Bolha da Nasdaq estourou em 2000 Acervo

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09/08/2018 Bolha da Nasdaq estourou em 2000 | Acervo
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5:34 QUINTA 09.08.2018 PRINCÍPIOS EDITORIAIS EDIÇÕES
Publicado: 30/07/13 - 16h 20min Atualizado: 22/08/13 - 12h 42min
Bolha da Nasdaq estourou em 2000
Investidores constataram que os níveis de lucratividade esperados não se manteriam
O surgimento da internet e sua popularização no mundo com a globalização da economia a
partir dos anos 1990, gerou uma euforia que tomou conta da economia. E não era para
menos. O segmento chamado ponto.com abriu um admirável mundo novo, envolvendo
negócios virtuais, mas cuja riqueza, troca e negociações eram bem reais e lucrativos. As
empresas desse segmento, algumas delas concebidas em fundos de quintal ou a partir de
brincadeiras entre estudantes universitários, eram enxutas, eficientes e extremamente
lucrativas, o que acabou vencendo resistências e temores de investidores tradicionais.
O início dos anos 2000 foi marcado por uma conjuntura favorável a investimentos, com um
volume generoso de capital disponível para aventuras tanto no mercado financeiro, como
diretamente em empresas. E o mercado tecnológico, mais maduro, revelava sinais
promissores de lucratividade. Como resultado, surgiram inúmeras parcerias entre empresas
da economia tradicional e o setor tecnológico, que passou a ter suas ações negociadas numa
Bolsa criada especificamente para esse segmento, a Nasdaq.
As empresas ponto.com entraram no radar de grandes investidores e passaram a
experimentar um crescimento vertiginoso, a ponto de, em poucos anos, grupos
relativamente novos conseguirem comprar empresas tradicionais, como foi o caso da
companhia de correio eletrônico American Online (AOL) que, no início de 2000,
abocanhou a gigante do setor de comunicações Time Warner por US$ 164 bilhões.
O sucesso materialmente concreto de empresas de produtos virtuais teve um impacto
psicológico imenso sobre as formas cuidadosas de se fazer negócios e investir. Neste
ambiente de otimismo exagerado, muitos empresários e investidores apressados, temendo
perder oportunidades, desconsideraram cautelas básicas, como a relação entre investimento
e lucro. Se um grupo como a AOL tinha cacife para adquirir uma gigante do ramo da mídia,
como a Time Warner, isso significava que o futuro estava na internet. Havia um novo
paradigma econômico e todos os parâmetros tradicionais do mundo dos negócios foram
revistos com a presunção de que uma nova era do ouro começara.
Além de estimular o surgimento de empresas ponto.com, a euforia também se refletiu no
mercado financeiro, sobretudo na recém-criada Nasdaq, a Bolsa onde se negociam ações de
empresas tecnológicas. Investidores febris de toda sorte, de grandes fundos de investimento
a pessoas físicas que aplicavam seus bônus salariais em ações, correram para as empresas
tecnológicas, especialmente as de internet. Entre 1997 e 2000, a pontuação da Nasdaq
escalou de forma vertical, atingindo o pico em março de 2000, ao alcançar 5.231,53 pontos,
durante o pregão eletrônico, e fechando a 5.048,62 pontos. Um nível que jamais voltaria
alcançar (hoje, a Nasdaq mal gira em torno dos dois mil pontos).
A noção do desenvolvimento tecnológico como elemento gerador de lucro suplantou os
cuidados tradicionais de investimentos e provocou uma onda de especulação financeira,
formando o que os economistas chamam de bolha, isto é, quando o volume de
investimentos não se sustenta pelos fundamentos concretos do mercado. O estouro da bolha
ocorreu no período entre 2000 e 2001, depois que investidores constataram que os níveis de
lucratividade esperados não se manteriam. Algumas empresas do setor faliram
completamente; ao passo que outras perderam a maior parte de seu capital, sendo obrigadas
a se reestruturarem para sobreviver.
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