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MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL CONTEMPORÂNEO

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MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
INTRODUÇÃO
Iniciamos este trabalho falando sobre a importância do estudo sobre a história da educação e da pedagogia; em seguida descrevemos a origem da educação escolar no Brasil e logo após apresentamos um quadro cronológico das principais escolas fundadas no Brasil nos períodos colonial, imperial e republicano; e por fim relatamos a história de uma escola de Belo Horizonte, Minas Gerais.
No dia 27/03/2012 realizamos uma visita a Escola Adventista de Belo Horizonte com o objetivo de conhecermos a história dessa instituição. Fizemos cópias de alguns documentos e a partir deles anexamos algumas fotos. Entrevistamos várias pessoas que trabalham nessa escola e em especial a Senhorita Giuliana Sampaio, coordenadora da escola, que se prontificou a nos contar como foi que tudo aconteceu e descrevemos neste trabalho.
SOMOS FEITOS DE TEMPO?
Sim,somos feitos de tempo, somos seres históricos que fabricamos nosso passado, tudo o que vivemos hoje será, no futuro, o nosso passado. De acordo com nossas vivencias e relações sociais mudamos nossas ações e pensamentos, e a história vai se formando de geração para geração.
“[...] onde há ser humano há cultura. Onde quer que o ser humano toque, o que quer que faça, está a modificar a realidade e a sai próprio e, assim, que interferir no mundo natural ou dele participa, está a criar um mundo cultural”. (REISEWITZ, 2004, p.81)
A educação, o saber, se passa de pessoa para pessoa, de cultura para cultura, de sociedade para sociedade; daí cada sociedade tem fatores culturais que vão sendo transmitidos ao longo do processo histórico, desenvolvidos através de seus artefatos místicos, éticos e religiosos influenciando sua forma de pensar e agir. Assim, o processo evolutivo de um povo se dá através do conhecimento de sua história e esse conhecimento histórico é seletivo, pois cada historiador faz uma escolha dos acontecimentos mais importantes para sua história. Dessa forma, em cada época e local a memória é registrada de maneiras diferentes e é fundamental na formação da identidade cultural, das tradições e no registro de experiências significativas, por isso deve ser valorizada e preservada.
A preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural é necessária, pois esse patrimônio é o testemunho vivo da herança cultural de gerações passadas que exerce papel fundamental no momento presente e se projeta para o futuro,transmitindo às gerações por vir as referências de um tempo e de um espaço singulares, que jamais serão revividos, mas revisitados, criando a consciência da intercomunicabilidade da história. (ICOMOS, 1980)
A história da educação não é muito difícil de ser compreendida. Ela nos permite ver que, em outros lugares, culturas e épocas, ou aqui perto de nós, a educação, de modo geral, e a escola, em particular, tem mudado, mas parecem manter alguns elementos intocados.
A história, dessa forma, ajuda-nos a olhar nossa realidade com paciência, afinal, as coisas demoram muito a mudar. As vezes é preciso esperar duas ou três gerações para que uma inovação educacional se estabeleça.
Enfim, estudar história da educação é compreender o presente, e intervir no futuro através do estudo do passado, não cometendo os mesmos erros de nossos antepassados.
A ORIGEM DA EDUCAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL – A AÇÃO DOS JESUÍTAS COMO PARTE DO MOVIMENTO DA CONTRA-REFORMA CATÓLICA
A escola foi invenção da sociedade grega em que um número cada vez maior de privilegiados, vivendo também a invenção da democracia, reclamava para seus filhos a iniciação em técnicas e conhecimentos até então rigorosamente guardados pelas famílias aristocratas, aquelas que tinham virtude e valor.
Ao longo dos tempos a escola, de acordo com a sociedade na qual se insere, muda sua feição. Depois da conquista e da derrota da Grécia, o Império Romano leva os princípios de colaboração para a paz romana a todos os domínios conquistados e faz do latim (língua que era falada doLácio, antiga região da Itália) língua oficial. Entre os Romanos, os estudos literários e científicos constituíram o cerne do “Plano de Estudos”, diferentemente dos gregos que tinham a filosofia um dos seus principais pilares.
Nascido no interior desse império, o cristianismo, tendo como principal instituição a Igreja Católica, vai se ocupar da educação, da instrução e cria suas próprias escolas, depois que os Bárbaros (assim chamados porque não viviam sob o domínio imperial e não falavam a língua oficial) derrotaram as forças guerreiras romanas.
Tanto a formação do cristão, que tem seu ensinamento baseado na Bíblia (em detrimento das artes liberais de Antiguidade), quanto a formação do homem capaz de prover a vida e defender o cristianismo, estabelecem novas formas de relação, de ética e de estética, inclusive pedagógicas, e nossas escolas estarão presentes.
A educação admite que pode haver uma escola alegre e que os estudos literários, científicos e filosóficos constituem partes igualmente importantes de um currículo, um artefato cultural, como tantos outros. Novos mundos são alcançados, as Américas, anunciando uma nova era e novas raças culturais que obrigavam a pensar em um novo tipo de educação e um novo tipo de escola.
Os portugueses chegaram a uma nova terra a que dão o nome de Brasil e dela se apossam. Tornamo-nos colônia e durante mais de três séculos, apesar dos muitos movimentos de resistência e rebeldia, servimos de sustentáculo econômico da metrópole européia, que gradativamente entrava em decadência. Agrande propriedade e a mão-de-obra escrava traficada da África baseavam economicamente essa nova sociedade, formada pelos que aqui já habitavam há séculos: os nativos nominados de índios, negros, judeus, árabes, portugueses, holandeses, franceses, etc.
A idade moderna abre inteiramente três janelas, até então apenas entreabertas. Firma princípios e modos de conduta religiosos e a Igreja Católica é obrigada a admitir o protesto.
O século XVII não será apenas palco de grandes feitos políticos; será religioso, implementando proposições teológicas advindas da Reforma e Contra-reforma, com profundas consequências para a extensão da leitura e da escrita a um crescente número de pessoas, e para a escola, seus métodos, seu corpo docente e discente e suas normas e regras de conduta e bem viver.
O Brasil, parte do novo mundo conquistado por países católicos reformados, vai ter na Companhia de Jesus seu principal agente educador. Apesar das revoluções científicas, a teologia, a moral e uma disciplina militar dão o tom da educação jesuítica.
Curumins e filhos de colonos são os principais alvos da ação educativa dos padres que, em um só movimento, contribuíram para destruir a cultura dos nativos fazendo-os crer, por exemplo, na existência de um Deus Único e onipresente (onipotente e consciente): protegê-los dos mercenários, educar uma elite nos colégios secundários e formar quadros para a própria Ordem nos cursos superiores de teologia.
Destacamos os seguintes jesuítas que vieram ao Brasil no século XVI: Padre Manoel da Nóbrega,Padre José de Anchieta e Padre Antônio Vieira. Seus objetivos eram: levar o catolicismo para regiões descobertas no século XVI, principalmente a América; catequizar os índios americanos, China e África, para evitar o avanço do protestantismo; e construir escolas católicas nas diversas regiões do mundo.
Em Portugal, o Marquês de Pombal, representante dos novos ventos que assombravam a Europa e outras partes do mundo, expulsou os jesuítas do Reino e de suas colônias, acusando-os de acumularem fortunas e de não propagarem as conquistas das revoluções científicas centradas na razão.
No caso brasileiro, o século XIX será marcado pela progressiva institucionalização da escola e da lenta afirmação do lugar do estado como principal provedor da educação.
Já com o estabelecimento da família real no Brasil, fugitiva das tropas de Napoleão, em 1808, novos ares culturais e educativos começam a se respirar na colônia; cursos superiores, assim como a Biblioteca,o Museu Nacional, o Jardim Botânico, etc. As escolas normais são criadas e progressivamente a mulher, principalmente a partir do final daquele século, passa a ocupar a maior parte dos lugares no magistério primário. A escola, aos poucos, ganha materiais, espaços, profissionais próprios para ela, e passa a ser vista a partir de então, como a principal instância de transmissão do saber.
O século XX traz novos debates acerca da educação (auxiliada por ciências novas como a psicologia e a sociologia) e, com muita força, a escola passa a ser questionada por dentro: A Escola Novachama a atenção para o papel do aluno como sujeito da aprendizagem e o papel de mediador do professor.
No final do século XX, e o início do século XXI, está instituído uma escola em que os meios de ensino são diferentes. A máquina não está instalada apenas na indústria, mas na sala de aula, desde projetores de slides ou gravadores e retroprojetores, hoje considerados modestos, até televisores e computadores ligados a internet.
A atenção de especialistas se volta agora para o papel do professor e para o risco do excesso, pois sabe-se que as doses excessivas de informação a que um número crescente de pessoas está exposta, ao invés de aumentar o saber, provocam ignorância.
A escola está em constante aceitação, produzindo cenas que são a expressão de um conjunto de normas e regras que a sociedade e essa máquina chamada educação pensaram para eles. Mas a educação nunca se restringiu a escola. Práticas educativas tem ocorrido, ao longo do tempo, fora dessa instituição, e as vezes, com maior força do que se considera, principalmente para certos grupos sociais e em determinadas épocas. A cidade, o trabalho, o lazer, os movimentos sociais, a família, a Igreja, foram, e continuam sendo, poderosas forças nos processos de inserção de homens e mulheres em mundos culturais específicos.
Principais estabelecimentos ESCOLARES fundados no Brasil entre os períodos colonial, imperial e republicano
1534 | Inácio de Loyola funda a Companhia de Jesus que possuía objetivos catequéticos |
1541 | Fundação do 1° colégio da Companhia deJesus |
1542 | Colégio e Universidade de Pádua |
1544 | Colégio fundado por S. Francisco de Borja, Duque de Gandia |
1549 | Os jesuítas abriram escola de ler e escrever |
1550 | Fundação do Colégio dos Meninos de Jesus, na Bahia |
1552 | Colégios dos meninos órfãos no Brasil |
1555 | Escolas jesuítas de São Paulo de Piratininga e da Bahia |
1556 | Fundação do Colégio Jesuíta de Todos os Santos |
1557 | Fundação do Colégio de Jesuíta do Rio de Janeiro |
1623 | Fundação do Colégio Jesuíta do Maranhão |
1646 | Fundação do Colégio Jesuíta de Santo Inácio, em São Paulo |
1654 | Criação do Colégio Jesuíta de São Tiago, no Espírito SantoFundação do Colégio Jesuíta de São Miguel, em Santos, o de SantoAlexandre, no Pará, e o de Nossa Senhora da Luz do Maranhão |
1683 | Fundação do Colégio Jesuíta de Nosso Senhor do Ó, em Recife |
1808 | Escola de medicina na BahiaFaculdade nacional de medicina (atual UFRJ)Academia real da marinha |
1809 | Academia de médico-cirurgião do Rio de Janeiro |
1810 | Escola de engenharia do Rio de JaneiroAbertura da Academia Militar |
1827 | Escola de direito de Largo de São Francisco em São PauloFaculdade de direito de Olinda (Pernambuco)1912 |
1835 | 1° escola normal do país em Niterói |
1837 | Colégio Pedro II |
1909 | 1° escola moderna fundada no Brasil |
1912 | Universidade Federal do Paraná (1° universidade brasileira) |
1915 | Universidade Popular de Cultura Racionalista e Científica |
1930 | Criação do Ministério da Educação |
1937 | Universidadedo Brasil (atual UFRJ) |
1950 | Centro Educacional Carneiro Ribeiro |
1960 | 1° Universidade Federal de Santa Maria no interior do Brasil |
1967 | Movimento Brasileiro de Alfabetização |
1985 | Movimento Mobral é instinto |
1991 | Instituto Paulo Freire |
1997 | Ministério da Educação cria o programa de expansão da educação |
MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL CONTEMPORÂNEO – ESCOLA ADVENTISTA DE BELO HORIZONTE
A Escola Adventista de Belo Horizonte fez parte da Organização Adventista que está presente em duzentos e três países; atuando nas áreas de saúde, assistência social, religiosa e educacional, com milhares de instituições e pessoas evoluídas no sentido único de promover melhoria nas condições de vida e cidadania humanas através do desenvolvimento das potencialidades do indivíduo nos aspectos físico, mental, social e espiritual.
A Escola Adventista de Belo Horizonte faz parte de uma Rede Mundial de Escolas Confessionais que hoje abrange cento e cinquenta países, oferecendo ensino desde a educação infantil até a universidade, com um milhão, seiscentos e setenta e três mil e oitocentos e vinte e oito (1.673.828.) alunos e oitenta e quatro mil e novecentos e noventa e sete (84.997) professores.
Em 1896 começou a funcionar em Curitiba, no Paraná, o Colégio Internacional sob a direção de Guilherme Steir Jr. A partir daí, o trabalho educacional cresceu, e muitas escolas foram agregadas ao primeiro colégio, e muitas escolas foram agregados ao primeiro colégio, formando a rede de educaçãoadventista do país.
Aqui, em Belo Horizonte, a escola foi fundada em 1964 na época se chamava Educandário Adventista Colorado, tendo apenas o curso primário, sendo que em 1972, foi criado já no espírito da nova reforma do ensino, o primeiro grau, funcionando em 1972 da primeira a quinta série com planos estabelecidos para introduzir as séries subseqüentes em 1973. Fundada em plena época do golpe militar no Brasil, com a deposição do então presidente da república João Belchior Marques Goulart e o militarismo assumindo o poder, a escola até hoje possui uma postura tradicionalista enfatizando a produção, interpretação e reflexão por parte dos alunos.
Sua estrutura possui treze salas amplas, quatrocentos e trinta alunos, vinte e seis professores e quatorze funcionários. A biblioteca funciona no período integral e é aberta aos professores e alunos. O aluno tem acesso aos computadores sendo que é ensino a eles somente o básico para que eles usem o computador apenas como recurso pedagógico. Os computadores possuem programas interativos em que os alunos fazem pesquisas e estudos. O colégio possui ainda um completo laboratório de ciências para as aulas de física, química e ciências. O pátio é usado para o recreio dos alunos maiores e as crianças menores possuem para sua recreação uma brinquedoteca bem diversificada. As aulas de educação física são realizadas na quadra esportiva onde tem muito espaço para a realização dessas aulas e outros eventos que possam acontecer. Existe também uma lanchonete de acesso a todos, onde são vendidosalimentos vegetarianos e sucos, pois a filosofia adventista presa muito uma boa e equilibrada alimentação.
A Escola Adventista possui a missão de promover, através da educação cristã, o desenvolvimento integral do educando, formando cidadãos autônomos e comprometidos com o bem estar da comunidade, da pátria e com Deus. Ela tem uma visão de ser um sistema educacional reconhecido por sua excelência, fundamentado em princípios bíblico-cristãos.
É um desafio para a Educação Adventista hoje:
- Promover o reconhecimento de Deus como fonte de toda sabedoria.
- Reconhecer e aplicar a Bíblia como referencial de conduta.
- Incentivar o desenvolvimento dos deveres práticos da vida diária, a sábia escolha profissional, a formação familiar, o serviço a Deus e a comunidade.
- Resgatar a prática da regra áurea nos conhecimentos interpessoais: amar ao próximo como a si mesmo.
ANEXOS:
HINO DO COLORADO
Colorado, Colorado
Templo vivo do saber
Colorado, Colorado
Tocha acesa do saber
Colorado, Colorado
É uma casa de afeição
Pões o ensino em cada mente
E o céu no coração.
Fonte: livro de registro do colégio.
Fotografias: Tiradas pelo grupo no dia da visita.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HTTP://espacodapedagogiavaldineia.blogspot.com.br/2011/05/somos-feitos-de-tempo.html
HTTP://espacodapedagogiavaldineia.blogspot.com.br/2011/05/historia-da-historia.htmlHTTP://sites.google.com/site/lheiterer/historia-da-educacao/aula-2
HTTP://www.hiroshibogea.com.br/?p=9317
HTTP://www.pedagogiaemfoco.pro.br/heb3.html

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