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1 Assunto: Aminoácidos e Proteínas Prof (a). Mirian Ribeiro Moreira Carrijo Disciplina: Bioquímica I 1 ALGUMAS PROTEINAS IMPORTANTES EM ALIMENTOS a) Proteínas da carne: miosina; actina; colágeno. b) Proteínas do leite: caseína; lactoalbumina; lactoglobulina c) Proteína do ovo: clara (ovalbumina (50%); canalbumina; glicoproteina; avidina/biotina, transferrina e lisozima). gema (lipovitelina, fosfovitina, livitina). d) proteínas do trigo: prolamina (gliadina); glutelina (glutenina). Formam com água uma substância elástica e aderente insolúvel em água. GLÚTEN: utilizada para dar textura em massas e pães. (o glúten tem uma proteína denominada gliadina, que é muito rica em prolina) 2 As composições vitamínicas da clara e da gema diferem em quantidade e qualidade. A clara, composta essencialmente por albúmen, é pobre em vitaminas, contendo apenas aquelas do complexo B. Em contraste, a gema é farta no conteúdo de vitaminas, tanto as lipossolúveis quanto as hidrossolúveis, com a notória ausência do ácido ascórbico (vitamina C). 3 4 2 5 6 Valor biológico x proteínas Proteína de alto valor biológico (VB): proteína completa porque apresenta os aminoácidos em teores necessários a manutenção da vida e crescimento dos novos tecidos. Proteína de baixo valor biológico; Não tem os aminoácidos em teores adequados. Ex.: frutas e hortaliças Proteínas parcialmente completas: apresenta um ou mais aminoácidos limitante. EX: cereais (deficientes em lisina, triptofano e treonina) e leguminosa (deficiente em metionina). 7 Resíduos de aminoácidos - hélice Cadeia polipeptídica Subunidades montadas Estrutura Primária Estrutura Secundária Estrutura Terciária Estrutura quarternária Níveis de organização estrutural das proteínas 8 3 A organização tridimensional das proteínas desde a sequência de aminoácidos, passando pelo enovelamento da cadeia polipeptídica até a associação de várias cadeias, pode ser descrita em níveis estruturais de complexidade crescente: Primário Secundário Terciário Quaternário. Níveis de organização estrutural das proteínas F o n te : s im b io ti c a .o rg /c o m p o s ic a o q u im ic a c e lu la .h tm 9 Estrutura Primária É a seqüência de aminoácidos existente na molécula de uma proteína. É o nível de estrutura mais simples a partir do qual todos os outros derivam. Figura: biologia_ano1_epatv.blogs.sapo.pt/ 10 11 12 4 Estrutura Secundária É a disposição espacial que adquire a espinha dorsal da cadeia polipeptídica. 13 Estrutura Secundária A espinha dorsal possui grupos polares (amina e carbonil): grande potencial para formação de pontes de H. (Padrões regulares de dobramento, como as hélices, as folhas pregueadas e as voltas). Tendência de formação de pontes de H na mesma cadeia ou em cadeias adjacentes Estrutura 2a – apenas interações entre a cadeia principal; não envolve grupo R (cadeias laterais) 14 Estrutura Secundária A - hélice é mantida pelas pontes de hidrogênio que se formam entre os átomos de duas ligações peptídicas próximas. 15 Estrutura secundária Alfa hélice: - hélice vista a partir da extremidade superior 16 5 Estrutura Secundária A folha β pregueada é mantida pelas pontes de hidrogênio que se dispõem perpendicularmente à espinha dorsal (cadeias diferentes). 17 Estrutura da folha β pregueada Espinha dorsal 18 Resulta de dobras na estrutura da proteína estabilizada, para interações entre os radicais dos aminoácidos. Pro; Thr, Ser e Gly. Estruturas Terciária ou conformação tridimensional Pontes dissulfeto Ligações de Hidrogênio Pontes salinas Interações Hidrofóbicas 19 Ligações que mantém a Estrutura Terciária Ligações iônicas ou salinas Ligações hidrofóbicas Pontes de hidrogênio Ligações covalentes Forças de Van der Waals Estrutura Terciária Refere-se ao arranjo final dos domínios de uma proteína Domínios: refere-se a unidades de enovelamento estáveis Regiões compactas semi-independentes com núcleo hidrofóbico e porção externa polar conectados por segmentos de cadeia polipeptídica sem estrutura secundária regular. Contém tipicamente de 100 a 150 aa 20 6 Processo de enovelamento das proteínas A estrutura secundária uma vez fixada, a cadeia polipeptídica tende a se enrolar no espaço. Tanto em torno de si mesma quanto com outras cadeias semelhantes, para ganhar mais estabilidade e/ou ocupar menos volume. Essa conformação pode originar proteínas de formas mais ou menos esféricas, chamadas globulares, e as formas cilíndricas, chamadas fibrosas. Proteína Vilina Via de enovelamento simulada Pg.151 Lehninger 21 Os resíduos tanto polares quanto não polares, que estão na superfície da estrutura secundária, tem a possibilidade de estabelecer posteriores interações de caráter permanente ou transitório com outras cadeias polipeptídicas. Essas novas interações dão origem à estrutura quaternária Proteínas diméricas, Triméricas ou multiméricas Hemoglobina - tetramérica 22 Classificação das Proteínas De acordo com a conformação: Globulares: cadeias polipeptídicas enoveladas em forma esféricas ou globulares. Fibrosas: Cadeias polipeptídica em arranjos de folhas ou feixes. Função protetora, conectiva ou e suporte nos organismos vivos 23 Proteínas Globulares Forma de esfera Relativamente solúveis em água Vários papéis funcionais - Catalisadores (enzimas) - Proteínas de transporte - Imunoglobulinas -Proteínas regulatórias Hemoglobina 24 7 Proteínas Fibrosas Forma de fibra (cilíndrica) Baixa solubilidade em água (insolúveis – devida a elevada concentração de resíduos de aminoácidos hidrofóbicos tanto no interior da proteína como em sua superfície). Funções principalmente estruturais - Colágeno (-helice) cartilagens, tendões e outros - Queratinas - Miosina 25 CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS SIMPLES: São aquelas que por hidrólise nos fornecem aa como únicos produtos: Albuminas- altamente solúvel em água: clara do ovo; leite; ervilha Globulinas- insolúveis em água Glutelinas- somente em vegetais: trigo; arroz Prolaminas- somente em vegetais: trigo, centeio, milho,cevada Protaminas- produtos de peixes Histonas- ácidos nucléicos Escleroproteínas- queratina, colágeno 26 Corrente sanguínea Albumina sérica – níveis normais 3,5-5 g/dL Secretada pelo fígado Maior proteína do plasma humano Corresponde a 60% da proteína plasmática Função transportar compostos hidrofóbicos no sangue como ácidos graxos, esteróides. Proteínas Simples: Albumina sérica 27 Proteínas Simples: - Queratina Duas fitas -hélices em forma de espiral orientadas paralelamente. – superenovelamento – Ala, Val, Leu, Ile, Met e Phe Queratina Proteínas insolúveis Principal componente da epiderme, do cabelo e das unhas. A ondulação permanente em cabelos é uma engenharia bioquímica Cliva as ligações dissulfetos formando resíduos de Cys. Calor úmido rompe as ligações de hidrogênio (tioglicolato de amônio) Agente oxidante é adicionado para formar novas ligações dissulfeto. (ondulação permanente) 28 8 CONJUGADAS: Proteínas combinadas com substâncias nãoprotéicas, chamada grupo prostético Lipoproteína: lecitina e colesterol Nucleoproteínas: ácidos nucléicos, bases nitrogenadas Glicoproteínas: carboidratos Fosfoproteínas Metaloproteínas: Proteínas Conjugadas 29 Exemplos de glicoproteínas Colágeno Proteína fibrosa, rígida, que contém 35% de glicina,11% de alanina e 21,6% de prolina e hidroxiprolina Possui resíduos de hidroxilisina que podem conter glicose ou galactose O peso seco dos tendões contém 80% de colágeno 30 Proteínas conjugadas Metaloproteínas Proteínas cujo grupo prostético contém um metal ligado diretamente aos aminoácidos. 31 Propriedades físicas e químicas: Desnaturação protéica. Fisícos: Alterações de temperatura (Afeta as interações fracas – Pontes de hidrogênio) Raio X Ultra-som Químicos: Ácidos e bases fortes Detergentes Uréia Mercaptoetanol Temperatura: Processo de esterilização – autoclave Solvente orgânicos: Álcool a 50 a 70% 32 9 A desnaturação ocorre nas seguintes condições: 1. Ácidos e bases fortes. Modificações no pH resultam em alterações no estado iônico de cadeias laterais dos aminoácidos presentes nas proteínas, que modificam as pontes de hidrogênio e as pontes salinas (associação de grupos iônicos de proteínas de carga oposta). Muitas proteínas tornam-se insolúveis e precipitam na solução. 2. Solventes orgânicos. Solventes orgânicos solúveis em água como o etanol, interferem com as interações hidrofóbicas por sua interação com os grupos R não−polares e forma pontes de hidrogênio com a água e grupos protéicos polares. Os solventes não-polares também rompem interações hidrofóbicas. 3. Detergentes. As moléculas anfipáticas interferem com as interações hidrofóbicas e podem desenrolar as cadeias polipeptídicas. 4. Agentes redutores. Em presença de reagentes como a uréia e β−mercaptoetanol ocorre a conversão das pontes dissulfeto em grupos sulfidrílicos. A uréia rompe pontes de hidrogênio e interações hidrofóbicas. 5. Concentração de sais. A ligação de íons salinos a grupos ionizáveis das proteínas enfraquecem as interações entre grupos de cargas opostas da molécula protéica. As moléculas de água solvatam os grupos protéicos. Com a adição de grandes quantidades de sal às proteínas em solução, formam-se precipitados. As moléculas de água competem pelo sal adicionado tornando a quantidade de solvente muito pequena e, com isso, promovendo a agregação de moléculas protéicas e a sua precipitação. Esse efeito é chamado salting out. Fonte: MOTTA • Bioquímica • Laboratorio Autolab Ltda. 33 A desnaturação ocorre nas seguintes condições: 6. Íons de metais pesados. Metais pesados como o mercúrio (Hg2+) e chumbo (Pb2+) afetam a estrutura protéica de várias formas. Podem romper as pontes salinas pela formação de ligações iônicas com grupos carregados negativamente. Os metais pesados também se ligam com grupos sulfidrílicos, um processo que pode resultar em profundas alterações das estruturas e funções protéicas. Por exemplo, o chumbo liga-se aos grupos sulfidrílicos de duas enzimas da via sintética da hemoglobina causando anemia severa (na anemia o número de eritrócitos ou da concentração de hemoglobina no sangue estão abaixo dos valores de referência). 7. Alterações na temperatura. Com o aumento da temperatura, a velocidade de vibração molecular aumenta. Eventualmente, interações fracas como as pontes de hidrogênio são rompidas promovendo alterações na conformação das proteínas. 8. Estresse mecânico. Agitação e trituração rompem o delicado equilíbrio de forças que mantém a estrutura protéica. Por exemplo, a espuma formada quando a clara do ovo é batida vigorosamente contém proteína desnaturada. Fonte: MOTTA • Bioquímica • Laboratorio Autolab Ltda. 34 35 Desnaturação de proteínas por alteração do pH do meio Alterações das propriedades de uma proteína desnaturada Redução da solubilidade Perda da atividade biológica (enzimas, hormônios, anticorpos, etc.) Valores de pH menores ou maiores que o ponto isoelétrico, a proteína apresenta carga positiva ou negativa, e as moléculas de água podem interagir com essas cargas, solubilizando a proteína. pI – igual números de cargas positivas e negativas, a proteína não apresenta uma carga resultante e portanto deixa de existir o efeito repulsão, e dessa forma as proteínas tendem a formar precipitados. (Poucas interações com a água) 36 10 A solubilidade das proteínas, depende de vários fatores. Presença das cargas elétricas ao longo da molécula. A existência de uma carga positiva ou negativa determina a interação com o meio aquoso, além de estabelecer um estado de repulsão entre as próprias moléculas de proteína, aumentando a interação com o solvente e, conseqüentemente, favorecendo a solubilidade . Ponto isoelétrico existe um equilíbrio entre o número de cargas positivas e negativas, o que gera uma situação em que as forças de repulsão entre as moléculas de proteína e as forças de interação com o solvente são mínimas. Assim, as proteínas vão formando aglomerados que, cada vez maiores, tendem a precipitar. É importante destacar que essa diminuição de solubilidade varia de proteína para proteína. 37 Depende da quantidade de pontes de H que formam com a água hidrofílica solubilidade hidrofóbica solubilidade 38 Em baixas concentrações de sais (baixa força iônica), a solubilidade em geral aumenta, pois os íons salinos tendem a se associar às proteínas contribuindo para uma hidratação e/ou repulsão entre as moléculas, aumentando a solubilidade “salting in”. (Sais neutros) 39 Em elevadas concentrações salinas, os íons competem com a proteína pela água, ocasionando perda de água de hidratação, atração mútua entre as moléculas e formação de precipitado “salting out”. (Sais neutros) Os íons adicionados blindam as várias cargas da proteína, enfraquecendo as forças de atração entre as moléculas individuais de proteína 40 11 Diálise Separação com base no tamanho Membrana semipermeável – nitrocelulose Solução tampão diluída 41 Curva ilustrativa da solubilidade de uma proteína em função da força iônica e diferentes tipos de sais Solubilidade Força iônica NaCl KCl MgSO4 (NH4)2SO4 Efeitos de concentrações salinas: 42 Purificação de Proteínas Cromatografia Foi descoberto em 1903 por Mikhail Tswett, que separou pigmentos de plantas solubilizados em adsorventes sólidos. 43 Elementos padrão de uma cromatografia Diferentes interações com o material da matriz 44 12 Purificação e caracterização de proteínas Cromatografia de filtração em gel: Separação das proteínas de acordo com seu tamanho (peneira molecular). Matriz da coluna: polímero que contem ligações cruzadas com poros de um determinado tamanho (Ex. dextranas, agarose ou poliacrilamida) (polimero inerte). 45 Matriz da coluna polímero sintético carregados Trocadores catiônicos e trocadores aniônicos TROCADOR CATIONICO Fase móvel: Solução tampão A afinidade da proteína pelos grupos carregados na coluna é afetada pelo pH Coluna com DEAE - Celulose Proteína de interesse (IgG): Tampão Fosfato 0.02mol/L, pH: 7.5 Demais Proteínas : Tampão Fosfato 0.02mol/L contendo NaCl: 1.0mol/L Cromatografia de troca iônica: Grande carga liquida positivas carga liquida positivas carga liquida negativa Grande carga liquida negativa 46 Cromatografia de afinidade As proteínasretidas na coluna são aquelas que se ligam especificamente a um ligante que, por sua vez, está ligado às esferas. Após a eliminação por lavagem das proteínas que não se ligaram a matriz, a proteína de interesse é eliminada da coluna por uma solução. A Aflatoxina, ocratoxina A e zearalenona são toxinas produzidas por fungos de ocorrência natural. O Aflatoxina é um carcinógeno do Grupo 1, comprovadamente causador de câncer em seres humanos, enquanto Ocratoxina A e Zearalenona são conhecidas por causar doenças em seres humanos e animais. 47 Eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) O movimento de partículas carregadas eletricamente sob a ação de um campo elétrico é denominado eletroforese Função: separação de uma ampla variedade de moléculas carregadas, que inclui aminoácidos, polipeptídios, proteínas e DNA. Relação carga/massa de cada proteína 48 13 Gel de poliacrilamida (Laemmli) 49 Eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) SDS: possui a finalidade dissociar todas as proteínas em suas subunidades polipeptídicas mercaptoetanol: agente capaz de reduzir pontes S-S. 50 1. LEHNINGER, Albert Lester. Princípios de bioquímica. [Traduzido do original: Lehninger principles of biochemistry]. Arnaldo Antônio Simões (Trad.); Wilson Roberto Naveha Lodi (Trad.). 3 ed São Paulo: Sarvier, 2002. 975 p. Fonte: Lehninger. Principles of Biochemistry. Disponível em http://bcs.whfreeman.com/lehninger/default.asp 1. GARRET, R.H.; GRISHAM, D.M. Biochemistry. Saunders College Publishing, 1995. 2. DEVLIN, Thomas M., Textbook of Biochemistry with Clinical Correlations; Publisher - John Wiley & Sons, 1997. 3. BERG, Jeremy; TYMOCZKO, John L.; STRYER, Lubert. Bioquímica. [Traduzido do original: BIOCHEMISTRY]. Antônio José Magalhães da Silva Moreira (Trad.). 5 ed Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 4. VOET, Donald & VOET, Judith; Biochemistry, Hardcover, 2000. 5. KOOLMAN, Jan & KLAUS-HEINRICH, Rohm; Color Atlas of Biochemistry.2nd edition. 2005. 6. ATKINS, Peter e JONES, Loretta; Princípios de Química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. 2ª Edição. Bookman, 2001. Todas as figuras contidas ao longo dos slides foram retiradas do site: http://images.google.com.br/images... O professor se exime de qualquer autoria das figuras. Bibliografias 51
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