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Preparatório OAB - Parte 2

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PREPARATÓRIO PARA OAB
Professora: Dra. Márcia Andrade Santiago
DISCIPLINA: DIREITO COMERCIAL
Capítulo 3 Aula 2 
ESPÉCIE DE TÍTULOS DE CRÉDITO 
Coordenação: Dr. André Camargo
01
I - Letra de Câmbio 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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Decreto 2.444, 31/12/1908
Decreto 57.663/1996 que ratificou a Lei de Genebra.(LUG) 
Código Civil
A Letra de Câmbio é uma ordem de pagamento, porque cria três situações jurídicas distintas, a saber:
SACADOR: quem dá a ordem de pagamento
SACADO OU o ACEITANTE: quem aceita a ordem de pagamento; e o
BENEFICIÁRIO ou TOMADOR: o credor do título.
O sacado não está obrigado a aceitar a LC. A falta de aceite provoca o vencimento antecipado da dívida, 
podendo o credor voltar-se diretamente para o SACADOR que com a recusa do aceite do SACADO passa a 
ser o devedor principal.
A Letra de Câmbio possui modelo livre, ou seja, basta atender os requisitos legais que ela é válida não 
existindo forma legalmente determinada. Os requisitos essenciais são:
1) que haja escrito expressamente a expressão "letra de câmbio" contendo ainda a ordem expressa de 
pagamento, p. ex. "Reinaldo ordena a Roberto que pague a Maurício";
2) que haja o nome e qualificação do SACADO;
3) valor do título;
4) nome do TOMADOR
5) data e local do saque, na ausência da data e local do saque, a legislação presume que ocorreu no 
domicílio do SACADOR;
6) data do vencimento, na sua ausência a legislação presume que trata-se de título à vista;
Assinatura do SACADOR.
MODOS DE VENCIMENTO:
À VISTA: é à vista o título que vence na data de sua apresentação ou a contar um ano da data do SAQUE (da 
sua emissão);
A CERTO TERMO DA VISTA: conta-se o prazo estabelecido no título a partir da data de ACEITE pelo 
SACADO.
A CERTO TERMO DA DATA: se fixa uma data qualquer no futuro a contar da emissão.
OBS: A Letra de Câmbio pode ser sacada e circular incompleta, podendo ser preenchida pelo CREDOR 
(portador) desde que de boa-fé, no entanto, no ato da cobrança ou do pagamento, a LC deve estar 
preenchida e completa com todos os seus requisitos legais.
Aula 2
02
5.1. Endosso x Cessão Civil
II - NOTA PROMISSÓRIA
Legislação Decreto n. 2444, 31.12.1908
Decreto n. 57663, jan/1996 LUG
Código Civil
A Nota Promissória é uma promessa de pagamento, porque cria duas situações jurídicas distintas, de quem 
promete pagar e de quem é o beneficiário a receber.
A Nota Promissória pela sua estrutura não admite aceite haja vista que o próprio SACADOR é também o 
emitente o subscritor, devedor que irá cumprir a obrigação prometida.
Assim temos o SACADOR/EMITENTE ou SUBSCRITOR e o SACADO/BENEFICIÁRIO
Da mesma forma que a letra de câmbio, a Nota Promissória não atende a modelo formal e basta atender os 
seguintes requisitos para ser válida:
1) conter a expressão "Nota Promissória";
2) conter a promessa incondicional de pagamento, por ex. Eu, Reinaldo Piscopo, prometo pagar a Sandro 
Ribeiro;
3) nome do beneficiário;
4) assinatura do emitente/sacador;
5) data e local de pagamento (se não constar o local, presume-se o domicílio do SACADOR;
O protesto contra o sacador, que é o devedor principal, é facultativo, lembrando que para os coobrigados o 
protesto é imprescindível e a cobrança prescreve em 3 anos.
Se não constar data de vencimento, conta-se um ano a partir da data de emissão do saque.
III - CHEQUE
Lei n. 7357, de 02 de setembro de 1985 “Lei do Cheque"
O cheque de acordo com o art. 4º da Lei é uma ordem de pagamento à vista, sendo que qualquer descrição 
em contrário é desconsiderada. A ordem de pagamento é sacada contra o Banco e com base em suficiente 
provisão de fundos depositados pelo sacador em mãos do sacado, ou seja, na conta-corrente.
O cheque pode ser passado em favor próprio ou de terceiro.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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É um título de modelo vinculado, cuja emissão somente pode se dar em documento padronizado art. 17 da 
Lei do Cheque. O cheque é independente e não tem sua existência vinculada a qualquer outro documento 
para existir, pode ser nominativo e também ao portador, podendo ser transmitido pelo endosso.
O devedor principal do cheque é o SACADOR. O SACADO, o Banco, não garante o pagamento do título e 
também não pode ser responsabilizado pela falta de fundos. No cheque não há ACEITE, ENDOSSO ou 
AVAL do SACADO (que é o Banco), que somente responde por descumprimento de dever legal, por exemplo, 
pelo pagamento indevido do cheque.
Os requisitos essenciais do cheque além de ser título de modelo vinculado são:
1) a denominação "cheque" no próprio título;
2) Ordem incondicional de pagar quantia determinada...Pague por esse cheque a quantia de...à ordem 
de...;
3) Identificação do banco sacado;
4) Local do pagamento;
5) Data de emissão;
6) Assinatura do SACADOR ou mandatário com poderes especiais bem como sua identificação, RG e CPF;
As modalidades de Cheque são:
CHEQUE CRUZADO - O cheque cruzado não pode ser sacado na boca do caixa, apenas depositado em 
conta corrente, por isso permite que se identifique o BENEFICIÁRIO.
CHEQUE VISADO - Nessa modalidade, a pedido do emitente ou do beneficiário, o banco declara 
suficiência de fundos na conta-corrente. O cheque visado obriga o Banco a reservar o valor do cheque 
durante o período de apresentação
CHEQUE ADMINISTRATIVO - O Banco sacado emite um cheque contra um de seus estabelecimentos. Ex.: 
os travellers checks. 
PRAZO DE APRESENTAÇÃO: O prazo de apresentação é o prazo estipulado por lei para que o cheque seja 
apresentado. O prazo é de 30 dias para cheques emitidos na mesma praça, e de 60 dias em praças 
diferentes, ou seja, mesma praça é a mesma cidade, o mesmo município. 
Passado o prazo de apresentação, o prazo de prescrição do cheque é de seis meses (art. 59 da Lei do 
Cheque). São seis meses a contar do prazo de apresentação que é de 30 e 60 dias conforme for emitido ou 
não na mesma praça. Após o decurso do prazo prescricional, cabe ao credor apenas entrar com uma ação 
monitória, ou ainda uma ação de locupletamento sem causa do devedor no prazo de dois anos após a 
prescrição.
No caso do cheque, o direito de regresso de um coobrigado contra outro, contra o devedor principal ou seu 
avalista prescreve em até seis meses do pagamento ou da entrada da execução judicial contra ele.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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O pagamento do cheque pode ser sustado. Existem DOIS TIPOS DE SUSTAÇÃO:
O SACADO não é obrigado a pagar o cheque se não tiver fundos, se constatada a falsidade do título ou de 
seus elementos essenciais, pela ilegitimidade do portador e até mesmo decorrido o prazo prescricional. 
O protesto do chequesem fundos deve se dar no prazo de apresentação para pagamento para valer contra 
os demais coobrigados.
IV - DUPLICATA MERCANTIL
Lei das Duplicatas, a Lei 5474, de 18 de julho de 1968. 
É o título de crédito que nasce de uma compra e venda mercantil ou ainda de uma prestação de serviços e é 
sempre precedida de uma fatura ou uma nota-fiscal fatura. Para cada fatura ou NFF emite-se uma duplicata, 
NÃO É POSSÍVEL UMA DUPLICATA PARA MAIS DE UMA FATURA OU VICE-VERSA MAIS DE UMA FATURA 
PARA APENAS UMA DUPLICATA.
Nas vendas a prazo, o pagamento é parcelado em período não inferior a 30 dias ou aquele que o preço deve 
ser pago em 30 dias ou mais contados da data de entrega ou do despacho da mercadoria.
É da fatura que o vendedor ou o prestador de serviço extrai a duplicata (art. 2º), a duplicata deve ser 
apresentada no prazo de 30 dias a contar de sua emissão, e o devedor tem que devolvê-la nos próximos 10 
dias, com a assinatura de aceite ou declaração escrita esclarecendo o porquê de não aceitar. (art. 7º).
Requisitos Essenciais da Duplicata:
1) Denominação "duplicata";
2) Data de sua emissão e número de ordem;
3) Número da fatura pela qual foi extraída;
4) Data do vencimento ou declaração de ser à vista;
5) Nome e domicílio do devedor e do comprador
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violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
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OPOSIÇÃO A oposição pode ser efetuada tanto pelo EMITENTE quanto pelo portador,
o beneficiário legítimo do cheque mediante aviso escrito e com razões
relevantes. Por exemplo, em caso de furto.
REVOGAÇÃO
OU CONTRA-
ORDEM
Já a revogação, também chamada de contra ordem, é ato exclusivo do
emitente e somente pode ser efetuada por notificação judicial ou extra-
judicial expondo as razões do porquê do ato. A revogação somente pode ser
levada a efeito após o decurso do prazo.
6) Importância a ser paga
7) Local do pagamento;
8) Cláusula à ordem. Não é admissível também cláusula não à ordem, haja vista que a DUPLICATA somente 
pode ser transmitida pelo ENDOSSO.
Declaração de exatidão e da obrigação de pagar assinada pelo comprador o aceite.
A duplicata é um título de modelo vinculado, devendo ser lançado em impresso do próprio vendedor e é 
causal porque necessariamente está vinculado à causa que lhe deu origem, ou seja, pode ter origem em uma 
compra e venda mercantil ou em uma prestação de serviços.
Os comerciantes que emitem duplicatas, necessariamente devem ter o Livro de Registro de Duplicatas como 
um de seus livros obrigatórios.
A duplicata possui aceite obrigatório que somente pode ser excusado pelo devedor nas seguintes hipóteses:
1) caso não tenha recebido a mercadoria ou quando a mercadoria não estiver avariada, desde que o 
transporte seja obviamente de responsabilidade do vendedor; e,
2) caso a mercadoria contenha vícios, diferenças de qualidade ou quantidade, divergências no preço ou 
prazo ajustado e outros vícios.
A emissão de duplicata sem causa, sem que tenha havido a compra e venda mercantil ou a prestação de 
serviços é crime de emissão de duplicata simulada, Código Penal, art. 172.
O protesto por falta de aceite, por falta de devolução ou ainda pela falta de pagamento deve ser feito no 
prazo de 30 dias a contar do vencimento. Caso o comprador não devolva o título ao vendedor o protesto 
pode ser por indicações conforme o art. 13 da LD que é uma exceção ao princípio da cartularidade, mas em 
verdade o comerciante acaba emitindo uma triplicata.
A prescrição da ação cambial para cobrança da duplicata se dá:
-O credor - 3 anos a contar da data de vencimento contra o devedor principal (sacado) e seus avalistas;
-O credor em 1ano a partir do protesto, contra os coobrigados (sacador, endossantes e seus avalistas)
Quem pagou em 1 ano, para exercer o direito de regresso a contar do pagamento do título.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
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