Buscar

Modelo Maria da Penha

Prévia do material em texto

[Modelo] Razões de Apelação - Maria da Penha
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Amazonas:
PROCESSO DIGITAL:
RAZÕES DE APELAÇÃO
Ref. Autos: Nº: xxxxxxx.2014.8.04.0020
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO
APELANTE : ODORICO 
APELADO: Ministério Público do Amazonas
AUGUSTO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO AMAZONAS, COLENDA CÂMARA,
ILUSTRE PROCURADOR DE JUSTIÇA,
ODORICO, devidamente qualificado “apud acta”, nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público Estadual, foi denunciado pela suposta prática dos crimes descritos no art. 129, § 9º, do CP, às (fls. 42 43).
I. DAS RAZÕES
Narra a peça inaugural acusatória que, no dia 29 de maio de 2014, nesta cidade, no período matutino, a vítima teria discutido com seu sogro, por esse motivo, o apelante teria agredido fisicamente sua companheira, o que ensejou a imputação penal descrita no art. 129, § 9º, do CP.
Finda a instrução criminal, o Ministério Público, em alegações finais, reiterou pugnou pela procedência da pretensão punitiva estatal.
A defesa, por seu turno, requereu tese absolutória por inexistirem provas para a condenação O juízo a quo, por sua vez, julgou procedente a pretensão punitiva do estado, condenado o recorrente, em concurso material, à pena de 03 meses de detenção.
Inconformado com a sentença condenatória, interpõe o apelante o adequado recurso, com o fim de reformá-la pelos motivos a seguir delineados.
II.. DO MÉRITO
DA ABSOLVIÇÃO PELA INSUFICIÊNCIA DE PROVAS
Não há nos autos elementos de prova que demonstrem que o apelante seja autor do fato delituoso, nem que tenha participado de qualquer forma do evento criminoso, devendo prevalecer o princípio constitucional da presunção de inocência e do in dubio pro reo.
Compulsando os autos, verifica-se que estamos diante de teses antagônicas, visto que o que há é a versão da vítima contra a palavra do recorrente, afinal, sem testemunhas .
Uma só testemunha contra alguém não se levantará por qualquer iniquidade, ou por qualquer pecado, seja qual for o pecado que cometeu; pela boca de duas testemunhas, ou pela boca de três testemunhas, se estabelecerá o fato. “ Deuteronômio 19:15, Sagradas Escrituras.”
Como se vê, não foram produzidas provas mínimas a ensejar condenação, muito menos foram construídos indícios em sede de investigação policial.
Na fase do inquisitório-policial, o que há são suposições e conjecturas sem base lógica e sem lastro probante, não podendo ser consideradas para fins de incriminar o acusado.
Destarte, como as relações familiares são volúveis, momentâneas ocasionadas por desequilíbrios emocionais e vícios até então intratáveis, eivados de arrependimentos, baixado o sentimento de fúria da vítima, o casal veio a se reconciliar, vivendo em harmonia até a presente data, porém, residindo e trabalhando sob o mesmo teto conforme parecer técnico da equipe multidisciplinar deste juízo às (fls. 19 - 21), In verbis:
“...Através da escuta social observou-se que os conflitos entre o casal são oriundos de ciúmes e divergências de ambas as partes sobre a responsabilidade dos afazeres domésticos, sendo estes os principais motivos geradores dos Autos. Neste sentido, é importante sinalizar que o referido casal reconheceu a violência citada no processo em tela, mas deixaram claro que neste momento conversaram sobre as dificuldades conjugais e decidiram continuar com a relação marital, visando o bem estar dos filhos...” Manaus, 22 de Outubro de 2014. Hizolda Cunha.- Assistente Social/CRESS-4123.
Data máxima vênia, Excelência, confirmado em depoimento pessoal das partes em sede de instrução e julgamento neste juízo em 20 de setembro de 2017, o casal reside e trabalha no mesmo local, onde retiram o sustento familiar. 
Atualmente, a relação está pacificada e conciliada. Apesar de estarem separados de corpos, com vidas pessoais e sociais independentes., contudo residem sob mesmo teto e dividem as tarefas tanto do trabalho quanto do lar, em relação aos filhos. 
Imperioso ressaltar, que a manutenção da condenação poderá atrapalhar a própria relação do casal, vindo a afrontar valores, como a busca da harmonia do lar e a superação efetiva de situações onde houve ínfima violência.
As partes não chegaram a se separar, sempre convivendo no mesmo teto, estando plenamente conciliadas.
No caso em tela, com base no princípio da intervenção mínima e com efeito, à míngua de provas ou indícios de que o apelante tenha concorrido para a prática do crime em apuração, não tendo o Parquet se desincumbido de provar os fatos narrados na denúncia, requer a defesa a absolvição do recorrente nos termos do art. 386, VII, do CPP.
III. - DOS REQUERIMENTOS
Diante do exposto e do que dos autos consta, a defesa, requer a absolvição do apelante, com fundamento no art. 386, VII, do Código de Processo Penal.
Nesses termos, 
pede deferimento.
Manaus/AM, 20 de agosto de 2018. 
CAIRO CARDOSO GARCIA
ADVOGADO

Continue navegando