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Aula III Licenciamento Ambiental

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LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Disciplina: Licenciamento e Auditoria Ambiental
Prof. Me. Ricardo Henrique Del Grossi
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O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE LICENCIAMENTO AMBIENTAL
O local da instalação do empreendimento tem importância econômica, não só por questões de estratégias comerciais, de marketing e de logística, uma vez que ele determina a própria existência do negócio e os custos iniciais e de manutenção deste. O estudo prévio acerca da viabilidade do negócio obrigatoriamente deve compreender a análise do local onde será realizado, sob pena dos investimentos serem total ou parcialmente perdidos pela negativa de licença; ou serem mais elevados que os projetados em razão das adequações que se fizerem necessárias.
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Entenda o processo de licenciamento ambiental
O licenciamento é uma ferramenta de gestão ambiental prevista na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que prevê no art. 8º, I, a competência do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente para “estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras”, sendo esta medida determinada como um instrumento de proteção ambiental (art. 9º, IV). Ademais, de acordo com o art. 10 da referida Lei, “a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental”. 
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O processo para licenciamento ambiental de competência federal consta da Resolução nº 237 do CONAMA, de 19 de dezembro de 1997. Para os casos de licenciamento de competência do Estado do Rio Grande do Sul deve ser observada a Resolução nº 038 do CONSEMA – Conselho Estadual do Meio Ambiente, de 18 de julho de 2003, que assim dispõe:
 
Art. 2º - Esta resolução se aplica a todos os empreendimentos e atividades passíveis de licenciamento ambiental pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM, de responsabilidade de pessoa física ou jurídica, pública ou privada, considerando a localização, instalação, ampliação e a operação de atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, contemplando a aplicação dos prazos de validade descritos nesta Resolução, de cada licença ambiental e os respectivos custos relacionados a estes licenciamentos e demais documentos referidos no artigo 3º.
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Art. 3º - Para os fins previstos nesta Resolução, entende-se por:
I – Licenciamento Ambiental: é o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação, reforma, construção, recuperação, desativação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso;
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II – Licença Ambiental: ato administrativo de natureza precária pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar, reformar, construir, recuperar, desativar e operar empreendimento ou atividade utilizadora dos recursos ambientais consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental;
III – Licença Prévia (LP): Licença concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
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IV – Licença Instalação (LI): Licença que autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
V – Licença de Operação (LO): Licença que autoriza a operação da atividade ou do empreendimento após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação;
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Licença Prévia (LP) : Atesta a viabilidade ambiental de localização do empreendimento. Concedida na fase de planejamento, certifica, conforme o órgão ambiental, onde estão estabelecidas as condicionantes e requisitos básicos que deverão ser atendidos pelo empreendedor nas próximas fases da implantação.
Licença de Instalação (LI): Concede ao empreendedor o direito de implantar o empreendimento conforme as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, inclusive as medidas de controle ambiental determinadas.
Licença de Operação (LO) : Autoriza o início das atividades do empreendimento após a verificação do cumprimento das exigências feitas nas licenças anteriores e das medidas de controle ambiental e condicionantes para a operação. 
Modalidades de licenciamento
Modalidades de Licenciamento
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PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL
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Etapas para o licenciamento
FORMULÁRIO DE ABERTURA DE PROCESSOS
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Nesta etapa o gerente do licenciamento ambiental deverá fornecer dados sobre:
1. Meio biótico
2. Meio físico
3. Socioeconomia regional
Etapas para o licenciamento
FORMULÁRIO DE ABERTURA DE PROCESSOS
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Dado solicitado
Preencher
Unidade
A Linha de Transmissão
Identificação
Denominação do Empreendimento
 
 
Código (ANEEL)
 
 
Tensão
 
kV
Extensão
 
km
Municípios do Ponto Inicial e Final
Município Inicial
UF / Município
 
Município Final
UF / Município
 
Municípios do Traçado
Traçado
UF / Municípios
 
Coordenadas estimadas dos Pontos do traçado (iniciar a inclusão das coordenadas com o ponto inicial e terminar com o ponto final)
Coordenadas geográficas
Grau, minutos e segundos Datum SAD 69
 
Outras Informações
Subestações e demais obras de interligação
Identificar nome e coordenadas
 
Empreendimentos pedido regularização ?
( ) sim ( ) não
 
Caso afirmativo, informar a data de entrada em operação.
dd/ mm /aaaa
 
Etapas para o licenciamento
DADOS ESPECÍFICOS (linhas de transmissão)
FORMULÁRIO DE ABERTURA DE PROCESSOS
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Etapas para o licenciamento
Dado solicitado
Preencher
Dados Bióticos
 
Bioma
 
Bioma atravessados
[ ] Mata Atlântica: observação – 200 caracteres
[ ] Amazônia: observação – 200 caracteres
[ ] Costeiros: observação – 200 caracteres
[ ] Cerrado: observação – 200 caracteres
[ ] Caatinga: observação – 200 caracteres
[ ] Pantanal: observação – 200 caracteres
[ ] Campos Sulinos: observação – 200 caracteres
Unidade de Conservação
 
Presença de Unidades de Conservação num raio de 10 km a partir do empreendimento Se couber
Competência: federal; estadual; municipal.
Categoria: (Parque, estação biológica, etc)
Identificação: nome da unidade
Corredor Ecológico
 
Presença de corredores ecológicos Se couber
Identificar - 100 caracteres
Áreas Prioritárias
 
MEIO BIÓTICO E FÍSICO (linhas de transmissão)
FORMULÁRIO DE ABERTURA DE PROCESSOS
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Etapas para o licenciamento
Dado solicitado
Preencher
Dados Bióticos
 
Bioma
 
Existência de áreas prioritárias para proteção da biodiversidade
Se couber
[ ] Prioridade Extremamente Alta: nome da área
[ ] Prioridade Muito Alta: nome da área
[ ] Prioridade Alta: nome da área
[ ] Área Insuficientemente conhecida [ ] Inexistente
Cavidades Naturais
 
Existência de ambientes com cavidades naturais na área
Se couber
Identificação - 100 caracteres
DadosFísicos
 
Recursos Hídricos
 
Principais recursos hídricos atravessados
Identificar
MEIO BIÓTICO E FÍSICO (linhas de transmissão)
FORMULÁRIO DE ABERTURA DE PROCESSOS
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Etapas para o licenciamento
Dado solicitado
Preencher
Dados Bióticos
 
Regiões Hidrográficas atravessadas
[ ] Amazônica
[ ] Tocantins-Araguaia
[ ] Atlântico Nordeste Ocidental [ ] Parnaíba
[ ] Atlântico Nordeste Oriental
[ ] São Francisco
[ ] Atlântico Leste
[ ] Atlântico Sudeste
[ ] Atlântico Sul
[ ] Paraná
[ ] Paraguai
[ ] Uruguai
MEIO BIÓTICO E FÍSICO (linhas de transmissão)
FORMULÁRIO DE ABERTURA DE PROCESSOS
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Etapas para o licenciamento
SOCIOECONOMIA (linhas de transmissão)
Dado solicitado
Preencher
Terras Indígenas
 
Terras Indígenas na área de influência
 
Identificar, se for o caso
Quilombos
 
Presença de Quilombolas nos municípios afetados
Identificar, se for o caso
Atividades econômicas
 
Atividade econômica predominante da área diretamente afetada
Descrição preliminar do perfil da atividade econômica predominante da área afetada
( ) rural extensiva – observação – 200 caracteres
( ) rural intensiva – observação – 200 caracteres
( ) misto (rural e urbana) – observação – 200 caracteres
( ) industrial – observação – 200 caracteres
( ) extrativismo – observação – 200 caracteres
( ) pecuária – observação – 200 caracteres
( ) mineraria – observação – 200 caracteres
( ) agricultura familiar – observação – 200 caracteres
( ) área urbana – observação – 200 caracteres
( ) pesca ou aqüicultura – observação – 200 caracteres
( ) turismo – observação – 200 caracteres
Patrimônio histórico
 
FORMULÁRIO DE ABERTURA DE PROCESSOS
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Etapas para o licenciamento
SOCIOECONOMIA (linhas de transmissão)
Dado solicitado
Preencher
Identificar as áreas Tombadas, de
Patrimônio Histórico ou sítios arqueológicos conhecidos na área afetada.
Identificação: se for o caso Localização: UF / Município
Desapropriações
 
Previsão de famílias a serem deslocadas Se for o caso
Nº famílias – UF/Município
Área urbana
 
Principais áreas urbanas atravessadas
UF/Município
Turismo
 
Intervenção em área turística
Identificar áreas turísticas que poderão sofrer intervenção com a instalação da LT
TERMO DE REFERÊNCIA
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Etapas para o licenciamento
Composição do Estudo de Impacto Ambiental – EIA
- Diagnóstico ambiental dos meios físico, biótico e socioeconômico; Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas; Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos e elaboração de medidas mitigadoras dos impactos negativos; e Programas de Acompanhamento e Monitoramento
a) Caracterização do Empreendimento, do empreendedor e da equipe responsável pelos estudos;
b) Diagnóstico e Prognóstico Ambiental Temático; 
c) Identificação e Avaliação de Impactos Ambientais,
d) Análise Integrada das Informações;
e) Medidas Preventivas, Mitigadoras ou Compensatórias e Programas Ambientais;
f) Prognóstico Ambiental Global;
g) Conclusão. 
Ex: Resumo de termo de referência para PCH e UHE
TERMO DE REFERÊNCIA
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Etapas para o licenciamento
Ex: Resumo de termo de referência para PCH e UHE
Composição do Relatório de impacto Ambiental – RIMA
- Documento público que reflete as informações e conclusões do EIA e é apresentado de forma objetiva e adequada a compreensão de toda a população.
a. Identificação do Empreendedor e da Empresa 
b. Características básicas do empreendimento
c. Síntese do Diagnóstico Ambiental
d. Identificação dos Impactos Ambientais mais relevantes e suas medidas 
mitigadoras e compensatórias; 
e. Síntese dos Programas Ambientais; 
f. Síntese Conclusiva. 
Audiências Públicas
- Apresentação do RIMA
- Existe um intervalo entre divulgação e apresentação (forma compreensível para a população)
TERMO DE REFERÊNCIA
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Etapas para o licenciamento
Ex: Resumo de termo de referência para PCH e UHE
Projeto Básico Ambiental – PBA
O PBA é o detalhamento de todas as medidas mitigadoras e compensatórias e dos programas ambientais propostos no EIA/RIMA. 
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
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Etapas para o licenciamento
Caracterização do Empreendimento, do empreendedor e da equipe responsável pelos estudos;
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Plantas, projetos perfis das obras.
Trecho de ferrovia Norte-Sul
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- Coordenadas Geográficas do Eixo do Barramento: 03o07’35” S e 51o46’30” W;
- Potência Estimada: 11.181 MW;
- Área de Drenagem: 449.748 km2;
- Nível d’Água Máximo Normal de Montante: 97,0 m;
- Nível d’Água Máximo Normal de Jusante: 4,6 m; e
- Área do Reservatório: 440 km2.
USINA HIDROELÉTRICA DE BELO MONTE
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USINA HIDROELÉTRICA DE BELO MONTE
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
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Etapas para o licenciamento
Diagnóstico ambiental dos meios físico, biótico e socioeconômico
CARACTERIZAÇÃO DO MEIO FÍSICO
GEOMORFOLOGIA
GEOLOGIA
RECURSOS HÍDRICOS
IMPACTOS PROGNOSTICADOS
PEDOLOGIA
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA E ANÁLISE DAS INTERFERÊNCIAS
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Unidades Presentes na Área de Influência
A principal unidade geomorfológica presente na região sob influência da
Ferrovia Norte-Sul, no trecho Goianésia - Jesúpolis, é o Planalto Central Goiano com as seguintes subunidades:
- Depressões Intermontanas
- Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba
O mapa geomorfológico (Figura 6.1-2) 
indica a distribuição regional das grandes
 feições.
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Regime Climático
Foi utilizada para avaliação dos tipos climáticos da área, a classificação de Köppen que se baseia apenas nos valores médios das temperaturas do ar e das precipitações pluviométricas. Segundo esta classificação o clima da região é característico do tipo AW (típico dos climas úmidos de savanas tropicais, com verão úmido e inverno seco).
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Bacias Hidrográficas
O Rio Tocantins é formado a partir dos Rios das Almas e Maranhão, epicentro do presente estudo, cujas nascentes situam-se no planalto de Goiás, no Distrito Federal, na cota 1.100 m. Desenvolve-se no sentido Sul - Norte, percorre uma extensão de 2.400 Km, até desaguar na Baia de Marajó, próximo a Belém do Pará, drenando uma área de 421.250 Km2. Apenas 24,61% desta área esta situada em território Goiano.
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Descrição dos Tipos de Solos
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Descrição dos Tipos de Solos
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
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Etapas para o licenciamento
Avaliação dos impactos previstos (exemplo de metodologia).
Modelo de Avaliação e Gestão de Impactos Ambientais (MAGIA) 
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Metodologia aplicada para identificação e avaliação dos impactos ambientais 
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Exemplo de identificação dos processos indutores (PIN) e seus respectivos impactos (IMP) em função de uma das intervenções ambientais (INA) do empreendimento.
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
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Etapas para o licenciamento
Análise integrada
Obter a compreensão das condições ambientais atuais e suas tendências evolutivas com a implantação dos empreendimentos, visando explicar as relações de dependência e de sinergia entre os fatores ambientais relevantes e o empreendimento.
Exemplo de metodologia:
Mapa de Sensibilidade
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Matriz de Interação de Sensibilidade 
Meio físico e ecossistemas terrestres
Organização espacial
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Matriz de Interação de Sensibilidade 
Modos de vida
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
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Etapas para o licenciamento
Medidas mitigadoras
Em função dos diferentes impactos detectados.
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TERMO DE REFERÊNCIA
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Etapas para o licenciamento
Ex: Resumo de termo de referência para PCH e UHE
Estudo Ambiental Simplificado – EAS
Empreendimentos que geram muito pequeno ou nenhum impacto ambiental.
a. Identificação do empreendedor
b. Identificação do empreendimento/atividade
c. Caracterização do empreendimento
d. Caracterização da implantação da obra
e. Descrição das atividades da implantação da obra
f. Descrição das atividades de operação e manutenção
g. Caracterização da área de influência
h. Impactos e medidas mitigadoras
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Petróleo:Campo de Siri
Ferrovias:
Ferrovia Ferronorte - Trecho MS-MT
Pequenas Centrais Hidrelétricas:
PCH Caiçara
Pontes:
Ponte sobre o rio Madeira
Hidrovias:
Hidrovia do São Francisco
Portos:
Porto São Sebastião - ampliação
Usinas Termoelétricas
UTE Ouro Negro
TEMAS DE EIA/RIMA (http://licenciamento.ibama.gov.br/)
Estudo dirigido

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