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Fichamento Elites políticas em Minas Gerais na Primeira República Histoória do Brasil 3

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Fichamento – História do Brasil 3
VISCARDI, Cláudia Maria Ribeiro. Elites políticas em Minas Gerais na Primeira República. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 8, n. 15, 1995, p. 39-56
a. Biografia do autor e obras:
b. Resumo:
c. Identificar os objetivos principais: listá-los em forma de citação.
d. Identificação do tema: o tema não é o problema ou o objetivo do texto, mas o assunto que está sendo tratado. Por isso é só listar os temas principais abordados pelo (s) autor/es.
e. Tese (s) do autor (es): nem sempre a tese está explicita, nem mesmo no início do texto; ela pode estar nas entrelinhas ou no final do texto.
1)- A proposta deste trabalho é fazer uma revisão historiográfica das relações entre Minas Gerais e São Paulo no contexto da Primeira República brasileira. Objetivamos estudar as elites políticas mineiras em sua atuação tanto estadual quanto nacional. Sem contestar a hegemonia do eixo São Paulo-Minas Gerais e da base econômica cafeicultora que o sustentava, procuraremos relativizar o monolitismo desta aliança. Portanto, a pesquisa abrange não só as relações entre as regiões que compõem o chamado mosaico mineiro, como também o desempenho político de Minas no cenário federal – Pg. 39.
2)- Além do mais, conforme afirmação da citada autora, a dinâmica do federalismo brasileiro aponta para a necessidade de distinguir as instâncias em que as elites atuam como classe e aquelas em que atuam como grupos regionais de interesse. Como enfoque interpretativo aponta para a complexidade de pontos de articulação de ação coletiva, nem sempre inteiramente explicáveis pela referência classista – Pg. 39.
f. Ideias:
1)- Acreditamos que a região consiste em uma construção abstrata, elaborada no decorrer do tempo, por atores coletivos que a ela se relacionam direta ou indiretamente. É formada por um conjunto de valores socialmente aceitos e partilhados pelos seus agentes, que conferem a ela uma identidade própria, capaz de gerar comportamentos mobilizadores de defesa de interesses – Pg. 39-40.
2)- Quanto aos critérios que delimitam o espaço regional, partimos do pressuposto de que, sendo a região um constructo de seus agentes, suas fronteiras delimitativas são fluidas e variam em função das circunstâncias em que são delineadas. Portanto, cabe ao historiador, na definição dos limites de seu recorte regional, se apropriar de uma região simbolicamente construída no período estudado, levando em conta os critérios de delineamento já existentes, mas escolhendo entre eles o que melhor se adequa aos seus objetivos de pesquisa – Pg. 40.
3)- O primeiro deles, Minas Gerais, consiste em uma divisão política e administrativa já existente, construída historicamente – Pg. 40.
4)- Quanto ao conceito de regionalismo, procuraremos enfoca-lo como um comportamento político de defesa de interesses por atores que compartilham uma identidade historicamente construída – Pg. 40.
5)- Portanto, o regionalismo existe nos diferentes contextos da história, mesmo se apresentado de forma encoberta por outros elementos de unificação de interesses. Mas pode ser fortalecido e tornar-se mais visível em determinadas circunstâncias, principalmente naquelas em que a disputa de bens públicos ou de poder político se baseia em critérios de distribuição regionais, o que ocorria durante a Primeira República Brasileira – Pg. 40.
6)- A primeira consiste em isolar as elites políticas de seu conteúdo de classe, ao afirmar que elas tendem a atuar no Estado na defesa de interesses coletivos – Pg. 40.
7)- A segunda tendência consiste em analisar a performance das elites políticas como meio de reflexo de sua situação de classe. De base marxista, esta tendência tem afiançado que as elites políticas atuam como representantes dos interesses econômicos dominantes em uma sociedade. Os trabalhos que a ela se relacionam procuram destacar a hegemonia política e econômica da aliança Minas-São Paulo, levando para o segundo plano suas rupturas internas e derrotas políticas. Tendem a obscurecer a atuação das chamadas oligarquias de segunda grandeza e vinculam a hegemonia política, tanto de São Paulo quanto de Minas Gerais, às potencialidades econômicas dos dois estados. Relacionam prioritariamente a atuação de suas elites políticas aos interesses agroexportadores – Pg. 41.
8)- A terceira tendência [...] procurando resgatar a autonomia relativa das elites políticas quanto aos interesses econômicos. A sua atuação no seio do Estado não estaria nem totalmente desconectada dos interesses econômicos hegemônicos nem condicionada por eles – Pg. 41.
9)- Tais trabalhos procuram, igualmente, relativizar não só o caráter monolítico da dominação do eixo Minas-São Paulo, como a atuação de suas próprias elites na defesa dos interesses cafeeiros. Sem negar a hegemonia da aliança Minas-São Paulo, que se fundamentava em bases econômicas cafeicultoras, nem a relação dessas elites com essas classes produtoras, tais autores reconhecem que a hegemonia foi construída com muita dificuldade e que nem sempre as elites políticas atuaram corporativamente – Pg. 41.
10)- Nosso artigo se coloca na perspectiva desta terceira tendência. A identificação dos momentos de ruptura e divisão das bancadas federais mineira e paulista serão focos privilegiados de análise. Ao mesmo tempo, procuraremos identificar as dificuldades para construir a conciliação dos diversos interesses das regiões internas ao estado de Minas Gerais no estabelecimento da hegemonia pelas elites cafeicultoras – Pg. 41.
11)- Nosso objetivo é relativizar esta conciliação, identificando a permanência de rupturas inter-regionais durante todo o período em foco – Pg. 41.
12)- Pretendemos destacar a relativa autonomia das elites políticas mineiras quanto à defesa dos interesses do café, sem negar, porém, que os limites dessa autonomia estavam condicionados à sustentação econômica do estado, garantida pelas receitas federais derivadas da agroexportação. Este ambiente de disputas internas dificultou a construção de uma hegemonia política de Minas no nível nacional – Pg. 42.
13)- Durante todo o período republicano, Minas Gerais vivenciou considerável instabilidade política interna, marcada pela oposição entre as elites da Zona da Mata (região responsável pela maior parte da produção de café do estado) e as da região central (marcada pela presença de políticos tradicionalmente ligados às atividades de mineração). Os políticos do Sul do estado atuavam como tertius no conflito (ora apoiando a Mata, ora apoiando o Centro), posição que lhes assegurava ganhos excedentes e explica a razão de seu êxito político [...] o Sul de Minas teve uma expressiva participação nas bancadas estadual e federal mineiras – Pg. 42.
Minas vista de dentro para fora
Economia mineira
1)- A cafeicultura da Zona da Mata mineira representou, durante todo o período em foco, a maior parte das exportações mineiras do produto, com uma percentagem mínima de aproximadamente 70% contra 30% do Sul de Minas [...] – Pg. 42.
2)- Durante todo o período, a produção cafeeira do estado manteve-se estável correspondendo, em média, a 20% da produção brasileira. Diferentemente da produção paulista, que se manteve em escala ascendente, e da produção fluminense, em escala descendente, a produção mineira vivenciou as diversas crises do café, mantendo a estabilidade percentual no conjunto da exportação cafeicultora brasileira. Em termos absolutos, porém, a produção mineira ascensão gradual e constante – Pg. 42.
3)- Ao contrário das afirmações historiográficas anteriores, a cafeicultura da Zona da Mata apresentou um dinamismo considerável, que permitiu, inclusive, a transferência do capital agrário para outros setores, como o imobiliário, o financeiro e o industrial. Houve, igualmente, o predomínio da grande propriedade com elevada concentração de escravos. O capital oriundo do café foi, a exemplo de São Paulo, mas em proporções muito menores, empregado na diversificação econômica da região – Pg. 43.
4)- Portanto,a primeira crise do café associada à Abolição da escravatura não teve impacto avassalador sobre a produção mineira. O trabalho escravo foi substituído por relações de trabalho de caráter transitório que incluíam o assalariamento, ampliando o grau de monetarização da economia. O trabalho imigrante foi utilizado, em sua maioria, nas atividades urbanas, cabendo ao trabalhador livre nacional as atividades no campo – Pg. 43.
As divergências políticas da primeira década republicana
1)- Este período foi de grande instabilidade política não só em Minas, como em toda a nação. A Proclamação da República surpreendeu os próprios republicanos históricos do estado, e a indicação do monarquista Cesário Alvim, por Deodoro, para a presidência de Minas, desagradou-os, gerando as primeiras divergências no seio das lideranças políticas mineiras – Pg. 44.
2)- Os Anais da Constituinte estadual ilustram bem as divergências estabelecidas entre os dois grupos. Tais divergências se manifestaram em dois momentos: no estabelecimento da autonomia municipal e na mudança da capital mineira – Pg. 43.
3)- A questão da autonomia municipal assumia dupla importância no período: a primeira, de caráter econômico, na medida em que significava a possibilidade de retenção dos recursos excedentes da agroexportação cafeeira nos municípios produtores. A segunda, de caráter político, implicava o fortalecimento do poder dos coronéis locais [...] que tinha por base o município – Pg. 44.
4)- Quanto à questão da transferência da capital, a divisão interna foi mais nítida. Os políticos da Mata e do Sul pretendiam esvaziar seus opositores através da transferência da capital de Ouro Preto. Mas foram derrotados, ao tentar transferir a capital para Juiz de Fora, principal polo econômico da Zona da Mata – Pg. 44.
5)- Este ambiente de disputas impediu o desempenho político unificado da bancada mineira nos primeiros tempos do novo regime, bem como o estabelecimento de alianças com as elites cafeicultoras paulistas – Pg. 44.
6)- O Sul de Minas, impossibilitado de ser o elo dominante em uma aliança com a Zona da Mata, em função do poder político e econômico detido por esta região, uniu-se aos antigos alvinistas. Nesta aliança pragmática obteve maiores ganhos, pois colocava-se como elo dominante. A chamada conciliação dos interesses divergentes no estado não foi obtida nos primeiros anos do novo século. O que ocorreu foi a vitória de uma facção sobre a outra, vitória esta, como veremos, provisória – Pg. 45.
A segunda década republicana e o fracasso do projeto de conciliação
1)- Como nos foi possível notar através da composição do governo de Silvano Brandão, o chamados “radicais da Mata” foram banidos do poder e o espaço político foi ocupados pelos antigos alvinistas. Assim, a chamada “conciliação mineira” foi resultado da derrota de uma facção política representante de setores relativamente mais modernos do estado, em contraposição a um grupo político tradicionalmente ligado às hostes monárquicas e ao conservadorismo – Pg. 45.
2)- A aliança estabelecida com São Paulo, por parte de Minas Gerais, não contava com a presença de políticos diretamente ligados ao café, o que não impediu que a bancada mineira atuasse na defesa deste produto – Pg. 45.
3)- Quanto ao primeiro argumento, podemos afirmar que a ausência de cafeicultores nos cargos políticos do estado não implicava a dissociação dos interesses das elites política e econômica – Pg. 46.
4)- Em nossa pesquisa, selecionamos inicialmente para análise os anais do Legislativo mineiro. O primeiro tema que merece destaque refere-se à questão da autonomia municipal. Nos debates, travados em torno do assunto, conforme atestam os anais, os deputados das regiões cafeeiras, responsáveis pela quase totalidade da arrecadação fiscal do estado, defenderam ardorosamente os municípios cafeicultores, garantindo-lhes a autonomia financeira com o fim de reter o maior volume possível de excedentes em seus locais de origem. Neste aspecto, tiveram êxito – Pg. 46.
5)- O segundo tema abordado trata da instituição do imposto territorial rural, contrário aos interesses dos cafeicultores. O governo mineiro tentou atrair os proprietários de café para o novo tributo, reduzindo a 2% o imposto sobre a exportação do café a partir de 1900. Mesmo com esta relativa compensação, os cafeicultores pressionaram contrariamente à sua implantação – Pg. 46.
6)- Conforme se vê, a elite política mineira, mesmo não sendo representada diretamente por fazendeiros, era sensível à sua pressão. Assim, assistimos um ou outra vitória dos cafeicultores, esta de caráter duplo: adiaram indefinidamente a cobrança do imposto territorial rural e ainda tiveram o imposto sobre a exportação reduzido – Pg. 46.
7)- O terceiro tema abordado foi a transferência da capital de Ouro Preto para Belo Horizonte. A mudança da capital significava o poder do grupo alvinista no estado, localizado sobretudo na região central – Pg. 47.
8)- Nesses três episódios podemos notar que havia um grupo alvinista atuando na defesa de seus interesses regionais. Nele se encontravam alguns políticos que, sem atuar na defesa de interesses exclusivamente corporativos, objetivaram fazer valer as aspirações do estado como um todo – Pg. 47.
9)- Muito embora os políticos da principal região cafeicultora de Minas se encontrassem fora do poder, a aliança com São Paulo não foi prejudicada. Na prática, ela fora institucionalizada através do pacto dos governadores, sendo Minas representada pelo seu então presidente, Silviano Brandão – Pg. 47.
10)- Este período em Minas foi marcado, portanto, por uma não-correspondência dos interesses das elites políticas majoritárias com os das elites econômicas dominantes. Esta circunstância garantiu aos políticos mineiros um certo grau de autonomia, facilitando o apoio às medidas saneadoras implementadas pelos citados dois presidentes da República paulistas – Pg. 47.
Minas vista de fora para dentro
Do Convênio de Taubaté à primeira ruptura da aliança com São Paulo
1)- As pressões dos cafeicultores mineiros se somaram às dos paulistas e cariocas, exigindo uma intervenção governamental, através de uma política de recuperação de preços do café. As elites políticas, oriundas das regiões cafeicultoras, apostaram na crítica à ortodoxia financeira de seus opositores. Reivindicaram uma urgente viabilização do Convênio de Taubaté – Pg. 48.
2)- Com base em nossas pesquisas, afiançamos que o veto à candidatura Campista se deu em função de divergências políticas internas a Minas Gerais. Como se pôde observar, a aliança entre as regiões cafeicultoras de Minas havia sido desfeita – Pg. 48.
3)- Por meio das correspondências e da imprensa do período, podemos notar que os políticos mineiros que vetavam o nome de Campista eram das regiões Centro e Sul do estado. Alegavam que Campista era por demais jovem, que não respondia às cartas dos eleitores, que não conseguia empregos para seus correligionários, que pagava despesas que eram do estado com seus próprios recursos e até que se perfumava demais. Por trás desses argumentos em parte superficiais, encontravam-se antigas disputas internas que remontavam a anos anteriores à Proclamação da República – Pg. 49.
4)- Criou-se, pois, delicado momento nas relações Minas-São Paulo. Em vão, tentou-se articular outro nome de consenso, provindo de um dos estados. As candidaturas de Hermes da Fonseca e de Rui Barbosa, porém, atropelaram os arranjos políticos. As bancadas mineira e paulista se dividiram entre as duas candidaturas. Pelo levantamento que realizamos, concluímos que a maior parte dos políticos na Zona da Mata foi civilista, e a aliança interna Centro-Sul aderiu à candidatura de Hermes da Fonseca – Pg. 49.
5)- A vitória de Hermes marcou uma nova derrota das elites políticas cafeicultoras de Minas Gerais e uma fragilização do pacto oligárquico que unia Minas a São Paulo – Pg. 50.
6)- A primeira delas, é que, quando os proprietários do café se sentiam ameaçados (nos períodosde crise decorridos da queda dos preços) e necessitavam da intervenção estatal, pressionavam as elites políticas, fortalecendo o grupo dissidente de políticos da Mata e fragilizando os demais – Pg. 50.
7)- A segunda conclusão é que a chamada conciliação mineira, estabelecida no governo estadual de Silviano Brandão, não existiu. Os conflitos internos a Minas eram tão prementes que chegaram a romper com a possibilidade de continuação da aliança com São Paulo, no nível nacional, ao inviabilizar a candidatura de David Campista. Observamos, através desse fato, que o regionalismo interno do estado de Minas Gerais era tão acirrado que chegava a ameaçar a própria estabilidade do pacto oligárquico estabelecido nacionalmente – Pg. 50.
Da reconstrução da aliança à crise de 1930
1)- Durante esse período, as elites mineiras atuaram na defesa da segunda e terceira valorizações do café, em conjunto com São Paulo. Com a queda progressiva da produção mineira, Minas foi aos poucos retirando seu apoio à política de valorização permanente, pretendida por São Paulo – Pg. 50.
2)- Internamente, as elites políticas da Zona da Mata foram novamente se fortalecendo e adquiriram o controle do PRM em 1918, quando Artur Bernardes assumiu a presidência do estado de Minas Gerais – Pg. 50.
3)- Hegemonicamente dominante, a elite da Zona da Mata não teve problemas em se aliar a São Paulo, garantindo não só a eleição de Bernardes, como as valorizações do café que se seguiram. Mesmo após o decréscimo da produção do café mineiro, Bernardes e seu grupo mantiveram o controle interno de Minas até a Revolução de 1930 – Pg. 51.
4)- A ruptura do acordo, por parte de Washington Luís, redundando na Revolução de 1930, teve igualmente suas implicações internas. Alguns setores da elite política mineira, que se opunham ao grupo da Mata, apoiaram a Concentração Conservadora e a candidatura do Catete, e não a Aliança Liberal, o que comprova mais uma vez a falta de unidade no seio da elite política de Minas – Pg. 51.
5)- A Concentração Conservadora realizou em Minas três congressos regionais, sendo que um deles resultou em violências, ameaçando o estado de uma intervenção federal. As eleições foram igualmente muito tensas. Como se sabe, a candidatura de Vargas saiu vitoriosa em Minas por considerável margem de votos (189.657 contra 54.410 de Júlio Prestes) – Pg. 51.
6)- Ao avaliarmos as defecções em favor da candidatura de Júlio Prestes, percebemos novamente a existência de políticos ligados às antigas hostes alvinistas. Muito embora o alvinismo fosse já um grupo político definitivamente derrotado a partir do governo estadual de Bernardes, antigas lideranças ainda mantinham a oposição, que remontava aos primeiros anos da República – Pg. 51.
Conclusão
1)- A chamada conciliação mineira, nos moldes colocados pela historiografia vigente, precisa ser relativizada. Os conflitos políticos resultantes de interesse políticos divergentes estiveram presentes durante todo o período de análise – Pg. 51.
2)- Claramente, a aliança entre os cafeicultores de Minas (provindos das regiões da Mata e do Sul) não aconteceu durante todo o período, o que demonstra que, mesmo no interior das elites cafeicultoras, as divergências existiam. Os momentos de estabilidade implicavam a derrota política de uma ou outra região, e não a conciliação de interesses – Pg. 52.
3)- As divergências internas a Minas influíam sobremaneira em sua relação com São Paulo no quadro nacional, chegando, inclusive, a causar rupturas nesta aliança. Da mesma forma, as conjunturas nacionais interferiam no Estado, como se pôde ver pela ação de Campos Sales, consolidando a aliança Centro-Sul contra os políticos da Zona da Mata, e no episódio que marcou a candidatura Afonso Pena, apoiada pelos políticos do bloco e por São Paulo, que garantiu a ascendência interna dos políticos da Zona da Mata – Pg. 52.
4)- Finalmente, nos momentos em que se fez necessária uma aliança homogênea entre São Paulo e Minas, ou seja, quando a cafeicultura estava em risco, a ascensão interna dos políticos da Mata garantia os bons termos desta aliança – Pg. 52.
h. Listar as fontes e os principais autores (historiografia) mencionados no texto
i. síntese crítica do texto:

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