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A.1 Introdução (Estacio Direito)

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ROBERTO GATTI
INTRODUÇÃO
DIREITO CIVIL II – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
APÓS, 
		ASSISTIR AS AULAS (PRESENCIAL E ONLINE),
							 ESTUDAR E RESOLVER EXERCÍOS, 
SEU CABEDAL DE CONHECIMENTOS JURÍDICOS DEVERÁ RESTAR INCREMENTADO DAS SEGUINTES NOVIDADES:
- Conceito de Direito das Obrigações (doravante – DOb) 
Diferenças entre responsabilidade, obrigação (ônus) e sujeição 
Direitos Reais e Direitos Obrigacionais - Figuras Híbridas: obrigações propter rem; ônus reais; obrigações com eficácia real. 
Fontes das obrigações: fonte mediata e fonte imediata
CONCEITO DE OBRIGAÇÃO JURÍDICA:
É uma relação			 estabelecida entre credor(es) e devedor(res), 
que tem por objeto uma ou mais prestações econômicas - positivas ou negativas - devida por este(s) a aquele(s), cujo adimplemento recai sobre o patrimônio do(s) devedor(es)	:
A relação que se forma é JIP por ser:
						 	 
Obs – Mnemô-nica (expecio-nalnalmente) ruim:
Oi! Eu sou um
JIP
JURÍDICA
INTERPESSOAL e
PROVISÓRIA
A partir da definição podemos encontrar seus elementos formadores e entender melhor o conceito:
“É uma RELAÇÃO” – Aqui também poderia usar os termos “vínculo” ou (de forma mais jurídica) “Liame”:
	Todas as pessoas (físicas ou jurídicas) mantêm vários e diversos tipos de relação (vínculo ou liame) com outras pessoas físicas e/ou jurídicas: 
	Assim ocorre em relação a você e seus pais (filiação), você e seus demais parentes (parentesco), entre casados, entre conviventes, entre namorados (sentimental), entre você e a Estácio (contratual), e até entre inimigos há vinculo (de ódio, de desprezo, etc)!
“É uma relação jurídica...” (J do JIP) - muitas vezes um vínculo natural, como o de parentesco, mostra sua “face jurídica”, como ocorre na obrigação de prestar alimentos entre pais e filhos e outros parentes, como no direito sucessório (entre parentes) e há limes que que se mostram jurídicos continuamente - como nos vínculos contratuais, entre outros.				
“É uma relação jurídica, INTERPESSOAL” (I do JIP) - Como já dito, o lime se dá entre pessoas, seja entre pessoas físicas, seja entre pessoas jurídicas ou entre aquelas e essas – mas sempre entre pessoas (sempre entre aqueles que possuem personalidade jurídica).
“É uma relação jurídica, interpessoal PROVISÓRIA” (P do JIP) – O ideal do liame jurídico é ser provisório, é ser passageiro (e não motorista:-), isso significa que os liames jurídicos ocorrem para terminar e quanto antes melhor, pois, a finalização do liame conforme o avençado deixa ambas as partes satisfeitas e não isso não surgem conflitos.
“É uma relação JIP estabelecida entre credor(es) e devedor(res)” - o vínculo JIP se estabelece entre dois “papeis” (credor e devedor) sendo que tais nomes se relacionam ao “papel principal” que cada um ocupa na relação e se há “papel principal” é porque também há papel secundário, pois, na relação obrigacional ninguém é apenas credor ou apenas devedor. Notem o exemplo: 
- Se “A” entrega R$ 100,00 a “B” a título de empréstimo (que deverá ser devolvido no próximo dia 10), no vínculo que se cria a partir de tal empréstimo, quem atuará no papel de credor e quem atuará no papel de devedor?
A = credor e B = devedor
Mas porque, nesta situação, posso afirmar que “A” não é só credor e “B” não é só devedor OU É EXATAMENTE ISSO QUE DEVO AFIRMAR?
Vejam se este artigo do CC ajuda:
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.
	Se “A” afirmar que receberá os R$ 100 que lhe são devidos, na data acordada, mas que não dará recibo, “B” pode não pagar, sem se preocupar com o prazo do dia 10 e sem ficar inadimplente. Isso revela que: 
“A” – é credor (de R$ 100) e a “A” é devedor (de um recibo de R$ 100) e
“B” – é devedor (de R$ 100) e “B” é credor (de um recibo de R$ 100).
Portanto...
Obs – Uma mesmo liame obrigacional pode ter unidade ou diversidade de pessoas em cada polo da relação, assim, além da figura mais comum (um credor e um devedor) é possível e comum existir liames obrigacionais onde existem:
	- Vários credores e um só devedor (motorista bêbado que colide em vários carros estacionados ao passar por uma rua)
	- Um só credor e vários devedores (banco que empresta quantia em dinheiro para que alguns amigos que, em conjunto, vão abrir uma loja).
	- Vários credores e vários devedores (As firmas “A”, “B” e “C” compram, em conjunto, um caminhão e este vem a colidir com um ônibus lotado).
- “É uma relação JIP estabelecida entre credor(es) e devedor(res), que tem por objeto uma ou mais prestações econômicas...”
	Todo liame obrigacional tem uma ou mais prestações (que é ou são as obrigações que o ocupante ou ocupantes do polo devedor tem para o ocupante ou ocupantes do polo credor).
	Mas, mesmo antes de sabermos qual é a obrigação ou obrigações jurídicas devidas, já podemos ter a certeza de que tal obrigação tem conteúdo ECONÔMICO, pois, o objeto ou objetos da obrigação a cumprir só têm interesse para o direito, só haverá liame jurídico na obrigação se, de alguma forma, o credor tiver interesse econômico na obrigação.
Obs - Essa é a razão, por exemplo, de não ser possível a genitora (que tem a guarda de um menor) ingressar com uma ação a fim de obrigar o genitor (com quem não convive) a visitá-lo, pois, essa obrigação não tem conteúdo econômico para o credor (o menor), logo, ela não é jurídica (embora possa, no futuro, gerar uma ação de dano moral do filho contra o pai). 
“É uma relação JIP estabelecida entre credor(es) e devedor(res), que tem por objeto uma ou mais prestações econômicas – positivas ou negativas -...”
	A prestação ou prestações econômicas a serem cumpridas podem ser positivas ou negativas, isso é, podem consistir em uma ação (pagar, devolver, construir, consertar...) – o que não gera maiores dúvidas mas...
	As prestações negativas (que implicam em um não fazer por parte do devedor ou devedores), não são tão facilmente visualizáveis, em especial, em razão do requisito do conteúdo econômico – nem sempre é fácil de enxergar que há vantagem econômica em uma inação do devedor – mas ela tem que existir, sob pena deste vínculo não ser jurídico.
	Exp. Qual a razão das convenções de condomínio edilício proibirem os proprietários de alterarem a fachada externa do prédio na “faixa” onde se localiza a unidade autônoma (o revestimento, a cor das esquadrias externas não podem ser alteradas – o que parece ser uma indevida limitação ao direito de propriedade). 
Qual o conteúdo econômico deste - não fazer? 
	A alteração de qualquer “pedaço” da fachada externa desvaloriza o patrimônio de todos, aí está o conteúdo econômico deste não fazer (que não precisa significar GANHAR, também pode significar NÃO PERDER - economicamente).
	- "É uma relação JIP estabelecida entre credor(es) e devedor(res), que tem por objeto uma ou mais prestações econômicas - positivas ou negativas - devida por este(s) a aquele(s), cujo adimplemento..."
Porque a definição "fala" em ADIMPLEMENTO e não em PAGAMENTO?
	Adimplir é cumprir fielmente a obrigação, já pagar significa entregar ou devolver algo (seja dinheiro, produto ou prestação de serviço) e nas obrigações negativas nada é entregue, afinal, o "pagamento" é feito por um não fazer, por esta razão se prefere ao termo adimplir do lugar de - pagar.
- "É uma relação JIP estabelecida entre credor(es) e devedor(res), que tem por objeto uma ou mais prestações econômicas - positivas ou negativas - devida por este(s) a aquele(s), cujo adimplemento recai sobre o patrimônio do(s) devedor(es)".
Obs - Para entender isso importante saber que no Direito Romano a obrigação recaia sobre o corpo do devedor, ele poderia ser vendido como escravo e, em última instância, A LEI permitia matar e repartir o corpo do devedor entre credores (era algo tão bizarro que a lei chegava a dizer que um credor não poderia se dizer prejudicado pelo fato da parte do corpo do devedor, que lhe coube, não ter exatamente as dimensão exatas!) 
	Com a evolução do Direito se concluiuque é o patrimônio do devedor é que deve responder por suas obrigações e não seu corpo.
Obs - Resquício desta época no direito brasileiro é a prisão por débito de pensão alimentícia, onde o corpo do devedor fica privado de sua liberdade em razão de um débito. 
	Quando se afirma que o patrimônio garante as obrigações do devedor isso não é sinônimo de afirmar que é possível se retirar de uma pessoa todos os bens que tiver, presentes e futuros, até que a obrigação esteja cumprida:
Obs - Tem gente que literal e juridicamente, pode dizer:
 - Devo, não nego e não pago!
	Por outro lado, há obrigações que podem retirar da pessoa natural o único imóvel próprio que tem para morar e há outras obrigações (que são a maioria) onde isso não é possível.
- Outro ponto a lembrar é que nem toda a relação entre pessoas forma liame jurídico, mas só aqueles que apresentarem as características da definição.
DIFERENÇAS ENTRE RESPONSABILIDADE, OBRIGAÇÃO (ÔNUS) E SUJEIÇÃO
Dever - É o comando imposto pelo direito objetivo, através do qual o sujeito deve observar determinada conduta, sob pena de sanção, trata-se de gênero do qual obrigação é espécie.
Lembrando: 	
			Ciências (Gênero)
									 Espécie
Obrigação
	É um termo restrito, aplicável à relação JIP que liga credor-devedor, e tem por objeto a prestação...
Obs - Embora nosso Plano de Aula não mencione vou incluir a noção de ÔNUS que é muito importante para qualquer jurista.
 
Direito
Resto
Ônus
	É a exigência que o sujeito pratique determinada conduta sob pena de não alcançar um benefício, ou eventualmente suportar uma desvantagem naturalmente esperada no caso.
	O ônus não é uma punição, uma pena extra que se soma à consequência natural de ter feito ou deixado de fazer que lhe competia. 
	Exp.: "ônus da prova"- O autor de um processo pode deixar de provar algo que lhe competia e a consequência natural disso é que venha a perder o processo, no todo ou em parte - o que, não obstante e por outras razões, pode não ocorrer, vindo o mesmo a ganhar o processo, no todo ou em parte, mesmo sem ter feito prova de algo que alegou.
Sujeição
É aquele que decorre de um direito potestativo (aquele que a lei estabelece em favor de alguém contra outrem, restando a parte obrigada apenas se submeter). Exp. O empregador demitir o empregado.
DIREITOS OBRIGACIONAL e DIREITOS REAIS 
- O direito que iremos estudar este semestre é chamado DIREITO PESSOAL, pois, como já visto, trata-se de um vínculo entre pessoas (o vínculo não se dá entre a pessoa do credor e/ou do devedor com a Coisa, isso é, com objeto da prestação).
No semestre que vem vocês irão estudar o vínculo que se forma entre a pessoa e a própria coisa (chamado de Direitos Reais), portanto, não vamos gastar muito tempo aqui com algo que não é do interesse imediato de vocês, porém, vamos ver (na sequência) que existem algumas figuras que, como o atual curso de vocês, são híbridas (um misto de Direito Obrigacional e Real) e, portanto, precisamos de uma pequena noção de Direitos Reais e começamos pelo conceito de (mas que...:-):
COISA: Fazendo uma rápida recordação do Direito Civil I, temos que tudo o que existe no universo, para o Direito, é um "ente" e que entre os entes, existem duas divisões: 
- Aqueles que têm personalidade jurídica e Aqueles que não a tem
Entre os entes que não têm P.Jrd. há mais duas divisões:
- DIREITOS OBRIGACIONAL e DIREITOS REAIS 
- O direito que iremos estudar este semestre é chamado DIREITO PESSOAL, pois, como já visto, trata-se de um vínculo entre pessoas (o vínculo não se dá entre a pessoa do credor e/ou do devedor com a Coisa, isso é, com objeto da prestação).
No semestre que vem vocês irão estudar o vínculo que se forma entre a pessoa e a própria coisa (chamado de Direitos Reais), portanto, não vamos gastar muito tempo aqui com algo que não é do  interesse imediato de vocês, porém, vamos ver (na sequência) que existem algumas figuras que, como o atual curso de vocês, são híbridas (um misto de Direito Obrigacional e Real) e, portanto, precisamos de uma pequena noção de Direitos Reais e começamos pelo conceito de (mas que...:-):
COISA: Fazendo uma rápida recordação do Direito Civil I, temos que tudo o que existe no universo, para o Direito, é um "ente" e que entre os entes, existem duas divisões: 
- Aqueles que têm personalidade jurídica e Aqueles que não a tem
Entre os entes que não têm P.Jrd. há mais duas divisões:
Em Inglês
também é “ant” (se lê “ente”!)
	Os Direitos Reais cuidam do vínculo: Homem x Coisa e estão previstos, taxativamente, no Art. 1.225 do CC. Tais direitos criam um vínculo extremamente forte entre a Coisa e seu Proprietário ou sobre aquele que tem direito real sobre coisa alheia, como se vê na disposição do Art. 1.419 CC:
 Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação.
	No Direito das Obrigações, como vimos, é o patrimônio do devedor (em geral) é que garante a obrigação, mas no caso de uma obrigação na qual foi dado um bem em garantia, em uma das formas previstas (penhor, anticrese e hipoteca), além do direito pessoal, surge um vinculo real, isso é, o credor assume direito real sobre o bem dado em garantia, assim, mesmo que o devedor deva para muitas outras pessoas, o bem dado em garantia, antes de mais nada e ninguém, irá garantir o crédito do credor que tem o direito real, assim, possuir um bem que esteja na condição de garantia real em favor de terceiro e ficar inadimplente com este credor dá, praticamente, a certeza que tal bem será perdido em favor do credor. 
	Ocorre que não é apenas em razão das hipóteses do Art.1.419 (cuja a entrega do bem em garantia real é voluntária) que o bem pode ficar na condição de garantia real em favor de terceiro e é aí que vão surgir figuras hibridas de direito pessoal e real. É o que passamos a ver:
FIGURAS HÍBRIDAS: OBRIGAÇÕES PROPTER REM; ÔNUS REAIS;
 OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL. 
Obrigação Propter Rem - Este tipo de obrigação "cai" na chamada "zona cinzenta" que existe na linha divisória entre o direito pessoal e real, de tal forma que fica difícil classificá-la apenas como um ou como outro e, por isso, acaba sendo um misto de ambos os tipos de Direito).
	O detalhe das obrigações deste tipo é que o bem que garante a obrigação (com direito real) não é entregue espontaneamente pelo devedor ao credor, pois, o débito é considerado do próprio bem e não, exatamente, de seu proprietário e sendo o débito considerado do próprio bem, é o próprio bem que garante o pagamento!
 Os exemplos mais clássicos são: Débito de IPTU e Débito de IPVA e fiança (ser fiador de alguém - como comum nos contratos de locação). 
	Os débitos são gerados pelos próprios bens citados (quando estudarem o Direito Tributário vão estudar a figura do "Fato Gerador do Imposto" que, no caso de imóvel e automóvel é: “ter a propriedade de tais bens”, assim, quando o bem passa a ser propriedade de alguém ele gera, automaticamente, o dever de pagar imposto e se este não for pago, é o próprio bem que garante o pagamento – é portanto, uma garantia real (como já disse – é como se débito fosse do próprio bem e a única coisa que o bem tem para pagar o débito que gerou é ele mesmo, logo...). 
Obs - Outro exemplo famoso de obrigação propter rem é a do fiador – Ser fiador pode levar alguém, que só tem um imóvel próprio para morar, a perder esse imóvel para pagar débitos que o inquilino afiançado não pagou, caso não possa pagar de outra forma! (a questão da fiança é complexa pois tem detalhes - como o do benefício de ordem - que podem fazer o fiador não perder seu imóvel por causa de fiança).
ÔNUS REAL - Na verdade, são as mesmas figuras que já vimos no Art. 1.419 do CC repetidas e acrescidas das demais figuras que formam o rol completo dos Ônus Reais (Art. 1.225CC) artigo que, com exceção do inc. I (que prevê a própria propriedade de alguém sobre um bem como um direito real), nos demais estabeleceos casos de direitos reais sobre coisas alheias.
	Ter um bem gravado com “ônus real” em favor de outrem, significa que o proprietário passa a ter limitação nos seus direitos de propriedade sobre tal bem como, por exemplo, o direito de alienar o bem (que é um direito típico do proprietário) e que se perde quando está gravado com ônus real. 
	Assim as (III) servidões, (VIII) o penhor; (IX) - a hipoteca; (X) e a anticrese (previstos no Art. 1225), sejam impostas (como pode ocorrer no caso das servidões) seja nas demais figuras (onde o devedor entrega o bem em garantia real, de forma espontânea) o efeito é o mesmo, o proprietário fica bastante limitado no direito de propriedade que tinha sobre tal bem até então.
	Assim, por expressa previsão do CC, constituem direitos reais e, como tais direitos podem ser parte de negociação entre pessoas (Direito Pessoal) acabam sendo figuras hibridas (criam vínculo entre pessoas e entre pessoa e Coisa). 
OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL - A primeira observação a ser feita é que a "obrigação" aqui não é um direito real, mas tem apenas eficácia de direito real, isso porque, como veremos nos exemplos, a eficácia de direito real ocorrem em razão de negociação entre as partes (as partes combinam que haverá essa eficácia). Como já dito, as hipóteses de direito real são aquelas fixadas taxativamente no Art. 1225 do CC, assim, as partes não podem criar hipóteses novas de direito reais, mas se obrigar a criar eficácia de direito real isso é possível (porque foi algo negociado e como tal, se torna obrigatório).
	O exemplo mais citado aqui é a do imóvel que é vendido durante o período em que está alugado. (lembrando que a Lei do Inquilinato cria para o inquilino o direito potestativo de aquirir com preferência o imóvel). 
Como fica a situação da locação se o inquilino não comprar o imóvel?
A Locação termina automaticamente ou comprador terá que respeitar o contrato de locação? O que vocês acham?
Antes de responder, importante indicar que se o comprador tiver que esperar vencer o contrato de locação para poder tomar posse do imóvel, ele estará tendo limitação ao direito de propriedade (que adquiriu quando comprou o imóvel) e que isso, nada mais é, que o efeito que produz o ônus real para o proprietário de um imóvel.
Vejamos o que diz a lei:
Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da sua vigência no caso de alienação, e não constar de registro.
§ 1o O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Documentos do domicílio do locador, quando a coisa for móvel; e será o Registro de Imóveis da respectiva circunscrição, quando imóvel.
§ 2o Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o locador não esteja obrigado a respeitar o contrato, não poderá ele despedir o locatário, senão observado o prazo de noventa dias após a notificação.
	Então, ao fazer a locação (de bem móvel ou imóvel), o proprietário (atual) pode, em negociação com o inquilino, incluir no contrato cláusula que determine que em caso de venda do imóvel durante a locação, este terá que ser observado pelo comprador (sendo necessário, ainda, que o inquilino leve tal contrato na registro, no cartório próprio, para que tal acordo tenha efetiva eficácia contra o comprador).
FONTES DAS OBRIGAÇÕES: FONTE MEDIATA E FONTE IMEDIATA
Pergunto:
Com são estabelecidos os vínculos obrigacionais entre as pessoas?
	Será que eles surgem somente quando as partes negociam entre si ou existem obrigações que ligam pessoas que nunca se viram e nem se conhecem (se vocês prestaram atenção e se recordarem dos exemplos já dados nessa aula vai ser fácil de responder a isso)? 
Mas a frente virá a resposta, antes porém, vejamos:
- Conceito de Fonte - Quando se fala em “fonte” em Direito a ideia é buscar identificar onde se origina, de onde nasce, onde brota, enfim, de onde surge aquele ramo do direito.
Sobre a Fonte das Obrigações afirma a PaulisFantástica Maria Helena Diniz:
“constituem fontes das obrigações os fatos jurídicos que dão origem aos vínculos obrigacionais, em conformidade com as normas jurídicas, ou melhor, os fatos jurídicos que condicionam o aparecimento das obrigações”.
	Em outras palavras, é considerado fonte das obrigações qualquer fato gerador da relação obrigacional, ou seja, qualquer acontecimento que vincule a pessoa do credor ao devedor por meio de uma prestação.
- ESPÉCIES: As fontes das obrigações podem ser classificadas em  fonte imediata (ou primária) e fonte mediata (ou secundária)
FONTE IMEDIATA OU PRIMÁRIA
A Lei
A principal fonte do todo o Direito no Brasil (e não apenas do DOb.) é a LEI, logo, o direito das obrigações tem por principal fonte a LEI.
Exps. 
- Art. 1694CC – que fixa o dever de pagar pensão alimentícia a menor.
- Art.1301 CC – que impede um vizinho de abrir uma janela que se encontre a menos de 1,5 metros do imóvel vizinho (uma obrigação de não fazer).
FONTE MEDIATA OU SECUNDÁRIA
São fontes mediatas ou secundárias das obrigações (que também derivam da lei)
	Ter fundos para cobrir um cheque emitido ou pagar uma nota promissória na data do vencimento, são obrigações secundárias de quem emitiu o documento (sendo que tais obrigações, de qualquer forma, decorrem da lei).
As fontes Mediatas são:
os atos jurídicos (stricto sensu), 
b) os negócios jurídicos (atos jurídicos negociais – ato jurídico lato sensu) e 
c) os atos ilícitos.
Ato jurídico (stricto sensu) – É o ATO humano (previsto em lei) que uma vez praticado, irá criar um credor, um devedor e uma prestação a ser cumprida por aquele em favor deste, não obstante tais partes nada tenham negociado entre si sendo que, inclusive, um pode nunca ter visto o outro.
Exp. Art. 1233 CC – determina que quem acha coisa alheia fica obrigado a devolvê-la ao proprietário (o encontro da coisa é o ato jurídico em sentido estrito que gera a obrigação prevista em lei).
Negócio Jurídico (Ato jurídico lato sensu) - Os negócios jurídicos não deixam de ser ATOS jurídicos, porém, ao contrário daqueles, estes são feitos para este fim, pois materializam manifestação de vontade neste sentido, podendo ser: 
Unilaterais (como o testamento, ou a promessa de recompensa), ou 
Bilaterais (como nos contratos)
Atos Ilícitos - Os atos ilícitos, sempre que causarem danos a outrem, fazem nascer uma obrigação de reparar os prejuízos causados. 
Como vimos no semestre passado o CC regula duas modalidades de ato ilícito, são elas: 
a) por violação de direito; e 
b) por abuso de direito. 
	- Assim, quando um sujeito por ação ou omissão praticada por imperícia, imprudência, negligência ou dolo violar direito e causar dano a outrem comete ato ilícito (Art. 186 do CC);
	- Também comete ato ilícito o titular de um direito que abuse dele, exercendo-o com excesso manifesto diante dos limites impostos pela função social, econômica, pela boa-fé e pelos bons costumes (Art. 187 CC).
	Nestas hipóteses, conforme já visto, caso o ato ilícito ocasione o dano, surgirá a obrigação de reparar o dano. 
Trata-se de obrigação secundária que surge da obrigação primária de não causar dano a ninguém.
 Em Resumo:
F I M

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