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Resumo - Texto Direito Processual Penal - Um processo penal pra quem - Aury Lopes Jr.

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Direito Processual Penal I - UCS CAHOR 
TURMA DPU0432K | 68-69 | Docente: Róbson de Vargas 
 
Acadêmico: Eduardo Pereira da Silva 
 
Direito Processual Penal - Aury Lopes Jr. 
Resumo do capítulo “Um Processo Penal Para Quê(m)?” 
Sistemas Processuais Penais: Inquisitório, Acusatório e o (ilusório) Misto 
 
O estudo dos diversos ramos do direito trazem à tona entendimentos 
divergentes quando de sua aplicação na prática forense. 
Em se tratando de Direito Processual Penal, uma das divergências 
mais evidentes está no entendimento do atual sistema processual penal vigente no 
Brasil. Se por um lado, majoritariamente, a doutrina brasileira alega que o sistema 
contemporâneo brasileiro é o “misto” por vigorar o inquisitório na fase pré-processual 
e o modelo acusatório na processual, Aury Lopes Jr discorda destas afirmações, 
alegando que a mera afirmação de que o sistema trata-se de “misto” são 
insuficientes e ilusórios pois, de fato, não existem sistemas puros, sendo todos 
mistos, sugerindo ser necessário identificar o princípio informador de cada sistema, 
para somente então classificá-lo como inquisitório ou classificatório, sendo tal 
classificação de extrema relevância. 
O sistema acusatório tem com base a imparcialidade do julgador, onde 
o julgador mantém-se afastado da investigação e têm-se fortalecida a estrutura 
dialética. 
Sua principal característica está na separação entre o juíz e as partes 
ao longo de todo o processo, sendo totalmente incompatível com o sistema, dentre 
outros quesitos, a possibilidade do juiz praticar atos de ofício, como a prisão, a 
busca e apreensão, a condenação sem o pedido do Ministério Público. 
Ademais, a acusação incumbe ao Ministério Público, exigindo-se a 
separação das funções de julgar e de acusar, exigindo-se a presença do 
contraditório e definindo regras do devido processo legal, especialmente no que 
tange a garantia do juiz natural (e imparcial). 
O sistema inquisitório surgiu entre os séculos XII e XIV, época em que 
substituiu paulatinamente o sistema acusatório, nele não havendo a figura do 
contraditório, que somente se faz possível no acusatório. 
 
 
Em seu sistema, imperava o sistema legal de valoração (tarifa 
probatória, em relação a prova) e a sentença não produzia coisa julgada, sendo o 
estado de prisão do acusado no decorrer do processo uma regra geral. 
Não há, no sistema inquisitório, a figura da ampla defesa e do 
contraditório e não existe uma relação de imparcialidade entre o julgador e o 
acusado, pois o magistrado detém o poder de produzir as provas e decide a partir da 
prova que produziu. Em definitivo, o sistema foi desacreditado, dentre outros 
motivos, por incidir em um erro psicológico produzido pelo poder que o julgador 
detinha, com funções antagônicas de investigar, defender, acusar e julgar, 
transformando o acusado em mero objeto. 
Predominando até a Revolução Francesa, momento em que houve a 
valorização do homem e surgiram os movimentos filosóficos, repercutindo no 
processo penal, removeu-se características do sistema e, com a adoção de Júris 
Populares, iniciou-se a transição ao sistema misto, que vigora, para Aury Lopes Jr, 
até hoje. 
Em sua obra, Aury cita que o sistema misto surgiu com o Código 
Napoleônico em 1808, surgindo o processo em duas fases: Pré-processual (de 
caráter inquisitório) e Processual (de caráter acusatório). 
Porém, é necessária a separação de fato das fases para que a 
estrutura não se rompa e que a iniciativa probatória seja das partes, garantindo a 
imparcialidade do julgador. 
Para o autor, simplesmente alegar que o sistema brasileiro é misto é 
insurgir em erro, pois para ele mistos são todos os sistemas, sendo necessário 
identificar o núcleo, o princípio fundante do direito. 
Ao analisar a legislação brasileira, verifica-se que a Constituição 
Federal de 1988 define o processo penal como um sistema acusatório, fundado no 
contraditório, na ampla defesa, na imparcialidade do juiz, e nas demais regras do 
devido processo pena. Por outro lado, no Código de Processo Penal, especialmente 
em seu artigo 156, Incisos I e II, externa-se a adoção do princípio inquisitivo, que 
representa a quebra da igualdade, do contraditório e da própria estrutura dialética do 
processo. 
 
Estes traços inquisitórios devem ser filtrados, através de uma análise 
constitucional dos dispositivos incompatíveis, pois são “substancialmente 
inconstitucionais”.

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