiste em um Hospital Especializado em pediatria (até 17 anos) e é voltado 
para atendimentos de média e alta complexidade. Possui uma média de cento e 
vinte leitos para internação e realiza entre cinco e sete mil consultas ambulatoriais 
por mês. A média de internações por mês é de 400. 
 
 Hospital Federal do Andaraí 
Consiste em um Hospital Geral que possui capacidade de atendimento a 
diversas especialidades clínicas e cirúrgicas de urgência

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