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RESUMO DIREITO EMPRESARIAL

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RESUMO DIREITO EMPRESARIAL
Estabelecimento comercial: todo complexo de bens que compõe a ATIVIDADE empresarial. Está totalmente ligado ao desenvolvimento da atividade (corpóreos ou incorpóreos). => universalidade de fato.
Patrimônio: tudo que a empresa tem, incluindo o lucro, capital de giro, prejuízo. Patrimônio é mais amplo que estabelecimento, é o valor agregado. => universalidade de direito.
Empresa = atividade. Ponto comercial = local, faz parte do estabelecimento. 
O estabelecimento não precisa ser físico, pode ser virtual.
Negócios jurídicos com estabelecimento:
1 – alienação (trespasse) / 2 – arrendamento (locação) / 3 – usufruto
Para produzir efeitos contra terceiros tem que averbar e publicar na imprensa oficial.
Trespasse: o estabelecimento pode ser vendido de forma total ou parcial, partes: trespassente (alienante) e trespassatário.
Cláusula da não concorrência/reestabelecimento: é implícita a todo contrato de trespasse, a proibição é quanto ao mesmo ramo de atividade, se nada dispuser = 5 anos (ou outra que o contrato estipular desde que não abusiva), não pode ser eterna. Em caso de usufruto ou arrendamento, a proibição se impõe até que cesse o contrato de arrendamento ou usufruto.
Regra: o adquirente responde por todas as obrigações relacionadas ao estabelecimento, desde que regularmente contabilizadas.
O alienante continua devedor solidário por 1 ano a partir da publicação, quanto aos créditos vencidos e vincendos, da data do vencimento.
Regra: a eficácia do contrato está sujeita ao pagamento de todos os credores ou anuência dos mesmos caso o alienante não tenha bens suficientes para solver o passivo, sob pena do adquirente perder o estabelecimento em favor da coletividade de credores caso o alienante tenha sua falência decretada. A anuência pode ser expressa ou tácita (30 dias), só não precisa fazer isso se o alienante for solvente após a alienação.
Exceções: créditos tributários (resp. subsidiária ou integral – se o alienante permanecer explorando atividade então é subsidiária, senão é direta). / créditos trabalhistas: resp. solidária, pode demandar um ou outro, ainda que vencido o prazo de 1 ano.
 No processo de recuperação ou falência quem adquire estabelecimento (ou parte) não assume o passivo, nem dívidas trabalhistas e tributárias. Da mesma forma não responde se adquirir por leilão judicial. Obs. quem tem dívida é o empresário e não o estabelecimento, pois estabelecimento não é sujeito de direitos. 
Obs. compra por valor mínimo caracteriza sucessão, já que o valor pago não é suficiente para quitar as dívidas na falência ou recuperação.
Locação no trespasse: o trespasse nesse caso envolve o contrato de locação, que será cedido (regra) ou não, de acordo com a autorização do LOCADOR, senão rescinde o mesmo em 90 dias seguintes a publicação do trespasse. Se autorizar, o adquirente pode usar do contrato para interpor ação renovatória.
Obs. O proprietário (locador) apenas aluga, quem passa o ponto é quem estava alugando (empresário).
Luva: representa valor agregado, só é ilegal se houver previsão expressa que é luva, o certo é embutir no valor principal implicitamente.
- Pode penhorar estabelecimento comercial, bem como website e outros intangíveis relacionados ao comércio eletrônico.
Proteção do título do estabelecimento: é diferente de nome empresarial e de marca. Não precisa compor dos mesmos elementos do nome comercial ou marca. NÃO existe registro para o título do estabelecimento.
Proteção ao ponto: local que o empresário se estabelece. Pode resultar acréscimo. Direito de inerência ao ponto: direito do locatário de permanecer no ponto  ação renovatória (é compulsória). Requisitos: 1) o locatário deve ser empresário, 2) contrato deve ser escrito e com prazo determinado, 3) prazo mínimo de 5 anos do contrato ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos, 4) deve estar no mesmo ramo da atividade pelo prazo mínimo e ininterrupto de 3 anos à data da propositura da ação.
Exceção de retomada: 1) realização de obras por determinação do poder público, ou modificação que importe em aumento do valor do negócio/propriedade; 2) imóvel a ser utilizado pelo próprio locador; 3) transferência de estabelecimento comercial existente há mais de 1 ano e titularizado por ascendente, descendente ou cônjuge, 4) proposta do locatório não atender ao valor locatício real (excluída a valorização trazida por aquele); 5) proposta melhor de terceiro.
Ação renovatória: ação deve ser ajuizada nos primeiros seis meses do último ano do contrato de locação. Tem que comprovar os cumprimentos dos encargos + apresentar proposta de aluguel para o novo período. Se procedente o juiz determina a renovação do contrato pelo prazo do último contrato, se improcedente não renova e condena o autor em custas, honorários e determina o despejo do imóvel (somente se já tiver esgotado o prazo do contrato + se houver pedido expresso na contestação).
O que pode alegar em contestação: não cumprimento dos requisitos, inobservância do prazo, exceção de retomada.
Shopping center: diferencial pela organização da distribuição da oferta de produtos e serviços centralizados em seu complexo (tenant mix). Também há direito de inerência ao ponto de acordo com a lei de locação. Julgados do STJ entendem que se trata de contrato atípico.
Comércio eletrônico: há comércio eletrônico quando a aquisição de produto ou serviço é feita por transmissão e recebimento de dados de forma eletrônica, independe se o bem alienado é virtual ou físico. A diferença é pelo deslocamento, um você vai até a loja e no outro só acessa a internet. O nome domínio tem função técnica (conexão entre as partes) e jurídica (identifica o estabelecimento). O registro de nome de domínio é feito junto ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).
Propriedade intelectual (gênero): espécies – direitos autorais (propriedade intelectual, literária ou científica), de software (programa de computador - intelectual) e de propriedade industrial. Direitos de propriedade industrial: protege marcas, invenções, desenhos industriais e modelos de utilidade  INPI. 
Obs. o todo ou parte de seres vivos não podem ser patenteados, com exceção dos micro-organismos transgênicos.
O direito autoral está ligado a ideia e a patente a coisa/produtos.
	Propriedade industrial/empresarial: patente (invenção e modelo de utilidade/pequeno invento) e registro (marca e desenho industrial).
Marca: produto ou serviço (distinguir), de certificação (atesta conformidade com normas e especificações técnicas, é registrada por ente certificador) e de marca coletiva (identifica produtos de membros de determinada entidade, é registrado pela entidade). Marca é sinal distintivo VISUALMENTE perceptível (não pode ser som). Pra ter produção exclusiva tem que ter sinal distintivo, coisa genérica não pode ser exclusiva, ex. algarismos, letras, nomes técnicos relacionados a área, descritivos, indicações geográficas (não se registra como marca), pseudônimos de famosos, salvo com consentimento, pequenas alterações em nomes de outras marcas para produtos semelhantes, etc. Em tese elementos estrangeiros são registráveis. 
Se uma marca era usada e foi extinta, tem que esperar o prazo de 5 anos para terceiro usar. / Marca caduca também se ficar 5 anos sem usar.
Podem ser classificadas quanto a sua aplicação (tipo de atividade), finalidade (singulares ou gerais a depender se identifica um ou mais objetos), forma (nominativa, emblemática/figurativa, mista ou tridimensional – ex. pode registrar fracos de perfume distintivo como marca tridimensional), conhecimento (notório e de alto renome).
Patente (ato de concessão da exploração exclusiva): 
Invenção: bem originalmente criado e industrializável.
Modelo de utilidade: é a melhoria realizada em produto já concebido anteriormente, não há, propriamente, invenção mas acréscimo de utilidade, goza de proteção autônoma em relação a invenção anterior.
Certificado de adição: o criador de algofaz um melhoramento e adiciona a invenção, requerendo esse certificado.
Requisitos da patenteabilidade: 1) novidade (não pode ser compreendida no estado da técnica); 2) atividade inventiva (só para invenção/ DI se fala originidade); 3) aplicação industrial (só pode ser patenteada se for passive de industrialização por qualquer tipo de indústria); 4) não impedimento (razões de ordem pública); 5) legalidade.
Obs. o BR adotou a novidade absoluta, mas não se entende como estado da técnica a divulgação até 12 meses anteriores a data do deposito, promovida pelo inventor, ou pelo INPI em publicações oficiais, ou por 3º se decorrerem direta ou indiretamente do inventos em decorrência dos seus atos. No caso de DI o prazo é só de 180 dias.
Obs 2. Pode depositar no exterior e em até 12 meses (patentes) ou seis (DI ou marca) no BR, considerando-se concomitantemente. Se nesse meio alguém depositar no BR não será válido. Pedido de prioridade: faculdade de realizar o deposito com reivindicação de sua anterioridade contra atos entre o primeiro deposito no exterior e o efetuado no BR. – só é cabível em relação aos países signatários da convenção unionista.
Fases do pedido: depósito (daí começa a contar o prazo de duração da patente, o pedido fica em sigilo por 18 meses)  publicação  exame (interessados podem se opor durante o exame das condições de patenteabilidade)  decisão (expedição da carta patente).
Obs. o pagamento da anuidade da patente é anual e devido a partir do 3º ano do depósito até o final da vigência. Do desenho industrial é quinquenal e devido a partir do 2º quinquênio,
Direitos do titular: é assegurada a propriedade, permitindo titularidade em nome próprio ou de 3º, uso exclusivo até que a patente caia e vá para o domínio público onde todos poderão usar sem custos.
Modalidades de licença: voluntária (o titular conhecer o 3º, as regras devem ser averbadas no INPI), oferta (o INPI que oferece e contrata a licença com 3º) e compulsória (pode ocorrer por abuso do direito de patente ou econômico, ocorre a quebra da patente, há interesse social – ex. emergência nacional, a lei exige que a declaração se faça por ato do poder executivo federal). A cessão pode ser total ou parcial, se refere aos direitos de sua propriedade, já que o objeto é indivisível.
Licença de uso e franquia: pode ser com ou sem exclusividade mas o licenciante pode exercer controle sobre as especificações, natureza e qualidade.
Importante: se o licenciado aperfeiçoa o produto poderá depositá-lo como seu titular, mas o licenciante primitivo tem direito de preferência para sua exploração por licenciamento.
Obs. a transferência pode se dar em relação ao registro já concedido ou ao pedido depositado, e obrigado o titular a ceder todos os registros ou pedidos de marcas iguais ou semelhantes.
Obs. havendo codependencia, ambos os titulares tem direito ao licenciamento compulsório da patente do outro, é patente compulsória cruzada.
Prazos: Invenção 20 anos (sendo no mínimo 10) e modelo de utilidade 15 (sendo no mínimo 7), contados da data do depósito. Nenhum caso admite prorrogação. Desenho industrial é 10 anos, podendo ser prorrogado por 3 períodos sucessivos de 5 anos cada, desde que solicitado no último ano do decênio.
Nulidade da patente: pode ser requerida administrativamente (INPI) ou judicialmente (justiça federal), se tiver sido concedida sem observância dos requisitos legais. Prazo de contestação de 60 dias – rito especial em que é possível antecipação de tutela para suspender os efeitos da patente. Prazo é de 5 anos.
Extinção da patente: expirou o prazo, renúncia do titular (no caso de falência não pode a empresa renunciar pois não pode adm. os bens, apenas se convier a massa, ouvido MP e etc.), ausência de exploração ou insuficiência/caducidade (pode de ofício ou a pedido de legítimos interessados), ausência de pagamento da anuidade, detentor que não reside no país ou não mantem procurador qualificado aqui e nulidade.
Obs. em casos excepcionais em que a patente é extinta antes do prazo legal é possível ser restaurada dentro de 3 meses a contar da notificação da sua extinção (ex. extinção por não pagamento ou não uso).
Patente pipeline/de revalidação referente a medicamentos e alimentos: STJ concede prazo remanescente do país de origem mas limitado ao prazo máximo previsto no Br.
Indicações geográficas: indicação de procedência ou denominação de origem, o nome pode ser de país, cidade, região ou localidade, conhecido como centro de extração, produção ou fabricação. O uso é restrito aos produtores e prestadores do local indicado. Isso também é objeto de registro.
Desenho industrial: ligado a estética/ornamento. Por sua vez a invenção e o modelo de utilidade está ligado a técnica. Requisitos para o registro do desenho industrial: novidade (visual inédito), originalidade (pode combinar elementos já conhecidos), industriabilidade e desimpedimento/legalidade. 
Procedimento de registro: prioridade > pedido (pluralidade de variações limitadas em 20) > exame formal preliminar (já se tem uma decisão preliminar com a concessão do desenho) > processamento e decisão (publica e simultaneamente concede o registro, expedindo certificado). / Obs. No registro de patentes o prazo para corrigir irregularidades é de 20 dias, no caso do desenho industrial é de 5.
Obs. O DI é submetido ao sistema de livre concessão, que dispensa o exame de novidade e originalidade previamente. O Br adotou o sistema misto: para marca, invenção e modelo de utilidade tem exame prévio, para desenho industrial não, apenas depois do registro que se analisa. O exame de mérito pode ser requerido a qualquer tempo para analisar a novidade e originalidade.
Recursos: efeito suspensivo e devolutivo.
Obs. é garantido ao 3º de boa-fé que já explorava antes o objeto o direito de continuar a exploração sem ônus.
Nulidade do registro tem efeito ex tunc. A extinção é nos mesmos casos anteriores exceto da caducidade: prazo expirou, renuncia, falta de pagamento da retribuição e ausência de procuração qualificado e domiciliado no país (se o pedido for feito por pessoa no exterior).
Nomes comuns, ex. Brasil, pode ser objeto de registro de empresários até do mesmo ramo. O STJ tb decidiu que sendo distintos os ramos da atividade podem a marca e o nome empresarial conviver.
Se a decisão considerar o nome empresarial violador de marca isso não implica em anulação do registro, o empresário pode alterar. Segundo Coelho a preferência é da marca sobre o nome empresarial.
OBS. Marca tem abrangência em todo território nacional, enquanto o nome empresarial só na junta comercial estadual. Em tese, a marca limita-se a classe em que foi registrada, enquanto o nome empresarial não possui limitação expressa ao âmbito econômico da atividade.
Marca de alto renome: grandemente conhecidas no BR em todo território, tem proteção em TODOS os ramos da atividade – o registro no brasil é necessário. / Marca notória: são conhecidas em seu ramo de atividade E estão previstas na Convenção da União de Paris, só protegida em relação aos produtos idênticos e similares. NÃO precisa do registro no país.
Obs. STJ entende que não há colidência se os produtos são distintos e distintas as clientelas ainda que pertençam ao mesmo segmento de mercado. Ex. da cerveja Miller.
Invento de empresa: decorre do contrato de trabalho, pertence exclusivamente ao empregador, salvo disposição em contrário. A titularidade se estende em relação a TODAS as invenções ou modelos de utilidade que o empregado venha a requerer até um ano após a extinção do vínculo empregatício. / Invento livre ou do empregado: quando não há relação empregatícia ou vinculo de prestação de serviço e nem utilização dos recursos da empresa, pertence só ao empregado. Será de ambos se decorrer do uso dos meios da empresa mas sem vínculo inventivo do empregado, contudo o direito e exploração é do empregador, mediante remuneração ao empregado, mas se o empregador não explorar injustificadamente em 1 ano, passa compulsoriamenteao empregado.
Prazo ajuizamento de ação por uso ilegal da marca: 10 anos. Para reclamar perdas e danos: 5 anos.

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