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Falência: conceito, normas e administração

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Aula Nº 11 – Falência
Objetivos da aula:
Nesta aula, vamos entender o que é falência, conhecer as normas que as 
disciplinam, como será administrada, a situação do empresário falido e 
sua relação com os credores.
1. FALÊNCIA
O devedor garante suas dívidas com o seu patrimônio, portanto se este 
não saldar suas obrigações, o credor poderá propor uma ação judicial 
denominada execução, quando o Judiciário irá satisfazer seu crédito por 
meio da penhora e leilão dos bens suficientes do devedor.
Em regra, essa ação judicial é individual, ou seja, credor contra devedor.
Todavia, se nos depararmos com uma situação em que o total do débito do 
devedor é inferior ao seu patrimônio, teríamos uma “corrida” de credores 
para tentarem, em primeiro lugar, satisfazer o seu crédito, pois aquele que 
não lograsse ajuizar a ação de execução a tempo ficaria sem patrimônio 
para garantir seu crédito.
Tal situação, obviamente, é injusta.
Para a solução dessa hipótese, a lei criou uma forma de execução coletiva 
ou concurso de credores. Assim, se o devedor possui um patrimônio inferior 
as suas dívidas, os credores deverão satisfazer seus créditos por meio de 
uma ação coletiva e não individual.
Surge, então, a falência, que é uma execução coletiva ou concursal, proposta 
contra um devedor empresário, para obrigar a venda de seu patrimônio, 
partilhando o seu resultado em proporção aos seus credores, na tentativa 
de satisfazer, de forma igualitária, seus créditos.
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A falência é um instituto privativo do devedor empresário e lhe concede 
certos benefícios na tentativa de proteger a existência da empresa, não se 
aplicando ao devedor civil.
A falência está prevista na Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005.
No entanto, a própria lei prevê hipóteses em que um empresário não estará 
sujeito ao regime falimentar. São elas:
I - empresa pública e sociedade de economia mista;
II - instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, 
consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora 
de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de 
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
2. ESTADO DE FALÊNCIA
Como explicamos anteriormente, o empresário sujeito à falência é aquele 
cujo patrimônio é inferior ao seu débito. Esse estado denomina-se 
insolvência.
No entanto, para fins de falência, o conceito de insolvência torna-se mais 
abrangente, sendo caracterizado por outros elementos previstos em lei.
Ainda que seu patrimônio seja superior ao seu débito, será decretada a 
falência, se ocorrer:
a) Impontualidade: quando o empresário, sem relevante razão de direito, 
não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título 
ou títulos executivos protestados, cuja soma ultrapasse o equivalente 
a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência. A 
impontualidade tem que ser injustificada. A prova da impontualidade do 
devedor é o protesto do título.
b) Execução frustrada: quando o devedor for executado por qualquer 
quantia líquida e não pagar, não depositar e não nomear à penhora bens 
suficientes dentro do prazo legal;
c) Prática de atos de falência: quando o devedor pratica qualquer dos 
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seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio 
ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar 
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte 
ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento 
de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu 
passivo;
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento, com o objetivo 
de burlar a legislação ou a fiscalização, ou para prejudicar credor;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente, 
sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu 
passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes 
para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de 
seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano 
de recuperação judicial.
3. QUEM PODE REQUERER A FALÊNCIA
Podem requerer a falência do devedor:
I - o próprio devedor (AUTOFALÊNCIA);
II - o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o 
inventariante;
III - o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo 
da sociedade;
IV - qualquer credor, se for empresário, deverá provar essa condição.
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4. PROCESSO FALIMENTAR
Como vimos, a falência é uma ação judicial que, segundo Fabio Ulhoa 
Coelho (2006, p.318), possui três etapas distintas:
a) Pedido de falência: também chamada etapa pré-falencial, que tem 
início com o pedido de falência e se conclui com a sentença judicial 
declarativa da falência do empresário;
b) Etapa falencial: nesta etapa, que se inicia com a sentença declaratória 
da falência, realiza-se o ativo apurado e o pagamento do passivo admitido, 
concluindo com o encerramento da falência;
c) Reabilitação: é a fase em que se declara a extinção das obrigações civis 
do falido.
4.1. Juízo Falimentar
A ação de falência deverá ser ajuizada no local onde se concentra o maior 
volume de negócios da empresa.
Diz-se que o juízo da falência é universal, pois todas as ações referentes aos 
bens, interesses e negócios da massa falida serão processadas e julgadas 
por este juízo, com algumas exceções:
a) ações não reguladas pela lei falimentar;
b) reclamações trabalhistas;
c) execuções tributárias;
d) ações que tem por objeto obrigação ilíquida;
e) ações em que é parte a União.
4.2- Pedido de falência
A falência pode ser requerida pelo próprio devedor ou por terceiros. 
Dependendo do caso, terá procedimentos diversos.
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Se o pedido de falência for requerido por terceiros, o empresário será 
citado (ato judicial que lhe dá conhecimento do ajuizamento da ação) e 
terá o prazo de 10 dias para se defender.
Se o referido pedido se fundamentar na impontualidade, poderá o 
empresário elidi-lo, depositando em juízo, no prazo de 10 dias, o valor do 
débito, com os acréscimos legais.
Também, se a falência for requerida com base na impontualidade, esta 
não será decretada, se o devedor provar:
I - falsidade de título;
II - prescrição;
III - nulidade de obrigação ou de título;
IV - pagamento da dívida;
V - qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime 
a cobrança de título;
VI - vício em protesto ou em seu instrumento;
VII - apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da 
contestação;
VIII - cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do 
pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público 
de Empresas, o qual não prevalecerá contraprova de exercício posterior 
ao ato registrado.
4.3. Sentença Declaratória da Falência
A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações 
(art. 99 da LF),
I - conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos 
que forem a esse tempo seus administradores;
II - fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 
(noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação 
judicial ou do 1º (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, 
para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
III - ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, 
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relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza 
e classificação dos respectivos créditos, se esta já não estiver nos autos, 
sob pena de desobediência;
IV - explicitará o prazo para as habilitações de crédito;
V - ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido;
VI - proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens 
do falido, submetendo-os, preliminarmente, à autorização judicial e do 
Comitê, se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades 
normais do devedor, se autorizada a continuação provisória;
VII - determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses 
das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou 
de seus administradores, quando requerida com fundamento em provas 
da prática de crime;
VIII - ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação 
da falência no registro do devedor, para que conste a expressão “Falido”, a 
data da decretação da falência e a inabilitação;
IX - nomeará o administrador judicial que desempenhará suas funções;
X - determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas 
e outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do 
falido;
XI - pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do 
falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos;
XII - determinará, quando entender conveniente, a convocação da 
assembléia-geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, 
podendo, ainda, autorizar a manutenção do Comitê eventualmente 
em funcionamento na recuperação judicial quando da decretação da 
falência;
XIII - ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por 
carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em 
que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da 
falência.
Termo legal da falência é o lapso de tempo anterior à decretação da 
falência, em que os atos praticados pelo falido são considerados ineficazes. 
Esse período é fixado na sentença e não pode retroagir a 90 dias contados 
do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1º 
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(primeiro) protesto por falta de pagamento.
Exemplo: a falência foi decretada no dia 02 de maio de 2007, e o 
empresário alienou o estabelecimento empresarial no dia 26 de março de 
2007. Essa alienação será ineficaz e o estabelecimento será considerado 
como patrimônio do falido.
5. ADMINISTRAÇÃO DA FALÊNCIA
Além do Juiz, cuja função é presidir a falência, e o Ministério Público, 
que intervém na ação para fiscalizar o cumprimento da lei, a legislação 
prevê três órgãos para administrar a falência: o administrador judicial, a 
assembléia dos credores e o comitê dos credores.
5.1. Administrador judicial
O juiz nomeará um administrador judicial, que será profissional idôneo, 
preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou 
contador, ou pessoa jurídica especializada.
São funções do administrador judicial:
a) avisar, pelo órgão oficial, lugar e hora em que, diariamente, os credores 
terão à sua disposição os livros e documentos do falido;
b) examinar a escrituração do devedor;
c) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa 
falida;
d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele 
o que não for assunto de interesse da massa;
e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contados da assinatura do 
termo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as 
causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual 
apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos;
f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de 
arrecadação;
g) avaliar os bens arrecadados;
h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização 
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judicial, para a avaliação dos bens, caso entenda não ter condições técnicas 
para a tarefa;
i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos 
credores;
j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis 
ou sujeitos a considerável desvalorização ou de conservação arriscada ou 
dispendiosa;
l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a 
cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação;
m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens 
apenhados, penhorados ou legalmente retidos;
n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, 
advogado, cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados 
pelo Comitê de Credores;
o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias 
para o cumprimento da Lei, a proteção da massa ou a eficiência da 
administração;
p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10º (décimo) dia do 
mês seguinte ao vencido, conta demonstrativa da administração, que 
especifique com clareza a receita e a despesa;
q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em 
seu poder, sob pena de responsabilidade;
r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído 
ou renunciar ao cargo.
O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do 
administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do 
devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no 
mercado para o desempenho de atividades semelhantes.
5.2. Comitê dos Credores
É um órgão facultativo da falência, pois só se justifica nas empresas de 
grande porte e complexidade, cabendo aos credores decidir sobre a 
conveniência ou não de sua instalação.
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Terá a seguinte composição:
I - 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 
2 (dois) suplentes;
II - 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos 
reais de garantia ou privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes;
III - 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografários e 
com privilégios gerais, com 2 (dois) suplentes.
Suas atribuições são:
a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial;
b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei;
c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos 
interesses dos credores;
d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados;
e) requerer ao juiz a convocação da assembléia-geral de credores;
f) manifestar-se nas hipóteses previstas na Lei;5.3. Assembléia Geral de Credores
A assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:
a) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua 
substituição;
b) a adoção de outras modalidades de realização do ativo;
c) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.
A assembléia-geral será composta pelas seguintes classes de credores:
I - titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes 
de acidentes de trabalho;
II - titulares de créditos com garantia real;
III - titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com 
privilégio geral ou subordinados.
A assembléia-geral de credores será convocada pelo juiz por edital 
publicado no órgão oficial e em jornais de grande circulação nas localidades 
da sede e filiais, e será presidida pelo Administrador Judicial.
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6. VERIFICAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E HABILITAÇÃO DOS 
CRÉDITOS
A verificação dos créditos é realizada pelo administrador judicial, com 
base na escrituração apresentada pelo empresário e nos documentos 
apresentados pelos credores.
A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
I - os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e 
cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de 
trabalho;
II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III - créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de 
constituição, excetuadas as multas tributárias;
IV - créditos com privilégio especial.
Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos antes dos 
créditos acima enumerados:
I - remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e 
créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes 
de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência;
II - quantias fornecidas à massa pelos credores;
III - despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e 
distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;
IV - custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida 
tenha sido vencida;
V - obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a 
recuperação judicial, ou após a decretação da falência, e tributos relativos 
a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência.
Realizadas as restituições, pagos os créditos extraconcursais, e consolidado 
o quadro-geral de credores, as importâncias recebidas com a realização 
do ativo serão destinadas ao pagamento dos credores, atendendo à 
classificação prevista acima, respeitados os demais dispositivos da Lei e as 
decisões judiciais que determinam reserva de importâncias.
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7. ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA
Após a realização do ativo para pagamento do passivo do falido e o 
julgamento das contas do administrador judicial, este apresentará em juízo 
o relatório final, e o juiz encerrará a falência, extinguindo-se as obrigações 
do falido.
Julgadas as contas do administrador judicial, ele apresentará o relatório 
final da falência no prazo de 10 (dez) dias, indicando o valor do ativo e o do 
produto de sua realização, o valor do passivo e o dos pagamentos feitos 
aos credores, e especificará, justificadamente, as responsabilidades com 
que continuará o falido.
Extingue as obrigações do falido:
I - o pagamento de todos os créditos;
II - o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% 
(cinqüenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao 
falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem, se, 
para tanto, não bastou a integral liquidação do ativo;
III - o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da 
falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime;
IV - o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da 
falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime.
Com a sentença de encerramento da falência, termina o processo falimentar, 
mas o falido poderá requerer, posteriormente, sua reabilitação, requerendo 
ao juízo que declare por sentença a extinção de suas obrigações.
O falido que não estiver respondendo a processo penal por crime 
falimentar, ou tiver sido absolvido, poderá retornar ao exercício das 
atividades empresariais. Entretanto, se tiver sido condenado por crime 
falimentar, deverá requerer sua reabilitação penal para isso.
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O empresário falido reabilitado, penal e civilmente, poderá retornar a 
exercer atividade empresarial; caso contrário, se não houver reabilitação, 
somente poderá retornar ao exercício das atividades empresariais após 05 
anos contados da extinção da pena por crime falimentar.
Síntese
Nesta aula, fomos capazes de:
 
• Entender o que é falência.
• Compreender as normas que regem o processo falimentar.
• Aprender sobre as condições do falido e suas relações com os 
credores.
Referências
BRASIL. Código Civil. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
CLARO, Carlos Roberto. Falência & Recuperação – Texto Comparativo 
com breves anotações entre a Lei 11.101 de 09.02.2005 e o Decreto-Lei 
7.661 de 21.06.1945. Curitiba: Juruá, 2005.
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 17ª Edição.São Paulo: 
Saraiva, 2006. 497p.
GONÇALVES, Maria Gabriela Venturoti Perrotta Rios e GONÇALVES Victor 
Eduardo Rios. Direito Comercial – Direito de Empresa e Sociedades 
Empresárias. 1ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2006.171p.

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