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AULA 01 DIREITO DO TRABALHO I(1)

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DIREITO CIVIL II 
 
TEORIA GERAL DO CONTRATO 
 
AULA 1 
 
Professor Eduardo Galante 
 BRASÍLIA 
 
2015 
1 
DIREITO DO TRABALHO 
I 
 
AULA 1 
 
Professor Eduardo Galante 
 
2016 
2 
APRESENTAÇÃO 
 
 Professor EDUARDO GALANTE; 
 
 Mestre em Direito Internacional; Mestrando em Educação; 
 
 Pós-graduado em Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Penal, Direito 
Civil e em Educação; 
 
 Graduado em Secretariado e em Direito; Graduando em Pedagogia; 
 
 6 anos de experiência na Docência de Ensino Superior em cursos de graduação e pós-
graduação; 
 
 Orientador de Trabalho de Conclusão de Curso; 
 
 Professor de Cursos Preparatórios para concursos e Exame de Ordem. 
 
 Servidor Público há 26 anos 
3 
CONTATOS 
 
Blog: http://professoreduardogalante.blogspot.com.br 
 
Twitter: @profedugalante 
 
Email: professoreduardogalante@gmail.com 
 
What App: 
4 
Leitura obrigatória: 
 
 Artigos 1 ao 510 da CLT; 
 
 Doutrina: livros de qualidade. Ricardo Resende, por 
exemplo. 
 
 Jurisprudência: 
 
- Súmulas TST 
 
- Informativos TST 
5 
DIREITO DO TRABALHO: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS 
 
 Tomando emprestadas as palavras de Ricardo Resende, pode-se conceituar 
Direito do Trabalho como sendo o ramo da ciência jurídica que estuda as 
relações jurídicas entre os trabalhadores e os tomadores de seus serviços, em 
especial as relações entre empregados e empregadores. 
 
 Atualmente, não mais restam dúvidas acerca da autonomia do Direito do 
trabalho, na medida em que este constitui um ramo autônomo da ciência 
jurídica. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
6 
 De forma geral, o Direito material do Trabalho é dividido em: 
 
a) Direito Coletivo do Trabalho, que trata das relações de determinado 
grupo, classe ou categoria, em geral reunidos em um sindicato; e 
 
b) Direito Individual do Trabalho, que trata das relações entre empregado 
e empregador. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
7 
 Em relação à natureza do Direito do Trabalho, a despeito da infindável 
discussão a respeito de ser parte do Direito Público ou do Direito Privado, a 
doutrina tem entendido que a substância central do Direito do Trabalho 
(relação de emprego), levaria à conclusão de que o Direito do Trabalho tem 
natureza de Direito Privado, haja vista que a relação se daria entre 
particulares. 
 
 Além disso, mesmo que o Estado esteja em um dos polos desta relação, trata-
se de uma relação de direito privado. 
 
 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
8 
 Entre suas principais funções, estaria a de impedir a exploração do trabalho 
humano como fonte de riqueza dos detentores do capital, de modo que, 
originalmente, teria sido concebido como verdadeiro instrumento de proteção 
do polo mais fraco da relação de trabalho (trabalhador). 
 
 Nesse sentido, lembramos que o desenvolvimento do Direito do Trabalho se 
deu a partir do século XIX, ensejado pela primeira Revolução Industrial, a partir 
dos movimentos dos operários que buscavam melhoria das condições de 
trabalho, em especial a limitação da jornada. 
 
 Atualmente, entende-se que a proteção do trabalhador relaciona-se ao 
princípio da dignidade humana, de sede constitucional. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
9 
 Nesse sentido, a CF, apesar de ter reforçada a proteção e garantido direitos 
mínimos ao trabalhador, autorizou a flexibilização dos direitos trabalhistas que 
sejam de indisponibilidade relativa, como sendo aqueles de caráter privado, 
não previstos em lei ou na própria CF como tal (por exemplo, direitos 
estipulados em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou no regulamento 
da empresa). 
 
 Por outro lado, proíbe-se a flexibilização dos direitos de indisponibilidade 
absoluta, pois estariam ligados ao princípio da dignidade humana. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
10 
 Além disso, entende-se incompatível com o Direito do Trabalho a 
desregulamentação das relações trabalhistas. 
 
 Notem que a desregulamentação (diferentemente da “flexibilização”) 
pressupõe a ausência de intervenção estatal, de modo que as partes 
poderiam estipular livremente os contratos de trabalho. Tal situação 
não é admitida no âmbito do Direito do Trabalho. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
11 
Em termos de características do Direito do Trabalho, a doutrina aponta: 
 
a) a tendência (...) à ampliação crescente; 
 
b) o fato de ser um direito (...) de reivindicação de classe; 
 
c) de cunho intervencionista; 
 
d) o caráter cosmopolita, isto é, influenciado pelas normas internacionais; 
 
e) o fato de os seus institutos jurídicos mais típicos serem de ordem coletiva ou 
socializante; 
 
f) o fato de ser um direito em transição. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
12 
 Predomina o entendimento na doutrina de que o Direito do Trabalho 
possui natureza jurídica de Direito Privado, em que as partes são livres para 
pactuar o que desejarem, desde que respeitem as normas de proteção 
mínima ao trabalhador. 
 
FONTES 
 
 A fonte do direito do trabalho é o meio pelo qual nasce a norma jurídica. 
 
 Algumas fontes são obrigatórias, ou seja, os membros da sociedade devem 
respeitá-las (são normas cogentes e imperativas). 
 
 Outras fontes, porém, atuam como fase preliminar das normas obrigatórias, 
são os movimentos sociais. 
 
 Podem-se dividir as fontes em fontes materiais e fontes formais. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
13 
FONTES MATERIAIS 
 
 São fatores ou acontecimentos sociais, políticos, econômicos e filosóficos que 
inspiram o legislador (deputados e senadores) na elaboração das leis. 
 
 Esses movimentos influenciam diretamente o surgimento ou a modificação das 
leis. Exemplo: 
 
- As constantes reivindicações dos trabalhadores por mais direitos trabalhistas. 
 
- Essas reivindicações também ocorrem por parte dos empregadores, na forma 
de pressões das empresas para reduzir ou flexibilizar os direitos trabalhistas. 
 
- Nas conjunturas econômica e social atuais, podem-se citar como exemplo de 
fonte material: a) a mobilização dos sindicatos e centrais sindicais para reduzir 
o limite da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais; 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
14 
FONTES FORMAIS 
 
 São a exteriorização das normas jurídicas, ou seja, as fontes formais são 
normas de observância obrigatória pela sociedade. 
 
 Todos devem cumpri-las, pois são imperativas. Exemplo: convenção, acordo 
coletivo e leis. 
 
 As fontes formais podem ser elaboradas pelo Estado ou pelos próprios 
destinatários da norma, sem a participação do Estado. 
 
 São divididas em fontes formais autônomas e fontes formais heterônomas. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
15 
FONTES FORMAIS AUTÔNOMAS 
 
 São discutidas e confeccionadas pelas partes diretamente interessadas pela 
norma. 
 
 Há, portanto, a vontade expressa elas partes em criar essas normas. 
 
Exemplo: uma determinada negociação coletiva entre sindicato e empresa 
resulta em um acordo coletivo. Esse acordo coletivo, elaborado pelas partes 
interessadas, terá força obrigatória para trabalhadores e empresa, como o 
dever da empresa de fornecer uma cesta básica, ou ainda a necessidade de 
esses trabalhadores usarem uniformes e equipamentos de proteção. 
 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
16 
 São espécies de fontes formais autônomas: 
 
- Convenção Coletiva (art. 611 da CLT): acordo entre sindicato profissional 
(trabalhadores) e sindicato da categoria econômica (empregadores). 
 
- Acordo Coletivo>(art. 611, § 1º, da CLT): acordo entre empresa e sindicato 
representante da categoria profissional. 
 
- Costume: prática reiterada de uma conduta numa dada região ou empresa. 
Exemplo: ocorre com o pagamento de gorjetas e, ainda, há previsão expressa 
do costume no art. 460 da CLT. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
17 
 Há discussão, na doutrina, acerca do regulamento de empresa como 
fonte formal. 
 
 Regulamento de empresa é o conjunto de regras elaboradas pelo 
empregador para melhor organizar a empresa. 
 
- Será considerado fonte formal se as regras formuladas pelo 
empregador forem de caráter geral e impessoal, como concessão de 
prêmios para trabalhadores que atingirem certas metas, fixação de 
horários e utilização de EPis ou, ainda, plano de cargos e salários etc. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
18 
FONTES FORMAIS HETERÔNOMAS 
 
 Nas fontes heterônomas não há participação direta dos destinatários, ou seja, 
essas fontes possuem origem estatal (Legislativo, Executivo ou judiciário). 
 
 São espécies de fontes formais heterônomas: 
 
a) Constituição Federal. É a lei fundamental e suprema, que estabelece o 
funcionamento do Estado (organização dos Poderes, distribuição das 
competências e direitos e garantias individuais). 
 
b) Tratados e convenções internacionais. Para que essas normas de direito 
internacional tenham vigência no ordenamento jurídico brasileiro, deverão 
ser previamente aprovadas pelo Congresso Nacional, conforme prevê art. 52, 
§ 32 e art. 49, I, ambos da CF/88. 
 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
19 
c) Leis. São elaboradas pelo Poder Legislativo. As leis trabalhistas são 
elaboradas pelo Congresso Nacional, art. 22, I, da CF/88. 
 
d) Medida Provisória. Ato editado pelo Poder Executivo- Presidente de 
República com força de lei, expedido em situações de relevância e urgência, 
conforme previsto no art. 59 e art. 62, ambos da CF/88. 
 
e) Decretos. São atos do Poder Executivo para regulamentar ("explicar") as leis, 
conforme previsto no art. 84, IV, da CF/88. Esses atos não poderão inovar, ou 
seja, alterar o texto aprovado pelo legislativo. 
 
f) Sentenças Normativas. Por meio da sentença normativa, os tribunais 
colocam fim ao conflito coletivo, criando novas condições de trabalho. É o 
chamado Poder Normativo' da justiça do Trabalho. 
 
 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
20 
g) Súmula Vinculante. Posicionamento majoritário do Supremo Tribunal 
Federal para dar segurança jurídica a questões polêmicas (art. 103-A da CF/88). 
Essas súmulas têm efeito vinculante, ou seja, os demais juízes não poderão 
decidir de forma contrária a essas decisões sumuladas. Exemplo: súmula 
vinculante nº 4 do STF que veda a vinculação do salário-mínimo como base de 
cálculo ao adicional de insalubridade. 
 
 Importante frisar que tanto as fontes formais autônomas quanto as 
heterônomas possuem força obrigatória, diferentemente das fontes materiais, 
que tratam apenas de reivindicações dos trabalhadores e empregadores. 
 
 Deve-se destacar, ainda, que a analogia e a equidade são técnicas de 
integração utilizadas para a supressão de eventuais lacunas na lei, não se 
confundindo com fontes do direito. 
 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
21 
Art. 8º da CLT. As autoridades administrativas e a justiça do Trabalho, na 
falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, 
pela jurisprudência9, por analogia, por equidade e outros princípios e 
normas gerais de direito, principalmente do Direito do Trabalho, e ainda 
de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre 
de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça 
sobre o interesse público. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
22 
HIERARQUIA DAS FONTES FORMAIS 
 
 Nos demais ramos do direito (D. Constitucional, D. Administrativo etc.) 
há uma rígida hierarquia das fontes formais (CF prevalece sobre as leis; 
leis são superiores aos decretos etc.). 
 
 No Direito do Trabalho, por força do princípio da norma mais favorável, 
aplica-se a fonte mais favorável aos trabalhadores. 
 
 Dessa forma, se a Constituição Federal entrar em conflito com um 
acordo coletivo, prevalecerá o acordo se este for mais benéfico ao 
trabalhador. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
23 
CONFLITO ENTRE FONTES FORMAIS 
 
 Ocorre, com frequência, o conflito entre fontes formais do direito. 
 
 Exemplo: um acordo coletivo que prevê adicional de férias mais elevado do 
que o previsto na CLT e uma convenção coletiva prevendo décimo quarto 
salário, mas é prejudicial no tocante às férias. Nesse caso, qual dessas fontes o 
intérprete deverá aplicar? A resposta dependerá da teoria adotada. 
 
 A teoria do conglobamento defende a aplicação de apenas uma fonte em sua 
totalidade. 
 
 Assim sendo, o intérprete deverá analisá-la no conjunto. 
 
 Se o acordo coletivo for o mais favorável ao trabalhador, será aplicado como 
um todo. 
 
 Essa teoria é a majoritária na jurisprudência e doutrina. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
24 
PRINCÍPIOS 
 
 O Direito do Trabalho possui princípios específicos, que desempenham funções 
essenciais para a interpretação e aplicação das normas trabalhistas. 
 
- Princípio da proteção ao trabalhador: A lei trabalhista estabelece normas de 
proteção ao trabalhador, ou seja, garante direitos mínimos ao hipossuficiente. 
Esse princípio protetivo tem por finalidade estabelecer o equilíbrio que falta à 
relação de emprego, ou seja, o empregador possui situação econômica 
favorável, enquanto o empregado terá situação a seu favor na legislação 
trabalhista. 
 
- In dubio pro operário: Quando houver várias interpretações sobre a mesma 
norma, o intérprete utilizará a interpretação mais favorável ao trabalhador. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
25 
- Norma mais favorável: Entre duas ou mais normas possíveis de ser 
aplicadas, utiliza-se a mais favorável em relação ao trabalhador. 
Exemplo: há convenção coletiva e acordo coletivo que preveem 
cláusulas de férias. 
 
- Condição mais benéfica: Esse princípio assegura ao empregado as 
vantagens conquistadas durante o contrato de trabalho, conforme 
previsto no art. 468 da CLT. Diante disso, essas conquistas não poderão 
ser alteradas para pior. 
 
- Princípio da imperatividade das normas trabalhistas: No Direito do 
Trabalho prevalecem as regras cogentes, obrigatórias. Diante desse 
princípio, há restrição da autonomia das partes em modificar as 
cláusulas contratuais previstas no contrato de trabalho. Exemplo: as 
partes não poderão alterar a natureza do pagamento das horas extras, 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
26 
- Princípio da inalterabilidade contratual lesiva ao empregado: No 
Direito do Trabalho, é vedada qualquer alteração contratual que seja 
lesiva ao empregado, mesmo se houver consentimento deste (artigo 
468, caput, da CLT). 
 
- Princípio da continuidade da relação de emprego: Em regra, o contrato 
de trabalho é firmado por tempo indeterminado, ou seja, não há prazo 
previamente fixado para seu fim. Aliás, é de interesse público que esses 
contratos sejam firmados para prazos de longa duração. 
 
- 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
27 
- O princípio da irrenunciabilidade de direitos : Na vigência do contrato de 
trabalho, os direitos trabalhistas são, em regra, irrenunciáveis, porque há 
presença da subordinação do empregado frente ao empregador. 
 
- O princípio da continuidade da relação de emprego estabelece que a regra é a 
de que os contratos sejam pactuados por prazo indeterminado, somente 
permitindo os contratos a termo em situações excepcionais, previstas em lei; 
 
- O princípio da primazia da realidade prescreveque a verdade real (verdade 
dos fatos) prevalecerá sobre a verdade formal; 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
28 
 O princípio da inalterabilidade contratual não permite a alteração contratual 
que traga prejuízos ao empregado (CLT, art. 468); 
 
 O princípio da intangibilidade salarial objetiva proteger a integralidade e a 
intangibilidade do salário do obreiro em face do empregador, dos credores do 
empregado e dos credores do empregador; 
 
 O princípio da irredutibilidade salarial decorre do próprio princípio da 
intangibilidade, sendo certo que a CF/1988 (art. 7.°, VI) determinou como regra 
a irredutibilidade de salários, mas não de forma absoluta, permitindo a 
redução temporária de salários mediante acordo ou convenção coletiva; 
 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
29 
RELAÇÃO DE TRABALHO E RELAÇÃO DE EMPREGO 
 
 Relação de trabalho é género da qual relação de emprego é espécie; 
 
 São requisitos da relação de emprego o trabalho prestado por pessoa física, 
pessoalidade, não eventualidade, subordinação jurídica e onerosidade; 
 
 Cabe ressaltar que, após a EC 45/2004, passou a Justiça do Trabalho a ter 
competência para processar e julgar qualquer relação de trabalho e não só a 
relação de emprego (nova redação do art. 114 da CF/1988). 
 
 Nesta esteira, um pedreiro, um pintor, um marceneiro ou qualquer outro 
profissional autónomo que não receber pelos serviços prestados, embora não 
seja empregado do tomador de serviços em função da ausência de 
subordinação, ajuizará eventual demanda perante a Justiça laborai. Logo, o 
Poder Judiciário Trabalhista passa a ter competência para análise de todos os 
conflitos decorrentes da relação de trabalho em sentido amplo. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
30 
 A relação de emprego é caracterizada pela necessária cumulação de alguns 
elementos. 
 
 São, portanto, configuradores dessa especial relação a conjunção dos seguintes 
elementos: 
 
Pessoalidade 
 
Onerosidade 
 
Não Assunção (pelo prestador) dos Riscos da Atividade do Tomador de Serviços 
 
Duração Contínua ou não Eventual 
 
Subordinação 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
31 
- Diversas são as formas de estabelecimento de relação de trabalho, cumprindo 
destacar as espécies a seguir. 
 
RELAÇÃO DE TRABALHO AUTÓNOMO 
 
- Nessa espécie de relação de trabalho não existe dependência ou subordinação 
jurídica entre o prestador de serviços e o respectivo tomador. 
 
- No trabalho autónomo, o prestador de serviços desenvolve o serviço ou obra 
contratada a uma ou mais pessoas, de forma autónoma, com profissionalidade 
e habitualidade, atuando por conta própria, assumindo o risco da atividade 
desenvolvida. 
 
- Exemplos: o pintor autónomo, o marceneiro autónomo, o eletricista autónomo 
etc. 
 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
32 
RELAÇÃO DE TRABALHO AVULSO 
 
- É a relação de trabalho que possui duas espécies: a do trabalhador avulso 
portuário, submetido ao regime jurídico da Lei 12.815/2013, e a do trabalhador 
avulso em atividades de movimentação de mercadorias em geral, disciplinada 
pela Lei 12.023/2009. 
 
- A relação de trabalho avulso exercido em porto possui três atores sociais 
envolvidos: o Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), o operador portuário 
(representante do armador no porto) e o trabalhador portuário avulso 
(estivadores, conferentes, vigias portuários, arrumadores, trabalhadores de 
bloco etc.). 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
33 
RELAÇÃO DE TRABALHO EVENTUAL 
 
- Trabalho eventual é aquele realizado em caráter esporádico, 
temporário, de curta duração, em regra, não relacionado com a 
atividade-fim da empresa. 
 
- No trabalho eventual não há qualquer espécie de continuidade na 
prestação de serviços, sendo realizado em caráter precário. 
 
- O trabalhador eventual não exerce seu Labor permanentemente, mas 
em caráter eventual, fazendo "bico", atuando hoje como pintor, amanhã 
como ajudante de pedreiro, depois como eletricista; enfim, não exerce a 
atividade com habitualidade e profissionalidade, mas apenas 
esporadicamente. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
34 
RELAÇÃO DE TRABALHO INSTITUCIONAL 
 
- O trabalhador estatutário denominado de servidor público possui um 
regime jurídico próprio diferenciado daquele contratual previsto na CLT, 
razão pela qual não se aplicam as regras previstas na consolidação a 
estes. 
 
- Suas normas de aplicação não são uniformes em todo o país, variando 
caso a caso conforme o estatuto do ente público que o emprega. 
 
- A União, por exemplo, possui a Lei 8.112/1990. 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
35 
RELAÇÃO DE TRABALHO ESTÁGIO 
 
- Em relação ao estágio, a Lei 11.788/2008 passou a estabelecer as seguintes 
regras: 
 
• Estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente 
de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos 
que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação 
superior, de educação profissional de ensino médio, da educação especial e 
dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da 
educação de jovens e adultos (art. 1.° da Lei 11.788/2008); 
 
• No estágio, temos os seguintes atores sociais envolvidos: o Estagiário 
(educando), a Instituição de ensino, a Parte concedente do estágio e os 
Agentes de integração públicos e privados (auxiliares no processo de 
aperfeiçoamento do instituto do estágio - art. 5.° da Lei 11.788/2008); 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
36 
RELAÇÃO DE TRABALHO VOLUNTÁRIO 
 
- Regulado pela Lei 9.608/1998, que definiu, em seu art. 1.°, o serviço voluntário 
como sendo: 
 
"... a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública 
de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha 
objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de 
assistência social, inclusive mutualidade". 
 
- Considerando que o serviço voluntário é prestado a título gratuito, sem o 
recebimento de qualquer remuneração, não será possível reconhecer-se o 
vínculo empregatício do trabalhador voluntário com o tomador de serviços (Lei 
9.608/1998, art. 1.°, parágrafo único). 
 
- Vale destacar que o prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas 
despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades 
voluntárias (art. 3.° da Lei 9.608/1998). 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
37 
RELAÇÃO DE TRABALHO PRISIONAL 
 
- O art. 5.°, XLVII, c, da Constituição da República proíbe a condenação de 
trabalho forçado em nosso país: todavia constitui um dever do preso 
que não esteja ali provisoriamente, prestar serviços internos ou 
externos, respeitadas suas aptidões e capacidades, sob pena de Lhe ser 
imputada a prática de falta grave, como determinam os arts. 31, 39, V, e 
50, VI, da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução Penal). 
 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
38 
 
 Nesta esteira, um pedreiro, um pintor, um marceneiro ou qualquer outro 
profissional autónomo que não receber pelos serviços prestados, embora não 
seja empregado do tomador de serviços em função da ausência de 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO TRABALHISTA 
39 
1- O artigo 620 da Consolidação das Leis do Trabalho prevê que as 
condições estabelecidas em Convenção Coletiva de Trabalho, quando mais 
favoráveis, prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo Coletivo de 
Trabalho. Tal dispositivo consagra o princípio da 
 
(A) continuidade da relação de emprego. 
 
(B) primazia da realidade sobre a forma. 
 
(C) imperatividade das normas trabalhistas. 
 
(D) norma mais favorável ao empregado. 
 
(E) irrenunciabilidade de direitos. 
40 
2- O Direito do Trabalho possuiprincípios próprios que norteiam a 
sua aplicação. Assim, o postulado informando que na matéria 
trabalhista importa mais o que ocorre na prática do que o que está 
inserido em documentos é conhecido como princípio da 
 
(A) intangibilidade contratual. 
(B) primazia da realidade. 
(C) continuidade da relação de emprego. 
(D) integralidade salarial. 
(E) flexibilização. 
41 
3 - O Juiz do Trabalho pode privilegiar a situação de fato que ocorre 
na prática, devidamente comprova a, em detrimento dos 
documentos ou do rótulo conferido à relação de direito material. Tal 
assertiva, no Direito do Trabalho, refere-se ao princípio da 
 
(A) irrenunciabilidade. 
(B) intangibilidade salarial. 
(C) continuidade. 
(D) primazia da realidade. 
(E) proteção. 
42 
4 - O princípio que faz prevalecer a restrição à autonomia da 
vontade no contrato trabalhista, em contraponto à diretriz civil de 
soberania das partes no ajuste das condições contratuais, é, 
especificamente, o princípio 
 
(A) da condição mais benéfica. 
(B) da imperatividade das normas trabalhistas. 
(C) da primazia da realidade sobre a forma. 
(D) da continuidade da relação de emprego. 
(E) do in dubio pro operatio. 
43 
5 - A doutrina dominante classifica como fontes formais autônomas 
do Direito do Trabalho: 
 
(A) a Constituição Federal e as Medidas Provisórias. 
 
(B) as Portarias do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. 
 
(C) os fatos sociais e políticos que contribuíram para formação e a 
substância das normas jurídicas trabalhistas. 
 
(D) os acordos coletivos de trabalho e as convenções coletivas de 
trabalho. 
 
(E) as greves de trabalhadores em busca de melhores condições de 
trabalho. 
 
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