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PROCESSO PENAL-INQU+ëRITO E A+ç+âO PENAL

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PROCESSO PENAL – INQUÉRITO E AÇÃO PENAL
CONCEITOS PRELIMINARES DE PROCESSO PENAL
Fato concreto – crime – coletar um conjunto de informações, de forma que, mesmo decorrido muito tempo do fato ocorrido seja possível demonstrar a terceiros o que ocorreu.
Entre o fato e a sentença temos a norma do Direito Material que é uma norma incriminadora. 
O Direito Material Penal é um conjunto de normas que não são autoaplicáveis. Somente se concretizam por meio do Poder Judiciário, sendo assim, sempre vai depender de atividade estatal para se concretizar. Essa atividade estatal vai sempre depender de um processo.
Direito de Punir: é uma concessão que todos os indivíduos dão ao Estado para que todos possam viver em sociedade, existe para que não ocorra a arbitrariedade. O processo existe para regular toda essa questão do direito de punir. 
Conceito de Processo Penal:é o instrumento de materialização do direito de punir outorgado ao Estado pelos indivíduos, consistente em um conjunto de atos organizados de modo lógico-cronológico e que limitam a atuação do Estado e das demais partes. 
O Estado não exerce o direito de punir em interesse próprio mas sim em atenção ao interesse coletivo. 
Em última análise, podemos dizer que o criminoso é um “quebrador de contrato”, a mensagem que esse criminoso passa à sociedade é que ele é melhor que o restante e que não se submete ao contrato social.
Há uma relação íntima entre o direito de punir e o direito de ação. Há o direito material de um lado e, de outro lado, temos o direito processual.
09 – 08 – 2013
O Processo Penal tem dupla natureza dentro de um Estado Democrático de Direito: 
1. É um instrumento a serviço do Estado para a materialização do Direito de Punir (é um monopólio estatal). Ex.: não se pode fazer justiça com as próprias mãos, mesmo que tenha razão.
Art. 345:Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a leio permite:
2. Sua outra natureza deve coexistir, deve ser as duas coisas ao mesmo tempo, que é a garantia de liberdade individual. O Estado assume o ônus de preservar a liberdade dos indivíduos, só pode punir nos exatos limites daquele processo específico.
Há uma relação íntima entre o direito de punir e o direito de ação.
A dupla natureza processual tem que se submeter às normas do Direito Processual, assim, esse conjunto de normas que formam a estrutura do processo obedecem a um sistema. É o sistema de regras que orienta o fluxo desse processo.
SISTEMAS PROCESSUAIS
1. Sistema Acusatório
Surge na Antiguidade Clássica (Grécia e Roma) e perdura até o fim do Império Romano.
1.1 A principal característica desse sistema é a separação das partes. Esse processo acusatório é marcado pela atuação necessária de, pelo menos, 3 pessoas: acusador, o que se defende e entre eles há intervenção necessariamente de um juiz. Antes disso era o Estado em face do indivíduo.
Os gregos é que delimitaram a necessidade de haver um terceiro imparcial para resolver o impasse. Assim, o interesse estatal passa a ser a correta aplicação do direito independentemente de quais sejam as partes. 
1.2 O convencimento do terceiro imparcial se dá pelo diálogo: o contraditório. As partes se encontram num plano horizontal e o convencimento se dá pelo contraditório, é possível rebater a posição que lhe é contrária (a retórica é constituída por técnicas de convencimento pela argumentação, a retórica fazia parte da vida cotidiana do processo greco/romano). 
1.3 O juiz é inerte, não pode interferir no diálogo. Não assume postura ativa (só recebia as informações) no processo para não desequilibrar a relação horizontal, mas era revestido de poderes coercitivos. 
1.4 As partes se apresentavam oralmente (oralidade – nem todos eram alfabetizados) na medida em que estas dialogavam em espaço aberto.
1.5 A oralidade está intimamente ligada à idéia de publicidade (é aberta a terceiros). Tudo isso para garantir a legitimidade do julgamento.
1.6 A liberdade do réu era preservada com regra. Não havia a necessidade de privá-lo dessa liberdade porque o processo era rápido. Dependendo do resultado da audiência já saia preso. O processo não dependia de qualquer prisão provisória para assegurá-lo, a liberdade era, como regra, preservada. 
A separação das partes e o contraditório eram os pontos que os gregos não abriam mão. Os outros pontos poderiam não ser utilizados em algumas ocasiões.
2. Sistema Inquisitivo
Surge na Idade Média – aproximadamente século IX. 
Há um poder político em formação que precisa monopolizar o direito de punir. 
2.1 Confusão entre acusador e julgador. Há a figura da Igreja que também tem o poder de Dominação. As duas funções passam a ser exercidas por uma única pessoa ou por um único órgão. O acusador e o juiz passam a ser uma realidade só. Filme: O nome da Rosa (fala sobre o processo de Inquisição).
2.2 Há uma relação vertical, autoritária, não há mais o contraditório, ou quando existe, só há uma aparência de que existe. 
2.3 Há uma atividade probatória do julgador/inquisidor. O julgador vai atrás da prova que melhor lhe interessa, não está minimamente interessado na prova que fosse a favor da defesa.
2.4 O processo passa a ser escrito e sigiloso. Há a formalidade da escrita: passam a ter registros escritos dos julgamentos (passa a assumir um papel de princípio). Há o surgimento de regras pré determinadas (atos previamente determinados). É sigiloso porque não é de interesse da Igreja que a população saiba quantos hereges existem, tem que manter as informações sobre heresia sob controle e também para que não se conteste a legitimidade daquela decisão. Há a tortura para que se obtenha a prova. 
2.5 A privação da liberdade passa a ser a regra. O réu é um objeto do processo e não um sujeito livre. A privação da liberdade é utilizada como um meio de assegurar a execução da pena. No entanto, era uma mera medida para assegurar a morte ou a tortura. 
3. Sistemas Mistos
São marcados pela combinação de características dos dois sistemas. 
Combinam características dos sistemas acusatório e inquisitivo, sem uma prevalência clara.
(PROVA???)Ou ainda, temos o sistema misto que estabelece fases, fases essas que podem ser, cada qual, predominantemente acusatória ou inquisitiva. 
Para o Professor o sistema de Processo Penal Brasileiro é de natureza mista porque há uma fase de inquérito policial (inquisitivo) e ação penal (acusatório).
15 – 08 – 2013
Direito Processual Penal: é o ramo do ordenamento jurídico que é composto por um conjunto de normas que integram as normas aplicáveis. 
Também é o ramo da ciência do direito porque seu o objeto de estudo é particular e os métodos de análise também o serão. É tanto lei quanto ciência.
Fontes do Direito Processual Penal
A lei é um substrato a partir do qual eu extraio a norma.
Fontes de Natureza Primária: são aquelas que dão origem a novas normas que ainda não existiam. São originárias. 
A lei estabelece de modo primário as regras do Direito Processual Penal conforme os preceitos da CF: Art. 22, I Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
Art. 59 da CF: O processo legislativo compreende a elaboração de:
III - leis ordinárias;
Temos a lei federal que estabelece os preceitos para a elaboração das leis processuais. Essa lei federal pode ser ordinária ou complementar. 
Medida Provisória pode ser utilizada para regular lei de Processo Penal? 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
b) direito penal, processual penal e processual civil;
Há uma divergência doutrinária entre ser ou não possível a regulação. Para aqueles que entendem ser possível basta a justificação da urgência e relevância. O Professor entende que não é possível editar lei processual através de medida provisória.Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário (corresponde à execução penal), econômico e urbanístico;
Lei Local pode ditar regras sobre a execução penal porque a competência é concorrente. Ex.: os Estados podem regular as regras de composição dos presídios. 
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
Regimento interno dos Tribunais pode disciplinar matérias relativas a processo. 
Tratado Internacional pode disciplinar matérias relativas ao Processo Penal. Ex.: Convenção Americana de Direitos Humanos, Pacto de São José da Costa Rica. 
Fontes de Natureza Secundária: somente encontram sua razão a partir das normas que já existem. 
- Costume: 
Art. 3o do CPP:A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
Somente é utilizado costume com base nos princípios gerais de direito. O costume deve ser utilizado com ressalvas. O costume deve ser utilizado o mínimo possível para não causar instabilidade jurídica.
- Decisões Vinculantes podem gerar regras secundárias de processo: Súmulas Vinculantes (STF), Súmulas Impeditivas de Recurso (STJ) e Recursos Repetitivos (art. 543-A e 543-C do CPC: o órgão de cúpula escolhe uma decisão ou grupo de causas como paradigma para decidir casos análogos).
O STF define uma interpretação como a mais correta e vincula todos.
Essas espécies de decisões formam um interpretação vinculante, os tribunais inferiores não podem interpretar de forma diversa. 
Súmula do STF nº11: A vitaliciedade não impede a extinção do cargo, ficando o funcionário em disponibilidade, com todos os vencimentos.
Súmula do STF nº 14: Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público.
Jurisprudência: é apenas uma orientação, não é fonte do direito.
Doutrina (está no plano da ciência): a doutrina interpreta algo que já existe, também não é fonte do direito.
16 – 08 – 2013
De que forma as normas são extraídas?Por meio de uma atividade de interpretação e verificação em que medida essa norma é aplicável. 
Interpretação: consiste embuscar o conteúdo normativo de uma lei. Ex.: Art. 121 – Matar alguém – não há muito o que interpretar. 
Aplicação: a aplicação se dá em um segundo momento. A partir do momento que temos o conteúdo normativo é verificado até que ponto a norma extraída se aplica, se ela se ajusta. Há uma sobreposição de algo sobre algo, sobrepomos a norma ao fato. A norma é como uma roupa que se veste sobre o fato, e tem que servir, não pode sobrar nem faltar pano. 
No plano da Interpretação: a interpretação deve ser feita com base em técnicas, é necessário adotar um procedimento que seja passível de legitimidade. 
A interpretação pode ser decomposta para auxiliar didaticamente, assim temos as técnicas de interpretação.
Técnicas de Interpretação: são cumulativas, são as dimensões da atividade interpretativa.
Método:(como fazer?)
- Gramatical/Literal : é necessário interpretar, num primeiro momento, com base nas regras da língua. Ex.: Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
No entanto, nem sempre esse método é eficaz para dar o alcance total da norma. No caso do artigo acima fala-se em datilografia. Assim, essa interpretação não resolve porque se nos apegarmos unicamente pela letra da lei, não se poderia utilizar o computador.
- Teleológico: o que o intérprete tenta identificar é a intenção do legislador ao editar a norma. Assim, mesmo sem previsão expressa, podemos utilizar o computador continuando o exemplo do art. 9º do CPC.
- Sistemática: o intérprete se utiliza de diversos artigos em conjunto para extrair um sentido normativo único.
- Histórica: por vezes é necessário buscar elementos anteriores à lei, elementos históricos para compreender o motivo de existir aquele instituto.
Art. 5º, LXIX, CF - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Alcance: (até onde fazer) 
- Declaratório: busca o sentido preciso da norma. Ex.: Art. 150 do CP: Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
- Restritiva: o próprio texto legal restringe o alcance da norma.
- Extensiva: é possível estender o alcance da norma. 
Origem: (quem faz?)
- Autêntica: é aquela feita pelo próprio produtor da lei, pelo legislador, quando este dá o sentido de interpretação à lei por meio do texto legal. 
- Judicial: é aquela feita pelo juiz, ele é quem vai interpretar a lei. É sua função precípua. O julgador não pode se abster de julgar, tem que decidir, mesmo que não haja lei. Ainda que conclua que não existe amparo legal para determinada pretensão da parte, o juiz é, por excelência, um intérprete da lei. Essa interpretação é essencial porque tem que convergir, em última análise, para uma interpretação mais ampla. 
- Científica: se dá no plano da Ciência, é feita pelo estudioso do Direito. É a interpretação do doutrinador. 
22 – 08 – 2013
Aplicação da Norma Processual Penal no Tempo:
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
A lei processual penal tem vigência a partir do momento em que é editada – tempus regit actum – pouco importando se é mais benéfica ou mais gravosa, mantida a validade dos atos já praticados.
Exceções:
1 – Lei de Introdução ao Código de Processo Penal: normas sobre prisão preventiva e fiança retroagirão se forem mais benéficas. Assim, com o advento de uma lei mais benéfica ela pode ser aplicada ao caso concreto. Aqui vigora a retroatividade da lei mais benéfica.
Art. 2º da Lei de Introdução ao Código de Processo Penal: À prisão preventiva e à fiança aplicar-se-ão os dispositivos que forem mais favoraveis.
Art. 312: A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.
2 – As normas processuais podem ser puras ou mistas (construção doutrinária):
Norma Processual Penal Pura: regula unicamente aspectos processuais;
Norma Processual Penal Mista: regula aspectos processuais e aspectos do direito material. Comporta-se como se fosse norma de direito material, por isso, é aplicada a retroatividade. 
Aplicação da Norma Processual Penal no Espaço:
- Regra: Territorialidade: 
Art. 1º: O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
Em qualquer Estado da Federação que ocorra o crime é o mesmo Código de Processo.
- Exceções: 
Art. 1º: I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
Estabelecem regras processuais que são aplicadas em território nacional mas se originaram fora do país. Tais normas prevalecem porque são especiais. Ex.: estatuto de Roma – Tribunal Penal Internacional. Crime de genocídio praticado por um brasileiro. 
Extraterritorialidade Material ou de Território Ficto: trata-se de território criado por uma ficção – os fatos serão processados no Brasil, ainda que cometidos no estrangeiro. Ex.: Arts. 6º e 7º do CP: Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreua ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Extraterritorialidade Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
Aplicação da Norma Processual Penal às Pessoas:
- Aplica-se a toda e qualquer pessoa que esteja em território nacional (extraterritorialidade material ou ficta);
- Imunidades: algumas pessoas são dotadas de imunidades. Estas estão fora do âmbito de incidência do direito processual. Isso ocorre por meio da incidência da Convenção de Viena - 1961:
* Agentes Diplomáticos: representam um Estado em território estrangeiro; não podem ser presos em flagrante, não se pode exigir fiança. Só podem ser julgados por crimes cometidos no Brasil se houver o mesmo crime na lei de seus países de origem; Os ambientes e objetos diplomáticos são invioláveis; Tais pessoas não podem ser citadas ou intimadas. A convenção assegura a inviolabilidade dos domicílios e objetos; Possuem imunidade absoluta. 
* Agentes Consulares: tratam-se de escritórios locais de representação. Convenção Própria – Convenção de Viena - 1963. Agentes com atuação limitada. Somente os fatos ocorridos no exercício da atividade consular são dotados de imunidade. Ex.: motorista do consulado levando o cônsul à uma reunião atropela uma pessoa = imunidade. Motorista do consulado dirigindo um carro particular = não tem imunidade. 
* Agentes Políticos: membros do Executivo e do Legislativo são dotados de imunidades. 
Art. 53. da CF: Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
Restrição quanto ao alcance probatório de seu testemunho.
Art. 86, § 3º da CF: Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
No caso dos agentes políticos as imunidades são relativas e, em alguns casos, quase absoluta.
23 – 08 – 2013
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO PENAL
Explícitos: destinam-se a estabelecer premissas para a relação processual penal – relação que se dá entre Estado e Indivíduo. Possuem natureza publicística. 
Tais princípios se voltam:
Indivíduo: procura identificar direitos e garantias individuais, garantias autênticas da liberdade. O legislador prevê que os princípios têm uma finalidade útil para preservar a liberdade do réu. Alguns princípios se destinam de modo preferencial à preservar/salvaguardar a liberdade do acusado.
- Princípio do Acesso à Justiça: 
Art. 5º, XXXV, da CF: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
O Direito Penal somente se concretizará a partir de uma atuação judiciária. Assim, o réu somente poderá ser privado da liberdade por determinação do Judiciário. É dever do Poder Judiciário apreciar necessariamente a ocorrência de ameaça a direito ou lesão. Nenhuma prisão será alheia ao controle do Judiciário. O réu somente poderá ser julgado por seus crimes através do Poder Judiciário. 
Toda vez que o réu for objeto de lesão ou ameaça tem o direito de se socorrer do Judiciário. Não se pode retirar do réu a prerrogativa de se socorrer do Judiciário. A sua condição de réu não obsta o seu acesso à justiça. 
Função dúplice do Princípio:
1. O direito material só pode ser aplicado pelo Judiciário;
2. Toda vez que o réu sofre uma lesão ou tem um direito ameaçado no curso do processo ele tem o direito de se socorrer do Judiciário.
- Princípio do Contraditório e Ampla Defesa: 
Art. 5º, LV, CF: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Contraditório: é uma atividade bilateral das partes por meio da qual há questionamentos. É o princípio que assegura às partes a ciência bilateral dos atos do processo e a possibilidade de contrariá-los/contraditá-los. Só há a possibilidade de contraditar na medida em que é tomado conhecimento da ação, o réu tem o direito subjetivo de contraditar. É um direito do réu tomar ciência dos atos do processo e contraditá-los se assim achar cabível. A decisão judicial só é valida se proferida após o contraditório real e efetivo – o contraditório no processo penal é indisponível. Não se satisfaz com a mera possibilidade de existir. O contraditório tem que ocorrer de qualquer jeito, o réu tem que impugnar a tese da acusação. O contraditório tem que ser estabelecido, ainda contra a vontade do réu. É assegurado aos acusados em geral.
Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.
Art. 396-A, § 2º do CPP: Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.
Não ocorre revelia, se não apresentar contestação no prazo legal, o juiz é obrigado a nomear um defensor. O juiz é obrigado a formar o contraditório, ainda que contra a vontade do réu. 
Se o defensor perder esse prazo, o juiz nomeia um segundo defensor.
Art. 14: O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
No inquérito há uma possibilidade de haver o contraditório e sua ausência não causa nulidade ou prejuízo.
Ampla Defesa: é uma possibilidade do réu empregar todos os meios e recursos disponíveis em lei para a preservação de sua liberdade. É possível alegar qualquer coisa que seja possível de se utilizar como defesa. A defesa tem que ser ampla, não se pode estabelecer matérias que não possam ser argüidas pelo réu, exceto as restrições legais como, por exemplo, a prova ilícita. Assim, não havendo proibição legal é defeso ao julgador proibir. Apresenta-se de duas formas simultâneas:
- Auto Defesa: consiste na possibilidade de o próprio réu se defender; essa autodefesa tem que ser possibilitada. O interrogatório é um último ato do procedimento. Há em seu interrogatório a possibilidade de se fazer uso da prerrogativa da auto defesa: ou réu pode falar ou permanecer em silêncio.
- Defesa Técnica: temos que assegurar ao réu uma defesa técnica no curso do processo. Tem que ser auxiliado tecnicamente. Assim, defesa técnica é obrigatória e indisponível. 
Tem haver uma conjugação entre a autodefesa e a defesa técnica.
Art. 187, §2, VIII: se tem algo mais a alegar em sua defesa.
Forma qualificada da Ampla Defesa: Assistência Jurídica: é mais ampla ainda conforme a CF: consiste no uso de meios e recursos sem previsão legal e que não ofendam a ordem pública.
Art. 5º, XXXVIII: é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa; 
Ex.: no júri pode ser utilizada até mesmo carta psicografada porque o júri não é julgamento técnico. Assim, é possível se utilizar de qualquer meio de prova, mesmo que não seja reconhecido pelo CPP. O réu pode se utilizar de todos os meios de prova possíveis. O meio de prova pode até mesmo ser utilizado sem autorização desde que não tenha proibição. Já o julgador tem que se utilizar do que consta em lei. 
29 – 08 – 2013
- Princípio da Assistência Jurídica
Art. 5º - LXXIV – CF: O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiênciade recursos;
O Estado deve assegurar a assistência aos que comprovarem insuficiência de recursos. Essa insuficiência pode ser absoluta ou relativa.
Insuficiência é diferente de Pobreza: não é a pobreza que vai determinar a insuficiência.
Insuficiência: o indivíduo pode não ter condições para custear a representação num caso concreto. Não se pode sacrificar a subsistência do indivíduo para que este tenha acesso à justiça, assim, o Estado lhe concede um defensor se lhe faltar recursos. 
Garantia constitucionalmente assegurada àquele que não consegue contratar um profissional por seus próprios recursos.
Não é assistência judiciária, é assistência jurídica.
Assistência Judiciária: ocorre no curso do processo;
Assistência Jurídica: consiste em uma idéia mais ampla de assistência, é o apoio de um profissional habilitado para responder dúvidas no âmbito jurídico, pouco importando em que situação seja. Tem o intuito de abranger situações que se encontram à margem do Judiciário. Por vezes, o jurisdicionado só quer ser ouvido. É a representação de um assistente em caráter consultivo ou atuante no processo.
No curso do inquérito, no entanto, é pouco provável que se consiga tal assistência: o réu acaba se tornando um objeto do inquérito. 
O mesmo ocorre quando é julgado e condenado. O preso comum quando cai no sistema é um derrotado. Na execução penal normalmente o réu não tem mais dinheiro porque já gastou tudo para não ser condenado.
Por isso, existem muitos agentes que acabam ficando além do tempo presos, ou que talvez conseguiriam uma situação melhor por uma revisão penal e não conseguem por essa falta da assistência jurídica.
Assim, quem tem um advogado particular acaba sendo privilegiado.
Em suma, o acusado deveria ter assegurada a assistência jurídica não só durante o processo mas, também, na execução da pena. 
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Estado: necessário se faz estabelecer restrições ou obrigações ao Estado.
- Princípio do Juiz Natural:
Art. 5º, XXXVII – CF: não haverá juízo ou tribunal de exceção;
Art. 5º, LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
Não se pode ter um juízo ou tribunal que, criado após o fato, seja competente para analisá-lo. Não se pode ter um juízo ou tribunal para julgar fatos ocorridos posteriormente.
Não se pode permitir a existência de tribunais de exceção (ad hoc).
Exemplos advindos do Direito Internacional:
Ex. 1: Tribunal de Nuremberg: ocorreu no final da Segunda Guerra Mundial para julgamento dos nazistas. O sentimento comum era que os crimes cometidos eram crimes contra a humanidade, não importando o que dizia a lei alemã: homicídio é crime em qualquer lugar do mundo, logo, matar judeus é crime em qualquer lugar do mundo. Tal Tribunal foi admitido e a maior parte dos agentes foi executada, poucos foram absolvidos e grande parte pegou longas penas ou prisão perpétua. A cidade de Nuremberg foi escolhida para nomear o Tribunal porque era o local onde o partido nazista realizava suas convenções. Era uma cidade histórica para a formação do Estado Alemão. 
Ex. 2: Tribunal de Tókio para os crimes que foram praticados pelos altos comandantes do Japão. 
Ex. 3: Mais recentemente, Tribunais especiais da ONU (Iraque, Bósnia).
Esses Tribunais tendem a cair porque existe o Tribunal Penal Internacional (TPI). No entanto, um bom número de países não aderiu ao Estatuto de Roma (TPI) – diga-se de passagem, o principal país que não aderiu foi os EUA. O argumento utilizado é que os EUA não pode correr o risco de seus soldados serem acusados por crimes contra a humanidade porque tal nação é sempre requisitada em momento de guerra. No entanto, tal justificativa não encontra guarida, mesmo porque quando os EUA estão intervindo em outros países, não é possível por parte de seus soldados condutas ilícitas pois tais condutas são tipificadas como crimes pela própria lei dos EUA.
 
No Brasil, todo e qualquer réu, só pode ser julgado se for instaurado um Tribunal previamente e não posteriormente. Assim como não se pode criar um órgão para julgar determinado crime. 
No caso dos crimes cometidos da Ditadura o MPF tem defendido a condenação pelos crimes de ocultação de cadáver porque tal crime é imprescritível (o crime se procrastina enquanto o cadáver estiver oculto). A anistia valeu para ambos os lados durante o período de 61 à 79. 
Apesar do nome do princípio, o importante em si não é a pessoa do juiz. O que não pode ocorrer é a criação de um órgão jurisdicional para julgar determinados crimes anteriores a sua criação. Assim, dentro do universo de julgadores há um critério de atribuição de competência. Por isso que há o juiz cível que julga a lide no âmbito cível. O juiz do trabalho que julga ações do trabalho etc.
A competência é um fracionamento de atribuições. São estabelecidos critérios de divisão do trabalho. Assim, só um juiz criminal pode apreciar questões nesse âmbito. O processo que tramita na 2ª Vara não pode ser julgado pela 1ª Vara. Isso para que seja mantida a segurança jurídica. 
- Paridade de Armas
Art. 5º, caput: Todos (PF, PJ, Entidade pública ou privada) são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Tais institutos tratam de um desdobramento do contraditório. O mesmo que é dado à defesa é dado à acusação.
Estabelece uma igualdade formal (igualdade perante a lei). As duas partes são, em regra, iguais.
Por vezes, a paridade de armas pode ser quebrada pelo próprio ordenamento, mas somente se justifica em favor da defesa. É por isso que existem recursos exclusivos da defesa. Assim, essa igualdade formal deve ceder toda vez que a igualdade material for preponderante. Algumas vezes a prova ilícita pode ser utilizada pelo réu por concessão do próprio ordenamento.
A paridade de armas estipula regras claras que valham para ambos. A mudança só é cabível quando aplicada para favorecimento da defesa e mediante justificativa. Estabelece uma regra mínima de interpretar de maneira igualitária situações iguais.
30 – 08 – 2013
Princípio da Licitude da Prova 
O ordenamento jurídico estabelece regras para a produção das provas, estabelece regras para a coleta e apresentação em juízo de elementos de informações sobre o fato. O Estado deve zelar para que essas provas somente gerem efeitos na medida que são obtidas de forma lícita.
Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
Tais provas são inadmissíveis, isso quer dizer que elas não podem fazer parte do processo. Tais provas não podem chegar, se quer, à apreciação do juiz e, se chegando ao seu conhecimento e sendo constatado que são ilícitas, devem ser desentranhadas (retiradas) dos autos. 
Art. 157, CPP: São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
Conceito de Prova Ilícita: entendidas como as provas obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 
Ex.: confissão mediante tortura, interrogatório sem a presença do advogado. 
Há provas procedimentalmente ilícitas e materialmente ilícitas. 
Quem administra o conjunto de provas trazidas pelas partes e faz o julgamento de licitude das mesmas é o juiz. É ele o responsável pela gestão das provas.
Princípio do Tribunal do Júri
A existência do Tribunal do Júri é uma obrigação constitucionalmente imposta ao Estado no plano das garantias constitucionais.
Art. 5º, XXXVIII: é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
Por se encontrar no art. 5º da CF, sua instituição se torna cláusula pétrea, assim, o Estadonão pode deixar de instalar o Tribunal do Júri.
É uma imposição ao Estado porque o Tribunal do Júri exerce uma função muito importante num Estado Democrático: dá ao agente a oportunidade de ser julgado por seus pares, para lhe permitir diálogo melhor com seus julgadores. Em tese, sendo julgado por alguém de mesma classe, haveria um senso comum que é compartilhado com o réu.
Essa é uma garantia muito relevante que remonta de períodos históricos e, por ser tão importante, foi incorporada a diversas constituições ocidentais.
Esse julgamento pelos pares, essa idéia de júri é mais restritiva, para garantir que a maioria dos casos tenha um julgamento técnico, coisa que o jurado não é. A única exigência feita é que o jurado tenha 18 anos e seja alfabetizado. Em alguns casos, excepcionalmente, não é requisito a alfabetização. Ex.: cidades do interior onde só há pessoas muito humildes, sem instrução.
As peças são lidas em plenário, assim, mesmo um analfabeto pode entender o que está ocorrendo.
Subprincípios
a) a plenitude de defesa: possibilidade de se socorrer, inclusive, de meios não previstos em lei, desde que não sejam expressamente vedados ou, manifestamente contrários à ordem pública. Ex.: não se pode levar uma stripper para fazer reconstituição do crime;
b) o sigilo das votações: os jurados são pessoas do povo, tem seus afazeres rotineiros. O sigilo das votações é uma garantia que os jurados têm de não sofrer pressão, se sofrerem pressões o resultado do julgamento fica comprometido. Por isso que são protegidos por um sigilo, na medida em que pessoas alheias ao conselho de sentença não podem conversar com os jurados e, aquilo que é deliberado na sala secreta também se dá em regime de sigilo. Não sabemos qual jurado voltou em quê.
c) a soberania dos veredictos: o veredicto é o resultado da votação. Veredicto é o juízo formulado pelos jurados a respeito da culpabilidade do acusado. É o momento pelo qual os jurados definem se o fato ocorreu, se o réu é seu autor e qual é o parâmetro que o juiz deve seguir para a cominação da pena. Sendo os jurados protegidos por sigilo é evidente que esse veredicto prevalece sempre. 
Soberania dos Veredictos: não se pode discutir o mérito da votação dos jurados, não se pode discutir os argumentos pelos quais os jurados votaram nesse ou naquele sentido, até porque não se tem acesso a esses argumentos, não foi acompanhada a votação. O que o jurado decidiu no mérito prevalece ainda que à revelia da opinião do juiz presidente. O juiz presidente pode discutir se há ou não uma nulidade, é a chamada contrariedade à prova dos autos: quando a prova dos autos, mesmo para um observador externo, independente e imparcial, conduza para um sentido diverso daquele decidido. Qualquer pessoa que analise aquela decisão dos jurados em comparação com as provas, concluirá que aquela decisão não se sustenta. Ex.: o réu confessou, foi detido em flagrante com a arma do crime na mão. Os jurados absolvem por falta de prova da autoria. Isso geraria nulidade porque está tudo demonstrando que o réu é o verdadeiro culpado.
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida: homicídio em todas as suas formas, salvo a culposa; induzimento, instigação, ou auxílio ao suicídio; as diversas formas de aborto e o infanticídio. 
São poucos os crimes mas, o legislador brasileiro, por uma tradição que remonta ao séc. XIX, destina esses casos de crimes dolosos contra a vida para o Tribunal do Júri, por uma concepção de que, por se tratar de condutas dolosas contra o bem jurídico mais valioso que existe, é lícito oferecer ao réu a oportunidade de ser julgado pelos seus pares. Até porque o jurado pode compreender melhor as razões que levaram o réu a cometer aquele crime. 
Entende-se que o constituinte derivado pode ampliar o rol do Tribunal do Júri. Até mesmo o legislador ordinário poderia ampliar também. 
Princípio da Publicidade
É uma obrigação para que o Estado, na pessoa do juiz de direito, assegure o caráter público dos julgamentos. Esse julgamento pode ser assistido ou, ao menos, seu resultado pode ser conhecido por qualquer pessoa do povo.
Art. 5º, LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
O juiz deve zelar para que as previsões legais a respeito da publicidade dos atos seja observada. Trata-se de um requisito de legitimidade da atuação do Judiciário e seu “controle pela população”. Ex.: direito de saber quais são os argumentos que o juiz leva em conta no momento de interrogar a testemunha. O cidadão tem o interesse em saber como o Estado busca privar alguém de sua liberdade.
Essa publicidade também se projeta em relação às partes. Assim, o juiz deve dar conhecimento às partes sobre os atos processuais. Não se pode restringir o conhecimento dos atos judiciais pelas partes, mas é possível relação a terceiros.
Art. 5º, X: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
No entanto, há uma restrição à publicidade para não haver violação à intimidade. Há situações em que não se pode dar publicidade plena aos termos e atos do processo para que não ocorra a violação à intimidade das partes e até mesmo, de um terceiro. Ex.: sigla para preservar o nome das pessoas em crimes sexuais. 
Nem todos os atos devem ser publicados, desde que justificados. 
Os danos causados pela violação à intimidade não são superados pelos benefícios que a publicidade dos atos processuais traz para a sociedade. 
O juiz pode inclusive, de ofício, determinar o sigilo. É o juiz que faz o controle dessa restrição.
Defesa do Interesse Social: há determinadas questões que podem gerar perturbações sociais graves se divulgadas.
Princípio da Legalidade da Prisão Cautelar
Prisão Cautelar: é toda e qualquer privação de liberdade anterior ao trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Antes desse título “executivo” é possível privar alguém de sua liberdade? Sim, desde que observados o conjunto de princípios estabelecidos na CF. 
Essa prisão cautelar se justifica para assegurar o fim útil do processo. 
Art. 5º, LXI: ninguém será preso senão em flagrante delito (está praticando ou acabou de praticar o delito) ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
Requisitos:
- Flagrante delito;
- Ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente: não é ordem de qualquer pessoa, somente daquelas pessoas que possuem competência para fazê-lo, aparece a figura do juiz natural. Essa ordem é exigida, inclusive, quando já houve o trânsito em julgado: expedição de mandado de prisão para que o réu seja localizado e encaminhado à uma delegacia para cumprir pena. O juiz não pode decretar sem fundamentar a hipótese cabível.
Art. 5º, LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
Art. 5º, LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
Coaduna com a Publicidade. Eventual abuso tem que ser responsabilidade de quem o praticou.
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
O Estado tem o dever de zelar pela legalidade das prisões e, se o juiz constata de plano a ilegalidade, ele tem que relaxar a prisão, independentemente de pedido da parte. 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
04 – 09 – 2013
Princípio da Razoável do Processo
Art. 5º, LXXVIII, CF: a todos, no âmbito judicial e administrativo,são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Razoável Duração do Processo é diferente de Celeridade.
O Estado tem que zelar pela celeridade do processo. 
Razoável Duração do Processo: significa dizer que, para cada processo, tem que ser assegurada a exata medida de tempo para que se forme a prova. A razoável duração do processo dá uma visão ampla deste, no entanto, também preceitua que suas partes devem ser individualmente consideradas. Não se pode procrastinar e nem fazer com que o processo ande rápido demais a ponto de prejudicar o exercício da defesa. É a razão que determinará porque um processo é julgado em um ano e meio, outro em 6 meses ou mais etc.
Celeridade: trata-se do padrão comum, o processo tem que caminhar rapidamente. 
Em determinados casos, o processo tem que ter uma duração mais lenta por conta de suas características peculiares. 
O processo tem que ter uma duração razoável porque temos que seguir a legalidade estrita da prisão cautelar. 
Esse princípio anda de mãos dadas com a legalidade estrita da prisão cautelar. Isso tem uma grande importância porque a liberdade, uma vez privada, não é passível de restituição. A medida de liberdade que foi tirada do réu não pode ser restituída. 
Não dá pra devolver o tempo perdido, no entanto, é possível receber uma indenização por parte do Estado. 
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS DA CF 
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: é deduzido a partir de uma interpretação sistemática do art. 92 da CF: São órgãos do Poder Judiciário: I - o Supremo Tribunal Federal; I-A o Conselho Nacional de Justiça; II - o Superior Tribunal de Justiça; (...)
A CF estabeleceu as atribuições de cada Tribunal pelas competências:
Art. 102: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: II - julgar, em recurso ordinário:
A CF se vale da divisão de competências. Assim, nela está implícito que o jurisdicionado tem o direito de pleitear o reexame de uma decisão singular. A CF garante esse duplo grau de jurisdição – no Processo Penal – porque é a liberdade que está em jogo, não se pode errar porque não é possível reconstituir. A decisão tem que ser a mais perfeita possível.
O mérito da causa tem ser assegurado através do reexame por um outro juízo. Isso permite um debate entre os julgadores com mais idade, mais experiência. 
É necessário o uso do instrumento adequado para o reexame, o recurso tem que ser o recurso adequado.
O direito ao recurso se baseia em 3 fundamentos:
1. Natureza Filosófica: toda e qualquer decisão humana é suscetível de falhas; o ser humano é falho e, por esse motivo em especial, quando sua decisão repercute na liberdade é necessário esse reexame;
2. Natureza Política: consiste no exercício do poder. É da essência da Democracia que cada poder seja objeto de controles, tanto externos quanto internos. 
Externos: freios e contrapesos (o chefe do Executo pode ser sujeito de impeachmant pelo Judiciário). 
Internos: são controlados internamente através de mecanismos internos do uso do poder, é imposta uma sanção. No caso do Judiciário há uma sanção administrativa onde o magistrado tem que reconhecer o erro e mitigar os seus efeitos. O recurso permite aos órgãos de cúpula (juízes mais experientes) ver até que ponto não há um abuso do juiz. 
3. Mecanismos de Padronização: deve existir uma padronização do entendimento. Uma fonte comum de consulta, sobre um mesmo caso, que se verifique em regiões diferentes. A independência do juiz deve ser respeitada mas, temos também as Súmulas Vinculantes que acabam restringindo essa independência. A padronização é importante para que, com o tempo, se formem consensos. É assegurada a existência do duplo grau, deve ocorrer o acesso estável à Jurisdição, ainda que através do recurso, para que o jurisdicionado tenha sua matéria reexaminada. “Cada juiz não pode ser senhor de vida e morte do jurisdicionado”.
Independentemente do resultado, tenho direito ao recurso. O recurso é uma prerrogativa que a parte pode fazer uso ou não. 
O duplo grau de jurisdição também é assegurado pela Convenção internacional de Direitos Humanos.
Princípio da não auto incriminação
- O silêncio é exercido na medida em que, o réu se mantendo em silêncio, impede que seja fornecido algum elemento normativo que me incrimine. 
- O Estado não pode forçar o réu a cooperar com o acusador.
- Destina-se a impedir que o réu produza provas contra si mesmo, não se pode forçar alguém a falar. 
- Não se pode obrigar o réu a produzir prova contra si mesmo por qualquer meio disponível (ex.: não pode obrigar a confessar, soprar o bafômetro).
Tal princípio é uma derivação do direito ao silêncio, não apenas no sentido comunicacional mas, qualquer postura de cooperação forçada entre réu e acusador. 
O réu pode se valer do direito de permanecer em silêncio. Não se pode forçar o réu a colaborar com seu acusador porque ao Estado é garantido o poder de fazer a prova, pode chamar pessoas a prestar depoimento, tem a polícia, ou seja, o Estado tem meios para buscar a culpabilidade do réu. 
Não se pode forçar atribuindo ao acusado um dever de colaboração com aquele que o acusa. 
Antes, havia a determinação de se provar o bafômetro para que fosse considerado inocente visto que ou era o bafômetro ou o exame de sangue. Atualmente o bafômetro é utilizado justamente para ressaltar que não está alcoolizado, visto que é cabível qualquer meio de prova em direito para que se prove a embriaguez. 
O réu só pode se autocriminar desde que seja de forma voluntária, se a autoincriminação for voluntária e, o resultado for desfavorável, não há como recorrer – foi o réu que quis fazer o bafômetro. 
06 – 09 – 2013
Princípio (Implícito) do Produtor Natural – CF arts. 127 e ss.
Não é um princípio pacífico na Doutrina.
É o conjunto de regras voltado à organizar o MP. O MP tem uma função precípua de acusador = o MP é o titular do exercício do direito de ação do Estado.
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Por esse princípio é possível identificar regras de competências: qual promotor atua em determinados. 
SE o Estado assume uma limitação que vem da idéia de juiz natural, quando atua na função de acusador deve haver a mesma limitação.
No entanto, há divisões funcionais dentro do MP que é algo semelhante à idéia de juiz natural. 
Ainda assim, tal princípio tem uma mitigação que é a possibilidade de se escolher determinados promotores em determinados casos.
Art. 28 do CPP: Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Mesmo com essas mitigações, deve haver regras claras que determinem qual promotor atua em determinadas situações. 
Tais regras ficarão mais claras quando estudarmos competência.
Princípio da Correlação entre acusação e sentença
Funciona como um raciocínio inverso da idéia da ampla defesa.
A acusação é restrita e sua principal restrição é em relação à matéria de fato (prova de que o fato ocorreu e indícios de autoria). Essa correlação se dá no plano dos fatos, das provas. 
Se o acusador somente pode oferecer denúncia diante de prova, ainda que em caráter precário, o Estado só pode julgar nos exatos limites da ação formulada. A sentença deve refletir sempre uma analise fiel de tudo quanto foi alegado pelo acusador. O acusador não pode oferecer, por exemplo, uma ação penal por furto e,ao final, o juiz condenar por estupro. 
O juiz fica vinculado em relação ao que foi pleiteado inicialmente (pleiteou furto e, no curso do processo, a provas mostram que foi roubo). 
Os fatos alegados na inicial, devem ser esses mesmos fatos a ser analisados na sentença. 
A acusação é restrita a matéria de fato alegada e provada pelo acusador e o juiz está restrito á isso.
Princípio da Vedação da Dupla Punição
Decorre da idéia de coisa julgada. Se há uma decisão que não pode ser suscetível de recurso, absolveu o réu, transitou em julgado. Ele pode ter até cometido o crime e confessado – não se pode rever uma decisão absolutória que foi conseguida por erro. 
A decisão se estabiliza, se tornou imutável. 
Ex.: homicídio, júri, STJ – STF – não conseguiu – a decisão do júri foi transitada em julgado. Após isso surgem provas que qualificariam o processo, não se pode abrir uma nova ação pelos mesmos fatos. 
Não se pode atribuir uma punição adioncional por uma prova que veio posteriormente. 
Exceção: no entanto, é possível que a defesa revisão de um processo findo. É um instrumento exclusivo da defesa, novas provas para abolver ou diminuir a pena, as novas provas podem ser trazidas a qualquer tempo (não tem prazo decadencial). Revisão criminal – há determinadas causas de pedir que não fazem coisa julgada.
Diante da absolvição não se pode buscar a condenação. No entanto, em relação a condenação pode se buscar a absolvição, com base em novas provas (somente a defesa).
Art. 621: A revisão dos processos findos será admitida:
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos;
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.
Estão intimamente ligados e dependem da observância dos outros princípios: DEVIDO PROCESSO LEGAL – seria o resumo de todos os princípios.
Art. 5º, LIV: ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
Devido Processo Legal: só existem quando todos os princípios são respeitados no caso concreto. Houve um juiz natural? Houve ampla defesa? Foi assegurado o duplo grua de de jurisdição? 
É um princípio de princípio – é um metaprincípio – está acima dos demais, extrai o seu conteúdo do conjunto de todos os outros princípios. Faltando qualquer princípio o devido processo legal não foi aplicado no caso concreto – respeitadas as mitigações peculiares de cada princípio.
Princípio da não consideração prévia de culpabilidade – presunção de inocência
Também é um metaprincípio. Falhando quaisquer um dos princípios, esse também falha. 
Art. 5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Não se pode mitigar esse princípio, ninguém é culpado antes do trânsito em julgado. 
Ex.: prisão cautelar seja utilizada como antecipação de tutela no processo penal. – 
Leva à proteção da inocência.
Está correlacionado ao devido processo legal.
13 – 09 – 2013
INQUÉRITO POLICIAL
Embora seja o meio mais freqüente de obtenção de informação, não é o único. 
Investigação: buscar informações sobre um fato pretérito. 
Toda ação penal é associada a um fato que, em tese, deve ser típico, antijurídico e culpável. 
Conceito de Investigação: atividade humana destinada à obtenção de elementos informativos sobre um fato determinado. Não há uma finalidade específica. 
É impossível chegar próximo a 100% da verdade, mas é possível chegar bem próximo. Assim, a investigação será pautada por limitações de fato e limitações relacionadas a própria natureza dos fatos. 
Isso porque para ter uma verdade absoluta seria necessário “uma máquina do tempo”.
É tão importante existir provas que não houve um fato criminoso quanto as provas de que ele ocorreu.
A verdade real é inatingível, mas tenta ser alcançada. 
Ex.: inquérito de morte a esclarecer – não dá pra saber qual foi a causa da morte. A pessoa morreu mas não se sabe de quê. 
O fator tempo é importante para que não se comprometa a perícia, mesmo em casos em que não há uma ilicitude manifesta é importante o inquérito porque ele dá os elementos mínimos, ao menos para que se prove uma morte acidental. É possível ter uma certeza muito próxima de 100% para buscar essa verdade real.
Formas de Investigação
É necessário ter um potencial criminoso no fato. O fato tem que ter relevância para o sistema penal. 
Quem é que desempenha a atividade humana de investigar?
- Particulares: qualquer pessoa do povo pode investigar um fato, qualquer pessoa do povo pode obter informações. É possível obter declarações por via particular. O advogado também pode, mas tem fé pública limitada. O juiz é quem vai fazer a valoração das provas. Ex.: alguém bate no carro e a vítima tira uma foto. 
- Investigações Públicas:
* Judiciárias: investigações presididas por um membro do Poder Judiciário. Um membro do Judiciário que obtem as informações:
Antiga Lei de Falências Lei 7.661/45: o juiz responsável pela falência era também o juiz competente não só para julgar mas, também para investigá-los. Esse sistema foi mudado em 2005, a investigação se dá em separado.
Formas de Investigação previstas nos Regimentos dos Tribunais: estabelecem, em regra, duas grandes formas de investigações que são presididas por juiz, desembargadores, ministros:
1. Crimes nas dependências do Tribunal;
2. Crimes envolvendo prerrogativa de foro; 
Dispositivos Relacionados:
- Regimento interno do STF, arts. 43 e 44;
- Regimento interno do STJ, arts. 88 e 89;
- Regimento interno do TJSP, arts. 92, §§ 3 e 4;
* Legislativas:
Câmaras de Vereadores, Assembléias, Senado Federal.
Súmula 397 do STF: o poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federa, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e realização do inquérito. 
A investigação incumbe a própria casa administrativa quando o crime ocorre dentre da casa. É a própria polícia legislativa é quem investiga.
- CPI: Comissão Parlamentar de Inquérito – Lei 1.579/52. 
* Administrativas em sentido amplo: refere-se ao Executivo e aos órgãos autônomos. 
- Investigação Ministerial: realizada pelo Ministério Público. Art. 41 da Lei 8625/93: quando há indícios de crime praticados por membros do MP é o próprio MP quem investiga. 
- Inquérito Civil Público: não tem a finalidade de apurar a propositura de ações penais. Ampara uma ação civil pública – Lei 7.347/85.
- Processos Disciplinares: processos administrativos que impõe sanções a pessoas alheias à administração pública, direta ou indireta
- Processos Sancionadores: processos administrativos que impõe sanções a pessoas dentro da administração pública, direta ou indireta.
Ex.: agências reguladoras, CVM compra e venda de ações, CADE, IBAMA.
- Inquérito Policial Militar – Art. 9º, CPPM: tem um mecanismo próprio de investigação no âmbito interno.
- Inquérito Policial. 
19 – 09 – 2013
INQUÉRITO POLICIAL – Arts. 4 a 23 do CPP
Características:
1. Procedimento: conjunto de atos próprios previstos em lei estabelecidos pelo legislador. É estabelecida uma ordem ideal para a realização desses atos que pode ser, até mesmo, fora de ordem. Não há aplicação de direito material – visa consolidar os elementos obtidos. Tem natureza de procedimento e sem a natureza de processo – não há um julgamento. Consiste em aplicação de normas de natureza procedimental. É um procedimento no sentido de ser uma sequência de atos.
É um procedimento administrativo. 
A autoridade policial é um agente administrativo, os atos da autoridade policial no inquérito são atos administrativos. Devem ser fundamentados, motivados. Em regra, serão vinculados. 
Tem que ser pautado nos princípiosda Administração Pública (LIMPE).
Essa natureza de procedimento administrativo é essencial para compreender como esse inquérito deve se desenvolver. O delegado não pode fazer da maneira que quer, visto que é um ato vinculado.
Quando o delegado deixa de fazer algo também tem quem ser fundamentada. 
Observância estrita da legalidade, deve seguir os parâmetros estabelecidos em lei, não se pode inventar atos de polícia judiciária não previstos em lei.
 
2. Natureza Inquisitória
 
O delegado busca obter informações. 
3. Formal e Escrito:
É um procedimento formal visto que o código estabelece um rito próprio para a realização dos atos.
Os atos de inquérito devem ser escritos.
Art. 9º do CPP: Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
4. Obrigatoriedade (PROVA)
Não se confunde com a idéia de obrigatoriedade para a Ação Penal mas, é obrigatório para a polícia judiciária.
Quando a autoridade policial toma conhecimento de um crime não pode se recusar a instaurar o inquérito.
O delegado tem que avaliar os elementos para averiguar se vai ou não ser aberto o inquérito.
É uma obrigatoriedade voltada para a polícia judiciária. 
O inquérito não é obrigatório para a Ação Penal: 
Art. 12.  O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
Art. 27.  Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.
Sigiloso
Não há uma acusação formal, estão colhendo provas, por isso há o sigilo.
Art. 20: A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Só excepcionalmente é que se pode dar acesso pleno. Não se consegue ver atos de inquérito livremente.
Súmula Vinculante 14 do STF: é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
Esse sigilo não é aplicado ao advogado, desde que no exercício de sua profissão.
Mesmo as investigações que são feitas pelo MP tem que seguir o mesmo procedimento.
Finalidades 
O inquérito tem várias finalidades, podem ser divididas:
Principais
- sempre estarão presentes em qualquer inquérito;
- a mais importante delas é a apuração de fatos potencialmente criminosos: exige-se o mínimo a tipicidade formal, tem que ser crime, mesmo que a princípio;
- lastro probatório para uma ação penal, isso somente se for apurado que o fato é criminoso. Necessário haver os elementos: materialidade e autoria dos fatos – são os elementos da ação penal; esse inquérito acompanhará os autos dessa ação penal; deve servir de instrumento para acompanhar a denúncia; aqui tem a finalidade de amparar a ação principal (depois da apuração de fatos potencialmente criminosos – tem que ocorrer essa fase primeiro).
Secundárias
- Apenas em alguns casos pode se afirmar a sua existência;
- servir de fundamentação para a dosimetria da pena – art. 59 do CP: a própria existência de um inquérito pode ser levado em conta de maneira negativa; Folha de Antecedentes; 
Não se pode condenar exclusivamente com base nos elementos do inquérito:
Art. 155.  O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
É possível a conjugação do inquérito e de elementos conseguidos pelo crivo do contraditório.
- Substrato para medidas cautelares: serve de base para as medidas cautelares. Tais medidas não podem ser decretadas a esmo. 
20 – 09 – 2013
POLÍCIA JUDICIÁRIA
Investigação policial é incumbência da polícia judiciária.
CF, art. 144: A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal:
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: 
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
Competências:
- Ordem política e social;
- Crimes contra bens e interesses da União;
- Atividades criminosas interestaduais/internacionais;
- Qualquer que seja a atuação do crime a polícia federal pode atuar, em até mesmo em atuações conjuntas;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
- Nesses crimes devem ser apurados pela Polícia Federal, mas não é uma competência exclusiva: tráfico, contrabando e descaminho;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;  
- Está em qualquer aeroporto, por exemplo, em vôos internacionais; geralmente tem a função de policiamento ostensivo;
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União
Esse inciso tem a síntese dos demais, que é a função de Polícia Judiciária da União.
IV - polícias civis:
§ 4º - às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
É uma competência que vem da exclusão. Investigação de ações penais que não são de competência federal.
A autoridade policial é o delegado, bacharel em direito, tem um corpo de funcionários à sua disposição para organizar e gerenciar essa força de trabalho que está à sua disposição.
Todo ato de investigação deve ser feito por um delegado, no entanto, há alguns atos que podem ser feitos sem sua supervisão. Certos atos são privativos de sua supervisão direta.
Art. 4º do CPP: A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
Qual é o delegado dotado de atribuições para verificar o que ocorreu no local de determinado fato. Local do fato, território das respectivas circunscrições. Baseia-se no território onde ocorreu o crime.
Competência (atribuição especializada) para o inquérito policial:
* Regra Geral: local do fato – art. 4º do CPP;
* Art. 4º, Parágrafo Único: A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Entes estranhos à polícia podem ter competência para investigar. Ex.: crimes contra a economia – CADE.
É possível atribuir a outras entidades administrativas mesmo dentro da polícia, isso depende da natureza da infração ou de seu autor, estabelecer um critério de especialidade diante da regra geral do caput. Ex.: pessoas dotadas de prerrogativa de foro.
Também fazem parte da Polícia Judiciária:
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Como ele nasce? 
Não surge espontaneamente, depende de alguma ação humana que lhe dê início.
Art. 5º, CPP: Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
I - de ofício;
De ofício: É o próprio delegado quem instaura o inquérito. É a portaria.
Declara quais são os fatos, abre a investigaçãoformalmente e já delega as tarefas para os seus subordinados.
Somente nos casos de Ação Penal Pública.
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Por requisição: é uma ordem, é uma determinação emanada desses órgãos para o que o delegado instaure o inquérito, o delegado é obrigado a instaurar o inquérito, é baixada uma portaria por requisição dos órgãos:
* Ministério Público;
* Juiz de Direito;
* Ministro da Justiça.
Ação Penal Pública;
Por requerimento:
Ofendido pode requerer, necessariamente a vítima ou seu representante legal. Também temos uma portaria onde constará o deferimento ou indeferimento. É instaurado por uma portaria.
Ação Penal Privada ou Ação Penal Pública;
Diferença entre requisição e requerimento
Requisição: juízo de discricionariedade;
Requerimento: pode ser indeferido;
§ 2o  Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 3o  Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
      
Por Auto de Prisão em Flagrante:
A autoridade lavra o auto de prisão em flagrante e já é instaurado o inquérito.
É dispensada a formalidade da portaria.
Nos demais casos a portaria é obrigatória, com exceção dessa última.
Depende de uma análise do caso concreto qual é a ação interposta (pública ou privada).
  
§ 4o  O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5o  Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
27 – 09 – 2013
Conteúdo do Inquérito
Atos de Investigação: atuação exclusiva do delegado.
Típicos:
Art. 6º do CPP: Art. 6o  Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
Preservação do local dos fatos:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; Garantia da atividade pericial
Vestígios materiais devem ser submetidos à perícia. Há um corpo de funcionários que faz essa análise científica, os chamados peritos. 
Apreensão de Objetos:
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; Garantia da atividade pericial
Provas que independam de ordem judicial:
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
Pode ser que seja necessário colher as provas diretamente ou sob ordem judicial (interceptação telefônica).
Art. 118.  Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo.
Coleta de Depoimentos, provas orais:
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura;
Vítima, testemunhas, indiciado.
A pessoa contra qual se apontam indícios de autoria são colhidos sem o compromisso de dizer a verdade.
O indiciado será ouvido sob as regras do interrogatório judicial.
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
Indiciamento: consolida por termo, indícios de autoria aptos a determinar a pessoa como possível culpado.
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
A partir daquele momento se torna um indiciado. Já há um direcionamento das investigações contra aquela determinada pessoa.
Art. 14: O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
O indiciamento é ato exclusivo do delegado. O indiciamento é um ato que direciona os atos da polícia contra determinada pessoa. 
O ato de indiciamento é muito difícil de retirar da ficha, persegue o cara para o resto da vida. É melhor ser denunciado e ser absolvido, do que ser indiciado e depois ser arquivado.
Atípicos:
Não estão previstos em lei. 
Podem ser praticados em juízo ou no decorrer do inquérito. 
Vem do CPP e de outras leis.
Ex. do CPP: 
Art. 240: A busca será domiciliar ou pessoal.
Buscar a arma do crime. 
Ex. de outras leis:
Interceptação telefônica.
O inquérito não pode durar indefinidamente, é sujeito a prazos. Pode ocorrer a prescrição em relação à pena máxima em abstrato.
Art. 10º do CPP: O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
- 10 dias, se houver flagrante;
- 30 dias, se o autor estiver solto.
É o juiz de direito que pode dilatar esses prazos.
Leis Especiais
- art. 10, Lei 1521/51: 10 dias de prazo;
- art. 51, Lei 11.343/06: 30 a 90 dias de prazo;
- Lei 5010/66, estabelece um prazo diferenciado.
Toda vez que houver prazo distinto, prevalece o prazo da Lei Especial.
Final do Inquérito
Inicia com uma portaria e termina num relatório.
Termina sempre com um relatório. O relatório consiste num resumo das investigações conduzidas pelo delegado de polícia. É um resumo de tudo que foi realizado, todas as informações obtidas, e a praxe é que o delegado já fará uma indicação, uma opinião sem caráter vinculativo se houve ou não o crime.
Uma vez lavrado o relatório, as providencias necessárias que o delegado deve tomar é enviar para o promotor de justiça e abrir vista para à vítima.
Arquivamento
O membro do MP pode entender que não há elementos mínimos para amparar uma ação penal e pede um arquivamento de inquérito.
Vai para o arquivo mediante o parecer do MP e que é submetido ao juiz de direito. Assim, o juiz defere ou indefere. 
O MP não querer exercer o direito de ação mas o juiz quer.
Art. 17.  A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Art. 18.  Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Sendo deferido é arquivado. Pode ser desarquivado no futuro.
Se o juiz indeferir o pedido de arquivamento:
Art. 28.  Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Irá até o chefe do MP, encaminhará o inquérito. O chefe do MP (ou pessoa designada por ele) oferecerá a denúncia ou insistirá no pedido de arquivamento. O juiz será obrigado a deferir ordem de terceiro, no caso do chefe do MP.
Novas Diligências
O membro do MP pode averiguar que uma testemunha não foi ouvida e determinar a oitiva desta.
Art. 27: Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do MinistérioPúblico, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. 
 Art. 16.  O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
Denúncia
Não pode realizar nenhum ato próprio do inquérito.
Pode oferecer a denúncia ou queixa. Pode ser ou não recebida pelo juiz, recebida ou rejeitada.
Sendo recebida é formada a ação penal.
Sendo rejeitada cabe recurso.
Art. 581: Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: I - que não receber a denúncia ou a queixa;
Nos crimes de ação privada:
Art. 19.  Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
Pode levar ao oferecimento da queixa ou arquivamento. 
Lei 12.830/12 – Art. 2, §6º: O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.
Ato privativo do Delegado de Polícia.
03 – 01 – 2013
AÇÃO PENAL
Conceito: é o instrumento utilizado pelo titular do direito de punir para a aplicação de uma norma em desfavor de um indivíduo.
Trata-se de um meio, uma ferramenta, não tem uma natureza autônoma, só existe por conta da necessidade de aplicação do direito material.
Modalidades
Se dá por denúncia
Ação Penal de Iniciativa Pública: O Estado também detém o direito de propor a ação. No entanto, não é ele quem exerce esse direito de modo direto, esse direito é exercido por um órgão que é investido de prerrogativas legais para propor a ação penal, como regra, é o Ministério Público. Ele exerce o direito de ação, mas não é titular desse direito. Se configura, em regra, em poder dever. 
Ação incondicionada
Essa atuação do Estado, por meio do MP, será em regra, definida pelo membro do MP, quanto ao interesse e necessidade de se propor tal ação. Não depende de qualquer condição outra, que não o convencimento do membro do MP, por isso, é chamada de ação incondicionada.
Se o membro do MP está convencido que existem elementos mínimos de materialidade e que pode ser atribuído a uma pessoa determinada ou determinável, isso basta para que este proponha a ação penal pública.
Em regra, o que importa é o interesse da coletividade.
Ação condicionada
Há situações em que o interesse da vítima deve ser observado.
Aqui, o interesse da vítima pode prevalecer em face da coletividade.
Depende de manifestação de vontade.
De um lado temos a representação (depende da própria vítima, como manifestação de vontade) e a requisição (age no lugar da vítima).
Requisição
Art. 145, Parágrafo único do CP: Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. 
Art. 24, caput, CPP: Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de
quem tiver qualidade para representá-lo.
Representação
Art. 24 caput, e 39 do CPP:
Art. 24, caput, CPP: Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de
quem tiver qualidade para representá-lo.
Art. 39 do CPP: O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
Ação Penal de Iniciativa Privada
O interesse individual prevalece de modo absoluto. Se dá por queixa.
Art. 30 do CPP: Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada.
Art. 100 do CP: A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido.
Modalidades de queixa
Em sentido estrito
Art. 145 do CP: Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
(PROVA??? O QUE SE ENTENDE POR QUEIXA PERSONALISSIMA???) Personalíssima: morrendo a vítima há nenhuma possibilidade de outra pessoa propor essa ação. Somente a vítima, se a vítima falecer não se transmite, se morre no decorrer é extinta, não se transmite.
Art. 236 do CP: Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Ação Subsidiária
Art. 29 do CPP: Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Passou o prazo e o ministério público não propôs a denúncia. A diferença é que essa queixa pode sofrer a intervenção do MP a qualquer tempo, visto que a legitimação é do MP, o indivíduo a está tendo como extraordinária.
O MP pode:
- aditar a queixa: “pode bagunçar toda a exordial”;
- pode repudiar a queixa e oferecer a denúncia;
- intervir em todos os membros do processo, essa interferência decorre de ser um fiscal da lei;
- fornecer elementos de prova: traz elementos que o autor não indicou ou não requereu;
- pode interpor recurso; o ofendido pode estar satisfeito com o que foi deferido mas o MP pode recursar e mudar aquilo que já tinha;
- havendo negligência do ofendido: deixar de cumprir um prazo, por exemplo;
04 – 10 – 2013
Como exercer condições prévias? Não basta a simples manifestação de vontade do direito. Faltando uma ou mais condições, o exercício do direito é ilegítimo podendo ter a rejeição da petição inicial ou o trancamento da ação penal, posteriormente.
CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL
Podem ser genéricas e específicas:
- Genéricas:
Qualquer ação penal deve observar essas condições prévias. São condições de natureza processual, ao menos a princípio.
- Possibilidade jurídica do pedido:
Semelhante ao processo civil, com uma peculiaridade: na penal, deve verificar se há adequação do provimento, em relação à natureza do pedido. O próprio ordenamento estabelece o pedido a ser pleiteado. Aqui se trata do pedido e sua relação. Aqui há condição formal. Ex.: habeas data para pleitear determinadas informações.
Tem que ser verificada a adequação do pedido da parte e o tipo de ação utilizado.
- Interesse de agir da parte:
O autor pode ter interesse e pleitear o provimento jurisdicional mas, ao se apurar a verdade pode estar pleiteando um pedido juridicamente impossível. 
Não se pode, por exemplo, pleitear por fato atípico. 
O interesse de agir significa a relação entre a situação de fato e o provimento solicitado.
Não está sendo feito um juízo de mérito em relação à pertinência ou não. Ex.: perda de prazo, extingue-se o processo porque perde-se o interesse de agir, é o período prescrito em abstrato.
- Legitimidade das partes: 
Pode ser a ativa (ordinária e extraordinária) e passiva.
Necessário verificar quem está exercendo o direito de ação e contra quem.
Legitimidade Ordinária = MP;
Legitimidade Extraordinária: ação penal privada.

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