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Verdade e Investigação no Processo Penal

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13/08/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2428121&classId=1007815&topicId=2189874&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 1/6
Teoria Geral da Investigação
e Perícia
Aula 4 - Verdade e investigação
INTRODUÇÃO
É possível encontrarmos diversos parâmetros cientí�cos para a abordagem da verdade e seus re�exos no processo
penal, que vai desde a Bíblia, Jo: 18, 38, O que é verdade?, passando pela �loso�a de Aristóteles na Ética a Nicômaco,
Habermas, na obra Teoría de la Acción Comunicativa ou Hanna Arendt na obra Verdade e Política, cujo re�exo direta ou
indiretamente surge no conceito do justo como igualdade ou neutralidade, ou até mesmo em relação de dominação por
lutas entre poderes, como ocorre na abordagem do sociólogo Michel Foucault na obra A verdade e as formas jurídicas,
com re�exos diretos no sistema processual penal por toda a história da humanidade.
13/08/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2428121&classId=1007815&topicId=2189874&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 2/6
OBJETIVOS
Compreender o surgimento histórico das formas jurídicas de controle;
Analisar o surgimento da verdade como uma forma de controle do Estado;
De�nir as diversas formas de verdades jurídicas em nosso ordenamento.
13/08/2018 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2428121&classId=1007815&topicId=2189874&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 3/6
O INÍCIO DO SISTEMA DE PROVAS
Vamos viajar no tempo e compreender o surgimento do sistema de provas...
Sedimentou-se, na doutrina hodierna, que o processo como meio heterogêneo de composição de con�itos sociais,
entre outras �nalidades, visa à reconstrução de determinado fato pretérito, tendo como resultado �nal a aplicação de
uma regra jurídica adequada (glossário), prevista no ordenamento positivo.
Se esse pensamento tradicional é correto, não se deve esquecer que essa suposta reconstrução fática ocorre,
inevitavelmente, em termos de linguagem (comunicação entre os sujeitos processuais), pois, no processo, de acordo
com lições de Taruffo, os fatos são representados pelo que se diz dele.
Não se provam fatos, e sim alegações fáticas, consoante suas lições:
“No processo, o fato, na realidade, é o que se diz acerca
dele: é a enunciação fática, não o objeto empírico que é
enunciado” (TARUFFO, 2002, p.114).
Desse modo, em uma perspectiva processual, a verdade encontra-se delimitada pelo complexo probatório constante
dos autos, que poderá ser insu�ciente ou satisfatório, a depender da intensidade da atividade probatória das partes e
da atuação cooperativa do juiz, sem contudo, lhe atribuir caráter de inquisitorialidade.
Sucede que, atualmente, a controvérsia doutrinária consiste em saber se a verdade almejada no processo penal,
principalmente após a Constituição de 1988, que assegurou direitos e garantias fundamentais ao acusado, continua
sendo absoluta ou assumiu a conotação de relativa, diante da proibição da prova obtida por meio ilícito.
VERDADE REAL, VERDADE FORMAL E PROCESSUAL
Utilizar, processualmente, a expressão verdade real (absoluta) ou verdade relativa é, ainda que inconscientemente,
valorar, do ponto de vista espaço-temporal, a existência de um fato pretérito. Ora, esta é una, insuscetível de qualquer
apreciação valorativa:
ou o fato existiu, ou o fato não existiu. 
Dito de outro modo, a verdade, em tese, não comporta predicados. 
Todavia, a re�exão inadvertida sobre o assunto teve como efeito colateral a consagração da dicotomia verdade
absoluta/verdade relativa.
Segundo esta classi�cação, no processo civil predominaria a verdade relativa ou também denominada de formal,
porquanto, além da disponibilidade da relação jurídica deduzida em juízo, fenômenos como o das presunções legais,
inexigibilidade de prova sobre fatos incontroversos, preclusão e outros, impediriam o desvelamento da verdade real
(glossário), que, por sua vez, corresponderia ao processo penal, já que, em nome da tutela de interesses indisponíveis
(defesa social), não se toleraria o menor obstáculo para alcançá-la.
ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL
QUAL A TERMINOLOGIA CORRETA?
13/08/2018 Disciplina Portal
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Malatesta a�rma que a verdade é a“conformidade da noção ideológica com a realidade” e que a certeza é a crença
nessa conformidade, gerando um estado subjetivo do espírito ligado a um fato, sendo possível que essa crença não
corresponda a verdade objetiva.
Portanto, pode-se a�rmar que a certeza e a verdade nem
sempre coincidem; por vezes, duvida-se do que
objetivamente é verdadeiro; e a mesma verdade que parece
certa a um, a outros parece por vezes duvidosa ou até
mesmo falsa.
Fonte da Imagem: Andrey_Popov / Shutterstock
Diante disso jamais, no processo, pode assegurar o juiz ter alcançado a verdade objetiva, aquela que corresponde
perfeitamente com o acontecido no plano real. 
Assim, pelo princípio da livre investigação das provas, a verdade material ou real é a que mais se aproxima da
realidade, tendo o legislador facultado ao juiz ir além da iniciativa das partes na colheita das provas, devendo, se for o
caso, agir de ofício, esgotando todas as possibilidades para alcançar a verdade real sobre os fatos para fundamentar a
sentença.
STJ. RHC 1806/RJ 6ª Turma DJ 02.05.2006, já se posicionou nesse sentido “ A busca da verdade real constitui
princípio que rege o Direito Processual Penal. A produção de provas, porque constitui garantia constitucional, pode ser
determinada, inclusive, pelo Juiz, de ofício, quando julgar necessário.
Ressalte-se que na esfera penal a investigação trilha caminho diverso da esfera civil, na qual o tratamento da verdade
obedece a regras distintas, quando em regra de direitos disponíveis ou transacionáveis, permitindo a admissão da
parte contrária quando não impugna determinado fato trazido pelo autor na petição inicial, incidindo o princípio da
eventualidade e da impugnação especi�cada, trazendo efeitos materiais ao que ocorre em um dos efeitos materiais da
revelia, também no processo civil.
Em outras palavras, no processo civil, vige a verdade formal, em se tratando de algumas hipóteses, em sua maioria
admissíveis nos direitos disponíveis, e por assim o serem, atribui-se à parte inteira disposição sobre seu próprio direito
material, regulamentando como um ônus processual determinadas posturas do réu, que ao ferirem preceitos e
princípios (como os citados anteriormente) inerentes a esta disponibilidade, têm como consequência processual,
re�exo de ordem material, como tornar incontroversa matéria não impugnada ou presumirem verdadeiros aquilo, que
para o réu, não interessava impugnar.
13/08/2018 Disciplina Portal
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ATIVIDADE
Será que estamos aptos a realizar um exercício de re�exão sobre o tema? Vamos tentar?
Analisando a �gura a seguir qual o aspecto da verdade que poderá prevalecer em nossa realidade jurídica?
Resposta Correta
Glossário
APLICAÇÃO DE UMA REGRA JURÍDICA ADEQUADA
13/08/2018 Disciplina Portal
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“As exposições clássicas costumam apresentar o mecanismo do julgamento sob a forma de um silogismo, em que a premissa
maior seria a norma, e a menor o enunciado fático. Essa explicação um tanto simplista des�gura em certa medida a dinâmica do
ato de julgar, mas não sofre dúvida que norma e fato serão sempre dois pontos básicos de referência no processo mental do
julgador” (MOREIRA, 1988, p. 73).
DESVELAMENTO DA VERDADE REAL
TARUFFO, Michel. Ob. Cit., p. 45. Quanto à impossibilidadeprática de desvelar a verdade absoluta, Michele Taruffo registra que:
“[...] o juiz não dispõe de instrumentos cognoscitivos nem de tempo e da liberdade de investigação que dispõe o cientista ou
historiador. Diferentemente da atividade desses dois últimos, o processo deve se desenvolver em um tempo limitado, dado que
tanto o interesse público quanto privado pressionam para que o �nal do litígio seja alcançado rapidamente, e este é um grande
obstáculo para a busca da verdade.”

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